Transformadores PDF
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Teoria e Projeto
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Manoel B. Soares
Transformadores
1 - Conceito
O transformador uma mquina eltrica esttica que tem como finalidade transferir energia eltrica de um circuito para outro, geralmente com tenses e correntes diferentes, mantendo a mesma frequncia e aproximadamente a mesma potncia.
2 - Princpio de funcionamento
O funcionamento dos transformadores baseado no princpio da induo eletromagntica, descoberta pelo fsico ingls Michael Faraday, em 1831: Quando a corrente de uma bobina varia, seu campo magntico induz uma fora eletromotriz (f.e.m.) numa bobina vizinha.
4 - Representao simblica
Os transformadores so representados em esquemas eltricos atravs de smbolos: a) Em esquemas multifilares (Fig. 1-a e 1-b);
6 - Consideraes e dados para projetos de transformadores monofsicos de pequena potncia e baixa tenso
a) Condutores, isolamento e disposio das bobinas
Os condutores empregados nos pequenos transformadores so de fio redondo de cobre esmaltado de at #10 AWG, acima disso prefervel o emprego de condutores quadrados ou retangulares. Em certos casos, para facilitar a execuo de enrolamento, substituem-se os condutores de elevada seo por dois condutores agrupados em paralelo. O carretel sobre o qual so enroladas as bobinas constitudo por cartolina isolante, fibra ou teflon. O enrolamento das bobinas sobre o carretel se processa colocando-se uma folha de papel isolante intercalando entre uma camada e outra de condutores. A separao entre a bobina primria e a bobina secundria deve ser feita com vrias camadas de cartolina ou fibra. Ao se executar o enrolamento das bobinas aconselhvel enrolar primeiro a bobina de tenso mais elevada, pois esta sendo de fio mais fino, se molda mais s curvas apertadas nos vrtices do carretel.
b) Lminas padronizadas
Em geral o ncleo dos pequenos transformadores feito com lminas padronizadas, chamadas de E e I, em virtude do seu formato especial, conforme figura 5. Todas as dimenses das lminas E e I so em funo da largura do tronco central, conforme figura 5, e sua montagem na bobina feita conforme indica a figura 6, em posies alternadas, o que d ao ncleo mais resistncia mecnica e menor relutncia magntica. As lminas padronizadas para transformadores monofsicos so classificadas por nmeros. Na tabela 1 podem ser vistas as caractersticas das lminas de 0 a 6.
a (cm)
1 2 3 4 5 6
2 2,5 3 3,5 4 5
Lminas compridas 5 4
P 1 =P 2 1,1 [VA]
e) Clculo das correntes primria e secundria
I1 = P e I 2 = P2 V2 1 V1
f) Clculo da seo dos condutores
Para se calcular a seo dos condutores, preciso fixar a densidade de corrente. Em geral, com o aumento do transformador, aumentam as dificuldades de irradiao de calor; por esta razo, preciso diminuir a densidade da corrente nos condutores ao aumentar a potncia do transformador. Potncia (VA) at 500 entre 500 e 1000 entre 1000 e 3000 Densidade de corrente (A/mm) 3 2,5 2
Bons resultados so obtidos quando a densidade de corrente mantida nos limites indicados na tabela 2. Fixada a densidade de corrente ( d ), calcula-se a seo dos condutores atravs das relaes:
S1 = I1 / d [mm] S2 = I 2 / d [mm]
Estes valores raramente coincidem com os encontrados venda no mercado. Assim, necessitamos adotar o valor mais prximo, encontrado na tabela 3. Caso a seo seja maior do que 5,26mm pode-se confeccionar o enrolamento utilizando dois condutores em paralelo, cujas sees somadas dem o valor aproximado do calculado.
Seo em mm 5,26 4,18 3,30 2,63 2,09 1,65 1,30 1,04 0,818 0,650 0,515 0,407 0,322 0,255 0,204 0,159 0,126
Bitola em AWG 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
S m = 7,5 P2 f
Lminas padronizadas
S m = 6 P2 f
Lminas compridas
S m = 7,5 1,25P2 f
Lminas padronizadas
Sm = 6 1,25P2 f
Lminas compridas
Sm = 7,5 1,5P2 f
Lminas padronizadas
S m = 6 1,5P2 f
Lminas compridas
S g = a b [cm]
Esta seo no representa, porm, a seo verdadeira do ferro, ou seja, a seo magntica, pois entre uma lmina e outra existe uma camada de material isolante que no toma parte da formao do fluxo. Assim sendo, a seo geomtrica obtida acrescentando-se 10% ao valor da seo magntica, isto :
S g = Sm 1,1 [cm]
i) Escolha do ncleo clculo de a e b
Construtivamente vantajoso que a forma da seo geomtrica do ncleo seja prxima da forma quadrada, por isso a largura da coluna central do ncleo obtida por:
a = S g [cm]
Em seguida, s consultar a tabela 1 e escolher a lmina cujo valor de a se aproxima mais do calculado. O comprimento
b = S g a [cm]
Onde o
V1 108 N1 = 4,44 Bm S m f
V1 = tenso primria em volts;
Bm
V1 108 N1 = S m 4,44 Bm f
Para f = 60 Hz e Bm = 12.000 G , temos:
N1 = V1
31,281 Sm
- Espiras secundrias ( N 2 ) Para o clculo das espiras secundrias, emprega-se a mesma frmula, substituindo V1 por V2 e acrescentando 10% ao resultado, para compensar alguma perda na tenso secundria, ou seja:
N 2 = V2
31,281 1,1 Sm
l) Possibilidade de execuo
Para que as bobinas possam entrar na janela e a montagem do transformador seja possvel, preciso que se verifique:
Sj
, ou seja,
N1S1 + N 2 S2
Onde a seo da janela obtida a partir da tabela 1. Se esta relao for menor que 3, preciso recalcular o transformador com um ncleo maior ou formato diferente (lmina comprida).
Este valor varia entre 8.000 e 14.000 Gauss. Para lminas de ferro silcio de boa qualidade, com resfriamento natural, Bm = 11.500 G .
m) Massa do ferro
A massa do ncleo calculada pela frmula:
M Fe = M N b
M Fe = massa do ferro, em kg;
M N = massa por unidade de comprimento do ncleo (tabela 1), em kg/cm;
= comprimento da espira mdia da bobina AT, em cm; = seo total do cobre da bobina AT, em mm;
N AT = nmero de espiras do enrolamento AT; S AT = seo do condutor da bobina AT, em mm; 8,9 = valor da massa especfica do cobre, em g/cm;
Para o enrolamento da bobina de fio mais grosso - enrolamento de baixa tenso (BT) - temos:
= comprimento da espira mdia da bobina BT, em cm; = seo total do cobre da bobina BT, em mm;