BNDES Nocos de Contabilidade Fernando Aprato COM CAPA

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Noes de Contabilidade Prof.

:Fernando Aprato

Matemtica (Contabilidade) 1. DEFINIO E CAMPO DE APLICAO DA CONTABILIDADE

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1.1. Definio de Contabilidade do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) O 1 Congresso Brasileiro de Contabilistas, ocorrido no Rio de Janeiro, em 1924, definiu o seguinte conceito de contabilidade: A Contabilidade a Cincia que estuda e pratica as funes de orientao, controle e registro relativas administrao econmica. A Contabilidade , portanto, uma cincia que estuda e pratica suas funes a partir dos fatos contbeis produzidos pela entidade em determinado perodo. Em vrios livros, a Contabilidade apresentada como sendo a cincia que estuda e patrimnio e apresenta: a) a azienda como seu campo; b) o patrimnio como seu objeto; c) as partidas dobradas como o mtodo por ela eleito. Por cincia, entende-se uma atividade rigorosa de estudo. No uma atividade qualquer, mas uma atividade rigorosa em que os resultados e concluses alcanados por diversos estudiosos sejam compatveis entre si e apontem em uma mesma direo, servido para resolver problemas e responder questionamentos. O Objetivo de qualquer cincia encontrar verdades parciais, que expliquem to somente aquela parte da realidade que a cincia se prope a estudar. Hilrio Franco conceitua a Contabilidade como a cincia que estuda e controla o patrimnio das entidades, mediante o registro, a demonstrao expositiva e a interpretao dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informaes sobre sua composio e variao, bem como sobre o resultado econmico decorrente da gesto da riqueza patrimonial. 1.2. O campo de aplicao da Contabilidade O campo de aplicao da Contabilidade uma azienda. Azienda uma entidade, com ou sem fim lucrativo, com objetivo social ou econmico, de ordem econmico-administrativa, isto , possui patrimnio a controlar. Denota-se que o conceito de azienda mais amplo do que o conceito de empresa, pois a azienda engloba todos os tipos de entidades, comerciais ou filantrpicas (sem fins lucrativos), pblicas ou privadas, de pessoas fsicas ou jurdicas, legalmente constitudas ou no, isto , aziendas so as instituies e as empresas, enquanto que o conceito de empresa envolve apenas a atividade lucrativa. 2. OBJETO, FUNES E OBJETIVO FINAL DA CONTABILIDADE 2.1. Objeto de Estudo da Contabilidade O objeto delimita o campo de abrangncia de uma cincia. Na Contabilidade o objeto sempre o PATRIMNIO de uma entidade, sejam elas com fins lucrativos ou no. Por Patrimnio entende-se o conjunto de bens, direitos e obrigaes de uma entidade, ou seja, os elementos e/ou meios necessrios existncia e a consecuo das suas finalidades.

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Referindo-se, ao mesmo tempo, aos conceitos de campo e objeto (propriamente dito) da Contabilidade, pelo nome de objeto, temos a j citada Resoluo n 774, de 1994 do Conselho Federal de Contabilidade, dispondo conforme a seguir: 1.2 - O Patrimnio objeto da Contabilidade O objeto delimita o campo de abrangncia de uma cincia, tanto nas cincias formais quanto nas factuais, das quais fazem parte as cincias sociais. Na Contabilidade, o objeto sempre o PATRIMNIO de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de obrigaes para com terceiros, pertencente a uma pessoa fsica, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituio de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou no, incluir o lucro. O essencial que o patrimnio disponha de autonomia em relao aos demais patrimnios existentes, o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos limites estabelecidos pela ordem jurdica e, sob certo aspecto, da racionalidade econmica e administrativa. O Patrimnio tambm objeto de outras cincias sociais por exemplo, da Economia, da Administrao e do Direito que, entretanto, o estudam sob ngulos diversos daquele da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectos quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primordialmente, apreender, no sentido mais amplo possvel, e entender as mutaes sofridas pelo Patrimnio, tendo em mira, muitas vezes, uma viso prospectiva de possveis variaes. As mutaes tanto podem decorrer da ao do homem quanto, embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o Patrimnio. Por aspecto qualitativo do patrimnio entende-se a natureza dos elementos que o compem, como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, mquinas, estoques de materiais ou de mercadorias etc. A delimitao qualitativa desce, em verdade, at o grau de particularizao que permita a perfeita compreenso do componente patrimonial. Assim, quando falamos em mquinas, ainda estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expresso poder ser de muita utilidade, em determinadas anlises. Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimnio particular, no se limitar s mquinas como categoria, mas se ocupar de cada mquina em particular, na sua condio do componente patrimonial, de forma que no possa ser confundida com qualquer outra mquina, mesmo de tipo idntico. O atributo quantitativo refere-se expresso dos componentes patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posio sobre o que seja Valor, porquanto os conceitos sobre a matria so extremamente variados. Do Patrimnio deriva o conceito de Patrimnio Lquido, mediante a equao considerada como bsica na Contabilidade: Bens + Direitos = Obrigaes + Patrimnio Lquido Quando o resultado da equao negativo, convenciona-se denomin-lo de Passivo a Descoberto. O Patrimnio Lquido no uma dvida da Entidade para com seus

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scios ou acionistas, pois estes no emprestam recursos para que ela possa ter vida prpria, mas, sim, os entregam, para que com eles forme o Patrimnio da Entidade. O conhecimento que a Contabilidade tem do seu objeto est em constante desenvolvimento, como, alis, ocorre nas demais cincias em relao aos respectivos objetos. Por esta razo, deve-se aceitar como natural o fato da existncia de possveis componentes do patrimnio cuja apreenso ou avaliao se apresenta difcil ou invivel em determinado momento. importantssimo lembrar que o conceito de Patrimnio juridicamente tratado e, dessa forma, a Contabilidade deve estudar o Patrimnio nos termos em que o Direito o define e o Direito deve tratar o Patrimnio de forma compatvel. 2.2. Funes da Contabilidade A Contabilidade possui duas funes bsicas: administrativa e econmica Administrativa: Controlar o patrimnio da entidade, tanto sobre o aspecto esttico (posio em dado momento, ex: o balano patrimonial) como dinmico (representa o movimento ou as mudanas qualitativas e quantitativas dos elementos). Econmica: objetiva apurar o Rdito (ou Resultado, Lucro ou Prejuzo) das aziendas. 2.3. Objetivo da Contabilidade O objetivo final da Contabilidade prover os usurios com informaes sobre os aspectos de natureza econmica, financeira e fsica do Patrimnio da entidade e suas mutaes, o que compreende registros, demonstraes, anlises, diagnsticos e prognsticos. Estas informaes tornam possvel a avaliao da situao econmica e financeira e do subsdios para a tomada de decises dentro da entidade. Segundo a doutrina contbil a finalidade da contabilidade registrar, controlar e

demonstrar os fatos que afetam o patrimnio, objetivando fornecer informaes sobre sua composio e variaes, bem como sobre o resultado econmico decorrente da gesto da riqueza patrimonial. A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econmico, o mesmo papel que a Histria na vida da humanidade. Sem ela no seria possvel conhecer o passado nem o presente da vida econmica da entidade, no sendo tambm possvel fazer previses para o futuro nem elaborar planos para a orientao administrativa.

2.4. Mtodo da Contabilidade A palavra mtodo, oriunda do Grego, significa caminho que leva a um objetivo. Na contabilidade, o mtodo utilizado o mtodo das partidas dobradas. Esse mtodo consiste em considerar que para todo e qualquer item que ingressa no patrimnio, h um lugar de onde ele proveniente. Ou seja, no h gerao espontnea de patrimnio, mas sim uma origem para todo elemento que se aplica no patrimnio, passando a integr-lo. A partir desse mtodo, so desenvolvidas tcnicas, de escriturao e apurao de demonstraes contbeis, de anlise de demonstraes e de verificao de correo das informaes contbeis (auditoria), que resultam na aplicao prtica da cincia.

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Matemtica (Contabilidade) 3. O PATRIMNIO

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3.1. Definio De uma maneira simplificada, pode-se conceituar o Patrimnio como: o conjunto de bens e direitos (recursos) e obrigaes de uma azienda1. Conforme j visto, a azienda pode ser considerada como um ente qualquer (com personalidade ou no) possuidor de um patrimnio. A Contabilidade, portanto, tanto pode ser utilizada para o controle do patrimnio de uma empresa, quanto para o controle do patrimnio de uma pessoa fsica ou ainda de uma famlia ou de um negcio informal. 3.2. Bens So objetos capazes de satisfazer as necessidades humanas e suscetveis de avaliao econmica. So coisas materiais ou imateriais que tm valor econmico e que podem servir de objeto de uma relao jurdica. Do ponto de vista empresarial, so coisas teis, suscetveis de avaliao economica e que estejam a disposio de uma entidade para atingir sua finalidade. Os bens podem ser classificados em: materiais ou tangveis e imateriais ou intangveis. Bens Materiais ou Tangveis so aqueles que podemos ver ou tocar, isto , so corpreos, que possuem corpo. Exemplo: dinheiro, mercadoria, veculos, etc., e bens imveis que no podem ser deslocados de seu lugar natural. Bens Imateriais ou Intangveis so aqueles abstratos, que no representam existncia fsica, mas representam uma aplicao do capital da empresa, pois possuem valor econmico. Exemplo: Marcas e patentes, ponto comercial, programas de

computador, etc.

Os bens imateriais mais comuns so: a) Fundo de Comrcio: vamos supor que uma empresa de comrcio de computadores e acessrios de informtica tenha decidido ampliar seus negcios, abrindo uma filial. Para atingir esse objetivo, adquiriu, vista por R$ 120.000,00, um imvel onde estava instalada uma empresa concorrente. Supondo que o antigo proprietrio tenha cobrado R$ 70.000,00 pelo valor de mercado do imvel e R$ 50.000,00 pelo ponto comercial, ou seja, pela clientela que j estava formada. Neste caso, a empresa adquirente registrar na sua contabilidade, R$ 70.000,00 como bem material a ttulo de Imveis e R$ 50.000,00 como bem imaterial, com o ttulo de Fundo de Comrcio. b) Marcas Patentes: so valores gastos com o registro ou compra de uma marca (nome empresarial ou industrial) ou de uma patente de inveno. Para que a empresa possa usufruir com exclusividade de todos os direitos reservados pela legislao para uso desses bens imateriais, preciso que essa marca ou patente esteja devidamente registrada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Do ponto de vista contbil, BENS so todos os objetos que uma empresa possui, seja para uso, troca ou consumo.

Em linha com os padres internacionais de Contabilidade, a referncia a bens e direitos ser preferencialmente substituda pela definio mais aberta de: recursos que gerem benefcios e possam ser mensurados.

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3.3. Direitos So valores que a empresa tem a receber de terceiros ou valores de propriedade da entidade que se encontram em posse de terceiros, decorrentes ou no da atividade principal da entidade. Os direitos originam-se no s das vendasd e mercadorias a prazo, como tambm das vendas a prazo de outros bens ou servios, ou ainda em decorrncia de outras transaes, como o caso de aluguel de bens imveis ou mveis, emprstimos de dinheiro efetuados a terceiros. Exemplo: contas a receber de clientes, aplicaes financeiras, promissrias a receber, aluguis a receber, etc. Os direitos (crditos) se subdividem em crditos de funcionamento e financiamento. Crditos de funcionamento referem-se aos crditos ou direitos obtidos em funo das operaes comerciais da empresa. Exemplo: valores a receber de clientes, referente a vendas a prazo. Crditos de financiamento referem-se aos crditos ou direitos obtidos em funo das operaes financeiras da empresa. Exemplo: um emprstimo concedido a terceiros ou uma aplicao financeira. 3.4. Obrigaes So valores a pagar, resultantes de dvidas ou compromissos de qualquer natureza, assumidos perante terceiros, ou por bens de terceiros que se econtram em posse da entidade, sobre os quais esta possui uma responsabilidade, quer pela devoluo (emprstimo), quer pela indenizao ou pagamento. As obrigaes podem originar-se no s das compras de mercadorias a prazo, como tambm das compras a prazo de outros bens e servios ou ainda em decorrncia de outras transaes, como o caso de aluguel de bens imveis ou mveis, de emprstimos de dinheiro captados em estabeleciemntos bancarios. Exemplo: contas a pagar, duplicatas a pagar, fornecedores, impostos a recolher, financiamentos bancrios, promissrias a pagar, alugus a pagar, salrios a pagar, etc. As obrigaes se subdividem em dbitos de funcionamento e financiamento. Dbitos de funcionamento referem-se aos dbitos (obrigaes) oriundos das operaes que so o objetivo da empresa. Exemplo: dbitos com fornecedores, dbitos com empregados, dbitos com tributos, etc. Dbitos de financiamento referem-se aos dbitos (obrigaes) oriundos das operaes de financiamento da empresa. Exemplo: dbitos com arrendamentos mercantis, dbitos com emprstimos contrados, dbitos com ttulos de dvidas emitidos pela empresa (debntures a pagar), etc. 3.5. Aspectos Qualitativo e Quantitativo do Patrimnio J conhecemos o conceito de patrimnio (conjunto de bens direitos e obrigaes). A contabilidade estuda o patrimnio em seus aspectos qualitativos e quantitativos. Os aspectos qualitativos tratam dos componentes do patrimnio segundo a espcie de cada um, enquanto os aspectos quantitativos referem-se ao valor com que cada elemento pode ser expresso em moeda. Vamos representar o patrimnio sobre os dois aspectos:

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REPRESENTAO DO PATRIMNIO SOBRE O ASPECTO QUALITATIVO PATRIMNIO BENS

DIREITOS

OBRIGAES

REPRESENTAO DO PATRIMNIO SOBRE O ASPECTO QUANTITATIVO PATRIMNIO BENS

DIREITOS

OBRIGAES

3.6. Componentes Patrimoniais O patrimnio o conjunto de bens, direitos e obrigaes. Ao conjunto de bens e direitos, que representa, em tese, a parte positiva, chamamos de ATIVO. s obrigaes, que representam, teoricamente, a parte negativa, chamamos de PASSIVO. H tambm um outro grupo de elementos chamado de PATRIMNIO LQUIDO, correspondendo exatamente diferena entre ATIVO e PASSIVO D-se o nome de ATIVO para o conjunto de bens e direitos (recursos) e o nome de PASSIVO para o conjunto de obrigaes. diferena entre bens/direitos e obrigaes (que consiste no valor lquido do patrimnio) d-se o nome de PATRIMNIO LQUIDO. Abaixo, apresentamos esquematicamente, o patrimnio, conforme descrito acima.

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Ativo Passivo

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Bens e Direitos (Recursos)

Obrigaes ------------------- Patrimnio Lquido Bens e Direitos (-) Obrigaes

O lado esquerdo do grfico chamado lado positivo, pois os bens e os direitos representam, para a empresa, sua parte positiva ( o que ela tem efetivamente - bens; e o que ela tem para receber - direitos). O lado direito o lado negativo, pois as obrigaes representam a parte negativa da empresa ( o que ela tem a pagar). Definies para o ATIVO: O Ativo definido como o conjunto de bens e direitos, sendo atualmente (em linha com os padres internacionais de Contabilidade) associado ao termo Recursos. Adicionalmente, o Ativo conhecido pelo nome de Patrimnio Bruto, isso porque se o Patrimnio Lquido o Ativo descontado do Passivo, o Ativo sem o desconto do Passivo o Patrimnio Bruto. O Ativo tambm conhecido como o Total das Aplicaes (ou o Total de Recursos Aplicados no Patrimnio ou, ainda, simplesmente, Aplicaes); isso porque os valores que a empresa recebe (seja -

dos scios na forma de capital, seja de terceiros na forma de emprstimos e financiamentos ou, ainda, em funo de sua prpria atividade na forma de receitas) so aplicados na aquisio de bens e direitos. Portanto, o Ativo o total de bens e direitos aplicado na formao do patrimnio da empresa. O ativo, ainda, conhecido tambm como o Total dos Investimentos (ou o Total de Recursos Investidos no Patrimnio ou, ainda, simplesmente, Investimentos); isso porque os valores que a empresa recebe (seja dos scios na forma de capital, seja de terceiros na forma de emprstimos e financiamentos ou, ainda, em funo de sua prpria atividade na forma de receitas) so investidos na aquisio de bens e direitos. Portanto, o Ativo o total de bens e direitos investido no patrimnio da empresa. Definies para o PASSIVO: O Passivo definido como o conjunto de obrigaes, que devem ser adimplidas pela empresa.

O termo Passivo tambm utilizado pela Lei das S/A (art. 178) de forma genrica, identificando o conjunto formado pelo Passivo propriamente dito (Passivo Exigvel), e pelo Patrimnio Lquido. O Passivo (Conjunto de Obrigaes) tambm conhecido pelo termo Passivo Exigvel ou, ainda, simplesmente Exigibilidades. Finalmente, o Passivo pode ser referenciado, ainda, como Capital de Terceiros, numa referncia ao fato de que representa valor dado empresa por terceiros (e que, por via de conseqncia, dever ser devolvido em algum momento futuro). Definies para o PATRIMNIO LQUIDO:

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O Patrimnio Lquido (definido como a diferena entre o Ativo e o Passivo) tambm pode ser referenciado como Capital Prprio, numa referncia ao fato de que representa valor dado empresa pelos prprios scios ou acionistas ou, ainda, pela prpria empresa em decorrncia de suas atividades. O Patrimnio Lquido, ainda, pode ser referenciado pelo termo Situao Lquida do Patrimnio. O Patrimnio Lquido, quando tiver seu valor negativo pode ser referenciado pelo termo Passivo a Descoberto. !! CUIDADO!! No caso de Patrimnio Lquido negativo (quando o valor das obrigaes para com terceiros superior ao dos ativos) utilizava-se, por fora das Resolues CFC 847/1999 e CFC 1.049/2005, a expresso Passivo a Descoberto. Entretanto, a partir de 02.06.2010, a Resoluo CFC 1.283/2010 revogou diversos dispositivos anteriores, dentre os quais as Resolues CFC 847/1999 e 1.049/2005. Desta forma, para as demonstraes contbeis encerradas a partir da publicao do novo texto normativo no mais ser necessrio alterar a nomenclatura do Patrimnio Lquido, quando ele se tornar negativo.

Ativo Bens e Direitos Patrimnio Bruto Total dos Investimentos Total das Aplicaes Investimentos Aplicaes Recursos

Passivo Obrigaes Passivo Exigvel Exigibilidades Capital de Terceiros --------------------------- Patrimnio Lquido Bens e Direitos (-) Obrigaes Capital Prprio Situao lquida do Patrimnio

Passivo em Sentido Amplo (Conforme a Lei das S/A art. 178)

3.7. Equao Fundamental do Patrimnio O Patrimnio Lquido conhecido como sendo a diferena entre o ativo e o passivo, e recebe tambm as denominaes de situao lquida ou capital prprio ou, ainda, por alguns autores, de investimento prprio, por representar a parte do patrimnio que efetivamente pertence entidade, pois o restante dos bens e direitos estar comprometido por obrigaes com terceiros, chamando-se a estes de bens de terceiros ou capital de terceiros. Assim, sendo temos que os bens, os direitos e as obrigaes, aliados ao patrimnio lquido, devem satisfazer a seguinte equao:

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Matemtica (Contabilidade) Patrimnio Lquido = (Bens + Direitos) - Obrigaes ou PL= A P ou A= P+ PL Pode ocorrer a seguinte situao: A+ D() P() R= PL Ou A P= PL (-) D + R PL = Patrimnio Lquido A = ATIVO P = PASSIVO D = Despesas R = Receitas

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3.8. Situaes Patrimoniais A partir da equao fundamental do patrimnio (PL = A P ), podemos verificar que, dependendo da comparao dos valores do ATIVO e PASSIVO, podemos ter vrias situaes lquidas patrimoniais, quais sejam: Situao lquida patrimonial a diferena entre o Ativo (bens e direitos) e o Passivo (obirgaes). 1) Situao Lquida Positiva, Ativa, Favorvel ou Superavitria. Situao Favorvel PL + ou SL + Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) maior que o valor das obrigaes com terceiros (Passivo Exigvel), ou A > P; conseqentemente, o patrimnio lquido, de acordo com a equao fundamental do patrimnio, maior do que zero ( PL > 0 ). Uma outra situao favorvel a Situao Plena ou Propriedade Total dos Ativos, quando o valor do passivo exigvel nulo, ou seja, no h dvidas com terceiros, portanto P = 0. Logo, A = PL. ATIVO Bens + Direitos > PASSIVO Obrigaes Situao positiva lquida

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2) Situao Lquida Negativa, Passiva, Desfavorvel, Deficitria ou Passivo a Descoberto. ATIVO < PASSIVO Patrimnio Lquido NEGATIVO / DEFICITRIO Situao Desfavorvel PL (-) ou SL (-) ou Passivo a Descoberto Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem menores que as obrigaes com terceiros (Passivo Exigvel), ou A < P e, conseqentemente, o patrimnio lquido, de acordo com a equao fundamental do patrimnio menor do que zero ( PL < 0 ), esta situao tambm conhecida como capital prprio negativo. Situao de Passivo a Descoberto: A + PL = P ou A P = (PL)

ATIVO < Bens + Direitos

PASSIVO Obrigaes Situao negativa lquida

Uma outra situao desfavorvel a Situao de inexistncia de Ativos, que ocorre quando o valor das obrigaes com terceiros (passivo exigvel) forem iguais ao patrimnio lquido negativo ( P = - PL ). Nesta hiptese, o ativo ser nulo ( A = 0 ), ou seja, temos uma ausncia de bens e direitos. 3) Situao lquida Nula ou Compensada ou Equilbrio Aparente. ATIVO = PASSIVO Patrimnio Lquido NULO / EQUILIBRADO Situao NULA, Equilbrio Aparente A = PE, logo PL = 0 Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais s obrigaes com terceiros (Passivo Exigvel) (A = P) e, conseqentemente, o patrimnio lquido, de acordo com a equao fundamental do patrimnio, igual a zero ( PL = 0 ) . ATIVO = Bens + Direitos Obrigaes Resumindo, temos: 1 SITUAO: a) A > P situao lquida positiva ou superavitria. b) A = SL situao lquida positiva sem obrigaes. PASSIVO Situao nula lquida

2 SITUAO: a) A < P situao lquida negativa (passivo a descoberto). b) A = 0 P = SL pior situao possvel. 3 SITUAO: a) A = P situao lquida nula.
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4. CONTAS 4.1. Conceito De acordo com o Prof. Antnio Lopes de S, a conta o instrumento de registro que tem por finalidade reunir fatos contbeis da mesma natureza, sendo aberta para encerrar os valores de realizao passada, presente ou futura, recebendo um ttulo que a identifica. Contas so elementos do patrimnio que merecem registro e controle individualizado. Cada grupo de elementos semelhantes, integrantes do patrimnio, considerado de forma conjunta como uma conta, para possibilitar o registro e controle dos respectivos aumentos e redues de valores, decorrentes da ocorrncia de fatos contbeis. Assim, por conta entende-se um nome que agrega elementos patrimoniais de caractersticas semelhantes e que, por isso, demandam controle e acompanhamento conjunto, e em separado dos demais elementos patrimoniais. Como exemplo, temos: - o nome Veculos, para designar a conta que comporta os elementos patrimoniais que possuem caractersticas que permitam sua classificao como veculos (automveis de passeio, utilitrios, caminhes, motocicletas, etc.); - o nome Estoques, para designar a conta que comporta os elementos patrimoniais que tenham a caracterstica de serem destinados venda ou ao consumo no curto prazo (mercadorias, produtos, matria-prima, itens de almoxarifado, etc.); - o nome Mquinas e equipamentos, para designar a conta que comporta elementos patrimoniais que tenham por caractersticas o uso nas atividades industriais ou administrativas como, por exemplo, computadores, prensas, serras, caldeiras, etc.; - o nome fornecedores, para designar a conta que indica a obrigao de pagar um valor aos fornecedores pela aquisio (a prazo) de bens (mercadorias, matrias-primas e produtos). - o nome Receita bruta de vendas, designando um motivo pelo qual o patrimnio aumentou durante um determinado perodo de tempo a realizao de operaes de venda; - o nome Receita de aluguis, designando tambm um motivo pelo qual o patrimnio aumentou durante um determinado perodo de tempo a realizao de locao de imvel para terceiros; - o nome Custo da mercadoria vendida, designando um motivo pelo qual o patrimnio diminuiu durante um determinado perodo de tempo a entrega a clientes de mercadorias que estavam no patrimnio da empresa. 4.2. Contas Analticas e Contas Sintticas As contas, propriamente ditas (definidas no item anterior), so denominadas contas analticas. Contas analticas so aquelas que demandam controle e acompanhamento em separado das demais. Assim, para cada fato contbil ocorrido, sero alterados os valores patrimoniais das respectivas contas analticas envolvidas. Exemplificando, quando h compra de mveis a prazo:
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a conta analtica que representa mveis (conta Mveis) tem seu valor patrimonial aumentado, pela entrada de novos mveis no patrimnio; e - a conta analtica que representa a obrigao de pagar pelos mveis (conta Fornecedores) tem tambm seu valor patrimonial aumentado, pelo surgimento da obrigao de pagar pelos mveis adquiridos a prazo. Ora, se uma conta (propriamente dita) uma conta analtica, o que seria uma conta sinttica? Uma conta sinttica um nome que referencia um conjunto de contas analticas ao mesmo tempo. Assim, o valor patrimonial de uma conta sinttica igual soma (algbrica) dos valores patrimoniais das contas analticas que a compem. So exemplos notrios de contas sintticas as contas denominadas (1) Ativo, (2) Passivo e (3) Patrimnio Lquido, j referenciadas em nosso curso. A conta sinttica Ativo tem um valor patrimonial equivalente soma dos valores patrimoniais de todas as contas analticas que representam recursos (bens/direitos). A conta sinttica Passivo tem um valor patrimonial equivalente soma dos valores patrimoniais de todas as contas analticas que representam obrigaes. Resumindo, contas sintticas so conjuntos formados por contas analticas e, ao contrrio, contas analticas so elementos de conjuntos representados por contas sintticas. 4.3. Elementos das Contas Os elementos da conta so as informaes que cada conta deve trazer, para bem descrever e caracterizar o elemento patrimonial a que se refere, no sistema contbil de informaes, so eles: a) o nome da conta; b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial); c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta (Registrados como Dbitos ou com Crditos conforme o caso); d) as redues de valor patrimonial, ocorridas na conta (Registrados como Dbitos ou com Crditos conforme o caso); e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final). Os aumentos e redues no valor patrimonial da conta so registrados quando da ocorrncia de fatos contbeis que ensejem tais aumentos/redues. O registro desses aumentos e dessas redues (lanamento) ser efetuado de acordo com a natureza de cada conta. CONTA SINTTICA BANCOS FORNECEDORES CLIENTES CONTAS ANALTICAS Banco Ita Banco do Brasil Rio Vermelho S/A Boaventura S/A Jos de Arimatia Joo de Deus

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5. Plano de Contas relao lgica e ordenada dos ttulos das contas que sero utilizadas para demonstrar o patrimnio de uma azienda e as respectivas mutaes, d-se o nome de Plano de Contas. Um plano de contas, portanto, um conjunto de contas que representa o patrimnio por completo (bem como os motivos pelos quais este patrimnio pode aumentar ou diminuir durante um exerccio). Um plano de contas deve conter a relao de todas as contas, cada uma delas com uma respectiva explicao de sua funo, do seu funcionamento, de sua abrangncia e relacionada e um nmero de codificao. Um plano de contas deve ter a relao de todas as contas (sintticas e analticas do patrimnio). Assim, uma tcnica para identificao da conta atribuir a ela um cdigo, da seguinte forma: quanto mais sinttica a conta, menos dgitos o cdigo ir possuir e, quanto mais analtica a conta, mais dgitos o cdigo ir possuir (isso, porque, o cdigo da conta analtica idntico ao cdigo da respectiva conta sinttica, acrescido de dgitos que o individualizem). Exemplificando: # (1) (2) (3) Referncia conta sinttica conta analtica (em relao conta Ativo) conta analtica (em relao conta Ativo Circulante) (4) conta analtica (em relao conta Caixa) (4) conta analtica (em relao conta Caixa) Nome Ativo Ativo Circulante Caixa Caixa-Porto Alegre Caixa-Novo Hamburgo Cdigo 1 1.1 1.1.1 1.1.1.1 1.1.1.2

5.1. Funcionamento das Contas Ao registrarmos um fato contbil, devemos observar dois aspectos: a aplicao de recursos da entidade, por conveno contbil chama DBITO; a origem de recursos aplicados, por conveno contbil chamada CRDITO. Ex: Compra de uma mquina a vista. O Dbito ocorrer na conta de Mquinas (AP) onde est sendo aplicado os recursos da entidade. O crdito ocorrer na conta Caixa ou Bancos C/C (AC) de onde se originam os recursos da entidade. Ainda por conveno contbil, como as contas possuem dois lados (esquerdo e direito), dependendo da natureza do saldo da conta, os aumentos de valor podem ser registrados num lado e as redues no outro. DEBITAR a conta significa lanar os valores no lado esquerdo do razonete. CREDITAR a conta significa lanar os valores no lado direito do razonete. 5.1.1. Conceito de Dbito e Crdito no Ativo e nas Despesas Por representarem os investimentos da entidade (bens e direitos) e seus gastos (despesas), estas contas tm obrigatoriamente natureza devedora, apresentando sempre saldos devedores ou nulos (exceto as contas retificadoras).
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Dbitos ( D ) AUMENTOS

CONTAS DE ATIVO OU DESPESA Crditos ( C ) REDUES

5.1.2. Conceito de Dbito e Crdito no Passivo, Patrimnio Lquido e Receitas Por representarem as fontes de recursos da entidade, que podem ser provenientes de terceiros (passivo) ou de suas prprias atividades (receitas), estas contas tm obrigatoriamente natureza credora, apresentando sempre saldos credores ou nulos (exceto as contas retificadoras) e, assim, os aumentos de valor viro atravs de crditos e as diminuies por dbitos. CONTAS DE PASSIVO, PATRIMNIO LQUIDO E RECEITA Dbitos ( D ) Crditos ( C ) REDUES AUMENTOS 5.1.3. Contas Retificadoras Essas contas, por representarem retificaes (redues) de seus grupos, funcionam de forma inversa ao funcionamento das contas dos grupos a que pertencem. Assim, as contas retificadoras de ativo (Ex: proviso para crditos de liquidao duvidosa, duplicatas descontadas, ajustes a valor presente, proviso para perdas em investimento, depreciao acumulada, amortizao acumulada, exausto acumulada) so de natureza credora, aumentando-se o seu saldo mediante crdito e as de passivo e patrimnio lquido (Ex: aes em tesouraria, prejuzos acumulados, capital a realizar) so de natureza devedora, aumentando-se o seu saldo mediante dbito. 5.1.4. Resumo do Funcionamento das Contas Contas ATIVO PASSIVO PATRIMNIO LQUIDO DESPESAS RECEITAS RETIFICADORA DE ATIVO RETIFICADORA DE PASSIVO NATUREZA/SALDO DEVEDOR CREDOR CREDOR DEVEDOR CREDOR CREDOR DEVEDOR PARA AUMENTAR DEBITAR CREDITAR CREDITAR DEBITAR CREDITAR CREDITAR DEBITAR PARA REDUZIR CREDITAR DEBITAR DEBITAR CREDITAR DEBITAR DEBITAR CREDITAR

5.1.5. Os Grupos e as Funes das Contas As contas devem ser agrupadas de acordo com o estabelecido pela Lei 6404/76, para elaborao do BALANO PATRIMONIAL.

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5.1.5.1. Contas Patrimoniais So as contas que integram o balano patrimonial, que a situao esttica, de dado momento, e esto representadas nos grupos do ATIVO, PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO. 5.1.5.2. Contas de Resultado Contrapondo-se as contas patrimoniais, as contas de resultado representam a situao dinmica da entidade, ou seja, as contas que alteram o patrimnio lquido. 5.6. Contas Patrimoniais e Contas de Resultado 5.6.1. Contas Patrimoniais Contas Patrimoniais so aquelas que ficam constantemente representadas no patrimnio. Um exemplo de conta Patrimonial a conta caixa. Caixa um elemento do patrimnio que registra o numerrio disponvel. As contas patrimoniais (BP) representam a situao esttica, de dado momento, do patrimnio da entidade. As contas patrimoniais podem ser de Ativo, Passivo e de Patrimnio Lquido. No Ativo, encontram-se, por exemplo, as contas: caixa, mercadorias, veculos, imveis, aplicaes financeiras, etc. No Passivo, so encontradas as contas: fornecedores, contas a pagar, emprstimos bancrios, salrios a pagar, etc. No Patrimnio Lquido, entre outras, esto as contas Capital e Lucros Acumulados. Ao final de cada perodo de apurao (exerccio), o conjunto de contas patrimoniais deve ser apresentado para identificar a situao do patrimnio da entidade naquele instante. Esta apresentao consiste em uma demonstrao financeira denominada Balano Patrimonial, que representa a situao esttica, de dado momento, do patrimnio da entidade. 5.6.1.1. Contas do Ativo Ativo Art. 179. As contas sero classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizveis no curso do exerccio social subseqente e as aplicaes de recursos em despesas do exerccio seguinte; II - no ativo realizvel a longo prazo: os direitos realizveis aps o trmino do exerccio seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou emprstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que no constiturem negcios usuais na explorao do objeto da companhia; III - em investimentos: as participaes permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, no classificveis no ativo circulante, e que no se destinem manuteno da atividade da companhia ou da empresa; IV no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpreos destinados manuteno das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com
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essa finalidade, inclusive os decorrentes de operaes que transfiram companhia os benefcios, riscos e controle desses bens; V (Revogado pela Lei n 11.941, de 2009) VI no intangvel: os direitos que tenham por objeto bens incorpreos destinados manuteno da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comrcio adquirido. Pargrafo nico. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver durao maior que o exerccio social, a classificao no circulante ou longo prazo ter por base o prazo desse ciclo. Aes: aes so ttulos que representam o capital de uma empresa e, portanto, do direito, ao respectivo titular, a uma frao ideal do patrimnio dessa empresa. Assim, quando em nosso patrimnio h aes de outras empresas, h um recurso, representado pelo direito a uma parte do patrimnio dessas empresas o que caracteriza um Ativo. Bancos movimento: a conta Bancos-movimento representa o direito que nossa empresa tem de sacar do banco todo o valor anteriormente por ela depositado, em sua conta-corrente (nele mantida) esse recurso caracteriza um Ativo. Caixa: a conta caixa representa o dinheiro guardado em espcie na empresa o direito titularidade do dinheiro, sendo um recurso, caracteriza um Ativo. Devedores por Duplicatas: a conta Devedores por Duplicatas (tambm denominada Duplicatas a receber) representa o direito de exigir dos compradores (devedores) que paguem o valor das compras realizadas a prazo. Sendo um direito, um recurso que caracteriza um Ativo. Estoques: a conta estoques representa o conjunto de mercadorias (entre outros elementos semelhantes). Mercadorias, representando o direito titularidade de bens, so recursos da empresa, que caracterizam Ativo. ICMS a Recuperar: a conta ICMS a Recuperar decorre da aplicao do princpio da nocumulatividade do ICMS2 (segundo o qual, do tributo devido pelo contribuinte em razo das sadas de mercadorias do seu estabelecimento, o contribuinte tem o direito de descontar o valor do imposto j recolhido nas etapas anteriores de circulao da mercadorias, que est incluso no preo e foi por ele pago na aquisio das mercadorias). Sendo um direito, o ICMS a recuperar consiste em um recurso que caracteriza Ativo. Imveis: a conta imveis representa o conjunto de terrenos e edificaes. Terrenos e edificaes representam o direito titularidade de bens que, sendo recursos da entidade, consistem em Ativo. Marcas e Patentes: Marcas e Patentes representam o direito de explorao de nomes ou de patentes de invenes. Em outras palavras, Marcas e Patentes representam o direito titularidade de bens imateriais, o que caracteriza recurso da entidade, classificado como Ativo. Matrias-primas: matrias-primas representam um dos itens do estoque existente em empresas industriais, as matrias-primas se transformam em produtos para a venda (durante o processo de industrializao). Como itens do estoque, as matrias-primas
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ICMS Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Servios Interestaduais e Intermunicipais de Transporte e de Telecomunicaes um imposto da competncia dos Estados membros e do Distrito Federal, previsto na Constituio da Repblica Federativa do Brasil, de 1988 art. 155 e informado pelo princpio da no-cumulatividade.

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consistem em direitos titularidade de bens e, assim, na qualidade de recursos da entidade, devem ser classificadas como Ativo. Mercado aberto: pelo nome mercado aberto, so referenciadas aplicaes financeiras realizadas por empresas (notadamente em CDBs Certificados de Depsitos Bancrios e RDBs Registros de Depsitos Bancrios entre outras). A caracterstica deste elemento patrimonial o direito que a empresa investidora possui, de receber o valor de seu investimento (nos termos contratados). Na qualidade de direitos, os investimentos em mercado aberto representam recursos, que ficam classificados como Ativo. Produtos: produtos so o resultado da manipulao, por empresas industriais, de matrias-primas (com a utilizao de mo de obra direta e custos indiretos de fabricao) com o objetivo de conseguir itens para venda. O direito titularidade desses bens, os produtos, caracteriza recurso da entidade, que deve ser classificado como Ativo. Suprimentos (emprstimos) a coligadas: o nome suprimentos a coligadas utilizado para designar emprstimos concedidos pela empresa a outras empresas, que com ela possuam uma relao societria. Tendo concedido um emprstimo, a empresa fica com o direito de exigir que o valor emprestado seja devolvido. Esse direito caracteriza um recurso da entidade e, portanto, deve ser classificado como Ativo. Veculos: o nome veculos serve para designar todos os carros, motos, caminhes, caminhonetes, etc. utilizados pela empresa para transporte. So direitos (de propriedade, uso etc.) que tm por objeto bens (veculos), caracterizadores de recursos da entidade que devem ser classificados como Ativos. 5.6.1.2. Contas do Passivo Passivo Exigvel Art. 180. As obrigaes da companhia, inclusive financiamentos para aquisio de direitos do ativo no circulante, sero classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exerccio seguinte, e no passivo no circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no pargrafo nico do art. 179 desta Lei. (Redao dada pela Lei n 11.941, de 2009) Resultados de Exerccios Futuros Art. 181. (Revogado pela Lei n 11.941, de 2009) Acionistas, conta Dividendos: Dividendos so definidos como a parte do lucro que cabe ao acionista. Assim, quando se fala em Acionistas, conta Dividendos, refere -se obrigao que a empresa tem de entregar uma parte de seus lucros aos acionistas. Na qualidade de obrigao, o elemento patrimonial denominado Acionistas, conta Dividendos (tambm denominado Dividendos a Pagar) deve ser classificado como Passivo. Bancos-conta emprstimos: emprstimos tomados em bancos pela empresa resultam na obrigao da empresa pagar por esse valor tomado. Na qualidade de obrigao, a conta Banco-conta emprstimos caracterizada como uma conta de passivo. Credores por duplicatas: os Credores por duplicatas so aqueles que, tendo realizado vendas a prazo (de mercadorias compradas pela empresa) tm o direito de exigir que a empresa pague pelas mercadorias compradas, por conseqncia, nossa empresa tem a obrigao de pagar por elas. Na qualidade de obrigao, a conta Credores por duplicatas classificada como Passivo.
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Duplicatas a Pagar: outro nome para designar o mesmo elemento patrimonial acima (Credores por duplicatas), as Duplicatas a Pagar representam uma obrigao contrada pela empresa, de pagar pelas mercadorias por ela compradas a prazo. Na qualidade de obrigao, a conta Duplicatas a Pagar classificada como Passivo. Emprstimos em bancos: outro nome para designar o elemento patrimonial Bancoconta emprstimos, referencia emprstimos tomados em bancos pela empresa, que resultam na obrigao da empresa pagar por esse valor tomado. Na qualidade de obrigao, a conta Emprstimos em Bancos classificada como Passivo. ICMS a Recolher: ICMS a recolher a conta que representa a obrigao da empresa de recolher aos cofres pblicos o imposto ICMS Imposto sobre a Circulao de Mercadoria e Servios de transporte interestadual e intermunicipal e de telecomunicaes. Sendo uma obrigao, trata-se de conta de Passivo. Suprimentos de coligadas: Suprimentos de coligadas so caracterizados por valores decorrentes de emprstimos, recebidos de empresas com as quais haja uma relao de participao societria (uma detentora de aes da outra conforme ser visto no item que trata de Equivalncia Patrimonial, adiante neste curso). A empresa, tendo recebido valores de outra, incorre na obrigao de devolv-los. Assim, Suprimentos de coligadas, caracterizam uma obrigao, que deve ser classificada como Passivo. 5.6.1.3. Contas do Patrimnio Lquido Patrimnio Lquido Art. 182. A conta do capital social discriminar o montante subscrito e, por deduo, a parcela ainda no realizada. 1 Sero classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuio do subscritor de aes que ultrapassar o valor nominal e a parte do preo de emisso das aes sem valor nominal que ultrapassar a importncia destinada formao do capital social, inclusive nos casos de converso em aes de debntures ou partes beneficirias; b) o produto da alienao de partes beneficirias e bnus de subscrio; c) (revogada); (Redao dada pela Lei n 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei n 11.638,de 2007) d) (revogada). (Redao dada pela Lei n 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei n 11.638,de 2007) 2 Ser ainda registrado como reserva de capital o resultado da correo monetria do capital realizado, enquanto no-capitalizado. 3 Sero classificadas como ajustes de avaliao patrimonial, enquanto no computadas no resultado do exerccio em obedincia ao regime de competncia, as contrapartidas de aumentos ou diminuies de valor atribudos a elementos do ativo e do passivo, em decorrncia da sua avaliao a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios, com base na competncia conferida pelo 3 do art. 177 desta Lei. (Redao dada pela Lei n 11.941, de 2009) 4 Sero classificados como reservas de lucros as contas constitudas pela apropriao de lucros da companhia. 5 As aes em tesouraria devero ser destacadas no balano como deduo da conta do patrimnio lquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisio.
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Acionistas, conta Capital: o termo Acionistas, conta Capital usado para identificar o valor colocado pelos acionistas (a ttulo de capital) na formao do patrimnio da empresa. Como esse valor ser, teoricamente, devolvido para os scios (ao final da existncia da empresa), assim, conclui-se que ele faz parte do Patrimnio Lquido. Capital: Capital um termo utilizado com o mesmo sentido de Acionistas, conta Capital e usado para identificar o valor colocado pelos acionistas (a ttulo de capital) na formao do patrimnio da empresa e, portanto, faz parte do Patrimnio Lquido. Reservas de lucro: Reservas de lucro so os resultados auferidos pela empresa em perodos passados, no desempenho de suas atividades, e que podiam ter sido distribudos aos acionistas, mas foram destinados a permanecer no patrimnio da empresa at que um dia fosse necessria sua utilizao. Como esse valor ser, teoricamente, devolvido para os scios (ao final da existncia da empresa), ele tambm faz parte do Patrimnio Lquido. 5.6.2. Contas de Resultado Contas de Resultado so aquelas que no representam elementos constantes do patrimnio, mas somente os motivos das alteraes do patrimnio como um todo e os respectivos valores (em um determinado perodo de tempo) que, em ltima anlise, se incorporaro ao Patrimnio Lquido. As contas de resultado representam a situao dinmica da entidade. As Contas de resultado so as receitas e despesas que, respectivamente, aumentam e diminuem o Patrimnio Lquido. Estas contas so transitrias, pois ao final de um dado perodo (denominado exerccio) seu saldo incorporado ao Patrimnio Lquido. Ao final de cada perodo de apurao (exerccio), devem ser relacionadas as contas de resultado e apresentado seu comportamento durante o referido perodo. Esta apresentao consiste em uma demonstrao financeira denominada Demonstrao do Resultado do Exerccio. 5.6.2.1. Receitas Juros Ativos: a expresso Juros ativos largamente utilizada para designar a receita auferida com juros. Para entender o significado dessa expresso, sugerimos a utilizao de duas palavras mgicas, que elucidam o sentido da expresso em tela, so elas: que aumentam. Assim, Juros ativos podem ser entendidos como Juros que aumentam ativos. Ora, Juros que aumentam ativos so juros que aumentam o patrimnio e, assim, so classificados como Receitas (caracterizando aumento do patrimnio). Receita Bruta de Vendas: a expresso Receita Bruta de Vendas designa o valor da mercadoria (constante da nota fiscal) de venda. Ora, a venda um motivo pelo qual o patrimnio aumenta, assim, a Receita Bruta de Vendas consiste em uma receita. Receitas financeiras: a expresso Receitas financeiras utilizada para designar aumentos do patrimnio devidos a (1) juros entendidos como o valor do dinheiro no tempo oriundos de transaes com terceiros e (2) aplicaes realizadas em instituies financeiras. De qualquer modo, so aumentos do patrimnio e, por isso, receitas.

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Matemtica (Contabilidade) 5.6.2.2. Despesas

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Impostos sobre vendas: a expresso Impostos sobre vendas utilizada para designar um dos motivos pelos quais o patrimnio diminui: o surgimento da obrigao de recolher impostos, pela ocorrncia do fato gerador do tributo (sada da mercadoria do estabelecimento contribuinte ou faturamento ambos decorrentes, geralmente, de vendas). Ora, sendo uma hiptese de reduo do patrimnio, trata-se de uma despesa. Variaes Monetrias passivas: a expresso Variaes Monetrias passivas largamente utilizada para designar a despesa (reduo no patrimnio) decorrente da variao de ndices econmicos3. Para entender o significado dessa expresso, sugerimos a utilizao das mesmas duas palavras mgicas j referidas, quais sejam, que aumentam. Assim, Variaes Monetrias passivas podem ser entendidas como Variaes Monetrias que aumentam passivos. Ora, Variaes Monetrias que aumentam passivos, reduzem o patrimnio. Referenciando redues do patrimnio, as Variaes Monetrias Passivas so classificadas como Despesas. 6. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS 6.1. Histria A idia do mtodo desenvolveu-se quando se criou a conta Capital (em dialeto vneto, Cavedal). A primeira transao financeira da entidade, qual seja, a colocao de dinheiro nas contas da mesma pelos scios, se escritura assim: Dbito: Conta Caixa (Ativo)'; Crdito: Conta Capital (Patrimnio Lquido ou Passivo no Exgvel). Por essa simples notao algbrica (CAIXA=CAPITAL), registra-se toda a gama de informaes financeiras envolvidas na operao: sabe-se o dinheiro que a Entidade poder investir em seus negcios, sem que se esquea da obrigao assumida: se encerrar as atividades, ou determinado scio deixar o empreendimento, a quantia que ele entregou dever ser formalmente devolvida pela Entidade para as contas do mesmo. Historicamente, as entradas de dbito so registradas no lado esquerdo e as entradas de crdito no lado direito do razo. Em um modelo esquemtico chamado no Brasil de "razonete", as contas so chamadas de contas T devido a sua semelhana com a letra T quando a conta est vazia, conforme se observa pelo seguinte diagrama: Dbito Crdito

A variao monetria mais famosa aquela decorrente da variao na taxa de cmbio denominada Variao Cambial. Exemplificando, quando a empresa tem uma dvida em dlares, se a taxa de cmbio alterada (com a valorizao da moeda estrangeira), h um aumento da dvida da empresa (em reais), o que enseja uma reduo no patrimnio e, conseqentemente, despesa (de Variao Cambial Passiva).

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6.2. Partidas Dobradas Lanamento contbil a forma como a Contabilidade registra os fatos que afetam (ou que possam vir a afetar) o patrimnio da empresa. A estrutura do lanamento tem por alicerce o secular mtodo das "partidas dobradas", segundo o qual todo dbito corresponde a um crdito de mesmo valor, ou seja: em todo lanamento contbil so utilizadas no mnimo duas contas - uma para dbito, outra para crdito do mesmo valor. Dissemos "no mnimo" porque h inmeros casos em que o lanamento contm, por exemplo, uma conta a dbito e duas a crdito Para registrar os fatos contbeis, a Contabilidade adota, universalmente, o MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS. Partida o registro onde um dbito sempre igual a um crdito de mesmo valor. tambm conhecido por partida digrfica, pois o mtodo baseia-se no princpio da contraposio de valores. A essncia do mtodo das partidas dobradas consiste no fato de que um registro a dbito em uma ou mais contas (aplicao de recursos) deve corresponder a um crdito do mesmo valor (origem dos recursos) em uma ou mais contas, de tal maneira que a soma dos valores debitados seja sempre igual soma dos valores creditados, ou seja: NO H DBITO SEM CRDITO CORRESPONDENTE SOMA DOS DBITOS = SOMA DOS CRDITOS APLICAES = ORIGENS O princpio compreende no apenas o princpio onde que todo dbito corresponde a um crdito, mas tambm rene certas exigncias como, por exemplo: a) a conta devedora sempre inscrita em primeiro lugar e a credora, em segundo; b) a conta devedora sempre ocupa as colunas da esquerda e a credora, as da direita; c) de uma forma mais conservadora, qual a ESAF associa-se, a conta credora deve estar antecedida da preposio ou expresso a; d) o livro Razo o que agrupa as contas sempre com lanamentos de dbito e crdito; e) as somas dos valores do dbito no Razo devem ser sempre iguais s somas dos valores do crdito no mesmo livro; f) o Razo o livro principal do qual se levanta o balancete, pea que ponto de partida para o levantamento do balano patrimonial; g) o livro Dirio o que rene os fatos em ordem cronolgica e todos os fatos nele transcritos devem ser passados, tambm, para o livro Razo; h) o balano, equilibrando dbitos e crditos, o pice do processo, evidenciando o patrimnio; e i) no lanamento, debita-se a aplicao e credita-se a origem do recurso.

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No Brasil, o mtodo das partidas dobradas, foi definido como obrigatrio para os gestores pblicos. Consta no art. 86 da Lei 4.320 de 1964 que "A escriturao sinttica das operaes financeiras e patrimoniais efetuar-se-o pelo mtodo das partidas dobradas". 7. ESCRITURAO 7.1. Conceito e Finalidade A escriturao contbil tem como referncia formal a Resoluo n 1330 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), aprovada em 18 de maro de 2011. A escriturao a tcnica contbil responsvel pela funo de registrar todos os fatos administrativos que alterem o patrimnio das entidades econmico-administrativas, quer qualitativamente ou quantitativamente, visando ao controle do patrimnio, apurao dos resultados dos exerccios sociais e a prestao de informaes aos diversos usurios da informao contbil, ou seja, a escriturao a base dos relatrios contbeis, que so, em ltima anlise, os meios de comunicao da entidade com o mundo exterior ou interessados na informao contbil. O objetivo da escriturao registrar, de maneira formal e padronizada, os fatos contbeis. Ao registro de um fato contbil chamamos de lanamento. Este efetuado em livros contbeis prprios como o Dirio, Razo, Caixa, Duplicatas a Receber, etc. Ao conjunto de lanamentos que chamamos de escriturao. 7.2. A Escriturao nos Livros e o Lanamento Contbil As entidades devem adotar certas formalidades na escriturao dos fatos contbeis. Assim, elas devem manter um sistema de escriturao uniforme dos seus atos e fatos administrativos, por meio de processo manual, mecanizado ou eletrnico. A escriturao dever ser executada em idioma e moeda corrente nacionais, em forma contbil, em ordem cronolgica de dia, ms e ano, com ausncia de espaos em branco, entrelinhas, borres, rasuras, emendas ou transportes para as margens, com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contbeis. O empresrio e a sociedade empresria so obrigados a seguir um sistema de Contabilidade, mecanizado ou no, com base na escriturao uniforme de seus livros, em correspondncia com a documentao respectiva, e a levantar anualmente o balano patrimonial e o de resultado econmico. O Dirio e o Razo constituem os registros permanentes da entidade. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escriturao contbil. Quando o Dirio e o Razo forem gerados por processo que utilize fichas ou folhas soltas, deve ser adotado o registro Balancetes Dirios e Balanos. Porm, no caso da entidade adotar processo eletrnico ou mecanizado para a sua escriturao contbil, os formulrios de folhas soltas, devem ser numerados mecnica ou tipograficamente e encadernados em forma de livro. Satisfeita essa formalidade, o livro Dirio ser registrado no Registro Pblico competente, de acordo com a legislao vigente. NO caso da entidade adotar escriturao contbil em forma digital, no h
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necessidade de impresso e encadernao em forma de livro, porm o arquivo magntico autenticado pelo Registro Pblico competente dever ser mantido pela entidade. 7.3. O Registro no Livro Dirio Todas as operaes ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem variaes patrimoniais na entidade devem ser lanadas no livro Dirio em ordem cronolgica de dia, ms e ano, com individualizao, clareza e referncia ao documento probante. O lanamento deve conter a seguinte apresentao: a) Data de registro contbil, ou seja, a data em que o fato contbil ocorreu; b) Conta devedora; c) Conta credora; d) Histrico que represente a essncia econmica da transao ou o cdigo de histrico padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro prprio; e) Valor do registro contbil; e f) Informao que permita identificar, de forma, unvoca, todos os registros que integram um mesmo lanamento contbil. 7.4. O Registro no Livro Razo Todos os registros efetuados no livro Dirio devem ser transportados para o livro Razo, que um livro sistemtico, porque destina uma pgina para cada conta, retratando os saldos das contas, enquanto que, no Dirio, aparecem apenas os valores lanados a dbito e a crdito das contas respectivas, em ordem cronolgica, no permitindo conhecer-se o volume de operaes registradas em cada conta. 7.5. Resoluo CFC 1330/2011 ESOLUO CFC N 1330/11 DE 18 DE MARO DE 2011 APROVA A ITG 2000 - ESCRITURAO CONTBIL. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerccio de suas atribuies legais e regimentais, e com fundamento no disposto na alnea f do art. 6 do Decreto-Lei n. 9.295/46, alterado pela Lei n. 12.249/10, RESOLVE: Art. 1. Aprovar a ITG 2000 Escriturao Contbil. Art. 2. Revogar as Resolues CFC n.s 563/83, 596/85, 597/85, 612/85, 684/90, 685/90, 790/95, 848/99 e 1.115/07, publicadas no D.O.U., Seo 1, de 30/12/83, 29/7/85, 29/7/85, 21/1/86, 27/8/91, 27/8/91, 18/12/95, 12/7/99 e 19/12/07, respectivamente.

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Matemtica (Contabilidade) Art. 3. Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao. Braslia, 18 de maro de 2011. Contador Juarez Domingues Carneiro Presidente NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ITG 2000 ESCRITURAO CONTBIL Objetivo

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1. Esta Interpretao estabelece critrios e procedimentos a serem adotados pela entidade para a escriturao contbil de seus fatos patrimoniais, por meio de qualquer processo, bem como a guarda e a manuteno da documentao e de arquivos contbeis e a responsabilidade do profissional da contabilidade. Alcance 2. Esta Interpretao deve ser adotada por todas as entidades, independente da natureza e do porte, na elaborao da escriturao contbil, observadas as exigncias da legislao e de outras normas aplicveis, se houver. Formalidades da escriturao contbil 3. A escriturao contbil deve ser realizada com observncia aos Princpios de Contabilidade. 4. O nvel de detalhamento da escriturao contbil deve estar alinhado s necessidades de informao de seus usurios. Nesse sentido, esta Interpretao no estabelece o nvel de detalhe ou mesmo sugere um plano de contas a ser observado. O detalhamento dos registros contbeis diretamente proporcional complexidade das operaes da entidade e dos requisitos de informao a ela aplicveis e, exceto nos casos em que uma autoridade reguladora assim o requeira, no devem necessariamente observar um padro pr-definido. 5. A escriturao contbil deve ser executada: a) em idioma e em moeda corrente nacionais; b) em forma contbil; c) em ordem cronolgica de dia, ms e ano; d) com ausncia de espaos em branco, entrelinhas, borres, rasuras ou emendas; e e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contbeis. 6. A escriturao em forma contbil de que trata o item 5 deve conter, no mnimo: a) data do registro contbil, ou seja, a data em que o fato contbil ocorreu; b) conta devedora;
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c) conta credora; d) histrico que represente a essncia econmica da transao ou o cdigo de histrico padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro prprio; e) valor do registro contbil; f) informao que permita identificar, de forma unvoca, todos os registros que integram um mesmo lanamento contbil. 7. O registro contbil deve conter o nmero de identificao do lanamento em ordem sequencial relacionado ao respectivo documento de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contbeis. 8. A terminologia utilizada no registro contbil deve expressar a essncia econmica da transao. 9. Os livros contbeis obrigatrios, entre eles o Livro Dirio e o Livro Razo, em forma no digital, devem revestir-se de formalidades extrnsecas, tais como: a) serem encadernados; b) terem suas folhas numeradas sequencialmente; c) conterem termo de abertura e de encerramento assinados pelo titular ou representante legal da entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade. 10. Os livros contbeis obrigatrios, entre eles o Livro Dirio e o Livro Razo, em forma digital, devem revestir-se de formalidades extrnsecas, tais como: a) serem assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado; b) serem autenticados no registro pblico competente. 11. Admite-se o uso de cdigos e/ou abreviaturas, nos histricos dos lanamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar o significado dos cdigos e/ou abreviaturas no Livro Dirio ou em registro especial revestido das formalidades extrnsecas de que tratam os itens 9 e 10. 12. A escriturao contbil e a emisso de relatrios, peas, anlises, demonstrativos e demonstraes contbeis so de atribuio e de responsabilidade exclusivas do profissional da contabilidade legalmente habilitado. 13. As demonstraes contbeis devem ser transcritas no Livro Dirio, completando-se com as assinaturas do titular ou de representante legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmente habilitado. Livro dirio e livro razo 14. No Livro Dirio devem ser lanadas, em ordem cronolgica, com individualizao, clareza e referncia ao documento probante, todas as operaes ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem variaes patrimoniais. 15. Quando o Livro Dirio e o Livro Razo forem gerados por processo que utilize fichas ou folhas soltas, deve ser adotado o registro Balancetes Dirios e Balanos.
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16. No caso da entidade adotar processo eletrnico ou mecanizado para a sua escriturao contbil, os formulrios de folhas soltas, devem ser numerados mecnica ou tipograficamente e encadernados em forma de livro. 17. Em caso de escriturao contbil em forma digital, no h necessidade de impresso e encadernao em forma de livro, porm o arquivo magntico autenticado pelo registro pblico competente deve ser mantido pela entidade. 18. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escriturao contbil. 19. A entidade responsvel pelo registro pblico de livros contbeis em rgo competente e por averbaes exigidas pela legislao de recuperao judicial, sendo atribuio do profissional de contabilidade a comunicao formal dessas exigncias entidade. Escriturao contbil de filial 20. A entidade que tiver unidade operacional ou de negcios, quer como filial, agncia, sucursal ou assemelhada, e que optar por sistema de escriturao descentralizado, deve ter registros contbeis que permitam a identificao das transaes de cada uma dessas unidades. 21. A escriturao de todas as unidades deve integrar um nico sistema contbil. 22. A opo por escriturao descentralizada fica a critrio da entidade. 23. Na escriturao descentralizada, deve ser observado o mesmo grau de detalhamento dos registros contbeis da matriz. 24. As contas recprocas relativas s transaes entre matriz e unidades, bem como entre estas, devem ser eliminadas quando da elaborao das demonstraes contbeis da entidade. 25. As despesas e as receitas que no possam ser atribudas s unidades devem ser registradas na matriz e distribudas para as unidades de acordo com critrios da administrao da entidade. Documentao contbil 26. Documentao contbil aquela que comprova os fatos que originam lanamentos na escriturao da entidade e compreende todos os documentos, livros, papis, registros e outras peas, de origem interna ou externa, que apoiam ou componham a escriturao. 27. A documentao contbil hbil quando revestida das caractersticas intrnsecas ou extrnsecas essenciais, definidas na legislao, na tcnica-contbil ou aceitas pelos usos e costumes. 28. Os documentos em papel podem ser digitalizados e armazenados em meio magntico, desde que assinados pelo responsvel pela entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado, devendo ser submetidos ao registro pblico competente. Contas de compensao 29. Contas de compensao constituem sistema prprio para controle e registro dos fatos relevantes que resultam em assuno de direitos e obrigaes da entidade cujos efeitos materializar-se-o no futuro e que possam se traduzir em modificaes no patrimnio da
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entidade. 30. Exceto quando de uso mandatrio por ato de rgo regulador, a escriturao das contas de compensao no obrigatria. Nos casos em que no forem utilizadas, a entidade deve assegurar-se que possui outros mecanismos que permitam acumular as informaes que de outra maneira estariam controladas nas contas de compensao. Retificao de lanamento contbil 31. Retificao de lanamento o processo tcnico de correo de registro realizado com erro na escriturao contbil da entidade e pode ser feito por meio de: a) estorno; b) transferncia; e c) complementao. 32. Em qualquer das formas citadas no item 31, o histrico do lanamento deve precisar o motivo da retificao, a data e a localizao do lanamento de origem. 33. O estorno consiste em lanamento inverso quele feito erroneamente, anulando-o totalmente. 34. Lanamento de transferncia aquele que promove a regularizao de conta indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposio do registro para a conta adequada. 35. Lanamento de complementao aquele que vem posteriormente complementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado. 36. Os lanamentos realizados fora da poca devida devem consignar, nos seus histricos, as datas efetivas das ocorrncias e a razo do registro extemporneo. Publicada no Dirio Oficial da Unio de 22 de maro de 2011. 7.6. Lei n 6.404/76 Escriturao Art. 177. A escriturao da companhia ser mantida em registros permanentes, com obedincia aos preceitos da legislao comercial e desta Lei e aos princpios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar mtodos ou critrios contbeis uniformes no tempo e registrar as mutaes patrimoniais segundo o regime de competncia. 1 As demonstraes financeiras do exerccio em que houver modificao de mtodos ou critrios contbeis, de efeitos relevantes, devero indic-la em nota e ressaltar esses efeitos. 2 A companhia observar exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificao da escriturao mercantil e das demonstraes reguladas nesta Lei, as disposies da lei tributria, ou de legislao especial sobre a atividade que constitui
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seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilizao de mtodos ou critrios contbeis diferentes ou determinem registros, lanamentos ou ajustes ou a elaborao de outras demonstraes financeiras I (revogado); (Redao dada pela Lei n 11.941, de 2009) II (revogado). (Redao dada pela Lei n 11.941, de 2009) 3 As demonstraes financeiras das companhias abertas observaro, ainda, as normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios e sero obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados. 4 As demonstraes financeiras sero assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados. 5 As normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios a que se refere o 3 deste artigo devero ser elaboradas em consonncia com os padres internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobilirios. 6 As companhias fechadas podero optar por observar as normas sobre demonstraes financeiras expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios para as companhias abertas. 7 (Revogado). (Redao dada pela Lei n 11.941, de 2009) 8. LANAMENTOS 8.1. Conceito O lanamento o registro dos fatos contbeis, nos livros Dirio e Razo, efetuados de acordo com o mtodo das partidas dobradas, em ordem cronolgica e obedecendo a determinada tcnica. 8.2. Elementos Essenciais do Lanamento Como j sabemos o lanamento o registro dos fatos contbeis nos livros Dirio e Razo, devendo conter, para sua correta aplicao, os chamados elementos essenciais, que esto dispostos abaixo: LANAMENTO LOCAL E DATA DO REGISTRO CONTA (S) DEBITADA (S) CONTA (S) CREDITADA (S) HISTRICO DA OPERAO VALOR DA OPERAO 8.3. Procedimentos para Efetuarmos o Lanamento Dado um determinado fato contbil ocorrido na empresa, para se efetivar o lanamento devem ser seguidos alguns passos seqencialmente, como no exemplo abaixo. FATO 1: depsito em dinheiro em conta corrente bancria, no valor de R$ 30.000,00. 1 passo Identificar as contas a serem utilizadas: Caixa e Bancos C/Movimento; 2 passo Identificar os grupos a que pertencem: Caixa (ATIVO); Bancos (ATIVO);
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3 passo Identificar o efeito (aumento ou diminuio) sobre o saldo das contas: Caixa (diminuir o saldo); Bancos (aumentar o saldo); 4 passo utilizar o quadro resumo do mecanismo de dbito e crdito, de acordo com o mtodo das partidas dobradas: 5 passo Caixa Ativo saldo diminuir origem crdito Bancos Ativo saldo aumentar aplicao dbito Observe que a origem do recurso foi o caixa da empresa, por isso creditamos a conta caixa. A aplicao do recurso foi o depsito em conta corrente, por isso debitamos a conta bancos. Lanamento no Livro Dirio atravs da forma contempornea Porto alegre (RS), 23 de janeiro de 2012. D - Bancos c/movimento C - Caixa Valor depositado nesta data cfe. recibo Lanamento no Livro Dirio atravs da forma tradicional Porto alegre (RS), 23 de fevereiro de 2012. Bancos c/movimento A Caixa Valor depositado nesta data cfe. recibo Lanamento no Livro Razo R$ 30.000,00 R$ 30.000,00

R$ 30.000,00

FATO 2: em 31 de janeiro de 2012, foi comprado um veculo no valor de R$ 15.000,00. Sendo R$ 5.000,00 vista e R$ 10.000,00 para pagamento em 30 dias, atravs da NF n 102035. Lanamento no Livro Dirio atravs da forma contempornea

Lanamento no Livro Dirio atravs da forma tradicional


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Lanamento no Livro Razo

9. Regime de Competncia e Regime de Caixa 9.1. Regime de Competncia O regime de competncia um princpio contbil, que deve ser, na prtica, estendido a qualquer alterao patrimonial, independentemente de sua natureza e origem. Sob o mtodo de competncia, os efeitos financeiros das transaes e eventos so reconhecidos nos perodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou pagos. Isto permite que as transaes sejam registradas nos livros contbeis e sejam apresentadas nas demonstraes financeiras do perodo no qual os bens (ou servios) foram entregues ou executados (ou recebidos). apresentada assim uma associao entre as receitas e os gastos necessrios para ger-las. As demonstraes financeiras preparadas sob o mtodo de competncia informam aos usurios no somente a respeito das transaes passadas, que envolvem pagamentos e recebimentos de dinheiro, mas tambm das obrigaes a serem pagas no futuro e dos recursos que representam dinheiro a ser recebido no futuro. Portanto, proporcionam o tipo de informaes sobre transaes passadas e outros eventos, que so de grande relevncia aos usurios na tomada de decises econmicas. As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O reconhecimento simultneo das receitas e despesas, quando correlatas, conseqncia natural do respeito ao perodo em que ocorrer sua gerao. Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competncia como nico parmetro vlido, portanto, de utilizao compulsria no meio empresarial. 9.2. Regime de Caixa Sob o regime de caixa, os recebimentos e os pagamentos so reconhecidos unicamente quando se recebe ou se paga mediante dinheiro ou equivalente.

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10. PLANO DE CONTAS Plano de Contas (ou Elenco de Contas) o conjunto de contas, previamente estabelecido, que norteia os trabalhos contbeis de registro de fatos e atos inerentes entidade, alm de servir de parmetro para a elaborao das demonstraes contbeis. A montagem de um Plano de Contas deve ser personalizada, por empresa, j que os usurios de informaes podem necessitar detalhamentos especficos, que um modelo de Plano de Contas geral pode no compreender. O Plano de Contas, genericamente tido como um simples elenco de contas, constitu na verdade um conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a descrio do funcionamento de cada conta - o chamado "Manual de Contas", que contm comentrios e indicaes gerais sobre a aplicao e o uso de cada uma das contas (para que serve, o que deve conter e outras informaes sobre critrios gerais de contabilizao). 10.1. Objetivo do Plano de Contas Seu principal objetivo estabelecer normas de conduta para o registro das operaes da organizao e, na sua montagem, devem ser levados em conta trs objetivos fundamentais: a) atender s necessidades de informao da administrao da empresa; b) observar formato compatvel com os princpios de contabilidade e com a norma legal de elaborao do balano patrimonial e das demais demonstraes contbeis (Lei 6.404/76, a chamada "Lei das S/A); c) adaptar-se tanto quanto possvel s exigncias dos agentes externos, principalmente s da legislao do Imposto de Renda. 10.2. Contas do Balano Patrimonial A empresa deve manter escriturao contbil com base na legislao comercial e com observncia das Normas Brasileiras de Contabilidade. O balano patrimonial uma das demonstraes contbeis que visa a evidenciar, de forma sinttica, a situao patrimonial da empresa e dos atos e fatos consignados na escriturao contbil. Essa demonstrao deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei 6.404/76 (chamada Lei das S/A) e segundo os Princpios Fundamentais de Contabilidade. Tal estrutura de contas, dentro do conceito legal da prpria Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187), em sntese, se compe de: ATIVO CIRCULANTE NO CIRCULANTE REALIZVEL A LONGO PRAZO INVESTIMENTOS IMOBILIZADO INTANGVEL PASSIVO CIRCULANTE NO CIRCULANTE PATRIMNIO LQUIDO

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Como exemplo, temos a conta "Caixa", que registrar o dinheiro em espcie (papelmoeda) disponvel na tesouraria da empresa. Trata-se de uma conta do Ativo Circulante, subgrupo Disponibilidades. MODELO SIMPLIFICADO DE PLANO DE CONTAS ATUALIZADO COM A LEI N 11.638/07 E Lei N 11.941/09. 1. ATIVO 1.1 Circulante 1.1.01 Disponvel 1.1.01.01 Caixa 1.1.01.01.01 Caixa pequenas despesas 1.1.01.02 Banco conta movimento 1.1.01.02.01 Banco do Brasil S/A. 1.1.01.02.02 Banco Ita Unibanco S/A. 1.1.01.02.03 Bradesco 1.1.01.03 Aplicaes financeiras 1.1.01.03.01 Banco do Brasil S/A. 1.1.01.03.02 Banco Ita Unibanco S/A. 1.1.01.03.03 Bradesco S/A. 1.1.02 Clientes 1.1.02.01 Cliente X 1.1.02.02 Cliente Y 1.1.03 Duplicatas a receber 1.1.04 (-) Duplicatas descontadas 1.1.05 (-) Proviso p/ crditos de liquidao duvidosa 1.1.06 Adiantamento a fornecedores 1.1.07 Adiantamento a empregados 1.1.08 Ttulos a receber 1.1.08.01 Nota promissria a receber 1.1.09 Impostos diversos a compensar 1.1.09.01 ICMS a recuperar 1.1.09.02 IPI a recuperar 1.1.09.03 IRRF a recuperar 1.1.09.04 CSLL a recuperar 1.1.09.05 PIS a recuperar 1.1.09.06 INSS a recuperar 1.1.09.07 COFINS a recuperar 1.1.09.08 Outros tributos a recuperar 1.1.10 Estoques 1.1.10.01 Mercadorias para Revenda 1.1.10.02 Produtos em elaborao 1.1.10.03 Matria prima 1.1.10.04 Material de embalagem 1.1.10.05 Materiais de Uso/Consumo
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Matemtica (Contabilidade) 1.1.11 1.1.11.01 1.1.12 1.1.12.01 1.1.12.02 1.1.12.03 1.1.12.04 1.1.12.05 1.1.12.06 1.2 1.2.01 1.2.01.01 1.2.02 1.2.02.01 1.2.02.02 1.2.03 1.2.03.01 1.2.03.02 1.2.03.03 1.2.03.04 1.2.03.05 1.2.03.06 1.2.03.07 1.2.03.08 1.2.03.09 1.2.03.10 1.2.03.11 1.2.03.12 1.2.03.13 1.2.04 1.2.04.01 1.2.04.02 1.2.04.03 1.2.04.04 1.2.04.05 1.2.04.06 2. 2.1 2.1.01 2.1.02 2.1.03 2.1.04 2.1.05 2.1.06

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Ttulos e valores mobilirios Depsito p/ incentivo fiscal Despesas antecipadas Juros s/ emprstimo de capital de giro Juros s/ financiamento Imobilizado Despesas financeiras Seguros Vale transporte Outras No Circulante Realizvel a longo prazo Aplicaes em Incentivos Fiscais Investimentos Participao empresas aes diversas Outros investimentos Imobilizado Terrenos Mveis e utenslios (-) Depreciao mveis e utenslios Instalaes (-) Depreciao instalaes Mquinas, equipamentos e ferramentas (-) Depreciao mquinas, equipamentos e ferramentas Computadores e perifricos (-) Depreciao Computadores Veculos (-) Depreciao veculos Imveis (-) Depreciaes Imveis Intangveis Marcas e Patentes (-) Amortizao Marcas e patentes Pesquisa e desenvolvimento (-) Amortizao Pesquisas e desenvolvimento Direitos autorais (-) Amortizao sobre direitos autorais PASSIVO Circulante Salrios a pagar Fornecedores Duplicatas a pagar Emprstimos e financiamentos a pagar Impostos a pagar / recolher Ttulos a pagar
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Matemtica (Contabilidade) 2.1.07 2.1.08 2.1.09 2.1.10 2.1.11 2.2 2.2.01 2.2.01.01 2.3 2.3.01 2.3.01.01 2.3.01.02 2.3.02 2.3.02.02 2.3.02.03 2.3.03 2.3.04 2.3.04.01 2.3.04.02 2.3.04.03 2.3.04.04 2.3.04.05 2.3.04.06 2.3.04.07 2.3.05 2.3.06 2.3.06.01 2.3.06.02

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Encargos Sociais a Recolher Outros Ttulos a Pagar Aluguis a pagar gua e Luz a pagar Dividendos Propostos a Pagar No Circulante Exigvel a Longo Prazo Promissrias a Pagar de Longo Prazo Patrimnio Lquido Capital Social Capital Subscrito (-) Capital a Integralizar Reserva de capital gio na emisso de aes Alienao de partes beneficirias Ajustes de Avaliao Patrimonial Reservas de Lucros Reserva Legal Reserva Estatutria Reserva para Contingncias Reserva de Incentivos Fiscais Reserva de Reteno de Lucros Reserva de Lucros a Realizar Reserva Especial para Divid. Obrigatrios No Distribudos (-) Aes em Tesouraria (-) Prejuzos Acumulados Lucros do exerccio (-) Prejuzos do exerccio

3. 3.1 3.1.01 3.1.01.01 3.2 3.2.01 3.2.01.01 3.2.01.02 3.2.01.03 3.2.01.04 3.2.01.05 3.2.01.06 3.2.01.07 3.2.01.08 3.2.01.09

DESPESAS Custos diretos da produo Custos dos produtos vendidos CMV Despesas Operacionais Despesas Administrativas Salrios e ordenados Adicional noturno gua / Esgoto Alimentao Aluguis e arrendamento Assistncia mdica/social Associao de classe Contribuio/donativos Correios
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Matemtica (Contabilidade) 3.2.01.10 3.2.01.11 3.2.01.12 3.2.01.13 3.2.01.14 3.2.01.15 3.2.01.16 3.2.01.17 3.2.01.18 3.2.01.19 3.2.01.20 3.2.01.21 3.2.01.22 3.2.01.23 3.2.01.24 3.2.01.25 3.2.01.26 3.2.01.27 3.2.01.28 3.2.01.29 3.2.01.30 3.2.01.31 3.2.01.32 3.2.01.33 3.2.01.34 3.2.01.35 3.2.01.36 3.2.02 3.2.02.01 3.2.02.02 3.2.02.03 3.2.02.04 3.2.02.05 3.2.02.06 3.2.02.07 3.2.02.08 3.2.02.09 3.2.03 3.2.03.01 3.2.03.02 3.2.03.03 3.3 4. 4.1 Depreciao/Amortizao Despesas com manuteno da loja Farmcia Frias FGTS Gs Horas extras Impostos e taxas Impressos Indenizaes/aviso prvio INSS Legais e judiciais Luz e energia Materiais de consumo Multas de trnsito Multas fiscais Pr labore Propaganda e publicidade Reprodues Revistas e jornais 13 Salrio Seguros Servios terceiros pessoa fsica Servios terceiros pessoa jurdica Telefone Vale transporte Viagens e representaes Despesas Comerciais Crditos de Liquidao Duvidosa Amostra grtis Combustvel Comisses de venda Embalagens Fretes na entrega Impostos s/ veculos Manuteno de veculos Propaganda e publicidade Despesas financeiras Encargos e Juros de Mora Despesas Bancrias Outras taxas e encargos Outras Despesas RECEITA Receita bruta s/ vendas e servios

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Matemtica (Contabilidade) 4.1.01 4.1.01.01 4.1.02 4.1.02.01 4.2 4.2.01 4.2.01.01 4.2.01.02 4.2.01.03 4.2.01.04 4.2.01.05 4.2.02 4.2.02.01 4.3 4.3.01 4.3.01.01 4.3.01.02 4.3.01.03 4.3.01.04 4.3.01.05 4.3.01.06 4.3.01.07 4.3.02 4.3.02.01 4.3.02.02 4.3.03 4.3.03.01 4.4 4.4.01 4.4.01.01 4.5 5. 5.1 5.1.01 Receita bruta de venda Revenda de mercadorias Receita bruta de servios Prestao de servios Deduo de receita bruta vendas/servios Deduo de receita bruta de vendas Cancelamento de devolues Abatimento incondicional ICMS COFINS PIS s/ vendas e servios Deduo de receita bruta s/ servios ISS Receita operacional Receita financeira Variao monetria ativa Juros s/ aplicaes financeiras Descontos obtidos Receita de aplicaes pr-fixadas Multas ativas Dividendos Juros s/ duplicatas Recuperaes diversas Reembolsos diversos Venda de sucatas Receitas patrimoniais Resultado da venda de bens Receita de Participaes Societria Receita em Participaes com Empresa Coligadas Receita de Participaes Societria Outras Receitas CONTAS DE COMPENSAO Resultado do exerccio Apurao de resultado

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Matemtica (Contabilidade) 11. DESCONTOS

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11.1. Descontos condicionais ou financeiros obtidos So condicionados antecipao do prazo de pagamento. uma espcie de prmio concedido pelo pagamento antes do vencimento da obrigao. No constam da nota fiscal. So apenas indicados na fatura comercial e, por ocorrerem aps a concretizao da operao mercantil no so apurados no custo das mercadorias vendidas e, portanto, no alteram o resultado com mercadorias, apenas o resultado lquido do exerccio. Devem ser contabilizados como receita operacional para a empresa adquirente e como despesa operacional na empresa vendedora. 11.2. Descontos incondicionais ou comerciais obtidos Os descontos incondicionais compreendem aqueles descontos que a empresa ganha dos fornecedores no momento em que efetua a compras de mercadorias. So destacados nas prprias notas fiscais, e os fornecedores no nos impem nenhuma condio para oferec-los. O desconto incondicional considerado obtido na situao em que o comprador, sem a pendncia de qualquer evento futuro e incerto, fica dispensado de pagar uma parte do valor do bem adquirido. Pela sua definio, o desconto incondicional tambm denominado desconto comercial, pois ocorre no momento do ato de comrcio (no dependendo de nenhum acontecimento posterior). De um modo geral, os descontos comerciais no so computados em contas especficas, ou seja, as compras e as vendas so registradas pelo seu valor lquido, portanto, j deduzido do valor do desconto incondicional. Caso haja interesse gerencial com contabiliz-los, estes so registrados nas seguintes contas retificadoras. Descontos incondicionais compras Desconto obtido Conta retificadora de compras Saldo credor sobre Descontos incondicionais sobre vendas Desconto concedido Conta retificadora de vendas Saldo devedor

Estabelecendo um paralelo entre descontos incondicionais ou comerciais e condicionais ou financeiros: Descontos incondicionais comerciais Constam da nota fiscal Independem de evento futuro Alteram o R.C.M So contas retificadoras ou Descontos condicionais ou financeiros No constam da nota fiscal Dependem de evento futuro No alteram o R.C.M So receitas ou despesas

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Matemtica (Contabilidade) 12. BALANCETE DE VERIFICAO

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O balancete de verificao extrado do Razo e constitui-se na relao de contas com seus respectivos saldos, extrados dos registros contbeis em determinada data, levando em considerao a natureza dos saldos, dispondo em duas colunas, conforme este seja devedor ou credor. Antnio Lopes de S define balancete como sendo: a relao de contas apresentando o total de seus dbitos, crdito e saldos, devedores ou credores. O Balancete extrado do livro Razo. Portanto, ele nada mais do que uma lista contendo cada conta do razo com seu salo. O mesmo no est contemplado na Lei 6404/76 como demonstrativo obrigatrio. Balancete de verificao ou preparatrio tem a funo de verificar a correta escriturao pelo mtodo das partidas dobradas, pois por este mtodo, os dbitos e crditos devero apresentar igual valor. o ponto de partida para os demonstrativos. Balancete ajustado ou final aquele em que as contas j foram ajustadas pelo princpio da competncia, prudncia e demais princpios. o balancete a partir do qual se elabora o balano patrimonial. O balancete de verificao uma relao (ordenada) dos saldos das contas do RAZO. Deve apresentar uma coluna para os saldos devedores e outra, para os saldos credores. OBS: muito cuidado no levantamento do balancete, de classificar as contas retificadoras pela natureza de seu saldo e no pelo grupo a que pertenam no balano patrimonial, pois balancete e balano so demonstrativos distintos, sendo que o balancete serve de base para o balano e outros demonstrativos. Exemplo 1: Vamos supor uma srie de eventos ocorridos em uma empresa. - investimento inicial em dinheiro R$ 20.000,00; - compra de um veculo a prazo R$ 12.000,00; - compra de mercadorias vista R$ 3.000,00; - depsito no Banco do Brasil R$ 15.000,00; - venda de mercadorias vista R$ 2.500,00; - depsito no Banco do Brasil R$ 2.000,00; - compra de mercadorias com pagamento em cheque R$ 4.000,00; - pagamento de despesa de aluguel em cheque R$ 500,00;

BALANCETE DE VERIFICAO
CONTAS SALDO INICIAL MOVIMENTO DBITO CRDITO DBITO CRDITO CAIXA 22.500,00 20.000,00 BANCOS C/C 17.000,00 4.500,00 VECULOS 12.000,00 DUPL. A PAGAR 12.000,00 CAPITAL SOCIAL 20.000,00 VENDAS 2.500,00 COMPRAS 7.000,00 ALUGUIS 500,00 TOTAL 59.000,00 59.000,00
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SALDO DBITO 2.500,00 12.500,00 12.000,00

CRDITO

12.000,00 20.000,00 2.500,00 7.000,00 500,00 34.500,00 34.500,00


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Exemplo 2: Aps todos os ajustes, o balancete de verificao da Cia Lato em 31/12/x2, apresentou os seguintes dados: Contas Saldos em R$ Devedores Credores Bancos conta movimento 120.000,00 Caixa 20.000,00 Capital 200.000,00 Custo das Mercadorias 680.000,00 Vendidas 15.000,00 Depreciao acumulada 220.000,00 Despesas Gerais 50.000,00 Duplicatas a Pagar 80.000,00 Duplicatas a Receber 60.000,00 Equipamentos 30.000,00 Lucros Acumulados 40.000,00 Mercadorias 910.000,00 Receitas de Vendas 15.000,00 Salrios a pagar Totais 1.220.000,00 1.220.000,00 No balano de encerramento, o patrimnio lquido totaliza: R$ 245.000,00 R$ 240.000,00 R$ 230.000,00 R$ 220.000,00 R$ 200.000,00 Soluo: Para calcularmos o valor do PL, deveremos obter o resultado do exerccio (receitas menos despesas), que ser ento transferido para a conta de lucros do exerccio.

RESULTADO DO EXERCCIO Receitas de Vendas ( - ) Custos das mercadorias vendidas ( - ) Despesas Gerais = Lucro do exerccio

910.000,00 (680.000,00) (220.000,00) 10.000,00

O lucro do perodo (de R$ 10.000,00), ser somado ao lucro acumulado (de R$ 30.000,00), totalizando assim lucros acumulados no valor de R$ 40.000,00. O valor do PL ser ento: PATRIMNIO LQUDO Capital R$ 200.000,00 Lucros acumulados R$ 40.000,00 TOTAL DO PL R4 240.000,00
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13. BALANO PATRIMONIAL O balano Patrimonial um importante relatrio da contabilidade, porque apresenta o seu objeto, o Patrimnio. Esse relatrio um resumo dos saldos das contas patrimoniais. O Balano Patrimonial, assim como os demais relatrios, tem como principal misso a de sintetizar em contas representativas a posio das contas do exerccio findo e as mudanas patrimoniais que ocorreram em relao ao exerccio anterior. uma demonstrao financeira que evidencia, resumidamente a situao patrimonial e financeira da entidade, quantitativamente e qualitativamente, em um dado momento. a situao esttica do patrimnio. Apresenta todos os bens (tangveis e intangveis), direitos e obrigaes da empresa, bem como a situao lquida patrimonial. Demonstraes Financeiras Disposies Gerais Art. 176. Ao fim de cada exerccio social, a diretoria far elaborar, com base na escriturao mercantil da companhia, as seguintes demonstraes financeiras, que devero exprimir com clareza a situao do patrimnio da companhia e as mutaes ocorridas no exerccio: I - balano patrimonial; II - demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados; III - demonstrao do resultado do exerccio; e IV demonstrao dos fluxos de caixa; e V se companhia aberta, demonstrao do valor adicionado. 1 As demonstraes de cada exerccio sero publicadas com a indicao dos valores correspondentes das demonstraes do exerccio anterior. 2 Nas demonstraes, as contas semelhantes podero ser agrupadas; os pequenos saldos podero ser agregados, desde que indicada a sua natureza e no ultrapassem 0,1 (um dcimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas vedada a utilizao de designaes genricas, como "diversas contas" ou "contascorrentes". 3 As demonstraes financeiras registraro a destinao dos lucros segundo a proposta dos rgos da administrao, no pressuposto de sua aprovao pela assemblia-geral. 4 As demonstraes sero complementadas por notas explicativas e outros quadros analticos ou demonstraes contbeis necessrios para esclarecimento da situao patrimonial e dos resultados do exerccio. 5 As notas explicativas devem: I apresentar informaes sobre a base de preparao das demonstraes financeiras e das prticas contbeis especficas selecionadas e aplicadas para negcios e eventos significativos; II divulgar as informaes exigidas pelas prticas contbeis adotadas no Brasil que no estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstraes financeiras; III fornecer informaes adicionais no indicadas nas prprias demonstraes financeiras e consideradas necessrias para uma apresentao adequada; e IV indicar: a) os principais critrios de avaliao dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos clculos de depreciao, amortizao e exausto, de constituio de provises para
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encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas provveis na realizao de elementos do ativo; b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, pargrafo nico); c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliaes (art. 182, 3 ); d) os nus reais constitudos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigaes a longo prazo; f) o nmero, espcies e classes das aes do capital social; g) as opes de compra de aes outorgadas e exercidas no exerccio; h) os ajustes de exerccios anteriores (art. 186, 1o); e i) os eventos subsequentes data de encerramento do exerccio que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situao financeira e os resultados futuros da companhia. 6 A companhia fechada com patrimnio lquido, na data do balano, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhes de reais) no ser obrigada elaborao e publicao da demonstrao dos fluxos de caixa. 7 A Comisso de Valores Mobilirios poder, a seu critrio, disciplinar de forma diversa o registro de que trata o 3 deste artigo. Balano Patrimonial Grupo de Contas Art. 178. No balano, as contas sero classificadas segundo os elementos do patrimnio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a anlise da situao financeira da companhia. 1 No ativo, as contas sero dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I ativo circulante; e II ativo no circulante, composto por ativo realizvel a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangvel. 2 No passivo, as contas sero classificadas nos seguintes grupos: I passivo circulante; II passivo no circulante; e III patrimnio lquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliao patrimonial, reservas de lucros, aes em tesouraria e prejuzos acumulados. 3 Os saldos devedores e credores que a companhia no tiver direito de compensar sero classificados separadamente. Ativo Art. 179. As contas sero classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizveis no curso do exerccio social subseqente e as aplicaes de recursos em despesas do exerccio seguinte; II - no ativo realizvel a longo prazo: os direitos realizveis aps o trmino do exerccio seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou emprstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no
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lucro da companhia, que no constiturem negcios usuais na explorao do objeto da companhia; III - em investimentos: as participaes permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, no classificveis no ativo circulante, e que no se destinem manuteno da atividade da companhia ou da empresa; IV no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpreos destinados manuteno das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operaes que transfiram companhia os benefcios, riscos e controle desses bens; V (Revogado pela Lei n 11.941, de 2009) VI no intangvel: os direitos que tenham por objeto bens incorpreos destinados manuteno da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comrcio adquirido. Pargrafo nico. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver durao maior que o exerccio social, a classificao no circulante ou longo prazo ter por base o prazo desse ciclo. Passivo Exigvel Art. 180. As obrigaes da companhia, inclusive financiamentos para aquisio de direitos do ativo no circulante, sero classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exerccio seguinte, e no passivo no circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no pargrafo nico do art. 179 desta Lei. Resultados de Exerccios Futuros Art. 181. (Revogado pela Lei n 11.941, de 2009) Patrimnio Lquido Art. 182. A conta do capital social discriminar o montante subscrito e, por deduo, a parcela ainda no realizada. 1 Sero classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuio do subscritor de aes que ultrapassar o valor nominal e a parte do preo de emisso das aes sem valor nominal que ultrapassar a importncia destinada formao do capital social, inclusive nos casos de converso em aes de debntures ou partes beneficirias; b) o produto da alienao de partes beneficirias e bnus de subscrio; c) (revogada); d) (revogada). 2 Ser ainda registrado como reserva de capital o resultado da correo monetria do capital realizado, enquanto no-capitalizado. 3 Sero classificadas como ajustes de avaliao patrimonial, enquanto no computadas no resultado do exerccio em obedincia ao regime de competncia, as contrapartidas de aumentos ou diminuies de valor atribudos a elementos do ativo e do passivo, em decorrncia da sua avaliao a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios, com base na competncia conferida pelo 3 do art. 177 desta Lei. 4 Sero classificados como reservas de lucros as contas constitudas pela apropriao de lucros da companhia.
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5 As aes em tesouraria devero ser destacadas no balano como deduo da conta do patrimnio lquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisio. Critrios de Avaliao do Ativo Art. 183. No balano, os elementos do ativo sero avaliados segundo os seguintes critrios: I - as aplicaes em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e ttulos de crditos, classificados no ativo circulante ou no realizvel a longo prazo: a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicaes destinadas negociao ou disponveis para venda; e b) pelo valor de custo de aquisio ou valor de emisso, atualizado conforme disposies legais ou contratuais, ajustado ao valor provvel de realizao, quando este for inferior, no caso das demais aplicaes e os direitos e ttulos de crdito; II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comrcio da companhia, assim como matrias-primas, produtos em fabricao e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisio ou produo, deduzido de proviso para ajust-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; III - os investimentos em participao no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisio, deduzido de proviso para perdas provveis na realizao do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que no ser modificado em razo do recebimento, sem custo para a companhia, de aes ou quotas bonificadas; IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisio, deduzido de proviso para atender s perdas provveis na realizao do seu valor, ou para reduo do custo de aquisio ao valor de mercado, quando este for inferior; V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisio, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciao, amortizao ou exausto; VI (revogado); VII os direitos classificados no intangvel, pelo custo incorrido na aquisio deduzido do saldo da respectiva conta de amortizao; VIII os elementos do ativo decorrentes de operaes de longo prazo sero ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. 1 Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: a) das matrias-primas e dos bens em almoxarifado, o preo pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; b) dos bens ou direitos destinados venda, o preo lquido de realizao mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessrias para a venda, e a margem de lucro; c) dos investimentos, o valor lquido pelo qual possam ser alienados a terceiros. d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transao no compulsria realizada entre partes independentes; e, na ausncia de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociao de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares;
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2) o valor presente lquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 3) o valor obtido por meio de modelos matemtico-estatsticos de precificao de instrumentos financeiros. 2 A diminuio do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangvel ser registrada periodicamente nas contas de: a) depreciao, quando corresponder perda do valor dos direitos que tm por objeto bens fsicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ao da natureza ou obsolescncia; b) amortizao, quando corresponder perda do valor do capital aplicado na aquisio de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existncia ou exerccio de durao limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilizao por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exausto, quando corresponder perda do valor, decorrente da sua explorao, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa explorao. 3 A companhia dever efetuar, periodicamente, anlise sobre a recuperao dos valores registrados no imobilizado e no intangvel, a fim de que sejam: I registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver deciso de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que no podero produzir resultados suficientes para recuperao desse valor; ou II revisados e ajustados os critrios utilizados para determinao da vida til econmica estimada e para clculo da depreciao, exausto e amortizao. 4 Os estoques de mercadorias fungveis destinadas venda podero ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela tcnica contbil. Critrios de Avaliao do Passivo Art. 184. No balano, os elementos do passivo sero avaliados de acordo com os seguintes critrios: I - as obrigaes, encargos e riscos, conhecidos ou calculveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exerccio, sero computados pelo valor atualizado at a data do balano; II - as obrigaes em moeda estrangeira, com clusula de paridade cambial, sero convertidas em moeda nacional taxa de cmbio em vigor na data do balano; III as obrigaes, os encargos e os riscos classificados no passivo no circulante sero ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Critrios de Avaliao em Operaes Societrias Art. 184-A. A Comisso de Valores Mobilirios estabelecer, com base na competncia conferida pelo 3o do art. 177 desta Lei, normas especiais de avaliao e contabilizao aplicveis aquisio de controle, participaes societrias ou negcios.
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Matemtica (Contabilidade) 13.1. Balano Patrimonial de Acordo com a Lei n 6.404/76 ATIVO Ativo Circulante Ativo Realizvel a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangvel PASSIVO Passivo Circulante Passivo No Circulante Patrimnio Lquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes da Avaliao Patrimonial Reservas de Lucros (-) Aes em Tesouraria (-) Prejuzos Acumulados

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13.2. Conceitos De acordo com o item 4.4. do CPC 00_R1 - Estrutura Conceitual, os elementos diretamente relacionados com a mensurao da posio patrimonial e financeira so os ativos, os passivos e o patrimnio lquido. Estes so definidos como segue: (a) ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefcios econmicos para a entidade; (b) passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidao se espera que resulte na sada de recursos da entidade capazes de gerar benefcios econmicos; (c) patrimnio lquido o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. 14. PATRIMNIO LQUIDO O patrimnio Lquido tambm conhecido como Capital Prprio ou Capital Efetivo, corresponde aos recursos originrios dos scios e aos rendimentos auferidos pela empresa. Somente constitui obrigao exigvel da empresa em caso de extino da mesma ou retirada de scio. medida que a empresa opera com lucro, o valor do Patrimnio Lquido aumenta. Em contrapartida, quando h prejuzo o valor do Patrimnio Lquido diminui. O Grupo Patrimonial denominado Patrimnio Lquido representa a diferena entre os recursos (bens/direitos) e as obrigaes. De acordo com o item 4.4. do CPC 00_R1 - Estrutura Conceitual, letra "c" o patrimnio lquido o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. 14.1. Capital Social O Capital Social representa a participao dos scios na formao do patrimnio da empresa. Corresponde parte do Patrimnio Lquido formada por aes subscritas na constituio ou no aumento do capital de uma sociedade annima. De acordo com o art. 182 da Lei n 6.404/76, a conta do capital social discriminar o montante subscrito e, por deduo, a parcela ainda no realizada.

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14.1.1. Capital Autorizado Restrito s sociedade annimas. Denomina-se capital autorizado o limite, estabelecido em valor ou nmero de aes, at o qual o Estatuto da sociedade annima autoriza os rgos de administrao a promoverem aumento de capital da companhia, independentemente de reforma estatutria ou de assemblia de acionistas. Trata-se de uma autorizao prvia do Estatuto, para futuros aumentos de capital. Capital Autorizado Art. 168. O estatuto pode conter autorizao para aumento do capital social independentemente de reforma estatutria. 1 A autorizao dever especificar: a) o limite de aumento, em valor do capital ou em nmero de aes, e as espcies e classes das aes que podero ser emitidas; b) o rgo competente para deliberar sobre as emisses, que poder ser a assemblia-geral ou o conselho de administrao; c) as condies a que estiverem sujeitas as emisses; d) os casos ou as condies em que os acionistas tero direito de preferncia para subscrio, ou de inexistncia desse direito (artigo 172). 2 O limite de autorizao, quando fixado em valor do capital social, ser anualmente corrigido pela assemblia-geral ordinria, com base nos mesmos ndices adotados na correo do capital social. 3 O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assemblia-geral, outorgue opo de compra de aes a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem servios companhia ou a sociedade sob seu controle. Sendo o capital autorizado apenas uma autorizao para no futuro algum aumentar o capital social da companhia (sem o cumprimento de maiores formalidades), no h que se registrar, no patrimnio, qualquer valor a ttulo de capital autorizado. Em outras palavras, a autorizao de capital um mero ATO e no um FATO CONTBIL, portanto no cabe lanamento ou qualquer registro dele em contas contbeis, at o momento do efetivo aumento de capital quando o capital no ser mais autorizado, porm subscrito. 14.1.2. Capital Subscrito o Capital que os scios se comprometeram a integralizar de uma s vez ou em parcelas nas condies pactuadas no contrato social (Ltda) ou estatuto (S/A). Na ocorrncia do fato subscrio de capital, surge um direito no patrimnio da empresa (de exigir que os scios cumpram o que foi prometido - entregar o capital subscrito). Trata-se de um compromisso irrevogvel dos scios para com a sociedade, que pode ser exigido legalmente. 14.1.3. Capital a Subscrever a diferena entre o Capital autorizado pela assemblia e aquele j subscrito pelos scios. a parcela do Capital para a qual ainda no existe scio definido para realiz-lo.

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14.1.4. Capital A Integralizar o mesmo que Capital a Realizar ou No Realizado, isto , a parcela do capital j subscrita e ainda no entregue sociedade pelos scios. 14.1.5. Capital Integralizado o mesmo que capital realizado, isto , a diferena entre o Capital Subscrito e o Capital a Integralizar. Corresponde s aes subscritas e realizadas pelos acionistas ou quaisquer outros bens suscetveis de avaliao em dinheiro. Assim, na realizao do capital subscrito, surge no patrimnio da empresa um recurso (dinheiro ou outro, entregue pelos scios) e, tambm, desaparece do patrimnio da empresa o direito de exigir que os scios o entreguem (capital a realizar). As contas Capital Subscrito e Capital a Realizar so contas analticas, ao passo que a conta Capital Realizado consiste na conta sinttica, que agrupa a soma (algbrica) dos saldos das contas Capital Subscrito e Capital a Realizar. 15. Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

15.1. Finalidade da demonstrao, contedo e previso legal


A Demonstrao do Resultado do Exerccio tem por objetivo evidenciar a situao econmica da entidade em um determinado perodo por meio da apurao do resultado do exerccio (lucro ou prejuzo). A Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE nada mais do que uma apresentao organizada dos saldos finais das contas de resultado em um determinado perodo. Sua apresentao de fundamental importncia para que a informao contbil faa sentido, ou seja, ela complementa e contextualiza no tempo as informaes do balano patrimonial. O Balano Patrimonial (j visto) tem, como finalidade, a apresentao do valor de cada recurso, de cada obrigao e da respectiva diferena entre eles, em um DETERMINADO MOMENTO DO TEMPO (especificamente, no incio e no final do exerccio). Em outras palavras, o Balano Patrimonial pode ser encarado metaforicamente como uma fotografia do patrimnio. A Demonstrao do Resultado do Exerccio, por sua vez, tem como finalidade a apresentao dos motivos pelos quais o valor do patrimnio aumentou (receitas) ou diminuiu (despesas), durante o perodo de tempo compreendido entre a apresentao de dois balanos patrimoniais consecutivos. Em outras palavras, a Demonstrao do Resultado do Exerccio a lista de motivos (e respectivos valores) pelos quais o patrimnio aumentou ou diminuiu no perodo compreendido entre suas duas fotografias. A partir dos conceitos acima apresentados, possvel visualizar, no modelo contbil de representao do patrimnio, bem como de suas alteraes no tempo (durante o exerccio), as funes informacionais do Balano Patrimonial e da DRE, conforme a seguir:

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Ativo Passivo ------- PL BPi Ativo Passivo BPf ------- PL

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Exerccio Incio Despesas Receitas DRE Final

----Saldo lquido (Receitas-Despesas)

Pela figura acima, possvel perceber a finalidade da DRE no sistema de informaes contbil: apresentao dos saldos das contas de resultado (representativas de receitas ou despesas), indicando o motivo pelo qual o patrimnio teve seu valor majorado ou reduzido durante um perodo de tempo, o exerccio Dinmica Patrimonial. Portanto, a Demonstrao do Resultado do Exerccio a apresentao, em forma resumida e organizada, das operaes realizadas pela empresa, durante o exerccio social que lograram alterar (aumentar ou reduzir) o patrimnio, de forma a destacar o resultado lquido do perodo. O art. 187 da Lei das S/A, em seus incisos I a VI, estabelece a ordem de apresentao das receitas, custos e despesas, nessa demonstrao, para fins de publicao. A seguir, apresentamos o referido art. 187, em sua redao atual: Demonstrao do Resultado do Exerccio Art. 187. A demonstrao do resultado do exerccio discriminar: I - a receita bruta das vendas e servios, as dedues das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita lquida das vendas e servios, o custo das mercadorias e servios vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV o lucro ou prejuzo operacional, as outras receitas e as outras despesas; V - o resultado do exerccio antes do Imposto sobre a Renda e a proviso para o imposto; VI as participaes de debntures, empregados, administradores e partes beneficirias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituies ou fundos de assistncia ou previdncia de empregados, que no se caracterizem como despesa; VII - o lucro ou prejuzo lquido do exerccio e o seu montante por ao do capital social. 1 Na determinao do resultado do exerccio sero computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no perodo, independentemente da sua realizao em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a
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Matemtica (Contabilidade) essas receitas e rendimentos

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Pelo texto acima transcrito, observa-se que no 1 - h clara referncia ao regime de competncia. Assim, na DRE devem constar receitas auferidas e despesas incorridas, em obedincia ao princpio fundamental de contabilidade da competncia. Enfim, na determinao do resultado do exerccio sero computados: (1) as receitas e os rendimentos ganhos no perodo, independentemente de sua realizao em moeda e (2) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. Concluindo, o objetivo bsico da Demonstrao do Resultado do Exerccio fornecer aos usurios das demonstraes financeiras da empresa, como j indicado, os dados bsicos e essenciais da formao do resultado do exerccio. Vista a finalidade da demonstrao e sua previso legal, apresentamos a seguir um modelo proposto, para estudo: (-) (=) (-) Faturamento Bruto IPI faturado Receita Bruta de Vendas (RBV) Dedues da Receita Bruta de Vendas (-) Devolues de Vendas (-) Abatimentos Sobre Vendas (-) Descontos Incondicionais Concedidos (-) ICMS sobre vendas (-) PIS/Pasep (-) COFINS Receita Lquida de Vendas (RLV) Custo das Mercadorias ou Produtos Vendidos e/ou Servios Prestados Resultado Operacional Bruto (se positivo, lucro operacional bruto - LOB) Despesas com Vendas Despesas Gerais e Administrativas Outras Despesas Operacionais Outras Receitas Operacionais Despesas Financeiras Receitas Financeiras Outras Despesas Outras Receitas Resultado do Perodo base antes da Contribuio Social e Imposto de Renda (LAIR) Despesa com proviso da Contribuio Social sobre o lucro (CSLL) Despesa com proviso para o Imposto de Renda (IR) Resultado do Exerccio antes da participaes (LAPIR) Participaes (-) Participaes de Debntures (-) Participaes de Empregados (-) Participaes de Administradores
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(=) (-) (=) (-) (-) (-) (+) (-) (+) (-) (+) (=) (-) (-) (=) (-)

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Matemtica (Contabilidade) (-) Participaes de Partes Beneficirias (-) Participaes de Fundos de Assistncia e Previdncia de Empregados Lucro ou Prejuzo do Exerccio Nmero de aes Lucro Lquido por Ao

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(=) (/) (=)

16. DESPESAS ANTECIPADAS Despesas antecipadas ou despesas do exerccio seguinte so valores desembolsados pela empresa de forma antecipada, representando sadas de Caixa. As aplicaes de recursos em despesas antecipadas so classificadas no Ativo Circulante e geralmente representam uma parcela no muito significativa, em comparao com os demais ativos, motivo pelo qual, no Balano, so normalmente apresentadas por seu valor total. Esses ativos representam pagamentos antecipados, cujos benefcios ou prestao de servio empresa ocorrero em momento posterior. Segundo o art. 179 da Lei das Sociedades por Aes, referem-se a "aplicaes de recursos em despesas do exerccio seguinte" que, normalmente, no sero recebidas em dinheiro nem representam bens fisicamente existentes, como o caso de peas, materiais etc. As Despesas Pagas Antecipadamente, como j mencionado, so as despesas que efetivamente e de forma objetiva pertencem ao exerccio ou exerccios seguintes. No so

ainda despesas incorridas. As despesas antecipadas so despesas ainda no-incorridas, isto , no ocorreu o fato gerador, embora pagas ou das quais j se assumiu o compromisso (obrigao) de pagamento, e que so ativadas (lanadas no ativo), para serem apropriadas em exerccios futuros.

H casos especficos em que as despesas antecipadas no significam desembolso imediato de recursos, e sim valores ainda a pagar a curto prazo. Os prmios de seguros, quando parcelados ou financiados, representam exemplo prtico desse caso. Todos os recursos aplicados em despesas ainda no incorridas devem figurar no Ativo Circulante ou No Circulante - Realizvel a Longo Prazo, desde que sejam adequadamente caracterizados como despesas do exerccio seguinte ou posteriores, e pagas antecipadamente obteno de seus benefcios. Sua forma de realizao no ser normalmente, em dinheiro, mas pela apropriao aos resultados. So exemplos de despesas antecipadas: aluguis pagos antecipadamente, seguros pagos antecipadamente; comisses pagas antecipadamente; assinaturas de peridicos, jornais e revistas. 17. PRINCPIOS DE CONTABILIDADE 17.1. INTRODUO Como toda cincia, a contabilidade est fundada em princpios que norteiam a sua aplicao. So as vigas mestras dessa cincia. Revestidos de universalidade e veracidade, os princpios contbeis so vlidos para todos os patrimnios, independentemente das entidades a que pertencem, as finalidades a que
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estas se dirijam, a forma jurdica a qual esto revestidas, a sua localizao, expressividade ou quaisquer outros qualificativos. Os princpios contbeis geralmente aceitos so classificados em trs categorias: Postulados referem-se ao ambiente scio-poltico-econmico no qual a contabilidade praticada. 1- Entidade . 2- Continuidade . Princpios regras bsicas para aplicao da contabilidade. 1- Custo com base de valor. 2- Realizao. 3- Competncia dos exerccios. 4- Denominador comum monetrio. Convenes limitaes e regras para aplicao dos postulados e dos princpios. 1- Objetividade. 2- Relevncia ou materialidade. 3- Uniformidade ou consistncia. e se transforme em geralmente aceito e, portanto, incorporado doutrina contbil: 1- Deve ser considerado praticvel pelo consenso profissional. 2- Deve ser considerado til. Note-se que a ordem de classificao no o fruto do acaso: de fato, muitos contadores com poder de deciso a respeito desses assuntos - atribuem mais importncia praticabilidade de um princpio do que sua utilidade intrnseca. Algumas vezes, atribuiu-se ao termo praticabilidade um significado rgido, de forma que tudo o que no for praticvel com extrema facilidade ser considerado impraticvel para efeitos contbeis. 17.2. LEGISLAO Resoluo CFC n. 750/93 (Esta Resoluo possui o Apndice II aprovado pela Resoluo CFC n 1111/07). Dispe sobre os Princpios de Contabilidade (PC). (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerccio de suas atribuies legais e regimentais, CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentao apropriada para interpretao e aplicao das Normas Brasileiras de Contabilidade, (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) RESOLVE:
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So duas as condies bsicas a fim de que um princpio supere a fase de tentativa

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CAPTULO I DOS PRINCPIOS E DE SUA OBSERVNCIA Art. 1 Constituem PRINCPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por esta Resoluo. 1 A observncia dos Princpios de Contabilidade obrigatria no exerccio da profisso e constitui condio de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). 2 Na aplicao dos Princpios de Contabilidade h situaes concretas e a essncia das transaes deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) ANOTAES Os profissionais da rea contbil so obrigados a adotar, em suas atividades, os conceitos enunciados pela Resoluo CFC n 750/93, sob pena de multa e de suspenso do exerccio profissional (art.11). A essncia das transaes, quer dizer, o que de fato elas representam para o patrimnio, deve predominar sobre seus aspectos formais ou aparentes. Independente da forma jurdica, a Contabilidade deve traduzir primordialmente o efeito econmico da transao. Para que a informao represente adequadamente as transaes e outros eventos que ela se prope a representar, necessrio que essas transaes e eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substncia e realidade econmica, e no meramente sua forma legal. A essncia das transaes ou outros eventos nem sempre consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou artificialmente produzida. Por exemplo: a) uma entidade pode vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a documentao indique a transferncia legal da propriedade a esse terceiro; entretanto, podero existir acordos que assegurem que a entidade continuar a usufruir os futuros benefcios econmicos gerados pelo ativo e o recomprar depois de um certo tempo por um montante que se aproxima do valor original de venda acrescido de juros de mercado durante esse perodo. Em tais circunstncias, reportar a venda no representaria adequadamente a transao formalizada; b) quando uma entidade adquire bens com financiamento bancrio, um artifcio empregado pela instituio financeira para garantir o recebimento do valor financiado a alienao fiduciria em garantia. Desse modo, o bem comprado transferido para a propriedade da instituio financeira, embora permanea na posse direta da entidade compradora, que assume a condio de depositria do bem e pode utiliz-lo normalmente. Essa transferncia da propriedade transitria, tornando-se sem efeito aps a quitao da dvida. Apesar de o bem, dentro do perodo de durao do contrato de alienao fiduciria, ser de propriedade da instituio financeira, ele registrado contabilmente no ativo da entidade compradora, quando da sua entrega pelo vendedor.

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Matemtica (Contabilidade) CAPTULO II DA CONCEITUAO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAO

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Art. 2 Os Princpios de Contabilidade representam a essncia das doutrinas e teorias relativas Cincia da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos cientfico e profissional de nosso Pas. Concernem, pois, Contabilidade no seu sentido mais amplo de cincia social, cujo objeto o patrimnio das entidades. (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) Art. 3 So Princpios de Contabilidade: (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) I) o II) o III) o IV) o V) o da ENTIDADE; da CONTINUIDADE; da OPORTUNIDADE; do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; da ATUALIZAO MONETRIA; (Revogado pela Resoluo CFC n. 1.282/10) VI) o da COMPETNCIA; e VII) o da PRUDNCIA. ANOTAES Por ser uma cincia social, portanto, no exata, a Contabilidade necessita de princpios por meio dos quais sejam convencionados critrios uniformes de adoo obrigatria na sua execuo. Os princpios so decorrentes da observncia da aplicao das tcnicas contbeis, da prtica contbil, e tm como objetivo tornar as informaes contbeis divulgadas uniformes, confiveis e teis para o pblico, nelas interessado. SEO I O PRINCPIO DA ENTIDADE Art. 4 O Princpio da ENTIDADE reconhece o Patrimnio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciao de um Patrimnio particular no universo dos patrimnios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituio de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqncia, nesta acepo, o Patrimnio no se confunde com aqueles dos seus scios ou proprietrios, no caso de sociedade ou instituio. Pargrafo nico O PATRIMNIO pertence ENTIDADE, mas a recproca no verdadeira. A soma ou agregao contbil de patrimnios autnomos no resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econmico-contbil. ANOTAES
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A autonomia patrimonial

O cerne do Princpio da ENTIDADE est na autonomia do patrimnio a ela pertencente. O Princpio em exame afirma que o patrimnio deve revestir-se do atributo de autonomia em relao a todos os outros Patrimnios existentes, pertencendo a uma Entidade, no sentido de sujeito suscetvel aquisio de direitos e obrigaes. A autonomia tem por corolrio o fato de que o patrimnio de uma Entidade jamais pode confundir-se com aqueles dos seus scios ou proprietrios. Por conseqncia, a Entidade poder ser desde uma pessoa fsica, ou qualquer tipo de sociedade, instituio ou mesmo conjuntos de pessoas, tais como: - famlias; - empresas; - governos, nas diferentes esferas do poder; - sociedades beneficentes, religiosas, culturais, esportivas, de lazer, tcnicas; - sociedades cooperativas; - fundos de investimento e outras modalidades afins. No caso de sociedades, no importa que sejam sociedades de fato ou que estejam revestidas de forma jurdica, embora esta ltima circunstncia seja a mais usual. O patrimnio, na sua condio de objeto da Contabilidade, , no mnimo, aquele juridicamente formalizado como pertencente Entidade, com ajustes quantitativos e qualitativos realizados em consonncia com os princpios da prpria Contabilidade. A garantia jurdica da propriedade, embora por vezes suscite interrogaes de parte daqueles que no situam a autonomia patrimonial no cerne do Princpio da Entidade, indissocivel desse princpio, pois a nica forma de caracterizao do direito ao exerccio de poder sobre o mesmo Patrimnio, vlida perante terceiros. Cumpre ressaltar que, sem autonomia patrimonial fundada na propriedade, os demais Princpios perdem o seu sentido, pois passariam a referir-se a um universo de limites imprecisos. A autonomia patrimonial apresenta sentido unvoco. Por conseqncia, o patrimnio pode ser decomposto em partes segundo os mais variados critrios, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. Mas nenhuma classificao, mesmo que dirigida sob tica setorial, resultar em novas Entidades. Carece, pois de sentido, a idia de que as divises ou departamentos de uma Entidade possam constituir novas Entidades, ou microentidades, precisamente porque sempre lhes faltar o atributo da autonomia. A nica circunstncia em que poder surgir nova Entidade, ser aquela em que a propriedade de parte do patrimnio de uma Entidade, for transferida para outra unidade, eventualmente at criada naquele momento. Mas, no caso, teremos um novo patrimnio autnomo, pertencente a outra Entidade. Na contabilidade aplicada, especialmente nas reas de custos e de oramento, trabalha-se, muitas vezes, com controles divisionais, que podem ser extraordinariamente teis, porm no significam a criao de novas Entidades, precisamente pela ausncia de autonomia patrimonial. Por determinao do Cdigo Civil, o titular de um patrimnio , necessariamente, pessoa fsica ou jurdica, uma vez que s quem tem personalidade pode ser titular de direitos e obrigaes jurdicas. Isso explica o fato de o patrimnio pertencer entidade, mas a entidade no pertencer ao patrimnio. A entidade sujeito dos direitos e obrigaes que constituem o patrimnio.

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Da soma ou da agregao de patrimnios

O Princpio da Entidade apresenta corolrio de notvel importncia, notadamente pelas suas repercusses de natureza prtica: as somas e agregaes de patrimnios de diferentes Entidades no resultam em nova Entidade. Tal fato assume especial relevo por abranger as demonstraes contbeis consolidadas de Entidades pertencentes a um mesmo grupo econmico, isto , de um conjunto de Entidades sob controle nico. A razo bsica a de que as Entidades cujas demonstraes contbeis so consolidadas mantm sua autonomia patrimonial, pois seus Patrimnios permanecem de sua propriedade. Como no h transferncia de propriedade, no pode haver formao de novo patrimnio, condio primeira da existncia jurdica de uma Entidade. O segundo ponto a ser considerado o de que a consolidao se refere s demonstraes contbeis, mantendo-se a observncia dos Princpios de Contabilidade no mbito das Entidades consolidadas, resultando em uma unidade de natureza econmico-contbil, em que os qualificativos ressaltam os dois aspectos de maior relevo: o atributo de controle econmico e a fundamentao contbil da sua estruturao. As demonstraes contbeis consolidadas, apresentando a posio patrimonial e financeira, resultado das operaes, as origens e aplicaes de recursos ou os fluxos financeiros de um conjunto de Entidades sob controle nico, so peas contbeis de grande valor informativo para determinados usurios, embora isso no elimine o fato de que outras informaes possam ser obtidas nas demonstraes que foram consolidadas. SEO II O PRINCPIO DA CONTINUIDADE Art. 5 O Princpio da Continuidade pressupe que a Entidade continuar em operao no futuro e, portanto, a mensurao e a apresentao dos componentes do patrimnio levam em conta esta circunstncia. (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) ANOTAES

Aspectos conceituais

O Princpio da CONTINUIDADE afirma que o patrimnio da Entidade, na sua composio qualitativa e quantitativa, depende das condies em que provavelmente se desenvolvero as operaes da Entidade. A suspenso das suas atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, at mesmo integral, de seu valor. A queda no nvel de ocupao pode tambm provocar efeitos semelhantes. A modificao no estado de coisas citado pode ocorrer por diversas causas, entre as quais ressaltam as seguintes: a) modificaes na conjuntura econmica que provoquem alteraes na amplitude do mercado em que atua a Entidade. Exemplo neste sentido a queda de poder aquisitivo da populao, que provoca reduo no consumo de bens, o que, a sua vez, resulta na reduo do grau de ocupao de muitas Entidades; b) mudanas de poltica governamental, como, por exemplo, na rea cambial, influenciando diretamente o volume das exportaes de determinados ramos econmicos, com efeito direto nos nveis de produo de determinadas Entidades; c) problemas internos das prprias Entidades, consubstanciados em envelhecimento tecnolgico dos seus processos ou produtos, superao mercadolgica destes, exigncia
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de proteo ambiental, falta de capital, falta de liquidez, incapacidade administrativa, dissenes entre os controladores da Entidade e outras causas quaisquer que levem a Entidade a perder suas condies de competitividade, sendo gradativamente alijada do mercado; d) causas naturais ou fortuitas que afetem a manuteno da Entidade no mercado, tais como inundaes, incndios, ausncia de materiais primrios por quebras de safras. A situao-limite na aplicao do Princpio da CONTINUIDADE aquela em que h a completa cessao das atividades da Entidade. Nessa situao, determinados ativos, como, por exemplo, os valores diferidos, deixaro de ostentar tal condio, passando condio de despesas, em face da impossibilidade de sua recuperao mediante as atividades operacionais usualmente dirigidas gerao de receitas. Mas at mesmo ativos materiais, como estoques, ferramentas ou mquinas, podem ter seu valor modificado substancialmente. As causas da limitao da vida da Entidade no influenciam o conceito da continuidade; entretanto, como constituem informao de interesse para muitos usurios, quase sempre so de divulgao obrigatria, segundo norma especfica. No caso de provvel cessao da vida da Entidade, tambm o passivo afetado, pois, alm do registro das exigibilidades, com fundamentao jurdica, tambm devem ser contemplados os provveis desembolsos futuros, advindos da extino em si. Na condio de Princpio, em que avulta o atributo da universalidade, a continuidade aplica-se no somente situao de cessao integral das atividades da Entidade, classificada como situao-limite, mas tambm queles casos em que h modificao no volume de operaes, de forma a afetar o valor de alguns componentes patrimoniais, obrigando ao ajuste destes, de maneira a ficarem registrados por valores lquidos de realizao. O Princpio da Continuidade, semelhana do da Prudncia, est intimamente ligado com o da Competncia, formando-se uma espcie de trilogia. A razo simples: a continuidade, como j vimos, diz respeito diretamente ao valor econmico dos bens, ou seja, ao fato de um ativo manter-se nesta condio ou transformar-se, total ou parcialmente, em despesa. Mas a continuidade tambm alcana a reapresentao quantitativa e qualitativa do patrimnio de outras maneiras, especialmente quando h previso de encerramento das atividades da Entidade, com o vencimento antecipado ou o surgimento de exigibilidades. Nesta ltima circunstncia, sua ligao ser com o Princpio da Oportunidade.

O Princpio da Continuidade e a entidade em marcha

A denominao Princpio da Continuidade, como tambm a de entidade em marcha, ou going concern, encontrada em muitos sistemas de normas no exterior e tambm na literatura contbil estrangeira. Embora o Princpio da Continuidade tambm parta do pressuposto de que a Entidade deva concretizar seus objetivos continuamente o que nem sempre significa a gerao de riqueza no sentido material , no se fundamenta na idia de Entidade em movimento. O motivo extremamente singelo, pois uma Entidade com suas atividades reduzidas ou suspensas temporariamente continuar a ser objeto da Contabilidade enquanto dispuser de patrimnio. Isso permanece verdade no caso de a Entidade suspender definitivamente suas atividades. O que haver, to-somente, a reapreciao
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dos componentes patrimoniais, quantitativa e qualitativamente, precisamente em razo dos ditames do Princpio da Continuidade. A normalidade ou no das operaes, bem como a vida limitada ou indeterminada, no alcanam o objeto da Contabilidade, o patrimnio, mas, to-somente, sua composio e valor, isto , a delimitao quantitativa e qualitativa dos bens, direitos e obrigaes. O prprio uso da receita como parmetro na formao de juzo sobre a situao de normalidade da Entidade, embora vlido na maioria das Entidades, no pode ser universal, pois, em muitas delas, a razo de ser no a receita, tampouco o resultado. SEO III O PRINCPIO DA OPORTUNIDADE Art. 6 O Princpio da Oportunidade refere-se ao processo de mensurao e apresentao dos componentes patrimoniais para produzir informaes ntegras e tempestivas. Pargrafo nico. A falta de integridade e tempestividade na produo e na divulgao da informao contbil pode ocasionar a perda de sua relevncia, por isso necessrio ponderar a relao entre a oportunidade e a confiabilidade da informao. (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) ANOTAES

Aspectos conceituais

O Princpio da OPORTUNIDADE exige a apreenso, o registro e o relato de todas as variaes sofridas pelo patrimnio de uma Entidade, no momento em que elas ocorrerem. Cumprido tal preceito, chega-se ao acervo mximo de dados primrios sobre o patrimnio, fonte de todos os relatos, demonstraes e anlises posteriores, ou seja, o Princpio da Oportunidade a base indispensvel fidedignidade das informaes sobre o patrimnio da Entidade, relativas a um determinado perodo e com o emprego de quaisquer procedimentos tcnicos. o fundamento daquilo que muitos sistemas de normas denominam de representao fiel pela informao ou seja, que esta espelhe com preciso e objetividade as transaes e eventos a que concerne. Tal atributo , outrossim, exigvel em qualquer circunstncia, a comear sempre nos registros contbeis, embora as normas tendem a enfatiz-lo nas demonstraes contbeis. O Princpio da Oportunidade deve ser observado, como j foi dito, sempre que haja variao patrimonial, cujas origens principais so, de forma geral, as seguintes: a) transaes realizadas com outras Entidades, formalizadas mediante acordo de vontades, independentemente da forma ou da documentao de suporte, como compra ou venda de bens e servios; b) eventos de origem externa, de ocorrncia alheia vontade da administrao, mas com efeitos sobre o Patrimnio, como modificaes nas taxas de cmbio, quebras de clientes, efeitos de catstrofes naturais, etc.; c) movimentos internos que modificam predominantemente a estrutura qualitativa do Patrimnio, como a transformao de materiais em produtos semi-fabricados ou destes em produtos prontos, mas tambm a estrutura quantitativo-qualitativa, como no sucateamento de bens inservveis. O Princpio da OPORTUNIDADE abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a tempestividade.
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O Princpio da OPORTUNIDADE tem sido confundido algumas vezes, com o da COMPETNCIA, embora os dois apresentem contedos manifestamente diversos. Na oportunidade, o objetivo est na completeza da apreenso das variaes, do seu oportuno reconhecimento, enquanto, na competncia, o fulcro est na qualificao das variaes diante do Patrimnio Lquido, isto , na deciso sobre se estas o alteram ou no. Em sntese, no primeiro caso, temos o conhecimento da variao, e, na competncia, a determinao de sua natureza.

A integridade das variaes

A integridade diz respeito necessidade de as variaes serem reconhecidas na sua totalidade, isto , sem qualquer falta ou excesso. Concerne, pois, completeza da apreenso, que no admite a excluso de quaisquer variaes monetariamente quantificveis. Como as variaes incluem elementos quantitativos e qualitativos, bem como os aspectos fsicos pertinentes, e ainda que a avaliao regida por princpios prprios, a integridade diz respeito fundamentalmente s variaes em si. Tal fato no elimina a necessidade do reconhecimento destas, mesmo nos casos em que no h certeza definitiva da sua ocorrncia, mas somente alto grau de possibilidade. Bons exemplos neste sentido fornecem as depreciaes, pois a vida til de um bem ser sempre uma hiptese, mais ou menos fundada tecnicamente, porquanto dependente de diversos fatores de ocorrncia aleatria. Naturalmente, pressupe-se que, na hiptese do uso de estimativas, estas tenham fundamentao estatstica e econmica suficientes.

A tempestividade do registro

A tempestividade obriga a que as variaes sejam registradas no momento em que ocorrerem, mesmo na hiptese de alguma incerteza, na forma relatada no item anterior. Sem o registro no momento da ocorrncia, ficaro incompletos os registros sobre o patrimnio at aquele momento, e, em decorrncia, insuficientes quaisquer demonstraes ou relatos, e falseadas as concluses, diagnsticos e prognsticos. SEO IV O PRINCPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Art. 7 O Princpio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimnio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transaes, expressos em moeda nacional. 1 As seguintes bases de mensurao devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I Custo histrico. Os ativos so registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que so entregues para adquiri-los na data da aquisio. Os passivos so registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigao ou, em algumas circunstncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais sero necessrios para liquidar o passivo no curso normal das operaes; e II Variao do custo histrico. Uma vez integrado ao patrimnio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variaes decorrentes
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dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos so reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no perodo das demonstraes contbeis. Os passivos so reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, no descontados, que seriam necessrios para liquidar a obrigao na data ou no perodo das demonstraes contbeis; b) Valor realizvel. Os ativos so mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos so mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, no descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigaes no curso normal das operaes da Entidade; c) Valor presente. Os ativos so mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada lquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operaes da Entidade. Os passivos so mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de sada lquida de caixa que se espera seja necessrio para liquidar o passivo no curso normal das operaes da Entidade; d) Valor justo. o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transao sem favorecimentos; e e) Atualizao monetria. Os efeitos da alterao do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contbeis mediante o ajustamento da expresso formal dos valores dos componentes patrimoniais. 2 So resultantes da adoo da atualizao monetria: I a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, no representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II para que a avaliao do patrimnio possa manter os valores das transaes originais, necessrio atualizar sua expresso formal em moeda nacional, a fim de que permaneam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequncia, o do Patrimnio Lquido; e III a atualizao monetria no representa nova avaliao, mas to somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicao de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variao do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado perodo. (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) ANOTAES

Aspectos conceituais

O Princpio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ordena que os componentes do patrimnio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores ocorridos na data das transaes havidas com o mundo exterior Entidade, estabelecendo, pois, a viga-mestra da avaliao patrimonial: a determinao do valor monetrio de um componente do patrimnio. Ao adotar a idia de que a avaliao deva ser realizada com fundamento no valor de entrada, o Princpio consagra o uso dos valores monetrios decorrentes do consenso entre os agentes econmicos externos e a Entidade contabilmente, outras Entidades ou da imposio destes. No importa, pois, se o preo resultou de livre negociao em
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condies de razovel igualdade entre as partes, ou de imposio de uma delas, em vista da sua posio de superioridade. Generalizando, o nvel dos preos pode derivar de quaisquer das situaes estudadas na anlise microeconmica. Pressupe-se que o valor de troca, aquele decorrente da transao, configure o valor econmico dos ativos no momento da sua ocorrncia. Naturalmente, se, com o passar do tempo, houver a modificao do valor em causa, seja por que razo for, os ajustes sero realizados, mas ao abrigo do Princpio da Competncia. A rigorosa observncia do princpio em comentrio do mais alto interesse da sociedade como um todo e, especificamente, do mercado de capitais, por resultar na unificao da metodologia de avaliao, fator essencial na comparabilidade dos dados, relatos e demonstraes contbeis e, conseqentemente, na qualidade da informao gerada, impossibilitando critrios alternativos de avaliao.

A expresso em moeda nacional

A expresso do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional decorre da necessidade de homogeneizao quantitativa do registro do patrimnio e das suas mutaes, a fim de se obter a necessria comparabilidade e se possibilitarem agrupamentos de valores. Ademais, este aspecto particular, no mbito do Princpio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, visa a afirmar a prevalncia da moeda do Pas e, conseqentemente, o registro somente nela. O corolrio o de que quaisquer transaes em moeda estrangeira devem ser transformadas em moeda nacional no momento do seu registro.

Custo Histrico

No caso da aquisio de um ativo, por exemplo, deve-se adotar o seu custo histrico para efeito de registro, ou seja, o valor pago ou a pagar em dinheiro ou o valor justo dos recursos a serem transferidos ao fornecedor na data da aquisio. Exemplo: um carro adquirido por R$ 30.000,00, este o valor que deve ser registrado no seu ativo; proviso de salrios a pagar no valor de R$ 120.000,00, este o valor a ser registrado no passivo.

Custo Corrente

O ativo (uma mquina, por exemplo) inicialmente registrado pelo custo histrico, ter seu valor corrente como sendo o desembolso necessrio para adquiri-lo no mercado caso seja tomada como base a data das demonstraes. Todavia preciso considerar o ativo no estado em que se encontra, e no o custo de um bem novo igual ou semelhante. De forma idntica, um passivo registrado contabilmente pelo custo histrico ter seu valor corrente equivalente ao que seria desembolsado para quit-lo na data das demonstraes, sem desconto a valor presente. Exemplo: Uma mquina registrada por R$ 20.000,00, que na data das demonstraes valesse R$ 15.000,00. O seu custo corrente de R$ 15.000,00.

Valor Realizvel

Consiste no valor que seria apurado na hiptese de o ativo ser vendido em condies normais. J o valor realizvel (ou exigvel) de um passivo o que seria desembolsado, sem desconto a valor presente, para quit-lo.
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Valor Presente

o valor atual do fluxo futuro de caixa que o ativo vai gerar. o que acontece, por exemplo, no caso do ajuste a valor presente de contas a receber realizveis a longo prazo. No caso do passivo o valor atual dos pagamentos que sero necessrios para quit-lo.

Valor Justo

Trata-se do valor pelo qual o ativo poderia ser trocado ou o passivo quitado sem favorecimento entre as partes. Assim, no pode ser um preo acima ou abaixo do mercado, em benefcio ou prejuzo de uma das partes, como possvel acontecer nas transaes entre as pessoas ligadas.

Atualizao Monetria

Atualizao monetria no representa o aumento real de valor, e sim um mecanismo de manuteno do poder aquisitivo original dos valores registrados contabilmente. Com os efeitos da inflao, se no for adotada a atualizao monetria, os valores registrados pela contabilidade deixam de representar o poder de compra original. O PRINCPIO DA ATUALIZAO MONETRIA (Revogado pela Resoluo CFC n. 1.282/10) SEO VI O PRINCPIO DA COMPETNCIA Art. 9 O Princpio da Competncia determina que os efeitos das transaes e outros eventos sejam reconhecidos nos perodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Pargrafo nico. O Princpio da Competncia pressupe a simultaneidade da confrontao de receitas e de despesas correlatas. (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) ANOTAES

As variaes patrimoniais e o Princpio da Competncia

A compreenso do cerne do Princpio da COMPETNCIA est diretamente ligada ao entendimento das variaes patrimoniais e sua natureza. Nestas encontramos duas grandes classes: a daquelas que somente modificam a qualidade ou a natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no montante do Patrimnio Lquido, e a das que o modificam. As primeiras so denominadas de qualitativas, ou permutativas, enquanto as segundas so chamadas de quantitativas, ou modificativas. Cumpre salientar que estas ltimas sempre implicam a existncia de alteraes qualitativas no patrimnio, a fim de que permanea inalterado o equilbrio patrimonial. A COMPETNCIA o Princpio que estabelece quando um determinado componente deixa de integrar o patrimnio, para transformar- se em elemento modificador do Patrimnio Lquido. Da confrontao entre o valor final dos aumentos do Patrimnio Lquido usualmente denominados receitas e das suas diminuies normalmente

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chamadas de despesas , emerge o conceito de resultado do perodo: positivo, se as receitas forem maiores do que as despesas; ou negativo, quando ocorrer o contrrio. Observa-se que o Princpio da Competncia no est relacionado com recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no perodo. Mesmo com desvinculao temporal das receitas e despesas, respectivamente do recebimento e do desembolso, a longo prazo ocorre a equalizao entre os valores do resultado contbil e o fluxo de caixa derivado das receitas e despesas, em razo dos princpios referentes avaliao dos componentes patrimoniais. Quando existem receitas e despesas pertencentes a um exerccio anterior, que nele deixarem de ser consideradas por qualquer razo, os competentes ajustes devem ser realizados no exerccio em que se evidenciou a omisso.

Alguns comentrios sobre as despesas

As despesas, na maioria das vezes, representam consumpo de ativos, que tanto podem ter sido pagos em perodos passados, no prprio perodo, ou ainda virem a ser pagos no futuro. De outra parte, no necessrio que o desaparecimento do ativo seja integral, pois muitas vezes a consumpo somente parcial, como no caso das depreciaes ou nas perdas de parte do valor de um componente patrimonial do ativo, por aplicao do Princpio da PRUDNCIA prtica, de que nenhum ativo pode permanecer avaliado por valor superior ao de sua recuperao por alienao ou utilizao nas operaes em carter corrente. Mas a despesa tambm pode decorrer do surgimento de uma exigibilidade sem a concomitante gerao de um bem ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratrios e nas multas de qualquer natureza. Entre as despesas do tipo em referncia localizam-se tambm as que se contrapem a determinada receita, como o caso dos custos diretos com vendas, nos quais se incluem comisses, impostos e taxas e at royalties. A aplicao correta da competncia exige mesmo que se provisionem, com base em fundamentao estatstica, certas despesas por ocorrer, mas indiscutivelmente ligadas venda em anlise, como as despesas futuras com garantias assumidas em relao a produtos. Nos casos de Entidades em perodos pr-operacionais, no seu todo ou em algum setor, os custos incorridos so ativados, para se transformarem posteriormente em despesas, quando da gerao das receitas, mediante depreciao ou amortizao. Tal circunstncia est igualmente presente em projetos de pesquisa e desenvolvimento de produtos muito freqentes nas indstrias qumicas e farmacuticas, bem como naquelas que empregam alta tecnologia quando a amortizao dos custos ativados feita segundo a vida mercadolgica estimada dos produtos ligados s citadas pesquisas e projetos.

Alguns detalhes sobre as receitas e seu reconhecimento

A receita considerada realizada no momento em que h a venda de bens e direitos da Entidade entendida a palavra bem em sentido amplo, incluindo toda sorte de mercadoria, produtos, servios, inclusive equipamentos e imveis , com a transferncia da sua propriedade para terceiros, efetuando estes o pagamento em dinheiro ou assumindo compromisso firme de faz-lo num prazo qualquer. Normalmente, a transao formalizada mediante a emisso de nota fiscal ou documento equivalente, em que consta a quantificao e a formalizao do valor de venda, pressupostamente o
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valor de mercado da coisa ou do servio. Embora esta seja a forma mais usual de gerao de receita, tambm h uma segunda possibilidade, materializada na extino parcial ou total de uma exigibilidade, como no caso do perdo de multa fiscal, da anistia total ou parcial de uma dvida, da eliminao de passivo pelo desaparecimento do credor, pelo ganho de causa em ao em que se discutia uma dvida ou o seu montante, j devidamente provisionado, ou outras circunstncias semelhantes. Finalmente, h ainda uma terceira possibilidade: a de gerao de novos ativos sem a intervenincia de terceiros, como ocorre correntemente no setor pecurio, quando do nascimento de novos animais. A ltima possibilidade est tambm representada pela gerao de receitas por doaes recebidas. A receita de servios deve ser reconhecida de forma proporcional aos servios efetivamente prestados. Em alguns casos, os princpios contratados prevem clusulas normativas sobre o reconhecimento oficial dos servios prestados e da receita correspondente. Exemplo: neste sentido oferecem as empresas de consultoria, nas quais a cobrana dos servios feita segundo as horas-homens de servios prestados, durante, por exemplo, um ms, embora os trabalhos possam prolongar- se por muitos meses ou at ser por prazo indeterminado. O importante, nestes casos, a existncia de unidade homognea de medio formalizada contratualmente, alm, evidentemente, da medio propriamente dita. As unidades fsicas mais comuns esto relacionadas com tempo principalmente tempo-homem e tempo-mquina , embora possa ser qualquer outra, como metros cbicos por tipo de material escavado, metros lineares de avano na perfurao de poos artesianos, e outros. Nas Entidades em que a produo demanda largo espao de tempo, deve ocorrer o reconhecimento gradativo da receita, proporcionalmente ao avano da obra, quando ocorre a satisfao concomitante dos seguintes requisitos: - o preo do produto estabelecido mediante contrato, inclusive quanto correo dos preos, quando houver; - no h riscos maiores de descumprimento do contrato, tanto de parte do vendedor, quanto do comprador; - existe estimativa, tecnicamente sustentada, dos custos a serem incorridos. Assim, no caso de obras de engenharia, em que usualmente esto presentes os trs requisitos nos contratos de fornecimento, o reconhecimento da receita no deve ser postergado at o momento da entrega da obra, pois o procedimento redundaria num quadro irreal da formao do resultado, em termos cronolgicos. O caminho correto est na proporcionalizao da receita aos esforos despendidos, usualmente expressos por custos reais ou estimados ou etapas vencidas. SEO VII O PRINCPIO DA PRUDNCIA Art. 10. O Princpio da PRUDNCIA determina a adoo do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente vlidas para a quantificao das mutaes patrimoniais que alterem o patrimnio lquido. Pargrafo nico. O Princpio da Prudncia pressupe o emprego de certo grau de precauo no exerccio dos julgamentos necessrios s estimativas em certas condies de incerteza, no sentido de que ativos e
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receitas no sejam superestimados e que passivos e despesas no sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensurao e apresentao dos componentes patrimoniais. (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) ANOTAES O princpio da prudncia deve ser considerado quando o profissional tiver de avaliar o provvel efeito de um evento sobre o patrimnio, diante de duas ou mais alternativas que ele julgue igualmente possveis de se materializar. Nesse caso, deve ser adotada a opo que resulte menor valor para o ativo ou maior valor para o passivo exigvel. importante observar que as alternativas consideradas devem ser equivalentes, ou seja, envolver um grau de semelhante de incerteza. Se uma for mais provvel que a outra, no ser o caso da aplicao da opo que resulte em menor ou maior valor, e sim da mais provvel. A adoo de uma postura prudente na avaliao das hipteses de incerteza necessria para se evitar a superavaliao de ativos e receitas, bem como a subavaliao de passivos e despesas. O profissional tem que tomar cuidado quando da utilizao de valoraes de ativos e passivos que envolvam condies de incerteza, isto , de subjetividade. Assim, ao mesmo tempo em que o contabilista reconhece as variaes patrimoniais decorrentes, por exemplo, da ao do tempo, intempries (como a depreciao), em virtude do princpio do registro pelo valor original deve ter o zelo necessrio para retratar sempre a realidade existente na empresa. Por exemplo, se a companhia acionada judicialmente, isso no suficiente para que seja constituda proviso. Com base na avaliao de casos semelhantes, caso se conclua que a Justia tende a dar ganho de causa para a empresa, no dever ser lanada a proviso.

Dos limites da aplicao do Princpio

A aplicao do Princpio da PRUDNCIA no deve levar a excessos, a situaes classificveis como manipulaes do resultado, com a conseqente criao de reservas ocultas. Pelo contrrio, deve constituir garantia de inexistncia de valores artificiais, de interesse de determinadas pessoas, especialmente administradores e controladores, aspecto muito importante nas Entidades integrantes do mercado de capitais. O comentrio inserido no pargrafo anterior ressalta a grande importncia das normas concernentes aplicao da PRUDNCIA, com vista a impedir-se a prevalncia de juzos puramente pessoais ou de outros interesses.

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Art. 11. A inobservncia dos Princpios de Contabilidade constitui infrao nas alneas c, d e e do art. 27 do Decreto-Lei n. 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicvel, ao Cdigo de tica Profissional do Contabilista. (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10) Art. 12. Revogada a Resoluo CFC n. 530/81, esta Resoluo entra em vigor a partir de 1 de janeiro de 1994. Braslia, 29 de dezembro de 1993. Contador IVAN CARLOS GATTI Presidente 17.3. CONVENES CONTBEIS Podemos observar, que resoluo n 750/93 do CFC trs a conceituao detalhada de cada um dos Princpios de Contabilidade. Princpios estes que devem ser observados, sob pena das sanes legais cabveis. A Resoluo CFC 750/93 no faz referncia s Convenes Contbeis. Entretanto, pertinente que conheamos tais convenes, universalmente aceitas, dada a importncia que elas representam para os registros contbeis como um todo. Dentro da ampla margem de liberdade que os princpios permitam ao contador, no registro das operaes, as convenes vm restringir ou limitar, ou mesmo modificar parcialmente, o contedo dos princpios, definindo mais precisamente seu significado. 17.3.1. Conveno da Objetividade Refere-se ao sentido de neutralidade que se deve atribuir Contabilidade nos registros dos fatos que envolvem a gesto do patrimnio das entidades. Os registros contbeis, sempre que possvel, devem ser baseados em documentos que comprovem as respectivas transaes. Assim, por exemplo, toda vez que um profissional de contabilidade tiver mais de uma opo de valores para atribuir a um dado bem, como um documento original de compra e um laudo pericial de avaliao do bem, dever optar pelo mais objetivo no caso, o documento. 17.3.2. Conveno da Materialidade Tal conveno estabelece que no se deve perder tempo com registro irrelevantes do ponto de vista contbil; registros cujos controles pode se tornar mais onerosos que os prprios valores a serem registrados. A aplicao dessa conveno relativa em relao natureza da empresa e seus registros, por isso exige bom senso. H situaes em que, embora os valores sejam irrelevantes, a respectiva importncia em relao a um todo exige o registro. Como exemplo, podemos citar: a) os materiais de expediente utilizados no escritrio, como lpis, papis, etc. Esses materiais, embora consumidos diariamente, podem ser contabilizados apenas ao final do perodo por diferenas de estoques, dado os seus pequenos valores unitrios; e b) bens do imobilizado de pequeno valor no devem ser contabilizados no Ativo Imobilizado, mas sim em contas de resultado (despesas), devido o custo de controlar contabilmente um bem de pequeno valor.
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17.3.3. Conveno da Uniformidade ou Consistncia A conveno da uniformidade ou consistncia nos diz que, uma vez adotado determinado processo, dentre os vrios possveis que podem atender a um mesmo princpio geral, ele no dever ser mudado com demasiada freqncia, pois assim estaria sendo prejudicada a comparabilidade dos relatrios contbeis. Se, por exemplo, for adotado o mtodo UEPS para avaliao de estoques em lugar do PEPS (ambos atendem ao mesmo princpio geral, isto , Custo como base de valor), dever ser usado sempre o mesmo mtodo nos outros perodos. A quebra da consistncia na escriturao provoca influncias nos demonstrativos contbeis, o que prejudica a anlise clara e eficiente em comparao com os demonstrativos de exerccios anteriores. E, se houver a necessidade inadivel de se adotar outro critrio, essa adoo deve ser declarada como nota explicativa dos relatrios, de maneira a cientificar o leitor. 18. EXERCCIOS BNDES/Tcnico_Administrativo/2004/CESGRANRIO 1. A Cia. Gama apresentou o seguinte balancete, em reais, em 31.12.2003: Caixa Bancos Conta Movimento Capital Estoques Reserva de Capital Duplicatas a Receber Financiamentos Externos Depreciao Acumulada Reserva Legal 4.000,00 12.000,00 10.000,00 16.000,00 40.000,00 38.000,00 30.000,00 6.000,00 2.000,00

Mveis e Utenslios Veculos Reserva Estatutria Duplicatas Descontadas Reteno de Lucros Edificaes Fornecedores Terrenos Emprstimos Bancrios

25.000,00 18.000,00 5.000,00 3.000,00 20.000,00 44.000,00 50.000,00 12.000,00 3.000,00

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Com base nos dados acima, o Patrimnio Lquido da Cia. Gama, em reais, monta a: (A) 77.000,00 (B) 83.000,00 (C) 95.000,00 (D) 107.000,00 (E) 160.000,00 BNDES/Tcnico_Administrativo/2006/CESGRANRIO 2. A Cia. Delta, no encerramento do exerccio de 2005, verificou que os bens que possua em estoque estavam com valor superior ao valor que pagaria se os comprasse naquele momento. Em vista disso, precisou ajustar o valor do estoque de mercadorias, no Balano Patrimonial, ao valor de mercado, constituindo a proviso cabvel para tal. Esta medida da empresa atende ao Princpio Fundamental de Contabilidade da(o): (A) Competncia. (B) Continuidade. (C) Entidade. (D) Prudncia. (E) Registro pelo valor original. 3. A Cia. Gama tinha os seguintes elementos patrimoniais, no encerramento do exerccio de 2005, em reais: Bens Tangveis 250.000,00 Bens Intangveis 50.000,00 Direitos a Receber 125.000,00 Capital de Terceiros 180.000,00 Em vista disso, pode-se afirmar que o patrimnio lquido da empresa, em reais, era de: (A) 295.000,00. (B) 255.000,00. (C) 245.000,00. (D) 195.000,00. (E) 180.000,00. BNDES/Tcnico_Administrativo/2008/CESGRANRIO 4. A Empresa Irmos Cabral S/A apresentou o seguinte balancete de verificao em 31.12.2007: Contas Amortizao Acumulada Banco Conta Movimento Caixa Capital Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)
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Saldo Devedor 51.300,00 12.200,00

Saldo Credor 500,00

100.000,00 50.000,00
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Matemtica (Contabilidade) Depreciaes Acumuladas Despesa de Aluguel Despesa de Energia Eltrica Despesa de Juros Despesa de Prmio de Seguros Despesa de Salrios Despesa de Telefone, Fax e Telex Despesa Pr-operacional Duplicatas a Pagar Duplicatas a Receber Edificaes Emprstimos a Pagar Curto Prazo Emprstimos a Pagar Longo Prazo Estoque de Mercadorias Fornecedores Impostos a Pagar Mquinas e Equipamentos Mveis e Utenslios Proviso para Crditos de Difcil Liquidao Prmio de Seguros Antecipado Receita de Juros Receita de Vendas Reserva de Capital Reserva Legal Salrios e Encargos a Pagar Terrenos Saldos

BNDES 5.000,00

300,00 300,00 2.700,00 500,00 12.000,00 400,00 7.000,00 6.000,00 20.000,00 56.000,00 15.000,00 15.000,00 30.000,00 30.000,00 5.000,00 21.000,00 13.000,00 1.000,00 3.500,00 200,00 80.000,00 11.500,00 9.000,00 12.000,00 10.000,00 290.200,00 290.200,00

Com base nos dados, pode-se afirmar que as obrigaes para com terceiros da Empresa Irmos Cabral alcanou, em 31.12.2007, o montante, em reais, de (A) 290.200,00 (B) 209.000,00 (C) 120.500,00 (D) 88.500,00 (E) 83.000,00 5. As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. Marion, 2004. O texto acima apresentado refere-se ao enunciado do Princpio Fundamental de Contabilidade da (A) Atualizao Monetria. (B) Prudncia. (C) Entidade.
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Matemtica (Contabilidade) (D) Oportunidade. (E) Competncia.

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6. Observe o lanamento contbil abaixo. Banco conta Movimento a Diversos a Duplicatas a Receber 2.700,00 a Receita de Juros 27,00 2.727,00 O registro representa a operao de (A) emprstimo bancrio tomado pela empresa com garantia de Duplicatas a Receber. (B) venda de mercadorias, sendo parte recebida no ato, em depsito bancrio. (C) venda de Duplicatas a Receber a uma empresa de factoring, com juros. (D) recebimento de uma duplicata, emitida na venda a prazo, com juros. (E) resgate de uma aplicao financeira, anteriormente feita, com juros. BNDES/Tcnico_Administrativo/2010/CESGRANRIO 7. Sabendo-se que A = Ativo; P = Passivo e PL = Patrimnio Lquido, na equao patrimonial, ocorrer situao patrimonial nula quando (A) A + P = PL. (B) A + PL = P. (C) A = P. (D) A = PL. (E) A = P + PL. 8. Em um determinado exerccio social, a empresa apresentou, em reais, os seguintes dados: Capitais de Terceiros Circulantes 350.000,00 Disponveis 120.000,00 Estoques 500.000,00 Imobilizado 100.000,00 Investimentos em Controladas 50.000,00 Realizveis a Longo Prazo 130.000,00 Considerando exclusivamente as informaes acima, nesse exerccio, o capital prprio, em reais, (A) 100.000,00 (B) 150.000,00 (C) 500.000,00 (D) 550.000,00 (E) 900.000,00 9. Observe os dados extrados do balancete de verificao da Companhia Pacfico S.A. Venda de Mercadorias R$ 85.000,00 Devoluo de Vendas R$ 5.000,00 Resultado com Mercadorias R$ 34.000,00 Compras de Mercadorias R$ 40.000,00
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Devoluo de Compras R$ 3.000,00 Estoque Final de Mercadorias R$ 2.000,00 Sabendo-se que as compras e vendas estavam sujeitas a 20% de impostos, o estoque inicial de mercadorias era, em reais, de (A) 2.200,00 (B) 2.400,00 (C) 3.400,00 (D) 3.600,00 (E) 4.400,00 Petrobrs/Tcnico_Contabilidade_Jr/CESGRANRIO/2011 10. A utilizao do regime contbil da competncia, no preparo das demonstraes contbeis, determina que essas demonstraes apresentem aos seus usurios algumas informaes sobre itens, tais como: I operaes passadas envolvendo o pagamento e o recebimento de caixa e outros recursos financeiros; II obrigaes de pagamento no futuro; III recursos que sero recebidos no futuro. Atende(m) plenamente ao conceito apresentado o(s) item(ns) (A) I, apenas. (B) II, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III. 11. No que se refere ao balano de uma empresa, analise os itens a seguir. I Posio econmica II Posio financeira III Posio patrimonial IV Mutaes da posio financeira O balano de uma empresa tem por finalidade apresentar, em um determinado momento, APENAS os itens (A) I e II. (B) II e III. (C) III e IV. (D) I, II e III. (E) II, III e IV. 12. As informaes sobre o desempenho da empresa so fornecidas, basicamente, pela demonstrao (A) do Valor Adicionado. (B) do Lucro ou Prejuzo Acumulado. (C) do Resultado do Exerccio. (D) dos Fluxos de Caixa. (E) das Mutaes do Patrimnio Lquido.
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13. Uma empresa do ramo atacadista adota a poltica de pagar os salrios de seus empregados mediante crdito em conta--corrente bancria, em duas etapas: primeira etapa, correspondente a 40% dos salrios, feita na segunda se mana de cada ms; segunda etapa, at ao 5 dia til do ms seguinte. Sabendo-se que, em outubro/2009, a folha de pagamentos dessa empresa totalizava R$ 500.000,00 e, considerando-se nica e exclusivamente as informaes recebidas, o registro do adiantamento do salrio de outubro, pelo regime de competncia, em reais, foi (A) Adiantamento a Empregados 200.000,00 a Banco conta Movimento 200.000,00 (B) Despesa de Salrios 200.000,00 a Banco conta Movimento 200.000,00 (C) Salrios a Pagar 300.000,00 a Banco conta Movimento 300.000,00 (D) Despesa de Salrios 500.000,00 a Salrios a Pagar 500.000,00 (E) Despesa de Salrios 500.000,00 a Adiantamento a empregados 200.000,00 a Salrios a pagar 300.000,00 14. A Empresa Comercial Caramuru S/A fechou uma operao de seguros com a Seguradora Pacfica S/A, em junho de 2010, por um perodo de 3 anos, a contar de julho de 2010, pagando antecipadamente R$ 54.000,00. A classificao dessa operao no Balano Patrimonial, a ser extrado em 31/12/2010, dever ser, em reais, a seguinte: Prmios de Seguros a Apropriar no Ativo Circulante - Valor Prmios de Seguros a Apropriar no Realizvel a Longo Prazo - Valor (A) 27.000,00 27.000,00 (B) 18.000,00 27.000,00 (C) 18.000,00 36.000,00 (D) 9.000,00 45.000,00 (E) - 45.000,00 15. Uma empresa sediada no Rio de Janeiro envia um funcionrio a Fortaleza para resolver uma reclamao de um cliente. Alm da passagem area e da reserva de hotel adquiridas anteriormente, com o custo de respectivamente R$ 890,00 e R$ 360,00, o funcionrio levar, em dinheiro, a quantia de R$ 800,00 para despesas de alimentao e locomoo, entre outras. A empresa dever registrar essa operao, em reais, no dirio, com o seguinte registro simplificado: (A) D: Adiantamento para viagens C: Caixa 800,00 (B) D: Adiantamento para viagens C: Caixa 2.050,00 (C) D: Adiantamento para despesas C: Caixa 1.160,00
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Matemtica (Contabilidade) (D) D: Emprstimos a funcionrios C: Caixa 2.050,00 (E) D: Antecipaes de salrios e ordenados C: Caixa 800,00

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16. A Comercial Farol Ltda. apresentou, em julho de 2010, os seguintes dados: Vendas brutas R$ 256.000,00 Devoluo de compras R$ 15.000,00 Estoque inicial de mercadorias R$ 54.500,00 Compras do ms R$ 117.000,00 Abatimento sobre vendas R$ 11.000,00 Abatimento sobre compras R$ 9.000,00 Devoluo de vendas R$ 10.500,00 Estoque final de mercadorias R$ 26.900,00 Desconsiderando-se os efeitos de qualquer tipo de tributao, o lucro bruto apurado em 31/07/2010 na Comercial Farol Ltda., em reais, de (A) 124.000,00 (B) 113.900,00 (C) 104.900,00 (D) 89.900,00 (E) 85.400,00 Petrobrs/Contador_Jr/CESGRANRIO/2011 17. A Companhia Ornato Comrcio e Servios S/A apresentou as seguintes informaes parciais retiradas do Livro-Razo, antes da elaborao das demonstraes contbeis: Bonificaes recebidas de fornecedor R$ 1.000,00 Compras de mercadorias R$ 67.000,00 Devoluo de vendas R$ 10.000,00 Estoque final de mercadorias R$ 13.000,00 Estoque inicial de mercadorias R$ 5.000,00 ICMS sobre as mercadorias vendidas R$ 20.000,00 ISS sobre a prestao de servios R$ 2.000,00 Receita de prestao de servios R$ 30.000,00 Venda de mercadorias R$ 120.000,00 Considerando-se exclusivamente as informaes recebidas, o lucro bruto da Companhia Ornato, em reais, de (A) 60.000,00 (B) 61.000,00 (C) 62.000,00 (D) 90.000,00 (E) 92.000,00 Petrobrs/Auditor_Jr/CESGRANRIO/2011 18. No final de cada exerccio social, as sociedades por aes devem elaborar e divulgar algumas demonstraes contbeis de acordo com a legislao societria e com os
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princpios fundamentais de contabilidade. Dentre as demonstraes obrigatrias, tem-se o Balano Patrimonial, cuja finalidade (A) evidenciar os negcios sociais e os principais fatos administrativos ocorridos no exerccio. (B) apresentar a posio financeira e patrimonial da Companhia em determinada data. (C) apresentar o resultado final da Companhia, evidenciando, entre outros resultados, receitas, despesas e lucro lquido. (D) demonstrar como ocorreram as movimentaes de disponibilidades em determinado perodo de tempo. (E) informar o valor da riqueza criada pela Companhia em determinado perodo e a forma de sua distribuio. 19. O conjunto de informaes divulgado pela Companhia, cujo objetivo demonstrar o resultado da interao da empresa com o meio em que ela est inserida, denominado (A) Balano Social. (B) Balano Patrimonial. (C) Nota Explicativa. (D) Fato relevante. (E) Demonstrao do valor adicionado. 20. As contas contbeis de uma Companhia podem ser classificadas como contas patrimoniais e contas de resultado. Observe as contas a seguir. I Receitas financeiras II Custos de produo III Duplicatas a receber IV Fornecedores V Emprstimos So contas patrimoniais APENAS as apresentadas em (A) I, II e III. (B) II, III e IV. (C) III, IV e V. (D) I, II, III e V. (E) I, III, IV e V. 21. Uma determinada Companhia adquiriu um emprstimo para pagamento em parcela nica, com vencimento programado para 13 meses aps a aquisio. No ato da aquisio da quantia e da obrigao do pagamento, o registro contbil foi o seguinte: (A) dbito em uma conta do Ativo Permanente e crdito em uma conta do Passivo Circulante (Curto Prazo). (B) dbito em uma conta de despesa financeira e crdito na conta Bancos. (C) crdito na conta Emprstimos a longo prazo e dbito de despesa financeira. (D) crdito na conta Bancos e dbito na conta Emprstimos a longo prazo. (E) dbito na conta Bancos e crdito na conta Emprstimo do passivo no circulante (Longo Prazo).

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22. Quando uma empresa adquire um veculo para uso em suas operaes, o registro contbil desse veculo deve ser realizado em uma conta do (A) Patrimnio Lquido. (B) Passivo Circulante. (C) Ativo Circulante. (D) Ativo Permanente. (E) Lucro Operacional. BR_Petrobrs/Tcnico_de_Contabilidade_Jr/CESGRANRIO 23. Em 28/01/2012, a Comercial U Ltda. pagou uma conta vencida no valor de R$ 30.000,00, acrescidos de R$ 2.000,00 de juros, por atraso no pagamento, relativa a uma compra anterior de mercadorias a prazo, utilizando no pagamento um cheque pr-datado para 30 dias. Desconsiderando que o cheque uma ordem de pagamento vista e considerando as informaes recebidas e a boa tcnica contbil das normas vigentes, tal operao foi registrada pela Comercial U, em registro nico, da seguinte forma: (A) D. Fornecedores 30.000,00 D. Juros Passivos a Vencer 2.000,00 C. Banco conta Movimento 32.000,00 (B) D. Fornecedores 30.000,00 D. Juros de Mora Passivos 2.000,00 C. Cheques a Pagar 32.000,00 (C) D. Mercadorias 30.000,00 D. Juros de Mora Passivos 2.000,00 C. Banco conta Movimento 32.000,00 (D) D. Mercadorias 32.000,00 C. Cheques a Pagar 32.000,00 (E) D. Mercadorias 32.000,00 C. Banco conta Movimento 32.000,00 24. O posto de combustvel ZD Ltda., num determinado dia, vendeu Gs Natural Veicular (GNV), no valor de R$ 8.000,00, para os veculos de uma empresa de entregas domiciliares, recebendo um cheque de igual valor, emitido contra o Banco C, para ser descontado em 25 dias. Desconsiderando que o cheque uma ordem de pagamento vista e considerando os dados informados e as normas contbeis vigentes, o registro contbil da operao, feito num lanamento nico pelo posto de gasolina ZD, foi (A) D. Banco conta Movimento 8.000,00 C. Mercadorias / GNV 8.000,00 (B) D. Banco conta Movimento 8.000,00 C. Vendas 8.000,00 (C) D. Caixa 8.000,00 C. Mercadorias / GNV 8.000,00 (D) D. Cheques a Receber 8.000,00 C. Clientes 8.000,00 (E) D. Cheques a Receber 8.000,00
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Matemtica (Contabilidade) C. Vendas 8.000,00

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25. As demonstraes contbeis (financeiras) so o produto final da contabilidade. Elas permitem a evidenciao de informaes teis para os usurios, tanto internos quanto externos empresa que as elaborou, e que tm interesse nessas informaes. Entre as demonstraes contbeis, aquela que se destina a evidenciar qualitativa e quantitativamente a posio patrimonial e financeira o(a) (A) Balano Patrimonial (B) Demonstrao do Valor Agregado (C) Demonstrao do Resultado do Exerccio (D) Demonstrao do Lucro ou Prejuzo Acumulado (E) Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido 26. A empresa NO Ltda., com disponibilidade de caixa, efetuou o pagamento antecipado de uma Duplicata a Pagar, no valor de R$ 10.500,00, pela compra anterior de mercadorias a prazo, mediante desconto financeiro por antecipao de pagamento de R$ 1.500,00. O registro contbil dessa operao, num s lanamento, considerando exclusivamente os dados informados, foi feito pela empresa NO, da seguinte forma: (A) D. Duplicatas a Pagar 10.500,00 C. Descontos Financeiros Obtidos 1.500,00 C. Caixa 9.000,00 (B) D. Mercadorias 10.500,00 C. Caixa 9.000,00 C. Desconto Incondicional Obtido 1.500,00 (C) D. Duplicatas a Pagar 9.000,00 C. Caixa 9.000,00 (D) D. Duplicatas a Pagar 9.000,00 D. Desconto Incondicional Concedido 1.500,00 C. Caixa 10.500,00 (E) D. Mercadorias 9.000,00 C. Duplicatas a Pagar 9.000,00 27. Uma sociedade annima de capital fechado apresentou os seguintes dados referentes ao exerccio social findo em 31/01/2012: Capital subscrito 6.000,00 Capital realizado 3.500,00 Reserva legal 500,00 Reserva de lucros a realizar 1.500,00 Considerando exclusivamente as informaes recebidas, o patrimnio lquido dessa sociedade em 31/01/2012, em reais, de (A) 8.000,00 (B) 5.500,00 (C) 4.500,00 (D) 3.500,00 (E) 2.500,00
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28. Uma empresa de grande porte adota o sistema de Fundo Fixo de Caixa, tambm conhecido como Caixa Pequena, para fazer o pagamento de gastos dirios referentes a despesas repetitivas e de pequeno valor. A prestao de contas feita pelo responsvel pelo Fundo Fixo de Caixa, com relao s despesas pagas pelo sistema, num determinado perodo de tempo, com a correspondente reposio do valor gasto ao Fundo Fixo, mediante a emisso de cheque nominal ao aludido responsvel, registrada da seguinte forma: (A) Dbito: Banco conta Movimento Crdito: Caixa (B) Dbito: Caixa Crdito: Fundo Fixo de Caixa (C) Dbito: Contas das Despesas Crdito: Banco conta Movimento (D) Dbito: Contas das Despesas Crdito: Fundo Fixo de Caixa (E) Dbito: Fundo Fixo de Caixa Crdito: Banco conta Movimento 29. O Patrimnio Lquido representa a diferena entre o valor do ativo e do passivo e nele est registrada a origem dos recursos da entidade. Entre os subgrupos do Patrimnio Lquido, inclui-se a reserva de capital onde fica registrado o(a) (A) estoque dos produtos acabados. (B) gio na emisso de aes. (C) investimento em imveis. (D) financiamento de longo prazo. (E) ao em tesouraria. 30. No Balano Patrimonial, as contas que visam proteo dos direitos dos acionistas e dos credores da companhia aberta, por meio da reteno de valores oriundos do resultado do perodo, so classificadas como (A) Lucros Acumulados (B) Bnus de subscrio (C) Ajustes da Avaliao Patrimonial (D) Reserva de Capital (E) Reservas de Lucros BR_Petrobrs/Tcnico_de_Contabilidade_Jr/CESGRANRIO 31. De acordo com a legislao contbil vigente no pas, as principais Demonstraes Contbeis so: (A) Balancete de Verificao, Demonstrao do Resultado do Exerccio, Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados, Demonstrao do Fluxo de Caixa e Demonstrao do Valor Adicionado. (B) Balancete de Verificao, Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado do Exerccio, Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados, Demonstrao do Fluxo de Caixa e Livro Dirio.
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(C) Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado do Exerccio, Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados, Demonstrao do Fluxo de Caixa e Demonstrao do Valor Adicionado. (D) Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado do Exerccio, Livro Razo, Livro Dirio, Demonstrao do Fluxo de Caixa e Demonstrao do Valor Adicionado. (E) Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado do Exerccio, Livro Razo, Livro Caixa e Livro Dirio. 32. O Patrimnio Lquido, tambm chamado de capital prprio ou situao lquida, dividese, de acordo com a legislao contbil vigente, nas seguintes contas: (A) Capital social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliao Patrimonial, Reservas de Lucros, Aes em Tesouraria e Lucros Acumulados. (B) Capital social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliao Patrimonial, Reservas de Lucros, Aes em Tesouraria e Lucros/Prejuzos Acumulados. (C) Capital social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliao Patrimonial, Aes em Tesouraria e Prejuzos Acumulados. (D) Capital social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliao Patrimonial, Reservas de Lucros, Aes em Tesouraria e Prejuzos Acumulados. (E) Ajustes de Avaliao Patrimonial, Reservas de Lucros, Aes em Tesouraria e Prejuzos Acumulados. 33. Ao adquirir mercadoria para revenda no valor de R$ 36.000,00, com pagamento em 3 (trs) parcelas iguais, sendo entrada, mais 30 e 60 dias a contar da data da compra, a empresa dever proceder ao seguinte lanamento contbil: (A) debitar R$ 36.000,00 na conta estoque, creditar R$ 12.000,00 na conta caixa e creditar R$ 24.000,00 na conta fornecedores. (B) debitar R$ 36.000,00 na conta estoque e creditar R$ 36.000,00 na conta fornecedores. (C) creditar R$ 36.000,00 na conta estoque, debitar R$ 12.000,00 na conta caixa e debitar R$ 24.000,00 na conta fornecedores. (D) creditar R$ 36.000,00 na conta estoque e debitar R$ 36.000,00 na conta fornecedores. (E) debitar R$ 36.000,00 na conta estoque, creditar R$ 12.000,00 na conta caixa e creditar R$ 24.000,00 na conta financiamento. 34. O montante do capital subscrito que j foi efetivamente aportado pelos scios, seja em dinheiro ou em outros bens, denominado (A) capital autorizado (B) capital subscrito (C) capital integralizado (D) reserva de capital (E) capital a integralizar 35. O valor da diferena entre o total das vendas efetuadas num determinado perodo e o valor do custo das mercadorias vendidas nesse mesmo perodo recebe o nome de (A) Lucro Lquido do Exerccio (B) Receita Operacional Bruta
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Matemtica (Contabilidade) (C) Receita Operacional Lquida (D) Resultado Operacional Bruto (E) Resultado Operacional Lquido

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BR_Petrobrs/Tcnico_de_Contabilidade_Jr/CESGRANRIO_2012 36. Visando a obter um emprstimo para continuar operando, uma empresa que sofreu um incndio em maio de 2010 precisou levantar um Balano Patrimonial especial e entreg-lo ao Banco. O levantamento realizado pelo contador nas dependncias da empresa, aps o incndio, identificou os seguintes elementos: direitos a receber R$ 125.654,00 obrigaes a pagar R$ 101.312,00 mquinas e equipamentos funcionando R$ 78.500,00 lote de estoque destrudo pelo incndio R$ 56.340,00 lote de estoque em condies de venda R$ 71.209,00 mquinas e equipamentos destrudos no incndio R$ 59.431,00 veculo em condies de uso R$ 25.670,00 Com base exclusiva nos dados acima e considerando a boa tcnica contbil, o valor do Patrimnio Lquido da empresa, apurado no Balano Patrimonial de maio/2010, em reais, (A) 83.950,00 (B) 143.381,00 (C) 199.721,00 (D) 301.033,00 (E) 315.492,00 37. Dados extrados do razo de uma sociedade annima, atuando no ramo comercial, em 31/12/2010: Fornecedores R$ 54.345,00 Obrigaes sociais e tributrias R$ 25.111,00 Adiantamento de clientes R$ 93.200,00 Financiamentos bancrios R$ 86.439,00 Alm dos saldos acima, todos de curto prazo, a empresa obteve, em novembro de 2010, um emprstimo bancrio que dever ser pago em 18 parcelas mensais de R$ 10.000,00 cada uma, iniciando em dezembro de 2010. Sabendo-se que o pagamento das parcelas do emprstimo se encontra rigorosamente em dia e com base exclusivamente nos dados acima, o passivo circulante da companhia apurado no Balano levantado em 31/12/2010, em reais, (A) 259.095,00 (B) 285.895,00 (C) 379.095,00 (D) 429.095,00 (E) 439.095,00

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38. Uma empresa adquire material de escritrio (clipes, papel, borracha, canetas, envelopes, etc.), para consumo do escritrio num semestre, no valor de R$ 1.200,00 vista, pagando em cheque. O registro contbil dessa operao dever ser: (A) D: Almoxarifado 1.200,00 C: Bancos conta Movimento 1.200,00 (B) D: Almoxarifado 1.200,00 C: Despesa de material de escritrio 1.200,00 (C) D: Despesas de material de escritrio 1.200,00 C: Bancos conta Movimento 1.200,00 (D) D: Despesa de material de escritrio 1.200,00 C: Estoque de material de escritrio 1.200,00 (E) D: Bancos conta Movimento 1.200,00 D: Consumo de material de escritrio 1.200,00 39. As informaes a seguir foram retiradas do livro-razo da companhia antes da elaborao do Balano Patrimonial. Aes em tesouraria 950,00 Ajustes patrimoniais (saldo credor) 500,00 Capital Social 5.000,00 Proviso para contingncias 350,00 Reserva Legal 650,00 Reteno de Lucros 50,00 Considerando exclusivamente as informaes acima, aps a elaborao do balano patrimonial, o total do patrimnio lquido, em reais, (A) 5.200,00 (B) 5.250,00 (C) 5.650,00 (D) 5.700,00 (E) 7.150,00 40. As operaes a seguir foram extradas da contabilidade da empresa Alaustral Ltda., em maro de 2011. Estoque inicial de mercadorias totalmente quitado em fevereiro de 2011 no valor de R$ 90.000,00. Venda do estoque total de mercadorias a prazo, com recebimento previsto para 15 de abril de 2011, no valor de R$ 126.000,00. Compra de mercadorias a prazo, a ser paga em 25 de abril de 2011, no valor de R$ 98.000,00. Venda de mercadorias vista, recebida em cheque, no valor de R$ 63.000,00, com a mesma margem de lucro das vendas a prazo. Despesa de salrios a ser paga em 05 de abril de 2011, no valor de R$ 22.600,00. Despesas gerais pagas no ms, no valor de R$ 22.345,00. Considerando exclusivamente as informaes acima, e desconsiderando a incidncia de qualquer tipo de imposto, o resultado do ms, pelo regime de caixa, foi, em reais, (A) 40.655,00 de lucro (B) 18.055,00 de lucro
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Matemtica (Contabilidade) (C) 9.055,00 de lucro (D) 4.345,00 de prejuzo (E) 26.945,00 de prejuzo

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Casa_da_Moeda/Analista_Nvel_Sup_Contabilidade/CESGRANRIO/2009 41. Para que um princpio contbil possa ser amplamente aceito e incorporado doutrina e prtica contbil, ele deve ser considerado: I aplicvel; II praticvel e objetivo; III praticvel e relevante; IV til. No contexto do que foi exposto, so caractersticas de um princpio contbil APENAS (A) I e II. (B) I e III. (C) I e IV. (D) II e III. (E) II e IV. 42. So avaliados pelo custo de aquisio, deduzido de proviso para ajust-lo ao valor de mercado, quando esse for inferior, os direitos que tiverem por objeto mercadorias, os produtos do comrcio da companhia, as matrias-primas, os produtos em fabricao e os(as) (A) instrumentos financeiros. (B) bens em almoxarifado. (C) ttulos de crdito. (D) marcas e patentes. (E) aplicaes disponveis para venda. 43. Uma sociedade annima de capital fechado, atuando na rea comercial, em 30 de junho de 2009, realizou as seguintes operaes com vencimento para 30 de agosto de 2009: I Adiantamento a empregados R$ 50.000,00; II Adiantamento a diretores R$ 50.000,00; III Venda de mercadorias para uma coligada R$ 50.000,00. No balano de 30 de julho de 2009, de acordo com a Lei das Sociedades Annimas vigente, essas operaes so classificadas como Ativo Circulante Ativo No Circulante - Realizvel a Longo Prazo (A) I, II e III (B) I e II III (C) I e III II (D) II e III I (E) I, II e III

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Casa_da_Moeda/Tcnico_de_Suporte_Contabilidade/CESGRANRIO/2009 44. A Cia. ALFA Ltda. apresentou sua posio patrimonial, em reais, em dois momentos sucessivos, (X1 e X2), como se pode observar abaixo. Considerando exclusivamente as informaes acima, e sabendo-se que ocorreu apenas uma transao entre um perodo e outro, qual foi esta transao? (A) Venda de mercadorias vista com lucro de R$ 200,00. (B) Venda de mercadorias, sendo parte vista e parte a prazo, com lucro de R$ 200,00. (C) Venda de mercadorias exclusivamente a prazo, sem lucro ou prejuzo. (D) Recebimento de duplicatas referente a vendas realizadas anteriormente. (E) Transferncia de mercadorias para a filial da empresa com baixa de estoques em R$ 1.000,00. ATIVO Ativo Circulante Caixa e Bancos Duplicatas a Receber Estoques Ativo No Circulante Investimentos Imobilizado X1 10.000,00 1.000,00 4.000,00 5.000,00 40.000,00 15.000,00 25.000,00 X2 10.200,00 1.200,00 5.000,00 4.000,00 40.000,00 15.000,00 25.000,00 50.200,00 PASSIVO X1 Passivo 8.000,00 Circulante Fornecedores 4.000,00 Impostos a Pagar Provises Patrimnio Lquido Capital Lucro do Exerccio TOTAL PASSIVO 2.500,00 1.500,00 42.000,00 42.000,00 0 50.000,00 X2 8.000,00 4.000,00 2.500,00 1.500,00 42.200,00 42.000,00 200,00 50.200,00

TOTAL ATIVO 50.000,00

45. Entende-se como regime de competncia a(o) (A) apurao dos resultados (redito) do exerccio na qual so consideradas as receitas e despesas nas datas a que se referirem, independente de seus recebimentos ou pagamentos. (B) apurao dos resultados (redito) do exerccio na qual so consideradas, exclusivamente, as receitas e despesas efetivamente recebidas ou pagas no perodo. (C) apurao do redito do exerccio na qual so consideradas as receitas efetivamente recebidas e os custos e despesas incorridos no perodo, ainda que no tenham sido pagos. (D) aplicao do Axioma contbil de Leipzig o qual determina que no pode haver receita sem despesa e que a confrontao entre elas forma a Azienda a ser apurada ciclicamente. (E) momento em que a empresa analisa o conjunto das operaes realizadas num determinado perodo e determina se houve lucro (redito) ou prejuzo (rebito), confrontando as receitas incorridas contra as despesas pagas no perodo.

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46. Os dados que se seguem foram extrados do Balancete de Verificao da Cia. Beta Ltda., em 31/12/2008. Considerando apenas as informaes acima e observando a regra bsica das partidas dobradas, aplicada ao Balano Patrimonial, conclui-se que o total do Patrimnio Lquido da empresa, em reais, monta a (A) 85.000,00 (B) 100.000,00 (C) 110.000,00 (D) 115.000,00 (E) 120.000,00 CONTAS Salrios e Encargos a Pagar Caixa Banco Conta Movimento Fornecedores Duplicatas a Receber Contas a Pagar Estoques Emprstimos a Pagar (LP) Mveis e Utenslios Mquinas e Equipamentos Terrenos Depreciao Acumulada SALDOS 5.000,00 2.000,00 12.000,00 20.000,00 18.000,00 3.000,00 25.000,00 15.000,00 15.000,00 20.000,00 75.000,00 4.000,00

47. Extraiu-se da contabilidade da Cia. mega S/A os seguintes dados: Vendas de mercadorias R$ 357.400,00 Estoque inicial de mercadorias R$ 134.500,00 Compras de mercadorias no perodo R$ 236.800,00 Estoque final de mercadorias R$ 111.300,00 Considerando exclusivamente os dados acima, o Resultado com Mercadorias (RCM) do perodo referente aos dados apresentados, em reais, (A) 97.400,00 (B) 107.400,00 (C) 112.500,00 (D) 246.100,00 (E) 260.000,00

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Matemtica (Contabilidade) BR_Petrobras_Biocombustvel/Contador_Jr/2010/CESGRANRIO

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48. Segundo a Lei das Sociedades por Aes (consolidada at 2010), devem compor o grupo do ativo no circulante (A) investimentos, imobilizado, diferido e intangvel. (B) indisponvel, investimentos, imobilizado e intangvel. (C) realizvel a longo prazo, investimento, imobilizado e intangvel. (D) realizvel a longo prazo, imobilizado, intangvel e aplicaes indisponveis. (E) realizvel a curto prazo BR_Petrobras_Biocombustvel/Tcnico_Contabilidade_Jr/2010/CESGRANRIO 49. Os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comrcio da companhia, assim como matrias-primas, produtos em fabricao e bens em almoxarifado, segundo a Lei das Sociedades por Aes (consolidada at dez/ 2009), sero avaliadas pelo (A) valor justo. (B) custo de emisso, atualizado conforme disposies legais ou contratuais, ajustado ao valor provvel de realizao, quando este for inferior. (C) custo de aquisio ou produo, deduzido de proviso para ajust-lo ao valor de mercado, quando este for inferior. (D) custo de aquisio, deduzido de proviso para atender s perdas provveis na realizao do seu valor. (E) custo corrente corrigido. 50. Segundo a Lei das Sociedades por Aes (consolidada at dez/2009), sero classificados no ativo intangvel os direitos que tenham por objeto bens incorpreos destinados manuteno da companhia ou exercidos com essa finalidade, incluindo (A) gio na compra de aes. (B) desgio na venda de aes. (C) capital intelectual. (D) fundo de comrcio adquirido. (E) benfeitorias em propriedades arrendadas. 1-A 11 - B 21 - E 31 - C 41 - E 2-D 12 - C 22 - D 32 - D 42 - B 3-C 13 - A 23 - B 33 - E 43 - C 4-E 14 - B 24 - E 34 - C 44 - B 5-E 15 - A 25 - A 35 - D 45 - A 6-D 16 - B 26 - A 36 - C 46 - E 7-C 17 - A 27 - B 37 - C 47 - A 8-D 18 - B 28 - C 38 - A 48 - C 9-B 19 - A 29 - B 39 - B 49 - C 10 20 30 40 50 E C E A D

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