Construção Do Conhecimento e Metodologia Da Extensão
Construção Do Conhecimento e Metodologia Da Extensão
Construção Do Conhecimento e Metodologia Da Extensão
1. INTRODUÇÃO
2. CONSTRUÇÃO SOCIAL
2
a) O que se produz sem se ter em vista as condições de uso, em geral, é de pouca valia
na prática, e ficará sepultado em revistas de pouca circulação.
b) O conhecimento fundamental e boa parte dos “produtos” da pesquisa em ciência
aplicada raramente são aplicados. A lógica de seu desenvolvimento (com publicações e
captação de fundos) é diferente de uma atividade de extensão baseada em diagnóstico
das necessidades de atores em situações reais, com permanente busca de sustentação.
c) O conhecimento necessário para muitos projetos de extensão é compartilhado entre
atores com visões e habilidades diferenciadas que tornariam inoperante a transferência
de cima para baixo.
d) O conhecimento requerido pela extensão é co-construído e passa pelo crivo da
"reflexão-na-ação" (conceito de Donald Schön).
Levando em conta essa visão de construção social do conhecimento, os projetos
de extensão adquirirão maior adequação aos objetivos de transformação social.
A construção do conhecimento ocorre em cada tipo de atividade dos projetos de
extensão: (a) nos diagnósticos e pesquisas efetuadas em comunidades ou instituições,
(b) nas ações formativas para membros dessas comunidades ou instituições, (c) nas
ações formativas para alunos, professores e técnico-administrativos da universidade, (d)
nas ações informativas ou mobilizadoras em públicos mais amplos.
3. PARTICIPAÇÃO
emancipação. Às vezes, esses termos geram ceticismo por terem sido exageradamente
usados em retóricas pouco conseqüentes, mas vale a pena reafirmar uma nova intenção.
4. DIMENSÃO CRÍTICA
5. DIMENSÃO REFLEXIVA
6. PROPÓSITO EMANCIPATÓRIO
produzir conhecimento crítico a ser compartilhado com atores sociais por meio de
programas e projetos de extensão.
A metodologia de extensão terá tudo a ganhar se reforçarmos suas dimensões
participativa, crítica e emancipatória. Entretanto, para isso, ninguém possui uma solução
mágica. Isso se constrói coletivamente a partir das experiências existentes, com acesso
ao conhecimento teórico-metodológico (em particular em área de educação e
comunicação). Inclusive as tecnologias da informação têm um papel positivo a
desempenhar nesse contexto.
Ainda é longa a distância entre a realidade (às vezes, a mediocridade) de nossos
projetos de extensão e a definição desse ideal, participativo, crítico e emancipatório. Se
tal ideal for adequado ao atual (ou futuro) contexto de transformação social, poderemos
sugerir um esforço de capacitação metodológica dos docentes e alunos para levarem a
bem projetos orientados em condizente perspectiva. Também os outros aspectos de
sustentação da política de extensão (dedicação, recursos, valorização) precisam ser
repensados.
Seja como for, em contexto de real enfrentamento dos grandes problemas da
sociedade (educação, saúde, fome, emprego, agricultura familiar, preservação
ambiental, etc.), parece que haverá, nos próximos anos, novas oportunidades para a
experimentação de métodos participantes em extensão universitária (e também em
outros contextos).
Hoje, como o atesta este I Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, a
extensão é vista como assunto sério, e está adquirindo uma significação e uma
metodologia mais bem definidas. Vale reafirmar que nesse contexto de mudança, haverá
fortes expectativas em torno da extensão universitária. Algumas universidades serão
incentivadas para oferecer uma extensão mobilizadora, construtora de conhecimentos,
respondendo às necessidades de políticas sociais ou de programas de capacitação, em
larga escala, contra o desemprego, por exemplo. Oxalá que seja uma extensão com
participação, emancipação, reflexividade, espírito crítico e embasamento teórico
consolidado!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
STRINGER, Ernest. Action Research. 2nd. ed. Thousand Oaks; Londres : Sage, 1999.
THIOLLENT. Michel, ARAÚJO FILHO, Targino de, SOARES, Rosa Leonôra Salerno.
(coord.) Metodologia e experiências em projetos de extensão. Niterói-RJ : EDUFF,
2000. 340 p. - Veja também o site do SEMPE no seguinte endereço:
<http://www.itoi.ufrj.br/sempe/index.htm>