Caderno - História de Arte

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História de Arte

Professor:

25.09.2007

Requisitos:
• Autonomia;
• Criatividade;
• Tempo de Reflexão.

Aulas práticas:
Trabalhar sobre obras de Arte

Contextualizar a obra de arte:


Obra de arte _ Autor _ Encomendador

Programa:
• História de Arte como Ciência
Conceito criado no século XVI
Ciências Auxiliares da História de Arte

• Investigação em História de Arte

• Fontes para a História de Arte


Técnicas de execução

• Evolução do conceito de História de Arte

• História de Arte e Salvaguarda do Património

Visitas de estudo:
Lisboa
Museus e Monumentos

27.09.2007

Trabalho sobre o facto artístico


A arte é fundamentalmente feita pelo homem para o homem. Representa os seus anseios e
aspirações. É feita para que o seu contemporâneo a veja _ precisa sempre de público.
Possui características intemporais e próprias da época e das circunstâncias que a criaram _
contornos históricos. Não pode ser entendida apenas pelo seu lado estético, pois tem sempre algo
mais a dizer ao seu observador, e não pode ser desenraizado do seu tempo.

O objectivo da História de Arte é a compreensão do fenómeno global.


Estuda o universo da produção artística, da concepção da arte, e por isso é necessário uma
formação histórica. O historiador estuda a obra em si mesma e as circunstâncias que a geraram: o
artista e o encomendador _ a obra, o encomendador e o artista fazem parte das preocupações
fundamentais do historiador de História de Arte.
O modo como as obras são analisadas não pode ser o mesmo quando se olha para uma obra
do século XV e outra do século XX devido à diferença de épocas.

Antigamente, os artistas eram influenciados fisicamente, ou seja através do contacto com


artistas que estejam de passagem. Actualmente, com a globalização, basta o contacto entre a obra e
o artista, muitas vezes inclusivamente através da internet. O primeiro momento em que se deu um
maior contacto entre artistas e/ou obras de arte foi a ponte lançada sobre as civilizações graças aos
descobrimentos.

Trinómio essencial:
Obra – Artista – Encomendador

→ são os três elementos em que a História de Arte trabalha.

A obra nunca é um pretexto para falar de alguma coisa _ ela tem características próprias.
Para ser considerada obra de arte, a obra tem de comunicar com o observador _ é a sua principal
função _ tem de suscitar algum tipo de reacção e por isso o público é fundamental. É por causa do
público que o encomendador encomenda a obra _ vale a pena encomendar para que possa ser vista.

A pintura não pode interagir com o observador do mesmo modo que a escultura ou a
arquitectura pois ela é bidimensional sugerindo a tridimensionalidade pela sua profundidade _ Arte
da ilusão. A escultura é tridimensional e o modo como interage aproxima-se mais com a realidade _
joga com a tridimensionalidade. Já a arquitectura interage directamente com o observador pois
limita o espaço real _ única arte que pressupõe o observador no interior, à escala humana.
A arte é um jogo porque tem regras que implicam que o observador conheça as regras para
jogar.
Não se pode obviamente olhar para a arquitectura da mesma maneira com que se olha para
outro tipo de arte pois é necessário compreender a linguagem de cada uma.

Vocação da obra: levar alguém a olhar para a peça e compreender o que esta tem para dizer.

O Mecenas:
→ Grande Mecenas da Arte _ Médicis
Os Mecenas eram os motores que promoviam e permitiam que as obras fossem produzidas
de uma determinada maneira. As obras serviam de promoção pessoal, estando ligadas tanto ao
artista como ao seu mecenas.
O modo como o mecenas se vê a si próprio faz com que a sua acção tenda a ser global,
patrocinando todo o tipo de artes. Com a quantidade de obras encomendadas _ o mecenas quer
sempre mais _ vai -se juntando uma pequena corte à volta do mecenas pois este está sempre a
encomendar, querendo os mesmos artistas _ aqueles que já conhecem.

Encomendador: faz um acto único. Encomenda uma única vez.

Mecenas: encomenda sistemáticamente. Protege os artistas. Tem uma corte à sua volta.

Com o aparecimento do mercado de arte no século XVII, a ligação


obra/artista/encomendador é quebrada pois o artista passa a produzir para um público mais
alargado.

A arte é sempre um Produto


Durante muito tempo o artista foi visto como um simples artesão. O estatuto social do artista
só evolui quando se começa a aproximar de um encomendador e se arroga a o facto de possuir uma
formação literária. Na Florença dos Médicis, o mundo da arte e da literatura juntam-se devido à
complexidade das obras encomendadas. Os artistas começam a falar com os literários para uma
maior compreensão.
Até ao renascimento a arte era dividida em :
• Arte Liberal _ tudo o que era trabalhado com palavras; não mexia com materiais, não
sujavam as mãos;
• Arte Mecânica _ tudo o que fosse actividade física; não era considerado “intelectual”.
Na idade Média os escritos são técnicos (ex: como misturar as cores) mas com o
renascimento os humanistas amigos dos artistas começam a reflectir sobre a arte (ex: o que é a
pintura). O artista só começa a ganhar este estatuto com o contacto com os letrados. A pintura passa
a ser comparada à poesia pois passa a ser reflectida.

A arte torna-se um veículo simbólico/propagandista essencial _ a igreja entende-a assim a


partir da contra reforma. A face de Deus é aquela que é apresentada aos fiéis através da arte.
Com a contra reforma a imagem que a igreja tenta passar é a de grande estabilidade e de
triunfo, restituindo à cidade de Roma o império fundamental da cristandade.

O conhecimento histórico da obra é fundamental mas não é condicionante. Todas as épocas


possuem grandes génios da arte que constituem excepções. A generalidade dos artistas não possui
tanta criatividade como Miguel Ângelo mas transmitem a sua personalidade e o seu cunho pessoal.

A visibilidade pública das obras vai influenciar a visibilidade do artista: grandes capelas _
grandes artistas.

2.10.2007

Lourenço, o magnífico _ Grande Mecenas do Renascimento


→ Mecenas _ quer fazer perdurar o seu nome

A Obra de Arte e o Artista


A obra de arte é sempre algo extraordinariamente polémico. Há que perceber as
especificidades da obra de arte.

Há dificuldade em perceber o que é ou não uma obra de arte. Há que perceber as suas
características indissociáveis do tempo em que foi criada. Assume uma realidade material, uma
realidade de concepção e uma presença física no seu tempo, conjugando vários factores: inserção
numa determinada conjuntura histórica.
O modo como olhamos para ma obra de arte depende de época para época. A leitura da
obra é algo que tem de ser encarado na sua conjuntura histórica. No entanto revela em si mesma
características de concepção que podem ser classificados como intemporais.
Tem de se ter sempre em conta o material, o encomendador e o próprio artista que vão sofrer
influências daquilo que viram, tal como a criatividade do artista indo de encontro ao pretendido pelo
encomendador.
Há obras de arte que representam certas épocas. Cada época produz a sua própria arte e tem
os seus artistas de eleição, revendo-se na produção de determinado número de artistas. Este
fenómeno é muito importante para a História de Arte e é um indicador claro sobre a sua
existência(?). O juízo que cada época faz sobre um conjunto de Arte é um juízo demarcado. Cada
época reflecte sobre a arte que produz _ reflecções encima do momento, obedecendo aquilo que na
altura é considerado verdadeiro _ Só a História pode ter o conhecimento Global.
Assim, o trabalho do historiador á facilitado. Este tem uma vantagem em relação a todas
essas épocas que é a de viver numa outra época permitindo-lhe analisar a frio e à distância a
produção artística de uma determinada época.

Quando cria, o artista não reflecte teoricamente sobre a sua obra, pois esta é espontânea e
obedece unicamente ao bom gosto do artista. No entanto, quando escrevem sobre ela, têm
necessidade de reflectir para tentarem interpretar aquilo que criaram. A criação é intuitiva e por isso
só pode ser analisada à posteriori.
A arte é simples e evidente em cerca de 90% dos casos. O objecto artístico não é só visual,
não é só aquilo que se vê. É extraordinariamente complexo envolvendo a personalidade do artista,
do encomendador e da própria época (procura agradar ao seu próprio tempo). O acto criativo é um
acto individual e de coragem pois expõe o indivíduo aos outros.
A faceta humana do artista faz com que este se coloque ao serviço de alguém. O discurso, os
materiais, as técnicas e o mercado fazem com que os artistas produzam acelaradamente, tentando
incluir o seu eu criativo mas tendo em atenção a moda, procurando novos estilos, ou seja, procuram
conciliar o seu gosto pessoal com o gosto do público.

O objecto artístico é fruto de uma época e da reflecção do artista sobre si próprio. É um


objecto que ao ser criado teve em atenção um conjunto de características próprias da sua época.
Tem de ser encarado como um elemento civilizacional da sua época, como elemento de síntese.
Quando estudamos a arte de um certo período, estudamos a alma desse período, ou seja, a
capacidade do homem de se rever num objecto.

Vivemos numa época do primado visual e não do texto. Temos uma cultura literária, uma
mentalidade própria própria e uma cultura visual. O sentido crítico, a selecção e o distanciamento
histórico permite ao historiador “classificar” os artistas muitas vezes preferindo muitas vezes
aqueles que não eram os mais famosos da sua época.
Por tendência um artista não se repete. Só se repete quando uma obra torna-se muito famosa
e o artista se vê na necessidade de fazer parecido, ou então quando “facilita” e vai ao encontro do
gosto do público (ex: Maluda).

Características do Objecto Artístico:


➢ Intemporalidade
➢ Caracter individual do discurso _ aquilo que a obra diz ao observador
➢ Dependente do observador
Ao ser revelada demonstra a sua função principal: ser observada.
O historiador de arte não se limita a gostar da obra _ ele tem de tentar perceber a obra. No
entanto o primeiro momento fundamental para apreciar uma obra de arte são os sentidos _ a visão
(mensagem estética). A obra não precisa de interlocutor _ característica fundamental da obra: a obra
diz qualquer coisa aos observadores, comunicar com este. No entanto a obra não diz exactamente o
mesmo para todos os observadores. Não existe um denominador comum porque cada pessoa é
diferente e representa o espírito do seu tempo.

O historiador de arte estuda uma época, faz um juízo de valor e individualiza o que mais lhe
interessa olhando para uma peça/artista sobre o seu ponto de vista. Escolhe uma época porque é
obrigado a emitir um juízo de valor (se uma peça foi importante no seu tempo e se continuou a ser
no futuro).
A História de arte escreve e reinterpreta continuamente, enquadra obras e revela a um
público aquilo que a um dado momento se pensa sobre uma dada obra ou um determinado artista.

4.10.2007

A História de Arte e as ciências auxiliares


A História de Arte não trabalha só. Trabalha com a ajuda de várias ciências que com o seu
campo de análise podem ajudar a melhorar o seu universo de investigação graças a uma
colaboração interdisciplinar.
Em História de Arte trabalhamos com ideias e com materiais. A materialidade das
obras de arte faz com que necessitemos de possuir conhecimentos mais alargados.

Ciênicas auxiliares:
Ciências Humanas e Sociais:
l História (com todas as suas ramificações)
l Arqueologia (serve quando a História de Arte se envolve na preservação do património e para
descobrir os objectos artísticos pré-históricos).
l Sociologia (para perceber o comportamento sociológico de uma sociedade para ver como ela
lidava com a arte do seu tempo).
l Ciências da imagem: Iconografia (descodifica uma imagem) e Iconologia ( compreender uma
deterinada obra iconográfica , procurando teorizar).
Ciências técnicas:
l Fotografia
l Química
l Física
l Reflectografia
l Dendrocronologia (descobre as datas)

Quanto mais ciências auxiliares temos mais esclarecidos ficamos sobre uma obra de arte.
Não é possível hoje uma única pessoa ter todos os conhecimentos de uma época.
O maior perigo que o historiador de arte enfrenta é a autenticidade _ reflectir erradamente
sobre obras falsas.
A obra de Arte tem vida própria. Todas elas já fora restauradas, conservadas. Até à pouco
tempo ninguém dizia que as obras tinham passado por processos de restauro. No entanto, graças às
ciências auxiliares podemos perceber que algumas obras são posteriores ou anteriores à data que lhe
demos, tal como o tempo pode não ser aquele que pensamos.
Hoje em dia podemos ir restaurar um quadro e sair com dois. Na antiguidade os quadros
eram repintados mas graças às modernas técnicas é possível retirar camada por camada para outro
quadro sendo os dois autênticos.

9.10.2007

A arte é uma das manifestações de caracter humano. É uma fenomenologia de época que
supõe sempre uma abordagem de cariz histórico com duas realidades: material ( aquilo que a
constitui) e a vivença imaterial (forma, cor, luz, espaço...). É a compreensão do facto artístico.
Para a história de Arte não há artistas bons e artistas maus. Há aqueles que são artistas e
aqueles que não o são. Tem a ver com a fidelidade a si próprio.

Obras de Artes (dispositivos)


l Arte Rupestre
l Fíbula Visigoda
l Cerâmica Grega
l Escultura Grega (primórdios)
l Templo Grego (Partenon)
l Iluminura século XIV
l Escultura em relevo (placa de marfim)
l Cristo Bizantino (mosaico)
l Bordado de Bayex (tapeçaria) 1070/1080
l Catedral Gótica
l Pintura Renascentista _ Rafael (Os olhares dirigem-se para o encomendador para que este se
sinta parte desta harmonia. A comparação da peça com a realidade faz com que esta fique
carregada de emoções)

O denominador comum nestas obras é o Homem _ capacidade de resolver problemas


estéticos e íntimos. Nenhuma obra de arte é indiferente ao seu criador e ao seu público. A arte tem
vários níveis de leitura que permitem que o leitor perceba o que lá está e possa apreciá-la.
Se olharmos para as obras sob o olhar de diferentes épocas, o seu significado altera. Todas as
obras que visualizamos são figurativas porque dizem algo aos observadores e porque as nossas
referências imediatas resultam da realidade / quotidiano.
O que limita o carácter subjectivo da valorização das obras são os factos históricos e só
depois damos importância à nossa opinião. Devemos sempre procurar diversos factos históricos
(estudando os mais profundamente), juntar esses mesmos pontos de reflexão e só depois podemos
concluir algo com certezas.
Quando alguns destes factos não são inteiramente compreendidos, temos que subjugar a
opinião do historiador e voltar a separar conteúdos e as fontes que o historiador utilizou para voltar
a formular uma nova opinião.

+ Qualidade artística:
Qualidade de execução (técnica e material)
Resolução clara do problema estético (conjunto de factores artísticos diferenciados com os
contemporâneos do artista).

Professor
José Alberto Ribeiro
16.10.2007

Trabalhos:
Ficha de Leitura _ Guia de História de Arte (Argan e Fagiolo); 10 a 15pags _ ferias do natal

Comentar um Capitulo _ Modos de Ver (Berger); pág. A4 _ dia 30 discussão na aula

Bibliografia:
A História da Arte, Gombrich, Público
Guia da História da Arte, Presença
História da Arte, Janson, Gulbenkian

O Espaço da Arte

Cronologicamente _ o fenómeno artístico desenrola-se desde a pré-história até aos nossos


dias acompanhando os movimentos de vanguarda.

Geograficamente _ Toda a arte produzida nos espaços ocupados pela raça humana
independentemente do seu desenvolvimento cultural e tecnológico.

O Conceito de Arte

O conceito de Arte define um tipo de valor. O valor artístico de um objecto é aquele que se
evidencia na sua configuração visível, ou como vulgarmente se diz, na sua forma, o que está em
relação com a maior ou menor importância atribuída à experiência do real, conseguida mediante a
percepção e a representação. As formas valem como significantes somente na medida em que uma
consciência lhe colhe o significado: uma obra é uma obra de arte apenas na medida em que a
consciência que a recebe a julga como tal.

A História da Arte como Ciência

O teórico Johann Joachim Winckelmann (1717-1769) escreveu o livro “História da arte na


Antiguidade” em 1764, com o objectivo de relatar a história do desenvolvimento artístico da arte
grega, em resposta à obra do artista Giovanni Battista Piranesi (1720-1778) “Da Magnificência e
Arquitectura dos Romanos (1761).
Inovação na obra de Winckelmann:
Obras de arte analisadas do ponto de vista estético _ utilidade e capacidade de gerar
emoções e críticas;
Um novo processo metodológico _ análise ao vivo e perspectiva crítica a fim de
apurar a sua originalidade e a mensagem inerente.

A origem da História da Arte

Com a descoberta das ruínas de Pompeia vão aparecer “achados” praticamente intactos.
Todos começam a querer ir estudar a arte Romana, passando a ser obrigatório no século XVIII fazer
a Grand Tour, que implicava uma viagem a Roma para estudar e ver as obras de Arte.
Esta época olhava para a arte medieval como se fosse uma arte bárbara, sendo a romana a
ideal.

O conceito de Arte

Como é que se decide que uma obra de arte é efectivamente uma obra de arte?
A decisão pode variar de um juízo crítico que é formulado segundo diversos parâmetros: o
belo; a imitação da natureza; cânones formais; significado religioso; Narração figurativa.
Para a nossa cultura o parâmetro do juízo é a História _ localizando-a no espaço e no tempo,
coordenando-a com outras obras coesas , explicando a situação em que foi produzida, as
consequências originadas.

Função da História da Arte


Época Contemporânea

Estética _ Estuda a actividade artística no seu conjunto, como tipo de actividade, com
motivações que a distinguem de outra.

História da Arte _ estuda a arte como agente de História. A arte é uma componente do
sistema cultural relacionada com os problemas gerais da época histórica.

Funções do Historiador de Arte

l Localizar no espaço e no tempo a obra pelas vias do confronto


l Detectar o que resta de autêntico nessa obra
l Proceder a uma leitura crítica e atenta (questionar a própria obra)
l Reconstituir a história da obra recorrendo a uma multiplicidade de análises
l Responsabilizar-se pela conservação dos documentos

Nada é definitivo em História da Arte. Tudo é posto em causa. Aquilo que era aceite como
certo poderá agora ser questionado.

30-10-2007
A condição de beleza está dependente das condições sociais e politicas (anos 20 _ Marilyn
Monroe _ loira burra; mulher objecto).
Na arte Nova a ideia de mulher é de um anjo/demónio sensual (Salomé de Óscar Wilde).
A ideia da figura da mulher foi-se modificando ao longo dos tempos devido às condições
sociais e politicas e à ideia de uma beleza subjacente.

A arte está ligada a um ideal de beleza que se mantém ao longo dos séculos _ ideal clássico
de beleza dos gregos e romanos repescado a partir do século XV. O corpo humano deveria ter a
altura de sete cabeças humanas.
Na escultura existem pontos fortes na composição ou enquadramento _ Pietá inserida num
triângulo. Na pintura isso também acontece guiando o nosso olhar para aquilo que é mais
importante na composição.
O impressionismo tratava-se de impressões. Interessava captar um momento de mudança da
natureza (efeitos de luz) uma vez que a fotografia já representava a natureza tal como ela é. Os
estudos de luz dariam uma ideia diferente daquilo que era representado habitualmente ( “impressão
do sol nascente” _ Monet).

A ARTE DEPENDE DO PINTOR, DO PERÍODO EM QUE VIVE E DO ENCOMENDADOR.

Tentações de Santo Antão _ Bosh


• a iconografia permite a identificação das personagens.

Só a partir do século XVI é que surge a tela no norte da Europa. Quando é feito em madeira
é interessante saber a proveniência da madeira _ geralmente de carvalho provavelmente do norte
europeu.

6.11.2007

Arte Egeia _ Mar Egeu


Vai originar a Arte Grega (as peças Cretenses são uma ponte entre a arte Egípcia e a Egeia)

Creta
• Civilização desenvolvida, palacial com características arquitectónicas que vão influenciar os
gregos;
• Aristocracia mercantil;
• Desenvolvimento da arte dos palácios, complexos arquitectónicos labirínticos com pátio
central e muita cor;
• Pintura em vasos cerâmicos e em frescos;
• Gosto pela cor;
• ligado ao comércio;
• Armanezamento dos produtos;
• Coluna exterior como elemento decorativo;
• Profusão decorativa;
• Sucessão de pórticos e vãos que levam ao pátio;
• Sociedade festiva;
• Motivos festivos e elementos marítimos;
• Nada ligada à guerra;
• Influência Egípcia na representação da figura humana _ sempre em perfil com olhos grandes
sobre fundo liso;
• Na escultura dá-se uma evolução devido à concepção que o homem vai tendo de si próprio _
feito à imagem dos deuses que veneram.

Na Grécia começa-se a construir as cidades numa organização militar. Cidades estado com
governos diferentes, conquistadas por Atenas criando o povo Heleno.

Planta de um Templo Grego:


Plantas rectangulares rodeados por colunas e com 3 salas: uma rectangular _ Cella ou Naus
_ onde estava a figura do Deus e duas mais quadrangulares por onde se entrava _ Pronaus.

Figuras como Colunas:


Femininas: Cariátides
Masculinas: Atlantes
8.11.2007
Arte Grega
Contexto Histórico -Cultural
• terreno seco e árido com uma agricultura baseada na azeitona, no azeite e na vinha;
• virada para o mar e para a expansão marítima;
• povos oriundos do Oriente _ Hindo-Europeus guerreiros que se dedicavam ao comércio;
• Cidades estado com grande crescimento populacional, prosperidade comercial e militar;
• cultura baseada na cidade, no desenvolvimento de infra-estruturas ligadas ao cidadão e à
cidadania (desaparece na idade média e retoma com o ilusionismo no século XVIII, rebuscada
da antiguidade clássica);
• A polis é o grande centro de actividades politicas, comerciais e da cidadania suportada pela
agricultura das zonas rurais.

No século XVIII surge a ideia do panteão nacional onde eram colocados os heróis _ até à
altura apenas eram homenageadas as figuras mais importantes da cidade.

Ágora _ praça da cidade onde os cidadãos se reuniam para discutir assuntos públicos. Era à
volta desta praça que se reunia o poder: os edifícios mais importantes.
Acrópole _ zona elevada da cidade onde eram colocados os templos.

As cidades estado começam-se a ligar espalhando a sua cultura ao mediterrâneo.No século V


a.C. Começa a haver muitas ligações com as zonas orientais criando-se uma ponte com a arte destas
zonas. Atenas torna-se a cidade-estado mais importante.

Democracia:
• Cidadãos _ filhos de Atenienses
• Comerciantes
• Escravos _ ao serviço de alguém

Deuses:
Deuses antropomórficos com qualidades e defeitos tal e qual como os humanos:
• Zeus _ figura do Deus Cristão
• Poseidon _ mares
• Atenas _ inteligência
• Apolo
• Dionísio
• Hera
• Demeter
• Hades _ infernos
• Afrodite _ Beleza e amor
• Hermes _ comércio

As formas de culto consistem em orações com oferendas e sacrifícios em altares em frente


aos edifícios. Na Cella era guardada a divindade e eram colocadas as oferendas. Os sacrifícios eram
realizados no exterior.

Arte
Toda a arte é feita à imagem do homem baseada na medida, forma, proporção com cânones
estabelecidos para a criação. Alguns destes tratados (cânones) irão ser fundamentais para o
renascimento no século XVI.
A arquitectura tem um papel muito importante quer para abrigar divindades como para as
questões cívicas.
Tipologias:
• Teatro _ ao ar livre. A cultura da representação teatral era cultivada e valorizada pelos
cidadãos;
• Templos Religiosos _ edifício mais importante. Lugar de protecção da divindade.
O acesso ao interior do templo não era livre para todos sendo que a maior parte das festas
religiosas eram feitas no exterior para os cidadãos.

Sociedade que se desenvolve muito politicamente e expansionalmente.


Ao nível da escultura também se dá uma evolução muito nítida.

Período Arcaico
• Muito ligado ao Egípcio;
• ( Koré _ figura feminina; Kouros _ figura masculina);
• Figuras hierárquicas;
• Rigidez da pedra e dos cânones;
• Mãos presas ao corpo;
• Pouco movimento exclusivo à posição das pernas _ uma mais à frente da outra;
• olhos muito grandes;
• cabelo estático preso à cabeça e encaracolado.
Grande evolução da escultura de vulto:
• figuras de pé;
• jovens atléticos nús;
• mulheres quase sempre vestidas;
• figuras pintadas com pigmentos muito fortes
• (650-60 a.C.)

Poseidon
• século V;
• libertação dos cânones egípcios;
• domínio total dos materiais;
• preferência pela figura humana;
• noção de simetria (dimensão de sete cabeças);
• gosto por objectos luxuosos vindos da Ásia Central;
• qualidade e mestria excepcional
• procura do movimento ( Discóbulo _ 450 a.C.; Niké de Samotrácia _ 200 a.C.);
• procura do realismo do panejamento;
• grande dinamismo;
• Cuidado no tratamento da figura;
• idealização (pedra tumular de Higeso)

A escultura grega acabou por perder-se mas os romanos realizaram cópias fiéis que
chegaram até aos nossos tempos.
O corpo humano era visto de modo diferente pelos gregos/romanos e pelos cristãos, uma vez
que aqui era um ideal de beleza que deveria ser visto/observado.

Século V a.C. _ período clássico da arquitectura e da escultura com um refinamento muito


grande. Vai-se decorar e remodelar a acrópole de Atenas.
Tendência grega da eterna evolução dirigida ao realismo. Acentuação de pormenores menos
idealizados.
O helenismo é a forma pura e correcta (século IV a I a. C.) tem a ver com a fusão dos
gregos com os romanos. É com Alexandre Magno que a Grécia atinge o apogeu expansionista. Com
a sua morte o império é dividido em:
• reino do Egipto e da Síria (Ptolomeu);
• reino da Macedónia;
• reino da Ásia Central;
• reino de Péridan (?)
Com esta desfragmentação, os romanos ganham vantagem sobre esta civilização ao
assimilar os seus costumes. Surge a biblioteca para consulta dos cidadãos, o conceito de Museu
(feitos a partir das conquistas e aberto aos cidadãos), progressos na medicina, matemática e
filosofia.
No Helenismo aparecem os capitéis coríntios que vão evoluindo num sentido de maior
decoração utilizando a folha de ábaco.

3 templos na acrópole:
• Erectheion _ planta irregular;
• Parthenon _ rectangular (maior dos 3);
• Prospileus _ templos que rodeavam o acesso à acrópole com a estátua da deusa Atena à
frente da escadaria central.

O belo é a medida de todas as coisas, feito a partir da figura humana e da sua dimensão.
A estética (teoria do belo) vem da filosofia grega e tem a ver com o seu espólio de imagem.
No século XI a. C., os pictagóricos foram os primeiros a dizer que o belo era sinónimo de harmonia
e proporção. Estes ideais deveriam ser respeitados em todas as formas artísticas do ser humano e no
corpo humano.
“Existem modelos perfeitos para todos os objectos” _ definição de belo para Platão _ “A arte
imita não a ideia mas o ser sensível”, é no próprio objecto que se encontra a harmonia e a
percepção. A arte é a cópia da cópia da cópia do real.

Aristóteles:
A estética era como uma poética que tinha um significado de construção de algo. O artista
deveria submeter-se a uma série de regras do artesão para criar algo que fosse considerado belo.
Surge a ideia de que a arte depende da razão mas deve-se submeter a normas que são
eternas. A estética clássica tem dois fundamentos:
• Procurar no mundo objectos belos já por si _ homem;
• Analisar as proporções que serão úteis para normativa.
Objectivo _ existem coisas belas em si, sobretudo na natureza.
Normativo _ existem normas a seguir.

13.11.2007
Arte Etrusca
• acompanha a Grécia mas não personifica o belo ideal;
• recebe influências de Grécia e Roma pois situa-se na Península Italiana;
• apogeu _ século VI a.C.; Queda _ século V quando se inicia o apogeu de Atenas;
• situa-se na Toscania e por isso eram muitas vezes designados por Toscanos;
• civilização urbana com regime monárquico;
• no século VI passam a ser assegurados por uma magistratura da aristocracia;
• viviam das minas e do intercâmbio de minerais (?);
• Panteão de deuses próprios e de alguns que são iguais aos gregos;
• o culto dos mortos é muito importante sendo retratado o defunto no seu túmulo;
• importante contributo relativo à arte funerária _ preocupação elo retrato (lado real da
apresentação dos defuntos) _ aparece reclinado em cima de uma cama de maneira
descontraída;
• a arquitectura não é feita com uma base teórica nem com base nas proporções _ uso de
materiais mais expressiveis como a argila; A parte mais importante dos edifícios era a fachada
elevada do solo com um frontão em madeira e o telhado cheio de esculturas;
• as suas casas estão sempre orientadas em torno de um pátio central com um poço;
• muito importante a decoração das esculturas e dos tímpanos..

Em termos de arquitectura funerária, o túmulo era a casa do defunto sendo tratado conforme
merecia (se tinha ou não dinheiro), sendo representadas imagens do quotidiano. Podem aparecer
cenas em baixo relevo relacionados com a vida do defunto. Os túmulos eram colocados em câmaras
funerárias sendo criado um caminho _ espécie de ritual. A câmara sepulcral é colocado sob ma
abóbada cónica. Possuía colunas em baixo relevo feitas com terracota que representavam os
instrumentos de trabalho do defunto.
Este povo começa a inovar ao nível da utilização do barro, fortificações em pedra,
construções de pontes, aquedutos, entre outros.

Ao nível da escultura dá-se um decalque muito grande aproximando-se do período do grego


arcaico com roupagens coladas ao corpo e sustentadas por um género de pirâmide, sendo
trabalhadas em barro e terracota.
As pinturas que sobreviveram até aos nossos dias são as que se encontravam nas câmaras
funerárias com características muito semelhantes mas sem a qualidade de Grécia e Roma. Tinham
dificuldade na representação tridimensional da figura (muito parecido à arte Mesopotânia e muito
ligada á arte egípcia _ representações em perfil, olhos expressivos) preocupando-se em transmitir
movimento. Cores mais utilizadas: ocres e vermelhos vivos.

Roma
Os romanos utilizam a imagem como propaganda ou poder, vivendo das conquistas militares
e englobando aquilo que vão aprendendo de outros territórios. Para mais facilmente se deslocarem
criam as estradas de pedra, aquedutos para fazerem chegar a água aos outros territórios, o anfiteatro
para as diversões e o forúm. A sua língua oficial é o latim.
O mediterrâneo era local de trocas constantes de produtos (principalmente do oriente) com
uma unidade cultural e política. Até aos descobrimentos este ciclo do mediterrâneo perdurava,
deixando de existir por esta altura pois os produtos deixam de circular no mediterrâneo.

• Fundação de Roma _ 753 a.C.


• A partir do século VI, Roma vai alargando o seu território;
• No século V organizam-se militarmente, codificam as suas leis e conquistam a Gália;
• No século III e II conquistam o norte da Grécia, Ásia Menor e Palestina;
• Século I a.C. _ grande apogeu imperial de Roma e do Egipto (com a derrota de Marco
António e Cleópatra, o Egipto passa a ser vassalo de Roma);
• Século I d.C. _ grande apogeu territorial (chegam a Inglaterra);
• Século V a I a.C. _ República
• A partir do século I _ governo imperial até 466 d.C. altura em que cai o último imperador
romano no Ocidente, dividindo-se o império em 2 _ império do Ocidente e império do
Oriente.
• Em 313 d.C. o imperador Constantino _ o primeiro a converter-se ao Cristianismo _ faz o
édipo de Milão que permitia liberdade de religião. O Cristianismo passa de uma de muitas
religiões a oficial do estado romano.
• Características: exercito, latim, rede de vias de comunicação, o direito romano, existência de
um poder centralizado e o direito à cidadania.
• Civilização baseada na cidade (polis), economia mercantil (de produtos), produção de azeite,
vinho, cereais e exploração mineira (ocidente), produtos de luxo (oriente).

Inovador na Arte Romana


Os romanos eram grandes engenheiros com um grande gosto pela monumentalidade, pela
representação realista e pela decoração arquitectónica e escultórica.
O panteão de deuses é retirado do mundo grego que são parte constante do quotidiano. A
representação das divindades romanas têm elementos identificativos e que aparecem ao longo da
História de Arte.
No topo da pirâmide social estavam os magistrados e os governadores, seguidos pela ordem
de cavaleiros, plebe e finalmente os escravos.
Instituições durante a república _ 3 órgãos principais:
• magistrados _ poder executivo;
• senado _ parecer sobre as leis;
• assembleia _ elegia os magistrados, composta por cidadãos.

No período imperial com as guerras civis, sucederam-se vários magistrados na luta pelo
poder até passar a haver um imperador _ poder centralizado e mistificação do imperador.

Origens da Arte Romana


A arquitectura: fóruns, coliseus, Arcos do triunfo (alusivos a campanhas militares ou
comemorações de um determinado feito); tinha como função a propaganda e poder.
Sofre influências da arte etrusca e Grega (sabem que a Grécia foi uma grande civilização.
A cidade de Roma funciona como modelo urbanístico para muitas cidades. Torna-se a maior
cidade de Itália e do mediterrâneo rivalizando com a cidade de Bizâncio _ Constantinopla (actual
Istambul).

Arquitectura semi-religiosa
Parte do fórum romano onde estavam os edifícios relacionados com o poder onde se
concentrava o poder judicial e político-administrativo:
• Régia _ local onde eram adoradas as divindades relacionados com os valores heróicos da
república
• Comécio _ assembleia popular para discussão dos assuntos relacionados com a vida do povo.

Arquitectura Civil
• bairros de habitação com cerca de 5 andares (insulae) com escoamento de esgotos
subterrâneos feitos a tijolo ( a água faz parte da civilização por isso existe uma preocupação
em construir perto de água e quando isso não acontecia construía-se aquedutos);
• basílica (planta rectangular com ou sem pórticos exteriores divididos e naves interiormente e
num dos lados existe uma abside circular, servindo para administração judicial e cerimónias
públicas);
• Fórum.

15.11.2007

Pintura Romana
• realizada em superfície de parede _ frescos;
• 1ª fase: enquadramentos arquitectónicos simples _ gradualmente vão-se inserindo outros
elementos pintados ilusionistas nas paredes que enquadram os quadros (não ocupam as
paredes inteiras);
• cenas mitológicas;
• reprodução de janelas que permitem ver outros edifícios arquitectónicos;
• grande efeito ilusionista;
• as cenas costumam representar o quotidiano do dono.

3 cidades importantes conservadas pelo vulcão:


• Herculano
• Presto
• Pompeia
• Os pigmentos eram inseridos em conjunto com a argamassa e por isso as cinzas terão
conservado as pinturas. Grande predominância das cores. Arte muito realista.

Octávio César Augusto _ escultura do século I d.C.


• propaganda do poder;
• foi difundida por todo o império.
Paz Romana:
• conceito muito importante para os romanos;
• onde quer que fossem os romanos ofereciam esta paz aos países conquistados.

Arte Pré-Cristã:

Paleocristã
• Começa por ser um culto escondido em Catacumbas. Era aqui que eram realizados os ofícios
e eram sepultados os cristãos.
• Preservação do corpo devido à crença da ressurreição _ sepultamento ao invés da cremação;
• Começam a ser reunidos textos que terão dado origem à Bíblia;
• A partir do momento em que surge a Bíblia, esta começa a servir de inspiração aos artista. Os
textos bíblicos são recebidos como verdadeiros e começam a inspirar as missas, ua vez que
contam a vida dos santos;
• Surge a Bíblia dos pobres _ mais resumida;
• Surgem novos símbolos.

Quando Constantino muda a capital de Roma para Bizâncio (Oriente) _ deslocação do


eixo político) _ dá-se a mudança do nome da cidade para Constantinopla. Constantino decreta o
édipo de Milão que permite a arte religiosa por volta do ano 323.
Surge a necessidade de construir templos cristãos no exterior, com símbolos que se
encontravam nas catacumbas. Surge o cordeiro (esta arte começa por não utilizar a figura humana
porque tudo tinha de ser codificado), a pomba (paz), o peixe, a âncora (de inspiração grega) que
simbolizava a fé. Os cristãos trajam à maneira do império romano e os primeiros mártires (e mesmo
a figura de Cristo) aparecem vestidos de branco e com os braços abertos. No inicio não aparece a
imagem da cruz pois era na altura considerado um símbolo de vergonha (crucificação).
Os temas da missa eram retirados do antigo testamento e a arte passa a ter um papel
formativo e extremamente importante na transmissão de informação sobre os dogmas e da visão do
mundo. Iniciam-se as viagens de peregrinação relacionadas com a história de Cristo e dos
Apóstolos.
Esta nova religião terá influenciado a própria criação pois necessitava de construir as
igrejas de passagem/peregrinação

Basílica de São Pedro (333 d.C.)


• Cruz latina;
• corpo central mais elevado para a criação de janelas;
• todo o eixo é orientado para a capela-mor onde está retratado o santo que é homenageado na
igreja ou uma cena da vida de Cristo;
• a imagem de Cristo começa por ser a de um jovem pastor mas depressa se torna no Cristo
Pantocraton

As igrejas bizantinas desenvolveram-se com um grande átrio à sua frente que


servia de preparação e transição do mundo profano (da cidade) para o mundo sagrado (da igreja).
Surgem as cenas descritivas no interior das igrejas mas dispostas de modo
hierarquizado. Assim, no alto ficava a figura de Cristo Pantocráton (figura de um homem barbado e
aterrador, sentado num trono ou colocado numa atitude de benção _ decalcado da figura do Zeus
romano no Olimpo) dentro de uma mandorla seguida das outras imagens. Esta imagem de Cristo só
desaparece com a ordem de São Francisco de Assis.
O gosto pelo dourado é visível em todas as obras. O estilo decorativo
acompanha todo o interior da igreja, desde o tecto até ao chão.
Esta arte Bizantina é quase exclusiva da zona oriental à excepção de Veneza.

A partir do século V d.C. todo o mundo ocidental se torna fragmentado. Os


povos ditos bárbaros vão-se elevar e conquistar cada vez mais _ no norte vão superar a barreira
romana e criar pequenos povos. No entanto a herança romana não se irá perder.

1453 _ Queda de Constantinopla

Características de Constantinopla:
• Gosto pela ostentação e excessiva decoração;
• utilização do ouro e mosaico por todo o lado;
• grande problema de representação iconográfica;
• a partir do século VI a figura principal é Cristo mas começa a aparecer e a ganhar
importância a figura da Virgem com o menino ao colo (legitimada devido à presença de
Cristo).
• A questão da mulher e da divindade da mulher era muito sensível, numa altura em que se
debatia se a mulher tinha ou não uma alma.
• Cristo não transmite uma ideia de sofrimento _ é intocável, superior.

Igreja mais conhecida no Oriente:


Magna Sophia _ Constantinopla 532-537
Após a queda do Cristianismo no Oriente, torna-se uma mesquita sendo
inseridos à sua volta 4 minaretes. Este edifício foi considerado património mundial pela UNESCO.

No século VIII surge a questão iconoclasta contra as imagens humanas _ o papa


proibe a utilização das imagens no interior das igrejas originando uma generalização dos símbolos
que os representa (S. Marcos _ leão; S. João _ Águia).
No Ocidente, as imagens não são completamente abolidas mas esta proibição fez
com que quando se produziam imagens, estas eram pouco realistas. Esta questão faz com que a
pintura religiosa produzida no Oriente ficasse estagnada.
No século IX a iconografia é abandonada. Surge um cânone de representação: a
representação é muito simples. Ela é esquematizada.

1º presépio _ século XIII feito por São Francisco de Assis

A partir do século IX passa a haver uma organização que terá reflexos religiosos
por toda a Europa _ os mosteiros.
A Europa é um espaço de construção de países com guerras militares, alterações
politicas, sendo importante a função dos mosteiros como recolha do saber. Quem sabe ler, nesta
época, são os copistas e os monges _ importância da escrita e da arte da escrita (iluminuras).
Estas artes monásticas fazem surgir novas ordens religiosas _ mais simples e
ligadas À pobreza.
Nenhum estado sobrevive sem a aprovação do papa _ a igreja era a ONU da
época.
Posteriormente foram colocadas grandes torres nas zonas de Ferrara, Siena, e
Ravera que poderiam servir de chamariz para as igrejas.
Utilização da cruz latina no Ocidente e da cruz grega no Oriente.

20.11.2007
Idade Média
Conceito do século XIX para designar o período que está a meio de algo _ entre
a queda do império romano e o inicio do renascimento na Europa. Era habitualmente designado por
1000 anos de escuridão porque foi o espaço de tempo em que a herança clássica fez menos sentido.
Depois do século V com a queda do império romano do ocidente, este vai-se
fragmentar procurando conquistar territórios para se expandir. _ invasões de povos bárbaros. No
caso Oriental, como tinha fronteiras muito definidas, isso impediu as invasões bárbaras.
A partir deste século os povos bárbaros vão formando novos territórios e
acrescentavam à arte que estava a florescer (românica) características das suas artes e por isso é que
a arte românica não é igual em todos os lados.
No século VIII, no reino Francês, surge Carlos Magno, rei cristão que conquista
vários territórios, ganha o título de protector dos territórios do papa e vai-se coroar imperador do
sacro-império romano germânico a 25 de Dezembro de 800 (em 1800 Napoleão vai tentar fazer o
mesmo).
Dentro desta nova organização política vai aparecer um género artístico que se
denominava por arte Carolíngia. Surge assim uma França centro produtor artístico em consequência
do retraso dos muçulmanos que ameaçavam França pela península Ibérica. Os muçulmanos eram
tolerantes e conviviam com os cristãos conquistados, mas o contrário já não acontecia.
Toda a arte que se faz é de propaganda de poder que mostra ao observador qual o
seu lugar na escala da sociedade. Esta arte é uma simbiose entre a tradição do legado clássico e o
que os povos vão fazer nesta altura.
Dá-se um incentivo ao desenvolvimento das artes e da cultura, ensina-se junto
aos mosteiros e conventos, fazem-se cópias de autores estrangeiros e clássicos desenvolvendo-se a
iluminura e a ourivesaria.
Renovação artística_ importa transmitir uma ideia, a maneira de representação
das figura nunca deixa de ser a romana num universo inspirado no mundo cristão.

Capela Palatina (real) de Aix-la-chapelle


• planta redonda;
• marcação hierarquizada do espaço _ o 1º piso para os fiéis e a tribuna superior para os
príncipes;
• arco de volta perfeita e abóbada de berço;
• colunas decalcadas da antiguidade romana;
• aparecimento de nova decoração escultórica;
• possui já elementos que serão românicos.

É ao nível da escultura que se “conta a história bíblica” aos fiéis no período


românico. O edifício começa a crescer verticalmente (grandiosidade da morada do senhor) e
desenvolve-se mais o deambulatório.
O românico tem o apogeu entre o século XI e XIII. Em termos de imagem há
uma tradição clássica que vai ter uma base teórica de pensadores e tóricos da igreja que olham para
o mundo desaparecido e aproveitam-no.
A arte era considerada uma forma de conhecimento. A execução dos objectos
tinha como objectivo doutrinar os fiéis _ impressionando-os e ensinando-os. Era baseada na
espiritualidade cristã onde a ideia de beleza tem sempre por detrás uma ideia de ascendência _
maravilhar pela espiritualidade. Originar mais espiritualidade.
A funcionalidade do prazer estético criado tinha como funcionalidade a
promoção da figura de Deus. Não existiam grandes artistas. Os ensinamentos eram transmitidos de
artesão para artesão É o trabalho do artesão que vigora – o artesanal.

Abadia _ deriva de abbas _ abade. Designa uma comunidade autónoma e independente. Complexo
de edifícios que acolhe uma comunidade religiosa.

Convento _ deriva de conventus _ reunião. Conjunto de casas de frades e monges pertencentes a


uma ordem, construídos na maior parte dentro das cidades.

Arquitectura:
• cúpulas cobertas com escamas;
• arcos de volta perfeita;
• muitas esculturas como decoração;
• Cristo e Virgem em mandorla;
• capitéis clássicos.
Escultura:
• cenas religiosas _ alusivas aos trabalhos, vida no campo, quotidiano do fiel para que este se
identifique;
• representações das épocas do ano para situar o homem;
• mundo fantástico/bestiário _ todo um universo que ajuda a mostrar o lado fantasioso do
artista, ligado ao exótico e cheio de monstros que se ligam ao quotidiano para lembrar aos
fiéis que o mundo fora da igreja é o mundo do mal. O feio libertava o homem do sensível e
aproximava-o do divino (bom = belo; mau = feio);
• os temas pretendiam contar algo o fiel _ vida de santos, evangelhos...;
• A figura da virgem e da mulher ganha maior importância em relação às primeiras
representações. É sempre uma figura em submição ao filho. É Maria que vem redimir os
pecados de Eva e por isso as duas imagens eram muitas vezes colocadas perto uma da outra
para se fazer a assimilação.
• Alem da figura de Cristo Pantocráton vai aparecer a Virgem em Magestade que surge como
uma figura moderadora;
• A temática acaba por mostrar que os fiéis devem mostrar uma certa obediência _ tinham que
prestar contas a um juiz supremo no final;
• os capitéis são trabalhados com mais liberdade e com alguns elementos tradicionais;
• as iluminuras eram muito trabalhadas;
• trabalham-se os tetramorfos _ S. Marcos, S. Mateus, S. Lucas e S. João representados sobre a
aparência de animais.

22.11.2007
Românico _ Gótico

A arte românica sofre uma regionalização devido à presença dos povos bárbaros
_ o seu triunfo levou à perda do gosto pelo Greco-Romano influenciando e trazendo consigo novos
tipos de arte.
A arte torna-se mais austera porque não procurava um diálogo com o homem _
impõe a sua imagem, transmitindo uma evangelização constante através das imagens, dos temas
relacionados com a ideia de um Deus terrível, assustador, e com a ideia do juízo final _ mensagem
do castigo eterno.
Dá-se uma mudança da mentalidade.

No século XIII a Europa desenvolve-se, as cidades crescem com construções em


madeira, estabelecem-se nas cidades as ordens mendigantes que iram provocar mudanças na arte.
Surge assim a ordem de São Francisco que defendia a pobreza de Cristo para alcançar a pureza de
espírito.
O aparecimento destas ordens vão contribuir para o aparecimento da arte Gótica
que tinha como objectivo chamar os fiéis. Interiormente o gótico deixa de assustar o fiel como
acontece no Românico. A luz tem um papel fundamental no gótico através do aparecimento do
vitral.
Dá-se uma mudança na figura de Cristo. Surge como um homem contorcido na
cruz com o objectivo de mostrar o seu lado humano. Dá-se também um incremento maior ao culto
dos santos e mártires que dão a sua vida pelos seus ideais.
No século XII dá-se a construção das grandes catedrais góticas:
• hierarquizadas,
• em cruz latina,
• com uma luz especial dada pelo vitral como se fosse a luz divina a entrar na igreja ( a
presença do divino).

No século XV surge uma nova proposta visual e cultural _ Renascimento


A imagem religiosa perde a exclusividade da representação _ surgem temas
mitológicos devido à capacidade crítica de olharem para o passado desligado da religião. Os artistas
não eram menos cristãos por criarem obras com estes temas. No entanto, esta conciliação entre os
dois mundos não será pacifica estando ligada à corrente filosófica do neoplatonismo (Platão).
Dá-se uma evolução no estatuto do artista _ surgem os grandes artistas
individuais e de renome. Surgem também os grandes encomendadores que querem encomendar
obras a um determinado artista (que se torna mais intelectualizado devido ao contacto com os
humanistas). Assim, o encomendador começa a ser representado nas obras encomendadas sendo
uma figura supérflua na obra mas que deste modo fica na história.
Nos quadros religiosos a hierarquização começa a ser dissipada _ mudança da
mentalidade do homem _ o homem é o centro de todas as coisas.

4.12.2007
Arte Renascentista
• depois do ano 1000 toda a Europa entra em desenvolvimento, em especial a partir do século
XIII;
• vida ideal _ vida da pobreza à imitação da vida de Cristo;
• As imagens deixam de provocar medo e passam a sensibilizar (Cristo sofredor);
• Entre os séculos XIII e XV dão-se grandes mudanças politicas e culturais e o homem do
renascimento tem consciência de que vive em tempos diferentes _ eríodo de extrema
importância;
• Séculos XV e XVI _ período conturbado politicamente em que a Europa se começa a abrir
para novos territórios o que origina uma maneira diferente de olhar o mundo;
• o renascimento é um renascer da arte porque se vai inspirar na arte grega e romana _ 1º
revivalismo histórico;
• até ao século XVIII a arte vai ser predominantemente clássica e tendo sempre presente os
tratados clássicos;
• Nova forma de encarar a religiosidade/representar sem os temas religiosos;
• a inquisição e o concilio de Trento vão ter um papel fundamental na arte;
• Desaparece o tema da virgem do leite, da virgem do ó e a virgem passa a ser sempre
representada com um manto azul;
• O Barroco vai estar muito ligado à religião _ é uma festa, exagero, encenação constante _
igreja triunfante ligada ao maravilhoso e ao grandioso;
• a partir do renascimento vai haver uma arte desligada da religião;
• aparece o tema do retracto;
• surgem grandes escavações que permitem ao homem compreender a arte greco-romana como
a melhor;
• O artista está mais liberto porque não se limita à religião;
• mudança da mentalidade devido ao neoplatonismo;
• temas: mitologia Grega e Romana;
• arte elitista – implica o conhecimento da mitologia e dos autores clássicos;
• mudança radical do estatuto do artista _ surgem os grandes mestres que eram figuras
distintas.

Até ao renascimento o trabalho era de oficina. Havia um mestre que retocava o


trabalho dos artesãos. O nome do artista começa a ganhar maior importância e as obras são
encomendadas ao artista. O artista deixa de ser um artesão passando a ser visto pela sua
individualidade, passando a ser um intelectual que é reconhecido para toda a eternidade.
As imagens do renascimento tornam-se extremamente complexas e dá-se uma
maior distinção entre a obra e o público com o concilio de Trento (1545 – 1563).

Gótico:
• grandes catedrais _ grandes construções da Europa.
• Novas capacidades técnicas;
• novo conceito de religiosidade devido à ideia de proximidade do fiel ao mundo espiritual;
• técnica do vitral;
• edifícios crescem em altura:
• terá sido uma evolução do românico;
• terá nascido na zona de Paris pela sua estabilidade politica que permitiu um poder mais
centralizado e uma classe social que ajuda a suportar o custo das encomendas _ classe
burguesa endinheirada que deseja o reconhecimento social.
• A filosofia cria um novo entendimento do mundo;
• As grandes realizações artísticas passam a ser um testemunho de fé, da criação de Cristo
pelas mãos do artista _ a obra de arte passa a ser um canal para expressar a vontade de Cristo.

Do século XII até ao século XVI a arte Gótica está espalhada por toda a Europa.

Catedral Gótica:
• verticalidade acentuada;
• simplificação/redução da caixa mural (sensação de leveza)
Novo conceito trazido por São Francisco de Assis _ “as minhas
irmãs pedras” _ ideia de panteísmo na natureza _ Deus manifesta-se em todas as criações da
natureza e do homem _ maior humanização da figura humana nas representações uma vez que
interessava levar o homem à piedade e não ao terror.

Características:
• abóbadas de cruzaria de ogivas que permitiam uma maior subida da altura;
• arcos quebrados;
• paredes menos grossas suportadas pelos contrafortes;
• leveza e elasticidade;
• rasgamento de grandes vãos;
• tapeçarias que eram mudadas todas as estações;
• chão policromado com panos e palha para aquecer.

As grandes catedrais vão estar associadas ao poder politico _


demonstração de poder.

Na transição para o renascimento, e mesmo nos outros estilos, existe


sempre uma continuidade e contaminação dos “universos” anteriores.

Escultura:
• A escultura é cada vez mais autónoma em relação à superfície arquitectónica;
• Surge a escultura de vulto em maior quantidade;
• Ideia de movimento dado por um posicionamento em S;
• Individualidade das caras;
• Tendência para o realismo (aperfeiçoado ao longo do período Gótico);
• Desaparecem os monstros aterrorizadores e a cena do juízo final deixa de ser a principal;
• A figura de Cristo em benção ou rodeado por anjos, e a figura da virgem tornam-se mais
importantes.

Pintura:
• Dão-se mudanças significativas na concepção espacial da cor no século XV;
• Maior importância _ pintura flamenga que vai influenciar a pintura portuguesa;
• Composições retabulares que formam conjuntos;
• Grandes composições;
• Temática religiosa;
• Aparecem novos temas _ profanos: retratos a ver com a situação económica e com a vida
quotidiana;
• Espaço muito dividido _ hierarquização na própria pintura que formam um todo no final;
• O camponês é representado um pouco ridicularizado;
• As figuras são sempre reais (mesmo as divindades) _ realismo na representação;
• Aparecimento de objectos do quotidiano que representam a época;
• Demarcação e subdivisão do espaço;
• Cores vivas.
• Surge a pintura a óleo _ pigmentos ligados com óleo de linhaça que permite criar diferentes
transparências na pintura;
• A pintura flamenga já começa a introduzir a perspectiva na forma como as figuras são
colocadas;
• Marcação do claro/escuro acentuando o realismo;
• Capacidade de representação realista realista ao mais pequeno pormenor _ representação da
realidade absoluta.

Van Eyek
• Tema religioso;
• Representação do papa como Deus pai com atributos de grande monarca;
• Do lado esquerdo _ virgem;
• Do lado direito _ o evangelista S. João;
• No chão, as próprias linhas do azulejo encaminham o olhar para a figura central;
• Em baixo: representação do cordeiro rodeado de anjos que representa Cristo;
• Representação da fonte da vida;
• Cena Solareira;
• Ao redor estão os vários estatutos da sociedade divididos que admiram a cena central;
• cores vivas.

6.12.2007
Renascimento:
O renascimento que mais marcou a sua posição na Europa foi o Italiano. Inspirado no
mundo Greco-Romano, foi uma autêntica revolução cultural pela sua maneira diferente de encarar a
vida onde o homem tem um papel importante.
A partir do século XV aparecem novas ideias e comportamentos renascentistas. É um
movimento cultural que vem por em causa a concepção medieval do homem rebuscando uma
concepção plástica de inspiração no mundo antigo e em todo o mundo filosófico do homem.
A concepção principal tem a ver com a centralização e valorização do homem _
Antropocentrismo.

Porquê em Itália?
• Os vestígios greco-romanos estavam espalhados por tudo o território romano (Itália);
• Devido à procura do lado racional, humano, individualista,da harmonia e do rítmo;
• Houve a possibilidade de concorrência artística que possibilitou o aparecimento de muitas
obras;
• Houve um mecenato constante de encomenda de obras de arte _ em torno destes “soberanos”
havia uma corte de artistas que trabalhavam para eles, havendo inclusivamente alguns artistas
que trabalhavam no exterior glorificando o seu mecenas;
• Passamos a encontrar a valorização do artista (como trabalho de criação) sendo equiparado às
elites intelectuais;
• Humanismo presente na glorificação do homem.

Até à primeira metade do século XVI existe o homem têm consciência de que está a
caminhar para o bem da humanidade. _ Valorização de Platão e Aristóteles.
Dá-se uma deslocação do saber e do poder que deixa de estar ligado à igreja e passa a estar
na figura do erudito (que fala línguas clássicas, tem conhecimento da literatura...)

Como se concilia o panteão pagão com o universo cristão?


Tem a ver com as novas ideias filosóficas do final do século XV: o neoplatonismo, onde há
uma reinterpretação das ideias de Platão (a criação do artista passa a ser interpretado como algo
tocado por Deus _ assim, continuam a ser representados temas pagãos mas com um duplo
significado).

Dá-se um procura por desenvolver o conhecimento sobre o próprio mundo _ surgem os


descobrimentos em Portugal e aparecem os mapas. Até aos descobrimentos, o mapa do
conhecimento do mundo era representado por vários territórios que possuíam um lago no meio, ou
seja o mediterrâneo, ideia que é posta em causa no século XV.
Dá-se também um interesse pelo conhecimento cientifico _ tentativa matemática de
conhecer o universo e o mundo.

O renascimento nasce em Florença no século XV (altura em que surgiram as ideias


principais) mas o seu grande apogeu é no século XVI, e é Roma que será a grande difusora do
renascimento na Europa.

Cúpula da Catedral de Florença _ Brunelleschi:


O tambor desta cúpula era demasiado largo e não conseguia suportar o peso de uma cúpula
normal. Assim, Brunelleschi produz duas cúpulas montadas uma sobre a outra. _ Estas construções
eram uma maneira dos artistas mostrarem que possuíam um maior conhecimento técnico e de
Florença mostrar que é a primeira cidade a iniciar o renascimento (Não esquecer que a cidade de
Florença era a cidade dos Médicis e estas construções eram uma maneira de afirmação do poder
sobre a forma do espectáculo.

Interior da Igreja de Santo Espírito


• abandono do tradicional;
• inspiração clássica;
• nada de conotação religiosa;
• harmonia e equilíbrio sempre presente _ Mundo Clássico que se quer equilibrado e
harmonioso.

Começam a circular tratados de arquitectura, tanto antigos como do próprio século XVI
(Serlio e Palladio). Estes tratados diziam como cada coisa deveria ser feita. Tudo está pré-
estabelecido mas havendo lugar para a originalidade. A utilização de um tratado é um modo de
definir as proproções daquilo que é realizado. Assim, começa-se a utilizar a perspectiva criando
espaços homogéneos que, a partir de um ponto de fuga, criam linhas principais que orientam o
olhar.
Continuam a ser feitos interiores (decoração escultórica) em estilo Gótico mas com
características italianas, devido às descobertas de vilas romanas dentro de grutas, no século XVI,
que vão originar os grutescos (motivos inspirados na mitologia Greco-romana como caveiras e
animais fantásticos _ pequenos motivos decorativos que se interlaçam mas que não são completos).
O homem é colocado ao mesmo nível dos materiais e da arqitectura.

Até ao século XIX Roma será o grande centro de aprendizagem _ ideia de aprendizagem
pela observação de imagens, da cópia do antigo. A partir deste século os centros deslocam-se para
Paris.

Escultura
É em Florença que aparecem as primeiras esculturas que serão referencia no século XVI
rebuscadas do mundo clássico.
Em 1401 realiza-se um concurso para a construção das portas do baptistério numa Florença
mercantil que rivalizava com outras. São muitos os artistas que concorrem, entre eles Brunelleschi,
mas quem ganha o concurso é Ghiberti graças ao seu domínio perfeito da perspectiva na escultura:
• marcação do espaço dentro da própria escultura,
• roupagem das figuras à maneira romana;
• fisionomia das figuras retirada do mundo antigo;
• valorização objectiva e realista do corpo humano _ regressa a nudez;

Pintura
Desenvolvem-se vários tratados sobre óptica e efeitos de luz entre os pintores. A gravura
ganha maior importância pois torna-se o cartão de divulgação das suas obras. Surge um grande
número de mestres.

1º Renascimento: Florença
2º Renascimento: Roma
Grande descoberta de objectos da antiguidade que origina o coleccionismo.

A transição para Roma tem a ver com o poder politico dos Médicis, o crescente poder papal
e o crescente aumento de encomendas de obras de arte de modo a mostrar a igreja triunfante.
Surgem novas oportunidades de trabalho em outros locais da Europa como a França e a
Áustria _ os artistas circulam pelas cidades não estando confinados a um espaço.
Procura de uniformização da arte.

Adoração dos Reis Magos _ Robert Campin e Van der Goes, séc. XV (Flamengos)
➢ gradação na forma das figuras na obra;
➢ não há perspectiva;
➢ vestes intemporais e da época;
➢ representação realista da natureza;
➢ composições paisagísticas;
➢ figuras quase retratos ou como crítica (grotescos).

Della Francesca e Rafael (italianos)


l ideal de beleza;
l enquadramento arquitectónico clássico;
l marcação da perspectiva muito grande;
l elementos iconográficos que identificam as figuras;
l marcação de cores;
l soluções ilusionistas;
l capacidade extraordinária do real (retrato).

Miguel Ângelo
l Momento alto da pintura Europeia;
l grande capacidade técnica;
l corpo humano valorizado ao máximo;
l sempre presente um drama/dor contido na maneira como as figuras estão/olham/relacionam
com o público envolvente;
l mestria técnica inigualável;
l detalhe realístico minucioso;
l beleza platónica e serena.

Madonna del Belvedere _ Rafael


l Composição triangular com duas figuras ao lado da principal;
l Beleza serena, harmoniosa e jovem;
l luz especial;
Os maus são sempre feios ou doentes.
11.12.2007
Arte Barroca
A arte Barroca é a última grande etapa da arte cristã.
No século XVII a imagem ganha um papel didática fundamental que procurava exaltar ao
máximo a fé. A arte procura mostrar a igreja triunfante.
A arte puxa para o sentimento através de um princípio alemão: a obra de arte ideal _ o belo
composto (o objectivo era que todas as artes tivessem uma comunhão dentro do mesmo edifício.
Esta arte nasce a partir do concílio de Trento.
Surge o culto da virgem com inúmeras representações de imagens carregadas de dor e
sentimento.
Surgem muitas escolas e propostas onde o gosto pela cor e a festa cenográfica eram
características comuns. As fachadas dos Edifícios tornaram-se côncavas _ ideia de movimento

Rubens _ O Rapto das Filhas de Lencipo (1618)


• Ideia de movimento constante que envolve as figuras que as coloca em contacto com o
observador;
• Senhoras volumosas;
• Banhos de luz;
• Carnação humana;
• Tema mitológico.

Andrea Pozzo _ Alegoria da Obra missionária dos Jesuitas (1691/4)


• Trompe l'oil _ perspectiva imaginada no tecto da igreja:
• ideia de movimento;
• muita cor.

Caravaggio _ Virgem de Loreto (1603/5)


• Pintura religiosa;
• sentimento presente;
• efeito acentuado do claro/escuro;
• marcação artificial que direcciona o olhar para aquilo que o artista pretende mostrar;
• elementos realistas;
• figuras realistas;
• emociona o observador.
É um dos mestres mais conceituados da pintura barroca.

O barroco começa por aparecer em Itália propagando-se por toda a Europa. Possui propostas
muito diferentes dependendo das regiões.

Barroco _ designação de uma pérola imperfeita, irregular. Esta designação diz-nos que é algo
precioso mas extravagante e irregular _ gosto pela assimetria e pelo dramático.

A partir de 1565, sai do concílio de Trento esta nova ideologia e é em Roma que se efectuam
as novas regras que pretendiam mostrar uma imagem poderosa. Esta nova ruptura vai criar um
gosto pela decoração _ a arte é um cenário constantemente montado.
No século XVII, XVIII dá-se a conciliação dos grandes estados que serão os grandes
difusores/patronos desta arte, a França e a Inglaterra, pelo dinheiro que possuíam. Em França, o
monarca vai ser o grande encomendador de obras de arte, criando uma ideia de um estado protector
das artes. Na Holanda é a classe burguesa a grande encomendadora devido à sua capacidade
económica.
Dá-se uma revolução científica com o desenvolvimento da filosofia (Descartes _ relação
entre o homem e o pensamento) devido à tendência cultural de que o homem caminha em direcção
a algo grandioso.
A arte barroca guia-se pelas emoções, pelo fascínio, pelo maravilhamento (palácio e jardins
de Versalhes). André de Notre cria um jardim ordenado e racional, simétrico e regular, onde os
arbustos são cortados e tratados _ jardim à francesa.
Nasce um gosto por misturar diferentes artes num mesmo espaço. Bernini foi o último
grande mestre escultor capaz de colocar o gosto pela teatralidade e movimento, despertando
emoções em qualquer material.

Rococó _ Vem de rocha _ surgem as grutas fingidas.


Barroco levado ao estremo. Algo demasiado exagerado. Gosto pelo dourado, horror ao
vazio e por isso tudo é pintado e decorado.

Fragonard _ O Beloiço (1767)


• movimento;
• natureza de sensibilidade pré-romântica que envolve tudo e puxa para o sentimento;
• século XVIII _ apogeu da aristocracia _ desejo de agradar esta classe.

Watteau _ Peregrinação à ilha de Citera (1717)


• movimento;
• pintura que agrada a aristocracia da época mais intelectual e sofisticada;
• temas galantes para esta classe _ em especial com representações de festas da aristocracia.

No final do século XVIII já começa a existir uma mistura do rococó com as ideias ligadas ao
neoclássico. Surge a enciclopédia (tentativa de periodização e organização do conhecimento,
passando este a estar acessível). Autores como Rousseau e Voltaire vão questionar a organização da
sociedade.
O primeiro acontecimento que vem marcar o mundo em mudança é a revolução americana
que vai marcar e espalhar os direitos do homem, mostrando que a ordem natural das coisas pode ser
alterada. Surge o conceito de cidadão. Até aqui temos o monarca, o clero e o povo. Segundo um
novo conceito filosófico, o homem é um ser único que tem a capacidade de escolher e conhecer.
E ainda neste século que se extingue o mundo aristocrático, devido a uma mudança total do
pensamento que traz novas ideias e novas personagens como o direito à liberdade, uma classe
burguesa forte e os cidadãos de cada país.

É muito difícil definir quando é que começa o mundo contemporâneo, mas diz-se que as
revoluções, americana e francesa, marcam esta passagem.
É sobretudo em França que o Rococó terá o seu apogeu. Este novo mundo vai produzir uma
série de artistas que circulam por toda a Europa _ com uma pintura mais sensual mas també mais
efémera.
Entre 1751 e 1777 é publicada a enciclopédia de Diderot e D'Alambert, que afirma que os
valores da experiência e da razão, explorando novos públicos para a arte _ a enciclopédia fala sobre
a arte que os aristocratas e a burguesia vão ler.
Esta evolução, de um mundo mais racional por um lado e o aparecimento de um novo gosto
estético por outro, vai originar o neoclássico _ devido às descobertas arqueológicas de Pompeia que
permite o aparecimento da história da arte e ditará a moda no apogeu de Napoleão Bonaparte com o
estilo Império.
Surge um ideal de beleza bucólico e de que o homem não tocado pela civilização é um
homem melhor.
O Neoclassicismo aparece para superar o Rococó que passa a ser considerado supérfluo. É o
momento mais clássico deste ciclo clássico. É de uma grande rigidez na representação das suas
figuras.
Na pintura aparecem os heróis de Roma e Grécia como glorificação do cidadão _ mudança
do significado de herói _ existem cidadãos que independentemente do seu nascimento fizeram algo
de extraordinário (panteão nacional).
Dá-se uma moralização dos costumes e uma nova concepção do belo _ o antigo clássico
uma vez que se deseja o verdadeiro clássico. Surge um universo onde a própria elite tem gosto em
reunir objectos antigos do mundo greco-romano e dá-se um estudo e catalogação destas obras.

13.12.2007

Neoclassicismo
É o último grande movimento clássico na Europa. Em finais do século XVIII dão-se uma
série de alterações que tornou o renascimento em discurso estético. “É a arte clássica que toma
consciência do próprio ser” – Panofsky
Não é uma arte de experimentação pois tem um ponto de vista estético onde se inspirar:
• contra o rococó (demasiado decorativo e rebuscada);
• reacção intelectual com base arqueológica do mundo romano;
• interesse em reconstituir modelos inspirados na antiguidade clássica com soluções
ligeiramente diferentes baseados nos tratados do século XVI de Palladio, Sérlio e Blondel
(1752).

Ao nível da decoração de edifícios temos:


• um pórtico de frontão triangular;
• cúpula de iluminação;
• planos que não possuem decoração;
• cânones da arquitectura mais livres.

O Neoclássico difere de país para país: a Inglaterra nunca deixou de construir numa temática
clássica e gótica que se torna o estilo nacional.
Os valores neoclássicos são uma continuidade do clássico. Surge a Grand-Tour (grande
Viagem) que para a aristocracia era sinónimo de aperfeiçoamento da educação sendo a antiguidade
clássica uma paragem obrigatório (Roma, Grécia, Egipto, e muitas vezes o sul da Europa).
Tudo o que tem a ver com o mundo neoclássico tem a ver com um mundo anterior, sendo
que, quando necessário, alguns fundamentos eram inventados.

David
“Juramento dos Horácios” (1794/99)
• pintura inspirada nos valores cívicos;
• grande tratamento do retrato.
• Inspiração dada pelo conceito de cidadania
• Tema: histórico, político, heróico;
• perfeição técnica;
• cores sóbrias e frias;
• rosto sério e inexpressivo.

“Morte de Marat” (1793)


• representação de um morto como mártire;
• tema: herói da republica _ é morto no momento em que produz leis.

Mais tarde, os valores cívicos são alterados para o enaltecimento do herói/imperador.


Também a decoração era inspirada no mundo romano. Josefine, inicia a linha império no
vestuário (coluna estilizada) e o seu próprio quarto parecia uma tenda romana de campanha.
Surgem motivos retirados do mundo egípcio devido às campanhas de Napoleão nesta terra _ nova
tendência estética que influência a arte e a sociedade em todos os aspectos: vestuário, decoração e
mesmo o modo de pensar. Fontain (decoração).

Tudo o que tem a ver com o Neoclássico tem a ver com uma escolha racional e intelectual
que o iluminismo faz. É a partir das descobertas das cidades romanas que vamos ver cidades como a
França a patrocinar estas descobertas, tornando-se um centro de recolha para os artistas. Em França
o neoclássico começa ainda antes da revolução mas é com a república que o seu apogeu será
alcançado. Os franceses, desde Luís XIV, organizam salões de pintura expondo um gosto
generalizado pelos pintores.
Este gosto por Roma é alimentado por viajantes que relatavam as suas viagens. Surgem os
catálogos e começam a circular obras _ gravuras.
Piranesi defendia que se devia estudar a arte etrusca, uma vez que antecedia a arte romana,
tornando-se numa grande influência para os ingleses. Oscilava muito uma ideia sobre o mundo
antigo: que tinha sido grande e depois tinha caído.
O primeiro homem a pesar a arte de modo diferente foi Winckelmam _ grande
coleccionador de obras fazendo depois um estudo sobre a antiguidade clássica, tentando definir
períodos e escrevendo sobre a decadência e apogeu da produção artística. “A perfeição máxima e
espiritual da beleza era da arte grega” _ no entanto a sua análise baseou-se nas cópias romanas desta
arte.
Giovanni Battista Piranesi: Gravurista da representação de ruinas, cidades classicas onde a
arte defende a arte etrúsca. Foi o teórico que deixou pensamentos sobre o classicismo.

Salão de Pintura  desde Luis XIV que se organizam salões de pintura onde os artistas
apresentam as suas últimas obras de forma oficial.

Em Portugal:
A baixa de Lisboa é um projecto original porque, para além do seu estado final, existe uma
ideia por detrás de um projecto social _ tentativa de uniformização social.

Duas correntes diferentes:


• Era defendido que a beleza devia ser a partir da imitação da natureza e/ou a maneira de fazer
só pode ser dada pelos antigos através da observação;
• Outros defendiam a defesa de uma beleza que defendia uma moralidade.
Surgem criações que apenas são possíveis graças à criação das academias.
A academia fomenta o neóclassico. No entanto, circula pela Europa um novo imaginário que
celebra valores nunca antes celebrados.

Souflot:
Arquitecto neoclássico que utiliza correctamente a “gramática” que Grécia e Roma tinham
deixado.
Construtor do panteão francês em 1790, pela ideia de cidadania.

Boublé:
Vai ter vários projectos com ideias sobre os novos valores da época, sendo poucos
realizados.
Em 1784 cria o Cenotáfio,um mausoléu sem defunto dedicado a Newton: monumental
(escala colossal); esferas que permitem uma iluminação que faz parecer estrelas no universo (lado
do neoclássico dedicado à grandiosidade).

Casanova:
“Paulina Bonaparte” _ irmã de Bonaparte (1805/07)
• nú colocado à maneira romana;
• figura chocante para a época;
• rigidez (não transmite sensualidade, desejo) _ nú contido;
• proporcionalidade;
• tema histórico: da actualidade.
“Amor e Psique” (1787/93)
• tema: beijo; mitológico _ alegoria do amor;
• realismo dado nos cabelos;
• ideal de beleza;
• figuras muito parecidas;
• certo distanciamento.
• Utilização por excelência do mármore;
• o corpo jovem é por excelência um corpo bonito.

Casa de Thomas Jefferson _ América


• conhecia o neoclássico francês;
• frontão triangular;
• pórtico de entrada à maneira clássica;
• sem pedra a cobrir o tijolo.

Washington (memorial ao presidente)_ ideia de criação de uma nova “acrópole”; imitação de um


templo romano.

Templo de dedicado à Vitória _ Inglaterra


• tentativa de reprodução mais clássica que os próprios clássicos;
• escadaria clássica.

Novo entendimento de jardim _ jardim à inglesa em Versalhes _ mais natural, embora


domesticada parecia mais selvagem (em oposição ao jardim francês mais racional).

Neoclássico:
• Surge nos finais do século XVIII inicio do século XIX
• reacção antibarroco e anti-rococó
• estilo de arte que procura conscientemente imitar os princípios e formas da arte clássica.
Esta tendência derivou das escavações e das descobertas de novas obras de arte da Grécia e
Roma Antiga.
• Surge na Europa e espalhou-se pela América

Arquitectura:
A arquitectura neoclássica esteve longe de ser uma mera cópia da arquitectura romana ou
grega, respondendo às necessidades do seu tempo com originalidade e engenho:
• não regeitando mas explorando os progressos técnicos avançados do seu tempo;
• adoptando as primeiras preocupações funcionalistas;
• demonstrando imaginação e versatilidade nas tipologias;
• adaptando-se às exigências da época;
• empregou materiais nobre (pedra, mármore...);
• plantas regulares e simétricas;
• uso de abóbadas de berço ou de arestas, e cúpulas;
• pórticos colunados, entablamentos direitos, frisos lisos ou decorados, frontões triangulares
esculpidos (à maneira clássica)
• acentua uma intimidade e conforto.
• Horizontalidade;
• simetria.
• Principio de ordem, proporção, simetria e harmonia

O urbanismo caracteriza-se pela:


• racionalização dos espaços urbanos através de grandes vias direitas;
• ordenação e regularização dos edifícios através da uniformização das fachadas rectilíneas e
planas;
• geometrização da malha urbana pela criação de vias direias que se cruzam ortogonalmente.

A pintura:
• orientada para a razão e ideal clássico de beleza;
• os pintores adoptam formas racionais onde a austeridade, a simplicidade e o geometrismo
eram as notas dominantes;
• composições geométricas;
• desenho rigoroso e linear;
• perfeccionismo técnico;
• tratamento elaborado da luz e do claro-escuro.
• Predominância da linha, do contorno e do volume sobre a cor;
• cores sóbrias, em geral frias e sem grande variação cromática;
• temas históricos, alegóricos, mitológicos, heróicos e o retrato.
• Principais pintores: Jacques-Luis David e Jean-Dominique Ingres

A escultura:
• Temas históricos, literários, mitológicos e alegóricos;
• poses e roupagem semelhante às dos deuses no Olimpo;
• copiou as formas de representação dos modelos clássicos com fidelidade, minúcia, perfeição
e sentido estético;
• relevos de pouca profundidade;
• material de eleição: mármore.
• Principais escultores: António Casanova e Jean-Antoine Houdon

3.1.2008
Romantismo
Diferentes propostas consoante o sítio onde ia aparecendo _ ligado às regionalidades.
No final do século XVIII começam a surgir novas propostas relacionadas com uma
sensibilidade pré-romântica, cujos valores se manterão ao longo do século XIX.

Em 1814 o império Napoleónico cai, modificando a Europa e o Mundo, iniciando-se uma


procura pela verdadeira essência dos países por parte dos seus intelectuais.
Nas primeiras décadas deste novo século dá-se uma mudança do eixo de aprendizagem
artística, deixando de ser Roma e passando a ser Paris. Surge um gosto por uma ideia pela
espiritualidade _ de uma idade média perdida, que passa a ser um ponto de referência para a
realidade artística.

Overback (1811/22)
• Proveniente da Alemanha e pertencente aos Nazarenos;
• criação de imagens ligadas à religiosidade;
• procura de pureza.
Os Nazarenos:
Primeira grande sucessão à ordem académica. Os Nazarenos isolam-se da comunidade para
produzir imagens de um mundo mais religioso, criando imagens muito piedosas e convencionais.

Millais e Rosseti
“Ofélia” (1851/2); “Anunciação” (1850)
• pré-rafaelistas
• procura da ingenuidade
• inspiração no mundo medieval e em modelos não convencionais
• ideais de beleza; mundo idealizado inspirado em textos de Shakespeare
• procura de um mundo exacerbado de sentimento
Os pré-rafaelistas:
Ligados a um mundo mais místico e angelical, muito doce.
A arte romântica ganha um relevo maior a partir da década de 20.
Surge Ingres na pintura francesa. Este foi o último dos neoclássicos e o primeiro dos
românticos _ ainda vai aos modelos antigos para se inspirar. No entanto, o modelo de beleza da
mulher já é diferente (Odalisca) deixando de ser idealizado, as figuras tornam-se mais volumosas
correspondendo a um gosto de beleza. Corpo mais erotizado e sensual.
Começa-se a utilizar um novo lápis de grafite industrial que permitia desenhar mais
rapidamente.
Deu-se uma introdução de um gosto oriental pela arte exótica quebrando-se os cânones
clássicos.
Esta nova arte possuía um lado filosófico_ Kant fala num prazer desinteressado e os
românticos começam a alterar este pensamento, pensando sobretudo num prazer pelo sublime.
Interessa-lhes sempre o momento que antecedia a morte por ser um lado exacerbado do sentimento.
Assim, surge uma procura de uma condição sentimental, um desejo de procurar algo sublime, que
comova.

Romantismo e ecletismo
vai surgir uma nova maneira de construir na arquitectura que será o grande opositor do
classicismo: os revivalismos, de entre os quais se destacam o neogótico e o neo-medieval. A idade
média passa a ser o grande modelo _ Casas do Parlamento em Londres. Procuravam o medieval
devido a uma procura de um mundo mais espiritual que se tinha perdido, um mundo em que o
homem esteja mais ligado à natureza. A idade média vai ser considerada como o mundo mais puro
em termos de religião.
Depois da queda de Napoleão a maior parte dos países passa a ter constituições e as mais
liberais inspiravam-se na idade média por considerarem que nessa época a população tinha um
papel mais activo.
Muitos destes ecletismos vão estar ligados a uma determinada funcionalidade: As câmaras
vão ser construídas em neogótico, as bibliotecas em Neo-renascença ou neo-clássico (o saber estava
ligado a um classicismo) e as óperas eram construídas numa tradição italiana (neo-barroca ou neo-
clássica).
Dentro destes revivalismos, de uma forma assumida, passam a ser feitos edifícios públicos
dentro das cidades (câmara municipal, biblioteca, museu, ópera, igreja, praça publica, edifícios de
partilha da comunidade) e passam a existir modelos definidos de como deveriam ser construídas as
prisões.
Um arquitecto poderia construir edifícios muito diferentes e em maneiras/estilos diferentes
uma vez que conheciam as características de variadas épocas.
As grandes cidades vão começar a iniciar grandes projectos urbanísticos de renovação com
condições higiénicas, estações de comboios, edifícios públicos, grandes avenidas, surgem
preocupações ecológicas sendo colocadas grandes árvores nas avenidas.
Devido ao fascínio por um mundo mais fantástico surgem as novelas góticas.

Alemanha
Friedrich: “Viajante junto ao mar de névoa” (1818) e “Abadia no Carvalhal” (1809)
• Visão diferente de paisagem;
• solidão da figura humana representada numa natureza que quase absorve tudo o que está à
volta;
• o espectador está sempre na posição da figura que se encontra sempre de costas, observando
o sublime _ comunhão do homem com a natureza;

Rouge irá trabalhar muito em torno do conceito de sublime, já Schiller e Goethe


demonstram uma sensibilidade pré-romântica, ajudando a criar um novo panteão de imagens.
Começam a aparecer novos modelos tendo sempre como referência o mundo medieval. O
crepúsculo, momentos de mudança da natureza, vão ser fundamentais pois provocam mais
sentimentos.
Surge uma nova maneira de entender a música provocando e exarcebando a maneira de
ouvir com os compositores Beethoven e Wagner. A música vai estimular os românticos a produzir
algo diferente.

É difícil definir o romantismo. Podemos dizer que procura traçar os incontáveis caminhos
que limitam o conhecimento do homem. Há sempre uma certa ideia de desolação, de algo que não
se consegue atingir, os amores impossíveis, onde o sonho passa ater um papel muito importante _
mundo mais ligado ao onírico. (Füssli _ “O pesadelo” 1782).
Dá-se uma procura de um mundo bastante desolado onde só há espaço para 2 ideias: da
divindade da natureza e do sublime na natureza.

8.1.2008
O romantismo é acompanhado por um movimento global ao nível de todas as artes tentando
encontrar o homem romântico. Procuravam encontrar nos sentimentos uma energia criadora _
sentimento humano exagerado ao máximo _ e pretendiam encontrar um desejo de plenitude
ilimitada até chegar ao sublime.
No século XIX vão-se buscar autores do século XVI e XVII que já tinham pensado nestes
conceitos (exemplo: na literatura foram buscar Camões).

Alemanha:
É o maior renascimento desde o século XVI.
No final do século XVIII, Hegel já abordava este conceito fazendo uma evolução na arte.
Começa no classicismo e culmina no romantismo ao atingir a espiritualidade. Foi o mais radical ao
elevar a espiritualidade à máxima exaltação, mas foi Friedrich o maior criador desta época. Surge
também um novo mundo inspirado no onírico com William Blake.
Características:
• paisagens que provocam uma sensação de desolação,
• ideia do silencio,
• normalmente tem um elemento religioso e uma ideia de presença humana _ presença humana
e metafísica _ ideia de algo maior.

Friedrich:
• as figuras estão sempre de costas e em lugares/momentos estratégicos de comunhão com a
natureza _ está sempre presente algo de místico.
• Procura de um universo maior (Abadia no Carvalhal). Os alemães procuravam uma arte
nacional e sendo a abadia gótica, o gótico era considerado por Friedrich essa arte nacional
• a verdadeira arte era necessariamente religiosa.

Ao contrário do estilo francês mais imaginado, o caso alemão tem mais a ver com o sentido.

Inglaterra:
Destacam-se pintores como Constable e Turner. Este último retratava o turbilhão da natureza
e a plena comunhão com todos os elementos da natureza _ representação diferente da natureza.

No século XVIII, autores e teóricos como Novalis já anunciavam o romantismo ao


anunciarem aquilo que devia ser a criação do homem.

Resumindo:
• Há um idealismo filosófico sempre presente;
• É a procura de um sentimento imediato, nunca contido;
• Fala-se de um belo moderno _ nova maneira de sentir e nova noção de tempo/espaço
(ressurreição imaginária da idade média), ao contrário do neoclássico onde se ressuscitava o
clássico;
• junção do amor e morte;
• Necessidade dramática de acentuar questões de solidão e distância;
• Aparece um novo gosto pelo orientalismo que chaga da Turquia e Norte de África (no final
do século XIX o orientalismo significa tudo o que vem da China e do Japão);
• Novos cânones de representação.

França:
Todo o universo romântico começa ligeiramente mais tarde em França. Os primeiros
pintores são os “filhos” do império napoleónico (ou seja, aqueles que ficam após a queda deste
império), nostálgicos de uma grandeza passada entre os desejos de uma restauração monárquica e a
liberdade.
Delacroix foi o grande percursor do romantismo em França.

1820 _ interesse pelas guerras da Polónia e da Grécia


1824 _ surgem as novidades na pintura; aparecimento do romantismo de inspiração inglesa.

A partir da década de 20, paris torna-se o centro de aprendizagem onde os artistas vão fazer
a sua formação.
As teorias são lançadas por Stäeli e Michelet, entre outros, através do aperfeiçoamento das
teorias alemãs. Michelet vai-se preocupar em preservar documentos medievais que vão inspirar esta
arte.

Baudelaire
“O que é o Romantismo” (1843)
• Texto fundamental para esta nova estética
• Em 1846 o romantismo já era quase passado pois segundo este teórico, poucos atingiam o
romantismo
• Diz que o romantismo só se conseguia identificar pelas suas contrariedades
• Três pontos fundamentais:
• Cristianismo;
• Olhar sistemático sobre o mundo do passado (medieval);
• blasfemar contra gregos e romanos.

A busca de uma verdade romântica não podia ser feita através de cores ou locais _ “Muitos
procuram de fora mas só dentro conseguem encontrar o verdadeiro romantismo”.
Na viragem do século temos duas realidades diferentes: uns mais próximos de Ingres,
ligados a uma codificação mental do mundo clássico; e outros mais próximos de Delacroix, onde
mais que o desenho o principal é a cor, a fúria criadora, a desconstrução de um universo diferente.

Delacroix:
“A morte de Sarda Nápalo” (1827)
• várias cenas a desenrolar;
• cores fortes como os vermelhos;
• não é a morte que está a ser representada mas sim o momento imediatamente antes;
• exotismo pela temática;
• representação do nú feminino fora do universo da contenção e rigidez.
• A ideia da liberdade está sempre presente por ser um período de contrariedades politicas;
• muitos dos seus quadros têm a ideia do inacabado.

Géricault (1812):
• precursor antes de Delacroix que irá influenciar a pintura
• vai ser o primeiro a apresentar propostas completamente diferentes em relação à geração de
alunos da sua idade
• as suas temáticas são completamente diferentes e muitas delas mesmo proibidas
• representa cenas convencionais que já se inserem no romantismo
• quando algumas das suas obras são expostas causam muita surpresa na comunidade
parisiense, ao mostrar o império napoleónico ferido
• mostra o lado mais feroz e aguerrido do ser humano e dos animais
• em termos de cores ainda não é plenamente romântico mas é com ele que se dá uma procura
de novos elementos de paisagens
“A Jangada da Medusa” (1819)
• vai chocar os observadores pois era baseado em factos verídicos
• conta a história de uns sobreviventes que se mantiveram vivos no mar alimentando-se de
cadáveres _ choque e escândalo devido ao tema
• quadro de grandes dimensões porque se queria o mais realista possível
• composição triangular
• para muitos teóricos da altura, esta jangada representa a França derrotada com as guerras
napoleónicas
• obras com uma liberdade total
• temáticas impossíveis de apresentar até esta altura
• Grande Dramatismo
Géricault vai-se interessar por um outro tema que escandaliza França: a representação do
louco. Assim, vai andar pelos asilos de Paris retratando loucos com uma grande dignidade, trazendo
para a pintura o excluído da sociedade. O louco é escondido em sociedade e a sua representação
valorizava-o _ nova atitude do artista moderno _ pretendem documentar o conflito de um mundo
alienado e estranho.

Esta nova atitude, comportamentos e temáticas vão desencadear o período romântico.


Delacroix já tem um novo entendimento artístico. A sua paleta cromática vai-se acentuando
porque interessa impressionar o público _ a cor ganha mais importância que o desenho. Viajou por
África para procurar novos temas e encontrando um reportório extraordinário para os anos
seguintes.
Características:
• não há clareza no contorno das figuras;
• jogos de claro-escuro;
• não há temas heróicos e edificantes (? Será que o professor esqueceu-se da obra “Liberdade
Guiando o Povo” que fala sobre a revolução francesa?);
• revolução nas temáticas;
• novo entendimento da pintura que deixa de ter um caracter histórico;
• o exotismo, a liberdade, o novo entendimento da natureza em mudança, a condição humana
(metafisica e transcendental) é o que interessa retractar.

10.1.2008
Escultura Romântica
A escultura foi uma arte mais menosprezada pelos artistas, sendo que a sua preferência
recaía sobre a pintura.
No século XIX vai existir uma arte oficial e uma arte alternativa. Vão aparecer os artistas
reconhecidos nas academias como Houdon, e aqueles que se afastam das academias e vão formar os
artistas contemporâneos considerados malditos por não se inserirem na “comunidade”.
A arte oficial irá decorar e embelezar as cidades, mas irá aparecer alguns elementos de
ruptura, criando a ideia do artista marginal que criava apenas para alguns e não para toda a
sociedade.
Os materiais mais utilizados eram o mármore e o bronze , mas os artistas desta época vão
tentar libertar-se da rigidez e da norma começando a trabalhar com terracota e argila, que eram
materiais mais maleáveis. A escultura esteve algum tempo isolada das outras artes porque se
considerava uma técnica muito difícil para os artistas.
Numa primeira fase criaram-se soluções mais ou menos ousadas mas com grandes
preocupações ao nível do corpo, da anatomia, do realismo, e esteve sempre ligada à arquitectura _
Neoclássico. Para os românticos a realidade neoclássica insatisfazia, pois igualava os “grandes”
clássicos. Com uma ideia de rebeldia sempre presente, muitos artistas como Rude começam a
trabalhar em pequena escala, mas com materiais mais expressivos onde era mais fácil modelar e
expressarem-se de forma mais rápida _ aquilo que era considerado o inacabado passa a ser
considerado acabado pois trata-se da representação de um momento imediato.
Até à década de 30, temos na grande maioria, cópias de modelos romanos ou encomendas de
bustos à maneira clássica. O Romântico tinha dois desafios: superar a escultura da antiguidade e ter
em atenção as novas exigências da realidade _ querem representar dentro do sentimento exacerbado
_ reproduzindo quase fotograficamente aquilo que viam (Dagur vai inventar o daguerreótipo que é o
antepassado da fotografia).

François Rude torna-se conhecido com o alto relevo de Arco do Triunfo: “A Marselhesa”
(1833/36). Esta obra retracta uma cena retirada de um momento da revolução francesa quando os
soldados cantam a Marselhesa. Quando a obra é apresentada ao público existe uma certa admiração
mas acima de tudo expressa uma novidade: uma ideia de liberdade pela qual se pode morrer, um
sentimento de luta e raiva que não deixa ninguém indiferente; e uma inovação que é a expressão de
movimento aproveitada mais tarde pelos seus contemporâneos.
Desaparece a ideia de contenção de sentimentos e perde-se a ideia de um determinado tipo
de composição vista de um determinado ângulo. Agora algumas figuras estão de costas, outras
apontam, outras olham para o lado... não precisam de ser situadas num determinado contexto pois
falam por si parecendo que saem da pedra.
Quer Rude quer Delacroix correspondem a esta nova ideia de liberdade e de que era preciso
acordar a sociedade para o poder dos cidadãos.

Em termos escultóricos, a escultura nunca alcança a mesma popularidade dos pintores. Só há


um homem que vem revolucionar a escultura: Rodin _ referência incontornável na arte do século
XIX.
Autores como Rude e Carpeaux vão procurar potenciar a tridimensionalidade na escultura
explorando a luz e a sombra; e a profundidade do espaço escultórico.
Duas situações no século XIX:
• Rodin, que vai influenciar os artistas da arte nova;
• a escultura que segue uma linha mais tradicional e académica.

“ A Dança” de Carpeaux” foi encomendada para ser colocada em frente à ópera de Paris. No
entanto, esta obra criou de tal forma escândalo que a hipótese de ser retirada foi posta em causa,
devido ao seu realismo que fazia as mulheres parecerem alcoolizadas pela sua imensa alegria. Esta
liberdade e vivacidade é característica das suas obras, onde desaparece o acabado da pedra _ ideia
do modelado como se a obra fosse moldada naquele momento. As figuras vivem por si só, estão
interligadas, produzem jogos de luz e uma profundidade prospética que comunica com o
observador.
A escultura vai ganhar um jovialidade e vitalidade que tinha perdido no século XVIII.
Carpeaux aprende com Rude e vai realizar várias obras mas é a dança que lhe dá uma maior
popularidade (este artista recebeu encomendas de napoleão III). A ideia de substituir a sua obra tem
a ver com uma sociedade de gosto “oficial”. No entanto, para estes artistas só interessa representar o
mundo mundano da festa e da dança

“As quatro partes do mundo”


• encomenda para um observatório
• ideia de movimento das figuras
• as figuras suportam uma esfera que representa a Terra
• vivem por si sem precisar de um suporte que as “segure”
Na escultura, o romantismo passa por novos temas e por um certo génio de fanfarra ligada à
revolta e à luta.
Rodin
• figura incontornável para perceber as belas artes do século XIX
• vai revolucionar a escultura
Hildebrand vai teorizar muitos artigos sobre escultura, e como esta deve ser depurada, e
muitas das suas obras vão influenciar muitos escultores deste século. Rodin vai fazer o contrário.
Para Rodin, a escultura era entendida numa ideia de profundidade e complexidade,
expressando um determinado conceito que só se conseguia através da ideia do drama. Assim, vai
fazer uma síntese do melhor que tinha sido a tradição europeia, desde o renascimento até à
complexidade do barroco e simbolismo do século XIX.
Rodin tem uma ideia de concepção de escultura: a pedra é uma massa de moldar.
Características das suas obras:
• o inacabado retirado das obras de Miguel Ângelo
• complexidade sempre presente _ nunca se pode ver a obra de apenas uma perspectiva (“a
criação” (1902) _ dois amantes abraçados)
“Mão encrespada”
• as mãos tornam-se numa obsessão e são temas recorrentes
• importância tremenda pela sua dificuldade
• criação de claro/escuro
• profundidade dentro da obra.
A representação das mãos poderia ser vista pelo artista ~como um sentido da vida, pois
começou por trabalhar como artesão de modelar barro.
Em todas as suas obras existe uma vitalidade e energia muito grandes por vezes até
exageradas. A ideia de mão criadora e artista criador de criação e transformação estão sempre
presentes nas suas obras _ a transformação de um bloco de pedra numa obra.
“Os Burgueses de Calais” é a primeira obra feita em homenagem a uma classe que até
àquela época não tinha qualquer tipo de arte a elogia-la, sendo aqui representada como mártire
heróica que perante uma ameaça prefere oferecer-se para salvar o resto da população _ valorização
das atitudes heróicas do cidadão.
O beijo também é um tema recorrente _ entrelaçamento dos corpos humanos. As suas obras
com esta temática pretendiam mostrar um lado mais romântico e erótico.
“Danaïde” _ valorização do corpo feminino com cabelos soltos compridos, estando
aninhada.
Rodin vai ter sucessivas encomendas do “Pensador”, figura pensada para uma porta _
encomenda para o museu das artes decorativas de Paris. Nunca acabou esta obra devido ao
constante acrescento de complexidade, inspirando-se na porta do inferno de Dante _ turbilhão de
figuras que obriga uma leitura muito aprofundada.
“Pensador”:
• valorização da figura masculina anatomicamente exagerada segundo o exemplo de Miguel
Ângelo
• ideia do moldado (impressão imediata)
• intemporalidade da mensagem
• liberdade de alterar a figura humana perto de si
• contraste de texturas entre o acabado e o inacabado
• recusa de uma ideia de um espectador estático _ nas suas obras não existe apenas um ponto
de vista mas várias perspectivas.
Novo conceito em relação à obra escultórica: a ideia do fragmento. Rodin trata o fragemento
da figura humana como as mãos, sendo válidas por si só.
Não é ainda um artista de ruptura pois inspira-se numa tradição antiga.
“Aquela que foi a bela Heaulmiere” _ ideia da velhice, do envelhecimento do corpo com um
grande realismo.

A figura incompleta é um fragmento que Rodin deixa para a prosperidade. O seu sentido
plástico, crente na natureza mas sempre acreditando que as obras de arte possuem uma magia
igualando-se ao papel de Deus _ criador de algo extremamente belo.
Tudo isto em paralelo com o que está a ser feito no impressionismo. O romantismo não é
tanto uma impressão do que se vê mas a representação do sentimento, sempre com figuras muito
complexas (transmição de angustia). Existe uma ligação de interrogação/criação e é precisamente
na viragem para o século XX, numa exposição, que se faz uma homenagem a Rodin em conjunto
com Monet _ estas duas figuras encerram o século XIX em termos de propostas.
A evolução da arte torna-a mais difícil de compreender pelo público, em especial com
Picasso.

Romantismo:
• Primeiros sinais desta nova posição contra a arte no século XVIII mas desenvolveu-se
sobretudo no século XIX
• reacção contra o neoclassicismo, à sua razão e às suas regras frias
• sentimento em oposição à razão
• produto da inspiração e genialidade que visava a beleza como algo de divino, revelado
apenas pela emoção e sensibilidade de cada um
• capaz de provocar sensações, motivar estados de espírito e transmitir ideias
• criação do jardim à inglesa natural, selvagem, semeados de falsas ruínas em oposição ao
jardim à francesa racional e geométrico
• o contraste mais acentuado com os ideais clássicos consiste na substituição da razão pelos
sentidos, através de uma aproximação da natureza, utilizado não como fundo estático mas
como protagonista activo.
• Manifestou-se inicialmente na Alemanha
• defendeu a interioridade, o isolamento da alma, a valorização do passado de cada nação e a
convicção de que a arte é essencialmente inspiração e criação

Arquitectura:
• irregularidade da estrutura
• sentido orgânico das formas
• efeitos de luz
• movimento dos planos
• utilização de materiais oriundos da industrialização
• históricista e revivalista porque recria a época medieval e o estilo gótico
• inspiração em zonas exóticas não contaminadas pela civilização ocidental _ exotismo excita
a imaginação e os sentidos pelo mistério, pela novidade e pelo pitoresco
• ecletismo _ hábito de projectar edifícios onde se combinavam vários formulários estilísticos

Pintura
• novos padrões de beleza marcados pelos ideais de liberdade, de individualismo e de
exaltação de sentimentos
• favorecimento de tudo o que estivesse ligado à paixão, imaginação, ao sonho e à
sensibilidade
• liberdade de composição
• temática ligada à literatura, a acontecimentos trágicos, heróicos ou épicos da realidade, à
mitologia, à natureza, ao exotismo e ao retrato psicológico de loucos e comuns
• fortes contrastes cromáticos
• prevalência do cor sobre o desenho
• intensos efeitos de claro-escuro
• pincelada larga, fluída, vigorosa e espontânea
• estrutura agitada marcada por linhas oblíquas e sinuosas
• luz foca o assunto a evidênciar e serve de elemento unificador das vários elementos do
quadro
• figura humana reforça o dramatismo e movimento
• principais pintores: Delacroix e William Blake, (pintura ligada à literatura, heróica e
histórica Géricault e Friedrich (pintura patética e nostálgica com grande sentido do
trágico), Constable e Turner (pintura paisagística, captando os efeitos de mutação e
transitoriedade da natureza), Füssli (pintura onírica ligada ao sonho e ao fantástico) e Goya
(crítica permanente à politica espanhola)

Escultura:
• temática vibrante e dramática, exaltava o sentimento ou a imaginação, inspirando-se na
natureza, em temas heróicos (baseados na história e na literatura), em cenas fantasistas ou
alegóricas
• evitam-se composições estáticas e superfícies lisas
• procura-se a expressividade exaltada de sentimentos e emoções, o movimento e o
dramatismo
• o corpo humano como elemento central _ um corpo belo, não como cópia da antiguidade
mas como representação mais livre e realista
• utilização de técnicas do inacabado e do indefinido realçadas pelas texturas ásperas e
contrastantes
• utilização do mármore, madeira, bronze, argila e terracota
• Maiores escultores: Rude, Carpeaux e Rodin

Rodin
• escultor de mérito, foi sobretudo um excepcional modelador
• contrapôs as formas lisas, polidas e aveludadas dos corpos, de delicadas superfícies e doces
contornos, ao bloco de pedra, rugoso, inacabado e em bruto
• as suas peças modeladas não são lisas nem polidas. Estão cheias de superfícies reentrantes e
salientes, côncavas e convexas que absorvem e reflectem a luminosidade, criando uma ilusão
de força, dinamismo e vitalidade

15.1.2008
Impressionismo
Foi um movimento colectivo ou proposta colectiva de tentativa de superar o impasse a que a
pintura tinha chegado.
A fotografia foi uma inovação técnica muito importante para este movimento pois era uma
concorrente à pintura realista.
Em termos de composição, a pintura sempre foi uma superfície bidimensional mas com o
Renascimento surge a perspectiva que fez com que a pintura parecesse ser a três dimensões
tornando a pintura uma janela para qualquer coisa.

Manet é a figura inicial do Impressionismo _ “uma pintura é acima de tudo uma tela coberta
de tintas sendo necessário olhar para ela e não através dela”. O objectivo é o exercício plástico e o
deleite do observador.
O impressionismo é uma experimentação para tentar encontrar algo. O que interessa é o
entendimento de paisagem, dedicando-se a uma nova temática: a cidade (ideia de modernidade) _
em especial a nova cidade de Paris (criada em 1861 por Napoleão III) com as grandes avenidas com
árvores e as novas gares de Ferro.
A ideia de modernidade começa por ser exclusivamente francesa (Parisiense), que coloca a
uso novas inovações _ lado técnico (câmara fotográfica) que tenta superar o lápis da natureza,
conhecimentos científicos em relação à cor com o aparecimento dos tubos de tinta (Chavreul),
conhecimentos sobre o Japão devido à chegada de produtos japoneses à Europa embrulhados em
desenhos e estampas japonesas (os japoneses já tinham alcançado aquilo que eles procuravam
transmitir) sem perspectiva que irá influenciar a criação do cartaz publicitário.
Entre 1871/72 as obras são feitas em Londres pois a França está em guerra com a Prússia.
Ao chegarem a Londres, os artistas vão olhar para as aguarelas de Turner e vão dizer que este artista
já tinha alcançado aquilo que eles desejavam alcançar _ o importante era o que o efeito da luz
provocava nas coisas.
Monet faz uma série de pinturas cujo tema é sempre o mesmo, onde lhe interessa a
representação de algo em diferentes horas do dia (“a estação de Saint-Lazare” (77), “a catedral de
Roven (94). Este artista é fascinado pela máquina a vapor pois permitia percepções diferentes da
realidade.
Depois da guerra que os franceses perdem, há um desinteresse por temáticas ligadas à
guerra. Interessava, como dizia Renoir, pintar tudo o que desse prazer.

Monet
“Impressão do sol Nascente”
• criticado pelos críticos que diziam que o quadro não estava acabado chamando aos homens
que produziam quadros neste género de impressionistas;
• critica à luz de Monet considerada muito forte;
• ondulação com pinceladas _ o resto é esfumado (nevoeiro)
• pincelada pastosa
• vê-se a silhueta, os reflexos e a luminosidade _ acima de tudo vê-se o sol
• pinceladas rápidas e partidas que se espalham
• As suas pinturas não eram expostas nos salões o que levou os impressionistas a criar os seus
espaços para expor e não colocavam molduras nas suas molduras pois estas valiam por si.
“Os Nenúfares” (1919)
• fiel aos seus princípios atmosféricos (na água)
• cores primárias
• abandono da ideia do contorno e do acabado
• pincelada mais rápida
• não se vê a água mas percebemos a sua existência

Os impressionistas, à excepção de Monet, vão fazendo experimentações e fazendo mudanças


na sua representação. Já Monet vai ser fiel à sua atmosfera captada. As paisagens vão estar ligadas
às paisagens de Turner _ paisagens aéreas.
Os impressionistas abordam temáticas da sociedade até aqui marginais. Têm contacto entre
si nos cafés referindo que o que lhes interessava era representar cenas sobre aquilo que lhes diverte.
O impressionismo surge em 1870 mas Manet já tinha começado a explorar estas tendências.

Manet
• É um pouco mais velho que os outros impressionistas e é ele que abre as novas tendências na
pintura desenvolvida pelos outros.
“Olímpia” (1863)
• Olímpia era uma prostituta conhecida na sociedade
• experimentação de novas temáticas e paletas de cor.
Manet viaja para Espanha e observa a pintura de Velásques que efectuava pinceladas de cor
que constituíam um quadro ao ser observado de longe. Este artita já tinha feito aquilo que Manet
desejava fazer. Aqui, ganha uma nova percepção da pintura, potenciando a ideia do inacabado e
representando figuras plasmadas num fundo neutro (não interessa a identificação das personagens)
_ que os críticos vão dizer que se assemelham a cartas de jogar. As figuras são anónimas quase
como uma natureza morta e tal como nas gravuras japonesas, as personagens podem ser recortadas.
Não há modelado.
O “Tocador de Pífaro” é apresentado em 1866 e é recusado.
Manet nunca se viu como impressionista no entanto contribuiu para as experiências deste
grupo que expõem em dois cafés de Paris: Guerbois e Nouvelle-Athénes trocando experiências e
ideias.
No Verão de 1874, em Argentreil, este conjunto de pintores, entre os quais Caillebotte e
Manet, vão-se juntar para pintar ao ar livre _ pintura “plein-air”_ com temáticas que incluíssem a
presença de água.
Esta reunião marca definitivamente que a pintura deveria ser feita por pequenas pinceladas
justapostas sem desenho subjacente, pintando directamente aquilo que viam. A maior parte destes
homens renuncia ao negro utilizando uma paleta de cores mais clara _ o que lhes interessava era a
representação da luz e da atmosfera _ descontracção na escolha das temáticas que realizam.

A fotografia é um suporte fundamental dos pintores. Começam por trabalhar em dimensões


pequenas e depois aumentando. A alegria das temáticas conseguiram chegar a todos os indivíduos e
por isso é tão admirado ainda hoje (todos observam este movimento da mesma maneira: pelo prazer
estético).
No século XIX este movimento acaba por se esgotar abrindo três linhas novas, indo de
encontro a Cézanne, Van Gogh e Gauguin.

(visionamento do filme: Monet, Manet, Caillebotte e a Gare de Saint Lazaure)

A pintura de Manet representa a vida moderna.


Manet
“Bar das Folies-Bergére” (1881/2)
• representação figurativa humana
• pincelada livre
• tratamento cuidado do vestuários
• espelho reflecte o que está do nosso lado, puxando-nos para dentro do quadro
• a representação perspectica não interessava se estava ou não perfeita
• interessa mostrar a luz que o lustre emanava e sendo a luz diferente também os objectos
banhados por aquela luz eram diferentes
• não interessava o claro-escuro
• interessa a representação dos objectos
• espelho desconstruído
• tema muito apreciado: representação de um local de convívio
“Almoço sobre a relva” (1873)
• brincadeira com a temática utilizada pelos autores clássicos
• cenas mitológicas _ banho de Suzana _ choca pela colocação de mulheres nuas com homens
vestidos
• tinta ganha maior importância à medida que se olha para o fundo do quadros

Monet
“A ponte de Westruinster” (1871)
• não é o monumento que é importante mas sim o cais
• a ponte está em primeiro plano
• inspiração japonesa _ ponte quase gráfica e geométrica
• retratação da névoa sobre os objectos

Chevreul
“Das cores e da sua aplicação às artes...” _ obra teórica muito importante para os pintores do
impressionismo pois fala dos tubos de óleo muito úteis para transportar as tintas para o exterior. Diz
que através do contraste das cores, os artistas poderiam apelar às emoções _ a pintura passa a ser
entendida como exercício estético.

Mais tarde, o pontilhismo vai explorar a utilização da cor.

Impressionismo
• Surge por volta de 1860, ou seja na segunda metade do século XIX
• Surge no seio de jovens artistas que se reunia no café Guerbois para discutiras suas atitutes
e incertezas comuns acerca da pintura
• Estas atitudes reflectiram:
• o clima politico e social da época
• a oposição ao romantismo, ao academismo e ao intelectualismo social do realismo
• O impressionismo não constitui um movimento na verdadeira acepção do termo pois as
pinturas deste grupo são o reflexo da sua personalidade de cada um
• nasceu do desejo de pintar as coisas tais como são realmente vistas e de fixar os efeitos da
luz e do ambiente num objecto
• Foram denominados por impressionistas quando um crítico (Leroy) observou a obra de
Monet, “Impressão do Sol Nascente”
• Não foram reconhecidos e viram-se obrigados a expor as suas obras nos “Salões dos
Recusados”
• Contributos para a nova representação:
• descoberta da fotografia que permitia novos enquadramentos e novas perspectivas como
o ponto de vista aéreo
• as estampas japonesas (lineares e planificadas, sem claro-escuro, sem modelação e sem
volumetria)
• as descobertas científicas nos campos da óptica, da cor e da percepção
• as descobertas técnicas como a invenção da tinta em tubo

Pintura
• ligada à vida citadina moderna e às impressões sensoriais dos seus autores, fundadas num
individualismo crescente, longe de regras académicas
• reportório constituído por paisagens, figura humana e lazeres citadinos
• interesse pela captação de uma dada realidade, parcial e sensível, que é a da luz e dos seus
efeitos sobre a natureza, as pessoas e os objectos
• procura do instante luminoso e fugidio sempre em constante mutação
• pintura fluída e aérea, pessoal, intuitiva e espontânea
• pinceladas justapostas, pequenas, nervosas, em forma de vírgula ou interrompidas,
executadas com grande rapidez
• cores puras, fortes e vibrantes, retiradas directamente dos tubos, aplicadas de acordo com as
leis das complementares
• eliminação dos pretos, e dos castanhos na paleta
• desaparece quase por completo a corporeidade dos corpos
• o quadro tem um aspecto rude e inacabado, pouco trabalhado mas fluído e aéreo
• Principais artistas:
• Manet _ considerado o autor que fez a transição do realismo para o impressionismo. Foi
considerado pelos impressionistas seu mentor mas não quis para si esse papel,
pretendendo apenas fazer a sua arte de modo descomprometido
• Monet _ a sua arte vive da vibração cromática e das pinceladas miúdas e nervosas que
empasta sobre a tela, revelando um mundo fugidio, frágil e mutável da realidade luminosa
• Renoir _ o prazer e o optimismo foram retratados com uma técnica “fugaz e trémula”
resultado da filtragem da luz pelos arvoredos ou pela sua reflexão na água
• Degas _ desenhador exímio que se afastou do desenho difuso provocado pelas pinceladas
nervosas e instantâneas dos outros impressionistas
• Sisley _ o mais robusto e suave. As suas paisagens são tranquilas, vibrantes e cheias de
poesia cromática, celebrando a natureza.

22.1.2008

Arte Nova
• Primeiro movimento verdadeiramente internacional
• Procura de uma arte verdadeiramente nova
• Começa-se a escrever e a falar sobre uma nova sociedade onde a arte deveria ser para todos e,
apesar de não o ser, foi realmente produzida para ser um design internacional _ criação de um
mundo vegetalista que agrada a todos
• inspiração nas coisas naturais que pudessem ser admiradas por todos

França:
• Vai estar ligada à criação do cartaz publicitário, às artes decorativas e à arquitectura com
Hector Guimard.
• Gosto pela assimetria,pela representação de um objecto que parece estar sempre em mutação
como se de uma arquitectura orgânica se tratasse.

Áustria:
• Será sobretudo com Otto Wagner na arquitectura e com Klint na pintura
• Surge a sucessão Vienense que pretendia acabar com a arte académica, com diferentes
propostas/soluções
• Olbrich _ arquitectura mais estilizada. Os edifícios poderiam ser simples com pouca
decoração
• Otto Wagner _ grande cuidado com a decoração de motivos vegetalistas ou pontilhadas

Espanha
• Vai ser designado por movimento modernista
• Gaudí _ universo poético, mundo imaginário

Bélgica
• Victor Horta
• Henry Van de Velde

EUA
• em 1871 Chicago tem um grande incêndio que destruiu parte da cidade.
• O preço do metro quadrado torna-se exorbitante
• Torna-se necessário construir em altura _ surgem os arranha-céus com Sullivan com
elementos decorativos arte nova no cimo dos edifícios e no primeiro piso dedicado ao
comercio
• estes edifícios puderam ser construídos em altura devido à criação do elevador _ revolução
urbanística que vai mudar a concepção das cidades

Itália
• Vai-se chamar estilo florete

Inglaterra
• William Morris _ figura de referência ligada ao movimento Arts and Crafts _ movimento de
artistas que repudiam tudo o que é industrial e valorizam o trabalho artesanal e manual
• Possuem uma ideia que o seu trabalho é portador de uma ideia de liberdade

Escócia
• aparece em Glasgow a escola de Mackintosh que faz uma interpretação deste estilo moderno,
alguns dos seus produtos começam a ser muito estilizados, sendo confundidos com a arte
Decó

Portugal
• não existe propriamente construções arte nova
• temos elementos arte nova inseridos em edifícios já existentes, em especial com azulejo arte
nova muito apreciado pela burguesia (cinematógrafo do Rossio)

O termo Art Nouvou surge em Paris no final do século XIX inspirado na arte japonesa.
Apesar de pretender ser uma arte para todos acaba por ser uma arte elitista. Em comum:
• superfícies lisas
• arte mais artesanal
• preocupação dos artistas para que a arte se tornasse elemento do quotidiano _ afastamento da
massificação dos objectos e da sua falta de qualidade
• utilização de materiais nobres e orgânicos
• ideia de se querer fazer e inspirar num mundo dualista _ todos os objectos têm sempre um
lado simbólico
• utilização da figura da mulher e da palavra
• gosto pelo assimétrico
• valorização do lado comercial dos edifícios

Novidades que ajudam na divulgação da arte Nova: com a ajuda do comboio começam a
circular revistas que permitiam divulgar esta nova forma de construir (exemplo: “Ver Sacrum” e
“The Studio”). Outra importante forma de divulgação foram as exposições internacionais (1900 _
divulgação da joalharia de de Lallique). Toda a publicidade que se começa a fazer é em arte Nova,
tal como os cartazes.
Ao nível do espectáculo e da dança, também se quer um mundo diferente, a todos os níveis _
todos querem produzir uma arte que rompesse com o tradicional.
Na pintura, grande destaque para Klint (“O Beijo”), nova maneira de representar o amor,a
sensualidade e o corpo humano. O que interessava aos pintores era um universo interior, mais
pessoal _ divulgação das obras de Freud nos finais do século XVIII. A sensualidade estava na
ordem do dia. Cria-se uma nova maneira de trabalhar, jogando com diferentes padrões, fundos
dourados, sem perspectiva, e com um tratamento de escultura.
É uma arte muito ornamental com grande gosto pela decoração _ grande importância dada
às artes decorativas_ que desaparece com a primeira guerra mundial.

Gaudí
“Casa Milá” (1905-07)
• trabalha a arquitectura como brincasse com plasticina
• linha ondulada
• valorização das outras artes na arquitectura
• a arquitectura não deveria ser a arte mãe mas deveria englobar em si todas as outras artes

Frank Lloyd Wright


“Casa Robie” (1909)
• só utiliza elementos naturais da zona onde trabalha
• a arquitectura deveria inserir-se bem na arquitectura circundante _ arquitectura orgânica que
pode significar construir de uma maneira diferente.
• Desenvolve a casa a partir da lareira (local onde as famílias passavam mais tempo)
• traz a natureza para dentro da arquitectura jogando com terraços que avançam e recuam com
a natureza

Na arte Nova dá-se a valorização do ferro e do vidro trabalhando estes elementos de formas
inéditas. “A casa do Povo” de Victor Horta era toda em ferro, vidro e tijolo _ desejo constante de
independência do passado.

• gosto assimétrico e curvilíneo mas com propostas mais rectilíneas


• termos naturalistas com referências simbólicas (pavões, borboletas, mulher anjo-demónio)
• atenção redobrada sobre os objectos tratados e feitos de forma única

Arts and Crafts


• John Ruskin e William Morris _ mentores e dinamizadores
• surge na segunda metade do século XIX por volta de 1888
• contra a influência da industrialização na arte
• pretendiam a criação de objectos únicos com qualidade estética acessíveis a todos
• rejeição dos processos de materiais industriais _ uso de materiais naturais
• defesa de peças únicas e originais (método artesanal de construção)
• “bom gosto” aplicado a todas as artes
• unificação das artes
• arte como função social (educar no sentido estético)
• reforma da arte é igual a reforma da sociedade
• fonte de inspiração no folclore e nas tradições populares de cada país
• construção de moradias familiares rústicas de formas irregulares e telhados de água
pronunciados,espaços interiores orgânicos e funcionais, decoração homogénea onde todos os
elementos obedeciam aos mesmos critérios formais e estéticos
• utilização de processos construtivos tradicionais
• nas artes aplicadas privilegiaram-se critérios de simplicidade pureza formais com motivos
decorativos vegetalistas e animalistas
• a qualidade dos materiais em que os objectos eram feitos e o elevado custo da mão de obra
artesanal e manual tornou-os apenas acessível a um grupo restrito de pessoas: as que tinham
dinheiro e bom gosto

Arte Nova
• entre os séculos de transição do século XIX e XX, as sociedades europeias viveram um
momento particularmente feliz: la “belle époque”, instalando o modernismo _ movimento
que ficou marcado pela ruptura com a tradição na procura de novas expressões formais,
técnicas e estéticas
• este novo gosto privilegiaram a sensibilidade e a fantasia, o refinamento estético e a
imaginação, num claro gosto pelo decorativo e pelo pitoresco
• o grande estilo que integrou este movimento foi a Arte Nova, expressão ainda hoje
controversa que abarcou diferentes cunhos individuais e diferentes designações sob alguns
princípios unificadores:
• a inovação formal, numa forte atitude de originalidade e criatividade mas também de
rejeição dos estilos académicos, históricos e revivalistas. As novas formas inspiravam-se
na natureza e no homem, com preferência pelas estruturas e texturas orgânicas e pelos
movimentos sinuosos e encadeados, captados no seu dinamismo expressivo, através de
linhas estilizadas, sintetizadas ou geometrizadas
• a adesão ao progresso, pelo recurso às novas técnicas e materiais que usavam estrutural
e decorativamente, sem disfarces, tirando partido da sua resistência, maleabilidade e
sentido plástico
• a adaptação de uma nova estética através da linha sinuosa, elástica e flexível, estilizada
ou geometrizada, na procura do movimento, ritmo, expressão e simbolismo poético
• surge em cerca de 1890 e termina com a primeira guerra mundial
• Influências:
• Arts and Crafts
• gótico flamejante
• rococó
• pinturas japonesas
• do folclore tradicional inglês, de inspiração celta
• Expansão através dos jornais, revistas e das exposições universais
• a arte nova exprimiu a modernidade numa fórmula onde estética e técnica, tradição e
inovação se misturam em doses iguais
• implantou-se solidamente nos centros urbanos
• transformou-se numa moda que aplicou a sua estética a todas as modalidades artísticas,
comungando do principio da unidade das artes.

Arquitectura
• Ao nível técnico: utilização de materiais próprios da engenharia: ferro, vidro, aço, betão e
betão armado; usando-os como materiais estruturais e de acabamento
• Ao nível formal: partiu de plantas livres onde as dependências se distribuíam orgânica e
funcionalmente, em continuidade; favoreceu os volumes irregulares e assimétricos, as
superfícies sinuosas e movimentadas, com fachadas onde o vidro ganhava cada vez mais
importância
• Ao nível estético: proclamou o império da ornamentação tanto no exterior como no interior.
Utilização de ornamentos exuberantes na quantidade, volumétricos ou bidimensionais,
estilizado ou geometrizado no desenho, sinuoso, movimentado e expressivo na linguagem
plástica, imaginativo, naturalista, orgânico, simbólico e poético nas temáticas
• Duas tendências
• estética ornamental, floreal, naturalista e curvilínea
• vertente mais racional, estrutural, geomética e funcionalista
• Principais escolas
• Bruxelas _ o primeiro foco da arquitectura arte nova foi a Bélgica
• Victor Horta _ fachadas movimentadas e com grandes janelões, interiores funcionais,
aliando a decoração aos elementos estruturais e dilatando os espaços recorrendo a jogos
de espelhos e pinturas ilusórias
• Henry Van de Velde _ rigor formal, funcional e estético
• França
• Hector Guimard _ autor das entradas do metro de Paris trabalhadas com formas
vegetalistas, graciosas e etéras
• Espanha _ modernismo Catalão
• Domenech i Montaner
• Antoní Gaudí _ organicidade das plantas e construções, modelação dinâmica dos
volumes, naturalismo e pitoresco das formas ornamentais, mistura original de
materiais onde o betão, o ferro, o vidro e as madeiras se combinam com o tijolo, as
cerâmicas e os azulejos multicolores. Imaginativos, excêntricos, sugestivos e
evocadores, os edifícios assemelham-se a gigantescas esculturas de enorme poder
expressivo
• Escócia _ escola de Glasgow
• Mackintosh _ arquitectura assente em estruturas ortogonais de ferro com paredes lisas
de pedra e grandes superfícies envidraçadas, volumes geométricos, interiores
deslocáveis e decoração contida
• Áustria _ escola de sucessão Vienense _ inspirado em Mackintosh, pretendiam lutar contra
os revivalismos e o marasmo das artes académicas
• Ölbrich
• Hoffmann
• Otto Wagner _ em conjunto desenvolveram um modernismo pré-racionalista, cujas
construções primavam pela simplificação geométrica dos volumes e das formas, pela
distribuição simétrica, racional e funcional dos espaços, pela nudez e planimetria dos
muros e pelo tratamento austero e contido
• EUA _ escola de Chicago _ incentivados pela necessidade de renovação urbanística do
centro da cidade destruída no incêndio de 1871
• Dankmar Adler
• Sullivan _ estudaram e aplicaram novos sistemas de alicerçamento, cimentação,
resistência e isolamento, aperfeiçoaram os esqueletos constutivos em ferro e aço, de
linhas ortogonais, libertaram totalmente os muros do seu papel de suporte, rasgaram
as fachadas em paredes-cortina e deram maior liberdade às plantas dos pisos, com
divisórias amovíveis. Inseriram novos sistemas de acondicionamento, manutenção,
canalização e calefacção. Construíram em altura com o aparecimento dos elevadores
eléctricos em 1887.
• Frank Lloyd Wright _ procurou revitalizar as tradições locais a nível dos materiais, da
distribuição do espaço e da associação e aproveitamento da natureza circundante,
adicionando-lhes uma nova visão organicista e funcional nas plantas e uma nova
concepção estética do espaço interior, alargado e projectado sobre o exterior.

Artes aplicadas
• defensores da unidade das artes
• revalorização dos objectos, concedendo-lhes qualidade formal e estética, trabalhando-os e
produzindo-os para a indústria e em união com a indústria
• a “forma segue a função”
• respeita as características dos materiais
• Em Frnaça destaca-se a escola de Nancy onde se destaca Lalique; em Paris desenvolvem-se
as artes gráficas
• Na Alemanha, a escola de artes aplicadas de Veimar, e a Deutshe Werkbund, deixaram um
trabalho que serviu de raíz à escola da Bauhaus e deu início ao design industrial
• Em Nova Iorque, trabalhou-se o vidro decorativo de formas naturalistas e inspiradas em
plantas, insectos e outros animais
• Foi a excessiva decoração que marcou o declínio desta arte. Tornada moda, a arte nova e os
seus artefactos vulgarizaram-se e perderam qualidade estilística. Copiados em formas cada
vez menos depuradas, caíram no exagero ornamental, na artificialidade e na
superficialidade.

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