José Luiz Pinheiro Melges - Punção em Lajes

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PUNO EM LAJ ES: EXEMPLOS

DE CLCULO E ANLI SE TERI CO-


EXPERI MENTAL




JOS LUIZ PINHEIRO MELGES



Dissertao apresentada Escola de
Engenharia de So Carlos, da Universidade de So
Paulo, como parte dos requisitos para obteno do
Ttulo de Mestre em Engenharia de Estruturas





ORIENTADOR: Prof. Dr. Libnio Miranda Pinheiro






So Carlos
1995


SUMRI O



LISTA DE FIGURAS...................................................................................... i
LISTA DE TABELAS..................................................................................... v
LISTA DE SIGLAS........................................................................................... vi
LISTA DE SMBOLOS..................................................................................... vii
RESUMO .........................................................................................................
xxvi
ABSTRACT........................................................................................... xxvii

1 INTRODUO............................................................................................ 001
1.1 GENERALIDADES.............................................................................. 001
1.2 OBJETIVOS......................................................................................... 002
1.3 PLANEJAMENTO............................................................................... 002
1.4 TIPOS DE RUNA............................................................................. 004
1.4.1 Runa por flexo........................................................................... 004
1.4.2 Runa por puno......................................................................... 004
1.4.3 Runa por flexo associada puno............................................. 005
1.4.4 Comportamento na puno........................................................... 005
1.5 USO DE CAPITIS............................................................................ 006
1.6 HISTRICO......................................................................................... 007
1.7 PESQUISAS EM SO CARLOS....................................................... 012
1.8 MTODOS NUMRICOS.................................................................. 014
1.9 VANTAGENS DAS LAJES-COGUMELO......................................... 016
1.10 DESVANTAGENS DAS LAJES-COGUMELO.................................. 017
1.11 ASSOCIAO COM OUTROS SISTEMAS ESTRUTURAIS............. 018
1.11.1 Lajes-cogumelo aliviadas............................................................ 018
1.11.2 Lajes-cogumelo protendidas........................................................ 018
1.11.3 Lajes-cogumelo com vigas nas bordas......................................... 019
1.11.4 Associao com sistemas pr-moldados....................................... 020

2 PUNO...................................................................................................... 021
2.1 ANLISE DO FENMENO DA PUNO..................................... 021




2.2 SUPERFCIE DE RUNA................................................................... 025
2.2.1 Com relao posio do pilar..................................................... 025
2.2.2 Com relao presena de armadura transversal............................ 027
2.3 PARMETROS ENVOLVIDOS......................................................... 028
2.4 ARMADURAS DE COMBATE PUNO................................... 029
2.4.1 Placa metlica............................................................................. 029
2.4.2 Estribos........................................................................................ 030
2.4.3 Barras dobradas........................................................................... 031
2.4.4 "Shearheads"................................................................................ 032
2.4.5 Fibras de ao.............................................................................. 033
2.4.6 Conectores tipo pino................................................................... 034
2.4.7 Segmentos de perfis metlicos.................................................... 035
2.5 MODELOS DE CLCULO................................................................ 035
2.5.1 Modelo da superfcie de controle............................................... 035
2.5.2 Outros modelos........................................................................... 037

3 TEXTO BASE DA NB-1/94....................................................................... 038
3.1 APRESENTAO E COMENTRIOS.............................................. 038
3.2 OBSERVAES GERAIS.................................................................. 060

4 EXEMPLOS SEGUNDO O TEXTO BASE DA NB-1/94........................ 061
4.1 PILAR INTERNO SEM ARMADURA DE PUNO...................... 061
4.1.1 Tenso atuante de clculo.......................................................... 062
4.1.2 Tenso resistente de clculo....................................................... 063
4.2 PILAR INTERNO COM ARMADURA DE PUNO..................... 064
4.2.1 Verificao da compresso no concreto..................................... 065
4.2.2 Verificao da regio armada..................................................... 066
4.2.3 Verificao alm da regio armada............................................ 067
4.3 PILAR DE BORDA SEM ARMADURA DE PUNO.................. 071
4.3.1 Tenso atuante de clculo.......................................................... 072
4.3.2 Tenso resistente de clculo....................................................... 073
4.4 PILAR DE BORDA COM ARMADURA DE PUNO................. 074
4.4.1 Verificao da compresso no concreto..................................... 074
4.4.2 Verificao da regio armada..................................................... 075
4.4.3 Verificao alm da regio armada............................................ 076




4.5 PILAR DE CANTO SEM ARMADURA DE PUNO.................. 081
4.5.1 Tenso atuante de clculo
Sdx
................................................. 082
4.5.2 Tenso atuante de clculo
Sdy
.............................................. 084
4.5.3 Tenso resistente de clculo
Rd
.............................................. 085
4.6 PILAR DE CANTO COM ARMADURA DE PUNO................. 085
4.6.1 Verificao da compresso no concreto..................................... 086
4.6.2 Verificao da regio armada..................................................... 087
4.6.3 Verificao alm da regio armada............................................ 087
4.7 COLAPSO PROGRESSIVO................................................................ 091
4.7.1 Pilar interno................................................................................ 092
4.7.2 Pilar de borda............................................................................. 092
4.7.3 Pilar de canto............................................................................. 092
4.8 OBSERVAES GERAIS.................................................................. 092

5 EXEMPLOS SEGUNDO O EUROCODE N.2 (1992).............................. 094
5.1 PILAR INTERNO SEM ARMADURA DE PUNO...................... 095
5.1.1 Primeira verificao..................................................................... 096
5.1.2 Segunda verificao..................................................................... 098
5.2 PILAR INTERNO COM ARMADURA DE PUNO..................... 098
5.2.1 Primeira verificao..................................................................... 099
5.2.2 Segunda verificao..................................................................... 101
5.2.3 Terceira verificao..................................................................... 106
5.3 PILAR DE BORDA SEM ARMADURA DE PUNO.................. 107
5.3.1 Primeira verificao..................................................................... 109
5.3.2 Segunda verificao..................................................................... 109
5.4 PILAR DE BORDA COM ARMADURA DE PUNO................. 109
5.4.1 Primeira verificao..................................................................... 110
5.4.2 Segunda verificao..................................................................... 112
5.4.3 Terceira verificao..................................................................... 115
5.5 PILAR DE CANTO SEM ARMADURA DE PUNO.................. 116
5.5.1 Primeira verificao..................................................................... 117
5.5.2 Segunda verificao..................................................................... 118
5.6 PILAR DE CANTO COM ARMADURA DE PUNO................. 118
5.6.1 Primeira verificao..................................................................... 119
5.6.2 Segunda verificao..................................................................... 120
5.6.3 Terceira verificao..................................................................... 122


5.7 OBSERVAES GERAIS................................................................. 123
6 EXEMPLOS SEGUNDO O CEB/90.......................................................... 125
6.1 PILAR INTERNO SEM ARMADURA DE PUNO...................... 126
6.1.1 Primeira verificao..................................................................... 126
6.1.2 Segunda verificao..................................................................... 128
6.2 PILAR INTERNO COM ARMADURA DE PUNO..................... 129
6.2.1 Primeira verificao..................................................................... 129
6.2.2 Segunda verificao..................................................................... 130
6.2.3 Terceira verificao..................................................................... 131
6.2.4 Verificaes adicionais................................................................. 132
6.3 PILAR DE BORDA SEM ARMADURA DE PUNO.................. 134
6.3.1 Primeira verificao..................................................................... 134
6.3.2 Segunda verificao..................................................................... 136
6.4 PILAR DE BORDA COM ARMADURA DE PUNO................. 136
6.4.1 Primeira verificao..................................................................... 137
6.4.2 Segunda verificao..................................................................... 137
6.4.3 Terceira verificao..................................................................... 138
6.4.4 Verificaes adicionais................................................................. 139
6.5 PILAR DE CANTO SEM ARMADURA DE PUNO.................. 140
6.5.1 Primeira verificao..................................................................... 140
6.5.2 Segunda verificao..................................................................... 142
6.6 PILAR DE CANTO COM ARMADURA DE PUNO................. 142
6.6.1 Primeira verificao..................................................................... 143
6.6.2 Segunda verificao..................................................................... 143
6.6.3 Terceira verificao..................................................................... 144
6.6.4 Verificaes adicionais................................................................. 144
6.7 COLAPSO PROGRESSIVO................................................................ 145
6.7.1 Pilar interno (A
s
= 10 barras)............................................... 147
6.7.2 Pilar de borda (A
s
= 8 barras)................................................. 147
6.7.3 Pilar de canto (A
s
= 5 barras)................................................. 147
6.8 OBSERVAES GERAIS................................................................. 147

7 EXEMPLOS SEGUNDO O ACI 318/89..................................................... 149
7.1 RECOMENDAES DO ACI 318/89................................................ 149
7.1.1 Tenso nominal resistente (v
n
)................................................... 149
7.1.2 Tenso nominal atuante (v
u
)...................................................... 152




7.2 PILAR INTERNO SEM ARMADURA DE PUNO...................... 157
7.2.1 Tenso nominal atuante (v
u
)...................................................... 157
7.2.2 Tenso nominal resistente (v
n
)................................................... 159
7.2.3 Comparao das tenses............................................................. 160
7.3 PILAR INTERNO COM ARMADURA DE PUNO..................... 160
7.3.1 Seo crtica a d/2 do pilar........................................................ 161
7.3.2 Seo crtica a d/2 da regio armada........................................ 162
7.4 PILAR DE BORDA SEM ARMADURA DE PUNO.................. 165
7.4.1 Tenso nominal atuante (v
u
)...................................................... 165
7.4.2 Tenso nominal resistente (v
n
)................................................... 167
7.4.3 Comparao das tenses............................................................. 168
7.5 PILAR DE BORDA COM ARMADURA DE PUNO................. 168
7.5.1 Seo crtica a d/2 do pilar........................................................ 168
7.5.2 Seo crtica a d/2 da regio armada........................................ 169
7.6 PILAR DE CANTO SEM ARMADURA DE PUNO.................. 171
7.6.1 Tenso nominal atuante (v
u
)...................................................... 172
7.6.2 Tenso nominal resistente (v
n
)................................................... 174
7.6.3 Comparao das tenses............................................................. 174
7.7 PILAR DE CANTO COM ARMADURA DE PUNO................. 174
7.7.1 Seo crtica a d/2 do pilar........................................................ 175
7.7.2 Seo crtica a d/2 da regio armada........................................ 176
7.8 OBSERVAES GERAIS.................................................................. 178

8 COMPARAO COM RESULTADOS EXPERIMENTAIS...................... 180
8.1 ENSAIOS PARA PILARES DE CANTO.......................................... 181
8.1.1 Ensaio de MARTINELLI (1974)............................................... 181
8.1.2 Ensaio de STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974)..................... 185
8.2 ENSAIOS PARA PILARES DE BORDA.......................................... 186
8.2.1 Ensaio de TAKEYA (1981)....................................................... 186
8.2.2 Ensaio de MODOTTE (1986)................................................... 189
8.2.3 Ensaio de STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974)..................... 192
8.2.4 Ensaio de LIBRIO (1985)....................................................... 194
8.3 ENSAIOS PARA PILARES INTERNOS............................................ 197
8.3.1 Ensaio de GOMES et al. (1994)............................................... 197
8.3.2 Ensaio de STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974)..................... 199
8.3.3 Ensaio de GOMES (1991)......................................................... 201



9 CONCLUSES............................................................................................ 206
9.1 TEXTO BASE DA NB-1/94............................................................... 207
9.2 COMPARAO COM VALORES EXPERIMENTAIS..................... 209

BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 211

i

LI STA DE FI GURAS


Figura 1.1 - Laje-cogumelo............................................................................. 001
Figura 1.2 - Superfcie de runa....................................................................... 005
Figura 1.3 - Capitel......................................................................................... 006
Figura 1.4 - "Drop panel"........................................................................... 006
Figura 1.5 - Uso conjugado de "drop panel" e capitel....................................... 006
Figura 1.6 - Modos de runa observados por Nylander...................................... 010
Figura 1.7 - Variao da relao dos lados do pilar........................................... 013
Figura 1.8 - Mtodo dos Elementos de Contorno x Mtodo dos Elementos
Finitos............................................................................................ 015
Figura 1.9 - Laje-cogumelo nervurada ("waffle slab")...................................... 018
Figura 1.10 - Efeito da protenso......................................................................... 019
Figura 1.11 - Laje-cogumelo com vigas nas bordas.............................................. 019
Figura 1.12 - "Lift Slab"...................................................................................... 020


Figura 2.1 - Para carga de utilizao................................................................. 022
Figura 2.2 - Para carga de runa....................................................................... 022
Figura 2.3 - Rotao dos segmentos da laje..................................................... 022
Figura 2.4 - "Elementos-de-laje" (TAKEYA, 1981)........................................ 024
Figura 2.5 - Esforos atuantes em um "elemento-de-laje"................................. 024
Figura 2.6 - Variao da fora cortante............................................................ 024
Figura 2.7 - Superfcie de runa para casos simtricos...................................... 025
Figura 2.8 - Superfcie de runa para pilares de canto e borda ........................... 026
Figura 2.9 - Superfcies provveis de runa...................................................... 027
Figura 2.10 - Placa metlica................................................................................ 029
Figura 2.11 - Tipos de estribos............................................................................ 030
Figura 2.12 - Inclinao dos estribos................................................................... 030
Figura 2.13 - Detalhe da ancoragem dos ganchos................................................. 031
Figura 2.14 - Ancoragem dos estribos.................................................................. 031
Figura 2.15 - Barras dobradas............................................................................. 032
Figura 2.16 - "Shearheads"................................................................................. 033
Figura 2.17 - Detalhe dos conectores.................................................................. 034
Figura 2.18 - Ancoragem dos conectores............................................................. 035
ii

Figura 2.19 - Segmentos de perfis metlicos "I" .................................................. 035
Figura 2.20 - Superfcie de controle................................................................. 036
Figura 2.21 - Permetro...................................................................................... 037
Figura 2.22 - Altura........................................................................................... 037


Fig. 19.3.1 - Permetro crtico em pilares internos............................................. 039
Fig. 19.3.2 - Esquema dos esforos na ligao laje-pilar.................................... 041
Fig. 19.3.3 - Distribuio devida a um momento de transferncia da laje
ao pilar.......................................................................................... 041
Fig. 19.3.4 - Permetro crtico em pilares de borda............................................ 043
Figura extra 1 - Excentricidade do permetro crtico reduzido........................... 044
Fig. 19.3.5 - Permetro crtico em pilares de canto............................................ 045
Figura extra 2 - Esquema para se considerar cada borda livre........................... 046
Figura extra 3 - Esquema para clculo de W
P1
e de e*...................................... 047
Fig. 19.3.6 - Definio da altura til no caso de capitel..................................... 048
Fig. 19.3.7 - Permetro crtico no caso do contorno C apresentar reentrncia...... 048
Fig. 19.3.8 - Permetro crtico junto a abertura na laje....................................... 049
Figura extra 4 - Pilares prximos a bordas livres............................................... 049
Figura extra 5 - Definio de A
Sw
, referente a uma linha homottica ao pilar.... 053
Fig. 19.3.9 - Disposio da armadura de puno em planta............................... 054
Figura extra 6 - Permetro crtico externo
n
(disposio em cruz)................. 055
Fig. 19.3.10 - Disposio da armadura de puno em corte................................ 055
Figura extra 7 - Ancoragem.............................................................................. 056
Figura extra 8 - Armadura de puno para pilares de borda e de canto............ 057
Fig. 19.3.11 - Detalhe dos conectores................................................................ 057
Fig. 19.3.12 - Efeito favorvel dos cabos inclinados........................................... 059
Fig. 19.3.13 - Armadura contra colapso progressivo........................................... 060


Figura 4.1 - Geometria e momentos fletores..................................................... 062
Figura 4.2 - Armadura de flexo (unidades em cm)......................................... 062
Figura 4.3 - Notao (unidades em cm)............................................................ 063
Figura 4.4 - Disposio dos conectores (unidades em cm)................................ 065
Figura 4.5 - Esquema de clculo para
n
....................................................... 068
Figura 4.6 - Esquema de clculo para W
Pn
..................................................... 069
Figura 4.7 - Esquema de clculo para W'
Pn
..................................................... 070
iii

Figura 4.8 - Geometria e momentos fletores..................................................... 072
Figura 4.9 - Armadura de flexo (unidades em cm)......................................... 072
Figura 4.10 - Disposio dos conectores (unidades em cm)................................ 074
Figura 4.11 - Definio dos novos permetros crtico e crtico reduzido................ 077
Figura 4.12 - Esquema para clculo de
n
.......................................................... 078
Figura 4.13 - Esquema para clculo de e
n
*.......................................................... 080
Figura 4.14 - Esquema para clculo de W
P2n
..................................................... 080
Figura 4.15 - Geometria e momentos fletores...................................................... 082
Figura 4.16 - Armadura de flexo (unidades em cm)........................................... 082
Figura 4.17 - Notao para o clculo de e
x
*......................................................... 083
Figura 4.18 - Mudana da notao para o clculo de e
y
*................................... 084
Figura 4.19 - Disposio dos conectores............................................................... 086
Figura 4.20 - Novos permetros crtico e crtico reduzido adotados
(unidades em cm) ......................................................................... 088
Figura 4.21 - Segmentos do permetro crtico reduzido........................................ 090


Figura 5.1 - Considerao do permetro crtico para pilares alongados.............. 095
Figura 5.2 - Permetro crtico (unidades em cm)............................................... 096
Figura 5.3 - Valores aproximados de ............................................................. 097
Figura 5.4 - Armadura de puno efetiva......................................................... 099
Figura 5.5 - Momentos fletores m
Sdx
e m
Sdy
....................................................... 102
Figura 5.6 - Detalhamento da armadura para pilares de borda e de canto.......... 103
Figura 5.7 - Larguras efetivas das faixas analisadas.......................................... 104
Figura 5.8 - Novo permetro crtico................................................................. 107
Figura 5.9 - Permetro crtico para pilares de borda (unidades em cm)............. 108
Figura 5.10 - Armadura de puno efetiva........................................................... 110
Figura 5.11 - Faixas de laje efetivas..................................................................... 112
Figura 5.12 - Armadura complementar................................................................ 114
Figura 5.13 - Armadura para borda livre de uma laje.......................................... 114
Figura 5.14 - Novo permetro crtico................................................................... 116
Figura 5.15 - Permetro crtico para pilar de canto (unidades em cm).................. 117
Figura 5.16 - Armadura de puno efetiva........................................................... 119
Figura 5.17 - Detalhamento da armadura necessria para resistir a m
Sdx

e a m
Sdy
............................................................................................ 122
Figura 5.18 - Novo permetro crtico................................................................... 123
Figura 6.1 - Permetros crtico e crtico reduzido (unidades em cm).................. 135
iv

Figura 6.2 - Permetros crticos para pilares de canto....................................... 141
Figura 6.3 - Detalhes de ancoragem dados pelo CEB/90 ................................. 146


Figura 7.1 - Definio do permetro crtico b
o
................................................ 150
Figura 7.2 - Estribos....................................................................................... 152
Figura 7.3 - Distribuio adotada para as tenses de cisalhamento.................... 153
Figura 7.4 - Sees crticas externas regio armada (extradas do ACI 318/89).155
Figura 7.5 - Permetros crticos recomendados por
ANDRADE; GOMES (1994a)....................................................... 156
Figura 7.6 - Novo permetro crtico referente a momentos fletores.................... 156
Figura 7.7 - Superposio de efeitos (V
u
, M
x
, M
y
)......................................... 158
Figura 7.8 - Notao adotada para o clculo da tenso nominal atuante............. 159
Figura 7.9 - Permetro crtico U...................................................................... 162
Figura 7.10 - Permetro crtico U'....................................................................... 163
Figura 7.11 - Notao........................................................................................ 167
Figura 7.12 - Permetro crtico U........................................................................ 169
Figura 7.13 - Permetro crtico U'....................................................................... 169
Figura 7.14 - Notao........................................................................................ 172
Figura 7.15 - Permetro crtico U........................................................................ 176
Figura 7.16 - Permetro crtico U'....................................................................... 176


Figura 8.1 - Esquema do ensaio...................................................................... 182
Figura 8.2 - Distribuio da armadura e excentricidade da fora resultante........ 187
Figura 8.3 - Resultante no plano diagonal do pilar............................................ 190
Figura 8.4 - Resultante no plano paralelo borda livre .................................... 190
Figura 8.5 - Representao dos modelos......................................................... 194
Figura 8.6 - Distribuio e tipo dos conectores................................................ 197

v

LI STA DE TABELAS


TABELA 19.3.1 - Valores de K......................................................................... 040


TABELA 5.1 - Valores de
Rd
........................................................................ 097
TABELA 5.2 - Valores de
w
....................................................................... 100
TABELA 5.3 - Valores de .......................................................................... 103


TABELA 8.1 - MARTINELLI (1974) em valores absolutos............................... 182
TABELA 8.2 - MARTINELLI (1974) em valores relativos............................... 183
TABELA 8.3 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores absolutos.... 185
TABELA 8.4 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores relativos...... 185
TABELA 8.5 - TAKEYA (1981) em valores absolutos..................................... 187
TABELA 8.6 - TAKEYA (1981) em valores relativos....................................... 188
TABELA 8.7 - MODOTTE (1986) em valores absolutos................................ 190
TABELA 8.8 - MODOTTE (1986) em valores relativos................................... 191
TABELA 8.9 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores absolutos... 193
TABELA 8.10 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores relativos..... 193
TABELA 8.11 - LIBRIO (1985) em valores absolutos ................................... 194
TABELA 8.12 - LIBRIO (1985) em valores relativos...................................... 195
TABELA 8.13 - GOMES et al. (1994) em valores absolutos............................. 197
TABELA 8.14 - GOMES et al. (1994) em valores relativos.............................. 198
TABELA 8.15 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores
absolutos................................................................................. 200
TABELA 8.16 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores
relativos................................................................................... 200
TABELA 8.17 - GOMES (1991) em valores absolutos.................................... 201
TABELA 8.18 - GOMES (1991) em valores relativos...................................... 202

viii

LI STA DE S MBOLOS





A comprimento de um trecho do permetro crtico U;

A
c
rea da superfcie crtica definida segundo o ACI 318/89;

A
c
' rea da superfcie crtica, externa regio armada e calculada pelo
produto do permetro crtico U pela altura til d;

A
crit
rea da regio definida pelo EUROCODE N.2 e limitada pelo
permetro crtico u;

A
pilar
rea do pilar;

A
s
armadura de flexo inferior, que atravessa a projeo da rea em que
se aplica a reao de apoio;

A
Sw
rea da armadura de cisalhamento numa linha de armadura
homottica a C';

A
sy
rea do pino;

A
v
rea da armadura de puno dentro da distncia s;

B comprimento de um trecho do permetro crtico U;

C contorno do pilar ou da rea carregada;

C' contorno do permetro crtico ;

CR centro de rotao;

ix

C'
1
, C'
2
contornos das superfcies crticas a serem consideradas no caso da
ligao apresentar capitel ou "drop panel" ;

D dimetro do conector tipo pino;

D
a
comprimento do segmento a, multiplicado pela distncia do seu centro
de gravidade ao centro do pilar;

D
b
comprimento do segmento b, multiplicado pela distncia do seu centro
de gravidade ao centro do pilar;

D
c
comprimento do segmento c, multiplicado pela distncia do seu centro
de gravidade ao centro do pilar;

D
d
comprimento do segmento d, multiplicado pela distncia do seu centro
de gravidade ao centro do pilar;

D
e
comprimento do segmento e, multiplicado pela distncia do seu centro
de gravidade ao centro do pilar;

F
Sd
carga ou reao concentrada de clculo, definida pelo texto base
da NB-1/94; reao de apoio;

F
Sd,ef
reao de apoio majorada, de forma a se considerarem os efeitos de
uma eventual transferncia de momentos da laje para o pilar;

J
c
propriedade definida pelo ACI 318/89, anloga ao momento de inrcia
polar, relativo seo crtica;

J
x
, J
y
propriedades relacionadas seo crtica definida pelo ACI 318/89,
anlogas ao momento de inrcia polar e relacionadas a M
x
e a M
y
,
respectivamente;

J'
x
, J'
y
propriedades relacionadas ao permetro crtico U', anlogas ao
momento de inrcia polar e relacionadas a M
x
e a M
y
,
respectivamente;
x


K com relao ao texto base, K o coeficiente que fornece a parcela de
um momento fletor transmitida a um pilar interno por cisalhamento e
que tabelado em funo da relao c
1
/c
2
; com relao ao CEB/90, o
termo K foi definido para duas situaes diferentes: para pilares
internos, ele anlogo ao coeficiente K definido pelo texto base,
enquanto que, para pilares de borda, K anlogo ao coeficiente K
2
,
tambm definido pelo texto base, mas com uma diferena: enquanto
este depende da relao c
2
/2c
1
, aquele depende da relao c
1
/2c
2
;

K' coeficiente referente a um pilar interno, calculado de forma anloga
a K e utilizado para determinar a parcela de um momento fletor M'
Sd

a ser transmitida por cisalhamento;

K
1
coeficiente definido pelo texto base da NB-1/94, para pilares de borda
e de canto, em funo da relao c
1
/c
2
;

K
2
coeficiente definido pelo texto base da NB-1/94, para pilares de borda,
dado em funo da relao c
2
/2c
1
;

M
Sd
momento de clculo aplicado pela laje a um pilar interno, com relao
ao texto base e ao CEB/90; momento fletor definido pelo texto base,
referente a pilares de borda e de canto, como sendo igual subtrao
(M
Sd1
- M
Sd
*), devendo o resultado assumir um valor maior ou igual
a zero; momento fletor referente a pilares de borda e que atua na
direo paralela borda livre, definido conforme a recomendao
dada pelo CEB/90;

M'
Sd
momento fletor, referente a pilares internos, perpendicular a M
Sd
;

M
Sd
* momento de clculo resultante da excentricidade do permetro crtico
reduzido * em relao ao centro do pilar;

M
Sdn
(M
Sd1
- M
Sdn
*) 0;

xi

M
Sdn
* momento de clculo resultante da excentricidade do novo permetro
crtico reduzido
n
* em relao ao centro do pilar;
M
Sdx
momento fletor utilizado para dimensionar uma determinada faixa da
laje, segundo a direo x, conforme recomendao do
EUROCODE N.2;

M
Sdy
momento fletor utilizado para dimensionar uma determinada faixa da
laje, segundo a direo y, conforme recomendao do
EUROCODE N.2;

M
Sd1
momento de clculo definido pelo texto base e que atua no plano
perpendicular borda livre de pilares de borda e perpendicular
borda livre adotada para pilares de canto;

M
Sd2
momento de clculo referente a pilares de borda, definido pelo texto
base e que atua no plano paralelo borda livre;

M
u
momento fletor desbalanceado, definido pelo ACI 318/89;

M
x
, M
y
momentos fletores que atuam segundo as direes x e y,
respectivamente;

M
1d
, M
2d
momentos fletores definidos segundo a Figura 19.3.2, no captulo 3;

N
1d
, N
2d
foras concentradas definidas segundo a Figura 19.3.2, no captulo 3;

P
kinf,i
fora de protenso no cabo i;

P
r
carga total que atua na laje;

P
rd
capacidade de resistncia de uma laje sem armadura de puno;

P
Sd
reao de apoio do pilar, definida pelo CEB/90;

P
Sd,ef
reao de apoio majorada, de forma a se considerarem os efeitos de
uma eventual transferncia de momentos da laje para o pilar, definida
pelo CEB/90;
xii


R
c
fora resultante de compresso dada pelo concreto;
R
t
fora resultante de trao dada pela armadura;

U, U' permetros crticos externos regio transversalmente armada,
utilizados na aplicao das recomendaes dadas pelo ACI 318/89;

V fora concentrada;

V
Sd
reao de apoio do pilar;

V
u
, V
x
fora cortante; reao de apoio no pilar;

W
n,ef
parmetro referente ao novo permetro crtico u
n,ef
, relacionado
a M
Sd
;

W'
n,ef
parmetro referente ao novo permetro crtico u
n,ef;
, relacionado
a M'
Sd
;

W
P
mdulo de resistncia plstica do permetro crtico, definido pelo texto
base;

W'
P
mdulo de resistncia plstica calculada segundo a direo em que
atua M'
Sd
;

W
PC
mdulo de resistncia plstica do permetro crtico , referente a
pilares circulares internos;

W
Pn
mdulo de resistncia plstica calculada segundo a direo em que o
momento fletor M
Sd
atua e referente ao novo permetro crtico
n
,
externo regio armada;

W'
Pn
mdulo de resistncia plstica calculada segundo a direo em que o
momento fletor M'
Sd
atua e referente ao novo permetro crtico
n
,
externo regio armada;


xiii



W
Pna
comprimento do segmento a do novo permetro crtico, multiplicado
pela distncia entre o seu centro de gravidade e o eixo que passa pelo
centro do pilar e que perpendicular direo na qual o momento
fletor M
Sd
atua;

W'
Pna
produto do comprimento do segmento a, referente ao novo permetro
crtico, pela distncia entre o centro de gravidade deste segmento e o
eixo perpendicular direo na qual o momento fletor M'
Sd
atua e que
passa pelo centro do pilar;

W
Pnb
comprimento do segmento b do novo permetro crtico, multiplicado
pela distncia entre o seu centro de gravidade e o eixo que passa pelo
centro do pilar e que perpendicular direo na qual o momento
fletor M
Sd
atua;

W'
Pnb
produto do comprimento do segmento b, referente ao novo permetro
crtico, pela distncia entre o centro de gravidade deste segmento e o
eixo perpendicular direo na qual o momento fletor M'
Sd
atua e que
passa pelo centro do pilar;

W
Pnc
comprimento do segmento c do novo permetro crtico, multiplicado
pela distncia entre o seu centro de gravidade e o eixo que passa pelo
centro do pilar e que perpendicular direo na qual o momento
fletor M
Sd
atua;

W'
Pnc
produto do comprimento do segmento c, referente ao novo permetro
crtico, pela distncia entre o centro de gravidade deste segmento e o
eixo perpendicular direo na qual o momento fletor M'
Sd
atua e que
passa pelo centro do pilar;

W
Pnd
comprimento do segmento d do novo permetro crtico, multiplicado
pela distncia entre o seu centro de gravidade e o eixo que passa pelo
centro do pilar e que perpendicular direo na qual o momento
fletor M
Sd
atua;

xiv



W'
Pnd
produto do comprimento do segmento d, referente ao novo permetro
crtico, pela distncia entre o centro de gravidade deste segmento e o
eixo perpendicular direo na qual o momento fletor M'
Sd
atua e que
passa pelo centro do pilar;

W
Pn1x
mdulo de resistncia plstica, calculado pelo permetro
n
e referente
a um pilar de canto, ignorando-se a borda livre paralela ao eixo x;

W
Pn1y
mdulo de resistncia plstica, calculado pelo permetro
n
e referente
a um pilar de canto, ignorando-se a borda livre paralela ao eixo y;

W
P1
mdulo de resistncia plstica perpendicular borda livre, calculado
pelo permetro , para pilares de borda e de canto;

W
P1x
mdulo de resistncia plstica, calculado pelo permetro e referente
a um pilar de canto, ignorando-se a borda livre paralela ao eixo x;

W
P1y
mdulo de resistncia plstica, calculado pelo permetro e referente
a um pilar de canto, ignorando-se a borda livre paralela ao eixo y;

W
P1n
mdulo de resistncia plstica perpendicular borda livre, calculado
pelo novo permetro crtico
n
, referente a pilares de borda;

W
P2
mdulo de resistncia plstica na direo paralela borda livre,
calculado pelo permetro , referente a pilares de borda;

W
P2n
mdulo de resistncia plstica paralela borda livre, calculado pelo
novo permetro crtico
n
, referente a pilares de borda;

W
P2a
produto do comprimento do segmento a do novo permetro
crtico
n
, pela distncia entre o centro de gravidade desse segmento
e o eixo perpendicular borda livre e que passa pelo centro do pilar;

xv

W
P2b
produto do comprimento do segmento b do novo permetro
crtico
n
, pela distncia entre o centro de gravidade desse segmento
e o eixo perpendicular borda livre e que passa pelo centro do pilar;

W
P2c
produto do comprimento do segmento c do novo permetro
crtico
n
, pela distncia entre o centro de gravidade desse segmento
e o eixo perpendicular borda livre e que passa pelo centro do pilar;

W
P2d
produto do comprimento do segmento d do novo permetro
crtico
n
, pela distncia entre o centro de gravidade desse segmento
e o eixo perpendicular borda livre e que passa pelo centro do pilar;

W
P2e
produto do comprimento do segmento e do novo permetro
crtico
n
, pela distncia entre o centro de gravidade desse segmento
e o eixo perpendicular borda livre e que passa pelo centro do pilar;

W
1
parmetro do permetro crtico, definido pelo CEB/90 e calculado em
relao a u
1
, anlogos ao mdulo de resistncia plstica W
P
para o
caso de pilares internos e a W
P2
, quando referente a pilares de borda;

W'
1
parmetro calculado em funo do permetro crtico u
1
, definido pelo
CEB/90, anlogo ao mdulo de resistncia plstico W'
P
;

a comprimento de um trecho do permetro crtico reduzido *, referente
a um pilar de borda, definido segundo o texto base; maior lado do
pilar, definido segundo o EUROCODE N.2;

a
1
dimenso de um trecho do permetro crtico reduzido *, paralelo a c
1

e referente a um pilar de canto; lado de um pilar interno paralelo
direo de um cabo i, conforme Fig. 19.3.12; comprimento efetivo de
um trecho do permetro crtico u, definido pelo EUROCODE N.2,
paralelo ao maior lado do pilar;

a'
1
trecho do novo permetro crtico reduzido
n
*, paralelo ao lado c'
1
e
referente a pilares de canto;

xvi

a
2
dimenso de um trecho do permetro crtico reduzido *, referente a
um pilar de canto;

a'
2
trecho do novo permetro crtico reduzido
n
*, paralelo ao lado c'
2
e
referente a pilares de canto;
b lado de um pilar interno, perpendicular direo de um cabo i,
conforme Fig. 19.3.12; menor lado do pilar, definido segundo o
EUROCODE N.2;

b
o
comprimento do permetro crtico definido pelo ACI 318/89,
localizado a d/2 do contorno do pilar;

b
1
comprimento efetivo de um trecho do permetro crtico u, definido
pelo EUROCODE N.2, paralelo ao menor lado do pilar; comprimento
da seo crtica definida pelo ACI 318/89, na direo do vo para o
qual o momento fletor foi determinado ou, conforme o caso, paralelo
ao eixo x;

b'
1
dimenso da seo crtica U' externa regio armada e paralela ao
eixo x;

b
2
comprimento da seo crtica definida pelo ACI 318/89, medida na
direo perpendicular a b
1
;

b'
2
dimenso da seo crtica U' externa regio armada e paralela ao
eixo y;

c comprimento do lado de um pilar de borda ou canto; comprimento do
lado de um pilar interno quadrado;

c
AB
distncia do eixo c-c, paralelo ao eixo y e que passa pelo centride da
seo crtica definida pelo ACI 318/89, at a face AB;

c
A'B'
distncia do eixo c-c, paralelo ao eixo y e que passa pelo centride da
seo crtica sugerida para a verificao da regio alm da
transversalmente armada, at a face A'B';
xvii


c
AD
distncia do eixo c'-c', paralelo ao eixo x e que passa pelo centride
da seo crtica definida pelo ACI 318/89, at a face AD;

c
A'D'
distncia do eixo c'-c', paralelo ao eixo x e que passa pelo centride
da seo crtica sugerida para a verificao da regio alm da
transversalmente armada, at a face A'D';

c
CB
distncia do eixo c'-c', paralelo ao eixo x e que passa pelo centride
da seo crtica definida pelo ACI 318/89, at a face CB;

c
C'B'
distncia do eixo c'-c', paralelo ao eixo x e que passa pelo centride
da seo crtica sugerida para a verificao da regio alm da
transversalmente armada, at a face C'B';

c
CD
distncia do eixo c-c, paralelo ao eixo y e que passa pelo centride da
seo crtica definida pelo ACI 318/89, at a face CD;

c
C'D'
distncia do eixo c-c, paralelo ao eixo y e que passa pelo centride da
seo crtica sugerida para a verificao da regio alm da
transversalmente armada, at a face C'D';

c
x
dimenso de um pilar paralela borda livre;

c
y
dimenso de um pilar perpendicular a c
x
;

c
1
comprimento do lado de um pilar interno, paralelo excentricidade da
carga ou, conforme o caso, paralelo ao eixo x; comprimento do lado
de um pilar de borda perpendicular borda livre da laje; comprimento
do lado de um pilar de canto, perpendicular borda livre adotada, ou
paralelo ao eixo x, conforme o caso;

c'
1
lado de um pilar de canto paralelo ao eixo x;

c
2
dimenso do pilar perpendicular a c
1
;

xviii

c'
2
lado de um pilar de canto paralelo ao eixo y;


d altura til; altura til a ser considerada no permetro definido pelo
contorno C'
2
, definido pelo texto base;

d
a
altura til da laje a ser considerada no permetro C'
1
, definido pelo
texto base;
d
c
altura til da laje na face do pilar;

d
x
, d
y
alturas teis segundo duas direes ortogonais definidas atravs dos
eixos x e y;

d comprimento infinitesimal no permetro crtico, utilizado na definio
de W
1
;

e distncia entre de o eixo sobre o qual atua o momento fletor M
Sd
,
que, por sua vez, passa pelo centro do pilar;

e* excentricidade do permetro crtico reduzido *, em relao ao
centro do pilar, definido tanto para pilares de borda como para pilares
de canto;

e
n
* excentricidade do novo permetro crtico reduzido
n
*, referente a
pilares de borda, dada em relao ao centro do pilar;

e
x
* excentricidade do permetro crtico reduzido *, referente a um pilar
de canto, ignorando-se a borda livre paralela ao eixo x;

e
xn
* excentricidade do novo permetro crtico reduzido
n
* em relao ao
centro do pilar, para pilar de canto, ignorando-se a borda livre paralela
ao eixo x;

e
y
* excentricidade do permetro crtico reduzido *, para pilar de canto,
ignorando-se a borda livre paralela ao eixo y;

xix

e
yn
* excentricidade do novo permetro crtico reduzido
n
* em relao ao
centro do pilar, para pilar de canto, ignorando-se a borda livre paralela
ao eixo y;

f
c
' resistncia compresso do concreto, definida pelo ACI 318/89;

f
cd


resistncia de clculo do concreto compresso;

f
cd2
parmetro definido pelo CEB/90, utilizado na verificao da regio
adjacente ao pilar;

f
ck
resistncia caracterstica do concreto compresso;

f
y
tenso de escoamento da armadura de puno, definido pelo
ACI 318/89;

f
yd
tenso de escoamento da armadura de flexo, definida pelo texto base
e pelo CEB/90; tenso de escoamento da armadura de puno,
definida pelo EUROCODE N.2;

f
ywd
resistncia de clculo da armadura de cisalhamento, definida pelo
texto base e pelo CEB/90;

h espessura da laje;

j distncia entre a face do pilar e o novo permetro crtico
n
;

k coeficiente definido pelo EUROCODE N.2, dado em funo da altura
til;

k
c
, k
s
coeficientes dados em PINHEIRO (1993), utilizados para dimensionar
uma determinada faixa da laje flexo;

vo dos painis quadrados adjacentes ao pilar;

' comprimento de um segmento do permetro crtico externo regio
armada;
xx

x
;
y
vos das lajes segundo as direes x e y, respectivamente;


m
Sdx
; m
Sdy
momentos fletores mnimos, dados por unidade de largura e definidos
pelo EUROCODE N.2, que precisam ser resistidos de forma a se
garantir que os valores referentes resistncia da ligao, definidos
pelo EUROCODE N.2 possam ser alcanados;

n distncia circunferencial entre os conectores mais externos; nmero
total de espaamentos radiais em uma linha de armadura de puno;

p carga uniformemente distribuda;

r raio de um pilar circular interno;

r
r
raio da circunferncia que representa a linha de inflexo dos
momentos fletores negativos nos "elementos-de-laje", que
representam a regio prxima ao pilar (aproximadamente igual a
0,22);

s espaamento da armadura de puno, definida pelo ACI 318/89 e no
podendo ser superior a d/2;

s
o
distncia entre a face do pilar e a camada mais interna da armadura de
puno;

s
r
espaamentos radiais entre linhas de armadura de cisalhamento, no
maiores que 0,75d;

u permetro crtico localizado a 1,5d do contorno do pilar, definido pelo
EUROCODE N.2;

u' novo permetro crtico, externo regio armada e utilizado na
verificao baseada nas recomendaes do EUROCODE N.2;

xxi

u
o
permetro definido pelo CEB/90 e utilizado na verificao da regio
adjacente ao pilar;

u
1
comprimento do permetro crtico definido pelo CEB/90, anlogo a ;

u
1
* permetro crtico reduzido, definido pelo CEB/90, anlogo a *;
u
n,ef
novo permetro crtico localizado a 2d da regio armada, adotado pelo
CEB/90 e anlogo a
n
;

u
n,ef
* novo permetro crtico reduzido, definido pelo CEB/90 e anlogo
a
n
*;

v
A
tenso nominal atuante, referente ao canto A da superfcie crtica
definida segundo o ACI 318/89;

v'
A
tenso nominal atuante, relacionada ao canto A' do permetro crtico
U';

v
AB
tenso nominal atuante na face AB da seo crtica, definida, por sua
vez, pelo ACI 318/89, referente a pilares internos e de borda;

v
B
tenso nominal atuante, referente ao canto B da superfcie crtica
definida segundo o ACI 318/89;

v'
B
tenso nominal atuante, relacionada ao canto B' do permetro crtico
U';

v
c
resistncia obtida atravs da contribuio do concreto, conforme
definio feita pelo ACI 318/89;

v
CD
tenso nominal atuante na face CD da seo crtica, definida, por sua
vez, pelo ACI 318/89, referente a pilares internos e de borda;

v
D
tenso nominal atuante, referente ao canto D da superfcie crtica
definida segundo o ACI 318/89;

xxii

v'
D
tenso nominal atuante, relacionada ao canto D' do permetro crtico
U';

v
n
tenso nominal resistente, definida pelo ACI 318/89;

v
r
fora cortante linearmente distribuda;

v
Rd1
esforo resistente de clculo, definido pelo EUROCODE N.2 e dado
por unidade de comprimento do permetro crtico u, referente a uma
laje sem armadura de puno;
v
Rd2
resistncia de clculo mxima, definida pelo EUROCODE N.2 e dada
por unidade de comprimento do permetro crtico u;

v
Rd3
resistncia de clculo definida pelo EUROCODE N.2 e dada por
unidade de comprimento do permetro crtico u, para lajes com
armadura de puno;

v
s
contribuio da armadura de puno na resistncia da ligao, dada
segundo as recomendaes do ACI 318/89;

v
Sd
esforo cortante de clculo, definido pelo EUROCODE N.2, dado por
unidade de comprimento de um permetro crtico u, localizado a 1,5d
do contorno do pilar;

v'
Sd
esforo cortante de clculo que atua ao longo do permetro crtico u'
que, por sua vez, utilizado na verificao mencionada pelo
EUROCODE N.2, referente regio localizada alm da regio
transversalmente armada;

v
u
tenso nominal atuante, definida pelo ACI 318/89;

v
u
' tenso nominal atuante, utilizada na verificao da regio externa
regio transversalmente armada, baseada nas recomendaes do
ACI 318/89;

v
u,max
mxima tenso nominal atuante;

xxiii

v'
u,max
mxima tenso nominal atuante, referente superfcie crtica externa
regio armada que por sua vez, definida com base nas
recomendaes do ACI 318/89;

x posio de um ponto, em relao ao eixo de um pilar; distncia entre a
linha de armadura mais prxima do canto do pilar e este canto; eixo de
referncia;

x' distncia entre a linha de conectores mais prxima do canto do pilar
at o eixo paralelo ao lado c
1
e que passa pelo centro do pilar;
y eixo de referncia, perpendicular ao eixo de referncia x;

y' distncia entre a linha de conectores mais prxima do canto do pilar
at o eixo paralelo ao lado c
2
e que passa pelo centro do pilar;

z brao de alavanca dos momentos internos;

com base na Figura 2.3, a inclinao da fissura diagonal interna;
ngulo de inclinao entre o eixo da armadura de cisalhamento e o
plano mdio da laje, definido segundo o texto base, o CEB/90 e o
EUROCODE N.2; ngulo entre duas linhas de conectores, utilizado
na definio do permetro crtico U;

i
inclinao do cabo i em relao ao plano da laje no contorno
considerado;

s
coeficiente utilizado pelo ACI 318/89;

coeficiente definido pelo EUROCODE N.2, que leva em conta os
efeitos da excentricidade da carga; coeficiente utilizado pelo CEB/90
para definir a distncia entre a camada mais interna da armadura e a
face do pilar; ngulo utilizado na definio do permetro crtico U;

c
coeficiente que representa a razo entre os lados mais longo e mais
curto do pilar, definido pelo ACI 318/89;

xxiv

coeficiente de minorao da resistncia da ligao, definido pelo
ACI 318/89;

c
coeficiente de minorao da resistncia do concreto;

v


coeficiente definido segundo o ACI 318/89 que fornece a parcela do
momento fletor a ser transferida pela excentricidade da fora cortante;



x
,
y

coeficientes dados pelo ACI 318/89 e que definem as parcelas dos
momentos fletores M
x
e M
y
, respectivamente, a serem transferidas
pela excentricidade da fora cortante, sendo calculadas em funo de
b
1
e de b
2
;

'
x
, '
y

coeficientes dados pelo ACI 318/89 e que definem as parcelas dos
momentos fletores M
x
e a M
y
, respectivamente, a serem transferidas
pela excentricidade da fora cortante, sendo calculadas em funo de
b'
1
e de b'
2
;

ngulo definido na Figura extra 6, utilizado no clculo de
n
, que, por
sua vez, refere-se a uma disposio dos conectores em cruz;
coeficiente definido pelo EUROCODE N.2;

permetro crtico definido pelo texto base, localizado a 2d da rea de
aplicao da carga, no plano da laje; permetro definido pelo texto
base, a ser utilizado na verificao da compresso no concreto;
permetro crtico ou permetro crtico reduzido, referente a pilares de
borda ou canto, conforme a formulao definida no item 19.2.5B do
texto base;

* permetro crtico reduzido, definido pelo texto base;

n
permetro crtico referente a uma disposio dos conectores em cruz,
externo regio armada; novo permetro crtico, localizado a 2d alm
xxv

da ltima camada de armadura, definido com base nas recomendaes
do texto base;

n
* novo permetro crtico reduzido, definido externamente regio
armada, utilizado na verificao baseada nas recomendaes do texto
base;

ngulo definido na Figura extra 6, utilizado no clculo de
n
, que,
por sua vez, refere-se a uma disposio dos conectores em cruz;

coeficiente mencionado pelo texto base;

,
1
taxa de armadura de flexo;

x
,
y
taxas de armadura segundo as direes x e y;

'
x
, '
y
taxas de armadura obtidas atravs do dimensionamento de
determinadas faixas da laje, utilizadas para resistir a m
sdx
e m
sdy
,
respectivamente;

w
taxa de armadura transversal mnima, definida pelo EUROCODE N.2;

Pd
tenso devida ao efeito dos cabos de protenso inclinados que
atravessam o contorno considerado e passam a menos de d/2 do pilar;

Rd
tenso resistente de clculo definida pelo texto base; tenso nominal
resistente definida pelo CEB/90; coeficiente definido pelo
EUROCODE N.2, fornecido atravs da tabela 5.1;

Rd1
tenso resistente de clculo, definida pelo texto base;

Rd2
parmetro definido pelo texto base como sendo igual ao produto f
cd
;

Sd,ef

Sd
-
Pd


xxvi

Sd
tenso atuante de clculo definida pelo texto base; tenso nominal de
cisalhamento definida pelo CEB/90;

Sdn
nova tenso atuante de clculo, referente ao novo permetro crtico,
externo regio armada, utilizada na verificao baseada nas
recomendaes do texto base;

Sdnx
nova tenso atuante de clculo, relacionada ao novo permetro crtico

n
*, referente a pilares de canto e ignorando-se a borda livre paralela
ao eixo x;

Sdny
nova tenso atuante de clculo, relacionada ao novo permetro crtico

n
*, referente a pilares de canto e ignorando-se a borda livre paralela
ao eixo y;

Sdx
,
Sdy
tenses atuantes de clculo, relativas a pilares de canto, ignorando-se,
respectivamente, as bordas livres paralelas aos eixos x e y;

coeficiente definido pelo CEB/90 e calculado em funo da altura til;

ngulo de rotao;

1/r curvatura da laje;

A
Sw
somatria das reas dos conectores, localizados dentro da regio
limitada pelo permetro crtico u que, por sua vez, definido pelo
EUROCODE N.2.
xxvi

RESUMO


MELGES, J.L.P (1995) Puno em lajes: exemplos de clculo e anlise terico-
experimental. So Carlos, 217p. Dissertao (mestrado) - Escola de Engenharia
de So Carlos. Universidade de So Paulo.

Atualmente, alguns cdigos como o CEB/90 e o texto base da
NB-1/94 (ainda em fase de apreciao pelo meio tcnico) tm apresentado inovaes
com relao verificao da resistncia puno. Fez-se ento, neste trabalho, uma
anlise do texto base da NB-1/94 referente puno, comparando suas
recomendaes com algumas das fornecidas pelo CEB/90. Observou-se uma certa
divergncia entre os dois cdigos com relao a pilares de borda e de canto,
fornecendo o CEB/90 um tratamento mais simplificado para essas duas situaes.
Alm disso, observa-se que, ao contrrio do CEB/90, o texto base no menciona as
seguintes recomendaes: utilizao de uma armadura a ser disposta ao longo das
bordas livres da laje, destinada a combater esforos de toro, e limitao da
resistncia do concreto em 50 MPa para essas verificaes. Observou-se, ainda, uma
omisso desses dois cdigos com relao situao de pilares internos submetidos a
momentos fletores atuando em duas direes diferentes. Sugere-se, ainda, ao texto
base, a incluso de expresses que visem a facilitar e agilizar a sua aplicao. Aps
essa anlise, foram apresentados exemplos de clculo para pilares internos, de borda
e de canto, tanto com como sem armadura de puno, verificados segundo as
recomendaes do texto base da NB-1/94, do EUROCODE N.2, do CEB/90 e do
ACI 318/89. Por fim, comparam-se resultados experimentais com valores dados por
estes cdigos, visando determinar suas respectivas eficincias frente a alguns
parmetros, tais como, por exemplo, a presena de armadura transversal ou a relao
entre os lados do pilar. Verifica-se que a utilizao de armaduras de combate
puno pode elevar substancialmente o valor da resistncia da ligao, alm de
torn-la mais dctil. As observaes referentes comparao entre os valores
fornecidos atravs de ensaios e os dados pelos cdigos devem ser levadas em
considerao apenas como uma indicao de seus respectivos comportamentos,
necessitando-se de mais dados para uma afirmao mais conclusiva.

Palavras-chave: Lajes (concreto armado); Puno; Dimensionamento.





1 I NTRODUO


1.1 GENERALI DADES


Lajes-cogumelo, pavimentos sem vigas, tabuleiros planos, lajes planas
e lajes lisas so alguns nomes que podem ser utilizados para definir um sistema
estrutural constitudo por lajes de concreto armado, pr-moldadas ou no,
protendidas ou no, que estejam diretamente apoiadas e rigidamente ligadas em
pilares (Figura 1.1).


a) Vista em perspectiva

A A


b) Planta c) Corte A-A
Figura 1.1 - Laje-cogumelo
2
Um dos principais problemas que afetam as lajes-cogumelo a
puno. A existncia de vrios parmetros envolvidos faz da puno um problema
complexo. Apesar de diversos mtodos terem sido desenvolvidos, nenhum deles, at
agora, obteve uma aceitao completa. importante frisar que a maioria desses
critrios de clculo se baseia em resultados experimentais.

Atualmente, atravs de pesquisas recentes sobre o assunto,
importantes recomendaes tm sido apresentadas. o caso do CEB/90 e do texto
base da NB-1/94, ainda em fase de elaborao.

Portanto, foi observada a necessidade de um trabalho que tratasse da
puno, mais voltado para aspectos de projeto e de acordo com as recentes
modificaes introduzidas nas normas nacionais e internacionais.



1.2 OBJ ETI VOS


Este trabalho apresenta dois objetivos principais. O primeiro o de
comparar resultados de ensaios experimentais com algumas das principais normas e
tambm com alguns mtodos de clculo no normalizados, de forma a se obter
informaes que permitam uma anlise sobre a eficincia dos mtodos apresentados.

J o segundo objetivo o de analisar uma metodologia para a
verificao da resistncia da ligao laje-pilar puno, baseada nas verses do
CEB/90 e do texto base da NB-1/94, contando com a apresentao de exemplos e de
algumas disposies construtivas mais frequentemente utilizadas.



1.3 PLANEJ AMENTO


No captulo 1 faz-se uma breve descrio e apresentao do sistema
estrutural denominado laje-cogumelo, explicando-se o porqu desta terminologia e
fazendo-se um histrico do desenvolvimento deste sistema.
3
Ainda neste captulo apresentam-se algumas das principais vantagens
e desvantagens das lajes-cogumelo e a possibilidade de sua associao com outros
sistemas estruturais.


O captulo 2 apresenta um estudo mais detalhado sobre o fenmeno da
puno. Primeiramente apresentada a sua definio e quais os principais
parmetros envolvidos. A seguir, mostrado como alguns destes parmetros podem
ser utilizados para aumentar a resistncia da ligao laje-pilar. Faz-se tambm uma
breve descrio dos principais fatores que influenciam a superfcie de runa. Por fim,
so mencionados modelos de clculo utilizados para a verificao da puno.


No captulo 3 apresentado o texto base da NB-1/94, intercalado com
algumas sugestes e observaes.


O captulo 4 contm exemplos de clculo constitudos por ligaes da
laje com pilares internos, de borda e de canto, com e sem armadura de puno. As
recomendaes utilizadas na verificao destes exemplos foram as do texto base.


No captulo 5 so apresentados os mesmos exemplos dados no
captulo 4, s que agora verificados com base nas recomendaes do
EUROCODE N.2 (1992).


O captulo 6 contm os mesmos exemplos mostrados nos captulos 4
e 5, verificados aqui com base nas recomendaes do CEB/90.


No captulo 7 so apresentados os mesmos exemplos dos captulos
anteriores, s que agora verificados com base nas recomendaes do ACI 318/89.


4
O captulo 8 contm comparaes de resultados experimentais com
valores dados conforme as recomendaes do texto base, do CEB/90, do ACI 318/89
e do EUROCODE N.2 (1992).


No captulo 9 so apresentadas as concluses e sugestes para o
prosseguimento de pesquisas referentes puno em lajes.


Por fim, apresentada a bibliografia.



1.4 TI POS DE RU NA


Conforme BRANCO (1989), a runa das lajes-cogumelo pode ocorrer
atravs de trs maneiras: flexo, puno e flexo associada puno.


1.4.1 RUNA POR FLEXO

A runa por flexo pode se dar pelo esmagamento do concreto
comprimido ou pela deformao plstica excessiva da armadura de trao.
Geralmente, os elementos submetidos flexo so projetados para que a runa ocorra
com escoamento do ao, caracterizando, desta forma, uma runa do tipo dctil.


1.4.2 RUNA POR PUNO

Na runa por puno, sendo a fora cortante predominante, a laje se
rompe antes que a capacidade resistente de flexo seja atingida, provocando uma
runa abrupta que, por no fornecer qualquer aviso prvio, extremamente perigosa.




5
1.4.3 RUNA POR FLEXO ASSOCIADA PUNO

Para este caso especfico, tanto o momento fletor quanto a fora
cortante tm ao significativa na runa da ligao que, influenciada pelo momento
fletor, apresenta ductilidade, ou seja, capacidade para grandes deformaes.


1.4.4 COMPORTAMENTO NA PUNO

A runa por puno ocorre nas regies prximas a foras concentradas
ou a pequenas reas carregadas, como o caso da ligao laje-pilar. Esta forma de
runa se caracteriza pelo deslocamento vertical da laje ao longo de uma superficie
tronco-cnica, cujas geratrizes possuem inclinao de aproximadamente 30
o
em
relao ao plano mdio da laje (Figura 1.2). Outro fator importante o da armadura
de flexo no atingir o seu limite de escoamento, sendo, portanto, uma runa do tipo
frgil. Esta superfcie pode ainda ser modificada em funo de fatores que sero
vistos no captulo 2.





Figura 1.2 - Superfcie de runa

6
1.5 USO DE CAPI TI S


Para garantir a segurana e diminuir as tenses de cisalhamento nas
ligaes, o uso de capitel era comum no incio da utilizao das lajes-cogumelo.

Capitel um engrossamento da seo transversal do pilar, prximo
sua ligao com a laje, conforme mostrado na Figura 1.3. Segundo TAKEYA (1981),
a inclinao das geratrizes do capitel em relao horizontal deve estar
entre 1:6 (9,46
O
) e 1:8 (7,12
O
).

Pode-se ainda aumentar a espessura da laje na regio da ligao. Esse
engrossamento geralmente chamado de baco ou pastilha. No entanto, na falta de
um consenso, optou-se por utilizar a sua nomenclatura internacional de "drop panel"
(Figura 1.4). comum utilizar-se como espessura do "drop panel" a mesma
espessura da laje.


Capitel

"Drop panel"
Figura 1.3 - Capitel Figura 1.4 - "Drop panel"

Outra opo a utilizao combinada de capitel com
"drop panel" (Figura 1.5).

Capitel
"Drop panel"

Figura 1.5 - Uso conjugado de "drop panel" e capitel

Do ponto de vista econmico, o uso de pequenos "drop panels"
apresenta um menor custo de formas em relao ao uso de capitis.
7
Como o uso de capitis e de "drop panels" fizesse os edifcios se
assemelharem a cogumelos, vem da a sua denominao. Com a evoluo deste
sistema estrutural e dos seus mtodos de clculo, os capitis e os "drop panels" esto
sendo cada vez menos utilizados em decorrncia das grandes vantagens de se obter
tetos planos. Em seu lugar tm sido usadas armaduras especficas de combate
puno que, alm de aumentar a resistncia da ligao laje-pilar, fornece-lhe maior
ductilidade. Os termos armadura de cisalhamento, armaduras transversais e
armaduras de combate puno sero utilizados indistintamente daqui em diante.

Nos Estados Unidos, h uma diferena entre os termos utilizados para
definir lajes-cogumelo com capitis ou "drop panels" e lajes-cogumelo sem capitis:

* flat plate para lajes com teto plano;
* flat slab para lajes com capitis ou com "drop panels".

No Brasil, j existe uma tendncia a que se denominem de lajes-
cogumelo apenas as lajes que apresentem "drop panels" ou capitis. Para as outras, a
notao a ser utilizada seria a de lajes lisas ou planas. O termo "lisa", no caso, indica
que a superfcie da laje no apresenta ressaltos. No entanto, como ainda no h um
consenso, optou-se, neste trabalho, por se adotar o termo "laje-cogumelo" como
sendo a definio de qualquer sistema estrutural onde as lajes estejam diretamente
apoiadas em pilares.



1.6 HI STRI CO


As lajes-cogumelo surgiram nos Estados Unidos em 1905, atravs da
iniciativa pioneira de TURNER
1
apud TAKEYA (1981).




1
TURNER, C. A. P. (1905) Discussion of reinforced concrete warehouse for northwest knitting co.
Minneapolis. Engineering News, v.54, n.15, p.383 apud TAKEYA, T. (1981) Estudo
experimental da runa de ligaes laje -pilar em bordas de lajes -cogumelo. So Carlos.
Dissertao (mestrado), EESC-USP.
8
Seu mtodo de clculo causou uma enorme polmica entre os
especialistas da poca, devido ao fato de existirem grandes variaes entre as taxas
de armadura obtidas por ele e as relativas a outros mtodos.

Sendo assim, alguns edifcios construdos por Turner acabaram sendo
submetidos a provas de carga e apresentaram um desempenho considerado
satisfatrio. O fato que, com a construo de edifcios em Moscou (1908) e em
Zurique (1910), a tcnica acabou por se difundir ao redor do mundo.

No entanto, em 1911, a utilizao indevida deste sistema estrutural
provocou um desabamento em Indianpolis, nos Estados Unidos, que resultou na
morte de nove pessoas e ferimentos graves em outras vinte. Verificou-se ento a
necessidade de se conhecer melhor o comportamento deste sistema estrutural, de
modo a obter formas de se projetar com segurana e economia.

TALBOT
2
apud TAKEYA (1981) foi quem iniciou os estudos do
fenmeno da puno, tendo ensaiado 197 sapatas sem armadura de cisalhamento e
observado a runa por puno em vinte delas.

J GRAF
3
apud TAKEYA (1981) mostrou, atravs de ensaios de lajes
sob cargas concentradas, que o aumento da resistncia do concreto influenciava
muito pouco a resistncia fora cortante, provavelmente devido ao fato dos
esforos de flexo provocarem fissuras na seo resistente.

RICHART (1948) atravs de ensaios de sapatas, observou, assim
como Talbot, que o aumento das taxas de armadura eram responsveis por
acrscimos de resistncia da pea puno.



2
TALBOT, A. N. (1913) Reinforced concrete wall footings and column footings. University of
Illinois, Engineering Experiment Station. Bull. n.67, 114p. apud TAKEYA, T. (1981) Estudo
experimental da runa de ligaes laje -pilar em bordas de lajes -cogumelo. So Carlos.
Dissertao (mestrado), EESC-USP.

3
GRAF, O. (1933) Tests of reinforced concrete slabs under concentrated load applied near one
support (Versuche ber die wiederstandsfhigkeit von eisenbetonplatten unter konzentrierter
last nahe einem auflager), Deutscher Ausschuss fr Eisenbeton, Berlim, n.73, p.28 apud
TAKEYA, T. (1981) Estudo experimental da runa de ligaes laje-pilar em bordas de
lajes-cogumelo. So Carlos. Dissertao (mestrado), EESC-USP.
9
No entanto, a primeira tentativa de quantificar a influncia da
resistncia flexo na resistncia fora cortante foi feita por
HOGNESTAD (1953), ao analisar ensaios de Richart.

Aps novos ensaios que confirmaram a influncia observada por
Talbot e Richart, Hognestad, juntamente com ELSTNER (1956), alterou a sua
prpria frmula proposta anteriormente. Tambm foi deles a primeira proposta para
o clculo da contribuio da armadura de puno na resistncia da ligao. Este
acrscimo de resistncia seria quantificado atravs da adio de um termo
independente na equao utilizada para o clculo da resistncia de ligaes laje-pilar
sem armadura de puno.

Aps ensaios de lajes, MOE (1961) props uma formulao
semelhante dada por Hognestad e Elstner com relao forma de se quantificar o
acrscimo de resistncia devido presena de armadura de puno nas ligaes. Moe
tambm foi um dos primeiros a analisar os casos assimtricos, caracterizados por
pilares de borda, canto e pilares internos com carregamentos assimtricos. Estes
casos se caracterizam basicamente pela transferncia de momentos da laje para o
pilar.

KINNUNEN; NYLANDER
4
, KINNUNEN
5
e NYLANDER
6
apud
TAKEYA (1981), aps o ensaio de vrias lajes circulares com pilar central,
propuseram um modelo mecnico cujo clculo considera a influncia da flexo e da
fora cortante em conjunto. Neste modelo, que a base do Regulamento Sueco com
respeito puno, a carga de runa determinada atravs do equilbrio entre esforos
internos e carregamentos externos.



4
KINNUNEN, S.; NYLANDER, H. (1960) Punching of concrete slabs without shear reinforcement.
Estocolmo, Kungl. Tekniska Hoegskolans Handlingar, n.158 apud TAKEYA, T. (1981)
Estudo experimental da runa de ligaes laje-pilar em bordas de lajes-cogumelo. So
Carlos. Dissertao (mestrado), EESC-USP.

5
KINNUNEN, S. (1963) Punching of concrete slabs with two-way reinforcement. Estocolmo,
Kungl. Tekniska Hoegskolans Handlingar, n.198 apud TAKEYA, T. (1981) Estudo
experimental da runa de ligaes laje-pilar em bordas de lajes-cogumelo. So Carlos.
Dissertao (mestrado), EESC-USP.

6
NYLANDER, H. (1964) Punching of concrete slabs. Paris, CEB Bulletin d'information, n.44,
p.159-183 apud TAKEYA, T. (1981) Estudo experimental da runa de ligaes laje-pilar
em bordas de lajes-cogumelo. So Carlos. Dissertao (mestrado), EESC-USP.
10
Segundo LIBRIO (1985), Nylander observou que:

estribos verticais mostraram ser mais eficientes que os estribos inclinados;

a superfcie de runa ocorreu, na maior parte das vezes, fora da regio que contm
os estribos e abaixo deles, conforme mostrado na Figura 1.6.



Figura 1.6 - Modos de runa observados por Nylander

quando taxas de armadura de flexo eram pequenas, a carga ltima de runa foi
bem maior nas lajes dotadas de estribos; porm, quando esta taxa era relativamente
alta, a carga de runa era pouco influenciada pela presena da armadura transversal.

Ainda neste ano, FRANZ
7
apud LIBRIO (1985) chegou a
importantes concluses:

a utilizao de uma armadura destinada a suportar a totalidade do esforo cortante
conduz resistncia pouco superior quela que se obteria se dimensionada para
resistir a 2/3 da mesma solicitao;

a utilizao de estribos provocou aumentos de resistncia da ordem de 25%
enquanto que a utilizao de barras dobradas teve a sua eficincia reduzida pela
metade, quando comparada com estribos.

YITZHAKI (1966) props uma nova formulao para o problema,
baseado em ensaios de lajes circulares com e sem armadura de puno, que, por sua
vez, eram constitudas essencialmente de barras dobradas.


7
FRANZ, G. (1964) Remarques prliminaires sur les recherches concernant l'influence de
l'armature d'effort tranchant sur la rsistances des dalles planes dans la zone des appuis. Paris.
CEB Bulletin d'information, n.44, p.219-227 apud LIBRIO, J. B. L. (1985) Estudo
experimental da runa de ligaes laje-pilar em bordas com pilares de seo retangular.
So Carlos. Dissertao (mestrado), EESC-USP

11


Tambm em 1966, LANGENDONCK
8
apud LIBRIO (1985)
criticou a complexidade do mtodo sueco (Kinnunen e Nylander) para o uso corrente
dos engenheiros. Langendonck concluiu que o mtodo de Moe, para lajes sem
armadura de puno, apresentou resultados mais prximos das cargas de runa
observadas em ensaios do que os de outras teorias. Observou, no entanto, uma
grande disperso de resultados para ligaes com armadura de puno. Props,
ento, que se usasse a frmula de Moe para lajes sem armadura de puno,
adicionando-se outro termo proposto por ele, que corresponderia a uma melhor
avaliao da contribuio deste tipo de armadura.

Em 1968, CORLEY; HAWKINS (1968) realizaram ensaios utilizando
perfis metlicos ("shearheads") como armadura de puno para pilares internos.

LONG (1975) props um mtodo de clculo desenvolvido para pilares
internos de seo quadrada, para painis de laje quadrados, que supe duas maneiras
distintas de runa. A primeira delas supe que a runa ocorra com o escoamento da
armadura de flexo antes da ruptura do concreto compresso, enquanto que a outra
supe que a ruptura do concreto se d antes do escoamento da armadura de flexo. O
valor da resistncia da ligao ser o menor dos dois valores calculados segundo as
duas hipteses. Desta forma, Long procurou prever qual o mecanismo com que se
daria a runa: por flexo, por cisalhamento ou simultaneamente por flexo e
cisalhamento. Long tambm realizou estudos sobre os casos assimtricos de ligaes
laje-pilar.

PARK; ISLAM (1976), ao analisar a existncia ou no de armadura de
puno em lajes assimetricamente carregadas, chegaram a importantes concluses,
como, por exemplo, sobre a eficincia de estribos, de barras dobradas e de
"shearheads" como armaduras de puno, sobre o tipo de runa e tambm de como o
acrscimo de resistncia pode ser quantificado devido presena dessas armaduras.




8
LANGENDONCK, T. (1966) Remarques sur le calcul des dalles au poinonnement. CEB
Bulletin d'information, n.57, p.141-144 apud LIBRIO, J. B. L. (1985) Estudo
experimental da runa de ligaes laje-pilar em bordas com pilares de seo retangular.
So Carlos. Dissertao (mestrado), EESC-USP
12


DILGER et al. (1976) e SEIBLE et al. (1980) estudaram tipos
especiais de armadura de puno tais como segmentos de perfis metlicos tipo "I",
conectores providos com chapas e com "cabeas" em forma de pregos e, por fim,
telas soldadas.

Em SHEHATA (1985) apresentado um modelo racional para o
clculo da puno em pilares internos com carregamento simtrico e sem armadura
de puno. As equaes fornecidas por este mtodo formam um sistema de equaes
no lineares, que pode ser resolvido iterativamente at que um dos estados limites
definidos pelo autor seja atingido. Desta forma, a carga de runa no obtida de
forma imediata, sendo necessria a utilizao de um microcomputador para se obter
a resoluo matemtica desse sistema de equaes. J em SHEHATA (1990),
apresentado um modelo simplificado composto de bielas comprimidas e tirantes
radiais. Conforme relatado em PINTO (1993), este modelo de fcil aplicao e em
geral fornece bons resultados. Porm, para ensaios onde a resistncia compresso
do concreto elevada, o modelo superestimou os valores das cargas de runa.

Alm de ter desenvolvido um novo modelo racional apresentado em
GOMES (1991), atualmente, o prof. Ronaldo Gomes est realizando ensaios
experimentais para verificar a influncia de aberturas na resistncia das lajes-
cogumelo. Algumas de suas concluses a respeito do assunto podem ser encontradas
em GOMES (1994).



1.7 PESQUI SAS EM SO CARLOS


Em So Carlos, iniciou-se, em 1972, um amplo projeto de pesquisa
sugerido pelo prof. Telemaco van Langendonck, que visava o estudo experimental da
resistncia de ligaes laje-pilar em cantos e em bordas de lajes-cogumelo.

Os ensaios foram realizados no Laboratrio de Estruturas da Escola de
Engenharia de So Carlos (LE-EESC) e forneceram material para a tese de livre
docncia do professor MARTINELLI (1974) e tambm para as dissertaes de
13
mestrado dos engenheiros FIGUEIREDO F
O
(1981), TAKEYA (1981),
LIBRIO (1985), GONALVES (1986) e MODOTTE (1986).
Alm disso, segundo BRANCO (1989), mais de uma dezena de
trabalhos j foram publicados com base nestes estudos.

A experimentao teve como principais objetivos caracterizar e
determinar, respectivamente, a configurao e a carga de runa para diversas
combinaes de parmetros, como, por exemplo, tipo de ligao (canto ou borda),
taxa de armadura de flexo, taxa de armadura transversal, espessura da laje, plano de
atuao do momento fletor e dimenses da seo transversal do pilar.

As principais concluses obtidas foram:

recomendvel a utilizao de uma armadura de toro na regio da borda livre;

medida que se aumentou a rigidez da ligao, isto , a relao entre os lados do
pilar, foi observada uma diminuio do deslocamento transversal da laje;

a utilizao de armaduras transversais fornece ductilidade ligao;

a formulao dada pelo CEB-FIP/78 no indicada por levar a valores muito
conservativos;

a carga de runa aumentou com relao prxima da linear, medida que a razo
entre os lados do pilar foi aumentada (Figura 1.7);





14
Figura 1.7 - Variao da relao dos lados do pilar

devida configurao de runa observada para ligaes com pilares de borda e de
canto, observou-se que as armaduras de cisalhamento constitudas por barras
dobradas seriam absolutamente inadequadas, podendo ter alguma utilidade apenas
nos cantos internos dos pilares;

o aumento da carga de runa devido ao uso de armaduras de cisalhamento pode ser
considervel. Os estribos devem ser distribudos uniformemente dentro de uma
regio considerada crtica e devidamente ancorados em barras horizontais, podendo
estas ser a armadura negativa de flexo na face superior da laje e o prolongamento
desta armadura atravs de ganchos na face inferior;

pode-se recomendar, provisoriamente, uma taxa de armadura transversal (rea
estribos / rea crtica) em torno de 2%, onde a rea crtica seria a regio
compreendida dentro de um permetro considerado crtico, descontando-se a rea
do pilar;

as expresses utilizadas para verificar uma laje puno no podem ser aplicadas
caso a runa se d por flexo;

segundo FIGUEIREDO F
O
(1981), em uma primeira estimativa, a determinao da
resistncia da ligao laje-pilar flexo, calculada a partir da charneira inferior da
laje, acabou por resultar contra a segurana;

deformaes observadas na face inferior parecem confirmar a ao predominante
do momento toror ao longo da borda da laje.



1.8 MTODOS NUMRI COS


CALDERARO (1983), por meio de modelos tridimensionais
analticos e da aplicao do Mtodo dos Elementos Finitos, procurou modelar a
resistncia de ligaes laje-pilar e compar-la com os resultados obtidos atravs de
15
modelos reais ensaiados no LE-EESC. Os resultados provenientes do processo
numrico foram praticamente iguais aos observados nos ensaios.

Com o avano dos microcomputadores e o desenvolvimento de
mtodos numricos utilizados para calcular os esforos solicitantes, como, por
exemplo, a Analogia de Grelha, o Mtodo dos Elementos Finitos e o Mtodo dos
Elementos de Contorno, os resultados tericos passaram a ser bastante satisfatrios
quando comparados com os resultados experimentais.

O Mtodo dos Elementos Finitos tem sido bastante difundido tanto no
meio cientfico, como no meio tcnico. Os softwares SAP-90, LUSAS, STRAP e
ROBOBAT so exemplos deste fato. Porm, este mtodo apresenta o inconveniente
de, no caso de sua utilizao para simular lajes-cogumelo, necessitar de uma malha
de elementos muito densa na regio do apoio, tornando pouco prtica a sua
utilizao.

J o processo da Analogia de Grelha apresenta, em muitos casos,
resultados com preciso superior do Mtodo dos Elementos Finitos, para malhas
com densidade de ns de at oito vezes menor (BRANCO, 1989).

O Mtodo dos Elementos de Contorno, embora no tendo a sua
aplicao to difundida quanto o Mtodo dos Elementos Finitos, apresenta vantagens
significativas no que diz respeito sua entrada de dados, uma vez que, no Mtodo
dos Elementos de Contorno, necessrio apenas delinear a estrutura com ns
(Figura 1.8).



16
M.E.C M.E.F

Figura 1.8 - Mtodo dos Elementos de Contorno x Mtodo dos Elementos Finitos


1.9 VANTAGENS DAS LAJ ES-COGUMELO


Algumas das principais vantagens das lajes-cogumelo mencionadas
por FIGUEIREDO F
O
(1989) so:

a) maior simplicidade na execuo das formas, devido ao fato de existirem recortes
apenas na ligao com os pilares, e tambm na montagem das armaduras,
possibilitando o emprego de telas pr-fabricadas;

b) maior facilidade no lanamento, adensamento e desforma do concreto; a no
existncia de vigas ocasiona um menor nmero de recortes, diminuindo, assim, o
nmero de regies onde comum aparecerem falhas (vazios, ninhos, bicheiras),
devidas dificuldade de acesso do vibrador;

c) reduo do tempo nas tarefas de execuo de formas, de armaduras e de
concretagem;

d) com o teto plano, de altura constante, pode-se obter uma racionalizao e uma
padronizao de cimbramentos; para teto liso, possvel obter estruturas com um
bom padro de acabamento, dispensando a presena de revestimentos, aliviando as
aes que atuam nos elementos estruturais e economizando no custo do prprio
revestimento; alm disso, o teto plano facilita a ventilao e a insolao dos
ambientes;

e) reduo da altura total do edificio;

f) a inexistncia de vigas propicia boas condies de adaptao da obra a diferentes
finalidades durante sua vida til, uma vez que as divisrias no esto mais
condicionadas rgida localizao das vigas do piso e das do teto;

g) maior facilidade de limpeza do teto.
17





Segundo FLING (1989), para vos at em torno de 7,5 metros, o
sistema estrutural disponvel mais simplificado, econmico e rpido o das lajes-
cogumelo. Tambm para SOUZA; CUNHA (1994), as lajes-cogumelo podem ser
consideradas economicamente competitivas para vos com cerca de 7 a 8 metros,
desde que se utilize capitis ou "drop panels" .


Observa-se que este sistema mais vantajoso quando h regularidade
de espaamentos entre os pilares. Esta regularidade facilita o clculo e, alm disso,
melhora o comportamento estrutural.


No basta, no entanto, que as qualidades e as possibilidades de
vantagens sejam enumeradas para que elas sejam obtidas. necessrio que
projetistas e construtores assimilem a tecnologia de projeto e execuo, bem como
que haja um certo treinamento no tocante a engenheiros, desenhistas, tecnlogos e,
principalmente, no que diz respeito mo-de-obra, que, atualmente, se encontra
tremendamente desqualificada. Conceitos administrativos modernos tm mostrado
que controlar a qualidade das fases de fabricao de um produto mais eficiente que
controlar a qualidade do produto final. Sendo assim, o treinamento da mo-de-obra
fundamental, no apenas para a construo de edifcios em lajes-cogumelo, mas para
o crescimento das empresas, em geral.



1.10 DESVANTAGENS DAS LAJ ES-COGUMELO


As principais desvantagens das lajes-cogumelo do ponto de vista
estrutural so: pequena rigidez das estruturas s aes laterais, quando comparadas
com estruturas convencionais; puncionamento das lajes pelos pilares e, por fim, os
grandes deslocamentos transversais que ocorrem principalmente nas bordas livres e
18
que podem chegar a atingir um estado limite de utilizao. Observa-se ainda que o
consumo de ao e de concreto referente a esse sistema estrutural ligeiramente
superior ao obtido com a adoo de uma estrutura convencional.


1.11 ASSOCI AO COM OUTROS SI STEMAS
ESTRUTURAI S


As lajes-cogumelo podem estar associadas a outros sistemas
estruturais, de forma a se buscar ampliar o seu campo de aplicao e/ou diminuir
suas restries. Sero vistos a seguir alguns exemplos destas associaes.


1.11.1 LAJES-COGUMELO ALIVIADAS

As lajes-cogumelo podem ser aliviadas de modo que o peso prprio
seja diminudo, proporcionando um alvio nos esforos solicitantes. Este alvio pode
ser feito com o uso de lajes nervuradas ou lajes vazadas, conforme ilustra a
Figura 1.9. No entanto, este alvio no deve ser alocado na regio dos pilares, uma
vez que nesta regio ocorrem grandes esforos cisalhantes. Na sua terminologia
internacional, este sistema denominado de "waffle slab".


Figura 1.9 - Laje-cogumelo nervurada ("waffle slab")


1.11.2 LAJES-COGUMELO PROTENDIDAS

19
Esta associao permite a utilizao de vos maiores que os usuais nas
lajes-cogumelo, possibilitando tambm uma diminuio na espessura da laje, o que,
consequentemente, reduz o valor do peso prprio.



Outro fator importante que os deslocamentos transversais das lajes,
devidos s aes permanentes, podem ser contrabalanados pela curvatura produzida
pela protenso, evitando as fissuras e os problemas usuais devidos a esses
deslocamentos (Figura 1.10).




Figura 1.10 - Efeito da protenso




1.11.3 LAJES-COGUMELO COM VIGAS NAS BORDAS

Este tipo de associao est mostrado na Figura 1.11.


20


Figura 1.11 - Laje-cogumelo com vigas nas bordas


Embora possa prejudicar algumas das vantagens oferecidas pelas
lajes-cogumelo, esta associao melhora o seu desempenho nos seus principais
pontos fracos:

a) a presena das vigas elimina o problema do puncionamento da laje na regio dos
pilares de canto e de extremidade;

b) so nas bordas livres que os deslocamentos transversais so maiores e mais
perceptveis, devida falta de continuidade da laje; a presena de vigas tambm
elimina este problema;

c) as vigas de borda melhoram o comportamento do edifcio quanto sua
estabilidade global.


1.11.4 ASSOCIAO COM SISTEMAS PR-MOLDADOS

As lajes-cogumelo podem estar relacionadas com sistemas pr-
moldados, de modo que os elementos pr-moldados incluam um segmento de pilar e
parte da laje (EL DEBS, 1992).

21
Outra forma de associao pode ser feita atravs do sistema
denominado de "lift slabs" ou de "placas ascendentes". Este sistema consiste em se
concretar as lajes ao nvel do cho, in loco, uma sobre as outras, com aberturas nas
posies dos pilares j previamente colocados e, a seguir, as lajes so levantadas e
colocadas nas suas posies de utilizao definitivas. A sua fixao se d atravs de
colares soldados nas lajes e nos pilares (Figura 1.12).


Figura 1.12 - "Lift Slab"





2 PUNO


2.1 ANLI SE DO FENMENO DA PUNO


O fenmeno da puno de uma placa basicamente a sua perfurao
devida s altas tenses de cisalhamento, provocadas por foras concentradas ou
agindo em pequenas reas. Nos edifcios com lajes-cogumelo, esta forma de runa
pode se dar na ligao da laje com os pilares, onde a reao do pilar pode provocar a
perfurao da laje.

Conforme SHEHATA
1
apud STUCCHI; KNAPP (1993), o
comportamento observado em ensaios descrito a seguir.

" Os danos tpicos visveis nas lajes ensaiadas, anteriormente
ruptura, foram fissuraes radiais, as quais comearam quase que no centro das lajes
e se estenderam na direo do permetro das mesmas, dividindo assim as lajes em
segmentos radiais " (Figura 2.1).

" Momentos antes da ruptura, algumas fissuras tangenciais na regio
da puno apareceram, indicando a formao de uma fissurao inclinada interna
causada pela trao diagonal " (Figura 2.2).


1
SHEHATA, I.A.M. (1993) Puno em lajes. In.:COLQUIO SOBRE ESTRUTURAS DE
CONCRETO, 6. apud STUCCHI, F.R.; KNAPP, L.M. (1993) Puno em lajes. In.:
SIMPSIO EPUSP SOBRE ESTRUTURAS DE CONCRETO, 3., So Paulo. Anais. p.209-232.
22


Figura 2.1 - Para carga de utilizao Figura 2.2 - Para carga de runa

Segundo BRAESTRUP; REGAN (1985), as fissuras inclinadas
ocorrem de meio a dois teros da carga de runa. Aps o aparecimento destas
fissuras, a condio da laje ainda estvel, podendo ser descarregada e novamente
carregada, sem que a sua resistncia seja afetada.

" Flechas das lajes ensaiadas, na direo radial, apresentaram
perfil quase linear, indicando assim a rotao dos segmentos da laje como
corpos rgidos. Este comportamento tambm confirmado pelas deformaes
especficas do ao e do concreto, medidas na direo tangencial ao longo do
raio das lajes, as quais foram proporcionais a 1/r (SHEHATA, 1982, e
KINUNNEM; NYLANDER, 1960) " (Figura 2.3).


Figura 2.3 - Rotao dos segmentos da laje

" Em todos os casos, a ruptura por puno foi brusca com perda de
quase dois teros da carga mxima atingida. S em algumas lajes houve sinais de
esmagamento do concreto perto da coluna nos instantes que precederam a ruptura. A
resistncia residual atribuda ao efeito de membrana da malha de ao no lado
tracionado da laje e do ao que porventura atravessa a coluna no lado comprimido. "
23
Este comportamento referente fissurao e ao deslocamento de
segmentos da laje como corpos rgidos tambm observado por
LEONHARDT; MNIG (1978).

No entanto, segundo BRAESTRUP; REGAN (1985), as configuraes
de runa de lajes por puno podem apresentar uma grande variedade nos padres de
fissurao, que dependem da configurao do carregamento e dos apoios.

A maioria dos ensaios tem procurado representar a regio de
momentos negativos localizada ao redor de pilares ou a regio de momentos
positivos localizada ao redor de cargas concentradas. Desta forma, os ensaios so
feitos com "elementos-de-laje", nos quais reproduzida apenas parte da laje. Nestes
"elementos-de-laje", as bordas procuram representar as linhas de inflexo de
momentos fletores em lajes contnuas.

Nos "elementos-de-laje" que representam a regio prxima ao pilar, a
linha de inflexo dos momentos fletores negativos est posicionada sobre uma
circunferncia de raio r
r
0,22 , onde o vo dos painis quadrados adjacentes
ao pilar (Figura 2.4).

Segundo LEONHARDT; MNIG (1978), pode-se considerar a seo
da laje ao longo desta circunferncia como uma borda onde atuam apenas momentos
tangenciais pequenos e uma fora cortante linearmente distribuda v
r
(Figura 2.5),
definida pela seguinte expresso:

v
P
r
r
r
r
=
2


onde, de uma maneira simplificada, pode-se supor que P
r
seja o valor da carga total
que atua na laje.







24






Figura 2.4 - "Elementos-de-laje"
(TAKEYA, 1981)
Figura 2.5 - Esforos atuantes em um
"elemento-de-laje"

As principais crticas feitas a respeito deste tipo de ensaio so que este
modelo no permite uma completa redistribuio de momentos, alm de no levar
em conta a restrio lateral oferecida pelas regies da estrutura adjacentes ao pilar.

Observa-se ainda que o valor da fora cortante (V
x
) aumenta
hiperbolicamente em direo ao pilar (Figura 2.6). Desta forma, o valor mximo da
fora cortante vai ocorrer na regio onde os momentos negativos tambm so
mximos, tratando-se, desta forma, de uma regio onde o tipo de solicitao
extremamente desfavorvel.





V
p x
x
=

8
4
2
2 2

Figura 2.6 - Variao da fora cortante


25
2.2 SUPERF CI E DE RU NA


A runa para pilares internos, com lajes e carregamento simtricos
(casos simtricos), apresenta uma superfcie de runa tronco-cnica ou tronco-
piramidal, partindo do contorno da rea carregada e se estendendo at a outra face,
com uma inclinao entre 30
o
a 35
o
em relao ao plano mdio da laje (Figura 2.7).




Figura 2.7 - Superfcie de runa para casos simtricos


Porm, esta superfcie pode variar em funo de dois parmetros:
posio do pilar e presena de armaduras de combate puno.


2.2.1 COM RELAO POSIO DO PILAR

Para os pilares de borda e de canto (casos assimtricos), a superfcie
de runa se altera junto s bordas livres, permanecendo, no entanto, com a mesma
forma dos casos simtricos junto ao canto interno dos pilares de canto e junto face
interna dos pilares de borda (Figura 2.8). Esta modificao na superfcie de runa se
deve, principalmente, presena de momentos torores e fletores na ligao.

26



a) pilares de canto b) pilares de borda

Figura 2.8 - Superfcie de runa para pilares de canto e borda


Segundo FIGUEIREDO F
O
(1989), a presena de momentos fletores
no balanceados deve-se, principalmente, s seguintes condies:

esforos laterais causados pela ao do vento e de terremotos;
espaamentos desiguais de pilares, produzindo painis consecutivos de diferentes
dimenses;
existncia de diferentes aes variveis, ou mesmo permanentes, em painis
adjacentes da laje;
esforos produzidos por recalques diferenciais, variaes de temperatura, retrao
e fluncia;
pilares colocados nas bordas e nos cantos das lajes.

Pesquisas mostram que a transferncia destes momentos da laje para
os pilares causa uma diminuio no valor da resistncia das ligaes fora cortante.
Esta diminuio devida fissurao da laje na regio da ligao. O problema
ainda maior para os pilares de borda e canto, devido ao fato da seo de contato entre
a laje e o pilar ser menor e tambm pelo fato de haver toro nas bordas da laje junto
sua ligao com os pilares. J para o caso de pilares internos, com lajes carregadas
simetricamente, estes momentos no causam problemas, quando auto-equilibrados.


27
2.2.2 COM RELAO PRESENA DE ARMADURA TRANSVERSAL

Conforme relatado em STUCCHI; KNAPP (1993), as superfcies de
runa mais provveis numa laje com armadura de cisalhamento, segundo
GOMES (1991), so as apresentadas na Figura 2.9 e descritas a seguir:

Figura 2.9 - Superfcies provveis de runa

"A - entre o pilar e a linha mais interna da armadura de cisalhamento";
"B - atravessando a regio da armadura de cisalhamento com a mesma inclinao
que se obteria em uma laje sem armadura de cisalhamento, partindo do pilar";
"C - a mesma que em (B), porm mais inclinada";
"D - atravessando a regio armada a cisalhamento com a mesma inclinao que
ocorreria em uma laje sem armadura de cisalhamento e partindo de um ponto
afastado do pilar";
"E - a mesma que em (D), porm mais inclinada";
"F - alm da regio armada a cisalhamento";
"G - correndo abaixo dos elementos da armadura de cisalhamento".

"Os resultados dos ensaios mostraram que, quando a armadura de
cisalhamento tem ancoragem adequada nos nveis superior e inferior da armadura,
evitada a superfcie de ruptura do tipo G. Alm disso, se o concreto empregado em
toda a laje tem a mesma resistncia, se adotada a mesma rea e resistncia da
armadura de cisalhamento nas diversas linhas e se o espaamento entre as mesmas
mantido constante e abaixo de um certo valor, no existe razo para a existncia de
uma superfcie de ruptura atravessando a regio armada a cisalhamento que se inicie
afastada da face do pilar (tipos D e E)".
28
"Basicamente dois tipos de superfcie de ruptura devem ser
considerados. As superfcies de ruptura que tem incio na face do pilar e aquelas cujo
incio ocorre alm da regio da armadura de cisalhamento" (A, B, C e F).



2.3 PARMETROS ENVOLVI DOS


Alguns dos principais parmetros envolvidos neste fenmeno so:

a) espessura da laje;
b) dimenses e forma da seo transversal dos pilares;
c) resistncia do concreto;
d) relao momento fletor/fora cortante na ligao laje-pilar;
e) taxa de armadura de flexo da laje;
f) presena ou no da armadura transversal de combate puno.

Estes parmetros podem variar de acordo com o critrio de clculo a
ser adotado. Por exemplo, baseado em resultados experimentais, o CEB/90 admite
que a runa por puno seja uma runa do tipo frgil e que a resistncia ao
cisalhamento das lajes depende, principalmente, da resistncia trao diagonal do
concreto, do engrenamento dos agregados ao longo das fissuras, do efeito pino da
armadura de flexo e do do efeito favorvel da compresso na biela inclinada.

Existem basicamente trs formas de se aumentar a resistncia das
ligaes laje-pilar puno: utilizando capitis e/ou "drop panels", aumentando o
valor da resistncia do concreto, ou, ainda, utilizando armadura de cisalhamento.

A primeira opo geralmente indesejvel do ponto de vista
arquitetnico, econmico e, alm disso, ela no fornece ductilidade, ou seja,
capacidade de deformao ligao. DILGER et al. (1978) definem ductilidade
como sendo a relao entre a rotao da laje no momento em que a primeira barra de
flexo comea escoar e a rotao final na ruptura. Desta forma, quanto maior for a
diferena entre estas duas rotaes, mais dctil ser a forma com que se dar a runa.

29
J o aumento da resistncia do concreto nem sempre suficiente para
elevar o nvel da resistncia da ligao aos valores desejados. Sendo assim, o uso de
armaduras o mais indicado, pois, alm de elevar o valor da resistncia da ligao
laje-pilar, fornece-lhe ductilidade.

Ensaios mostram que a utilizao de armaduras de puno, mais
especificamente os estribos e os conectores tipo pino, faz com que a runa se d
atravs do escoamento da armadura longitudinal de flexo que, provocando grandes
deformaes na ligao, evita o perigo da runa tipo frgil. Esta opo ser vista a
seguir com maiores detalhes.



2.4 ARMADURAS DE COMBATE PUNO


Conforme mostrado em TAKEYA (1981), so diversos os tipos de
armaduras e de reforos que podem ser utilizados no combate puno.


2.4.1 PLACA METLICA

A utilizao de uma placa metlica tem, basicamente, a mesma
finalidade que a utilizao de um "drop panel" (Figura 2.10);




Figura 2.10 - Placa metlica

30
2.4.2 ESTRIBOS

Os estribos podem ser abertos em forma de ganchos ou fechados em
forma de retngulos. Os estribos retangulares podem ainda estar associados entre si
(Figura 2.11).



Figura 2.11 - Tipos de estribos


Os estribos podem ainda estar inclinados ou no (Figura 2.12).


Figura 2.12 - Inclinao dos estribos

O desempenho dos ganchos foi considerado satisfatrio em ensaios
realizados por TAKEYA (1981) e MARTINELLI (1974). Os ganchos possuem a
vantagem de no interferir nas armaduras de flexo da laje e nem na dos pilares,
sendo de fcil montagem e execuo. No entanto, os ensaios confirmaram que para
este tipo de armadura de puno, deve-se garantir que no haja folga entre o gancho
e as faces superiores da armadura de flexo (Figura 2.13), que esto lhe servindo de
apoio, para a sua devida ancoragem; caso contrrio, toda a sua eficcia estar
comprometida, bem como a segurana da ligao.


31

ancoragem correta ancoragem incorreta

Figura 2.13 - Detalhe da ancoragem dos ganchos


Outra dificuldade que aparece com o uso destas armaduras onde
ancor-las, principalmente em lajes com pequenas espessuras. Este problema pode
ser resolvido atravs da ancoragem desses estribos nas armaduras longitudinais de
flexo superiores e inferiores. Nos modelos ensaiados por MARTINELLI (1974) e
TAKEYA (1981), como no existia uma armadura inferior, os estribos foram
ancorados no prolongamento da armadura negativa (Figura 2.14).


Figura 2.14 - Ancoragem dos estribos



2.4.3 BARRAS DOBRADAS

Estas barras seriam o prolongamento da armadura negativa de flexo e
estariam sendo ancoradas na face inferior da laje (Figura 2.15). Alm da ancoragem
dessas barras ser um problema para o caso de lajes com pouca espessura, o seu uso
inadequado para ligaes da laje com pilares de borda e de canto. Estudos realizados
por MARTINELLI (1974) e TAKEYA (1981) comprovam que, nessas regies, a
disposio das barras dobradas paralela superfcie de runa observada nas bordas
da laje.
32


Figura 2.15 - Barras dobradas

Segundo TAKEYA (1981), PARK; ISLAM (1976), atravs da anlise
de lajes carregadas simetricamente, com e sem armadura de puno, chegaram s
seguintes concluses: o uso de barras dobradas aumenta a resistncia da laje, no
aumentando, no entanto, a sua ductilidade; j o uso de estribos fechados ancorados
nas barras de flexo proporciona, alm de um aumento na resistncia da ligao, um
considervel aumento na sua ductilidade.


2.4.4 "SHEARHEADS"

Na realidade, "shearheads" so perfis metlicos embutidos na laje e
posicionados na cabea do pilar (Figura 2.16). PARK; ISLAM (1976) ressaltam que
o uso deste tipo de reforo aumenta a resistncia da ligao laje-pilar e tambm,
dentro de certos limites, a sua ductilidade.

Ensaios feitos por CORLEY; HAWKINS (1968) constataram que
corpos-de-prova com "shearhead" tiveram um aumento na resistncia da ligao da
ordem de 75% em relao a corpos-de-prova sem este tipo de reforo. A situao por
eles analisada foi a de ligaes da laje com pilares internos, com carregamento
simtrico.

GODYCKI; KOZICKI
2
apud LIBRIO (1985) observaram que houve
um acrscimo de 40% a 70% na capacidade resistente das ligaes laje-pilar internas,
excentricamente carregadas, devido presena de "shearheads".


2
GODYCKI, T.; KOZICKI, J. (1984) Eccentrically loaded interior slab column conections with
shearhead reinforcement. Materiaux et Constructions, v.17, n.98, p.145-148 apud
LIBRIO, J. B. L. (1985) Estudo experimental da runa de ligaes laje-pilar em bordas
com pilares de seo retangular. So Carlos. Dissertao (mestrado), EESC-USP.

33
No entanto, GONALVES
3
apud FIGUEIREDO F
O
(1989) constatou,
atravs de ensaios, que a carga de runa observada para pilares de borda com
"shearheads" foi menor que a dos modelos sem qualquer tipo de armadura
transversal. Foi observado que, alm de interferir na armadura do pilar e nas
armaduras de flexo em lajes de pouca espessura, o uso de "shearheads" apresenta
um custo elevado, sendo indicado apenas para pilares internos.

Convm destacar que o uso de "shearheads" muito comum nos
Estados Unidos.



Corte A-A Planta

a) perfis metlicos tipo "U"
Corte A-A Planta

b) perfis metlicos tipo "I"

Figura 2.16 - "Shearheads"


2.4.5 FIBRAS DE AO

Podem ser utilizadas fibras de ao misturadas massa de concreto.
Estas fibras podem ser retas, em forma de gancho ou ainda plissadas, sendo que suas
dimenses variam em torno de 50 mm de comprimento e de 0,5 mm de espessura.
Com base em ensaios, SWAMY; ALI (1982) chegaram concluso de que, apesar
do uso de armaduras de cisalhamento ser mais eficiente que o uso de fibras, o tempo
para realizar a montagem e execuo da armadura na laje significativamente maior
que o tempo para preparar o concreto com fibras. Alm disto, a presena de fibras
proporciona uma maior ductilidade ligao.


3
GONALVES, R.M. (1986) Estudo experimental da runa de ligaes laje-pilar em bordas de
lajes-cogumelo com reforo transversal constitudo de perfis metlicos. So Carlos.
Dissertao (mestrado), EESC-USP apud FIGUEIREDO F
O
, J.R. (1989) Sistemas
estruturais de lajes sem vigas: subsdios para o projeto e execuo. So Carlos. Tese
(doutorado), EESC-USP.
34
O aumento da resistncia de ligaes com fibras em relao a ligaes
sem armadura de cisalhamento e sem fibras pode chegar at a ordem de 40%.
importante frisar que os ensaios realizados foram feitos apenas para a situao de
pilares internos, submetidos a carregamentos simtricos.


2.4.6 CONECTORES TIPO PINO

O uso de conectores tipo pino, com extremidades alargadas
(Figura 2.17), recomendado pelo texto base da NB1-94, em fase de projeto, e
apresenta as seguintes vantagens, mencionadas em FIGUEIREDO F
O
(1989) e aqui
transcritas:

so fceis de instalar, mesmo em lajes relativamente finas;
no interferem na colocao e posicionamento das armaduras dos pilares e de
flexo das lajes;
possibilitam ancoragem satisfatria nas duas extremidades, de modo que a
armadura atinja toda a sua capacidade resistente antes da ruptura;
aumentam a resistncia e ductilidade da ligao.




Figura 2.17 - Detalhe dos conectores

Para que a ancoragem seja efetiva, deve-se garantir que a armadura de
flexo negativa esteja abaixo da chapa de ancoragem superior do conector
(Figura 2.18).
35


Figura 2.18 - Ancoragem dos conectores


2.4.7 SEGMENTOS DE PERFIS METLICOS

Podem ser utilizados, ao invs de conectores tipo pino, pequenos
segmentos de perfis metlicos de seo transversal tipo "I", conforme mostrado em
FIGUEIREDO F
O
(1989). Este tipo de armadura, apesar de ser adequado segundo o
ponto de vista da ancoragem do elemento na laje, no recomendado segundo o
ponto de vista de produo e de economia (Figura 2.19).


Figura 2.19 - Segmentos de perfis metlicos "I"



2.5 MODELOS DE CLCULO


2.5.1 MODELO DA SUPERFCIE DE CONTROLE

O mais antigo modelo de clculo e tambm o mais utilizado aquele
em que se calcula uma tenso nominal de cisalhamento em uma determinada
superfcie de controle e, a seguir, compara-se o seu valor com um determinado
parmetro de resistncia do concreto. Este modelo denominado de Modelo da
Superfcie de Controle.
36
Embora este mtodo de clculo pouco ou nada tenha a haver com a
realidade do fenmeno fsico, ele bastante simples e, quando bem calibrado,
conduz a consistentes e razoveis predies. Alm disso, ele a base da maioria dos
regulamentos que, por sua vez, diferem basicamente na definio da superfcie de
controle e na escolha do parmetro de resistncia. Entre alguns dos regulamentos que
utilizam este modelo esto o Cdigo Modelo CEB-FIP (1978), a NBR 6118/82, o
ACI 318/89, o EUROCODE N
O
2 (1992), a nova verso do cdigo-modelo
CEB-FIP (1990) e o texto-base da NB-1/94.

Define-se, portanto, a tenso nominal de cisalhamento como sendo a
razo entre a fora cortante e a rea da superfcie de controle. Esta superfcie possui
forma cilndrica ou prismtica, dependendo do critrio de clculo a ser utilizado
(Figura 2.20).



a) Esquema b) Corte A-A

Figura 2.20 - Superfcie de controle


A rea desta superfcie dada pela multiplicao do permetro da
superfcie de controle pela respectiva altura.

O permetro definido por uma linha situada no plano da laje, a uma
certa distncia da rea carregada, sendo que esta distncia varia conforme o
regulamento utilizado. Se o contorno da rea carregada for cncavo, a seo da
superfcie de controle, paralela ao plano mdio da laje, ter a forma de um polgono
convexo, circunscrito rea carregada, com os cantos podendo ou no ser
arredondados, de acordo com cada regulamento (Figura 2.21).
37
A altura da superfcie de controle pode ser dada pela espessura da
laje (h), altura til (d) ou brao de alavanca dos momentos internos (z), dependendo
tambm de qual o regulamento a ser adotado (Figura 2.22).




Figura 2.21 - Permetro Figura 2.22 - Altura


O valor desta tenso nominal de cisalhamento ento comparado com
um parmetro de resistncia do concreto ao cisalhamento que, por sua vez, pode ser
dado em funo da resistncia caracterstica do concreto compresso, o f
ck
.


2.5.2 OUTROS MODELOS

Existem ainda outros modelos denominados "racionais" e que so
fundamentados pelos modelos constitutivos do concreto e do ao. Tm-se, como
exemplos, o "Modelo Mecnico", desenvolvido por Kinnunen e Nylander, a "Teoria
de Nlting", a Teoria Plstica e o "Modelo de Andra". Alm disso, atualmente,
SHEHATA (1985) e GOMES (1991) tambm propuseram novos modelos de clculo.
No entanto, nenhum dos modelos mencionados obteve uma aceitao mais geral.







3 TEXTO BASE DA NB-1/94


3.1 APRESENTAO E COMENTRI OS


Uma vez que sero feitos comentrios a respeito do texto base da
NB-1/94 sobre puno, julgou-se necessria sua transcrio, intercalada com
diversas observaes e sugestes. Estes comentrios foram baseados no texto base
apresentado por STUCCHI; KNAPP (1993).

De forma a se diferenciar o texto base das sugestes feitas, essas
sugestes foram impressas em caracteres itlicos. Alm disso, tambm foram
includas "Figuras extras".

Trata-se, portanto, do item 19.3 do texto base, que tem como ttulo:
" Dimensionamento de Lajes Puno ".

" Puno o Estado Limite ltimo determinado por cisalhamento no entorno de
cargas concentradas. Ela diferente do Estado Limite ltimo determinado por
cisalhamento em sees planas solicitadas fora cortante (ver item 19.2).


19.3.1 Modelo de clculo

O modelo de clculo essencialmente emprico, correspondendo verificao do
cisalhamento numa superfcie crtica. "


" A - Nos casos de carregamento simtrico:
39



Rd
d
Sd
F
Sd
=


onde:
d = altura til da laje ao longo do contorno crtico C' externo ao contorno C da
rea de aplicao da carga e deste distante 2d no plano da laje
d = (d
x
+ d
y
) / 2 , sendo d
x
e d
y
as alturas teis nas duas direes ortogonais
= permetro do contorno crtico C'
d = superfcie crtica
F
Sd
= carga ou reao concentrada de clculo

A carga de puno F
Sd
pode ser reduzida da carga distribuda aplicada na face
oposta da laje, dentro do permetro considerado na verificao, C ou C' ."

Observao: Faltou apenas definir
Sd
e
Rd
como sendo tenso
atuante de clculo e tenso resistente de clculo, respectivamente.




Fig. 19.3.1 - Permetro crtico em pilares internos


" B - Nos casos em que alm da carga vertical, existe transferncia de momento da
laje ao pilar, seu efeito deve ser considerado. Assim:


Rd
d
P
W
Sd
M K
d
Sd
F
Sd
+ =

"

40

" sendo:
K = coeficiente que fornece a parcela do M
Sd
transmitida ao pilar por
cisalhamento, que depende da relao c
1
/c
2

c
1
= dimenso do pilar paralela excentricidade da carga
c
2
= dimenso do pilar perpendicular excentricidade

O coeficiente K assume os seguintes valores:


TABELA 19.3.1 - VALORES DE K

c
1
/c
2
0,5 1,0 2,0 3,0
K 0,45 0,60 0,70 0,80


M
Sd
= momento de clculo aplicado pela laje ao pilar
W
P
= mdulo de resistncia plstica do permetro crtico. Pode ser calculado
desprezando a curvatura dos cantos do permetro crtico "

Apesar dos termos W
P
(dado pela NB-1/94) e W
1
(dado pelo
CEB/90) serem anlogos, eles possuem definies diferentes. A definio dada pelo
CEB/90 fornece condies para que se possa calcular este parmetro, que relativo
ao permetro crtico , de uma forma mais generalizada, atravs da seguinte
expresso:


=
1
u
0
1
d e W

(3.1)
onde:
u
1
= comprimento do permetro crtico ;
d = comprimento infinitesimal no permetro;
e = distncia de dao eixo sobre o qual o momento fletor M
Sd
atua.

Em vista da maior abrangncia, sugere-se que o texto base da
NB-1/94 tambm apresente a expresso (3.1) como parte da definio de W
P
.

41


Fig. 19.3.2 - Esquema dos esforos na ligao laje-pilar



Fig. 19.3.3 - Distribuio devida a um momento de transferncia da laje ao pilar


" Para um pilar retangular:


1
2
2 2 1
2
1
P
c d 2 d 16 d c 4 c c
2
c
W + + + + = "

Por se julgar til, apresenta-se aqui a expresso de W
P
para pilares
circulares internos, no fornecida pelo texto base da NB-1/94 e nem pelo CEB/90:


2 2
PC
d 16 d r 16 r 4 W + + =
(3.2)

onde:
r = raio do pilar.

42

" Comentrio: Estuda-se, como soluo alternativa, a liberao da verificao

sd Sd Sd Rd
F M ( , ) com
sd
calculado elasticamente, usando, por exemplo, o
Mtodo dos Elementos Finitos. "

Observa-se que o texto base no menciona a situao de um pilar
interno submetido a momentos fletores atuando segundo duas direes diferentes.
Neste caso, sugere-se a incluso de mais um termo na expresso fornecida no
item 19.3.1B, a ser calculado de forma anloga segunda parcela da soma presente
nesta mesma expresso. Este ser o procedimento adotado para a verificao do
exemplo a ser apresentado no captulo 4, referente a esta situao.


" C - Nos pilares de borda:

- quando no agir momento no plano paralelo borda livre:

Rd
1 P
Sd 1
*
Sd
Sd
d W
M K
d
F
+

=

onde:
F
Sd
= reao de apoio

*

= permetro crtico reduzido

M
Sd
= (M
Sd1
- M
Sd
*) 0

M
Sd1
= momento de clculo no plano perpendicular borda livre

M
Sd
*

= momento de clculo resultante da excentricidade do permetro crtico
reduzido * em relao ao centro do pilar

W
P1
= mdulo de resistncia plstica perpendicular borda livre, calculado pelo
permetro

K
1
= conforme tabela 19.3.1 com c
1
e c
2
de acordo com a figura 19.3.4. "



43




Fig. 19.3.4 - Permetro crtico em pilares de borda


Observa-se que no foram fornecidas as expresses para a
determinao do M
Sd
* e nem do W
P1
. Com base na Figura 19.3.4 e na
expresso (3.1), tem-se que:


1
2
2
2 1
2
1
1 P
c d d 8 d c 2
2
c c
2
c
W + + + + =
(3.3)


Com relao a M
Sd
*, tem-se que:


M
Sd
* = F
Sd
. e* (3.4)

onde:

e* = excentricidade do permetro crtico reduzido *, em relao ao centro do
pilar (Figura extra 1).

44

Esta excentricidade pode ser definida atravs da seguinte expresso:

d 2 c a 2
d 8 c d c d 2
2
c c
a a c
d
d e
* e
2
2
1 2
2 1
2
1
*
0
*
0
+ +
+ + + +
= =

(3.5)


Figura extra 1 - Excentricidade do permetro crtico reduzido


"- quando agir momento no plano paralelo borda livre:


Rd
2 P
2 Sd 2
1 P
Sd 1
*
Sd
Sd
d W
M K
d W
M K
d
F
+ +

=

sendo:
M
Sd2
= momento de clculo no plano paralelo borda livre
W
P2
= mdulo de resistncia plstico na direo paralela borda livre, calculado
pelo permetro
K
2
= conforme tabela 19.3.1, substituindo-se c
1
/c
2
por c
2
/2c
1
(c
1
e c
2

conforme a figura 19.3.4) "
45

Sugere-se que a expresso de W
P2
seja includa no texto base:


2
2
1 2 1
2
2
2 P
c d d 8 d c 4 c c
4
c
W + + + + =
(3.6)

Observou-se que, enquanto K
2
obtido atravs da relao c
2
/2c
1
, o
seu termo anlogo K, dado pelo CEB/90, obtido atravs da relao c
1
/2c
2
. Para
pilares internos, o texto base recomenda que, quanto maior a relao c
1
/c
2
, sendo
c
1
lado do pilar paralelo direo em que o momento fletor atua, maior deve ser a
parcela do momento fletor transmitido por esforos de cisalhamento. Seguindo o
mesmo procedimento, era de se esperar, para pilares de borda com momento fletor
atuando segundo a direo paralela borda livre, que quanto maior a relao
c
2
/c
1
, maior deveria ser a parcela do momento fletor a ser transmitida ligao
por esforos de cisalhamento. Neste aspecto, o texto base parece estar mais coerente
que o CEB/90.


" D - Nos pilares de canto:

Aplica-se o disposto para o pilar de borda quando no age momento no plano
paralelo borda. Nesse caso no se deve fazer correo na proporo c
1
/c
2
para
clculo de K."

Fig. 19.3.5 - Permetro crtico em pilares de canto

Segundo o texto, o pilar de canto deve ser tratado como um pilar de
borda sem momentos atuando paralelamente sua borda livre.
46

Como o pilar de canto apresenta duas bordas livres, ignora-se
alternadamente cada uma delas, projetando-se o momento fletor na direo
perpendicular borda livre adotada (Figura extra 2).




Figura extra 2 - Esquema para se considerar cada borda livre.

O texto menciona ainda que no se deve fazer qualquer correo na
proporo c
1
/c
2
, utilizada na obteno do valor de K, que, por sua vez, dado pela
tabela 19.3.1. Ou seja, a proporo c
1
/c
2
no deve ser alterada pelo fato de se estar
calculando um pilar de canto.

No entanto, quando o texto menciona que, para o pilar de canto, o
clculo deva ser feito como se fosse um pilar de borda sem momentos atuando
paralelamente borda, j est implcito que se use a relao c
1
/c
2
na obteno
de K. Sendo assim, sugere-se a excluso da ltima sentena do item 19.3.1D, que
passaria a ter a seguinte forma:

"Aplica-se o disposto para o pilar de borda quando no age momento no plano
paralelo borda."

Na Figura extra 3 mostrada a notao atravs da qual e* e W
P1

foram calculados. A sugesto que se inclua no texto base tanto as expresses como
a notao utilizada:



47


( ) d a a 2
d 8 d c d a 4 a c a a c
* e
2 1
2
1 2 2 1
2
1 1 1
+ +
+ + + +
= (3.7)



2
d c
d 4 d c 2
2
c c
4
c
W
1 2
2
2 1
2
1
1 P

+ + + + = (3.8)




Figura extra 3 - Esquema para clculo de W
P1
e de e*

Segundo esse esquema, c
1
e c
2
devem ser definidos como sendo os
lados do pilar, perpendicular e paralelo borda livre adotada, respectivamente.

" E - No caso em que existir capitel:

Devem ser feitas duas verificaes nos permetros crticos C'
1
e C'
2
, conforme
indica a figura 19.3.6, onde:

d = altura til da laje fora do capitel a considerar no permetro C'
2

d
c
= altura til da laje na face do pilar
d
a
= altura til da laje a ser considerada no permetro C'
1
"



48



Fig. 19.3.6 - Definio da altura til no caso de capitel



" 19.3.2 Casos especiais de definio do permetro crtico

Se o contorno C apresentar reentrncias, o contorno crtico C' ser paralelo ao
polgono circunscrito ao contorno C.


Fig. 19.3.7 - Permetro crtico no caso do contorno C apresentar reentrncia

Se existir na laje uma abertura situada a menos de 8d do contorno C, no ser
considerado o trecho do contorno crtico C' entre as duas retas que passam pelo
centro de gravidade da rea de aplicao da carga e tangenciam o contorno da
abertura. "

49


Fig. 19.3.8 - Permetro crtico junto a abertura na laje


interessante observar que o CEB/90 nada fala a respeito de
aberturas, sendo necessrio recorrer sua verso mais antiga, o CEB/78. Observa-
se, ainda, que o texto base no apresenta informaes sobre como ficam definidos os
permetros crticos (), localizados a uma distncia de 2d dos pilares, quando estes
se localizam prximos a bordas livres (Figura extra 4).


Figura extra 4 - Pilares prximos a bordas livres


J a NBR 6118/82 menciona que, para o caso de segmentos do
permetro crtico C', situados a uma distncia inferior a 3d de uma borda livre, estes
segmentos no sero considerados no valor do permetro mencionado. importante
frisar que, para esta norma, a distncia do permetro crtico em relao ao contorno
da rea carregada de d/2.



" 19.3.3 Interao entre solicitaes normais e tangenciais

No se exige a verificao da influncia das solicitaes normais, decorrentes de
flexo simples ou composta da laje, na resistncia puno. "
50

" 19.3.4 Sapatas

Em sapatas rgidas no ocorre puno, apenas nas flexveis. Ver Captulo 22.


19.3.5 Estado Limite ltimo

19.3.5.1 Verificao da compresso no concreto

Sd

Rd2
= f
cd


onde:
= conforme item 17.3.2.1
f
cd
= resistncia compresso de clculo do concreto

Essa verificao deve ser feita no contorno C.

Para pilares de borda: = + + c d c c
2 2 1
3 2

Para pilares de canto: = + 3
1 2
d c c "

Teria faltado definir que, para pilares internos, o termo pode ser
tomado como sendo o permetro definido pelo contorno C. Alm disso, apesar de se
mencionar o item referente ao clculo de , esse item no foi encontrado. Portanto,
apesar desta verificao ser extremamente importante, faltam dados para que ela
seja feita segundo o texto base da NB-1/94. Sendo assim, optou-se por se transcrever
aqui a formulao dada pelo CEB/90, sem se fazer qualquer adaptao ao texto
base.
O CEB/90 define que o mximo valor da resistncia puno, para
qualquer tipo de ligao, incluindo as reforadas com armaduras de puno e as
protendidas, dado pela seguinte expresso:



P
u d
f
Sd ef
o
cd
,
, 0 5
2
(3.9)

51

onde:
para pilares internos : u
o
= permetro do pilar;
para pilares de borda: u
o
= c
x
+ 3d c
x
+ 2c
y
;
para pilares de canto: u
o
= 3d c
x
+ c
y
;
c
x
= dimenso do pilar paralela borda livre (anlogo a c
2
);
c
y
= dimenso do pilar perpendicular borda livre (anlogo a c
1
).

No clculo, P
sd,ef
a reao de apoio majorada de forma a se
considerarem os efeitos de uma eventual transferncia de momentos da laje para o
pilar.
Para um pilar interno:

+ =
1
1
Sd
Sd
Sd ef , Sd
W
u
P
M
K 1 P P
(3.10)

onde, fazendo-se uma analogia com os termos do texto base da NB-1/94, tem-se
que:
K = constante anloga a K para pilares internos;
M
Sd
= momento fletor anlogo a M
Sd
, para pilares internos;
P
Sd
= termo anlogo a F
Sd
;
u
1
= termo anlogo ao permetro crtico , para pilares internos;
W
1
= termo anlogo a W
P
, para pilares internos.

Para um pilar de borda:

+ =
1
*
1
Sd
Sd
Sd ef , Sd
W
u
P
M
K 1 P P
(3.11)

onde, fazendo-se uma analogia com os termos do texto base da NB-1/94, tem-se
que:
K = constante tabelada em funo da relao c
1
/2c
2
, para pilares de borda
(esta constante obtida de forma anloga, mas no igual a K
2
);
M
Sd
= momento fletor anlogo a M
Sd2
, para pilares de borda;
P
Sd
= termo anlogo a F
Sd
;
u
1
* = termo anlogo ao permetro crtico reduzido *, para pilares de borda;
W
1
= termo anlogo a W
P2
, para pilares de borda.
52

Para um pilar de canto:

P
Sd,ef
= P
Sd
(3.12)

J o f
cd2
dado pela seguinte expresso:


cd
ck
2 cd
f
250
f
1 60 , 0 f

=
(3.13)

onde f
ck
, f
cd
e f
cd2
so dados em MPa. Uma vez que se est utilizando as
recomendaes do CEB/90 com relao a este item, recomenda-se adotar, para esta
verificao, o valor de
c
como sendo igual a 1,5 .



" 19.3.5.2 Verificao da armadura de puno

Comentrio: As duas equaes abaixo, tens A e B, apresentam coeficientes
ligeiramente superiores aos do CEB/90 porque o coeficiente de ponderao da
resistncia do concreto
c
foi reduzido de 1,5 para 1,4.


A - Peas ou trechos sem armadura de cisalhamento


( )( )
3 / 1
ck 1 Rd Sd
f 100 d / 20 1 13 , 0 + =

onde:
d = altura til da laje ao longo do contorno crtico C' da rea de aplicao da carga,
em centmetros
d = (d
x
+ d
y
) / 2, sendo d
x
e d
y
as alturas teis nas duas direes ortogonais
= taxa de armadura de flexo
=
x y
, sendo
x
e
y
as taxas de armadura nas duas direes ortogonais,
calculadas com a largura igual dimenso do pilar, ou da rea carregada, mais
3d para cada um dos lados (ou at a borda da laje, se esta estiver mais
prxima) "
53

" Essa verificao deve ser feita no contorno crtico C' ou em C'
1
e C'
2
no caso de
existir capitel. "

Apesar de no estar no texto base, subentende-se que a unidade de f
ck

seja MPa, de forma a se obter, como resultado, o valor de
Rd1
expresso tambm
em MPa.

" B - Peas ou trechos com armadura de cisalhamento

( )( ) ( ) d / sen f A
s
d
5 , 1 f 100 d / 20 1 10 , 0
ywd Sw
r
3 / 1
ck Sd
+ +
"

Sugere-se que o termo d, que divide a segunda parcela da soma,
seja colocado entre parnteses: ( d).

" sendo:
s
r
= espaamentos radiais entre linhas de armadura de cisalhamento no maior do
que 0,75d
A
Sw
= rea da armadura de cisalhamento numa linha de armadura homottica a C' "

Na realidade, A
Sw
a armadura contida ao longo de uma linha
homottica ao pilar, definida conforme a Figura extra 5.


Figura extra 5 - Definio de A
Sw
, referente a uma linha homottica ao pilar

" Essa armadura deve ser preferencialmente constituda por trs ou mais linhas de
conectores tipo pino com extremidades alargadas, homotticas a C' e dispostas como
indica a figura 19.3.9. Cada uma dessas extremidades deve estar ancorada para fora
do plano da armadura de flexo correspondente. "
54



Fig. 19.3.9 - Disposio da armadura de puno em planta

Com relao ao clculo do permetro crtico externo regio
armada, adotado em funo da disposio dos conectores em cruz, sugere-se a
seguinte formulao, baseada na Figura extra 6.

|
.
|

\
|

|
|
.
|

\
|

+ +
|
.
|

\
|

|
|
.
|

\
|

+ + =
360
2
sen
' y
d 2
360
2
sen
' x
d 2 2 d 4 2
n
(3.14)

onde:

n
= permetro crtico externo regio armada;

, = ngulos definidos na Figura extra 6, dados em graus e relacionados,
respectivamente, a x' e a y';

x' = distncia entre a linha de conectores mais prxima do canto do pilar at o
eixo paralelo ao lado c
1
e que passa pelo centro do pilar;

y' = distncia entre a linha de conectores mais prxima do canto do pilar at o
eixo paralelo ao lado c
2
e que passa pelo centro do pilar.



55


Figura extra 6 - Permetro crtico externo
n
(disposio em cruz)



Fig. 19.3.10 - Disposio da armadura de puno em corte


de vital importncia que a armadura esteja devidamente ancorada,
pois, caso contrrio, poder estar se levando em conta uma resistncia adicional na
ligao que, na realidade, no existe. A Figura extra 7 ilustra um exemplo de
ancoragem de estribos com ganchos na extremidade superior e tambm de
conectores tipo pino. muito importante que no exista folga na regio de contato
da armadura de flexo com os ganchos. J para os conectores tipo pino, deve-se
garantir que a armadura de flexo negativa esteja abaixo da chapa de ancoragem
superior do conector.
56


a) ganchos b) conectores tipo pino
Figura extra 7 - Ancoragem


" f
ywd
= resistncia de clculo da armadura de cisalhamento, no maior do que
300 MPa para conectores ou 250 MPa para estribos.

Comentrio: Ser definido o tipo de detalhamento de estribo a ser aceito pela
norma

= ngulo de inclinao entre o eixo da armadura de cisalhamento e o plano da
laje
= permetro crtico ou permetro crtico reduzido no caso de pilares de borda ou
canto. "

A sugesto agora apresentada apenas visa evitar uma certa confuso
com relao s unidades utilizadas na expresso do item 19.3.5.2B. Sugere-se que
A
Sw
seja dada em cm
2
; d, s
r
e sejam dados em cm; f
ywd
e f
ck
sejam dados
em MPa.

Deve-se atentar para o fato de que, enquanto o valor da tenso
atuante de clculo geralmente calculado em kN/cm
2
, o valor da tenso resistente
de clculo obtido em MPa.

Observou-se ainda que, enquanto no item 19.3.5.2A se compara uma
tenso atuante de clculo com uma tenso resistente de clculo, definida logo a
seguir por uma expresso, no item 19.3.5.2B compara-se a tenso atuante de clculo
diretamente com outra expresso. Portanto, sugere-se a definio de um
Rd1

tambm para a expresso 19.3.5.2B.

57

O CEB/90 apresenta ainda uma recomendao a mais que o texto
base da NB-1/94, no que diz respeito disposio de armaduras de puno, para
pilares de borda e de canto. Esta recomendao est resumida na Figura extra 8:


Figura extra 8 - Armadura de puno para pilares de borda e de canto




Fig. 19.3.11 - Detalhe dos conectores


58




" Esse caso exige trs tipos de verificaes:

a. Compresso do concreto no contorno C "

importante frisar que esta verificao, dada segundo o
item 19.3.5.1, deve ser feita tanto para lajes com, como para lajes sem armadura de
puno.

" b. Puno com armadura de cisalhamento em cada um dos contornos definidos
pelas linhas de armadura. Para a disposio de armadura da figura 19.3.9 essas
verificaes so todas idnticas. "

Esta verificao deve ser feita atravs do item 19.3.5.2B para cada
uma das linhas homotticas ao pilar, j definidas segundo a Figura extra 5. Desta
forma, se o tipo, disposio e quantidade de armadura for o mesmo para cada linha
homottica, basta que se verifique apenas uma delas. Esta verificao feita
exclusivamente para ligaes que possuam armadura de puno.

" c. Puno sem armadura de cisalhamento no contorno afastado de 2d da ltima
linha de armadura. "

Esta verificao possui a finalidade de se evitar que a superfcie de
runa ocorra alm da regio armada. Desta forma, recalcula-se a tenso atuante de
clculo em relao ao novo permetro crtico adotado (Figura 19.3.9). Esta
verificao tambm feita exclusivamente para ligaes que possuam armadura de
puno.

Resumindo, para lajes sem armadura de puno, basta que se
verifiquem os tens 19.3.5.1, que trata da compresso no concreto, e 19.3.5.2A, que
trata da puno em peas ou trechos sem armadura de cisalhamento. J para lajes
com armadura de puno, devem ser verificadas as trs situaes descritas no item
19.3.5.2B, que tratam da puno em peas ou trechos com armadura de
cisalhamento.

59

" No caso da estabilidade global da estrutura depender da resistncia da laje
puno, a armadura dever equilibrar um mnimo de 50% da carga. "

" 19.3.5.3 Verificao de peas protendidas


Pd Sd ef
,
Sd
=
sendo:

Pd
= tenso devida ao efeito dos cabos de protenso inclinados que atravessam o
contorno considerado e passam a menos de d/2 da face do pilar. Ver figura
19.3.12


d
i
sen
i inf, k
P
Pd

=
onde:
P
kinf,i
= fora de protenso no cabo i

i
= inclinao do cabo i em relao ao plano da laje no contorno considerado


Fig. 19.3.12 - Efeito favorvel dos cabos inclinados


19.3.5.4 Colapso progressivo

Para proteo contra o colapso progressivo a armadura de flexo inferior, que
atravessar a projeo da rea em que se aplica a reao de apoio, deve estar
suficientemente ancorada alm do permetro C', conforme figura 19.3.13, e deve ser
tal que:

Sd yd s
F f A

60

Caso a estabilidade global da estrutura dependa da resistncia das lajes puno,
dever ser providenciada armadura de puno, mesmo que
Sd
seja menor ou igual a

Rd1.
"


Fig. 19.3.13 - Armadura contra colapso progressivo



3.2 OBSERVAES GERAI S


Estudos mostram que a presena de vigas no contorno de edifcios em
lajes-cogumelo proporcionam uma melhora significativa no comportamento
estrutural do edifcio como um todo, alm de evitar o problema da puno em pilares
de borda e de canto. Esta melhora do comportamento estrutural tambm observada
atravs de simulaes numricas. Deve-se, portanto, sempre que possvel, evitar a
soluo com apoios discretos na extremidade da laje.

Outro fato muito importante no mencionado pela NB-1/94, mas
mencionado pelo CEB/90, que, a menos de evidncias experimentais, o valor de
f
ck
deve ser limitado em 50 MPa nas verificaes da laje a esforos de cisalhamento.
Esta limitao da resistncia do concreto a 50 MPa tambm observada no
EUROCODE N.2. Desta forma, entende-se que faltam recomendaes para o
clculo da verificao puno para lajes com concreto de alta resistncia. Tal fato
ilustra que so necessrios mais estudos sobre este assunto. Somente assim que se
poder desenvolver uma metodologia para a verificao puno para estruturas
construdas com outros tipos de materiais, como o caso do concreto de alta
resistncia e do concreto com fibras.

61

Por fim, observa-se que o texto base necessita de ajustes e
complementaes, de forma a abranger mais situaes de clculo e tambm de se
tornar mais prtico e eficiente.







4 EXEMPLOS SEGUNDO O TEXTO BASE
DA NB-1/94

So apresentados exemplos de verificao puno, para ligaes da
laje com pilares internos, de borda e de canto. Para cada tipo de ligao, ser avaliada
a influncia da armadura de puno. Observa-se que as dimenses adotadas para a
espessura da laje e para os lados do pilar no so as usualmente empregadas. Na
realidade estes exemplos foram adaptados de ensaios experimentais.



4.1 PI LAR I NTERNO SEM ARMADURA DE PUNO


Os esquemas referentes a este exemplo esto ilustrados na Figura 4.1 e
na Figura 4.2. Para este item, c
1
e c
2
so definidos como sendo, respectivamente, os
lados do pilar paralelos aos eixos x e y.

Dados Gerais:
seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
ck
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: F
Sd
= 135 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm
Portanto: = 0,0188 d = 8,5 cm

Para a verificao da ligao, as tenses atuante (
Sd
) e
resistente (
Rd
) de clculo devero ser calculadas e, a seguir, comparadas.
62




Figura 4.1 - Geometria e momentos fletores Figura 4.2 - Armadura de flexo
(unidades em cm)


4.1.1 TENSO ATUANTE DE CLCULO

O texto base da NB-1/94 no claro com relao ao caso de pilares
internos com momentos fletores aplicados segundo as duas direes x e y.

Para o caso de pilares internos com momento fletor aplicado segundo
uma direo, o item 19.3.1B do texto base quantifica a influncia desse momento
fletor atravs do termo ( ) ( ) K M
Sd
W
P
d , na expresso dada a seguir:



Sd
F
Sd
d
K M
Sd
W
P
d
Rd
+ (4.1)


Portanto, para se levar em considerao a influncia de outro momento
fletor, atuando segundo outra direo, optou-se, neste trabalho, por se adicionar o
termo ( ) ( ) d ' W ' M ' K
P Sd
na expresso (4.1). Esta nova parcela calculada de forma
anloga quela correspondente outra direo ( ) ( ) K M
Sd
W
P
d . Desta forma, a
expresso utilizada para a obteno da tenso atuante de clculo, para este item, a
seguinte:



Sd
Sd Sd
P
Sd
P
Rd
F
d
K M
W d
K M
W d
+ +
' '
'
(4.2)

63

Com base nos dados e na notao adotada na Figura 4.3, tem-se que:

= 2 c
1
+ 2 c
2
+ 2 ( 2 d ) = 40 +30 +106,81 = 176,81 cm
K = 0,633 (c
1
/c
2
= 1,333)
M
Sd
= M
x
= 1000 kN.cm

W
c
c c c d d d c cm
P
+ + + +
1
2
1 2 2
2
1
2
2
4 16 2 3234 14 ,


Figura 4.3 - Notao (unidades em cm)

Com relao ao termo adicionado:

K' = 0,525 (c
2
/c
1
= 0,75)
M'
Sd
= M
y
= 1200 kN.cm
W
c
c c c d d d c cm
P
' , + + + +
2
2
2 1 1
2
2
2
2
4 16 2 3049 61


Substituindo-se os valores numricos na expresso (4.2) :

Sd
x
x
x
x
x
kN cm MPa + +
135
176 81 8 5
0 633 1000
3234 14 8 5
0 525 1200
3049 61 8 5
0 1372 1 372
2
, ,
,
, ,
,
, ,
, / ,


4.1.2 TENSO RESISTENTE DE CLCULO

A expresso da tenso resistente de clculo fornecida pelo item
19.3.5.2A do texto base da NB-1/94:
64


( ) ( ) MPa 189 , 1 25 x 0188 , 0 x 100
5 , 8
20
1 13 , 0 f 100
d
20
1 13 , 0
3 / 1 3 / 1
ck 1 Rd Sd

,
_

,
_

+



Comparando as tenses atuante e resistente de clculo, tem-se que:


Sd
= 1,372 MPa >
Rd1
= 1,189 MPa (Armadura necessria !)


Como a tenso atuante de clculo maior que a resistente, faz-se
necessrio o uso de algum tipo de armadura de puno ou de outro recurso que eleve
a resistncia da ligao. Caso a ligao apresentasse resistncia suficiente, deveria
ainda ser feita a verificao da compresso no concreto.




4.2 PI LAR I NTERNO COM ARMADURA DE PUNO


Neste exemplo sero utilizados os dados referentes ao item anterior,
complementados com dados referentes armadura de puno utilizada.

Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
sy
): 0,32 cm
2

f
ywd
= 434,78 MPa
Disposio dos conectores: radial (Figura 4.4)

Apesar do valor da resistncia de clculo (f
ywd
) da armadura de
puno ser igual a 434,78 MPa, o texto base limita este valor em 300 MPa para
conectores tipo pino.

Para lajes com armadura de puno, o texto base da NB-1/94
recomenda que se faam as trs verificaes mostradas a seguir: compresso no
concreto, regio armada e alm da regio armada.

65


a) em planta b) em corte
Figura 4.4 - Disposio dos conectores (unidades em cm)


4.2.1 VERIFICAO DA COMPRESSO NO CONCRETO

Em vista das recomendaes do texto base da NB-1/94 ainda no
estarem completamente definidas, foi feita aqui a verificao recomendada pelo
CEB/90, dada atravs da seguinte expresso:


F
u d
f
Sd ef
o
cd
,
, 0 5
2
(4.3)

Para pilares internos: u
o
= permetro do pilar = 2c
1
+ 2c
2
= 40 + 30 = 70 cm.
F
Sd,ef
= reao de apoio majorada, de forma a se
considerarem os efeitos de uma eventual
transferncia de momentos da laje ao pilar.

O CEB/90 no menciona a situao de pilares internos com momentos
fletores atuando segundo duas direes, apresentando, apenas, a formulao para
pilares internos com momento fletor aplicado segundo uma direo. Analogamente
ao que foi feito no item 4.1.1, fez-se a adio do termo
( ) ( )
P Sd Sd
' W F ' M ' K expresso que define o F
Sd,ef
, de forma a se levar em conta
a atuao dos momentos fletores segundo as duas direes x e y. Sendo assim:

( ) kN 15 , 206 271 , 0 256 , 0 1 135
' W F
' M ' K
W F
M K
1 F F
P Sd
Sd
P Sd
Sd
Sd ef , Sd
+ +
1
]
1

+
66

Como esta verificao est sendo baseada no CEB/90, optou-se por se
adotar o coeficiente de segurana
c
igual a 1,5, utilizado na determinao de f
cd
:

f f
cd ck
/ , 1 5

Para o clculo de f
cd2
, tanto o f
cd
como o f
ck
devero estar em MPa:

f
cd
f
ck
f
cd 2
0 60 1
250

_
,
, (4.4)

f
cd
MPa
2
0 60 1
25
250
25
15
9 0

_
,
,
,
,


Substituindo-se os valores calculados na expresso (4.3), tem-se que:


206 15
70 8 5
0 5 9 0
,
,
, ,
kN
cm x cm
x MPa

0,346 kN/cm
2
= 3,46 MPa 4,5 MPa (OK!)


4.2.2 VERIFICAO DA REGIO ARMADA

A expresso utilizada para esta verificao fornecida atravs do
item 19.3.5.2B do texto base:

( ) ( )
( )
( )
Sd
d f
ck
d
s
r
A
Sw
f
ywd
d + + 0 10 1 20 100
1 3
15 , /
/
, sen

Sd
a tenso atuante de clculo, j obtida no item 4.1.1;
distncia entre a face do pilar e a linha homottica que passa pela armadura de
puno mais prxima a essa face: 4,0 cm 0,5d = 4,25 cm;
s
r
= 6,5 cm 0,75d = 6,38 cm;
A
Sw
= 16 A
sy
= 16 x 0,32 = 5,12 cm
2
;
= 90;
f
ywd
= 300 MPa;
= permetro crtico (caso de pilar interno) = 176,81 cm.
67

Portanto:

( )
Sd
x x x x
x
+

_
,

+ 0 10 1
20
8 5
100 0 0188 25
1 3
15
8 5
6 5
512 300 1
1
176 81 8 5
,
,
,
( / )
,
,
,
( , )
( , , )

Sd
= 1,372 MPa 0,914 + 2,005 = 2,92 MPa (OK !)



4.2.3 VERIFICAO ALM DA REGIO ARMADA

Neste item, a tenso atuante de clculo deve ser recalculada com base
nos parmetros relativos ao novo permetro crtico adotado, localizado a uma
distncia de 2d alm da linha homottica que passa pela armadura de puno mais
distante do pilar. esta nova tenso atuante de clculo que deve, ento, ser
comparada com a tenso resistente de clculo, relativa a peas ou trechos sem
armadura de puno, dada no item 19.3.5.2A do texto base.

a) Tenso atuante de clculo
Sdn

A expresso a ser utilizada para a obteno da nova tenso atuante de
clculo dever ser anloga adaptada no item 4.1.1, a fim de que se leve em conta a
existncia de momentos fletores aplicados segundo as duas direes x e y.



Sdn
Sd
n
Sd
Pn d
Sd
Pn
Rd
F
d
K M
W
K M
W d
+ +
' '
'
(4.5)

Sdn
= nova tenso atuante de clculo relacionada ao novo permetro crtico;

n

= novo permetro crtico;
M
Sd
= momento fletor atuante na direo x;
M'
Sd
= momento fletor atuante na direo y;
W
Pn
= mdulo de resistncia plstica perpendicular direo y, calculado em
relao ao novo permetro crtico
n
;
W'
Pn
= mdulo de resistncia plstica paralela direo y, calculado em relao ao
novo permetro crtico
n
.
68

Clculo do novo permetro crtico (Figura 4.5)





Figura 4.5 - Esquema de clculo para
n


n
= permetro localizado a 2d alm da regio armada = 2 c
1
+ 2 c
2
+ 8 l '
j = 4 + 2 x 6,5 + 2 x 8,5 = 34 cm


Pela lei dos cossenos: ( ) 17 , 677 45 cos 1 j 2 '
2 2
l
l' , 26 02 cm

Portanto:
n
= 278,16 cm


Para a utilizao da disposio radial da armadura de puno, deve-se
verificar a seguinte condio: n 2d

Pela lei dos cossenos: ( ) ( ) 29 , 169 45 cos 1 2 x 5 , 6 4 2 n
2 2
+
n = 13,01 cm 2d = 17,0 cm (distribuio radial adequada !)



69

Clculo de W
Pn


O mdulo de resistncia plstico pode ser calculado como sendo a
somatria dos seguintes produtos: comprimento de cada segmento do novo permetro
crtico, multiplicado pela distncia do seu centro de gravidade at o eixo
perpendicular direo na qual o momento fletor est atuando. De forma a facilitar
este clculo, o permetro crtico foi subdividido em segmentos (Figura 4.6).




Figura 4.6 - Esquema de clculo para W
Pn



Trecho a: W
Pna
= comprimento do segmento x distncia do seu c.g. ao eixo
W
Pna
= 10 x 5 = 50 cm
2

Trecho b: W
Pnb
= 26,02 x [ 10 + 26,02 x (cos 22,5) / 2 ] = 572,95 cm
2


Trecho c: W
Pnc
=26,02 x [ 10 + 26,02 x cos 22,5 + 26,02 x ( cos 67,5 ) / 2 ]
W
Pnc
=1015,25 cm
2


Trecho d: W
Pnd
= 15 x (10 + 4 + 2 x 6,5 + 2 x 8,5) = 660 cm
2


Desta forma: W
Pn
= 4 [ W
Pna
+ W
Pnb
+ W
Pnc
] + 2 W
Pnd
= 7872,80 cm
2
70

Clculo de W'
Pn


Este parmetro calculado de forma anloga a W
Pn
(Figura 4.7).




Figura 4.7 - Esquema de clculo para W'
Pn



Trecho a: W'
Pna
= 20 x (7,5 + 4 + 2 x 6,5 + 2 x 8,5) = 830 cm
2

Trecho b: W'
Pnb
= 26,02 x [ 7,5 + 26,02 x cos 22,5 + 26,02 x ( cos 67,5 ) / 2 ]
W'
Pnb
= 950,20 cm
2

Trecho c: W'
Pnc
= 26,02 x [7,5 + 26,02 x (cos 22,5) / 2] = 507,90 cm
2


Trecho d: W'
Pnd
= 7,5 x 7,5 / 2 = 28,125 cm
2


Desta forma:

W'
Pn
= 2 W'
Pna
+ 4 [ W'
Pnb
+ W'
Pnc
+ W'
Pnd
] = 7604,90 cm
2


71

Clculo da nova tenso atuante

Substituindo-se os valores numricos na expresso (4.5), tem-se que:

Sdn
x
x
x
x
x
kN cm MPa + +
135
278 16 8 5
0 633 1000
7872 80 8 5
0 525 1200
7604 90 8 5
0 0763 0 763
2
, ,
,
, ,
,
, ,
, / ,


b) Tenso resistente de clculo
Rd


Comparando-se o valor de
Sdn
com o valor de
Rd1
(j calculado no
item 4.1.2), tem-se que:

Sdn
= 0,763 MPa
Rd1
= 1,189 MPa (OK!)

Observa-se que a presena da armadura de puno proporcionou
resistncia suficiente ligao para resistir aos esforos solicitantes.




4.3 PI LAR DE BORDA SEM ARMADURA DE PUNO


So apresentados os seguintes dados gerais referentes a este caso
(Figura 4.8 e Figura 4.9):

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
ck
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: F
Sd
= 100 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm
Portanto: = 0,0188 d = 8,5 cm

Para este caso, define-se c
1
como sendo o lado do pilar perpendicular
borda livre.
72


Figura 4.8 - Geometria e momentos
fletores

Figura 4.9 - Armadura de flexo
(unidades em cm)

Sero comparadas as tenses atuante e resistente de clculo. Observa-
se que, neste caso, M
x
o momento que atua na direo perpendicular borda livre
enquanto que M
y
o momento que na direo paralela borda livre.


4.3.1 TENSO ATUANTE DE CLCULO

A expresso utilizada para a obteno da tenso atuante de clculo
dada no item 19.3.1C do texto base:


Sd
Sd Sd
P
Sd
P
Rd
F
d
K M
W d
K M
W d
+ +
*
1
1
2 2
2
(4.6)

Com base na Figura extra 1, mostrada no captulo 3, e nas expresses
desenvolvidas para W
P1
, e* e W
P2
, tambm presentes no captulo 3, tem-se que:

* = 2 a + c
2
+ 2 (2 d) /2 = 20 + 15 + 53,41 = 88,41 cm

W
P
c
c c
c d d d c
1
1
2
2
1 2
2
2
2
8
2
1
+ + + + = 1717,07 cm
2

W
P
c
c c c d d d c
2
2
2
4
1 2
4
1
8
2
2
+ + + + = 2014,80 cm
2

e
c a a
c c
d c d c d
a c d
*
+ + + +
+ +
1
2
1 2
2
2
2 1
8
2
2
2
2

= 18,29 cm
73

M
Sd1
= M
x
= 1000 kN.cm

M
Sd
* = F
Sd
. e* = 100 x 18,29 = 1829 kN.cm

M
Sd
= M
Sd1
- M
Sd
* = 1000 - 1829 = -829 < 0 M
Sd
= 0

M
Sd2
= M
y
= 1200 kN.cm

K
1
= 0,633 (c
1
/c
2
= 1,333)

K
2
= 0,450 (c
2
/2c
1
= 0,375)

Adotou-se como valor de K
2
o valor correspondente menor relao
c
2
/2c
1
existente na tabela 19.3.1 do texto base da NB-1/94, uma vez que a relao
c
2
/2c
1
, obtida para este exemplo, inferior ao valor mnimo existente na tabela
mencionada.

Substituindo-se os valores calculados na expresso (4.6), obtm-se :

Sd
x
x
x
x
x
kN cm MPa + +
100
88 41 8 5
0 633 0
1717 07 8 5
0 45 1200
2014 80 8 5
0 1646 1 646
2
, ,
,
, ,
,
, ,
, / ,


4.3.2 TENSO RESISTENTE DE CLCULO

Utilizando-se novamente a expresso dada no item 19.3.5.2A do texto
base, tem-se-que:

( ) ( ) MPa 189 , 1 25 x 0188 , 0 x 100
5 , 8
20
1 13 , 0 f 100
d
20
1 13 , 0
3 / 1 3 / 1
ck 1 Rd Sd

,
_

,
_

+



Sd
= 1,646 MPa >
Rd1
= 1,189 MPa (Armadura necessria !)

Novamente, faz-se necessrio o uso de algum tipo de armadura de
puno para elevar a resistncia da ligao. Tambm neste caso deveria ser feita a
verificao da compresso no concreto, caso a ligao tivesse apresentado resistncia
suficiente.
74

4.4 PI LAR DE BORDA COM ARMADURA DE PUNO


Com relao ao item 4.3, so apresentados os seguintes dados
complementares referentes armadura de puno a ser utilizada.

Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
sy
): 0,32 cm
2

f
ywd
= 300 MPa (valor mximo dado segundo o texto base da NB-1/94)
Disposio dos conectores: radial (Figura 4.10)




a) em planta b) em corte

Figura 4.10 - Disposio dos conectores (unidades em cm)

Apesar de no ter sido mencionada pelo texto base, foi considerada,
neste exemplo, a recomendao dada pelo CEB/90 com relao armadura de
puno adicional, ilustrada na Figura 4.10. Faz-se agora as trs verificaes
recomendadas pelo texto base.


4.4.1 VERIFICAO DA COMPRESSO NO CONCRETO

O procedimento a ser seguido neste item anlogo ao procedimento
descrito no item 4.2.1. A diferena bsica entre os tens est na modificao de
algumas expresses, pelo fato de se tratar aqui de um pilar de borda.
75

Verificao:
F
u d
f
Sd ef
o
cd
,
, 0 5
2


u
o
= c
2
+ 3d c
2
+ 2 c
1
u
o
= 40,50 cm

K = 0,50 (c
1
/2c
2
= 0,667)

kN 30 , 126
80 , 2014 x 100
41 , 88 x 1200 x 50 , 0
1 100
W F
* M K
1 F F
2 P Sd
2 Sd
Sd ef , Sd

1
]
1

+
1
]
1


+


f
cd
f
ck
f
cd
MPa
2
0 60 1
250
0 60 1
25
250
25
15
9 0

_
,

_
,
, ,
,
,


Fazendo-se a verificao:
126 30
40 50 8 5
0 5 9
,
, ,
,
kN
cm x cm
x MPa

0,367 kN/cm
2
= 3,67 MPa 4,5 MPa (OK!)



4.4.2 VERIFICAO DA REGIO ARMADA

Esta verificao dada atravs do item 19.3.5.2B do texto base:

( ) ( )
( )
( )
Sd
d f
ck
d
s
r
A
Sw
f
ywd
d + + 0 10 1 20 100
1 3
15 , /
/
, sen *

Sd
a tenso atuante de clculo, j obtida no item 4.3.1;
distncia entre a face do pilar e a linha homottica que passa pela armadura de
puno mais prxima a essa face: 4,0 cm 0,5d = 4,25 cm;
s
r
= 6,5 cm 0,75d = 6,38 cm;
A
Sw
= 14 A
sy
= 14 x 0,32 = 4,48 cm
2
(armadura considerada no clculo);

= 90;
f
ywd
= 300 MPa;
* = permetro crtico reduzido (caso de pilar de borda) = 88,41 cm.
76

Portanto:

( )
( )
( )
( ) 5 , 8 x 41 , 88
1
1 x 300 x 48 , 4
5 , 6
5 , 8
5 , 1 25 x 0188 , 0 x 100
5 , 8
20
1 10 , 0
3 / 1
Sd
+

,
_

Sd
= 1,646 MPa 4,423 MPa (OK !)



4.4.3 VERIFICAO ALM DA REGIO ARMADA

Assim como no item 4.2.3, a tenso atuante de clculo a ser utilizada
nesta verificao dever ser recalculada em funo dos parmetros relativos aos
novos permetros crtico e crtico reduzido (localizados a uma distncia de 2d alm
da linha homottica que passa pela armadura de puno mais distante do pilar). O
procedimento para o clculo dos novos parmetros anlogo ao mostrado no item
4.2.3. Sendo assim, a expresso utilizada dever ser anloga dada no item 19.3.1C
do texto base da NB-1/94, para pilares de borda quando agir momento no plano
paralelo borda livre. J a tenso resistente, aquela referente a peas sem armadura
de puno, dada no item 19.3.5.2A do texto base e j calculada no item 4.3.2.


a) Tenso atuante de clculo
Sdn


A expresso utilizada para o clculo da nova tenso atuante, referente
aos novos permetros crtico e crtico reduzido adotados (Figura 4.11), dada a
seguir:


Sdn
Sd
n
Sdn
P n
Sd
P n
Rd
F
d
K M
W d
K M
W d
+ +
*
1
1
2 2
2
(4.7)

Sdn
= nova tenso atuante de clculo;

n

= novo permetro crtico, localizado a 2d alm da linha homottica que
passa pela armadura de puno mais distante do pilar;

n
*

= novo permetro crtico reduzido;
M
Sdn
= (M
Sd1
- M
Sdn
*) 0;
77


M
Sd1
= momento de clculo no plano perpendicular borda livre;
M
Sdn
* = momento de clculo resultante da excentricidade do novo permetro
crtico reduzido
n
* em relao ao centro do pilar;
W
P1n
= mdulo de resistncia plstica perpendicular borda livre, calculado pelo
novo permetro crtico
n
;

W
P2n
= mdulo de resistncia plstica paralela borda livre, calculado pelo novo
permetro crtico
n
.




Figura 4.11 - Definio dos novos permetros crtico e crtico reduzido


Clculo do novo permetro crtico
n
(Figura 4.12)

n
= 2 c
1
+ c
2
+ 6 l '
j = 4 + 2 x 6,5 + 2 x 8,5 = 34 cm

Pela lei dos cossenos: ( ) 75 , 309 30 cos 1 j 2 '
2 2
l
l ' = 17,60 cm

Portanto:
n
= 160,60 cm


78






Figura 4.12 - Esquema para clculo de
n


Para a utilizao da disposio radial da armadura de puno, deve-se
verificar a seguinte condio: n 2d

Pela lei dos cossenos: ( ) ( ) 44 , 77 30 cos 1 2 x 5 , 6 4 2 n
2 2
+
n = 8,80 cm 2d = 17,0 cm (distribuio radial adequada!)


Clculo do novo permetro crtico reduzido
n
*

n
*

= 2 a + c
2
+ 6 l ' = 2 x 10 + 15 + 6 x 17,60 = 140,60 cm


Clculo do M
Sdn
: M
Sdn
= (M
Sd1
- M
Sdn
*) 0
M
Sd1
= M
x
= 1000 kN.cm
M
Sdn
* = F
Sd
. e
n
*


79


Clculo do e
n
*

Esta excentricidade pode ser calculada atravs da seguinte forma:
primeiramente subdivide-se em segmentos o novo permetro crtico reduzido
(Figura 4.13); a seguir, calcula-se a somatria dos produtos dos comprimentos desses
segmentos pelas respectivas distncias de seus centros de gravidade ao eixo
perpendicular direo segundo a qual o momento fletor atua e que passa pelo centro
do pilar; por fim, faz-se a diviso da somatria desses produtos pelo comprimento do
permetro crtico reduzido, obtendo-se, desta forma, o valor da excentricidade.

Portanto:

Trecho a: D
a
= compr/to do seg/to x dist. do c.g. do seg/to ao eixo = 10 x 5 = 50 cm
2

Trecho b: D
b
= 17,6 x [10 + 17,60x(cos 15)/2] = 325,6 cm
2

Trecho c: D
c
= 17,6 x [10 + 17,60xcos 15 + 17,60x( cos 45 )/2] = 584,72 cm
2


Trecho d:
D
d
=17,6x[10+17,60 x cos 15+17,60 x cos 45+17,60 x (cos 75)/2]= 734,32 cm
2

Trecho e: D
e
= 15 x (10 + 4 + 2 x 6,5 + 2 x 8,5) = 660 cm
2


Desta forma:

e
n
* = [2 (D
a
+ D
b
+ D
c
+ D
d
) + D
e
] /
n
* = 4049,28 / 140,60 = 28,80 cm



Portanto:

M
Sdn
= 1000 - 100 . e
n
* = -1880 kN.cm < 0 M
Sdn
= 0

Como o M
Sdn
calculado apresentou valor nulo, ento a segunda
parcela da expresso (4.7) se anula e, consequentemente, no necessrio que se
calcule o W
P1n
.
80




Figura 4.13 - Esquema para clculo de e
n
*


Clculo do W
P2n

O clculo deste parmetro feito de forma anloga ao j visto no
item 4.2.3 e o seu esquema est ilustrado na Figura 4.14.


Figura 4.14 - Esquema para clculo de W
P2n



Desta forma:

Trecho a: W
P2a
= 830 cm
2
Trecho b: W
P2b
= 690,32 cm
2
Trecho c: W
P2c
= 540,72 cm
2

Trecho d: W
P2d
= 281,60 cm
2

Trecho e: W
P2e
= 28,13 cm
2



Portanto: W
P2n
= 2 ( W
P2a
+ W
P2b
+ W
P2c
+ W
P2d
+ W
P2e
) = 4741,54 cm
2

81




Substituindo-se os valores calculados na expresso (4.7), tem-se que:

Sdn
x
x
x
kN cm MPa +
100
140 60 8 5
0 45 1200
4741 54 8 5
0 0971 0 971
2
, ,
,
, ,
, / ,


b) Tenso resistente de clculo
Rd


Comparando-se o valor de
Sdn
com o valor de
Rd1
(j calculado no
item 4.3.2), tem-se que:

Sdn
= 0,971 MPa
Rd1
= 1,189 MPa (OK!)

Observa-se que a presena da armadura de puno proporcionou laje
resistncia suficiente para resistir aos esforos solicitantes.




4.5 PI LAR DE CANTO SEM ARMADURA DE PUNO


Dados gerais e esquemas (Figura 4.15 e Figura 4.16):

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
ck
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: F
Sd
= 50 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm
Portanto: = 0,0188 d = 8,5 cm


82



Figura 4.15 - Geometria e momentos fletores Figura 4.16 - Armadura de flexo
(unidades em cm)

Neste exemplo, o pilar de canto foi considerado como sendo um pilar
de borda quando no age momento no plano paralelo borda livre. Como no pilar de
borda existe apenas uma borda livre enquanto que no pilar de canto existem duas, o
clculo deve ento ser feito ignorando-se, alternadamente, cada uma das bordas
livres. Desta forma, obtm-se a tenso atuante de clculo segundo as direes x e y,
e, a seguir, compara-se o maior valor encontrado com a tenso resistente de clculo.

Para este caso, c'
1
e c'
2
so definidos como sendo, respectivamente, os
lados paralelos aos eixos x e y, uma vez que, para a correta utilizao das expresses
fornecidas no captulo 3, deve-se definir c
1
como sendo o lado perpendicular borda
livre adotada, enquanto que c
2
fica sendo o lado paralelo borda livre adotada.


4.5.1 TENSO ATUANTE DE CLCULO
Sdx

Neste item, ignora-se a borda livre paralela ao eixo x. Na Figura 4.17
mostrada a notao utilizada.

Para se obter a tenso atuante de clculo, utilizada a expresso:


Sdx
Sd Sd
P x
Rd
F
d
K M
W d
+
*
1
1
(4.8)

K
1
= 0,633 (c
1
/c
2
= 1,333)
M
Sd
= M
Sd1
- M
Sd
* = M
x
- F
Sd
.e
x
* = 1000 - 50 e
x
*

83



Figura 4.17 - Notao para o clculo de e
x
*


De acordo com a Figura 4.17 e com as expresses desenvolvidas no
captulo 3, tem-se que:

a
1
= 10 cm
a
2
= 7,5 cm
* = a
1
+ a
2
+ 2 (2 d) /4 = 10 + 7,5 + 26,70 = 44,20 cm

e
c a a c a a d c d d
a a d
x
*
( )

+ + + +
+ +
1 1
1
2
1 2 2 1
2
1 2
4 8
2

= 18,29 cm

W
P x
c
c c
c d d
c d
1
1
2
4
1 2
2
2
2
4
2
1
2
+ + + +

= 1061,04 cm
2


M
Sd
= 1000 - 50 x 18,29 = 85,5 kN.cm



Substituindo-se os valores numricos na expresso (4.8):



Sdx
x
x
x
kN cm MPa +
50
44 20 8 5
0 633 85 5
1061 04 8 5
0 1391 1 391
2
, ,
, ,
, ,
, / ,


84

4.5.2 TENSO ATUANTE DE CLCULO
Sdy


J neste item ignora-se a borda perpendicular ao eixo x. A
determinao de
Sdy
feita de maneira anloga realizada no item anterior,
tomando-se o devido cuidado de adaptar c
1
e c
2
com relao nova borda livre
adotada (Figura 4.18).



Figura 4.18 - Mudana da notao para o clculo de e
y
*

Portanto:


Sdy
Sd Sd
P y
Rd
F
d
K M
W d
+
*
1
1
(4.9)

a
1
= 7,5 cm
a
2
= 10 cm
* = 44,20 cm
K
1
= 0,525 (c
1
/c
2
= 0,75)
M
Sd
= M
Sd1
- M
Sd
* = My - F
Sd
. e
y
* = 1200 - 50 e
y
*

Com base na notao adotada na Figura 4.18 e nas expresses
desenvolvidas no captulo 3, tem-se que:

e
c a a c a a d c d d
a a d
y
*
( )

+ + + +
+ +
1 1
1
2
1 2 2 1
2
1 2
4 8
2

= 17,25 cm

W
P y
c
c c
c d d
c d
1
1
2
4
1 2
2
2
2
4
2
1
2
+ + + +

= 1035,53 cm
2

M
Sd
= 1200 - 50 x 17,25 = 337,50 kN cm
85

Substituindo-se os valores na expresso (4.9), tem-se que:
Sdy
= 1,532 MPa .

Verifica-se que esta tenso atuante de clculo a mais crtica.



4.5.3 TENSO RESISTENTE DE CLCULO
Rd

Compara-se a mxima tenso atuante de clculo encontrada com a
tenso resistente, dada segundo o item 19.3.5.2A do texto base:

( ) ( ) MPa 189 , 1 25 x 0188 , 0 x 100
5 , 8
20
1 13 , 0 f 100
d
20
1 13 , 0
3 / 1 3 / 1
ck 1 Rd Sd

,
_

,
_

+


Portanto:


Sdy
= 1,532 MPa >
Rd1
= 1,189 MPa (Armadura necessria !)

Conforme j visto anteriormente, a resistncia da ligao no
suficiente para resistir aos esforos solicitantes. No exemplo seguinte ser utilizada
uma armadura de puno para aumentar a resistncia da ligao. Caso a resistncia
da laje tivesse sido suficiente para resistir a esses esforos solicitantes, deveria ainda
ter sido feita a verificao da compresso no concreto.




4.6 PI LAR DE CANTO COM ARMADURA DE PUNO


So apresentados os dados complementares ao exemplo anterior,
referentes armadura de puno a ser utilizada neste item:

Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
sy
): 0,32 cm
2

f
ywd
= 300 MPa (valor limitado pelo texto base da NB-1/94)
Disposio dos conectores: radial (Figura 4.19)
86



a) em planta b) em corte
Figura 4.19 - Disposio dos conectores

Apesar de no ter sido mencionada pelo texto base, foi considerada,
neste exemplo, a recomendao dada pelo CEB/90 com relao armadura de
puno adicional, ilustrada na Figura 4.19. Sero feitas, a seguir, as trs verificaes
dadas segundo o texto base.


4.6.1 VERIFICAO DA COMPRESSO NO CONCRETO

Esta verificao, j exemplificada para pilares internos no item 4.2.1 e
para pilares de borda no item 4.4.1, agora aplicada para pilares de canto:

Verificao:
F
u d
f
Sd ef
o
cd
,
, 0 5
2


u
o
= 3d c'
2
+ c'
1
u
o
= 25,50 cm

F
Sd,ef
= F
Sd
= 50 kN

f
cd
f
ck
f
cd
MPa
2
0 60 1
250
0 60 1
25
250
25
15
9 0

_
,

_
,
, ,
,
,

Fazendo-se a verificao:
50
25 5 8 5
0 5 9
kN
cm x cm
x MPa
, ,
,

0,231 kN/cm
2
= 2,31 MPa 4,5 MPa (OK!)
87

4.6.2 VERIFICAO DA REGIO ARMADA

Compara-se a mxima tenso atuante de clculo obtida atravs dos
tens 4.5.1 e 4.5.2, com a tenso resistente, dada pelo item 19.3.5.2B do texto base da
NB-1/94:

( ) ( )
( )
( )
Sd
d f
ck
d
s
r
A
Sw
f
ywd
d + + 0 10 1 20 100
1 3
15 , /
/
, sen *

Sd
a maior das tenses atuantes de clculo, obtidas segundo os tens 4.5.1 e 4.5.2;
distncia entre a face do pilar e a linha homottica que passa pela armadura de
puno mais prxima a essa face: 4,0 cm 0,5d = 4,25 cm;
s
r
= 6,5 cm 0,75d = 6,38 cm;
A
Sw
= 7 A
sy
= 7 x 0,32 = 2,24 cm
2
(armadura considerada no clculo);

= 90;
f
ywd
= 300 MPa;
* = permetro crtico reduzido (caso de pilares de canto) = 44,20 cm.

Portanto:

( ) ( ) ( ) ( )
Sd
x x x x x + + 0 10 1 20 8 5 100 0 0188 25 15
8 5
6 5
2 24 300 1 44 20 8 5
1 3
, / , , ,
,
,
, / , ,
/

Sd
= 1,532 MPa 4,423 MPa (OK !)


4.6.3 VERIFICAO ALM DA REGIO ARMADA

As tenses atuantes de clculo devero ser recalculadas com base em
parmetros referentes aos novos permetros crtico
n
e crtico reduzido
n
*
(Figura 4.20), localizados a 2d da linha homottica que passa pela armadura de
puno mais distante do pilar, ignorando-se, alternadamente, as bordas paralela e
perpendicular ao eixo x.

88


Figura 4.20 - Novos permetros crtico e crtico reduzido adotados (unidades em cm)


Clculo do novo permetro crtico

n
= 20 + 15 + 3 l '
j = 4 + 2 x 6,5 + 2 x 8,5 = 34 cm

Pela lei dos cossenos: ( ) 75 , 309 30 cos 1 j 2 '
2 2
l
l ' = 17,60 cm

Portanto:
n
= 87,80 cm

Para a utilizao da disposio radial da armadura de puno, deve-se
verificar a seguinte condio: n 2d

Pela lei dos cossenos: ( ) ( ) 44 , 77 30 cos 1 2 x 5 , 6 4 2 n
2 2
+
n = 8,80 cm 2d = 17,0 cm (distribuio radial adequada!)



89

Clculo do novo permetro crtico reduzido

a'
1
= trecho do novo permetro crtico reduzido
n
*, paralelo a c
1
= 10 cm
a'
2
= trecho do novo permetro crtico reduzido
n
*, paralelo a c
2
= 7,5 cm

n
* = a
1
+ 3 l ' + a
2
= 70,3 cm


a) Tenso atuante de clculo
Sdnx
(ignora-se a borda paralela ao eixo x)

O valor da nova tenso atuante de clculo dado pela expresso:



Sdnx
Sd
n
Sdn
P nx
Rd
F
d
K M
W d
+
*
1
1
(4.10)

Sdnx
= tenso atuante de clculo relacionada ao novo permetro crtico adotado;
M
Sdn
= (M
Sd1
- M
Sdn
*) 0;
M
Sd1
= momento de clculo no plano perpendicular borda livre adotada;
M
Sdn
*= momento de clculo resultante da excentricidade do novo permetro crtico
reduzido
n
* em relao ao centro do pilar;
W
P1nx
= mdulo de resistncia plstica perpendicular borda livre adotada,
calculado pelo novo permetro crtico
n
.



Clculo do M
Sd
:
M
Sdn
= (M
Sd1
- M
Sdn
*) 0
M
Sd1
= M
x
= 1000 kN.cm
M
Sdn
* = F
Sd
. e
xn
*

Clculo do e
xn
*

A excentricidade pode ser calculada de maneira anloga mostrada no
item 4.4.3a. Na Figura 4.21, mostrado o novo permetro crtico reduzido
subdividido em segmentos.

90


Figura 4.21 - Segmentos do permetro crtico
reduzido

Portanto:

Trecho a: D
a
= 50 cm
2
Trecho b: D
b
= 325,6 cm
2

Trecho c: D
c
= 584,72 cm
2

Trecho d: D
d
= 734,32 cm
2

Trecho e: D
e
= 330 cm
2





Desta forma:

e
xn
* = (D
a
+ D
b
+ D
c
+ D
d
+ D
e
) /
n
* = 2024,64 cm
2
/ 70,30 cm = 28,80 cm

M
Sdn
= 1000 - 50 e
xn
* = - 440 kN.cm < 0 M
Sdn
= 0

Como M
Sd
deve ser maior ou igual a zero, ento a segunda parcela da
expresso (4.10) se anula e, consequentemente, no necessrio que se calcule o
W
P1nx
.

Substituindo-se os valores calculados na expresso (4.10), tem-se:

Sdnx
Sd
n
F
d x
kN cm MPa
* , ,
, / ,
50
70 3 8 5
0 0837 0 837
2



b) Tenso atuante de clculo
Sdny
(ignora-se a borda paralela ao eixo y)

Calculando-se a nova tenso atuante de clculo de forma anloga ao
item anterior e tomando-se o devido cuidado na adaptao da notao das expresses
utilizadas, tem-se que:


Sdny
Sd
n
Sdn
P ny
Rd
F
d
K M
W d
+
*
1
1
(4.11)
91

e
yn
* = 1955,76 cm
2
/ 70,30 cm = 27,82 cm
M
Sdn
* = F
Sd
. e
yn
*

= 1390 kN.cm
M
Sdn
= M
y
- M
Sdn
* = - 190 kN.cm < 0 M
Sdn
= 0

Substituindo-se os valores numricos na expresso (4.11):


Sdny
=
Sdnx
= 0,0837 kN / cm2 = 0,837 MPa


c) Tenso resistente de clculo
Rd


Comparando-se o valor de
Sd
com o valor de
Rd1
(j calculado no
item 4.5.3), tem-se que:

Sdnx
=
Sdny
= 0,837 MPa
Rd
= 1,189 MPa (OK!)

Observa-se que a presena da armadura de puno proporcionou laje
resistncia suficiente para resistir aos esforos solicitantes.



4.7 COLAPSO PROGRESSIVO


Segundo EL DEBS (1992), o colapso progressivo pode ser definido
como um tipo de runa "incremental", de forma que os danos ocorridos no so
proporcionais causa inicial. Uma das solues para este problema propiciar
caminhos alternativos para as cargas de uma estrutura. Para os exemplos analisados,
dever supor-se uma malha para armadura positiva idntica s indicadas nas Figuras
4.2, 4.9 e 4.16, para pilares internos, de borda e de canto, respectivamente. Apenas
as barras em negrito nas figuras acima mencionadas que foram computadas nesta
verificao. Estas barras, embora no esteja explcito, passam por dentro da armadura
principal do pilar. O detalhamento destas armaduras no ser abordado. No entanto,
ele deve estar de acordo com a Figura 19.3.13 do texto base da NB-1/94, fornecida
no captulo 3. Observa-se, ainda, que no h informaes para a situao de pilares
de canto. O CEB/90 apresenta mais detalhes com relao disposio dessa
armadura. Esses detalhes esto apresentados no item 6.7 do captulo 6.
92

4.7.1 PILAR INTERNO

A armadura A
S
que cruza a interface da ligao laje-pilar, para este
caso, corresponde a 10 barras. Portanto:

A f x cm x kN cm kN F kN OK
S yd Sd
> ( , ) , / , ( !) 10 0 80 43 48 347 84 135
2 2



4.7.2 PILAR DE BORDA

Neste caso, a armadura A
S
corresponde a 8 barras. Portanto:

A f x cm x kN cm kN F kN OK
S yd Sd
> ( , ) , / , ( !) 8 0 80 43 48 278 27 100
2 2



4.7.3 PILAR DE CANTO

Neste caso, a armadura A
S
corresponde a 5 barras. Portanto:

A f x cm x kN cm kN F kN OK
S yd Sd
> ( , ) , / , ( !) 5 0 80 43 48 173 92 50
2 2




4.8 OBSERVAES GERAIS


Verifica-se, nos processos de clculo desenvolvidos, que a presena da
armadura de puno eleva substancialmente a resistncia da ligao laje-pilar.

Observa-se tambm uma certa complexidade no clculo dos
parmetros relativos verificao da puno alm da regio armada. Para as
situaes analisadas neste captulo, pode-se sugerir a adoo de um novo permetro
crtico, composto por trechos retos e por quartos de circunferncia, anlogo ao
mostrado na Figura 4.3, de forma que se possa, dessa maneira, desenvolver
expresses e, consequentemente, obter uma maior simplicidade no clculo desta
verificao.
93

Com relao ao colapso progressivo, observa-se ainda que seria
interessante que houvesse um melhor detalhamento para a armadura utilizada em
pilares de borda e de canto.






5 EXEMPLOS SEGUNDO O
EUROCODE N.2 (1992)

So apresentados aqui os mesmos exemplos mostrados no captulo 4,
s que verificados segundo as recomendaes do EUROCODE N.2.

Nos clculos seguintes, a altura til (d) adotada ser igual mdia
aritmtica das observadas segundo as duas direes ortogonais x e y. J a taxa de
armadura flexo (
1
) ser a mdia geomtrica das observadas segundo as duas
direes x e y. O valor de
1
, no entanto, est limitado em 0,015. Portanto:

d = (d
x
+d
y
) / 2


1
0 015
x y
,

Observa-se que para os exemplos com armaduras de puno, a laje
no apresenta a espessura mnima de 200 mm, dada em funo da dificuldade de se
ancorar este tipo de armadura. No entanto, pode-se evitar este problema atravs da
utilizao de chapas de ancoragem fixadas nas extremidades dos conectores tipo
pino.

As condies necessrias para que as recomendaes deste cdigo
possam ser aplicadas aos casos analisados so as seguintes:

Para seo retangular:

permetro do pilar 11 d permetro = 70 cm 11 d = 93,5 cm (OK!)
relao lado maior / lado menor 2 20/15 = 1,333 2 (OK!)

95

Para pilares alongados, na falta de uma anlise mais apurada, o
EUROCODE N.2 recomenda que se considere apenas certos trechos do permetro
crtico, uma vez que, para estes casos, o esforo cortante se concentra nos cantos dos
apoios. Esta recomendao ilustrada atravs da Figura 5.1.

a ser considerado
--- --- --- permetro crtico


Figura 5.1 - Considerao do permetro crtico para pilares alongados



5.1 PI LAR I NTERNO SEM ARMADURA DE PUNO


Os esquemas referentes a este exemplo esto ilustrados nas Figuras 4.1
e 4.2 do captulo 4. Nesses esquemas, define-se c
1
como sendo o lado do pilar
paralelo ao eixo x, enquanto que c
2
o lado perpendicular a este eixo.

Dados Gerais:

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
ck
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: V
Sd
= 135 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm

Para ligaes sem armadura de puno, devero ser feitas,
basicamente, duas verificaes.
96

A primeira delas verifica a possibilidade de se dispensar a armadura de
puno na ligao. J a segunda, destinada ao caso de carregamentos excntricos,
no qual ser verificado se a laje est devidamente armada para resistir a um
determinado momento fletor, dado em funo de uma parcela do valor da reao do
pilar. Esta ltima verificao visa garantir a possibilidade da laje desenvolver
integralmente toda a sua resistncia puno.


5.1.1 PRIMEIRA VERIFICAO

Para que se dispense a armadura transversal em ligaes, deve ser feita
a seguinte verificao:

v
Sd
v
Rd1


v
Sd
= esforo cortante de clculo, dado por unidade de comprimento de um
permetro crtico u, localizado a 1,5d do contorno do pilar (Figura 5.2);

v
Rd1
= esforo resistente de clculo, dado por unidade de comprimento do
permetro crtico u, para uma laje sem armadura de puno.



Figura 5.2 - Permetro crtico (unidades em cm)

a) Clculo de v
Sd


O valor de v
Sd
dado atravs da expresso: v
Sd
V
Sd
u




onde o coeficiente que leva em conta os efeitos da excentricidade da carga.
97

Nos casos em que no houver excentricidade do carregamento, pode ser
adotado como igual a 1,0. Em outros casos, os valores dados segundo a Figura 5.3
podem ser adotados. Para anlises mais rigorosas, outros valores de podero ser
utilizados, desde que associados a mtodos adequados, que garantam a ancoragem da
armadura posicionada na borda da laje.



Figura 5.3 - Valores aproximados de


Portanto: v
Sd
kN x
m
kN m
135 115
1501
103 43
,
,
, /

b) Clculo de v
Rd1

J v
Rd1
obtido atravs da seguinte expresso:

( ) v
Rd Rd
k d
1
1 40
1
+ (5.1)

Rd
fornecido atravs da tabela 5.1, extrada do EUROCODE N.2:


Tabela 5.1 - Valores de
Rd


f
ck
(MPa) 12 16 20 25 30 35 40 45 50

Rd
(N/mm
2
) 0,18 0,22 0,26 0,30 0,34 0,37 0,41 0,44 0,48
98

Rd
(para f
ck
= 25 MPa) = 0,30 N/mm
2
= 300 kN/m
2

k = |1,6 - d| = |1,6 - 0,085| = 1,515 1,0 (d em metros)

1
= 0,0188 > 0,015 Portanto adota-se
1
= 0,015
d = 0,085 metros

Desta forma: ( ) m / kN 81 , 61 085 , 0 x 015 , 0 x 40 1 x 515 , 1 x 300 v
1 Rd
+

c) Comparao dos parmetros calculados


Fazendo-se a verificao, tem-se que: v
Sd
= 103,43 kN/m > v
Rd1
= 61,81 kN / m

Conclui-se que necessrio aumentar a resistncia da ligao, sendo a
soluo adotada a de se adicionar armadura de puno ligao.


5.1.2 SEGUNDA VERIFICAO

Como a ligao no passou na primeira verificao, no faz sentido
passar para a prxima, que ser mostrada no caso da ligao com armadura de
puno.



5.2 PI LAR I NTERNO COM ARMADURA DE PUNO


Neste exemplo sero utilizados os dados referentes ao item 5.1,
complementados com dados referentes armadura de puno utilizada. A disposio
da armadura de puno est ilustrada na Figura 4.4, no captulo 4.


Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
sy
): 0,32 cm
2

f
yd
= 434,78 MPa (tenso de escoamento da armadura de puno)


99

Visando padronizar os exemplos, observa-se que, apesar dos
espaamentos da armadura de puno estarem de acordo com as recomendaes do
EUROCODE N.2, parte da armadura de puno est localizada fora da regio
considerada crtica, regio esta limitada pela linha distante de 1,5d do contorno do
pilar. Esta situao decorre do fato de que o exemplo foi, inicialmente, elaborado
para atender s recomendaes do texto base da NB-1/94. Sendo assim,
desconsiderou-se a influncia da armadura fora da regio considerada crtica, no
clculo da resistncia da ligao na regio armada (Figura 5.4).



Figura 5.4 - Armadura de puno efetiva

Para este caso devero ser feitas trs verificaes, detalhadas a seguir.


5.2.1 PRIMEIRA VERIFICAO

O valor do esforo cortante de clculo (v
Sd
), j calculado no
item 5.1.1, dever ser comparado com dois parmetros:

v
Rd2
= resistncia de clculo mxima, dada por unidade de comprimento do
permetro crtico;

v
Rd3
= resistncia de clculo, dada por unidade de comprimento do permetro crtico,
para lajes com armadura de puno.



100

Desta forma, devem ser verificadas as seguintes relaes:
Se v
Rd2
v
Rd3
ento v
Sd
v
Rd2
;
Se v
Rd3
v
Rd2
ento v
Sd
v
Rd3
.


a) Clculo de v
Rd2


v
Rd2
= 1,6 v
Rd1
; (5.2)

Como v
Rd1
j foi calculado no item 5.1.1, tem-se que:

v
Rd2
= 1,6 x 61,81 kN/m = 98,90 kN/m


b) Clculo de v
Rd3


v
Rd3
= v
Rd1
+ A
Sw
f
yd
sen / u (5.3)


A
Sw
f
yd
sen = soma da projeo dos esforos de clculo da armadura de
puno na direo da aplicao da reao da laje, sendo o
ngulo entre a armadura e o plano mdio da laje.

Deve-se verificar se a taxa de armadura mnima
w
para armadura
transversal no inferior a 60% dos valores dados segundo a tabela 5.2, extrada do
EUROCODE N.2 e utilizada para o dimensionamento de vigas:

Tabela 5.2 - Valores de
w


Classes do Classes do ao
Concreto * S220 S400 S500
C12/15 e C20/25 0,0016 0,0009 0,0007
C25/30 a C35/45 0,0024 0,0013 0,0011
C40/50 a C50/60 0,0030 0,0016 0,0013
* como assumida em projeto

101

A classe do ao representada atravs do valor de sua tenso
caracterstica de escoamento, dada em MPa.

Portanto:
( )


w
A
Sw
A
crit
A
pilar

sen


A
Sw
sen = rea total da armadura transversal disposta na rea crtica, projetada
na direo da reao na laje;
A
Sw
= 32 A
sy
= 32 x 0,32 cm
2
= 10,24 cm
2

A
crit
= rea limitada pelo permetro crtico;
A
crit
= ( 3d + c
1
) ( c
2
) + 3 d c
1
+ ( 1,5 d )
2
= 1703,21 cm
2

A
pilar
= rea do pilar = c
1
. c
2
= 300 cm
2

sen = 1

Portanto:
w
= 0,0073
v
Rd3
= 61,81 kN/m + 296,61 kN/m = 358,42 kN/m

Observa-se que, independente da classe do ao, a taxa de armadura de
puno utilizada superior a 60% dos valores dados pela tabela.


c) Comparao dos valores obtidos com v
Sd


Como o valor de v
Rd2
menor que o valor de v
Rd3
, deve-se ento
comparar o valor de v
Sd
com o valor de v
Rd2
:

v
Sd
= 103,43 kN /m v
Rd2
= 98,90 kN/m (OK!)

Como a diferena entre v
Sd
e v
Rd2
pequena, considerou-se que a
ligao tenha passado nesta verificao.


5.2.2 SEGUNDA VERIFICAO

Para ligaes submetidas a carregamentos excntricos, deve-se
garantir que os valores da resistncia puno, dados pelas expresses 5.1, 5.2 e 5.3,
possam ser alcanados.
102



Isto se faz atravs do dimensionamento da ligao para resistir a
momentos fletores mnimos (m
Sdx
e m
Sdy
), dados por unidade de largura e definidos
para as faixas de atuao mostradas na Figura 5.5. Anlises mais apuradas, no
entanto, podero conduzir a valores maiores.





Figura 5.5 - Momentos fletores m
Sdx
e m
Sdy



Portanto, na falta de uma anlise mais apurada, dever ser verificada a
seguinte expresso:

m
Sdx
(ou m
Sdy
) V
Sd
(5.4)

onde :
V
Sd
= reao do pilar;
= coeficiente dado pela tabela 5.3 (extrada do EUROCODE N.2).
103

No clculo dos momentos resistentes correspondentes, apenas a
armadura ancorada alm da regio crtica dever ser levada em conta. A Figura 5.6,
extrada do EUROCODE N.2, ilustra esta situao apenas para pilares de borda e de
canto.


Tabela 5.3 - Valores de

para m
Sdx
para m
Sdy

Posio da coluna topo fundo largura
efetiva
topo fundo largura
efetiva
pilar interno -0,125 0
0,3 l
y

-0,125 0
0,3 l
x

pilares de borda,
com a borda livre
paralela ao eixo x

-0,25

0

0,15 l
y


-0,125

+0,125

(por m)
pilares de borda,
com a borda livre
paralela ao eixo y

-0,125

+0,125

(por m)

-0,25

0

0,15 l
x

pilares de canto -0,5 +0,5 (por m) +0,5 -0,5 (por m)




Figura 5.6 - Detalhamento da armadura para pilares de borda e de canto
104

Neste exemplo, para que se possa definir as larguras efetivas das
faixas que devero resistir aos momentos fletores m
Sdx
e m
Sdy
, devero ser
adotados os vos de 3 e de 4 metros segundo as direes x e y, respectivamente
(Figura 5.7). Portanto: l
x
= 3 metros;
l
y
= 4 metros.



Figura 5.7 - Larguras efetivas das faixas analisadas

A metodologia do clculo a ser realizado dever ser a seguinte:

para cada direo dever ser calculado o momento fletor, dado atravs da
expresso (5.4);
a seguir, ser calculada a armadura necessria para resistir a este momento;
por fim, compara-se a armadura obtida com a j existente na laje, atravs dos
valores das taxas de armadura; supondo que a armadura j existente no trecho seja
superior calculada, considera-se a laje verificada segundo esta condio.

Para este exemplo, observa-se que, para ambas as direes x e y, o
valor de negativo para a borda superior e nulo para a borda inferior da laje. O
sinal negativo indica que a face superior da laje que est sendo tracionada,
enquanto que o valor nulo indica que no h necessidade de se posicionar uma
armadura adicional na face inferior da laje. Uma vez definido o significado dos sinais
expressos na tabela 5.3, nos clculos seguintes ser utilizado o valor de em
mdulo.




105



a) Verificando a direo x

- m
Sdx
V
Sd
= 0,125 x 135 kN = 16,88 kN cm / cm
- largura da faixa = 0,3 l
y
= 0,3 x 400 cm = 120 cm.
- Portanto: M
Sdx
= 16,88 kN cm / cm x 120 cm = 2025 kN cm

Utilizando-se PINHEIRO (1993), dimensionou-se a faixa analisada
flexo.

Para concreto com f
ck
= 25 MPa:

k
d
M
x
k
c
x
Sdx
tabela
s

120 120 8
2025
3 79 0 025 , ,

A
k M
d
x
cm
s
s Sdx
x

0 025 2025
8
6 33
2
,
,

Distribuindo-se a armadura calculada na faixa analisada, obtm-se a
seguinte taxa de armadura ('
x
):

'
,
,
x
cm
cm x cm

6 33
2
120 8
0 0066

Comparando-se o valor obtido com a taxa de armadura j
existente (
x
), tem-se que:

x
= 0,0222 > '
x
= 0,0066 (OK!)

Desta forma, observa-se que a taxa de armadura j existente nesta
direo superior calculada. Sendo assim, considera-se a laje verificada segundo
esta direo.



106


b) Verificando a direo y

- m
Sdy
V
Sd
= 0,125 x 135 kN = 16,88 kN cm / cm
- largura da faixa = 0,3 l
x
= 0,3 x 300 cm = 90 cm.
- Portanto: MSdy = 16,88 kN cm / cm x 90 cm = 1519,20 kN cm

Analogamente ao que foi feito no item anterior, com base no momento
fletor calculado, dimensionou-se uma armadura de flexo para a faixa analisada,
obtendo-se, desta forma, uma taxa de armadura '
y
. Comparando-se esta taxa com a
taxa de armadura j existente (
y
), obteve-se o seguinte resultado:

y
= 0,0159 > '
y
= 0,0052 (OK!)

Observa-se que a taxa de armadura j existente nesta direo
superior calculada. Sendo assim, considera-se a laje verificada tambm segundo
esta direo.


5.2.3 TERCEIRA VERIFICAO

O EUROCODE N.2 recomenda ainda que, onde necessrio e considerando
permetros crticos adicionais, a resistncia puno da ligao dever ser
verificada fora da regio armada.

Desta forma, optou-se por verificar um novo permetro crtico
localizado a 1,5d alm da ltima linha de conectores, com forma anloga ao
permetro crtico j definido, adaptando-se, apenas, um novo raio para os cantos
(Figura 5.8). A nova tenso atuante neste novo permetro dever, ento, ser
comparada com a tenso resistente para ligaes sem armadura de puno.

Portanto: u' = 2 x 20 + 2 x 15 + 2 (17 + 1,5 x 8,5) = 256, 92 cm = 2,57 m
v
V
u
kN x
m
kN m
Sd
Sd
'
'
,
,
, /
135 1 15
2 57
60 43
v
Rd1
= 61,81 kN / m (j calculado no item 5.1.1)
107




Figura 5.8 - Novo permetro crtico

Comparando-se os parmetros,tem-se que:

v'
Sd
= 60,43 kN v
Rd1
= 61,81 kN / m (OK!)

Apesar da localizao do novo permetro crtico ter sido feita em
relao aos conectores mais externos, localizados fora do permetro crtico
original (a 1,5d do pilar), considerou-se que, mesmo fora da regio crtica original,
estes conectores colaboram na transferncia dos esforos, de modo a afastar a
superfcie de runa da face do pilar.

Por fim, conclui-se que a laje resiste aos esforos solicitantes devido
ao acrscimo de resistncia ligao proporcionado pela armadura de puno.



5.3 PI LAR DE BORDA SEM ARMADURA DE PUNO


Os esquemas referentes a este exemplo esto ilustrados nas
Figuras 4.8 e 4.9 do captulo 4.

108



Dados Gerais:

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
ck
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: V
Sd
= 100 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm


Define-se c
1
como sendo o lado perpendicular borda livre enquanto
que c
2
o lado paralelo borda livre.

As condies necessrias para que as recomendaes deste cdigo
possam ser aplicadas j foram feitas no item 5.1.

Analogamente ao que foi feito no item 5.1, para ligaes com pilares
internos, sem armadura de puno, tambm aqui devero ser feitas duas verificaes.

O permetro crtico u para pilares de borda est ilustrado na Figura 5.9.



Figura 5.9 - Permetro crtico para pilares de borda (unidades em cm)


109


5.3.1 PRIMEIRA VERIFICAO

v
Sd
v
Rd1


Portanto: u = 2 c
1
+ c
2
+ 2 (1,5 d) / 2 = 95,06 cm = 0,951 m
v
V
u
kN x
m
kN m
Sd
Sd

100 1 40
0 951
147 28
,
,
, /
( ) v
Rd Rd
k d
1
1 40
1
+

Rd
(tabela 5.1 - f
ck
= 25 MPa) = 0,30 N/mm
2
= 300 kN/m
2

k = |1,6 - d| = |1,6 - 0,085| = 1,515 1,0 (d em metros)

1
= 0,0188 > 0,015 Portanto adota-se
1
= 0,015

( ) m / kN 81 , 61 085 , 0 x 015 , 0 x 40 1 x 515 , 1 x 300 v
1 Rd
+

Desta forma, fazendo-se a comparao dos parmetros, tem-se que:

v
Sd
= 147,28 kN/m > v
Rd1
= 61,81 kN/m

Conclui-se que necessrio adicionar armadura de puno ligao.


5.3.2 SEGUNDA VERIFICAO

Como a ligao no passou na primeira verificao, no faz sentido
passar para a prxima, que ser mostrada no caso da ligao com armadura de
puno.


5.4 PI LAR DE BORDA COM ARMADURA DE PUNO


Neste exemplo sero utilizados os dados referentes ao item 5.3,
complementados com dados referentes armadura de puno utilizada. A disposio
da armadura de puno est ilustrada na Figura 4.10 do captulo 4.
110

Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
s
y): 0,32 cm
2

f
yd
= 434,78 MPa (tenso de escoamento da armadura de puno)

Analogamente ao ocorrido no item 5.2, parte da armadura de puno
ficou localizada fora da regio crtica. Sendo assim, desconsiderou-se a influncia
desta armadura no clculo da resistncia da ligao na regio armada (Figura 5.10).
Para este exemplo, no foi considerada a recomendao do CEB/90 referente
armadura de puno adicional, ilustrada na Figura 4.10. Para este caso, os conectores
"adicionais" foram considerados no clculo.




Figura 5.10 - Armadura de puno efetiva

Devero ser feitas trs verificaes, detalhadas a seguir.


5.4.1 PRIMEIRA VERIFICAO

Conforme j visto no item 5.2, o valor do esforo cortante de
clculo v
Sd
dever ser comparado com o menor dos dois parmetros de resistncia
v
Rd2
e v
Rd3
.


a) Clculo de v
Rd2
(expresso 5.2)

v
Rd2
= 1,6 v
Rd1
(v
Rd1
j calculado no item 5.3.1) = 98,90 kN/m
111


b) Clculo de v
Rd3
(expresso 5.3)

- verificao da taxa de armadura mnima (
w
) - tabela 5.2:


( )


w
A
Sw
A
crit
A
pilar

sen



A
Sw
= 32 A
sy
= 32 x 0,32 cm
2
= 10,24 cm
2

A
crit
= (1,5 d + c
1
) (c
2
) + 3d c
1
+ (1,5 d)
2
/ 2 = 1256,60 cm
2

A
pilar
= rea do pilar = c
1
. c
2
= 300 cm
2

sen = 1

Portanto:
w
= 0,0107

v
Rd3
= v
Rd1
+ A
Sw
f
yd
sen / u = 61,81 + 468,38 = 530,19 kN/m

Observa-se que, independente da classe do ao, a taxa de armadura de
puno superior a 60% das fornecidas pela tabela acima mencionada.


c) Comparao dos valores obtidos com v
Sd


Como v
Rd3
> v
Rd2
, compara-se o valor de v
Sd
com o valor de v
Rd2
.

v
Sd
= 147,28 kN/m (calculado no item 5.3.1) > v
Rd2
= 98,90 kN/m (no passou!)

Observa-se que, segundo este mtodo, mesmo com a presena da
armadura de puno, a ligao no apresentou resistncia suficiente para resistir aos
esforos solicitantes. A seguir, a ttulo de ilustrao, sero feitas as verificaes
seguintes.



112



5.4.2 SEGUNDA VERIFICAO

Caso a ligao tivesse passado na verificao anterior, deveriam ser
verificados os momentos de clculo mnimos para ligaes submetidas a
carregamentos excntricos, analogamente ao que foi feito no item 5.2.2.

m
Sdx
(ou m
Sdy
) V
Sd


A disposio destes momentos, bem como a definio de suas faixas
de atuao j foram mostradas na Figura 5.5

Observa-se que, segundo a tabela 5.3, dever existir uma armadura
positiva segundo a direo x, que, por sua vez, dever estar detalhada segundo a
Figura 5.6. Desta forma, deve-se fazer, segundo esta direo, a verificao tanto na
face superior como na face inferior da laje.

A metodologia a ser utilizada nos clculos seguintes ser anloga
definida no item 5.2.2.

Na Figura 5.11, esto mostradas as faixas da laje analisadas. Para que
se possa definir a faixa de atuao segundo a direo y, adotou-se os vos de 3 e de
4 metros, segundo as direes x e y, respectivamente.




Figura 5.11 - Faixas de laje efetivas

113

a) Verificando a direo x

verificando a face superior da laje:

m
Sdx
V
Sd
= 0,125 x 100 kN = 12,50 kN cm / cm
largura da faixa = 1,00 metro
Portanto: M
Sdx
= 12,50 kN cm / cm x 100 cm = 1250 kN cm

Conforme j visto anteriormente, dimensionou-se a faixa flexo com
base no momento M
Sdx
, de forma que, distribuindo-se a armadura calculada na
largura efetiva da faixa, obteve-se uma taxa de armadura '
x
. Comparando-se o valor
obtido com a taxa de armadura j existente (
x
), tem-se que:

x
= 0,0222 > '
x
= 0,0049 (OK!)

Observa-se que a taxa de armadura j existente nesta direo
superior calculada. Sendo assim, considera-se a laje verificada segundo esta
direo.

verificando a face inferior da laje:

m
Sdx
V
Sd
= 0,125 x 100 kN = 12,50 kN cm / cm
largura da faixa = 1,00 metro

Adotando-se para a face inferior a mesma distribuio da armadura de
flexo utilizada na face superior da laje, mostrada na Figura 4.9 do captulo 4,
observa-se que, como no houve alteraes quanto ao valor do momento fletor a ser
dimensionado, pode-se considerar verificada a face inferior da laje. O detalhamento
desta armadura, para pilares de canto e de borda, deve obedecer s recomendaes
mostradas na Figura 5.6. Esta armadura pode ser considerada como uma armadura
adicional ou ainda como o prolongamento de uma armadura positiva (Figura 5.12).

Segundo o item 5.4.3.2.4 do EUROCODE N.2, ao longo de uma borda
livre, a laje usualmente deve apresentar uma armadura longitudinal e uma armadura
transversal, geralmente dispostas conforme mostrado na Figura 5.13.


114




a) armadura adicional b) prolongamento da armadura positiva

Figura 5.12 - Armadura complementar





Figura 5.13 - Armadura para borda livre de uma laje


Observa-se que os ramos desta armadura, segundo o
EUROCODE N.2, devem apresentar um comprimento superior a duas vezes a
espessura da laje. Tem-se visto, no entanto, como uma recomendao geral para
projetos, que os ramos dessa armadura tenham um comprimento da ordem de 3 vezes
a espessura da laje.


b) Verificando a direo y

Observa-se que para a verificao segundo esta direo, deve-se
detalhar apenas a armadura na face negativa da laje.


115

Portanto:
m
Sdy
V
Sd
= 0,25 x 100 kN = 25,00 kN cm / cm
largura da faixa = 0,15 l
x
= 0,15 x 300 cm = 45 cm
Portanto: MSdy = 25,00 kN cm / cm x 45 cm = 1125,00 kN cm

Distribuindo-se a armadura calculada para a faixa da laje resistir ao
momento fletor MSdy , obtm-se uma taxa de armadura ('
y
). Comparando-se este
valor com a taxa de armadura j existente (
y
), tem-se que:

y
= 0,0159 > '
y
= 0,008 (OK!)

Observa-se que a taxa de armadura j existente nesta direo
superior calculada. Sendo assim, considera-se a laje verificada tambm segundo
esta direo.


5.4.3 TERCEIRA VERIFICAO

Conforme j visto no item 5.2, o EUROCODE N.2 recomenda que se
verifique a resistncia puno fora da regio armada, considerando permetros
crticos adicionais.

Analogamente ao que foi feito no item 5.2.3, verificou-se um novo
permetro crtico u', localizado a 1,5d alm da ltima linha de armadura, com forma
anloga ao permetro crtico u j definido (Figura 5.14). A nova tenso atuante (v'
Sd
)
neste novo permetro crtico dever, ento, ser comparada com a tenso resistente, j
calculada, para ligaes sem armadura de puno, dada no item 5.3.1.

Portanto: u' = 148,46 cm = 1,485 m
v
kN x
m
kN m
Sd
'
,
,
, /
100 1 40
1 485
94 30
v
Rd1
= 61,81 kN / m (j calculado no item 5.1.1)


Portanto: v'
Sd
= 94,30 kN > v
Rd1
= 61,81 kN / m (no passou!)

116



Figura 5.14 - Novo permetro crtico


Por fim, conclui-se que a ligao no passou na primeira verificao e
nem na terceira. Desta forma restam como alternativas aumentar a espessura da laje,
utilizar capitis e/ou "drop panels", aumentar a resistncia do concreto, verificar a
possibilidade de se alterar a arquitetura, modificando os vos e, por fim, modificar o
prprio sistema estrutural, inserindo vigas de borda, protenso ou mesmo partindo
para o sistema convencional, com vigas.



5.5 PI LAR DE CANTO SEM ARMADURA DE PUNO


Dados Gerais:

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
ck
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: V
Sd
= 50 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm

117

Os esquemas referentes a este caso esto representados nas
Figuras 4.15 e 4.16, presentes no captulo 4. Define-se c
1
como sendo o lado do
pilar paralelo ao eixo x enquanto que c
2
o lado perpendicular ao eixo x.

As condies necessrias para que as recomendaes deste cdigo
possam ser aplicadas j foram feitas no item 5.1.1. Devero ser feitas duas
verificaes para este caso. Na Figura 5.15 esquematizado o permetro crtico u
para o pilar de canto analisado.

.


Figura 5.15 - Permetro crtico para pilar de canto (unidades em cm)


5.5.1 PRIMEIRA VERIFICAO

v
Sd
v
Rd1


Portanto: u = c
1
+ c
2
+ 2 (1,5 d) / 4 = 55,03 cm = 0,55 m
v
V
u
kN x
m
kN m
Sd
Sd

50 1 50
0 55
136 36
,
,
, /
( ) v
Rd Rd
k d
1
1 40
1
+

Rd
(tabela 5.1 - para f
ck
= 25 MPa) = 0,30 N/mm
2
= 300 kN/m
2

k = |1,6 - d| = |1,6 - 0,085| = 1,515 1,0 (d em metros)

1
= 0,0188 > 0,015 Portanto adota-se
1
= 0,015
( ) m / kN 81 , 61 085 , 0 x 015 , 0 x 40 1 x 515 , 1 x 300 v
1 Rd
+
118

Comparando-se os parmetros, tem-se que:

v
Sd
= 136,36 kN/m > v
Rd1
= 61,81 kN / m

Conclui-se que necessrio adicionar armadura de puno ligao.


5.5.2 SEGUNDA VERIFICAO

Como a ligao no passou na primeira verificao, no faz sentido
passar para a prxima, que ser mostrada no caso da ligao com armadura de
puno.



5.6 PI LAR DE CANTO COM ARMADURA DE PUNO


Neste exemplo sero utilizados os dados referentes ao item 5.5,
complementados com dados referentes armadura de puno utilizada. A disposio
dos conectores est mostrada na Figura 4.19 do captulo 4.


Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
s
y): 0,32 cm
2

f
yd
= 434,78 MPa (tenso de escoamento da armadura de puno)


Como visto nos tens 5.2 e 5.4, parte dos conectores esto localizados
fora da regio crtica. Sendo assim, desconsiderou-se a influncia desses conectores
no clculo da resistncia da ligao, na regio armada (Figura 5.16). Para este
exemplo, no foi considerada a recomendao do CEB/90 referente armadura de
puno adicional, ilustrada na Figura 4.19. Para este caso, os conectores "adicionais"
foram considerados no clculo.

Devero ser feitas trs verificaes, detalhadas a seguir.

119



Figura 5.16 - Armadura de puno efetiva


5.6.1 PRIMEIRA VERIFICAO

Conforme j visto no item 5.2 e no item 5.4, o valor do esforo
cortante de clculo (v
Sd
) dever ser comparado com o menor dos dois parmetros de
resistncia v
Rd2
e v
Rd3
.


a) Clculo de v
Rd2
(expresso 5.2)

v
Rd2
= 1,6 v
Rd1
= 1,6 x 61,81 = 98,90 kN/m (v
Rd1
j foi calculado no item 5.5.1)


b) Clculo de v
Rd3
(expresso 5.3)

Verificando a taxa de armadura
w
:
( )


w
A
Sw
A
crit
A
pilar

sen


A
crit
= (1,5 d +c
1
) (c
2
) + 1,5 d c
1
+ (1,5 d) / 4 = 873,93 cm
2

A
pilar
= rea do pilar = c
1
. c
2
= 300 cm
2

A
Sw
= 18 A
sy
= 18 x 0,32 cm
2
= 5,76 cm
2

sen = 1

Portanto:
w
= 0,01
v
Rd3
= v
Rd1
+ A
Sw
f
yd
sen / u = 61,81 + 455,11 = 516,92 kN/m
120

Observa-se que, independente da classe do ao, a taxa de armadura de
puno superior a 60% das fornecidas pela tabela 5.2.


c) Comparao dos valores obtidos com v
Sd


Como v
Rd3
> v
Rd2
, compara-se o valor de v
Sd
com o valor de v
Rd2
.

v
Sd
(calculado no item 5.5.1) = 136,36 kN/m > v
Rd2
= 98,90 kN/m (no passou!)

Observa-se que, segundo este mtodo, nem mesmo com a presena da
armadura de puno a ligao apresentou resistncia suficiente para resistir aos
esforos solicitantes. Portanto, apenas a ttulo de ilustrao, sero feitas as
verificaes seguintes.


5.6.2 SEGUNDA VERIFICAO

A metodologia a ser utilizada para esta verificao ser anloga
definida para os tens 5.2.2 e 5.4.2.

m
Sdx
(ou m
Sdy
) V
Sd



a) Verificando a direo x

na face superior da laje

m
Sdx
V
Sd
= 0,5 x 50 kN = 25 kN cm / cm
largura da faixa = 1,00 metro
Portanto: M
Sdx
= 25 kN cm / cm x 100 cm = 2500 kN cm

Conforme j visto anteriormente, baseado no momento fletor,
dimensionou-se uma taxa de armadura '
x
para a faixa analisada. Comparando-se
esta taxa com a j existente
x
, tem-se que:

x
= 0,0222 > '
x
= 0,0106 (OK!)
121

Observa-se que a taxa de armadura j existente nesta direo
superior calculada. Sendo assim, considera-se a laje verificada segundo esta
direo.


na face inferior da laje

m
Sdx
V
Sd
= 0,125 x 100 kN = 12,50 kN cm / cm
largura da faixa = 1,00 metro

Supondo-se que a face inferior conte com uma disposio de armadura
flexo idntica observada para a face superior e, no havendo alteraes quanto ao
valor do momento fletor a ser dimensionado, considera-se a verificao segundo esta
direo concluda. No final deste item ser vista uma sugesto para o detalhamento
destas armaduras.


b) Verificando a direo y

na face superior da laje

m
Sdy
V
Sd
= 0,5 x 50 kN = 25 kN cm / cm
largura da faixa = 1,00 metro
Portanto: M
Sdy
= 25 kN cm / cm x 100 cm = 2500 kN cm

Conforme j visto no item anterior, baseado no momento fletor,
dimensionou-se uma taxa de armadura '
y
para a faixa analisada. Comparando-se
esta taxa com a j existente
y
, tem-se que:


y
= 0,0159 > '
y
= 0,008 (OK!)

Observa-se que a taxa de armadura j existente nesta direo
superior calculada. Sendo assim, considera-se a laje verificada segundo esta
direo.



122



na face inferior da laje

m
Sdy
V
Sd
= 0,5 x 50 kN = 25 kN cm / cm
largura da faixa = 1,00 metro

Pelas mesmas razes descritas na anlise da face inferior da laje
segundo a direo x, considera-se esta direo verificada. mostrada na Figura 5.17
uma sugesto para o detalhamento destas armaduras. Neste exemplo, considerou-se o
prolongamento da armadura positiva atravs de um gancho como sendo a armadura
necessria para resistir aos momentos de clculo mnimos m
Sdx
e m
Sdy
.



a) vista em planta


b) Corte A-A c) Corte B-B

Figura 5.17 - Detalhamento da armadura necessria para resistir a m
Sdx
e a m
Sdy


5.6.3 TERCEIRA VERIFICAO

Conforme j visto nos tens 5.2.3 e 5.4.3, verifica-se neste item um
novo permetro crtico u', localizado a 1,5d alm da ltima linha de armadura de
puno, com forma anloga ao permetro crtico u j definido (Figura 5.18). A nova
tenso atuante (v'
Sd
) neste novo permetro dever, ento, ser comparada com a tenso
resistente, j calculada, para ligaes sem armadura de puno.
123



Figura 5.18 - Novo permetro crtico


Portanto: u' = 20 + 15 + 2 (17 + 1,5 x 8,5) / 4 = 81,73 cm = 0,817 m
v
V
u
kN x
m
kN m
Sd
Sd
'
'
,
,
, /
50 1 50
0 817
91 80
v
Rd1
= 61,81 kN / m (j calculado no item 5.5.1)

Desta forma: v'
Sd
= 91,80 kN > v
Rd1
= 61,81 kN / m (no passou!)


Por fim, conclui-se que a laje no passou na primeira verificao e
nem na terceira. Desta forma restam como alternativas aumentar a espessura da laje,
utilizar capitis e/ou "drop panels", aumentar a resistncia do concreto, verificar a
possibilidade de se alterar a arquitetura, modificando os vos, e, por fim, modificar o
prprio sistema estrutural, inserindo vigas de borda, ou mesmo partindo para o
sistema convencional.



5.7 OBSERVAES GERAI S


Observa-se que estas recomendaes no podem ser aplicadas a
ligaes feitas com concretos de alta resistncia, uma vez que o valor limite da
resistncia do concreto utilizada para a obteno de
Rd
de 50 MPa.

124

Ainda com relao a
Rd
, importante frisar que, na tabela, estes
valores esto relacionados com um
c
igual a 1,5. No entanto, no se fez qualquer
correo com relao a este fato nos exemplos desenvolvidos.

O EUROCODE recomenda na seo 5.4.3.3 que a espessura mnima
para lajes contendo armadura de puno seja de 20 cm.

Com relao ao texto base da NB-1/94, o EUROCODE N.2
apresentou o detalhamento de uma armadura adicional a ser disposta
perpendicularmente (s) borda(s) livre(s) da laje.

Observa-se que o EUROCODE N.2 apresentou resultados mais
conservadores que os do texto base da NB1/94. Enquanto que o texto base
considerou verificadas todas as ligaes com armadura de puno, o
EUROCODE N.2 considerou verificada apenas a situao de pilares internos.

Observa-se ainda que o EUROCODE bem menos trabalhoso que o
texto base da NB-1/94, uma vez que ele no avalia diretamente a influncia dos
momentos fletores, mas sim atravs de um coeficiente .






6 EXEMPLOS SEGUNDO O CEB/90


So apresentados aqui os mesmos exemplos vistos nos captulos 4 e 5,
s que agora verificados segundo as recomendaes do CEB/90. So definidos como
gerais os seguintes parmetros:

altura til efetiva da laje (d): d = (d
x
+ d
y
) / 2;
taxa de armadura ():
x y
.

Os ndices x e y indicam as duas direes ortogonais utilizadas para
definir as direes das armaduras de flexo.

Para as ligaes laje-pilar que no possuam armadura de puno, so
feitas duas verificaes: na primeira, compara-se uma tenso nominal atuante,
atuando uniformemente ao longo de um permetro crtico, localizado a 2d do
contorno do pilar, com uma tenso nominal resistente; na segunda, verifica-se a
compresso do concreto atravs do clculo de tenses uniformemente distribudas
que atuam ao longo de outra seo crtica, definida atravs do contorno do pilar. J
para ligaes com armadura de puno, as verificaes passam a ser trs: verificao
da compresso no concreto, verificao da regio armada transversalmente e
verificao de uma regio localizada alm da regio armada, todas estas feitas atravs
da comparao de foras concentradas atuantes e resistentes. Observa-se que o
CEB/90 e o texto base da NB-1/94 apresentam semelhanas em alguns conceitos,
como, por exemplo, na forma e na definio de permetros crticos, no conceito de
mdulo de resistncia plstico W
1
e W
P
, dados, respectivamente, segundo o CEB/90
e o texto base da NB-1/94, alm de outras constantes e variveis utilizadas por ambos
os mtodos. No entanto, cabe aqui ressaltar que os cdigos apresentam
recomendaes diferentes para pilares de borda e de canto.
126

6.1 PI LAR I NTERNO SEM ARMADURA DE PUNO


Os esquemas referentes a este exemplo esto ilustrados na Figura 4.1 e
na Figura 4.2 do captulo 4. Dados gerais:


seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
ck
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: P
Sd
= 135 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm

Portanto: = 0,0188 d = 8,5 cm

O CEB/90 no apresenta uma recomendao para o caso de pilares
internos com momentos fletores atuando segundo duas direes. Sendo assim,
sugere-se que, para quantificar a influncia de um segundo momento fletor no
clculo da tenso nominal atuante, adote-se, para ele, o mesmo critrio utilizado para
quantificar a influncia do primeiro momento fletor levado em considerao.
Verifica-se que este procedimento anlogo ao que foi feito no captulo 4, referente
s consideraes do texto base da NB-1/94.


6.1.1 PRIMEIRA VERIFICAO

verificada aqui a tenso nominal atuante que atua ao longo do
permetro crtico ilustrado na Figura 4.3 do captulo 4. Portanto:
Sd

Rd


a) Clculo de
Sd



Sd
Sd Sd Sd
Rd
P
u d
K M
W d
K M
W d
+ +
1 1 1
' '
'
(6.1)


127

u
1 =
permetro crtico idntico ao permetro crtico (Figura 4.3) = 176,81 cm ;
K = constante tabelada idntica K (dada no captulo 4) = 0,633 (c
1
/c
2
= 1,333);
M
Sd
= M
x
= 1000 kN.cm;

W
1 =
parmetro do permetro crtico, calculado em relao a u
1
, idntico ao
mdulo de resistncia plstico W
P
, dado no captulo 4;
W W
c
c c c d d d c cm
P 1
1
2
1 2 2
2
1
2
2
4 16 2 3234 14 ( ) , + + + + ;

K' = constante tabelada idntica K' (dada no captulo 4) = 0,525 (c
2
/c
1
= 0,75);
M'
Sd
= M
y
= 1200 kN.cm;

W'
1
= parmetro do permetro crtico, calculado em relao a u
1
, idntico ao
mdulo de resistncia plstico W'
P
, dado no captulo 4;

W W
c
c c c d d d c cm
P
' ( ' ) , .
1
2
2
2 1 1
2
2
2
2
4 16 2 3049 61 + + + +

Substituindo-se os valores numricos na expresso (6.1):

Sd
x
x
x
x
x
kN cm MPa + +
135
176 81 8 5
0 633 1000
3234 14 8 5
0 525 1200
3049 61 8 5
0 1372 1 372
2
, ,
,
, ,
,
, ,
, / ,


b) Clculo de
Rd


Observando-se que o valor de
Rd
, definido como uma tenso
nominal resistente, dado em MPa, tem-se que:

( )
3 / 1
ck Rd
f 100 12 , 0 onde:
+ 1
200
d
(com d em mm);

Portanto:
( ) MPa 097 , 1 25 x 0188 , 0 x 100
85
200
1 12 , 0
3 / 1
Rd

,
_

+


c) Comparao dos parmetros calculados


Sd
= 1,372 MPa >
Rd
= 1,097 MPa (Armadura necessria !)
128

Como a tenso nominal atuante maior que a tenso nominal
resistente, faz-se necessrio o uso de algum tipo de armadura de puno ou de outro
recurso que eleve a resistncia da ligao. Apesar da ligao no ter passado nesta
verificao, ser apresentada a prxima, a ttulo de exemplo.


6.1.2 SEGUNDA VERIFICAO

feita aqui a verificao da compresso no concreto:


P
u d
f
Sd ef
o
cd
,
, 0 5
2
(6.2)

u
o
(para pilares internos) = permetro do pilar = 2c
1
+2c
2
= 40 + 30 = 70 cm;

Para pilares internos com momento fletor atuando em uma direo,
tem-se a seguinte expresso:


1
]
1

+
1
1
Sd
Sd
Sd ef , Sd
W
u
P
M
K 1 P P


Como o CEB/90 no menciona a situao de pilares internos com
momentos fletores atuando segundo duas direes, analogamente ao que foi feito no
item anterior, fez-se a adio do termo ( ) ( )
1 Sd 1 Sd
' W P u ' M ' K expresso que define
o P
Sd,ef
. Dessa forma, procura-se levar em conta a atuao simultnea de momentos
fletores segundo as duas direes x e y. Portanto:


( ) kN 15 , 205 271 , 0 256 , 0 1 135
' W
u
P
' M
' K
W
u
P
M
K 1 P P
1
1
Sd
Sd
1
1
Sd
Sd
Sd ef , Sd
+ +
1
]
1

+ +


Observa-se que, segundo o CEB/90, o coeficiente de minorao da
resistncia do concreto (
c
) a ser adotado igual a 1,5. Desta forma: f
cd
= f
ck
/ 1,5.
MPa 0 , 9
5 , 1
25
250
25
1 60 , 0 f
250
f
1 60 , 0 f
cd
ck
2 cd

,
_

,
_


129

Substituindo-se os valores calculados na expresso (6.2), tem-se que:


206 15
70 8 5
0 5 9 0
,
,
, ,
kN
cm x cm
x MPa

0,346 kN/cm
2
= 3,46 MPa 4,5 MPa (OK!)



6.2 PI LAR I NTERNO COM ARMADURA DE PUNO


Sero utilizados os dados relativos ao item anterior, complementados
com os referentes armadura de puno:

Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
s
y): 0,32 cm
2

f
ywd
= 434,78 MPa

Apesar do valor da resistncia de clculo (f
ywd
) da armadura de
puno ser igual a 434,78 MPa, o CEB/90 limita este valor em 300 MPa. A
disposio da armadura est ilustrada na Figura 4.4, no captulo 4.


6.2.1 PRIMEIRA VERIFICAO

Verifica-se a zona adjacente ao pilar:

P u d f
Sd o cd
( , ) 0 5
2
(6.3)

No entanto, para pilares internos aos quais so transferidos momentos
fletores, o valor de P
Sd
deve ser majorado a um valor P
Sd,ef
, de forma a se levar em
considerao a influncia desta transferncia. Utilizando-se os dados e resultados
obtidos no item 6.1.2, tem-se que:

u cm
o
70 ; f kN cm
cd2
2
0 9 , / ; P kN
Sd ef ,
, ; 206 15

Portanto: P
Sd,ef
= 206,15 kN
o
d (0,5 f
cd2
) = 267,75 kN (OK!)
130

6.2.2 SEGUNDA VERIFICAO

Verifica-se a regio armada com base nas seguintes expresses:

( ) + sen f A
s
d
5 , 1 d u f 100 09 , 0 P
ywd Sw
r
1
3 / 1
ck Sd
(6.4)

( ) d u f 100 03 , 0 sen f A
s
d
5 , 1
1
3 / 1
ck ywd Sw
r
(6.5)


P
Sd
a reao do pilar; este valor deve ser majorado a um valor P
Sd,ef
de forma a
se levar em conta a influncia da transferncia dos momentos fletores;
P
Sd,ef
= 206,15 kN (j calculado no item 6.1.2);

s
r
= espaamento radial dos conectores = 6,5 cm;
A
Sw
= rea dos conectores contidos em cada linha homottica ao pilar, que passa
pela armadura transversal;
A
Sw
= 16 A
sy
= 16 x 0,32 = 5,12 cm
2
;
= 90;
f
ywd
= 300 MPa = 30 kN / cm
2
(valor mximo permitido pelo CEB/90).

Deve-se tomar muito cuidado na manipulao das unidades porque,
enquanto os termos ( )
3 / 1
ck
f 100 09 , 0 e ( )
3 / 1
ck
f 100 03 , 0 esto em MPa, os
outros esto em kN e em cm.

verificando a expresso (6.4):

P MPa x cm x cm
cm
cm
cm x kN cm x
Sd ef ,
, ( , , ) ,
,
,
( , / ) + 0 823 176 81 8 5 1 5
8 5
6 5
5 12 30 1
2 2

P kN cm x cm x cm kN
Sd ef ,
, / ( , , ) , + 0 0823 176 81 8 5 301 29
2



206 15 424 98 , , kN kN (OK!)



131

verificando a expresso (6.5):

1 5
8 5
6 5
5 12 30 1 0 1083 176 81 8 5
2 2
,
,
,
( , / ) , , ,
cm
cm
cm x kN cm x MPa x cm cm

301 29 0 01083 176 81 8 5
2
, , / , , kN kN cm x cm cm


301 29 16 27 , , kN kN (OK!)


6.2.3 TERCEIRA VERIFICAO

Esta verificao deve ser feita fora da regio armada, ou seja, a uma
distncia de 2d de uma linha homottica ao pilar, que passe pela armadura transversal
mais distante desse pilar.

( ) d u f 100 12 , 0 P
ef , n
3 / 1
ck Sd
(6.6)

Conforme j visto nos tens anteriores, o valor de P
Sd
dever ser
majorado a um valor P
Sd,ef
, de forma a se levar em conta a transferncia dos
momentos fletores. Novamente, foi necessrio adaptar uma formulao que levasse
em considerao a presena de momentos fletores atuando segundo duas direes
diferentes. Portanto, esta majorao foi feita da seguinte forma:


P P K
M
P
u
W
K
M
P
u
W
Sd ef Sd
Sd
Sd
n ef
n ef
Sd
Sd
n ef
n ef
,
,
,
,
,
'
'
'
+ +

1


u
n,ef
= novo permetro crtico adotado anlogo a
n
, mostrado na Figura 4.5 do
captulo 4. Este permetro foi adotado em funo da distncia
circunferencial entre os conectores mais externos no ter ultrapassado o
comprimento de 2d, conforme mostrado no item 4.2.3a do captulo 4;
u
n,ef
(=
n
) = 278,16 cm;
M
Sd
= momento fletor atuando segundo a direo x;

132

W
n,ef
= parmetro referente ao novo permetro crtico u
n,ef
, calculado de forma
anloga a W
Pn
, dado segundo o item 4.2.3 do captulo 4:
W
n,ef
(= W
Pn
) = 7872,80 cm
2
;

M'
Sd
= momento fletor atuando segundo a direo y;

W'
n,ef
= parmetro referente ao novo permetro crtico u
n,ef
, calculado de forma
anloga a W'
Pn
, dado segundo o item 4.2.3 do captulo 4.
W'
n,ef
(= W'
Pn
) = 7604,90 cm
2
.


Portanto:

kN P
ef Sd
41 , 180
90 , 7604
16 , 278
135
1200
525 , 0
80 , 7872
16 , 278
135
1000
633 , 0 1 135
,

1
]
1

+ +


Novamente, fazendo-se a verificao, deve-se tomar muito cuidado
com as unidades a serem utilizadas, uma vez que o termo ( )
3 / 1
100 12 , 0
ck
f dado em
MPa. Substituindo-se os valores encontrados na expresso (6.6) tem-se que:

180 41 1 097 278 16 8 5 , , , , kN MPa x cm x cm

180 41 0 1097 278 16 8 5
2
, , / , , kN kN cm x cm x cm

180 41 259 45 , , kN kN (OK!)


6.2.4 VERIFICAES ADICIONAIS

Devem ser verificadas ainda algumas condies quanto disposio da
armadura de puno:

a) espaamento radial (s
r
) 0,75 d s
r
= 6,5 cm 0,75 d = 6,38 cm (OK!);

b) a armadura de puno deve ser ancorada na posio ou alm dos planos da
armadura tracionada e da resultante proveniente do concreto comprimido.
133

c) distncia entre a face do pilar e a linha homottica que passa pela armadura mais
prxima a essa face deve ser inferior a d, onde dado atravs da seguinte
expresso:



capacidade da laje sem armadura de puno
capacidade requerida
0 5 ,

Define-se a capacidade requerida como sendo a mxima resistncia
que a laje com a armadura de puno pode desenvolver. Desta forma, este valor
definido como sendo o menor valor das resistncias calculadas nos tens 6.2.1, 6.2.2a
e 6.2.3:

item 6.2.1: mxima resistncia na regio adjacente ao pilar = 267,75 kN;
item 6.2.2a: mxima resistncia na regio armada = 424,98 kN;
item 6.2.3: mxima resistncia alm da regio armada = 259,45 kN.

Portanto:

- capacidade da laje sem armadura de puno (P
rd
):

P
rd
=
Rd
x permetro crtico x altura = 0,1097 x 176,81 x 8,5 = 164,87 kN ;

- capacidade requerida = 259,45 kN;

Resulta: >
164 87
259 45
0 64 0 5 0 5
,
,
, , ,
kN
kN
.

Distncia adotada = 4 cm d = 4,25 cm (OK!) .

Considera-se, portanto, que a armadura de puno suficiente para
elevar a resistncia da ligao acima dos esforos solicitantes.





134

6.3 PI LAR DE BORDA SEM ARMADURA DE PUNO


So apresentados os seguintes dados gerais referentes a este caso:

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
ck
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: P
Sd
= 100 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm

Portanto: = 0,0188 d = 8,5 cm

Os esquemas esto mostrados nas Figuras 4.8 e 4.9 do captulo 4.

A metodologia de clculo utilizada aqui, semelhante adotada no
item 6.1. Observa-se que, enquanto M
x
o momento que atua na direo
perpendicular borda livre, M
y
o momento que atua na direo paralela
borda livre.


6.3.1 PRIMEIRA VERIFICAO


Sd

Rd


a) Clculo de
Sd



Sd
Sd Sd
P
u d
K M
W d
+
1
1
*


u
1
* = permetro crtico reduzido (Figura 6.1) = 2 a + c
2
+ 2 (2 d) /2 = 88,41 cm;

K = constante obtida em funo da relao c
1
/2c
2
, dada atravs de uma tabela do
CEB/90, idntica tabela 19.3.1 do texto base, presente no captulo 3;
K = 0,5 (c
1
/2c
2
= 0,667);
135

M
Sd
= momento atuante na direo paralela borda livre ( = M
y
= 1200 kN.cm);

W
1
= parmetro calculado em relao ao permetro crtico u
1
(Figura 6.1),
idntico ao parmetro W
P2
, j calculado no item 4.3.1 do captulo 4;
W
c
c c c d d d c
1
2
2
1 2 1
2
2
4
4 8 + + + + = 2014,80 cm
2
.




Figura 6.1 - Permetros crtico e crtico reduzido (unidades em cm)


Portanto:
Sd
x
x
x
kN cm MPa +
100
88 41 8 5
0 5 1200
2014 80 8 5
0 1681 1 681
2
, ,
,
, ,
, / ,


b) Clculo de
Rd


( )
3 / 1
100 12 , 0
ck Rd
f com
+ 1
200
d
(d em mm)
Rd
MPa 1 097 ,


c) Comparao dos parmetros calculados


Sd
= 1,681 MPa >
Rd
= 1,097 MPa (Armadura necessria !)

Como a tenso nominal atuante maior que a tenso nominal
resistente, a ligao no passou nesta verificao. No entanto, apenas a ttulo de
ilustrao, ser apresentada a prxima verificao.
136

6.3.2 SEGUNDA VERIFICAO

Verificao da compresso no concreto (expresso 6.2):
P
u d
f
Sd ef
o
cd
,
, 0 5
2


u
o
(para pilares de borda) = c
2
+ 3d c
2
+ 2 c
1
u
o
= 40,50 cm ;

kN
W
u
P
M
K P P
Sd
Sd
Sd ef Sd
30 , 126 ) 263 , 0 1 ( 100 1
1
*
1
,
+
1
]
1

+

MPa f
f
f
cd
ck
cd
0 , 9
5 , 1
25
250
25
1 60 , 0
250
1 60 , 0
2

,
_


,
_




Substituindo-se os valores calculados na expresso (6.2), tem-se que:


126 30
40 50 8 5
0 5 9 0
,
, ,
, ,
kN
cmx cm
x MPa
0,367 kN/cm
2
= 3,67 MPa 4,5 MPa (OK!)



6.4 PI LAR DE BORDA COM ARMADURA DE PUNO


Com relao ao item 6.3, so apresentados os seguintes dados
complementares referentes armadura de puno.


Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
sy
): 0,32 cm
2

f
ywd
= 300 MPa (valor mximo limitado pelo CEB/90)

A disposio da armadura de puno est ilustrada na Figura 4.10 do
captulo 4.


137

6.4.1 PRIMEIRA VERIFICAO

Verificao da zona adjacente ao pilar (expresso 6.3): P u d f
Sd o cd
( , ) 0 5
2


Para pilares de borda com momento fletor paralelo borda livre, o
valor de P
Sd
deve ser majorado a um valor P
Sd,ef
. Desta forma, utilizando-se os
dados e resultados obtidos no item 6.3.2, tem-se que:

u cm
o
40 5 , ; f kN cm
cd2
2
0 9 , / ; P kN
Sd ef ,
, ; 126 30

Portanto: P
Sd,ef
= 126,30 kN
o
d (0,5 f
cd2
) = 154,91 kN (OK!)



6.4.2 SEGUNDA VERIFICAO

Devem ser verificadas as expresses (6.4) e (6.5), de forma que, para
pilares de borda e de canto, deve-se substituir o valor do permetro crtico u
1
, pelo
valor do permetro crtico reduzido u
1
*. Desta forma, tem-se que:

P
Sd
a reao do pilar a ser majorada a um valor P
Sd,ef
, de forma a se levar em
conta a influncia do momento fletor paralelo borda livre;
P
Sd,ef
= 126,30 kN (j calculado no item anterior);
s
r
= espaamento radial dos conectores = 6,5 cm;
A
Sw
= rea dos conectores contidos em cada linha homottica ao pilar, que passa
pela armadura transversal;
A
Sw
= 14 A
sy
= 14 x 0,32 = 4,48 cm
2
;
= 90;
f
ywd
= 300 MPa = 30 kN / cm
2
(valor mximo permitido pelo CEB) .

Conforme visto na Figura 4.10 do captulo 4, o CEB/90 recomenda a
utilizao de uma armadura prxima borda livre, mas que no seja considerada no
clculo relativo resistncia da ligao. Essa recomendao est resumida na
Figura extra 8 do captulo 3. Conforme visto no item 6.2.2, recomenda-se tomar
muito cuidado na manipulao das unidades.


138

verificando a expresso (6.4):

P MPa x cmx cm
cm
cm
cm x kN cm x
Sd ef ,
, ( , , ) ,
,
,
( , / ) + 0 823 88 41 8 5 1 5
8 5
6 5
4 48 30 1
2 2
P kN cm x cmx cm kN
Sd ef ,
, / ( , , ) , + 0 0823 88 41 8 5 263 63
2


126,30 kN 325,47 kN (OK!)


verificando a expresso (6.5):

1 5
8 5
6 5
4 48 30 1 0 1083 88 41 8 5
2 2
,
,
,
( , / ) , , ,
cm
cm
cm x kN cm x MPa x cm x cm

263,63 kN 8,14 kN (OK!)



6.4.3 TERCEIRA VERIFICAO

A princpio, para esta verificao, deveria ter sido utilizada a
expresso (6.6). No entanto, por se tratar aqui de um pilar de borda, o termo referente
ao novo permetro crtico (u
n,ef
) dever ser substitudo, na expresso (6.6), pelo
termo referente ao novo permetro crtico reduzido (u
n,ef
*), seguindo-se a linha de
raciocnio utilizada para pilares de borda sem armadura de puno. Portanto, a
verificao dever ser feita atravs da seguinte expresso:

( ) d u f P
ef n ck Sd
* 100 12 , 0
,
3 / 1
(6.7)

Utilizando-se um raciocnio anlogo, o valor de P
Sd
dever ser
majorado a um valor P
Sd,ef
, de forma a se levar em conta a presena do momento
fletor paralelo borda livre, atravs da seguinte expresso:


1
1
]
1

+
ef n
ef n
Sd
Sd
Sd ef Sd
W
u
P
M
K P P
,
,
,
*
1


139


u
n,ef
*

= novo permetro crtico reduzido adotado, idntico a
n
*, que, por sua
vez, est mostrado na Figura 4.11 do captulo 4. Portanto:
u
n,ef
* (=
n
*) = 140,60 cm;

M
Sd
= momento fletor atuando segundo a direo y;

W
n,ef
= calculado de forma absolutamente anloga a W
P2n
, no captulo 4:
W
n,ef
(= W
P2n
) = 4741,54 cm
2
.

Portanto: [ ] kN P
ef Sd
79 , 117 1779 , 0 1 100
54 , 4741
60 , 140
100
1200
5 , 0 1 100
,
+
1
]
1

+

Substituindo-se os valores encontrados na expresso (6.7), tem-se que:

117 79 1 097 140 60 8 5 , , , , kN MPa x cm x cm

117 79 131 10 , , kN kN (OK!)



6.4.4 VERIFICAES ADICIONAIS

Devem ser verificadas as mesmas condies mencionadas no item
6.2.4, quanto disposio da armadura de puno:


a) espaamento radial (s
r
) 0,75 d s
r
= 6,5 cm 0,75 d = 6,38 cm (OK!)


b) d (calculado de forma anloga ao item 6.2.4):

-capacidade da laje sem armadura de puno:

P u d kN cm x cmx cm kN
rd Rd

1
2
0 1097 88 41 8 5 82 44
*
, / , , ,

140

-capacidade requerida: menor valor das resistncias calculadas nos tens 6.4.1,
6.4.2a e 6.4.3 = 131,10 kN.


Portanto: >
82 44
131 10
0 63 0 5 0 5
,
,
, , ,
kN
kN


Distncia adotada = 4 cm d = 4,25 cm (OK!)

Considera-se, portanto, que a ligao passou nas verificaes.



6.5 PI LAR DE CANTO SEM ARMADURA DE PUNO


Dados Gerais:

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
ck
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: P
Sd
= 50 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm

Portanto: = 0,0188 d = 8,5 cm

Os esquemas referentes a este caso esto representados nas
Figuras 4.15 e 4.16, presentes no captulo 4.



6.5.1 PRIMEIRA VERIFICAO

Sd

Rd


141

a) Clculo de
Sd


Em princpio, a distribuio da fora cortante deve ser feita ao redor
do permetro crtico u
1
, mostrado na Figura 6.2. Entretanto, desde que se garanta que
a excentricidade est localizada na direo do interior da laje,
Sd
pode ser calculado
como uma tenso uniforme ao longo do permetro crtico reduzido u
1
*, tambm
mostrado na Figura 6.2. Portanto:


u
1
* = a
1
+ a
2
+ 2 (2 d) / 4 = 44,20 cm

Sd
Sd
P
u d
x
kN cm MPa
1
2
50
44 20 8 5
0 1331 1 331
*
, ,
, / ,



Figura 6.2 - Permetros crticos para pilares de canto


b) Clculo de
Rd


( )
3 / 1
100 12 , 0
ck Rd
f com
+ 1
200
d
(d em mm)

Rd
MPa 1 097 ,




142

c) Comparao dos parmetros calculados


Sd
= 1,331 MPa >
Rd
= 1,097 MPa (Armadura necessria !)

Apesar da ligao no ter passado nesta verificao, ser apresentada a
prxima.


6.5.2 SEGUNDA VERIFICAO

Verificao da compresso no concreto (expresso 6.2):
P
u d
f
Sd ef
o
cd
,
, 0 5
2


u
o
(para pilares de canto) = 3d c
2
+ c
1
u
o
= 25,50 cm

P P kN
Sd ef Sd ,
50

MPa f
f
f
cd
ck
cd
0 , 9
5 , 1
25
250
25
1 60 , 0
250
1 60 , 0
2

,
_


,
_




Substituindo-se os valores calculados na expresso (6.2), tem-se que:


50
25 5 8 5
0 5 9 0
kN
cm x cm
x MPa
, ,
, ,

0,231 kN/cm
2
= 2,31 MPa 4,5 MPa (OK!)



6.6 PI LAR DE CANTO COM ARMADURA DE PUNO


So apresentados os dados complementares ao exemplo anterior,
referentes armadura de puno a ser utilizada neste item:


143

Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
s
y): 0,32 cm
2

f
ywd
= 300 MPa (valor mximo limitado pelo CEB/90)

A disposio dos conectores est mostrada na Figura 4.19 do
captulo 4.


6.6.1 PRIMEIRA VERIFICAO

P u d f
Sd o cd
( , ) 0 5
2


Utilizando-se os dados e resultados obtidos no item 6.5.2, tem-se que:

u cm
o
25 5 , ; f kN cm
cd2
2
0 9 , / ; P kN
Sd
50 ;

Portanto: P
Sd
= 50 kN
o
d (0,5 f
cd2
) = 97,54 kN (OK!)


6.6.2 SEGUNDA VERIFICAO

Devem ser verificadas as expresses (6.4) e (6.5), substituindo-se, nas
expresses, o valor de u
1
pelo valor de u
1
*.

s
r
= espaamento radial dos conectores = 6,5 cm;
= 90;
f
ywd
= 300 MPa = 30 kN / cm
2
(valor mximo permitido pelo CEB);
A
Sw
= rea dos conectores contidos em cada linha homottica ao pilar, que passa
pela armadura transversal;
A
Sw
= 7 A
sy
= 7 x 0,32 = 2,24 cm
2
.

Anlogo ao observado no item 6.4.2, o CEB/90 recomenda a
utilizao de uma armadura transversal prxima borda livre, mas que no seja
considerada no clculo relativo resistncia da ligao.

Conforme j visto nos tens 6.2.2 e 6.4.2, deve-se tomar muito cuidado
na manipulao das unidades dos termos.
144


Expresso (6.4):

P MPa x cm x cm
cm
cm
cm x kN cm x
Sd ef ,
, ( , , ) ,
,
,
( , / ) + 0 823 44 20 8 5 1 5
8 5
6 5
2 24 30 1
2 2


50 kN 162,73 kN (OK!)


Expresso (6.5):

1 5
8 5
6 5
2 24 30 1 0 1083 44 20 8 5
2 2
,
,
,
( , / ) , , ,
cm
cm
cm x kN cm x MPa x cmx cm

131,81 kN 4,07 kN (OK!)


6.6.3 TERCEIRA VERIFICAO

Fazendo-se uma analogia com a verificao de ligaes sem armadura
de puno, dever ser utilizada a seguinte expresso:

( ) d u f P
ef n ck Sd
* 100 12 , 0
,
3 / 1


u
n,ef
*= novo permetro crtico reduzido adotado, anlogo a
n
*, mostrado na
Figura 4.20 do item 4.6.3 do captulo 4.
u
n,ef
* ( =
n
*) = 70,3 cm.

Portanto: P MPa x cmx cm kN kN
Sd
1 097 70 3 8 5 50 65 55 , , , , (OK!)


6.6.4 VERIFICAES ADICIONAIS

Devem ser verificadas ainda algumas condies quanto disposio da
armadura de puno:

a) espaamento radial (s
r
) 0,75 d s
r
= 6,5 cm 0,75 d = 6,38 cm (OK!)
145


b) d (calculado de forma anloga ao item 6.2.4):

-capacidade da laje sem armadura de puno:
P u d kN cm x cmx cm kN
rd Rd

1
2
0 1097 44 20 8 5 41 21
*
, / , , ,

-capacidade requerida: menor valor das resistncias calculadas nos tens 6.6.1,
6.6.2a e 6.6.3 = 65,55 kN.

Portanto: >
41 21
65 55
0 63 0 5 0 5
,
,
, , ,
kN
kN


Distncia adotada = 4 cm d = 4,25 cm (OK!)

Considera-se, portanto, que ligao passou nas verificaes.



6.7 COLAPSO PROGRESSIVO


Segundo o CEB/90, para reduzir o risco de um colapso progressivo na
eventualidade de uma runa local na ligao laje-pilar, devem ser verificadas as
seguintes recomendaes com relao armadura de flexo, localizada na face
inferior da laje e que cruza a interface laje-pilar:

a rea total de armadura A
s
que cruza a interface laje-pilar deve ser tal que:

A f P
s yd Sd


Para cada lado da interface, o ao contribuinte em A
s
deve ser
ancorado da seguinte forma:

na laje: pelo comprimento de ancoragem + d;
no pilar: ou pela sua ancoragem na laje atravs do outro lado do pilar, ou pelo
posicionamento do comprimento de ancoragem dentro do pilar (Figura 6.3).

146

importante observar que as barras ancoradas devem passar por
dentro da armadura principal do pilar. O CEB/90 apresenta como detalhamentos os
indicados na Figura 6.3.



Figura 6.3 - Detalhes de ancoragem dados pelo CEB/90


Tomando-se como exemplo a Figura 6.3, tem-se que a rea A
s

referente a 8 barras para o pilar interno , enquanto que, para o pilar de borda, A
s

referente a 6 barras.

Sero agora verificados os exemplos dados neste captulo. adotada
como armadura inferior a mesma j mostrada nas Figuras 4.2, 4.9 e 4.16, para pilares
internos, de borda e de canto, respectivamente. O detalhamento no ser abordado,
devendo, no entanto, ser seguidas as recomendaes mencionadas. Para o pilar de
canto, supe-se que deva ser dado o mesmo tratamento ao observado na Figura 6.13,
referente a pilares de borda ancorados no pilar.




147

6.7.1 PILAR INTERNO (A
s
= 10 barras)

A f x cm x kN cm kN P kN OK
s yd Sd
> ( , ) , / , ( !) 10 0 80 43 48 347 84 135
2 2



6.7.2 PILAR DE BORDA (A
s
= 8 barras)

A f x cm x kN cm kN P kN OK
s yd Sd
> ( , ) , / , ( !) 8 0 80 43 48 278 27 100
2 2



6.7.3 PILAR DE CANTO (A
s
= 5 barras)

A f x cm x kN cm kN P kN OK
s yd Sd
> ( , ) , / , ( !) 5 0 80 43 48 173 92 50
2 2





6.8 OBSERVAES GERAIS


Observa-se que, ao contrrio do EUROCODE N.2 e assim como o
texto base da NB-1/94, todos os exemplos passaram nas verificaes feitas segundo
os critrios dados pelo CEB/90. Porm, analogamente ao ocorrido no texto base
da NB-1/94, o CEB/90 no fornece recomendaes quanto situao de pilares
internos com momentos fletores atuando segundo duas direes.

O CEB/90 fornece recomendaes mais detalhadas que o texto base da
NB-1/94, com relao ao colapso progressivo.

Observa-se tambm que o clculo do parmetro W
n,ef
um tanto
trabalhoso. Sugere-se, portanto, a adoo de um novo permetro crtico para a regio
situada alm da armadura de puno, a ser composta por trechos retos e por quartos
de circunferncia, anlogo ao mostrado na Figura 4.3, desde que a distncia
circunferencial dos elementos da armadura de puno mais externos seja inferior a
2d. Desta forma, pode-se ento obter uma maior simplicidade no clculo desta
verificao com o desenvolvimento de expresses apropriadas.
148

Assim como o EUROCODE N.2, o CEB/90 menciona que a armadura
de flexo perpendicular borda livre deve ser dobrada e extendida at a outra face da
laje, a fim de proporcionar-lhe resistncia toro. Como alternativa, barras em
forma de U podem ser inseridas na borda atravs das armaduras de flexo positivas e
negativas.

Outra semelhana entre o CEB/90 e o EUROCODE N.2 que o valor
de
c
utilizado o mesmo, ou seja, igual a 1,5.

A menos de evidncias experimentais relevantes, o valor da resistncia
caracterstica compresso do concreto deve ser limitado em 50 MPa. Desta forma,
as recomendaes vistas neste captulo no podem ser diretamente aplicadas a
concretos de alta resistncia.

O CEB/90 ainda menciona que, para lajes com espessura inferior a
250 mm, o detalhamento da ancoragem da armadura de puno requer ateno
especial.








7 EXEMPLOS SEGUNDO O ACI 318/89

So apresentados aqui os mesmos exemplos vistos nos
captulos 4, 5 e 6, s que agora verificados segundo as recomendaes do
ACI 318/89. Estas recomendaes so resumidas e apresentadas a seguir, de forma a
facilitar a sua aplicao aos exemplos mencionados.



7.1 RECOMENDAES DO ACI 318/89


Para os casos nos quais existe a transferncia de momentos fletores
desbalanceados para o pilar, devem ser comparadas as seguintes tenses:

v
u
v
n
(7.1)

v
u
= tenso nominal atuante;
v
n
= tenso nominal resistente ;
= coeficiente de minorao da resistncia da ligao, igual a 0,85 para o caso de
toro e de cisalhamento.


7.1.1 TENSO NOMINAL RESISTENTE (v
n
)

O clculo de v
n
definido, basicamente, em funo da presena ou
no da armadura de puno.


150

a) Ligaes sem armadura de puno

Para este caso: v
n
= v
c


onde v
c
a resistncia obtida atravs da contribuio do concreto. O valor de v
c
o
menor valor obtido atravs das seguintes expresses:

' f
4
2 08303 , 0 v
c
c
c

,
_

+ (7.2)

' f 2
b
d
08303 , 0 v
c
o
s
c

,
_

(7.3)

v f
c c
0 3321 , ' (7.4)

c
= razo entre os lados mais longo e mais curto do pilar;
f
c
' = resistncia compresso do concreto (semelhante ao f
ck
e dado em MPa);
b
o
= comprimento do permetro crtico localizado a d/2 do contorno do
pilar (Figura 7.1);
d = altura til da laje (mdia aritmtica das alturas segundo as duas direes
x e y);

s
= constante que assume os seguintes valores: 40 para pilares internos, 30 para
pilares de borda e 20 para pilares de canto.





Figura 7.1 - Definio do permetro crtico b
o


151

Inicialmente, o valor para tenses de cisalhamento correspondentes a
carregamentos ltimos estava limitado pela expresso (7.4). Observou-se que este
valor no era conservativo para casos em que o coeficiente
c
assumia valores
maiores que 2, tratando-se, portanto, de pilares retangulares alongados. Para estes
pilares, a tenso real de cisalhamento na seo crtica, correspondente situao de
runa por puno, atinge o valor mximo dado pela expresso (7.4) apenas na regio
dos cantos do pilar, diminuindo este valor em direo regio central do lado do
pilar. Ensaios realizados constataram ainda que, na medida em que o valor da razo
b
o
/d aumentava, o valor de v
c
diminua. Baseados nestes aspectos que foram
desenvolvidas as expresses (7.2) e (7.3), de forma a se levar em considerao os
fatores mencionados no clculo de v
c
.


b) Ligaes com armadura de cisalhamento

J para este caso, v
n
calculado da seguinte forma:

v v v f
n c s c
+ 0 4982 , ' (7.5)

Enquanto v
c
a contribuio do concreto, v
s
representa a contribuio
da armadura de puno na resistncia da ligao. Estas tenses so calculadas atravs
das seguintes expresses:

v f
c c
0 1661 , ' (7.6)

v
A f
s b
s
v y
o
(7.7)

s = espaamento da armadura de puno, que no deve ser superior a d/2;
A
v
= rea da armadura de puno dentro da distncia s;
f
y
= tenso de escoamento da armadura, no podendo ser superior a 400 MPa.

Segundo o ACI 318/89, existe uma certa dificuldade em se ancorar a
armadura de puno nas lajes com espessura inferior a 25 cm. Portanto, para estas
lajes, devem ser usados estribos retangulares fechados, envolvendo a armadura
longitudinal de flexo, de forma que, pelo menos um elemento desta armadura passe
em cada canto do estribo, conforme mostrado na Figura 7.2, retirada do ACI 318/89.
152



Figura 7.2 - Estribos

O ACI 318/89 menciona ainda que tem sido utilizada, com sucesso,
um tipo de armadura de puno composta por elementos verticais, cujas
extremidades estejam ancoradas mecanicamente atravs de uma placa ou de
segmentos dela, formando uma "cabea", de forma a se garantir que a tenso de
escoamento da armadura de puno seja atingida.


7.1.2 TENSO NOMINAL ATUANTE (v
u
)

O valor de v
u
calculado em funo da fora cortante atuante (V
u
), no
caso a reao do pilar, e em funo de eventuais momentos fletores
desbalanceados (M
u
).

Para ligaes sem armadura de puno, v
u
deve ser calculado com
relao ao permetro crtico mostrado na Figura 7.1 e comparado com o valor de v
n
,
dado no item 7.1.1a.

J para ligaes com armadura de puno, devem ser feitas duas
verificaes. Na primeira delas, faz-se a comparao de v
u
, calculado com relao ao
permetro crtico mostrado na Figura 7.1, com o valor de v
n
, dado segundo o item
7.1.1b. Na segunda, deve-se comparar uma nova tenso nominal atuante, calculada
em relao a uma nova superfcie crtica, localizada a d/2 da regio armada, com o
valor de v
n
, calculado segundo o item 7.1.1a.

Ser mostrado, a seguir, as recomendaes dadas pelo ACI 318/89
para o clculo da tenso nominal atuante nas duas sees consideradas crticas: a d/2
do pilar e a d/2 da regio armada. Observa-se que o ACI 318/89 fornece
recomendaes apenas com relao a momentos fletores atuando na direo do eixo
de simetria da superfcie crtica, localizada a d/2 do contorno do pilar.
153

a) Seo crtica localizada a d/2 da face do pilar

Para pilares internos e de borda, a forma com que as tenses de
cisalhamento se distribuem ao longo da seo crtica, devida presena de um
momento fletor, est ilustrada na Figura 7.3, extrada do ACI 318/89.






Figura 7.3 - Distribuio adotada para as tenses de cisalhamento


Tanto a fora cortante V
u
como o momento desbalanceado M
u
esto
relacionados ao eixo que passa pelo centride do permetro crtico e que
perpendicular direo em que o momento fletor atua. Observa-se que as tenses
mxima e mnima atuantes, dadas segundo a Figura 7.3, ocorrem, respectivamente,
nas faces AB e CD da superfcie crtica, sendo uniformemente distribudas nessas
faces. J nas faces DA e CB, a tenso varia linearmente do valor mnimo at o valor
mximo. Todas estas tenses so consideradas uniformemente distribudas ao longo
da altura til d, na superfcie crtica.
154

As tenses mxima e mnima podem ser calculadas, respectivamente,
atravs das seguintes expresses:

v
V
A
M c
J
u AB
u
c
v u AB
c
( )
+

(7.8)

v
V
A
M c
J
u CD
u
c
v u CD
c
( )


(7.9)

A
c
= rea de concreto da superfcie crtica;

v
M
u
= parcela do momento fletor a ser transferida pela excentricidade da fora
cortante, dada em relao ao centride da seo crtica. O valor de
v

dado atravs da seguinte expresso:


( )
2 1
v
b b 3 2 1
1
1
+
; (7.10)

b
1
= comprimento da seo crtica medida na direo do vo para o qual o momento
fletor foi determinado (= c
1
+ d);
b
2
= comprimento da seo seo crtica medida na direo perpendicular a b
1

(= c
2
+ d);
J
c
= propriedade anloga ao momento de inrcia polar, relacionada seo crtica.


Para pilares internos, o ACI 318/89 fornece as seguintes expresses:


( ) ( ) ( )( )
2
d c d c d
6
d d c
6
d c d
J
2
1 2
3
1
3
1
c
+ +
+
+
+
+
;

A
c
= 2 d ( c
1
+ c
2
+ 2 d);

c
AB
= distncia da face AB ao centride da superfcie crtica;

c
CD
= distncia da face CD ao centride da superfcie crtica.

Segundo o ACI 318/89, podem ser desenvolvidas expresses similares
de A
c
e J
c
para ligaes com pilares de borda e de canto.
155

b) Seo crtica localizada a d/2 da regio armada

Para o caso de ligaes com armadura de puno, deve-se investigar
uma seo crtica externa regio transversalmente armada e dela distante de um
valor igual a d/2. O ACI 318/89 ilustra o permetro crtico desta seo atravs da
Figura 7.4.




Figura 7.4 - Sees crticas externas regio armada (extradas do ACI 318/89)


Na Figura 7.5, extrada de ANDRADE; GOMES (1994a), esto
ilustrados os permetros crticos considerados apropriados para uma distribuio
radial e em cruz dos elementos da armadura de puno.


156


U = 8 [ 2A + B ] U = 4 [ 4A + B + c - 2x ]
A = d ( tang ) / 2 A = d ( tang ) / 2
B = 2 sen ( s
o
+ ns ) B = 2 ( ns + s
o
+ x )
= 22,5 = 22,5

Figura 7.5 - Permetros crticos recomendados por ANDRADE; GOMES (1994a)


O ACI 318/89 no fornece informaes sobre a forma com que os
momentos fletores influiro no clculo das tenses atuantes nas novas sees crticas
consideradas. Desta forma, adota-se o seguinte procedimento: para a obteno da
parcela da tenso de cisalhamento proveniente da fora cortante, distribui-se esta
fora ao longo da superfcie crtica externa regio armada, ilustrada na Figura 7.5.
J para a obteno do valor da parcela proveniente da presena do momento fletor na
ligao, adotou-se um outro permetro crtico, retangular e circunscrito em relao ao
anterior (Figura 7.6). Este procedimento permite adaptar as expresses referentes a J
c

e
v
j mostradas nos tens anteriores.


d / 2
d / 2
d / 2
d / 2


Figura 7.6 - Novo permetro crtico referente a momentos fletores
157

A utilizao deste novo permetro crtico, utilizado para o clculo da
parcela da tenso de cisalhamento proveniente do momento fletor, deve ser acatada,
somente, como uma sugesto, dada no intuito de se considerar, de alguma forma, a
influncia do momento fletor nesta verificao.

Como os exemplos, mostrados a seguir, esto sujeitos a momentos
fletores atuando segundo duas direes x e y, ser feita uma superposio das tenses
de cisalhamento, de forma a se obter o valor da mxima tenso nominal atuante. Nos
exemplos, utilizam-se os ndices 1 e 2 para indicar dimenses que estejam paralelas
aos eixos x e y, respectivamente.



7.2 PI LAR I NTERNO SEM ARMADURA DE PUNO


Os esquemas referentes a este exemplo esto ilustrados nas Figuras 4.1
e 4.2 do captulo 4.

Dados gerais:

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
c'
= 25 MPa
reao de apoio no pilar: V
u
= 135 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm
d = 8,5 cm


7.2.1 TENSO NOMINAL ATUANTE (v
u
)

Fazendo-se a superposio das tenses de cisalhamento, conforme
ilustrado na Figura 7.7, verifica-se que a mxima tenso nominal atuante ir ocorrer
no canto D da seo crtica.


158



Figura 7.7 - Superposio de efeitos (V
u
, M
x
, M
y
)

Com base na notao mostrada na Figura 7.8, calcula-se esta tenso
atravs da seguinte expresso:

v v v
V
A
M c
J
M c
J
u u max D
u
c
x x CD
x
y y AD
y
+ +
,


(7.11)

Portanto:

c
1
= lado do pilar paralelo ao eixo x = 20 cm;
c
2
= lado do pilar perpendicular ao eixo x = 15 cm;
b
1
= lado do permetro crtico paralelo ao eixo x (igual a c
1
+ d) = 28,5 cm;
b
2
= lado do permetro crtico perpendicular ao eixo x (igual a c
2
+ d) = 23,5 cm;
c
CD
= distncia do eixo c-c, paralelo ao eixo y e que passa pelo centride da seo
crtica, at a face CD (igual a b
1
/2) = 14,25 cm;
c
AD
= distncia do eixo c'-c', paralelo ao eixo x e que passa pelo centride da seo
crtica, at a face AD (igual a b
2
/2) = 11,75 cm;
A
c
= rea da superfcie crtica = 2 d ( b
1
+ b
2
) = 884 cm
2
;


159

( )
423 , 0
b b 3 2 1
1
1
2 1
x

+
;

4
2
1
2
3
1
3
1
x
cm 835 116
2
b
d b 2
6
d b
6
d b
J
,
_

+ + ;

( )
377 , 0
b b 3 2 1
1
1
1 2
y

+
;

4
2
2
1
3
2
3
2
y
cm 682 87
2
b
d b 2
6
d b
6
d b
J
,
_

+ + .



Figura 7.8 - Notao adotada para o clculo da tenso nominal atuante


Portanto, substituindo-se os valores na expresso (7.11), tem-se que:

v
u
= 0,265 kN/cm
2
= 2,65 MPa.


7.2.2 TENSO NOMINAL RESISTENTE (v
n
)

Adota-se o menor valor dos obtidos atravs das expresses (7.2), (7.3)
e (7.4), calculados a seguir:

160

a) expresso (7.2):
com
c
= 1,333; f
c
' = 25 MPa; tem-se que: v
c
= 2,07 MPa.

b) expresso (7.3):
com
s
= 40; b
o
= 2 (b
1
+b
2
) = 104 cm; f
c
' = 25 MPa; tem-se que: v
c
= 2,19 MPa.

c) expresso (7.4):
com f
c
' = 25 MPa, tem-se que: v
c
= 1,66 MPa.

Portanto: v
n
= 1,66 MPa.


7.2.3 COMPARAO DAS TENSES

Fazendo-se a comparao de v
u
com v
n
, tem-se que:

v
u
= 2,65 MPa > v
n
= 0,85 x 1,66 = 1,41 MPa.

Portanto, necessita-se aumentar a resistncia da ligao.



7.3 PI LAR I NTERNO COM ARMADURA DE PUNO


Sero utilizados os dados referentes ao item anterior, complementados
com dados referentes armadura de puno utilizada. O ACI 318/89 limita o valor da
tenso de escoamento da armadura de puno em 400 MPa. A disposio desta
armadura est ilustrada na Figura 4.4, no captulo 4.

Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
sy
): 0,32 cm
2

f
y
= 400 MPa

Devero ser verificadas cada uma das duas sees consideradas
crticas (a d/2 do pilar e a d/2 da regio armada).

161

7.3.1 SEO CRTICA A d/2 DO PILAR

a) Clculo de v
u
(j calculado no item 7.2.1): v
u
= 2,65 MPa.


b) Clculo de v
n
:

v f MPa
c c
0 1661 0 831 , ' , ;

v
A f
s b
kN cm MPa
s
v y
o
0 303 3 03
2
, / ,

A
v
= 5,12 cm
2
; s = 6,5 cm > d/2 = 4,25 cm;
f kN cm
y
40
2
/ ;

b
o
= 104 cm;


v v v f
n c s c
+ 0 4982 , '


Dessa forma: v MPa MPa v MPa
n
Por to
n
> 3 861 2 491 2 491 , , ,
tan



Verificou-se que o espaamento radial dos conectores no est de
acordo com a recomendao do ACI 318/89. A princpio, o espaamento deveria ser
corrigido, mas visto tratar-se aqui apenas de um exemplo, ser dado prosseguimento
s verificaes.


c) Comparao das tenses:

v
u
= 2,65 MPa > v
n
= 0,85 x 2,491 = 2,12 MPa

Portanto, nem mesmo com a presena da armadura de puno a laje
passou na verificao. A princpio, no seria necessrio realizar a prxima
verificao; no entanto, a ttulo de ilustrao, ela ser feita.

162


7.3.2 SEO CRTICA A d/2 DA REGIO ARMADA

Calcula-se uma nova tenso nominal atuante (v
u
'), relativa nova
seo crtica, localizada a d/2 da regio armada. A seguir, compara-se esta tenso
com a tenso nominal resistente, dada para ligaes sem armadura de puno.

Devido falta de recomendaes do ACI 318/89 quanto presena de
momentos fletores atuando nesta nova seo crtica, v
u
' foi obtido atravs do
procedimento descrito no item 7.1.2b: enquanto a tenso proveniente da fora
cortante foi considerada uniformemente distribuda ao longo do permetro crtico U,
mostrado na Figura 7.9, a tenso proveniente dos momentos fletores foi considerada
distribuda ao longo do permetro crtico U', mostrado na Figura 7.10, variando
linearmente ao longo das direes de atuao dos momentos fletores. A seguir,
adicionou-se o valor da tenso uniformemente distribuda no permetro U, ao valor
referente mxima tenso obtida atravs da combinao dos momentos fletores no
permetro crtico U'.





Figura 7.9 - Permetro crtico U

163


Figura 7.10 - Permetro crtico U'



a) Clculo da nova tenso nominal atuante (v
u
')

A expresso a ser utilizada dever ser a seguinte:


v v v
V
A
M c
J
M c
J
u u max D
u
c
x x C D
x
y y A D
y
' ' '
'
'
'
'
'
,
' '
' '
+ +


expresso (7.12)

onde, com relao ao permetro crtico U, tem-se que:

= 45;
= /2 = 22,5;

s
o
= 4 cm;
s = 6,5 cm (> d/2);

A = (d tan)/2 = 1,76 cm;
B = 2 sen (s
o
+ 2 s) = 13,01 cm;
l = B + 2 A = 16,53 cm;

U = 2 (c
1
+c
2
)+8 l = 202,24 cm;

A
c
' = U d = 1719 cm
2
;



164

e, com relao ao permetro crtico U', tem-se que:

b
1
' = c
1
+ 2 (s
o
+ 2 s) + d = 62,5 cm;

b
2
' = c
2
+ 2 (s
o
+ 2 s) + d = 57,5 cm;
c b cm
C D ' '
, ;
1
2 31 25

c b cm
A D ' '
, ;
2
2 28 75

( )
41 , 0
' b ' b 3 2 1
1
1 '
2 1
x

+
;

;
2
' b
d ' b 2
6
d ' b
6
d ' b
' J
2
1
2
3
1
3
1
x

,
_

+ +
J cm
x
' 1 306 853
4
;
( )
39 , 0
' b ' b 3 2 1
1
1 '
1 2
y

+
;

;
2
' b
d ' b 2
6
d ' b
6
d ' b
' J
2
2
1
3
2
3
2
y

,
_

+ +
J cm
y
' 1 153 430
4
.

Portanto, substituindo-se os valores na expresso (7.12), tem-se que:

v
u
' = 0,100 kN/cm
2
= 1,00 MPa.


b) Clculo da tenso nominal resistente (v
n
)

Calculando-se o menor valor das tenses resistentes, dadas pelas
expresses (7.2), (7.3) e (7.4), tem-se que: v
n
= 1,528 MPa.

Observa-se que este valor foi obtido atravs da expresso (7.2), ao
substituir-se o permetro b
o
, localizado a d/2 da face do pilar, pelo permetro U,
localizado a d/2 da regio armada.


c) Comparao das tenses

Fazendo-se a comparao de v
u
' com v
n
, tem-se que:

v
u
' = 1,00 MPa < v
n
= 0,85 x 1,528 = 1,30 MPa. (OK!)

Portanto, apesar da ligao no ter passado na primeira verificao
feita, ela teria passado nesta.

165

7.4 PI LAR DE BORDA SEM ARMADURA DE PUNO


So apresentados os seguintes dados gerais:

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
c
' = 25 MPa
reao de apoio no pilar: V
u
= 100 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm
d = 8,5 cm

Os esquemas referentes a este caso esto mostrados nas
Figuras 4.8 e 4.9 do captulo 4. Definiu-se ainda o eixo x como sendo a direo
perpendicular borda livre. Observa-se que M
x
o momento que atua na direo
perpendicular borda livre enquanto que M
y
o momento que atua na direo
paralela borda livre.


7.4.1 TENSO NOMINAL ATUANTE (v
u
)

Baseado na Figura 7.11, tem-se a seguinte expresso para o
clculo de (v
u
):

v v v
V
A
M c
J
M c
J
u u max A
u
c
x x AB
x
y y AD
y
+ +
,


(7.13)

Portanto:

c
1
= 20 cm; c
2
= 15 cm; b
1
= c
1
+ d/2 = 24,25 cm; b
2
= c
2
+ d = 23,5 cm;

c
CD
= distncia da borda livre (Face CD) at o eixo c-c, paralelo ao eixo y e que
passa pelo centride da seo crtica;

c
b b b
b b
cm
CD

+
+

1
2
1 2
1 2
2
16 08 , ;
166

c
AB
= distncia entre o eixo c-c, paralelo ao eixo y e que passa pelo centride da
seo crtica at a face interna do pilar (Face AB);

c
b
b b
cm
AB

+

1
2
1 2
2
8 17 , ;


c
AD
= distncia do eixo c'-c', paralelo ao eixo x e que passa pelo centride da
seo crtica, at a Face AD (igual a b
2
/2) = 11,75 cm;

c
AD
= b
2
/2 = 11,75 cm;


c
CB
= distncia do eixo c'-c', paralelo ao eixo x e que passa pelo centride da
seo crtica, at a Face CB;

c
CB
= b
2
/2 = 11,75 cm;


A
c
= rea da superfcie crtica = d (2 b
1
+ b
2
) = 612 cm
2
;

( )
404 , 0
b b 3 2 1
1
1
2 1
x

+
;

( ) ( )
4
2
2 1
2
4
1
2
2 1
2
2
3
1
3
1
3
1
x
cm 466 42
b b 2
d b b
b b 2 2
d b b
6
d b
6
d b
J
+
+
+
+ + ;

( )
396 , 0
b b 3 2 1
1
1
1 2
y

+
;

J
b d b d b b d
cm
y
+ +
2
3
2
3
1 2
2
4
12 12 2
67 312 ;


167



a) notao utilizada b) superposio de efeitos

Figura 7.11 - Notao

Portanto, substituindo-se os valores na expresso (7.13) tem-se que:

v kN cm MPa
u
0 324 3 24
2
, / , .


7.4.2 TENSO NOMINAL RESISTENTE (v
n
)

Adota-se o menor valor dos obtidos atravs das expresses (7.2), (7.3)
e (7.4), calculados a seguir:

a) expresso (7.2):
com
c
= 1,333; f
c
' = 25 MPa; tem-se que: v
c
= 2,07 MPa.

b) expresso (7.3):
com
s
= 30; b
o
= 2 b
1
+b
2
= 72 cm; f
c
' = 25 MPa; tem-se que: v
c
= 2,30 MPa.

c) expresso (7.4): com f
c
' = 25 MPa, tem-se que: v
c
= 1,66 MPa.

Portanto: v
n
= 1,66 MPa.
168

7.4.3 COMPARAO DAS TENSES

Fazendo-se a comparao de v
u
com v
n
, tem-se que:
v
u
= 3,24 MPa > v
n
= 0,85 x 1,66 = 1,41 MPa.

Portanto, necessita-se aumentar a resistncia da ligao.



7.5 PI LAR DE BORDA COM ARMADURA DE PUNO


Sero utilizados os dados referentes ao item anterior, complementados
com dados referentes armadura de puno utilizada. A disposio desta armadura
est ilustrada na Figura 4.10 do captulo 4. Para este exemplo, no foi considerada a
recomendao do CEB/90 referente armadura de puno adicional, ilustrada na
Figura 4.10. Para este caso, os conectores "adicionais" foram considerados no
clculo. Devero ser verificadas cada uma das duas sees consideradas crticas (a
d/2 do pilar e a d/2 da regio armada).

Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
sy
): 0,32 cm
2

f
y
= 400 MPa (valor mximo permitido pelo ACI 318/89)


7.5.1 SEO CRTICA A d/2 DO PILAR

a) Clculo de v
u
(j calculado no item 7.4.1): v
u
= 3,24 MPa.

b) Clculo de v
n
:
v f MPa
c c
0 1661 0 831 , ' ,
v
A f
s b
kN cm MPa
s
v y
o
0 438 4 38
2
, / ,
A
v
= 5,12 cm
2
; s = 6,5 cm > d/2 = 4,25 cm;
f kN cm
y
40
2
/ ;
b
o
= 72 cm;
v v v f
n c s c
+ 0 4982 , '
169

Desta forma: v MPa MPa v MPa
n n
> 5 211 2 491 2 491 , , , .

Verificou-se que o espaamento radial dos conectores no est de
acordo com a recomendao do ACI 318/89. A princpio, o espaamento deveria ser
corrigido, mas visto tratar-se aqui apenas de um exemplo, ser dado prosseguimento
s verificaes.


c) Comparao das tenses nominais atuante e resistente:

v
u
= 3,24 MPa > v
n
= 0,85 x 2,491 = 2,12 MPa.

Portanto, nem mesmo com a presena da armadura de puno a laje
passou na verificao. A princpio, no seria necessrio realizar a prxima
verificao; no entanto, a ttulo de ilustrao, ela ser feita.


7.5.2 SEO CRTICA A d/2 DA REGIO ARMADA

O clculo da nova tenso nominal atuante (v
u
') foi feito de forma
anloga mostrada no item 7.3.2. Os novos permetros U e U', utilizados no clculo
das parcelas da mxima tenso nominal atuante, relativas, respectivamente, fora
cortante V
u
e aos momentos fletores atuantes M
x
e M
y
, esto mostrados nas
Figuras 7.12 e 7.13.

Figura 7.12 - Permetro crtico U Figura 7.13 - Permetro crtico U'
170

a) Clculo da nova tenso nominal atuante (v
u
')

A expresso a ser utilizada dever ser a seguinte:

v v v
V
A
M c
J
M c
J
u u max A
u
c
x x A B
x
y y A D
y
' ' '
'
'
'
'
'
,
' '
' '
+ +


(7.14)

onde, com relao ao permetro crtico U, tem-se que:

= 30;
= /2 = 15;

s
o
= 4 cm;
s = 6,5 cm ( > d/2) ;
A = (d tan)/2 = 1,14 cm;
B = 2 sen (s
o
+ 2 s) = 8,80 cm;
l + B A 2 = 11,08 cm;

U = 2 c
1
+c
2
+ 6 l = 121,48 cm;
A
c
' = U d = 1033 cm
2
;


e, com relao ao permetro crtico U', tem-se que:

b
1
' = c
1
+ s
o
+ 2 s + d / 2 = 41,25 cm;

b
2
' = c
2
+ 2 (s
o
+ 2 s) + d = 57,5 cm;
c
b b b
b b
cm
C D ' '
' ' '
' '
,
+
+

1
2
1 2
1 2
2
29 10 ;

c b cm
C B ' '
' , ;
2
2 28 75

c
b
b b
cm
A B ' '
'
' '
,
+

1
2
1 2
2
12 15 ;

c b cm
A D ' '
' , ;
2
2 28 75
( )
36 , 0
' b ' b 3 2 1
1
1 '
2 1
x

+
;
( )
44 , 0
' b ' b 3 2 1
1
1 '
1 2
y

+
;

( ) ( )
4
2
2 1
2
4
1
2
2 1
2
2
3
1
3
1
3
1
x
cm 175 226
' b ' b 2
d ' b ' b
' b ' b 2 2
d ' b ' b
6
d ' b
6
d ' b
' J
+
+
+
+ + ;

J
b d b d b b d
cm
y
'
' ' ' '
+ +
2
3
2
3
1 2
2
4
12 12 2
717 230 .

Portanto, substituindo-se os valores na expresso (7.14) tem-se que:

v kN cm MPa
u
' , / , 0 137 1 37
2
.
171

b) Clculo da tenso nominal resistente (v
n
)

Calculando-se o menor valor das tenses resistentes dadas pelas
expresses (7.2), (7.3) e (7.4), tem-se que: v
n
= 1,66 MPa

Observa-se que para o clculo do valor fornecido pela expresso (7.2),
deve-se substituir o valor do permetro crtico b
o
, localizado a d/2 do pilar, pelo valor
do permetro crtico definido a d/2 da regio armada.


c) Comparao das tenses

Fazendo-se a comparao de v
u
' com v
n
, tem-se que:

v
u
' = 1,37 MPa < v
n
= 0,85 x 1,66 = 1,41 MPa

Portanto, apesar da ligao no ter passado na primeira verificao, ela
teria passado nesta.



7.6 PI LAR DE CANTO SEM ARMADURA DE PUNO


So apresentados os seguintes dados gerais referentes a este caso:

seo do pilar: 15 cm x 20 cm
espessura da laje: 10 cm
resistncia do concreto: f
c
' = 25 MPa
reao de apoio no pilar: V
u
= 50 kN
momentos fletores: M
x
= 10 kN.m
M
y
= 12 kN.m

armadura de flexo negativa
ao CA 50 A
Bitola: 10 mm / rea: 0,80 cm
2
Distribuio: malha de 5,6 cm x 4,5 cm
Direo x:
x
= 0,0222 d
x
= 8 cm
Direo y:
y
= 0,0159 d
y
= 9 cm
d = 8,5 cm

Os esquemas esto mostrados nas Figuras 4.15 e 4.16 do captulo 4.


172

7.6.1 TENSO NOMINAL ATUANTE (v
u
)

Baseado na Figura 7.14, tem-se a seguinte expresso para o
clculo de (v
u
):

v v v
V
A
M c
J
M c
J
u u max B
u
c
x x AB
x
y y CB
y
+ +
,


(7.15)




a) notao utilizada b) superposio de efeitos

Figura 7.14 - Notao

Portanto:

c
1
= 20 cm; c
2
= 15 cm; b
1
= c
1
+ d/2 = 24,25 cm; b
2
= c
2
+ d/2 = 19,25 cm;

c
CD
= distncia da borda livre (Face CD) at o eixo c-c, paralelo ao eixo y e que
passa pelo centride da seo crtica;

( )
cm 49 , 17
b b 2
b b 2 b
c
2 1
2 1
2
1
CD

+
+
;


173

c
AB
= distncia entre o eixo c-c, paralelo ao eixo y e que passa pelo centride da
seo crtica at a Face AB;
( )
cm 76 , 6
b b 2
b
c
2 1
2
1
AB

+
;

c
AD
= distncia da borda livre (Face AD), at o eixo c'-c', paralelo ao eixo x e que
passa pelo centride da seo crtica;

( )
cm 99 , 14
b b 2
b b 2 b
c
2 1
2 1
2
2
AD

+
+
;

c
CB
= distncia entre o eixo c'-c', paralelo ao eixo x e que passa pelo centride da
seo crtica, at a Face CB;

( )
cm 26 , 4
b b 2
b
c
2 1
2
2
CB

+
;


A
c
= rea da superfcie crtica = d ( b
1
+ b
2
) = 370 cm
2
;

( )
428 , 0
b b 3 2 1
1
1
2 1
x

+
;

( ) ( )
4
2
2 1
2
4
1
2
2 1
2
2
3
1
3
1
3
1
x
cm 752 24
b b 4
d b b
b b 4
d b b
12
d b
12
d b
J
+
+
+
+ + ;

( )
373 , 0
b b 3 2 1
1
1
1 2
y

+
;

( ) ( )
4
2
2 1
1
4
2
2
2 1
2
1
3
2
3
2
3
2
y
cm 488 14
b b 4
d b b
b b 4
d b b
12
d b
12
d b
J
+
+
+
+ + .

Portanto, substituindo-se os valores na expresso (7.15) tem-se que:

v kN cm MPa
u
0 384 3 84
2
, / ,
174

7.6.2 TENSO NOMINAL RESISTENTE (v
n
)

Adota-se o menor valor dos obtidos atravs das expresses (7.2), (7.3)
e (7.4), calculados a seguir:

a) expresso (7.2):
com
c
= 1,333; f
c
' = 25 MPa; tem-se que: v
c
= 2,07 MPa.

b) expresso (7.3):
com
s
= 20; b
o
= b
1
+b
2
= 43,5 cm; f
c
' = 25 MPa; tem-se que: v
c
= 2,45 MPa.

c) expresso (7.4): com f
c
' = 25 MPa, tem-se que: v
c
= 1,66 MPa.

Portanto: v
n
= 1,66 MPa.


7.6.3 COMPARAO DAS TENSES

Fazendo-se a comparao de v
u
com v
n
, tem-se que:

v
u
= 3,84 MPa > v
n
= 0,85 x 1,66 = 1,41 MPa

Portanto, necessita-se aumentar a resistncia da ligao.



7.7 PI LAR DE CANTO COM ARMADURA DE PUNO


Sero utilizados os dados referentes ao item anterior, complementados
com dados referentes armadura de puno utilizada. A disposio desta armadura
est ilustrada na Figura 4.19 do captulo 4. Para este exemplo, no foi considerada a
recomendao do CEB/90 referente armadura de puno adicional, ilustrada na
Figura 4.19. Para este caso, os conectores "adicionais" foram considerados no
clculo. Devero ser verificadas cada uma das duas sees consideradas crticas (a
d/2 do pilar e a d/2 da regio armada).

175

Tipo de armadura de puno: conectores tipo pino
Bitola: 6,3 mm Ao: CA 50A rea do pino (A
sy
): 0,32 cm
2

f
y
= 400 MPa (valor mximo permitido pelo ACI 318/89)



7.7.1 SEO CRTICA A d/2 DO PILAR

a) Clculo de v
u
(j calculado no item 7.6.1): v
u
= 3,84 MPa.


b) Clculo de v
n
:

v f MPa
c c
0 1661 0 831 , ' ,

v
A f
s b
kN cm MPa
s
v y
o
0 407 4 07
2
, / ,

A
v
= 2,88 cm
2
; s = 6,5 cm > d/2 = 4,25 cm;
f kN cm
y
40
2
/ ;
b
o
= 43,5 cm.

v v v f
n c s c
+ 0 4982 , '

Dessa forma:

v MPa MPa v MPa
n
Por to
n
> 4 901 2 491 2 491 , , ,
tan


Verificou-se que o espaamento radial dos conectores no est de
acordo com a recomendao do ACI 318/89. A princpio, o espaamento deveria ser
corrigido, mas visto tratar-se aqui apenas de um exemplo, ser dado prosseguimento
s verificaes.


c) Comparao das tenses nominais atuante e resistente:

v
u
= 3,84 MPa > v
n
= 0,85 x 2,491 = 2,12 MPa

176

Portanto, nem mesmo com a presena da armadura de puno a laje
passou na verificao. A princpio, no seria necessrio realizar a prxima
verificao; no entanto, a ttulo de ilustrao, ela ser feita.


7.7.2 SEO CRTICA A d/2 DA REGIO ARMADA


O clculo da nova tenso nominal atuante (v
u
') foi feito de forma
anloga mostrada no item 7.3.2. Os novos permetros U e U', utilizados no clculo
das parcelas da mxima tenso nominal atuante, relativas, respectivamente, fora
cortante V
u
e aos momentos fletores atuantes M
x
e M
y
, esto mostrados nas
Figuras 7.15 e 7.16.


Figura 7.15 - Permetro crtico U Figura 7.16 - Permetro crtico U'


a) Clculo da nova tenso nominal atuante (v
u
')

A expresso a ser utilizada dever ser a seguinte:

v v v
V
A
M c
J
M c
J
u u max B
u
c
x x A B
x
y y C B
y
' ' '
'
'
'
'
'
,
' '
' '
+ +


(7.16)



177

onde, com relao ao permetro crtico U, tem-se que:

= 30;
= /2 = 15;

s
o
= 4 cm;
s = 6,5 cm ( > d/2)
A = (d tan)/2 = 1,14 cm;
B = 2 sen (s
o
+ 2 s) = 8,80 cm;
l + B A 2 = 11,08 cm

U = c
1
+c
2
+ 3 l = 68,24 cm;

A
c
' = U d = 580 cm
2
;

e, com relao ao permetro crtico U', tem-se que:


b
1
' = c
1
+ s
o
+ 2 s + d / 2 = 41,25 cm; b
2
' = c
2
+ s
o
+ 2 s + d /2 = 36,25 cm;

( )
cm 27 , 30
' b ' b 2
' b ' b 2 ' b
c
2 1
2 1
2
1
' D ' C

+
+
;

( )
cm 98 , 10
' b ' b 2
' b
c
2 1
2
1
' B ' A

+
;
( )
cm 77 , 27
' b ' b 2
' b ' b 2 ' b
c
2 1
2 1
2
2
' D ' A

+
+
;

( )
cm 48 , 8
' b ' b 2
' b
c
2 1
2
2
' B ' C

+
;

( )
416 , 0
' b ' b 3 2 1
1
1 '
2 1
x

+
;
( )
385 , 0
' b ' b 3 2 1
1
1 '
1 2
y

+
;

( ) ( )
4
2
2 1
2
4
1
2
2 1
2
2
3
1
3
1
3
1
x
cm 594 121
' b ' b 4
d ' b ' b
' b ' b 4
d ' b ' b
12
d ' b
12
d ' b
' J
+
+
+
+ + ;

( ) ( )
4
2
2 1
1
4
2
2
2 1
2
1
3
2
3
2
3
2
y
cm 474 89
' b ' b 4
d ' b ' b
' b ' b 4
d ' b ' b
12
d ' b
12
d ' b
' J
+
+
+
+ + .


Portanto, substituindo-se os valores na expresso (7.16) tem-se que:

v kN cm MPa
u
' , / , 0 168 1 68
2



178

b) Clculo da tenso nominal resistente (v
n
)

Calculando-se o menor valor das tenses resistentes dadas pelas
expresses (7.2), (7.3) e (7.4), tem-se que: v
n
= 1,66 MPa

Observa-se que para o clculo do valor fornecido pela expresso (7.2),
deve-se substituir o valor do permetro crtico b
o
, localizado a d/2 do pilar, pelo valor
do permetro crtico definido a d/2 da regio armada.


c) Comparao das tenses

Fazendo-se a comparao de v
u
' com v
n
, tem-se que:

v
u
' = 1,68 MPa > v
n
= 0,85 x 1,66 = 1,41 MPa

Portanto, esta ligao no passou em nenhuma das duas verificaes
feitas, nem para a regio armada e nem para a regio externa a ela.



7.8 OBSERVAES GERAI S


Ao contrrio do EUROCODE N.2 e do CEB/90, o ACI 318/89 no
menciona nenhuma armadura dobrada na regio das bordas, destinada a combater
esforos de toro.

Apesar do ACI 318/89 definir que o espaamento radial entre os
elementos da armadura de puno deva ser inferior a d/2, ao contrrio do CEB/90, ele
no apresenta nenhuma recomendao com relao ao afastamento circunferencial
desses elementos.





179

O ACI 318/89 permite que se eleve a resistncia da ligao, devido
presena da armadura de puno em, no mximo, em 50% da resistncia da ligao
sem armadura de puno. Caso no houvesse esta limitao, nos exemplos vistos,
tanto o pilar interno com armadura de puno como o pilar de borda com armadura
de puno teriam passado em ambas as verificaes, ao contrrio do pilar de canto
com armadura de puno, que no teria passado apenas na verificao da regio alm
da transversalmente armada.

Por fim, o ACI 318/89 no fornece condies para que se calcule a
influncia do momento fletor na regio crtica externa armadura de puno, tendo
sido usado, para os exemplos, a sugesto dada no item 7.1.2b.

Assim como no CEB/90, o ACI 318/89 menciona a necessidade de se
detalhar bem a armadura de puno para lajes com espessura inferior a 25 cm.





















8 COMPARAO COM RESULTADOS
EXPERI MENTAI S



Neste captulo, sero comparados alguns resultados experimentais
com os obtidos atravs das recomendaes do texto base da NB-1/94, do CEB/90, do
ACI 318/89 e do EUROCODE N.2 (1992). Os ensaios relativos aos valores
experimentais utilizados sero sucintamente descritos.

Analogamente ao observado em ANDRADE; GOMES (1994a),
utilizou-se a resistncia dos materiais obtida diretamente de ensaios para se obter a
carga concentrada correspondente runa da ligao, calculada de acordo com os
critrios do texto base da NB-1/94, do CEB/90, do ACI 318/89 e do
EUROCODE N.2. Alm disso, no foram utilizados os coeficientes recomendados
pelos cdigos para minorar a resistncia do concreto e do ao. Desta forma, no se
utilizou o coeficiente , definido no item 9.3 do ACI 318/89. J com relao ao
EUROCODE N.2 e ao CEB/90, multiplicou-se o termo relativo resistncia do
concreto por 1,5 e o termo relativo resistncia do ao por 1,15, definidos,
respectivamente, nos seus tens 1.6.2.4 e 2.3.3.2. Por fim, com base no item 10.5.2.1
do texto base da NB-1/94, as constantes utilizadas para multiplicar o valor da
resistncia do concreto e do ao foram admitidas iguais a 1,4 e 1,15, respectivamente.
Desta forma, obteve-se uma resistncia caracterstica que teria a finalidade de
garantir que apenas 5% das resistncias observadas em ensaio fossem inferiores a ela.

Observa-se que foram respeitados os valores mximos dados pelos
cdigos, referentes taxa de armadura de flexo e tenso do ao a serem
consideradas no clculo dos valores das resistncias.
181

Por fim, tanto para o EUROCODE N.2, como para o ACI 318/89,
existe uma limitao para o valor da resistncia da ligao na regio armada. Esta
limitao permite que se eleve a resistncia a, no mximo, 60% e 50%,
respectivamente, da resistncia de uma ligao correspondente, s que sem armadura
de puno.

Visando facilitar a anlise dos resultados, os ensaios foram separados
em funo da posio do pilar na ligao e das caractersticas a serem analisadas
atravs do ensaio.



8.1 ENSAI OS PARA PI LARES DE CANTO


8.1.1 ENSAIO DE MARTINELLI (1974)

O ensaio referente a este item est descrito em MARTINELLI (1974).
A principal avaliao feita foi com relao utilizao de ganchos como armadura de
puno (Figura 8.1a).

O carregamento foi realizado de tal forma que a excentricidade da
fora resultante aplicada passasse pelo plano bissetor da pea. Os ganchos foram
distribudos uniformemente pela regio considerada crtica, localizada a h / tg 30 da
face do pilar, onde h a espessura da laje (Figura 8.1b). A ancoragem dos ganchos
foi feita atravs da face superior da armadura de flexo e do prolongamento desta
armadura at a face inferior da laje, prolongamento este tambm realizado atravs de
ganchos, conforme mostrado na Figura 8.1c.

Uma vez que esta distribuio de armadura no corresponde a uma
distribuio radial e nem a uma distribuio em cruz, adaptou-se a ela uma
distribuio "radial", a fim de que se possa aplicar as recomendaes dadas conforme
o texto base, o CEB/90 e o EUROCODE N.2.




182









a) gancho

b) armadura e
excentricidade

c) ancoragem

Figura 8.1 - Esquema do ensaio

Os valores comparados encontram-se nas Tabelas 8.1 e 8.2. Entre
parnteses est definida a forma com que a runa foi observada, tanto em relao ao
ensaio, como em relao aos valores calculados atravs dos cdigos. Na segunda
coluna dada a rea total de armadura de puno utilizada.



TABELA 8.1 - MARTINELLI (1974) em valores absolutos


Modelo


A
st
(cm
2
)


Runa
(kN)

NB-1/94
(kN)

CEB/90
(kN)

ACI 318/89
(kN)

EC - 2
(kN)
A1 0,00 64,32 (p) 58,72 (p) 76,74 (p) 26,52 (p) 54,20 (p)
A3 8,80 72,51 (flex) 107,74 (ext) 118,23 (ext) 31,39 (int) 77,41 (ext)
A4 17,60 68,88 (flex) 105,68 (ext) 115,97 (ext) 38,53 (int) 74,76 (ext)
Formas de runa: p - puno / flex - flexo / int ; ext - puno interna e externa regio armada.
Os modelos com armadura transversal romperam por flexo.


183

TABELA 8.2 - MARTINELLI (1974) em valores relativos


Modelo


A
st
(cm
2
)

NB
Runa
1 94 /


CEB
Runa
/ 90


ACI
Runa
318 89 /


EC
Runa
2

A1 0,00 0,91 1,19 0,41 0,84
A3 8,80 1,49 1,63 0,43 1,07
A4 17,60 1,53 1,68 0,56 1,09
Os modelos com armadura transversal romperam por flexo.


Os Grficos 8.1 e 8.2 representam os valores absolutos mostrados na
Tabela 8.1 e indicados atravs de pontos e de colunas, respectivamente.

Para o modelo sem armadura transversal, a runa se deu por puno. O
valor referente carga de runa fornecido pelo texto base foi o que mais se aproximou
do resultado experimental, sendo ligeiramente inferior a ele. J o CEB/90 no se
mostrou um mtodo muito seguro, uma vez que o valor obtido atravs de suas
recomendaes ficou cerca de 19% acima do valor de runa observado no ensaio. A
diferena entre o CEB/90 e o texto base que enquanto o CEB/90 apenas considera
uma distribuio uniforme de tenses nominais de cisalhamento, atuando em um
permetro crtico reduzido, o texto base, alm disso, quantifica, de uma forma mais
elaborada, a influncia do momento fletor. O ACI 318/89 foi o mtodo que
apresentou os resultados mais conservadores. Uma das razes que este mtodo
considera uma distribuio linear de tenses nominais de cisalhamento ao longo de
segmentos do permetro crtico que estejam na direo de atuao do momento fletor.
Conforme relatado em PINTO (1993), esta distribuio no adequada quando
comparada com a distribuio de tenses de cisalhamento no regime elstico,
fornecida por MAST (1970). Segundo PINTO (1993), a distribuio anti-simtrica
adotada pelo texto base e pelo CEB/90, mostrada na Figura 19.3.3 do captulo 3,
mais adequada. O EUROCODE N.2 apresenta uma forma bem simplificada de se
levar em considerao a influncia do momento fletor atuando na ligao. Ele
considera um acrscimo fixo de 50% no valor da tenso nominal atuante, distribuda
uniformemente ao longo do permetro crtico. Observa-se que, apesar de ser um
mtodo simplificado, o seu valor correspondente runa foi prximo do resultado
observado no ensaio.
184

J para lajes com armadura transversal, a runa se deu por flexo.
Sendo assim, os valores dados pelos cdigos deveriam estar acima dos valores
experimentais. Observa-se que apenas o ACI 318/89 apresentou valores inferiores
aos experimentais. Desta forma, a nica concluso que se pode tirar que este
mtodo continua sendo o mais conservador, tambm para ligaes com armadura de
puno.


GRFICO 8.1 - ENSAIO DE MARTINELLI (1974): PONTOS
(Pilares de canto)
rea total de armadura transversal (cm2)
Carga (kN)
0
20
40
60
80
100
120
0 5 10 15 20
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos com armadura transversal romperam por flexo.

GRFICO 8.2 - ENSAIO DE MARTINELLI (1974): COLUNAS
(Pilares de canto)
rea total de armadura transversal (cm2)
Carga (kN)
0
20
40
60
80
100
120
0 8,8 17,6
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos com armadura transversal romperam por flexo.
185


8.1.2 ENSAIO DE STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974)

Neste ensaio, apoiaram-se as bordas livres da ligao e aplicou-se o
carregamento diretamente atravs do pilar de canto. Desta forma, no se considerou a
presena de momentos fletores aplicados diretamente ligao. Com relao ao
EUROCODE N.2 considerou-se o valor de como sendo unitrio.

Fez-se necessria a adaptao dos valores de resistncia do concreto
obtidos atravs de corpos-de-prova cbicos a valores de resistncia correspondentes a
corpos-de-prova cilndricos. Portanto, considerou-se a resistncia dos corpos-de-
prova cilndricos como sendo 0,85 da resistncia dada por corpos-de-prova cbicos.
No foi utilizada armadura transversal. O modelo rompeu por puno. Os valores
comparados encontram-se nas Tabelas 8.3 e 8.4.


TABELA 8.3 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores absolutos

Modelo Runa (kN) NB-1/94 (kN) CEB/90 (kN) ACI 318/89 (kN) EC - 2 (kN)
V/C/1 27,13 30,46 30,12 33,66 26,81
O modelo rompeu por puno.


TABELA 8.4 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores relativos

Modelo
NB
Runa
1 94 /

CEB
Runa
/ 90

ACI
Runa
318 89 /

EC
Runa
2

V/C/1 1,12 1,11 1,24 0,99
O modelo rompeu por puno.

O Grfico 8.3 representa a comparao feita na Tabela 8.3.

Para este caso, o texto base e o CEB/90 apresentam valores prximos,
mas acima do valor de runa observado experimentalmente, estando, portanto,
ligeiramente contra a segurana. No entanto, talvez a adaptao dos valores de
resistncia do concreto possa ter influenciado este resultado.

186


Em vista da no existncia do momento fletor transmitido diretamente
ligao, surpreendentemente, o ACI 318/89 apresentou um valor muito acima do
valor observado experimentalmente.

J o EUROCODE N.2 foi o que apresentou o melhor resultado. No
entanto, caso se tivesse utilizado o coeficiente igual a 1,5, recomendado para
pilares de canto, o valor de runa, dado pelo EUROCODE N.2, representaria cerca de
66% do valor de runa observado no ensaio, tornando-se, portanto, um mtodo muito
conservador, quando comparado aos demais cdigos.


GRFICO 8.3 - ENSAIO DE STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974)
(Pilar de canto)
Carga (kN)
0
5
10
15
20
25
30
35
Modelo: V/C/1
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

O modelo rompeu por puno.



8.2 ENSAI OS PARA PI LARES DE BORDA


8.2.1 ENSAIO DE TAKEYA (1981)

Assim como em MARTINELLI (1974), a principal avaliao feita foi
com relao utilizao de ganchos como armadura de puno. O carregamento foi
187

aplicado de tal forma que a excentricidade da fora resultante passasse pelo eixo de
simetria da ligao (Figura 8.2).


Os ganchos e a forma de ancoragem j foram mostradas nas
Figuras 8.1a e 8.1c, respectivamente. Os estribos foram distribudos uniformemente
pela regio considerada crtica, a h / tg 30 da face do pilar, sendo h a espessura da
laje.



Figura 8.2 - Distribuio da armadura e excentricidade da fora resultante


Os valores comparados encontram-se nas Tabelas 8.5 e 8.6. Na
segunda coluna das tabelas fornecida a rea total de armadura de puno utilizada.
Entre parnteses est definida a forma com que a runa foi observada, tanto em
relao ao ensaio, como em relao aos valores calculados atravs dos cdigos.

TABELA 8.5 - TAKEYA (1981) em valores absolutos


Modelo


A
st
(cm
2
)


Runa
(kN)

NB-1/94
(kN)

CEB/90
(kN)

ACI 318/89
(kN)

EC - 2
(kN)
T1 0,00 124,16 (p) 112,81 (p) 157,85 (p) 61,96 (p) 98,29 (p)
T2 24,40 189,68 (flex) 176,54 (ext) 259,47 (ext) 93,22 (int) 158,11 (int)
T3 46,36 203,51 (flex) 173,31 (ext) 254,73 (ext) 90,68 (int) 152,39 (int)
Formas de runa: p - puno / flex - flexo / int ; ext - puno interna e externa regio armada
Os modelos com armadura transversal romperam por flexo.
188



TABELA 8.6 - TAKEYA (1981) em valores relativos


Modelo


A
st

(cm
2
)

NB
Runa
1 94 /


CEB
Runa
/ 90


ACI
Runa
318 89 /


EC
Runa
2

T1 0,00 0,91 1,27 0,50 0,79
T2 24,40 0,93 1,37 0,49 0,83
T3 46,36 0,85 1,25 0,45 0,75
Os modelos com armadura transversal romperam por flexo.


Os Grficos 8.4 e 8.5 representam os valores absolutos mostrados na
Tabela 8.5 atravs de pontos e de colunas, respectivamente.

O modelo sem armadura transversal rompeu por puno.
Analogamente ao observado no item 8.1.1, o valor dado pelo texto base foi o que
mais se aproximou do resultado experimental, enquanto que o CEB/90, novamente,
se mostrou um mtodo pouco seguro, uma vez que o valor dado segundo as suas
recomendaes ultrapassou cerca de 27% o resultado observado experimentalmente.
O ACI 318/89 foi o mtodo mais conservador. O EUROCODE N.2 apresentou um
resultado ligeiramente inferior ao fornecido pelo texto base. Apesar de ser um
mtodo simplificado, que considera um acrscimo fixo de 40% no valor da tenso
nominal de cisalhamento, distribuda uniformemente pelo permetro crtico, em
virtude da existncia de um momento fletor aplicado ligao, seu desempenho pode
ser considerado satisfatrio.

J para elementos com armadura transversal, a runa no ocorreu por
puno e sim por flexo. Portanto era de se esperar que os valores fornecidos atravs
dos cdigos estivessem acima ou pelo menos prximos dos resultados experimentais.
Observa-se que apenas o CEB/90 apresentou resultados superiores aos valores de
runa. O texto base apresentou resultados cerca de 11% inferiores aos valores
experimentais. O EUROCODE N.2 apresentou, novamente, resultados ligeiramente
inferiores aos do texto base. Por fim, o ACI 318/89 forneceu valores muito
conservadores.
189


GRFICO 8.4 - ENSAIO DE TAKEYA (1981): EM PONTOS
(Pilares de borda)
rea total de armadura transversal
(cm2)
Carga (kN)
0
50
100
150
200
250
300
0 10 20 30 40 50
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos com armadura transversal romperam por flexo.


GRFICO 8.5 - ENSAIO DE TAKEYA (1981): EM COLUNAS
(Pilares de borda)
rea total de armadura transversal (cm2)
Carga (kN)
0
50
100
150
200
250
300
0 24,4 46,4
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos com armadura transversal romperam por flexo.

8.2.2 ENSAIO DE MODOTTE (1986)

Este ensaio teve como objetivo principal avaliar a influncia da
posio da fora resultante aplicada sobre uma laje transversalmente armada com
estribos.
190

A forma e a disposio desta armadura de puno semelhante s
mostradas nas Figuras 8.1a e 8.2, respectivamente. A forma de ancoragem desta
armadura est ilustrada na Figura 8.1c, presente no item 8.2.1. Em um dos modelos, a
resultante est localizada no plano diagonal do pilar (Figura 8.3); no outro, no plano
paralelo borda livre (Figura 8.4).




Figura 8.3 - Resultante no plano
diagonal do pilar
Figura 8.4 - Resultante no plano
paralelo borda livre

Em todos os ensaios, a runa se deu por flexo. Desta forma, a
princpio, no se pode comparar os valores de runa com os valores dados pelos
mtodos; no entanto, para efeito de ilustrao, os valores de runa foram comparados
entre si. Os valores comparados encontram-se nas Tabelas 8.7 e 8.8. Entre parnteses
definida a forma de runa observada experimentalmente e a prevista pelos mtodos.

O Grfico 8.6 representa a comparao feita atravs da Tabela 8.7.



TABELA 8.7 - MODOTTE (1986) em valores absolutos

Modelo

Posio
da resultante
Runa
(kN)
NB-1/94
(kN)
CEB/90
(kN)
ACI 318/89
(kN)
EC - 2
(kN)
EDL 23 Plano diagonal 84,59
(flex)
153,35
(p)
162,55
(ext)
55,83
(int)
118,94
(int/ext)

EDL 24 Plano paralelo
borda livre
65,20
(flex)
145,10
(ext)
143,50
(ext)
69,19
(int)
143,92
(int/ext)
Formas de runa: flex - flexo / int ; ext - puno interna e externa regio armada.
Os modelos romperam por flexo.
191


TABELA 8.8 - MODOTTE (1986) em valores relativos

Modelo

Posio
da fora
resultante

NB
Runa
1 94 /


CEB
Runa
/ 90


ACI
Runa
318 89 /


EC
Runa
2

EDL
23
No plano
diagonal
1,81 1,92 0,66 1,41

EDL
24
Paralela
borda livre
2,23 2,20 1,06 2,21
Os modelos romperam por flexo.


GRFICO 8.6 - ENSAIO DE MODOTTE (1986)
(Pilares de borda)
Carga de
runa (kN)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
EDL 23 EDL 24
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por flexo.


Uma vez que a runa se deu por flexo, era de se esperar que os
valores de runa calculados segundo os mtodos fossem superiores ao valor de runa
observado experimentalmente. Observando-se a Tabela 8.7, constata-se que apenas o
ACI 318/89 apresentou um valor de runa inferior ao observado experimentalmente
(modelo EDL 23). Desta forma, pode-se tomar como indicao que este o mtodo
mais conservador com relao aos outros apresentados. Quanto aos outros cdigos,
no se pode prever qual seja o mais eficiente, uma vez que a runa no se deu por
puno.
192


Para o EDL 23, observou-se que a forma de runa prevista pelo texto
base foi diferente da prevista pelo CEB/90. Tal disparidade deve-se ao fato do
CEB/90 limitar a tenso da armadura de puno em 300 MPa, enquanto que o texto
base, para estribos, limita esta tenso em 250 MPa. Caso a limitao de 300 MPa
fosse a mesma para ambos os cdigos, a forma de runa prevista pelo texto base seria
externa regio armada, atingindo cerca de 162,79 kN, valor este praticamente
idntico ao fornecido pelo CEB/90.

J para o modelo EDL 24, tanto o texto base como o CEB/90 tratam o
momento fletor paralelo borda livre de uma maneira semelhante. Convm destacar-
se aqui que a semelhana deste tratamento apenas se d devido ao fato do pilar ser
quadrado. Sendo c
1
e c
2
os lados do pilar, perpendicular e paralelo borda livre,
respectivamente, enquanto o CEB/90 utiliza um coeficiente K, dado em funo de
uma relao definida por c
1
/2c
2
, o texto base utiliza um coeficiente K
2
, anlogo a K,
s que calculado em funo da relao c
2
/2c
1
. Portanto, o fato que explicaria o valor
superior do texto base em relao ao CEB/90, contrrio ao observado em
TAKEYA (1981), que os coeficientes utilizados pelo texto base para calcular a
resistncia da ligao so ligeiramente superiores aos utilizados pelo CEB/90.

Apesar do EUROCODE N.2 ter apresentado resultados coerentes com
relao aos dois modelos ensaiados, este cdigo trata de forma muito simplificada a
influncia da direo em que o momento fletor atua, apresentando o mesmo
coeficiente (igual a 1,4 para pilares de borda) para qualquer que seja a direo em
que atue o momento fletor.


8.2.3 ENSAIO DE STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974)

Ensaiou-se um pilar de borda de forma semelhante mencionada no
item 8.1.2, com a carga sendo aplicada diretamente laje atravs do pilar. Desta
forma, no se considerou a existncia de momentos fletores que estivessem sendo
aplicados diretamente ligao. Portanto, com relao ao EUROCODE N.2, o valor
de utilizado nos clculos foi adotado como sendo unitrio. O modelo rompeu por
puno e os valores comparados encontram-se nas Tabelas 8.9 e 8.10.


193

TABELA 8.9 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores absolutos

Modelo Runa (kN) NB-1/94 (kN) CEB/90 (kN) ACI 318/89 (kN) EC - 2 (kN)
V/E/1 74,73 58,60 57,95 50,50 42,00
O modelo rompeu por puno.


TABELA 8.10 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores relativos

Modelo
NB
Runa
1 94 /

CEB
Runa
/ 90

ACI
Runa
318 89 /

EC
Runa
2

V/E/1 0,78 0,78 0,68 0,56
O modelo rompeu por puno.

Observa-se que o CEB/90 e o texto base apresentaram resultados
praticamente iguais. Em virtude da no ocorrncia de momentos fletores, o
ACI 318/89 deixou de ser o mtodo mais conservador, ultrapassando o valor dado
pelo EUROCODE N.2, mas ao contrrio do observado no item 8.1.2, o valor dado
segundo o ACI 318/89 no ultrapassou os valores fornecidos segundo o texto base e
o CEB/90. Nenhum dos valores calculados segundo os mtodos ultrapassou o valor
de runa observado experimentalmente. O Grfico 8.7 ilustra a comparao feita
atravs da Tabela 8.9.


GRFICO 8.7 - ENSAIO DE STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974)
(Pilar de borda)
Carga (kN)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Modelo:
V/E/1
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

O modelo rompeu por puno.
194

8.2.4 ENSAIO DE LIBRIO (1985)

Estes ensaios tiveram como objetivo principal avaliar a influncia da
variao na proporo entre os lados do pilar na resistncia da ligao.

As propores analisadas foram: 1:4, 1:3 e 1:2, onde o maior lado
sempre perpendicular borda livre (Figura 8.5). A forma de carregamento dos
modelos foi anloga observada em TAKEYA (1981). Observou-se um acrscimo
linear na carga de runa medida em que se aumentou a proporo entre os lados do
pilar. Observa-se, ainda, que foram respeitadas as recomendaes referentes ao
EUROCODE N.2, com relao a pilares alongados. A runa em todos os elementos
se deu por puno.




Figura 8.5 - Representao dos modelos


Os valores comparados encontram-se nas Tabelas 8.11 e 8.12.


TABELA 8.11 - LIBRIO (1985) em valores absolutos


Modelo


Relao
a/b

Runa
(kN)

NB-1/94
(kN)

CEB/90
(kN)

ACI 318/89
(kN)

EC - 2 (kN)
EDL 29 4 89,23 72,86 87,40 31,69 36,27
EDL 30 3 74,50 55,16 82,79 26,81 32,40
EDL 31 2 56,23 46,09 82,63 21,27 46,83
Os modelos romperam por puno.
195

TABELA 8.12 - LIBRIO (1985) em valores relativos

Modelo Relao
a/b
NB
Runa
1 94 /

CEB
Runa
/ 90

ACI
Runa
318 89 /
EC
Runa
2
EDL 29 4 0,82 0,98 0,36 0,41
EDL 30 3 0,74 1,11 0,36 0,43
EDL 31 2 0,82 1,47 0,38 0,83
Os modelos romperam por puno


Os Grficos 8.8 e 8.9 ilustram a comparao feita atravs da
Tabela 8.11, respectivamente, por pontos e por colunas.



GRFICO 8.8 - ENSAIO DE LIBRIO (1985): EM PONTOS
(Pilares de borda)

Relao a/b
Carga (kN)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 1 2 3 4
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por puno.



196

GRFICO 8.9 - ENSAIO DE LIBRIO (1985): EM COLUNAS
(Pilares de borda)

Relao a / b
Carga (kN)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2 3 4
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por puno.


Conforme j visto anteriormente, para relaes a/b inferiores a 4, o
CEB/90 fornece valores que ultrapassam substancialmente os valores experimentais.
O texto base foi o que apresentou os melhores resultados, mantendo a proporo
entre seus resultados e os resultados experimentais. Observa-se que quanto maior a
relao a/b, menor a diferena entre o CEB/90 e o texto base. Isto se explica
porque, pelas caractersticas do ensaio, quanto maior a relao a/b, menor era a
excentricidade da fora resultante gerada pelo carregamento e, conseqentemente,
menor a influncia do momento fletor perpendicular borda livre.

O ACI 318/89 foi o mtodo que forneceu os resultados mais
conservadores, uma vez que ele adota uma distribuio linear das tenses ao longo
do permetro crtico.

O EUROCODE N.2 apresentou um bom resultado para a relao a/b
igual a 2, chegando praticamente a coincidir com o texto base. Porm, em virtude de
suas recomendaes para pilares alongados serem mais conservadoras, os valores
fornecidos por este mtodo acabaram se aproximando dos fornecidos pelo
ACI 318/89 para relaes a/b superiores a 2.

197

8.3 ENSAI OS PARA PI LARES I NTERNOS


8.3.1 ENSAI O DE GOMES et al. (1994)

Este ensaio est descrito em GOMES et al. (1994). O carregamento foi
aplicado concentricamente e foram utilizados conectores tipo pino como armadura de
puno, distribudos radialmente em relao ao pilar (Figura 8.6). A principal
caracterstica aqui avaliada foi a presena da armadura de puno em ligaes sem a
transferncia de momentos fletores da laje para o pilar. Os modelos ensaiados
romperam por puno, sendo que, para a laje com armadura de puno, a runa
ocorreu alm da regio transversalmente armada.



a) Distribuio radial b) Conectores tipo pino

Figura 8.6 - Distribuio e tipo dos conectores

Os valores comparados encontram-se nas Tabelas 8.13 e 8.14.


TABELA 8.13 - GOMES et al. (1994) em valores absolutos

Modelo

A
st
(cm
2
)
Runa
(kN)
NB-1/94
(kN)
CEB/90
(kN)
ACI 318/89
(kN)
EC - 2
(kN)
L-12 0,00 650,00 (p) 632,43 (p) 625,51 (p) 474,86 (p) 467,45 (p)
L-16 25,60 1140,00 (ext) 960,42 (ext) 949,87 (ext) 650,99 (int) 682,55 (int)
Formas de runa: p - puno / int ; ext - puno interna e externa regio armada.
Os modelos romperam por puno.
198


TABELA 8.14 - GOMES et al. (1994) em valores relativos

Modelo

A
st
(cm
2
)
NB
Runa
1 94 /

CEB
Runa
/ 90

ACI
Runa
318 89 /

EC
Runa
2

L-12 0,00 0,97 0,96 0,73 0,72
L-16 25,60 0,84 0,83 0,57 0,60
Os modelos romperam por puno.

Os Grficos 8.10 e 8.11 representam os valores absolutos mostrados
na Tabela 8.13, atravs de pontos e de colunas, respectivamente.

Para lajes sem armadura de puno, devido ao fato de no haver
transferncia de momentos fletores da laje ao pilar, os mtodos se dividiram,
basicamente, em duas classes: os mais prximos e os mais distantes dos resultados
experimentais. Na classe dos mais distantes, esto o EUROCODE N.2 e o
ACI 318/89, atingindo cerca de 72,5%, em mdia, do valor de runa observado em
ensaio. J os mtodos mais prximos, que incluem o CEB/90 e o texto base da NB-
1/94, se aproximaram bastante dos valores de runa observados em ensaio, atingindo
cerca de 97,5%, em mdia, do valor de runa observado em ensaio. Observa-se
atravs dos grficos que estes mtodos praticamente coincidem.

Para lajes com armadura de puno, observou-se esta mesma diviso
em classes, sendo que, os valores fornecidos pelo texto base e pelo CEB/90 se
distanciaram um pouco dos valores experimentais, atingindo cerca de 87,5%, em
mdia, dos valores de runa observados em ensaio. Devido ao fato do
ACI 318/89 e do EUROCODE N.2 limitarem o valor do acrscimo de resistncia
proporcionado pela presena da armadura de puno na regio armada, seus valores
se distanciaram mais ainda dos resultados experimentais. Alm disso, a forma de
runa prevista por eles no coincidiu com a forma de runa ocorrida no ensaio. Caso
essa limitao no fosse adotada, a carga de runa dada pelo EUROCODE N.2
atingiria cerca de 71% da carga de runa observada em ensaio, ocorrendo esta na
regio alm da armadura de puno. No entanto, para o ACI, a runa ainda ocorreria
na regio armada, atingindo cerca de 73% do valor observado experimentalmente.


199

GRFICO 8.10 - ENSAIO DE GOMES et al. (1994): EM PONTOS
(Pilares internos)
rea total de armadura
transversal (cm2)
Carga (kN)
0
200
400
600
800
1000
1200
0 5 10 15 20 25 30
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por puno.


GRFICO 8.11 - ENSAIO DE GOMES et al. (1994): EM COLUNAS
(Pilares internos)
rea total de armadura transversal (cm2)
Carga (kN)
0
200
400
600
800
1000
1200
0 25,6
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por puno.


8.3.2 ENSAIO DE STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974)

Ensaiaram-se pilares internos com forma quadrada e retangular, com
carregamento concntrico e sem armadura de puno. Todos os modelos romperam
por puno. Os valores comparados encontram-se nas Tabelas 8.15 e 8.16.
200

TABELA 8.15 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores absolutos

Modelo Seo do pilar

(cm
2
)
Runa
(kN)
NB-1/94
(kN)
CEB/9
0
(kN)
ACI 318/89
(kN)
EC - 2
(kN)
V/I/2 12,7 x 12,7 117,43 113,32 112,07 71,28 63,01
V/Ir/1 15,24 x 7,62 108,54 107,45 106,29 65,33 61,81
Os modelos romperam por puno


TABELA 8.16 - STAMENKOVIC; CHAPMAN (1974) em valores relativos

Modelo Seo do pilar (cm
2
)
NB
Runa
1 94 /

CEB
Runa
/ 90

ACI
Runa
318 89 /

EC
Runa
2

V/I/2 12,7 x 12,7 0,97 0,95 0,61 0,54
V/Ir/1 15,24 x 7,62 0,99 0,98 0,60 0,57
Os modelos romperam por puno.

A comparao feita atravs da Tabela 8.15 representada, a seguir,
pelo Grfico 8.12.


GRFICO 8.12 - ENSAIO DE STAMENKOVIC, CHAPMAN (1974)
(Pilares internos)

Seo do pilar (cm2)
Carga (kN)
0
20
40
60
80
100
120
12, 7 x 12, 7 15, 2 x 7, 6
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por puno.
201

O comportamento dos modelos observados neste ensaio ,
basicamente, o mesmo que o observado em GOMES et al. (1994). Destaca-se apenas
que o texto base e o CEB/90 apresentaram excelentes resultados.


8.3.3 ENSAIO DE GOMES (1991)

Neste trabalho, analisa-se a resistncia puno em lajes com
armadura de puno. Foram ensaiadas ligaes com pilares internos submetidos a
carregamentos concntricos. Foram utilizados segmentos de um perfil metlico tipo
"I" como armadura de puno (Figura 2.19). Foi adaptada a resistncia do concreto,
fornecida atravs de corpos-de-prova cbicos para seu valor correspondente a corpos-
de-prova cilndricos. Os modelos romperam por puno.

As principais variveis foram: rea, nmero e disposio da armadura
de puno (radial e em cruz). Os valores comparados encontram-se nas Tabelas 8.17
e 8.18. A quantidade de armadura dada na segunda coluna da Tabela 8.17 a
quantidade de armadura disposta por cada linha homottica ao pilar. Na terceira
coluna, o termo n quantifica o nmero de linhas homotticas ao pilar e que passam
pela armadura transversal. Na quarta coluna est apresentada a forma com que a
armadura foi distribuda.

TABELA 8.17 - GOMES (1991) em valores absolutos

Laje

A
st
/cam.
(cm
2
)

n Disp. Runa
(kN)
NB-1/94
(kN)
CEB/90
(kN)
ACI 318/89
(kN)
EC - 2
(kN)
01 0,00 - - 560 (p) 637 (p) 630 (p) 490 (p) 494 (p)
02 2,26 2 cruz* 693 (int) 664 (int) 648 (int) 388 (int) 597 (ext)
03 3,01 2 cruz* 773 (int /ext) 773 (int/ext) 765 (int/ext) 477 (int) 686 (ext)
04 4,02 3 cruz 853 (ext) 839 (ext) 830 (ext) 539 (int) 676 (int)
05 6,28 4 cruz 853 (ext) 862 (ext) 853 (ext) 683 (int) 711 (int)
06 6,28 4 radial 1040 (ext) 1003 (ext) 992 (ext) 708 (int) 752 (int)
07 9,05 5 radial* 1120 (ext) 1076 (ext) 1064 (ext) 674 (int) 697 (int)
08 9,05 6 radial* 1200 (ext) 1186 (ext) 1173 (ext) 678 (int) 704 (int)
10 2,26 5 radial* 800 (int) 673 (int) 657 (int) 394 (int) 686 (int)
11 3,01 5 radial* 907 (int) 744 (int) 727 (int) 449 (int) 675 (int)
202

Observaes:

Formas de runa: p - puno / int ; ext - puno interna e externa regio armada.
Nmero de elementos dispostos em cada linha homottica ao pilar: 8.
Cruz*: como a distncia circunferencial entre os conectores mais externos
inferior a 2d, calculou-se como sendo uma distribuio radial adaptada.
Radial*: apesar da distncia circunferencial ser superior a 2d, a disposio adotada
para o clculo foi a radial.
Os modelos romperam por puno.

A laje 09 no estava com a distribuio da armadura de puno em um
padro adequado para que se calculasse segundo as recomendaes dos cdigos.

TABELA 8.18 - GOMES (1991) em valores relativos


Laje


A
st
/cam.

n

Disp.

NB-1/94

CEB/90

ACI 318/89

EC - 2
1 0,00 - - 1,14 1,13 0,88 0,88
2 2,26 2 cruz* 0,96 0,94 0,56 0,86
3 3,01 2 cruz* 1,00 0,99 0,62 0,89
4 4,02 3 cruz 0,98 0,97 0,63 0,79
5 6,28 4 cruz 1,01 1,00 0,80 0,83
6 6,28 4 radial 0,96 0,95 0,68 0,72
7 9,05 5 radial* 0,96 0,95 0,60 0,62
8 9,05 6 radial* 0,99 0,98 0,57 0,59
10 2,26 5 radial* 0,84 0,82 0,49 0,86
11 3,01 5 radial* 0,82 0,80 0,50 0,74
Os modelos romperam por puno


Os Grficos 8.13 e 8.14 representam, em pontos e em colunas,
respectivamente, a comparao feita para os modelos com armadura de puno
disposta em cruz. J os Grficos 8.15 e 8.16 representam, em pontos e em colunas,
respectivamente, a comparao feita para modelos com armadura de puno disposta
radialmente.
203


GRFICO 8.13 - ENSAIO DE GOMES (1991): EM PONTOS
(Pilares internos - armadura disposta em cruz)
rea total de armadura
transversal (cm2)
Carga (kN)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 10 20 30
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por puno.




GRFICO 8.14 - ENSAIO DE GOMES (1991): EM COLUNAS
(Pilares internos - armadura disposta em cruz)


rea total de armadura transversal (cm2)
Carga (kN)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 4,52 6,02 12,06 25,12
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por puno.

204

GRFICO 8.15 - ENSAIO DE GOMES (1991): EM PONTOS
(Pilares internos - armadura disposta radialmente)


rea total de armadura
transversal (cm2)
Carga (kN)
0
200
400
600
800
1000
1200
0 20 40 60
Runa
NB-1/94
CEB/ 90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por puno.



GRFICO 8.16 - ENSAIO DE GOMES (1991): EM COLUNAS
(Pilares internos - armadura disposta radialmente)

rea total de armadura transversal (cm2)
Carga (kN)
0
200
400
600
800
1000
1200
0 11,3 15,1 25,1 45,3 54,3
Runa
NB-1/94
CEB/90
ACI 318/89
EC - 2

Os modelos romperam por puno.

205

O comportamento observado para elementos sem armadura de puno
foi semelhante ao observado em GOMES (1994), sendo que, para este modelo, os
valores dados segundo o texto base e o CEB/90 ultrapassaram um pouco os
resultados experimentais. No entanto, analogamente ao visto no item 8.1.2, talvez a
adaptao dos valores de resistncia do concreto possa ter influenciado esse
resultado.

Para os modelos com armadura de puno, o texto base e o CEB/90
forneceram excelentes aproximaes, prevendo com exatido a forma com que se
daria a runa.

J o EUROCODE N.2, apesar de fornecer resultados razoveis, no
apresentou coerncia entre a forma de runa prevista e a ocorrida. Quanto ao
ACI 318/89, com a exceo do ensaio referente ao modelo sem armadura de puno,
no qual o seu valor se aproximou do fornecido pelo EUROCODE N.2, ele foi o
critrio mais conservador, alm de tambm no fornecer com exatido a forma com
que se daria a runa.

Ainda com relao ao ACI 318/89, observa-se, nos Grficos 8.13 e
8.15, que com a incluso de uma pequena quantidade de armadura transversal, ao
contrrio do cdigo fornecer um valor de resistncia superior ao da laje sem
armadura de puno, ele forneceu um valor menor. Isto pode ser explicado pelo
seguinte fato: com a incluso da armadura transversal, o ACI 318/89 diminui o valor
da resistncia do concreto, com relao a uma laje sem armadura de puno. Sendo
assim, para elementos com baixas taxas de armadura transversal, este fato provoca
uma diminuio na resistncia da ligao, conforme observado nos
Grficos 8.13 e 8.15. J para taxas de armadura maiores, o acrscimo de resistncia
proporcionado pela presena dessa armadura acaba por corrigir esta distoro.






9 CONCLUSES



A utilizao de lajes-cogumelo apresenta numerosas vantagens, sendo
que este sistema estrutural pode se associar a outros, de forma a minimizar o efeito
de suas desvantagens. Um exemplo disto a sua associao com vigas de borda.
Esta associao melhora, de forma significativa, o comportamento estrutural do
edifcio como, por exemplo, com relao aos aspectos de deformabilidade e de
estabilidade global.

A puno em lajes uma runa do tipo frgil. No entanto, ensaios
experimentais tm mostrado que a utilizao de armaduras de puno, alm de elevar
a resistncia da ligao, pode lhe fornecer certa ductilidade. So diversos os tipos de
armadura que podem ser utilizados. A maior dificuldade na sua utilizao que elas
no devem interferir na eficincia das armaduras principais dos pilares e das lajes.
Alm disto, deve-se garantir a ancoragem desta armadura de puno. Atualmente, a
utilizao de conectores tipo pino, ou mesmo de segmentos de perfis metlicos tipo
"I", vem obtendo bons resultados, uma vez que esta armadura provida de chapas de
ancoragem nas suas extremidades, que garantem os requisitos mencionados
anteriormente. Um outro tipo de reforo digno de ser mencionado, mas que no foi
abordado por este trabalho, a utilizao de fibras, que seriam misturadas ao
concreto. Apesar de resultados indicarem que a eficincia das fibras no to grande
quanto dos estribos, o seu tempo de preparo e de execuo bem menor que o
tempo relativo aos estribos.

Neste trabalho foi analisado apenas um tipo de modelo de
clculo - o mtodo da superfcie de controle -, que, apesar de ser apenas um mtodo
emprico, a base de diversos cdigos e normas.
207
No entanto, outros modelos definidos como racionais, em virtude de
se basearem nos modelos constitutivos do concreto e do ao, vm sendo
desenvolvidos, como, por exemplo, o de SHEHATA (1985) e o de GOMES (1991).
Uma das sugestes para a continuao desta pesquisa seria a comparao de alguns
desses mtodos com resultados experimentais e de normas.

Sero apresentadas, a seguir, algumas consideraes sobre o texto base
da NB-1/94 e a comparao de resultados experimentais com os relativos aos cdigos
analisados neste trabalho.



9.1 TEXTO BASE DA NB-1/94


O texto base, assim como o CEB/90, no menciona uma situao de
clculo caracterizada por pilares internos submetidos atuao de momentos fletores
atuando em duas direes diferentes.

O texto base define uma constante que dada em funo de uma
relao c
2
/2c
1
, enquanto que o CEB/90 define uma constante anloga, s que dada
em funo de uma relao c
1
/2c
2
, sendo c
1
e c
2
os lados do pilar, perpendicular e
paralelo borda livre, respectivamente. Esta constante utilizada na obteno da
tenso atuante de clculo, relativa a um pilar de borda submetido transferncia de
um momento fletor paralelo borda livre. Observa-se que o texto base parece estar
mais coerente com os resultados experimentais, uma vez que, quanto maior a
dimenso de um pilar na direo da excentricidade do carregamento, maior a parcela
do momento fletor a ser transmitida ligao. Portanto, uma vez que o momento est
atuando paralelamente borda livre, quanto maior a relao c
2
/2c
1
, maior deveria ser
o valor da parcela do momento fletor a ser transmitida ao pilar.

Neste trabalho so sugeridas expresses que visam facilitar e agilizar a
aplicao do texto base, como, por exemplo, as expresses relativas ao clculo de
W
P
para pilares circulares internos, W
P2
para pilares de borda e, por fim, e* e W
P1
,
tanto para pilares de borda como para pilares de canto. Alm disso, foi desenvolvida
tambm uma expresso para calcular o permetro crtico externo regio armada,
referente a um pilar interno, com a disposio da armadura transversal em cruz.
208
So feitas as seguintes observaes com relao ao permetro crtico
externo regio armada:

estudos preliminares tm mostrado que, para uma distribuio radial em relao
ao centro do pilar (Figura 19.3.9, presente no captulo 3), a substituio do
permetro composto por segmentos retos, por um permetro definido atravs de
uma circunferncia circunscrita ao permetro anteriormente mencionado,
adequada para se desenvolverem expresses de forma a se facilitar o clculo da
verificao da ligao, apesar de tal substituio apresentar uma pequena
diferena contra a segurana;

j para uma disposio radial em relao ao canto do pilar (Figuras 4.4, 4.10
e 4.19), sugere-se um novo permetro crtico anlogo ao mostrado na
Figura 19.3.1, presente no captulo 3, s que posicionado a 2d alm da regio
armada.

O fato de que, para pilares de canto e de borda, apenas uma parte do
permetro crtico deva ser computado no clculo, talvez traga alguns incovenientes na
formulao das expresses a serem desenvolvidas.

Para o permetro crtico externo regio armada e referente a uma
disposio em cruz, seria interessante que se desenvolvessem os parmetros W
P
,
W
P1
, W
P2
e e* para as ligaes com pilares internos, de borda e de canto.

O texto base ainda no fornece condies para que se verifique a
regio adjacente ao pilar. Neste caso, sugere-se que se utilizem as recomendaes
fornecidas pelo CEB/90.

Observou-se que algumas recomendaes do CEB/90 e do
EUROCODE N.2 no esto presentes no texto base. Como exemplo, tem-se que na
ausncia de resultados experimentais expressivos, deve-se evitar o uso de f
ck

superior a 50 MPa. Alm disso, O CEB/90 e o EUROCODE N.2 recomendam a
utilizao de uma armadura mostrada na Figura 5.6, a ser posicionada ao longo da
borda livre, cuja finalidade a de combater os esforos de toro. Por fim, o CEB/90
destaca ainda, a necessidade de cuidados referentes ao detalhamento da armadura de
puno em lajes com espessura inferior a 25 cm.
209
importante frisar que o texto base da NB-1/94 ainda no est
aprovado, mas em fase de apreciao pelo meio tcnico. As recomendaes oficiais
ainda so as dadas pela NBR 6118/82, com relao aos mtodos de clculo a serem
adotados e s dimenses mnimas de pilares e de lajes.

Com relao aos exemplos calculados neste trabalho, observa-se que a
utilizao da armadura de puno elevou substancialmente a resistncia da ligao.

Por fim, observa-se que para pilares prximos borda livre, ainda no
se tm recomendaes especficas segundo o texto base.



9.2 COMPARAO COM VALORES EXPERI MENTAI S


Com relao comparao entre os cdigos e alguns resultados
experimentais, dados no captulo 8, deve-se frisar que as concluses ora apresentadas
devem ser encaradas apenas como indicaes do comportamento dos cdigos entre
si, frente a algumas caractersticas analisadas nos ensaios.

O texto base, de um modo geral, foi o mtodo mais adequado para as
ligaes aqui analisadas, fornecendo resultados relativamente seguros.

O CEB/90, para ligaes com pilares de canto e de borda sem
armadura de puno, com relao entre os lados (maior/menor) inferior a dois e
submetidas a um momento fletor perpendicular borda livre, forneceu valores acima
dos observados experimentalmente, estando, desta forma, contra a segurana. Para
pilares alongados, o resultado fornecido por este cdigo se aproximou dos valores
observados experimentalmente. Com relao a ligaes com pilares internos, que
possuam armadura de puno e sem a atuao de momentos fletores, tanto o CEB/90
como o texto base apresentaram excelentes resultados quando comparados com os
valores experimentais, prevendo, com exatido, a forma com que a runa se daria,
externa ou interna regio armada.



210
O ACI 318/89 foi, no geral, o mtodo mais cauteloso, exceo de
ligaes de borda e de canto, sem armadura de puno e sem transferncia de
momento fletor para a ligao; para o caso de pilares de canto, seus valores chegaram
a ultrapassar no s os valores fornecidos pelos outros cdigos, mas tambm o valor
observado experimentalmente.

Por fim, o EUROCODE N.2, apesar de ser um mtodo relativamente
simplificado, em algumas situaes, apresentou resultados bem prximos aos do
texto base, sendo, na maioria das vezes, ligeiramente inferior a ele. Para o caso de
pilares de borda, submetidos a um momento fletor perpendicular borda livre, sem
armadura de puno e com relao entre lados (maior/menor) superior a dois, seus
valores diminuram significativamente em relao aos do texto base, em virtude de
suas recomendaes especficas para pilares alongados. J para pilares internos,
submetidos a carregamentos concntricos e com baixas taxas de armadura de puno,
seu comportamento tendeu a acompanhar os valores de runa. No entanto, observa-se
que a forma prevista pelo mtodo, para lajes armadas em cruz, no coincidiu com a
observada experimentalmente. J para taxas de armadura maiores, em virtude da
limitao do acrscimo de resistncia proporcionado pela presena da armadura de
puno, seus valores se distanciaram dos observados experimentalmente.

Resumindo, conclui-se que os resultados fornecidos pelo texto base,
frente s caractersticas definidas nos ensaios analisados, podem ser considerados
satisfatrios. Em alguns casos, como por exemplo, no ensaio de pilares de borda com
relao entre lados (lado maior / lado menor) inferior a dois, os resultados fornecidos
pelo texto base foram melhores que os fornecidos pelo CEB/90. J para pilares
internos, submetidos a carregamentos concntricos, tanto com como sem armadura
de puno, os resultados fornecidos pelo texto base foram semelhantes aos
fornecidos pelo CEB/90.

Por fim, sugere-se ainda como prosseguimento desta pesquisa, a
anlise de ligaes laje-pilar que possuam capitis ou "drop panels".

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