Aves Marinhas - Aulas
Aves Marinhas - Aulas
Aves Marinhas - Aulas
Esta apostila um complemento para as aulas de Nectologia do Curso de Oceanografia do CTTMar. Elaborado pelo Prof. Dr2. Joaquim Olinto Branco.
Sumrio Pg Introduo ................................................................................................... 1 1 - Ordem Procellariiformes ........................................................................ 1 B FAMLIA PROCELLARIIDAE: (21 sp) Pardelas, Bobos, Pomba-docabo e afins................................................................................................. 4 C FAMLIA HYDROBATIDAE (4 sp) Petris-das-tormentas ou andorinhas-do-mar...................................................................................... 5 D FAMLIA PELECANOIDIDAE (1 sp) Petris-mergulhadores ................ 5 2 ORDEM SPHENISCIFORMES (4 sp) pingins .................................... 6 3 ORDEM PELECANIFORMES (11 sp) pelicanos, atobs, fragatas, bigus e rabos-de-palha.............................................................................. 7 A Famlia Phaethontidae (2 sp) Rabos-de-palha ou grazinas .................. 7 B Famlia Sulidae (4 sp) Atobs............................................................... 7 C - Famlia Pelecanidae (1 sp) Pelicanos ................................................... 8 D Famlia Phalacrocoracidae: (1 sp) bigus............................................. 9 E Famlia Fregatidae (3 sp) Fragatas, tesoures ..................................... 9 4 ORDEM CHARADRIIFORMES ........................................................... 11 A Famlia Stercorariidae (4 sp) (Skuas, gaivotas-rapineiras) ................. 11 B Famlia Laridae (26 sp) gaivotas e trinta-ris...................................... 12 C - Famlia Rynchopidae (1sp) talha-mar.................................................. 14 4.1- Subordem CHARADII (maaricos, baturas, ostreiros, pernilongos).. 14 A Famlia Haematopodidae (1sp) ostreiro ou piru-piru........................... 14 B Famlia Charadriidae (vrias espcies) baturas e outros................... 14 C Famlia Scolopacidae (vrias espcies) maaricos e outros .............. 15 D Famlia Recurvirostridae (maarico e pernilongo) ............................ 15 E Famlia Chionididae (1 sp) pomba-antrtica ....................................... 15 5 - Bibliografia Consultada ........................................................................ 15
Introduo
As aves marinhas constituem um grupo muito diversificado de espcies que se adaptaram com grande eficincia ao meio marinho. Essas adaptaes permitiram aproveitar os recursos que at esse momento eram inacessveis para as aves. As aves marinhas representam apenas 3% de um total de
aproximadamente 9500 espcies conhecidas. O nmero preciso de espcies marinhas depende dos critrios de classificao. Existem vrias definies, mas em geral, nenhuma totalmente precisa. Em geral considera-se
aves marinhas as espcies que se alimentam desde a linha da baixa mar at o mar aberto. As marinhas esto representadas no mundo
por 310 espcies, distribudas em 4 ORDENS: PROCELLARIIFORMES, SPHENISCIFORMES, PELECANIFORMES, CHARADRIIFORMES (devem ser excludas as famlias no marinhas da ltima ordem).
1 - Ordem Procellariiformes
Representada por 4 famlias e 108 espcies no mundo. No Brasil pelas 4 famlias e 34 espcies. Rene a maior parte das aves marinhas. So ocenicas ou pelgicas, na sua maioria encontradas no Hemisfrio Sul. Os Procellariiformes so reconhecidos por 4 caractersticas; ranfotecas da maxila e mandbula composta por vrias placas distintas ponta da maxila em forma de gancho: capturar presas lisas e rpidas narinas em forma de tubo: excreo de sal patas usadas para natao, decolagem e pouso na gua
As aves dessa ordem apresentam adaptaes para utilizar alguns dos tipos de alimentos disponveis no mar. O zooplncton aproveitado por espcies de pequeno porte, como por ex. Alma-de-mestre: Oceanites oceanicus, com 40cm de envergadura e peso de 38 g. As espcies que comem lulas e peixes so maiores; o Albatroz-real: Diomedea epomophora, atinge 3m de envergadura e um peso de at 11kg.
Ordem
No sp
Famlias
No sp (Sick, 1997)
Nome comum
Diomedeidae Procellariidae
8 21
7 18
Procellariiformes 34
Hydrobatidae Pelecanoididae 4 1 4 1
Albatrozes Pardelas, Bobos, Pomba do Cabo e afins Petris-dastormentas Petris mergulhadores Pingins Rabos-depalha Atobs Pelicanos Bigus Fragatas Ostreiro Maaricos e baturas Maaricos/out. Pernilongos Pomba- antr. Skuas Gaivotas e trinta-ris Talha-mar
Sphenisciformes 4
Spheniscidae Phaethontidae
4 2 4 1 1 3
Pellecaniformes
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Sulidae Pelecanidae
Phalacrocoracidae
Fregatidae
Charadriformes
Subordem
Charadii
Rynchopidae 1 Total aproximado de espcies no Brasil 89 Obs. Essas famlias + Alcidae (Alcas) = 14 famlias descritas para o mundo.
Fases da reproduo -
amarelo: Eudyptes chrysocome. Provavelmente esto relacionados com os Procellariiformes, visto que alguns Pingins fsseis apresentavam fossas nasais em forma de tubos. Pingim-de-magalhes: Spheniscus magellanicus a espcie mais comum. Os adultos atingem um comprimento de 71cm, asa entre 18 a 20cm e peso de aproximadamente 4kg.
que, as guas sul-brasileiras e uruguaias desempenham o papel de escola maternal para os jovens, aps o primeiro ano, os sobrevivem voltam para a Patagnia. Um jovem anilhado em 1971 na localidade de Punta Tombo (Chubut, Argentina) foi encontrado na Barra de Tijucas, RJ (2500 km). Nesse ano foram registrados + 3 recuperaes (Florianpolis, Itapema e Pntano do Sul, SC, julho e agosto), em julho/98 foi encontrado um exemplar na Praia Brava, Itaja, SC, procedente dessa localidade.
pelicanos, atobs,
Aves marinhas que incluem 5 famlias com representantes no Brasil. Patas totipalmadas com 4 dedos, a maioria so piscvoras. Provavelmente relacionados com os Ciconiiformes.
nos embries. Sistema de lacunas pneumticas subcutneas, nas partes inferiores do corpo (Sacos areos na musculatura). Das ocorrem no Brasil, Sula leucogaster ocorre at SC. 4 espcies que
lustrosa, pode apresentar bolsa gular (inflada), vermelha no perodo reprodutivo. A fmea preta-fosca, peito branco e ps rosados. So consideradas as aves de menor peso por unidade de superfcie de asa. Ossos muito pneumticos, leves e elsticos. Nunca pousam sobre o mar (encharcam-se rapidamente) ou sobre a praia; descansam planando ou pousadas em ilhas; pernoitam empoleiradas ou sobre rochas. No Brasil ocorrem trs espcies: Fragata minor (nidifica na Ilha da Trindade), Fregata ariel (menor sp do gnero, nidifica na Ilha da Trindade e Martim Vaz) e Fregata magnificens (distribui-se pelo Atlntico, nas Amrica do Sul e Central, no Pacfico, da Colmbia a Peru).
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Acredita-se que a espcie s nidifique em ilhas elevadas com vegetao arbustiva e arbrea, at em moitas de capim mais elevada. Na Venezuela ocorrem colnias reprodutoras nos manguezais afastados da costa. Em geral, as fmeas nidificam em intervalos de 2 anos devido aos cuidados com o filhote; como se d com grande aves de rapina. OBS. O saco gular = prolongamento dos sacos areos cervicais.
4 ORDEM CHARADRIIFORMES
Aves marinhas agrupadas em 4 famlias com 121 espcies no mundo e duas subordens: Lari (gaivotas, trinta-ris, skuas e talha-mar) e Alcii (alcas). A Subordem Lari constitui o grupo com maior nmero de espcies entre as aves marinhas. Alm das 2 subordens acima citadas, existe a Subordem
Charadrii: maaricos, baturas, ostreiros, pernilongos, pomba-antrtica. A Famlia Stercorariidae (4 sp) (Skuas, gaivotas-rapineiras)
Aves ocenicas e polares aparentadas s gaivotas, tendo em comum, pernas curtas e membrana natatria. So aves cosmopolitas e costumam atacar outras espcies para alimentar-se.
Stercorarius parasiticus (gaivota-rapineira-comum), Stercorarius longicadus (raba-de-junco-preto). O tamanho dessas espcies varia entre 60 a 41cm. No Brasil podem aparecer subespcies representantes austrais da espcie C. skua (C. s. antarctica, C. s. maccornicki, C. s. lonnbergi e principalmente C. s.
chilensis), quanto boreais (C. s. skua) o que foi comprovado atravs de espcimens anilhados na Antrtica, Tristo da Cunha, Esccia e Islndia. Em
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Santa Catarina So frequentes os avistamentos de exemplares solitrios entre maio a junho; provavelmente oriundos da Patagnia.
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Sterna hirundinacea (trinta-ris-de-bico-vermelho) Morfologia e distribuio: 41cm. Espcie marinha meridional e comum,
de bico e ps escarlates, fora da poca de reproduo com fronte branca, so comuns indivduos de testa mesclada; imaturos com partes superiores manchadas de pardo e bico negro. Ocorre da Terra do Fogo Bahia.
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alternncia dos stios reprodutivos pode ser decorrente da coleta dos ovos pelos pescadores ou atividade humana na rea de reproduo. Entre o Rio Grande do Sul e provavelmente So Paulo ocorre um mistura das populaes do sul e norte. Essa mistura faz com que ocorram em SC, por ex. exemplares em diferentes fazes do ciclo de vida.
4.1- Subordem CHARADII (maaricos, baturas, ostreiros, pernilongos) A Famlia Haematopodidae (1sp) ostreiro ou piru-piru
Aves costeiras, bico comprido e forte, achatado lateralmente, utilizado para retirar partes moles dos moluscos de dentro das conchas. A famlia cosmopolita com 1 gnero e 11 espcies. Haematopus palliatus ( piru-piru) a nica espcie que ocorre no Brasil.
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Pluvialis squatarola, Pluvialis dominica, Charadrius semipalmatus - visitantes da Amrica do Norte; Charadrius collaris e Vanellus chilensis.
5 - Bibliografia Consultada
AINLEY, D. G. & BOEKELHEIDE, R. (Ed.) 1990. Seabirds of the Farallon Islands: ecology, dynamics, and structure of an upwelling-system community. Stanford, California. 450p. ANDRADE, M. A. 1993. A vida das aves: Introduo biologia e conservao. Belo Horizonte. Ed. Littera Maciel. 160p. BURGER, J. (Ed.).1988. Seabirds & other marine vertebrates: competition, predation & other interactions. Columbia University, New York. 339p.
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BRANCO, J.O. 2004. Aves marinhas das Ilhas de Santa Catarina. p.15-36 in Aves marinhas e insulares brasileiras: bioecologia e conservao (Organizado por Joaquim Olinto Branco). Editora da UNIVALI, Itaja, SC. BRANCO, J.O. 2004 (Org.). Aves marinhas e insulares brasileiras: bioecologia e conservao. Editora da UNIVALI, Itaja, SC. 266p. CHIARADIA, A. 1991. Interao entre aves marinhas e cardumes de bonito listado (Katwonus pelamis) na costa Sul do Brasil. Atlantica, Rio Grande, 13(1):115-118. HARRISON, C. S. 1990. Seabirds of Hawaii: natural history and conservation. Cornell University, Ithaca, New York. 249p. HARRISON, P. 1996. Seabirds an identification guide. Christopher Helm A & C Black. London. 448p. IBAMA. 1994 Manual de anilhamento de aves silvestres. 2a ed. ver. amp. Braslia. IBAMA. 148p. NELSON, B. 1980. Seabirds: their biology and ecology. Hamlyns, London, 1012p. NOVELLI, R. 1997. Aves marinhas costeiras do Brasil: Identificao e biologia. Porto Alegre. Ed. Cinco Continentes. 92p. REILLY, P. 1995. Penguins of the world. Oxford University Press, 164p. SICK, H. 1997. Ornitologia Brasileira, edio revista e ampliada por Jos Fernando Pacheco. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 912p. SCHREIBER, E. A. & BURGER, J. (ed.) 2002. Biology of marine birds. Boca Raton, Florida. 722p. VOOREN, C. M. & FERNANDES, A. C. 1989. Guia de albatrozes e petris do sul do Brasil. Porto Alegre, RS: Sagra. 99p. VOOREN, C. M. & ILHA, H. H. 1995. Guia das aves comuns da costa do Rio Grande do Sul. Imago Maris. 2(1):1-23.
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