Os Livros Contábeis
Os Livros Contábeis
Os Livros Contábeis
At aqui vocs j viram que realmente sabem fazer contabilidade, s falta aprenderem a formaliza-la. Viram tambm que para a formalizao das transaes necessrio utilizarem a tcnica do lanamento, que o meio pelo qual registramos todos estes fatos nos livros prprios. Portanto, agora chegou a hora de falarmos um pouco sobre esses livros. Para a escriturao da contabilidade necessria a utilizao de dois livros: Livro Dirio: principal e obrigatrio. Livro Razo: apesar de ser tido como facultativo, muito importante para o sistema contbil. A Receita Federal exige esse livro das empresas cuja tributao do Imposto de Renda seja com base no Lucro Real. O Livro Razo, na verdade, mais conhecido como Fichas Razo. O Livro Dirio, como o prprio nome expressa, utilizado para o registro dirio, na seqncia, por ordem de acontecimento (ordem cronolgica) de todos os fatos que vierem a ocorrer na empresa. O fato a ressaltar que devido a sua escriturao ser efetuada pela ordem cronolgica, embaralha as contas, dificultando, com isso, o exame individualizado das mesmas. Veja modelo a seguir: DIRIO GERAL Empresa: Comercial Jc.Leite Ltda. Conta debitada Inss a recolher Caixa Autonomos a pagar Pro labore a pagar Caixa Caixa Cofins a Recolher Caixa Pis a Recolher Caixa Caixa Pis s/Faturamento Cofins s/Faturamento INSS Contrib. A Recolher C.Social a Recolher IRPJ a Recolher Pro Labore Honorrios Conta creditada Caixa Receita Vendas Caixa Caixa Receita Vendas Receita Vendas Caixa Receita Vendas Caixa Receita Vendas Receita Vendas Pis a Recolher Cofins a Recolher INSS a Recolher Caixa Caixa Caixa Pro labore a Recolher Autnomos a pagar Dia 03 05 07 07 08 09 14 14 14 21 24 31 31 31 31 31 31 31 31 Ms: Janeiro/2013 Histrico Pgto da Guia INSS 12/2012 Venda vista conf NF 65 Pgto Assist Contbil 12/12 Pgto Pro-Labore ms 12/12 Venda vista conf NF 66 Venda vista conf NF 67 Pgto da Guia Cofins ms 12/12 Venda vista conf NF 68 Pgto da Guia PIS ms 12/12 Venda vista conf NF 69 Venda vista conf NF 70 Vr PIS-Faturamento 01/13 Vr Cofins ms 01/13 Vr INSS ms 01/2013 Pgto Guia Contr. Sindical Pgto Guia Contr. Social 12/12 Pgto Guia IRPJ 12/12 Pro-Labore ms 01/13 Vr Assist. Contbil ms 01/13 Pg. 002 Valor 272,00 380,00 130,00 1.230,00 1.700,00 735,00 283,03 357,00 61,32 7.889,00 279,00 73,71 340,20 272,00 29,60 108,29 871,33 1.230,00 130,00
Selma
O Livro Razo demonstra de forma individualizada as Contas utilizadas no Livro Dirio, vindo a facilitar, com isso, o exame das mesmas, da a sua importncia j citada acima. Veja modelo a seguir: Empresa: Comercial Jc.Leite Ltda. RAZO ANALTICO Conta: 3.1.1.001.001 - Vendas vista Data 05/01 08/01 09/01 14/01 21/01 24/01 Histrico Venda vista conf NF 65 Venda vista conf NF 66 Venda vista conf NF 67 Venda vista conf NF 68 Venda vista conf NF 69 Venda vista conf NF 70 Dbito Crdito 380,00 1.700,00 735,00 357,00 7.889,00 279,00 Saldo 380,00 C 2.080,00 C 2.815,00 C 3.172,00 C 11.061,00 C 11.340,00 C Jan a Dez/2013 Pgina. 01
Vocs puderam perceber claramente que para se fazer uma anlise do que ocorreu com a movimentao, por exemplo, da Conta: Vendas a Vista, no Livro Dirio, seria necessrio verificar a escriturao dia a dia para poder compor tal movimentao. Imagine o trabalho que daria em uma empresa com grande movimento. J no Livro Razo devido s contas serem individualizadas, basta pegar a Conta desejada, no caso a Conta: Vendas a Vista, e analisar tranqilamente a movimentao. Vocs perceberam, ainda, que os lanamentos no Livro Dirio trazem todas as Contas identificadas apenas por cdigos. Para isso necessria a elaborao de um Plano de Contas, onde so elencadas todas as contas previstas pelo Setor Contbil de uma empresa. A escriturao do Livro Dirio tem um passado histrico, pois por muito tempo foi escriturado com os lanamentos efetuados a mo, isso mesmo, caneta. Os Contadores utilizavam-se das famosas canetas tinteiros e faziam uma caligrafia impecvel, linda, quase que desenhada. Este tipo de escriturao ainda era muito utilizado at o incio dos anos 70. Posteriormente o Livro Dirio passou a ser escriturado em mquina de datilografia comum, mas com um adaptador, que permitia a escriturao do Livro Dirio e simultaneamente a do Livro Razo (Fichas Razo). Poderia surgir uma pergunta. Como que era escriturado um livro em uma mquina de datilografia? Na verdade no era escriturado um livro e sim formulrios especficos para contabilidade adquiridos em papelarias. Estes formulrios j vinham com um carbono especial (copiativo) e depois de datilografados, aproveitava-se apenas a segunda via que era copiada para placas ou rolos de gelatina e destes seriam re-copiados, vamos dizer assim, para os livros. Razonetes A importncia dos razonetes principalmente didtica, para ajudar a entender como as operaes de uma empresa ou organizao so processadas pela contabilidade. Na prtica, a fonte de dados para a obteno de balancetes (que so a fonte dos Balanos Patrimoniais e DREs), o Livro Dirio. O Livro Razo, alm dos registros de crdito e dbito, tambm registra as datas e descries das operaes. A vantagem do uso de razonetes seu formato grfico e simplificado, que facilita a visualizao dos registros e sua dinmica. Cada conta do BP ou da DRE representada por um razonete, que registra os valores de crdito ou dbito, dependendo de como um fato altera a conta. Vemos abaixo um exemplo de razonetes em branco para duas contas.
Selma
esquema de razonetes Vemos que os razonetes tm formato em T, com o nome da conta em cima, os dbitos registrados na coluna da esquerda e crditos registrados na coluna da direita. A lgica de Dbito e Crdito da Contabilidade diferente da usada no senso comum e gera confuso para quem no a compreende. No senso comum, crdito o recebimento de dinheiro, enquanto dbito a sada de dinheiro. Na Contabilidade diferente. A tabela abaixo resume como funciona essa lgica e explicada, em seguida.
tabela com lgica de dbitos e crditos Essa tabela mostra que: um aumento do Ativo deve ser debitado e uma diminuio creditada; um aumento do Passivo ou do Patrimnio Lquido deve ser creditado e uma diminuio debitada; um aumento da Receita deve ser debitado e uma diminuio creditada; um aumento da Despesa deve ser creditado e uma diminuio debitada;
importante saber que as contas redutoras (ou retificadoras), como depreciao, provises e capital a integralizar, entre outras, funcionam de modo inverso. Por exemplo, a depreciao uma conta do ativo, mas por ser redutora, j que contabiliza perda de valor do patrimnio, creditada quando aumenta e debitada quando diminui. O capital a integralizar conta do Patrimnio Lquido, portanto debitada quando aumenta e creditada quando diminui.
Selma
Balancete de Verificao O balancete de verificao uma demonstrao parecida com balano, ou seja, apresenta o saldo todas as contas patrimoniais, e ainda apresenta o saldo das contas de resultado, num nico demonstrativo. O primeiro passo para elaborar o balancete de verificao dispor de todos os razonetes com todas as operaes contabilizadas. O objetivo disso demonstrar que para fazermos o balancete de verificao temos que partir desse ponto. O segundo passo acharmos o saldo de cada conta, e indicar se ela credora ou devedora. Achar o saldo da conta no momento, no mais mistrios nenhum basta somarmos os lanamentos de cada lado do razonete e diminuir o maior saldo do menor. O saldo ser devedor ou credor, se o resultado encontrado estiver no lado do dbito ou do crdito. O primeiro ponto a ser observado, quanto abrangncia, que apresentamos todas as contas de ativo, passivo, receita, despesa e custo. Ou seja, no balancete temos uma parte das informaes que aparecem no balano e tambm uma boa parte das informaes que estavam na DRE. E qual a conta que tem na DRE que o balancete no mostra? A conta de Resultado do Exerccio em curso. Outro ponto quanto a forma de apresentao, apresenta-se as contas de ATIVO, depois as contas de PASSIVO e PATRIMONIO LIQUIDO. Essas contas devem ser apresentadas sempre nessa ordem primeiro ativo e depois passivo e patrimnio lquido. Logo depois apresentamos as contas de Receita, Custos e Despesas.
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