Atletismo - Corrida de Velocidade

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AS CORRIDAS DE VELOCIDADE

Conceito de Velocidade: Velocidade a capacidade de realizar esforos de intensidade mxima com freqncia de movimento mximo ou a capacidade de cobrir a maior distncia dentro de um menor tempo. No atletismo existe a velocidade pura, representada pelas provas clssicas de 100 e 200 metros rasos, e a velocidade prolongada, nas provas de 400 metros rasos. Nas categorias inferiores, a velocidade representada pelas provas de 50 e 75 metros. Outras provas de velocidade so em pistas cobertas, com distncias que variam entre 40 e 100 jardas. Como conceito geral, podemos dizer que, praticamente em si, no existe. Ela possui vrias caractersticas, que so chamadas de variantes de velocidade devendo ser trabalhadas em conjunto, porque no existe um treinamento para a velocidade propriamente dita. As variantes da velocidade so: 1) Velocidade de reao. 2) Velocidade em relao a movimentos acclicos. 3) Velocidade em relao a movimentos cclicos. Velocidade de reao: a capacidade de reagir, o mais rpido possvel, a um estmulo, que pode ser tico, ttico ou acstico. Essa varivel pode ser medida atravs do tempo de reao, que o tempo gasto pelo corredor entre o tiro de partida e a realizao do primeiro movimento da sada. A velocidade de reao tem uma parte sensorial e outra motora. No existe relao entre elas no treinamento, porque o corredor que reage a estmulos acsticos no o faz da mesma forma para os estmulos ticos. Velocidade em movimentos acclicos: a velocidade realizada por meio de movimentos velozes, que no se repetem da mesma forma. Exemplos: um drible, um soco, etc. Velocidade em movimentos cclicos: So os movimentos velozes, que se repetem sempre atravs de um mesmo gesto. Exemplos: os movimentos da corrida, da natao, do ciclismo, do remo, etc., temos repeties precisas dos mesmos movimentos, do incio ao final. As corridas de velocidade so provas que exigem ao mesmo tempo, velocidade e resistncia. Nessas provas, a velocidade (capacidade inata) no mais do que um fator de resultado, o outro fator representado pela resistncia (capacidade adquirida), a qual permite que se mantenha a velocidade mxima durante um tempo mais prolongado, evitando sua perda brusca e prematura. De acordo com experincias realizadas, a maior velocidade possvel de um corredor aps uma sada parada conseguida entre 40 e 70 metros, ao que chamamos de velocidade pura. A velocidade pura ou de base definida como sendo a "mxima capacidade de deslocamento na unidade de tempo, sem perda aparente de energias". Segundo Hill, ela pode atingir at 60 metros, para em seguida comear a diminuir, mais ou menos, dependendo das qualidades de resistncia do corredor. A velocidade da corrida o produto de dois fatores, o tamanho da passada pela freqncia ou velocidade. O primeiro fator (tamanho da passada) pode ser sensivelmente melhorado mediante o treinamento, por exemplo: a colocao do corpo, o trabalho de impulso, a colocao correta dos ps sobre o solo, a elevao dos joelhos, etc.

Contrariamente, a velocidade ou freqncia (segundo fator), por ser inata, parece pouco melhorvel, quando isso acontece, as propores so modestas, porque depende do relaxamento muscular e particularmente do potencial nervoso do indivduo. Assim, toda vez que o corredor procurar aumentar a velocidade, acelerando ao mximo a freqncia de movimento das pernas tem todas as probabilidades de contrair-se e gastar reservas nervosas, da, alguns fisiologistas conclurem, atravs de experincias, que praticamente impossvel prolongar um esforo neuromuscular por um tempo alm de seis segundos. Resumindo, o resultado da experincia provou o seguinte: - A velocidade mxima obtida aproximadamente aos 60-70 metros de corrida, sendo impossvel aument-la aps isto. - Aps essa distncia, a perda da freqncia no pode ser compensada atravs de um aumento da amplitude da passada. - Essa perda de freqncia, principalmente nos ltimos metros, no impede a perda ou queda da velocidade, mesmo aumentando a amplitude da passada. - A diminuio da freqncia tanto mais precoce quanto mais cedo o corredor alcanar o ponto elevado da sua velocidade.

TCNICA DAS CORRIDAS DE VELOCIDADE


Antes de tudo, devemos dizer que as corridas de velocidade no constituem uma especialidade frentica. Pelo contrrio, so provas tcnicas, nas quais a inteligncia, o domnio, a pacincia e o trabalho podem substituir amplamente o que chamamos de classe natural. Elas constituem provas precisas, comparveis ao salto com vara ou ao arremesso do disco, e por este motivo devem-se tomar cuidados minuciosos em todas as suas fases. Dessa forma, para que se possa perceber melhor os seus detalhes, vamos dividi-las em fases, estudando as particularidades de cada uma das fases, analisando os seus pontos bsicos e indicando o tipo de trabalho e os processos didticos para a sua aprendizagem e aperfeioamento. Fases das corridas de velocidade: - A sada ou partida; - O desenvolvimento; - A chegada.

A SADA OU PARTIDA
Ao estudarmos a tcnica das corridas de velocidade, um cuidado muito especial deve ser dado fase da sada, procurando conhec-la em seus pequenos detalhes, para que se possa tirar o mximo proveito dela, uma vez que, quando bem executada, pode levar em muitos casos um corredor vitria. Isso podemos concluir facilmente atravs da observao direta em competies ou atravs de filmes. Uma boa sada coloca o corredor, logo nas primeiras passadas, no comando da prova, dando-lhe uma vantagem bastante importante. A preocupao com essa fase to importante que constantemente novas experincias so realizadas, proporcionando um aperfeioamento mais apurado das sadas: da a constante evoluo que elas vem sofrendo desde o seu incio, quando eram realizadas em p, at se chegar forma atual, que so as sadas baixas. Hoje, todos os

detalhes so estudados minuciosamente como a posio do corpo, braos e cabea, a colocao dos ps nos blocos, etc.

TIPOS DE SADAS
Dentre os tipos de sadas mais utilizados, podemos destacar trs que so mais comumentes utilizados: sada curta ou grupada, sada mdia e sada longa. Elas recebem essa denominao com base na distncia de colocao dos apoios nos suportes dos blocos de partida. Sada curta ou grupada: Neste tipo de sada, a ponta do p de trs colocada na direo do calcanhar do p que est fazendo o apoio no suporte da frente: em termos de medidas, o apoio da frente est situado a 48 cm da linha de partida e o de trs a 73 cm. O quadril coloca-se elevado a um ponto superior ao nvel da cabea, portanto bem alto. Esse tipo de sada tambm conhecido por sada grupada, devido posio grupada do corpo do corredor. Sada mdia: um tipo intermedirio entre as outras duas (curta e longa), na qual o joelho da perna de trs e colocado na direo da ponta do p que est no apoio anterior. Como exemplo, o suporte do apoio anterior colocado 38 cm atrs da linha de partida e o de trs 85 cm. Nesse caso, o quadril no se eleva tanto como na sada curta, ficando quase que em linha com a cabea. Sada longa: Aqui, a separao entre os suportes para o apoio dos ps no bloco de partida maior do que nos tipos anteriores, onde as medidas mais comumente utilizadas so 33 cm para o apoio anterior, em relao linha de partida e 103 cm para o posterior.

Pois adotamos colocar a distncia de dois ps para a colocao do primeiro p e trs para o segundo, partindo da para as modificaes, quando julgadas necessrias. O joelho da perna de trs fica situado mais ou menos atrs do calcanhar do p da frente e os quadris situam-se em um ponto pouco abaixo do nvel da cabea. A distncia entre os dois apoios, 70 cm, justifica realmente o nome deste tipo de sada. Embora tenhamos relacionado esses exemplos, mais utilizados pelos corredores, de uma forma geral muitas experincias tm sido realizadas, buscando inovaes mais eficientes, com a

finalidade de obteno de melhores resultados para as corridas de velocidade. verdade que as corridas de velocidade tm constitudo uma das especialidades do atletismo em que a quebra de recordes est se tornando cada dia mais difcil, aumentando sempre o nmero de velocistas com marcas situadas entre 99/l0 e 10'0 nos 100 metros rasos. Portanto, qualquer contribuio tcnica ser de vital importncia, visto que as marcas atuais so realmente difceis de serem quebradas. Dessa forma, dados procedentes de treinadores russos nos abrem perspectivas em relao s sadas baixas. Trata-se da posio dos blocos e da colocao dos ps sobre o apoio. A prpria construo dos blocos tradicionais determina que o apoio anterior deve ser realizado sob um ngulo de 40-45 graus, enquanto que o posterior se faz com um ngulo de 60-85 graus. Calcula-se que nessa posio, o velocista aproveita apenas parcialmente as propriedades de elasticidade dos msculos gmeos (panturrilhas) no ato da impulso, no momento da sada. Sob os ngulos de 45 graus (apoio anterior) e 85 graus (apoio posterior), esses msculos no alcanam sua mxima tenso, porque o ngulo entre o p e a perna grande, chegando a cerca de 75-85 graus. Nas sadas tradicionais, quando o corredor coloca seus ps no bloco, fica apoiado pela ponta dos dedos, junto plataforma de apoio, o que faz com que os calcanhares sobressaiam alguns centmetros sobre os suportes de apoio do p. O que traz conseqncias negativas, porque, ao ouvir o tiro de partida, o corredor tira rapidamente as mos do cho e seus ps impulsionam energicamente o corpo para a frente. Mas, como o tronco mais pesado que os membros, provoca neste momento um retrocesso do corpo para trs, o qual suportado pelos ps no bloco de partida. E, como os calcanhares esto praticamente fora e sem apoio, retrocedem tambm justamente com o tronco, provocando um ligeiro atraso na sada do p, que est colocado atrs retardando em mdia 0,44 segundos a realizao da primeira passada. Isto causa tambm certa divergncia no trabalho dos grupos musculares que asseguram o adiantamento da perna e, conseqentemente, atrasam a tirada do apoio das mos da base de apoio no solo, prejudicando assim o ritmo das passadas, o que significa uma perda sensvel de tempo no resultado final. Dessa forma, as investigaes realizadas pelos treinadores russos, com o objetivo de encontrar uma postura mais vantajosa dos ps sobre o bloco de partida, levaram-nos a reduzir os ngulos de apoio de 40-45 graus no apoio do p da frente e de 60-85 graus no p de trs, sendo que a oscilao de 5 a 10 graus depende da mobilidade individual das articulaes dos ps. Com a finalidade de aproveitar mais economicamente as propriedades elsticas dos msculos das extremidades inferiores, que tomam parte ativa na sada baixa, aconselha-se que os velocistas adotem as posies dos ps de acordo com a figura. Atravs dessa srie de exemplos, mais a nova forma de acordo com o conceito russo, acreditamos ser mais fcil para o professor tirar um grande proveito tcnico desta fase das corridas de velocidade. Mas gostaramos de lembrar que os exemplos apresentados aqui esto relacionados com os mais comumente utilizados, servindo mais como modelo do que propriamente como regra, uma vez que as medidas para a colocao dos ps no bloco podem variar para mais ou menos em torno das medidas que apresentamos, isto deve-se ao fato de que o corredor precisa utilizar ou adotar as medidas que lhe permitem maior comodidade sobre o bloco. Portanto, devem ser realizadas todas adaptaes necessrias para que a sada seja realmente eficiente. Quais os procedimentos que o corredor deve adotar na preparao para a sada? Aps colocar o bloco de partida na posio adotada por ele, o corredor coloca-se em p, mais ou menos um metro e meio atrs do seu bloco, e aguarda at que os adversrios estejam na mesma posio. Quando todos os concorrentes o fizerem, o rbitro de partida

diz: AOS SEUS LUGARES. Ao ouvir essa ordem, cada corredor coloca-se em posio sobre os blocos de partida, fixando primeiro o p da frente e apoiando o corpo sobre as mos, colocando-os alm da linha de partida. Em seguida, coloca o p de trs no suporte, com o joelho desta perna apoiado no cho. Depois, faz o posicionamento das mos, imediatamente atrs da linha de partida. As mos devem estar separadas, a uma distncia igual a dos ombros, colocados sobre a ponta dos dedos, que formam a letra U virada para baixo. Colocados desta forma, o corredor aguarda em posio imvel o novo comando do rbitro que dir: "PRONTOS!" Ao ouvir essa palavra, o corredor eleva rapidamente o quadril, de forma a elevar o joelho, que est em contato com o solo, ao mesmo tempo em que projeta os ombros um pouco frente da linha de partida, de forma que todo o peso do tronco fique sustentado pelos dedos das mos. A elevao dos quadris varia para mais ou menos, de acordo com o tipo de sada utilizado. Quanto mais prximo for a distncia entre os apoios dos ps, tanto maior ser a elevao. Os braos devem estar totalmente estendidos, o pescoo relaxado, a cabea abaixada, de forma que o olhar esteja dirigido a um ponto cerca de 1,5 metros adiante, ou entre os joelhos. Tomada essa posio, o corredor deve manter-se esttico, aguardando o tiro de partida, que ser dado logo que todos os demais corredores estejam em posio.

A PARTIDA: Ao ouvir o tiro da partida, o corredor deve reagir o mais rpido possvel, realizando automaticamente os seguintes movimentos, considerando o p esquerdo como o p de impulso, colocado no apoio anterior: a perna da frente impulsiona o corpo, com toda a fora adquirida pelo apoio do p sobre o suporte; o brao esquerdo levado frente e o direito para trs apenas at a linha do quadril; a perna direita deixa o apoio, dirigindo-se para a frente atravs de um movimento rasante, juntamente com os quadris. O bloco de partida oferece uma grande ajuda, devido a forte ao dos ps sobre os apoios que ele suporta no momento da impulso, ao ser realizada a partida. A ao dos braos muito forte no princpio, para logo em seguida entrar em ritmo rpido e compassado com as pernas. No basta apenas impulsionar o corpo com fora sobre o bloco ou impulsionar mais rpido depois. Alm de tudo isso, preciso cortar precipitaes que venham a comprometer a eficcia de uma boa sada. Para completar o estudo sobre a sada baixa, vamos relacionar uma srie de observaes a serem respeitadas na totalidade dos gestos da sada. Assim, temos pontos positivos e negativos. Pontos Positivos: Podemos observar as caractersticas de uma boa partida, que so consideradas os pontos positivos a serem buscados.

- Impulso poderosa sobre o apoio anterior, com extenso total da perna e espduas e lanamento dos quadris para a frente (A). - Ao bastante rpida dos braos; a mo do brao que vai para trs no ultrapassa a linha do quadril; o brao da frente no deve elevar-se exageradamente, e sim colocar-se paralelamente pista (B). - A perna de trs deve ser projetada rapidamente adiante, por uma ao rasante (C).

Pontos Negativos: Entre os erros mais comuns, devemos evitar os seguintes: - Levantar-se, em vez de impulsionar-se para frente (A). - Elevao demasiada do brao de trs, o que proporciona um atraso em sua colocao na posio correta. Lanamento do brao da frente para o alto em linha oblqua, o que produz uma elevao muito rpida do corpo (B). Tirar os quadris sem que eles faam uma impulso efetiva sobre o apoio de trs (C).

AS CORRIDAS DE REVEZAMENTO Segundo J. Kenneth Dohert, em seu livro Tratado Moderno de Pieta e Campo, as corridas de revezamento foram idealizadas pelos norte-americanos, em decorrncia de outras atividades por eles praticadas, que deram origem a esta prova de competio em atletismo. Na ocasio havia revezamento de cavalos puxadores das diligncias, os quais, devido s longas viagens eram mudados nos postos de troca. Mas os revezamentos realizados entre os bombeiros de Massachusetts foram os acontecimentos mais estreitamente ligados a idealizao das corridas de revezamento, hoje praticadas em todas as competies de Atletismo. Partindo desse fato, a Universidade da Pensilvnia, atravs de Frank B. Ellis e H. L. Geyelin deu incio a essa prova, praticada por quatro corredores, com o objetivo de atrair o pblico s competies. A primeiro experincia foi realizada em 1893, com duas equipes de 4 x 1/4 de milha, cujo resultado positivo levou incluso da prova nas competies da primavera. Nesta poca, a forma da prtica era diferente, pois no era utilizada uma sada veloz, no havia o transporte do basto e o revezamento entre os corredores era feito em uma marca onde o companheiro seguinte ficava espera. Devido ao enorme sucesso, no ano seguinte (1894), o interesse entre os atletas, treinadores e pblico era to grande, que vrias escolas de outros lugares foram convidadas para participar dessa competio na Pensilvnia. De acordo com os acontecimentos, a corrida passou a ser disputada em quatro nveis: preparatrio, secundrio, universidade e academia. Com isso, a simpatia pelas provas cresceu assustadoramente, levando 115.000 participantes aos revezamentos da Pensilvnia, um exemplo digno de ser imitado por nossos organizadores. Originalmente, a prova era realizada sobre uma milha, para em seguida ser ampliada para duas e quatro milhas, j no ano de 1897, a partir de quando foram experimentadas transformaes de tempos em tempos: 1915 - Revezamento rpido e de distncia. 1922 - 440 e 880 jardas, mais os revezamentos com obstculos. Outro revezamento que entrou em evidncia foi o revezamento combinado, onde cada um dos quatro componentes da equipe corria uma distncia diferente, de acordo com a sua especialidade. Esse tipo j fora praticado nos jogos olmpicos de Londres em 1908, onde os dois primeiros corriam 200 m cada, o terceiro 400 m e o quarto componente da equipe 800 m, prova esta que foi deixada de lado em 1912, na cidade de Estocolmo, dando lugar ao 4 x 100 m e ao 4 x 400 m que passaram a ser as provas oficiais, realizadas at os dias de hoje, sendo que a partir do ano de 1962 a passagem comeou a ser efetuada dentro da zona regulamentar de 20 m. Entre outras razes, as corridas de revezamento se fixaram como uma realidade obrigatria dentro das competies de atletismo, tornando-se uma verdadeira atrao, porque, alm das emoes que provoca, tambm a nica prova dessa modalidade

esportiva na qual o fator coletivo extremamente fundamental, por constituir uma prova de equipe, cujos resultados dependem do perfeito entrosamento entre os quatro elementos que compem a equipe. Isso temos observado no decorrer dos anos em que os Estados Unidos vem dominando essa prova no apenas pela grande qualidade dos velocistas que surgem nesse pas como tambm pela grande quantidade de equipes que so preparadas em decorrncia de um trabalho sabiamente planejado.

TCNICA DOS REVEZAMENTOS Como j mostramos, existiram vrios tipos de corridas de revezamento. Atualmente, so praticadas oficialmente apenas as provas de 4 x 100 m e 4 x 400 m, para homens e mulheres. Assim sendo, e tendo em vista essas provas faremos o estudo da tcnica para as corridas de revezamento. A prova constitui uma corrida realizada por uma equipe formada de quatro corredores, na qual cada um deles percorre uma distncia semelhante (100 ou 400 metros), conduzindo um basto. Esse basto passado de mo em mo entre todos os componentes da equipe, da a denominao de corridas de revezamento, devido troca realizada entre os corredores, a qual feita dentro da zona de passagem ou zona de revezamento, constituda por um espao de 20 m situado dentro da raia. No revezamento 4 x 100 m, a primeira zona tem seu incio aos 90 m e o final nos 110 m; a segunda se inicia aos 190 m e finaliza nos 210 m; a terceira com incio nos 290 m e final nos 310 m, formando desta maneira o conjunto de trs zonas de passagem ou de revezamento, sendo que o quarto corredor da equipe apenas recebe o basto e o conduz at o final da prova, no precisando pass-lo a mais ningum, uma vez que o ltimo corredor da equipe, aquele que fecha o revezamento, totalizando a distncia de 400 metros que a equipe tem que correr. J na prova dos 4 x 400 m existe apenas uma zona, porque cada componente da equipe corre 400 m, ou seja, uma volta na pista que, oficialmente possui essa medida; portanto, o incio da prova se d no mesmo local onde se realizam os revezamentos, ou seja, na zona de passagem, assim como tambm o seu final. Cada uma dessas provas possui uma forma particular de desenvolvimento com uma caracterstica prpria para a efetuao das trocas ou revezamentos, nos quais se procura ganhar o mximo ou perder o mnimo possvel de tempo com o mecanismo. exatamente sobre este mecanismo de ao que a tcnica tem a sua influncia, por isso vamos nos deter em seguida nos procedimentos realizados por cada um dos corredores em funo de um melhor resultado para a equipe. Para se integrar na tcnica dessa especialidade, preciso levar. em considerao uma srie de fatores responsveis pelo seu desenvolvimento, que so os tipos, estilos e formas de passagem de basto, mais os mtodos adotados no desenvolvimento de corrida. Todos esses fatores possuem uma variao, a fim de atender s necessidades de cada uma das provas. TIPOS OU ESTILOS DE PASSAGEM DO BASTO 4 x 100 m Dentre os estilos que j foram experimentados, utilizados e abandonados, ficou comprovada a eficincia, evidente com alguns inconvenientes, de dois estilos para a passagem do basto: o francs ou descendente e o alemo ou ascendente.

Francs ou descendente: Neste estilo, o corredor que vai receber o basto, ao ouvir o sinal do companheiro que est de posse do objetivo, estende para trs um dos braos, previamente determinado, colocando a mo com a palma voltada para cima e com os dedos unidos, exceo do polegar, que se afasta dos demais, colocando se em posio de recepo. Nesse momento, o corredor que conduz o basto coloca-o atravs de um movimento de cima para baixo e pela extremidade livre do mesmo, na mo do receptor, que o agarra rapidamente e coloca o brao em posio de corrida, dando prosseguimento corrida. A vantagem deste estilo est no fato de que a maneira como o basto colocado sobre a mo do companheiro possibilita um espao livre maior, o que facilita a entrega seguinte. Alemo ou ascendente: Aqui, para receber o basto, o corredor coloca o brao de ao semi-flexionado para trs, com a palma da mo voltada para cima e o companheiro que se aproxima, tendo os dedos unidos, excetuando o polegar, que forma uma letra V voltada para baixo, em direo do solo. Dessa forma, o basto colocado em sua mo atravs de um movimento de baixo para cima, executado pelo companheiro que se faz a passagem. Da a denominao da passagem ascendente, devido trajetria de elevao do basto para ser depositado na mo do corredor receptor. O inconveniente deste estilo no perigo de o basto cair da mo, uma vez que a mo receptora deve se unir ou ficar muito prxima mo do companheiro que faz a entrega, a fim de no faltar espao no basto nas passagens seguintes, isto , a metade anterior do basto precisa ficar livre. FORMA DE PASSAGEM DO BASTO Dependendo da distncia do revezamento, existe uma forma particular para se fazer a passagem do basto. Como existem duas classes de revezamentos, os rpidos (4 x 50 m, 4 x 75 m e 4 x 100 m) e os longos (4 x 400 m para cima), so utilizadas, ento, duas formas de passagem, uma para cada classe: a passagem no-visual ou "s cegas" e a passagem visual. Passagem no-visual ou "s cegas": Como j contamos, a tcnica da passagem do basto visa uma realizao extremamente rpida nas trocas entre os componentes da equipe e qualquer procedimento utilizado este fim, que resulte em ganho de tempo, deve ser aproveitado da melhor maneira. por esse motivo que os revezamentos de velocidade (4 x 100 m) utilizam a forma no-visual ou "s cegas" que recebe essa denominao porque, no momento em que se est processando a passagem, o corredor que recebe o basto o faz sem olhar para trs, j sabendo da ao do companheiro, isto , toda a ao se efetiva automaticamente. Assim, so economizadas preciosas fraes de segundos, o que ir se refletir positivamente a esses motivos, para ser eficiente, a passagem no-visual ou "s cegas" precisa ser muito treinada entre os quatros elementos que compem a equipe, para se tornar automtica.

Passagem visual: Esta forma de passagem do basto caracterstica dos revezamentos longos (acima de 400 m), que no exigem tanta velocidade ao serem efetuadas as trocas, visto que cada um dos corredores j est bastante cansado ao aproximar-se do final da sua etapa de corrida, o que lhe impede de desenvolver ou imprimir uma velocidade muito alta. Com isso, no se torna necessria a realizao da passagem do basto com tanta rapidez, porque a reduzida condio do corredor que vai fazer a entrega obriga o companheiro receptor a esper-lo, olhando a sua ao, da a denominao de passagem visual. MTODOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO REVEZAMENTO Alm dos estilos e tipos de passagem do basto, um outro procedimento a ser levado em considerao, visando o melhor rendimento, na corrida, diz respeito aos.mtodos empregados para o desenvolvimento de todo o conjunto dos revezamentos a serem efetuados no transcorrer da prova. Esses mtodos, que completam o mecanismo das corridas de revezamento dizem respeito maneira pela qual o basto deve ser conduzido durante a trajetria da corrida, ou seja, a mo na qual o basto deve ser transportado. Para isso, so utilizados dois mtodos uniforme e o alternado. Mtodo Uniforme: Caracterizado pela troca de mos, porque o corredor recebe o basto em uma das mos e imediatamente passa-o para a outra. Exemplo: o primeiro corredor parte com o basto na mo direita e entrega-o ao segundo em sua mo esquerda; este imediatamente troca o basto de mo, passando-o direita, para prosseguir a corrida; e assim sucessivamente, de forma que os quatro corredores realizam suas etapas da corrida conduzindo o basto na mo direita, realizando portanto uma ao uniforme. Considerando que existe uma pequena perda de tempo e uma ligeira influncia negativa na ao da corrida, esse mtodo j no o mais indicado, muito embora tenha sido utilizado pela excelente equipe dos Estados Unidos nos Jogos Olmpicos de Munique em 1972, enquanto todas as demais equipes finalistas o mtodo alternado, no qual no se faz a troca de mos. Mtodo Alternado: Neste mtodo no existe a troca de mos; o basto transportado na mesma mo que o recebeu e, por este motivo, torna-se necessrio adotar algumas medidas para a disposio de cada um dos componentes da equipe dentro da pista. Assim, o corredor transporta o basto na mo direita corre pelo lado interno da sua baliza e o que recebe j est postado no lado externo da baliza, por onde far a sua corrida uma vez que o basto ser depositado em sua mo esquerda. No conjunto todo, pela ordem, o primeiro corredor leva e passa o basto com sua mo direita, correndo pelo lado interno da pista; o segundo corredor recebe, leva e passa o basto com sua mo esquerda; correndo pelo lado externo da baliza; o terceiro recebe, transporta e passa o basto com sua mo direita, correndo pelo lado interno e, finalmente, o quarto ltimo componente da equipe recebe o basto em sua mo

esquerda e o mantm na mesma durante toda a corrida, at ultrapassar a linha de chegada, fechando assim o revezamento. Disso se conclui que os revezamentos foram realizados alternadamente - direito, esquerda, direito, esquerda - razo pela qual esse mtodo se denomina mtodo alternado. O REVEZAMENTO 4 X 100 METROS J mencionamos que os revezamentos rpidos possuem trs zonas de passagem, nas quais devem ser efetuadas as trocas ou revezamentos entre os corredores. Em hiptese alguma o basto pode ser passado de um corredor para o outro fora dos 20 m da zona de passagem. Como necessrio que essas trocas sejam efetuadas sem soluo de continuidade da corrida, para no prejudicar a velocidade, existe um espao de 10 m antes do incio da zona de passagem, denominado zona opcional, onde o corredor que recebe o basto se coloca em posio de espera do companheiro que traz o basto a ser recebido por ele. Essa zona tem objetivo permitir ao corredor receptor do basto iniciar a sua corrida com antecedncia, a fim de entrar na zona de passagem em alta velocidade, para se igualar velocidade do companheiro que est chegando. Assim, desenvolvendo o mesmo ritmo os dois efetuam o revezamento sem perda de tempo, pois caso contrrio haveria uma quebra na continuidade da corrida, porque aquele que recebe no teria espao para adquirir sua velocidade total. Conseqentemente, o corredor que chega com o basto para fazer a entrega teria que diminuir o seu ritmo, prejudicando desta forma o melhor rendimento. O corredor que vai receber o basto deve se colocar no comeo da zona opcional numa posio favorvel para executar a sua ao. Para isso, existem duas maneiras de posicionamento: a sada alta e a sada semi-agachada. Sada alta: O corredor se coloca em p ligeiramente antero-posterior, tendo o peso do corpo sobre a perna da frente. A cabea deve estar voltada para trs, com o olhar dirigido ao companheiro que vem ao seu encontro. Sada semi-agachada: a posio de espera em que o corredor postado no incio da opcional, se coloca na posio de trs apoios, com as pernas em afastamento antero-posterior e a mo contrria ao p da frente apoiada no cho. O olhar deve estar voltado para trs do lado oposto mo que est apoiada, observando o companheiro que se aproxima. O brao livre colocado para trs, em posio normal de corrida. Essas duas posies, adotadas pelos corredores que vo receber o basto, alm de ajudar a impulso inicial da corrida, tambm permitem uma melhor visualizao do companheiro que est se aproximando com o basto. Assim, quando este passa por uma marca feita na pista, denominada handcap ou referncia, o receptor do basto comea a correr e no olhar mais para trs, porque a partir desse instante toda a ao realizada pelos dois corredores automtica, obtida atravs de treinamento, at que o basto seja passado de um corredor para o outro.

Esse handcap tem uma medida varivel, normalmente 20 a 30 ps, uma vez que determinado de acordo com a velocidade dos dois corredores que vo realizar o revezamento. Assim, quando o corredor que chega com o basto passa pela marca indicativa do handcap, aquele que vai receber comea a sua corrida sem mais preocupaes, pois a marca utilizada como referncia lhe d o tempo suficiente para adquirir uma velocidade igual ou aproximada a do companheiro quando ambos j esto dentro da zona de passagem, prontos para fazer o revezamento, que s acontece atravs de um aviso dado pelo corredor que vai passar o basto. Isso acontece nos cinco metros finais da zona de passagem, portanto j no final. Finalmente, para se chegar ao sucesso na formao de uma equipe de revezamento 4 X 100, preciso uma combinao de todos esses procedimentos tcnicos que acabamos de comentar, mais as perspectiva e a viso do professor ou tcnico na escolha dos componentes da equipe. Para a seleo dos elementos que devero formar uma nica unidade, em que cada uma das peas integrantes deve estar totalmente adequada sua funo, levamos em considerao as caractersticas individuais de cada um, nas quais se observa o seguinte: A) O primeiro corredor corre uma distncia maior com o basto em relao aos demais companheiros. Preferivelmente, dever ser um bom corredor de curva porque a sua etapa de corrida composta da primeira curva da pista. E finalmente, deve ser um grande largador, por ser ele o elemento encarregado de sair do bloco de partida, portanto, o iniciante da corrida. B) O segundo corredor deve ter sua velocidade combinada com a do primeiro corredor, ou seja sua velocidade inicial deve estar relacionada com a velocidade final do primeiro homem. Deve ter uma reao bastante rpida para iniciar a sua corrida no momento em que seu companheiro passa pelo handcap, para que sua partida seja bastante segura. Precisa dominar perfeitamente o revezamento, uma vez que vai receber e passar o basto logo a seguir. E deve ser um bom corredor de reta e muito potente porque, juntamente com o terceiro corredor, o elemento que corre maior distncia entre os componentes da equipe (cerca de 126 m aproximadamente). C) O terceiro corredor, tal como o primeiro corredor, deve ser um excelente corredor de curva; as demais caractersticas so idnticas ao segundo corredor. D) O quarto corredor, entre todos os componentes da equipe, aquele que corre a menor distncia com basto na mo, por ser o ltimo corredor, cuja etapa termina na linha de chegada com o basto na mo. Por ser o ltimo corredor, cuja etapa termina na linha de chegada da prova, precisa estar bem entrosado com o terceiro corredor e dominar perfeitamente a recepo do basto, no tendo necessidade de ser um bom entregador porque no realiza esta ao, uma vez que finalizador. Normalmente, o melhor velocista porque ser o elemento que dever manter

uma possvel vantagem conseguida por seus companheiros ou mesmo tirar ou descontar um possvel retardamento, ocasionado por alguma deficincia. Com essas consideraes, torna-se possvel concluir que cada um dos quatro componentes da equipe deve possuir certas caractersticas individuais, de acordo com as exigncias da prova, e que cada uma dessas exigncias deve ser muito treinada para se atingir a maior perfeio. Outro fator que deve ser levado em considerao, por ser tambm de grande importncia que, aps formada a equipe, deve-se manter a mesma ordem ou disposio dos corredores porque o perfeito entrosamento e sincronismo entre todos os elementos difcil de ser conseguido com total perfeio e as constantes mudanas viriam a comprometer ainda mais a unidade da equipe. CONSIDERAES FINAIS SOBRE A PROVA DOS 400 X 100 METROS Para finalizar o estudo da tcnica de revezamento do 4 x 100 m, vamos mencionar algumas das concluses sobre o perfil atual desse tipo de prova, apresentadas no VI Congresso da Associao Internacional de Atletismo, realizado no ano de 1973 em Madri, no qual foi apresentado um panorama tcnico de grande importncia, visto que os resultados so de grande valor para os professores de Educao Fsica e Tcnicas de Atletismo, porque so produtos de anlises das oito melhores equipes de revezamento dos Jogos Olmpicos da Alemanha em 1972. - Com exceo da equipe dos Estados Unidos, que utilizou o mtodo alternado com troca de mos., todas as demais empregaram o mtodo alternado sem troca de mos - Com exceo da Polnia, que empregou um tipo exclusivo de passagem e da Itlia que combinou a passagem ascendente com a descendente, todas as restantes utilizaram a passagem ascendente ou alem. - A grande maioria das equipes adotou para os seus componentes a recepo do basto com o brao estendido. - Quanto posio de espera para iniciar a corrida dentro da zona opcional, foram adotadas pela maioria dos corredores a sada alta e a semi-agachada, sendo que, para a primeira e terceira entrega, os corredores se colocavam do lado externo da raia e no lado interno para a segunda passagem. Os que adotaram a sada semi-agachada, em sua maioria apoiavam a mo contrria ao p que estava frente, com o olhar dirigido para o interior na primeira e terceira entrega exterior na segunda. Da essncia dessas concluses, pode-se notar que, atualmente, a eficcia de uma tcnica de revezamento rpido se baseia especialmente no mtodo alternado sem troca de mos, em que os atletas que correm em curva o fazem prximos do lado interno de sua raia e os que correm na reta desenvolvem o seu trajeto bem prximos no lado externo da sua raia. As entregas do basto so feitas com a mxima velocidade por ambos os corredores, que realizam a sua ao mantendo o tronco em posio ou colocando-o ligeiramente flexionado para receber o basto. Nota-se que, aparentemente, as corridas de revezamento parecem muito simples. Por esse motivo, a

grande maioria de nossos professores freqentemente improvisam suas equipes ou deixam tudo para o momento, esquecendo ou ignorando esse conjunto de pequeno detalhes que so de importncia fundamental, uma vez que sem os mesmos a equipe deixa de ser um conjunto, perdendo a unidade geradora da motivao que permite a continuidade de um trabalho realizado com muita satisfao tanto pelos alunos como pelo professor. O TREINAMENTO O treinamento para os componentes de uma equipe de revezamento o mesmo utilizado para os corredores de 100 a 200 metros rasos, uma vez que normalmente a equipe formada pelos corredores dessas duas provas. A este tipo de treinamento deve ser acrescido o treinamento tcnico, visando a boa realizao dos fundamentos desta prova para que haja o necessrio entrosamento entre os quatro elementos. Os aspectos tcnicos a serem abordados no treinamento desta prova so os seguintes: a) Sadas do bloco para o primeiro componente da equipe, sem esquecer que, para realizar a sada ele deve ter na mo o basto. Para facilitar o apoio dos dedos sobre a pista, podem ser utilizadas algumas formas. b) O mecanismo da passagem do basto deve ser ensaiado insistentemente, at que haja uma perfeita execuo entre os quatro elementos da equipe. Assim, o primeiro elemento treina a passagem ao segundo; este treina a recepo do primeiro e a passagem para o terceiro; o terceiro treina a recepo do segundo e a passagem ao quarto e este treina a recepo do terceiro e no precisa ser um excelente entregador, porque ele finaliza a prova, no precisando desta maneira passar o basto a ningum. Esses exerccios podem ser realizados com os dois companheiros parados no lugar, trotando ou correndo em alta velocidade, quando os fundamentos estiverem dominados. c) Este item o mais importante, pois se refere ao ajuste da velocidade entre o primeiro e o segundo, o segundo e o terceiro, o terceiro e o quarto elementos. Esse ajuste de velocidade praticamente o responsvel pelo sucesso ou insucesso de uma equipe. Para isso, necessrio ajustar perfeitamente o ponto de referncia ou handcap utilizado em cada zona de passagem, para que os elementos que se revezam possam fazer o revezamento na mxima velocidade. Isso requer muita pacincia e constantes ajustes no ponto de referncia. d) Finalmente, de tempos em tempos, deve-se fazer a equipe realizar a corrida completa, a fim de se verificar como est funcionando o conjunto. O REVEZAMENTO 4 X 400 METROS

Como exemplo para o estudo das provas de revezamento longos, faremos um estudo da corrida de 4 x 400 m, por ser ela a representante oficial desta classe do revezamento. As outras provas so as corrida de 4 x 800 m, 4 x 1.500m, o revezamento sueco 400 x 300 x 200 x 400 m e outros. A principal caracterstica desse tipo de revezamento aos revezamentos rpidos, a troca entre os corredores no realiza com tanta velocidade, devido ao cansao com que cada um dos corredores termina sua etapa de corrida, produzindo relativo dbito de O2 e falta de foras suficientes para que seja imprimido um ritmo mais veloz no final da corrida. Por esses motivos, a entrega do basto nesta prova se faz atravs da passagem visual. Mas devemos descrever e aconselhar apenas trs deles por serem os mais comuns e de comprovada eficincia. 1) Passagem ascendente: Idntica passagem ascendente alem, utilizada nos revezamentos de velocidade do tipo no-visual, diferindo apenas no fato de que o corredor que vai receber o basto, embora j estando correndo, se mantm olhando para o companheiro de trs, at que este lhe coloque o basto na mo. No momento em que vai ser feita a passagem do basto, o corredor que vai receber estende para trs o brao, de maneira que a palma da mo fique voltada para o interior. O dedo polegar se coloca voltado para o cho e os demais unidos, apontados para o companheiro que vem chegando com o basto. Atravs de um movimento ascendente da sua mo, o entregador deposita o basto do receptor de que forma que a extremidade livre do basto seja aquela a ser agarrada pelo corredor que o recebe. Nesse momento, este corredor tem o olhar dirigido para trs, visualizando toda a ao do seu companheiro. 2) Passagem descendente: Com as mesmas caractersticas da passagem descendente no-visual. O receptor inicia a corrida olhando para trs, para o companheiro. Para receber o basto, ele coloca o seu brao estendido para trs, tendo a palma da mo voltada para cima e os dedos unidos exceo do polegar, que fica separado. Preparando-se desta maneira, o basto colocado em sua mo atravs de um movimento descendente do brao do entregador, que coloca a extremidade livre do basto a mo do corredor que est recebendo. 3) Finalmente, o tipo de passagem mais comum no revezamento 4 x 400 m onde o passador, ao se aproximar eleva seu brao, com o basto verticalizado. O receptor, controlando a velocidade, corre com o tronco voltado para o interior da pista e num movimento de fora para dentro, arranca o basto da mo do passador. Logo nos primeiros passos, troca o basto de mo. Para o revezamento 4 x 400 m existe apenas uma nica zona de passagem (de 20 m, sem zona opcional) situada no mesmo local do incio e fim da corrida.

TCNICA DAS CORRIDAS COM BARREIRAS Antes de mais nada podemos dizer que as corridas com barreiras so provas de velocidade rasa porque, muito embora o barreiristas se depare com uma srie de barreiras colocadas sua frente no trajeto de sua corrida, ele procura franquear esses obstculos sem a mnima perda da velocidade e tambm observar o seu centro de gravidade em linha paralela com o solo, mesmo no momento de executar a passagem sobre a barreira. Esse tipo de corrida constitudo de provas cujas distncias sejam de 100 a 400 m, nas quais o corredor deve ultrapassar um total de 10 barreiras em qualquer dessas provas, independente da distncia. Portanto, o nmero de barreiras o mesmo para todas as provas variando apenas a distncia a ser percorrida e o intervalo existente entre as barreiras, bem como a distncia entre a linha de partida at a primeira barreira e da ltima barreira linha de chegada. Todas as medidas mencionadas aqui esto contidas no quadro abaixo. Distncia da prova Masculino 110m Masculino 400m Feminino 100m Feminino 400 m Altura das Barreiras 1,067 m 0,914 m 0,840 m 0,762 m Dist. da linha sada 1 barreira 13,72 m 45,00 m 13,00 m 45,00 m Distncia entre Dist. ltima bar. as barreiras linha chegada 9,14 m 35,00 m 8,50 m 35,00 m 14,02 m 40,00 m 10,50 m 40,00 m

Apesar da variedade existente entre as distncias dessas provas, as tcnicas para o seu desenvolvimento so muito semelhantes no que diz respeito ao da corrida, aos gestos realizados pelo corredor e as fases de que se compem. FASES DA CORRIDA Todas as provas de corridas com barreiras apresentam comum quatro fases, a saber: a) A sada. b) Da sada ao ataque primeira barreira. c) Entre as barreiras. d) Da ltima barreira chegada. a) A primeira fase diz respeito sada. Esta muito parecida com aquela utilizada nas provas decorridas rasas, sendo necessrias apenas algumas adaptaes ou pequenas mudanas de caractersticas, com o

intuito de facilitar o ataque primeira barreira. Esses detalhes sero vistos no momento em que estivermos estudando cada uma das provas em particular. b) Ao sair do bloco de partida para dar incio corrida, o barreirista precisa vencer um determinado trecho antes de chegar primeira barreira. Este espao varia de acordo com a distncia da prova na qual o corredor especialista, havendo nesta fase uma caracterstica particular. c) Todas as barreiras esto dispostas uniformemente dentro da raia, com um espao idntico entre dez barreiras. De acordo com a distncia da corrida, esse espao sofre uma variao; por este motivo, preciso realizar um determinado nmero de passadas para cobrir a distncia de separao entre as barreiras; sendo assim, muito importante que seja mantido o ritmo da corrida at o seu final, para que se torne possvel realizar sempre o mesmo nmero de passadas entre as barreiras. d) Ao passar pela dcima e ltima barreira, ainda resta ao corredor um trecho a ser vendido. Esse trecho tambm varivel conforme a prova que se pratica. Mas a caracterstica comum e principal desta fase a manuteno da velocidade inicial da corrida, da mesma forma como faz um corredor de provas de corridas rasas. Antes de fazermos qualquer comentrio sobre a tcnica de franquear a barreira, preciso lembrar que se deve passar pela barreira e no saltar sobre ela. Alm disso, deve-se levar em considerao certas regras gerais, a saber: - Abordar a barreira sem diminuir a velocidade; - Permanecer em suspenso sobre a barreira o menor tempo possvel ao fazer a passagem, mediante uma elevao mnima da plvis; - Aps a passagem, colocar-se na melhor posio para dar continuidade corrida, sem qualquer tipo de prejuzo. Tomando por base essas regras, podemos concluir que praticamente impossvel obter xitos nas corridas com barreiras sem as qualidades de base de uma velocidade, aliadas melhor tcnica de passagem, que aquela na qual o barreirista consegue recuperar rapidamente o contato com o solo em posio correta, segundo um ritmo adaptado corrida. Por isso, o franqueamento da barreira nada mais do que uma modificao da passada. Se, ao contrrio, a barreira for saltada em vez de passada, haver um bloqueio, com conseqente interrupo da corrida; por isso que se d grande importncia ao preparo fsico especfico sem esquecer de cuidar na mesma proporo da tcnica correta para a passagem da barreira, sobre a qual faremos a seguir consideraes indispensveis. COMO SE FAZ A PASSAGEM SOBRE A BARREIRA? A forma correta de se passar o obstculo, principalmente as barreiras altas (1,06 m), quase idntica aos movimentos bsicos de uma corrida rpida. Tanto nas corridas com barreiras como nas de velocidades rasas, a rapidez se deriva de um contato devidamente equilibrado dos ps contra o solo de forma que, a cada novo contato com o

cho, aps a passagem sobre a barreira, h um controle no equilbrio da ao, sendo melhor ento a forma na qual se permanece o menor tempo com o corpo no ar. Detalhes da forma correta, tais como o ngulo no momento em que ele comea a deixar o cho para iniciar o ataque a barreira, a inclinao do corpo frente sobre o obstculo, a rapidez com que a perna de ataque se dirige ao solo aps a passagem e finalmente a posio correta da perna traseira (perna de passagem), jamais podem ser esquecidos. de grande importncia que todos os procedimentos usados para a passagem da barreira tenham uma ao contnua, da seguinte maneira: a) Ponto de impulso para incio da passagem, o corpo do barreirista descreve uma trajetria parablica, cujo ponto mais alto se d antes da barreira, isto porque o ponto de impulso, que varia de acordo com a estatura, soltura, mobilidade e velocidade do corredor est mais distanciado da barreira do que o ponto de abordagem no solo aps a passagem (fig. 5.1);

b) Passagem da barreira: - Perna de ataque (a que vai frente): inicia a passagem da barreira no momento em que e lanada contra a barreira, ligeiramente flexionada, para em seguida se estender quando estiver sobre a barreira; quando o centro de gravidade do corredor ultrapassar a mesma e j estiver na fase descendente da parbola descrita pela passagem, esta perna procura descer rapidamente em direo ao solo, buscando a recuperao; - Perna de passagem (a de trs): ao deixar o solo, flexiona-se, elevando-se horizontalmente para a lateral e deslizando no ar, acompanhando a trajetria area do corpo; aps a passada do centro de gravidade pela barreira e a colocao bastante rpida da perna de ataque em contato com o solo, a perna de passagem comea a se dirigir para a frente atravs da um movimento do joelho para cima e para a frente, a fim de ampliar a primeira passada a ser dada aps o franqueamento do obstculo para que ela seja da mesma amplitude das seguintes;

Fig. 5.2 - Tcnica da passagem sobre a barreira. a) Impulso no solo, enquanto a perna de ataque se flexiona, projetando o joelho em direo barreira, juntamente com o brao contrrio a essa perna. A inclinao total do corpo para a frente deve ser observada nesse instante. b) Perna de ataque chegando a barreira em extenso e o p fletido, tendo o brao contrrio a ela tambm para a frente, paralelamente mesma, o tronco flexionado sobre a coxa da perna de ataque, com a cabea adiantada para a barreira seguinte: nesse momento, a perna de trs comea a se flexionar, iniciando a elevao do joelho para a lateral. O outro brao, em posio normal de corrida, faz um bloqueio no momento em que o cotovelo est atrs do tronco. c) Passagem sobre a barreira, com a perna de ataque em pequena flexo, brao contrrio a esta perna ainda para a frente, perna de passagem flexionada em elevao lateral e tronco em acentuada inclinao para a frente. d) Terminada a passagem sobre a barreira, a perna de ataque procura rapidamente o contato com o solo para fazer a recuperao, tendo o brao contrrio a ela iniciado o movimento que o coloca em posio de corrida; a perna de passagem comea a se dirigir para a frente, elevando o joelho para cima e para adiante, enquanto que o tronco comea a se elevar. e) Recuperao, tendo j a perna de ataque apoiada no solo, a de passagem se dirigindo frente para fazer a primeira passada aps a passagem e os braos em posio normal de corrida. - Braos - Normalmente so utilizados dois estilos para o seu posicionamento: o brao contrrio perna de ataque vai para a frente e o outro normalmente flexionado para trs ou ento ambos os braos so levados para a frente, juntamente com o tronco; - Tronco - No instante em que a perna de ataque comea a buscar a barreira, o tronco comea a se inclinar sobre esta perna, formando no conjunto um movimento tipo "canivete", quanto mais fechado for o ngulo formado por esses dois segmentos, tanto mais fcil se tornar a ao da passagem. Aps o franqueamento ou passagem sobre a barreira, o tronco comea a se elevar, procurando voltar posio normal, enquanto que a perna de ataque procura o solo-o mais rpido possvel. O conjunto de todos esses movimentos ou atitudes constitui a ao tcnica da passagem sobre a barreira (fig. 5.2) CONSIDERAES GERAIS SOBRE AS PROVAS DE CORRIDAS COM BARREIRAS

At o momento, nossa preocupao relacionou-se com o estudo da tcnica das corridas com barreiras no seu panorama geral. A partir deste momento, vamos procurar fazer um estudo tcnico-analtico de cada uma das provas desta especialidade, dentro de suas caractersticas particulares, iniciando pela de 110 metros, que normalmente utilizada para caracterizar as corridas com barreiras. OS 110 METROS COM BARREIRAS A prova dos 110 m com barreiras considerada uma das mais bonitas do atletismo, devido grande velocidade com que desenvolvida, aliada a uma tcnica das mais apuradas, em que o corredor deve respeitar certas exigncias do regulamento e se adaptar a ele, independentemente de suas possibilidades de velocidade e de suas caractersticas morfolgicas e nervosas. Embora havendo sempre detalhes de execuo totalmente pessoais de cada corredor, a tcnicas e suas caractersticas gerais deve ser realizada de forma que cada uma das fases da corrida seja desenvolvida dentro da mxima perfeio, buscando o principal objetivo da competio, que a vitria. Dessa forma, vamos dar uma viso das caractersticas especficas de cada uma das fases desta prova, que jamais podero deixar de serem consideradas pelo corredor, professor ou tcnico. A sada: Nesta prova, a sada bastante parecida com a dos 100m rasos, devendo-se apenas tomar algumas precaues com relao ao desenvolvimento das passadas iniciais da corrida, que devem ser graduadas dentro da maior velocidade, a fim de se atacar a primeira barreira com a mxima rapidez para que seja possvel manter o ritmo da corrida at o final. Alm disso, o barreirista deve colocar seu corpo em posio normal de corrida logo nas primeiras passadas, para posicion-las favoravelmente ao ataque barreira situada logo em seguida linha de partida. No se deve esquecer que o p de impulso para o ataque da barreira deve ser colocado no apoio da frente do bloco de partida, a no ser em casos excepcionais, em que torne necessria a inverso dos ps, detalhe que ser levado em considerao no estudo da fase seguinte. Da sada ao ataque primeira barreira: A primeira barreira est situada a 13,72m da linha de partida e o ponto de impulso para o ataque a essa barreira fica por volta dos 11,90m. Para cobrir essa distncia, os barreiristas utilizam oito passadas. O ataque barreira realizado em plena corrida, ao final da oitava passada. O ponto de impulso est situado a mais ou menos 6 ou 7 ps de barreira e a ao de ataque realizada conforme j foi descrito na anlise tcnica feita anteriormente. Outro detalhe importante a se considerar neste incio da corrida se defere orientao dos ps, que devem estar dirigidos para a frente.

Entre as barreiras: Logo que o corredor passa pela barreira, sua perna de ataque inicia a descida em direo ao solo, de uma forma natural, porm bastante rpida; o ponto de contato com o cho fica a uma distncia varivel entre 5 ou 6 ps da barreira. Amortece a queda e prepara, assim, mediante uma ligeira flexo desta perna, a impulso da passada seguinte, dando incio srie de trs passadas que sero sistematicamente realizadas para cobrir o espao de 9,14m que separa as barreiras entre si. Essa curta corrida de trs passadas semelhante a uma fase de acelerao. Sua velocidade ser primeiro em funo da velocidade anterior passagem da barreira, seguindo-se a eficcia da tcnica da passagem e a atitude do corredor quanto na recepo do solo para a sua recuperao aps a passagem. Tudo isso deve ser insistentemente treinado para poder ser realizado corretamente, a fim de que o ritmo da corrida no seja prejudicado em virtude do pequeno espao entre as barreiras com que o corredor conta para conseguir manter a sua velocidade, que tende a diminuir medida em que cada barreira vai sendo passada. Assim, melhor performance alcanada com trs passadas entre as barreiras, que constituem o menor nmero possvel dentro de um melhor rendimento, pois seria praticamente impossvel realizar essa fase com apenas duas passadas, visto que sua amplitude deveria ser de 2,82m, fora do normal, levando a esforos muito intensos e exigindo uma grande elevao do centro de gravidade, com um prolongado tempo de suspenso do corpo. Tudo isso acarreta uma grande perda de tempo. Essas trs passadas devem ser cuidadosamente graduadas e automatizadas com o treinamento, para permitir que o corredor faa a abordagem do obstculo sem modificar o seu ritmo e tambm dentro de uma regularidade bastante precisa. Da ltima barreira chegada: Aps a passagem da dcima e ltima barreira, o corredor ainda precisa de energias para dar continuidade a sua corrida sem perder o ritmo. A distncia restante a ser percorrida de 14,02m, que nesse caso coberta como se fosse uma corrida rasa, com uma pequena diferena: no instante inicial h uma pequena arrancada, na qual as primeiras passadas so ligeiramente mais curtas, para aumentar gradativamente at a linha de chegada, momento em que o corredor procede como nas provas rasas, utilizando as mesmas tcnicas para ultrapassar essa linha final. Durante o desenvolvimento da corrida h uma exigncia de esforos intensos e repetidos, o que torna indispensvel que o corredor realize corretamente a respirao,

expirando ao atacar a barreira e inspirando no momento da recuperao, aps a passagem. Portanto, corre sem respirar no espao de intervalo entre as barreiras. Defeitos a serem evitados nessa corrida: - Desequilbrio muito acentuado nas passadas iniciais da corrida. - Primeira passada muito curta aps a passagem sobre a barreira. - Fazer o ataque barreira muito longe ou muito perto da mesma. - Colocar o p de impulso voltado para fora do eixo da corrida no momento do ataque. - Atacar a barreira com a perna flexionada e o p em extenso. - Flexo prematura do tronco ao nvel dos quadris. - Impulso incompleto da perna de passagem, que no deve ser dirigido vertical. - Desequilbrio lateral do corpo aps a passagem, no momento da recepo do p contra o solo (recuperao). - Tronco muito ereto. - M orientao da perna de passagem. - Utilizao incorreta dos braos. - Falta de mobilidade geral (flexibilidade e elasticidade). OS 400 METROS COM BARREIRAS A sada desta prova idntica da prova de 400m rasos. A distncia da linha de partida at a primeira barreira de 45m e o nmero de passadas utilizado nessa varia de 22 a 25, de acordo com a amplitude da passada do corredor e tambm com o melhor aproveitamento ao atacar a barreira, cujo ponto de impulso est situado entre 2 e 2,50m da mesma. Para a passagem da barreira, no necessria uma flexo muito acentuada do tronco para a frente; apenas o brao contrrio perna de ataque conduzido adiante, sendo que o outro deve ser mantido na posio normal da corrida, para manuteno do equilbrio. Tambm deve ser levado em considerao que essa prova corrida em duas curvas, sendo interessante por isso que o ataque seja efetuado com a perna esquerda e a impulso com a direita, que se localiza externamente em relao curvada corrida, o que facilita a ao da passagem. Nesta prova, a distncia entre as barreiras bastante grande, (35m) e por este motivo de grande importncia a manuteno do ritmo da corrida, para que o corredor consiga realizar as 15 ou 17 passadas normalmente usadas at a stima ou oitava barreira, aumentando em seguida para 17, devido dificuldade em manter o ritmo da corrida e a amplitude das passadas, em virtude da fadiga que normalmente sobrevem no final da prova. Para evitar um grande prejuzo, torna-se interessante que o barreirista consiga atacar a barreira com a mesma facilidade invertendo a posio das pernas. Prof. Ms. Jferson Vianna (ufjf) Organizador WEB Prof. Mestrando Vinicius Damasceno

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