Paleobotânica

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SERVIO PBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR CAMPUS UNIVERSITRIO DE MARAB FACULDADE DE GEOLOGIA

PALEOBOTNICA

DOCENTE: Prof. Dra. Sue Costa

DISCENTES: Lourival Alves F. Costa Marclio Cardoso Rocha Yego Cunha Leal

Marab - Par 2013

PALEOBOTNICA
Trabalho acadmico apresentado disciplina de Paleontologia do Curso de Graduao em Geologia da Universidade Federal do Par, campus de Marab, como avaliao parcial da disciplina. Profa. Dra. Sue Costa.

Marab - Par 2013

INTRODUO Paleobotnica vem do grego palaios = antigo; botanich = botnica, planta, erva. O termo Paleobotnica foi originalmente divulgado por Lester Ward (1885). E um sculo mais tarde o pesquisador Tiffney (1985) definiu que paleobotnica a rea da cincia que estuda os organismos vegetais sob todas as formas conhecidas de fossilizao ou de vestgios nas rochas, considerando a interao sinergstica dos organismos com os seus ambientes de vida, no curso do tempo geolgico. O principal objetivo dessa cincia so os estudos de fsseis do Reino Plantae, mas tambm esto sob estudo fsseis do Reino Fungi (fungos), Reino Protistas (algumas algas) e do Reino monera (bactrias e cianobactrias). TAFONOMIA VEGETAL Brett & Baird (1984) definem tafonomia vegetal como o estudo da preservao diferenciais a que as plantas so submetidas, mediante os tipos e intensidades dos processos preservacionais. O fenmeno da fossilizao de restos de organismos bastante raro e, normalmente, limitado s reas deposicionais. Resumidamente ocorre, em geral, atravs de processos sedimentares que soterram os organismos aps sua morte, ou partes dos organismos aps sua fragmentao, possibilitando o registro destes restos por retardar ou estancar os processos de decomposio. As evidncias dos vegetais do passado so preservadas atravs do tempo pela fossilizao, que ocorre pela incorporao dos restos vegetais na litosfera, isolando-os da atmosfera e hidrosfera onde se concentram os agentes decompositores (oxignio, bactrias, fungos, etc.). Vrios fatores interagem para que ocorra a preservao de evidncias dos organismos vegetais do pretrito. Os principais tecidos potencialmente preservados do Reino Plantae so esporos, plens, lenhos e cutculas da epiderme, devido a composio qumica dessas estruturas, substancialmente resistentes. Os compostos orgnicos de vegetais que normalmente preservam-se no registro paleontolgico so a esporopolenina, a cutina e a lignina, seguindo essa ordem de potencial de preservao. Paredes celulares presentes em bactrias, fungos, algas e plantas terrestres tambm possuem algum potencial de preservao, apesar de serem bem menos resistentes, por serem constitudos por celulose, nas plantas terrestres, e outros tipos de polissacardeos nos demais organismos. A exina, tecido vegetal, rica em esporopolenina e encontrada principalmente em envoltrios externos de esporos e gros de plen. A cutcula, camada cerosa externa que recobre a superfcie de vrias pores areas da planta, como caules jovens, folhas e estruturas reprodutivas, formada principalmente por cutina. J o xilema, poro lenhosa do sistema condutor da planta, formado principalmente por lignina e celulose. Segundo Scott e Collinson (1983), sob condies aerbicas os compostos orgnicos dos vegetais decompem-se na seguinte ordem temporal: a) protoplasmticos, em poucos dias; b) celulose, em dias; c) lignina, em meses; d)

cutina, aps a degradao da lignina; e) esporopolenina, muito aps os demais. A decomposio deve ser retardada tempo suficiente para que alguns dos diferentes processos de fossilizao possam atuar no material vegetal incorporado aos sedimentos. Por isso, o soterramento dos restos de vegetais deve ocorrer o mais rpido possvel. Os estudos mineralgicos so fundamentais para traduzir o geoquimismo do preenchimento dos poros, canais e lacunas dos tecidos vegetais por compostos minerais, permitindo os diferentes tipos de fossilizao. Os minerais mais comumente encontrados nos tecidos vegetais so a slica, as piritas, os carbonatos e os fsforos, variando segundo as condies dos sedimentos em que os organismos fossilizados foram depositados. Preservao de algas ocorre principalmente das partes ricas em algum tipo de tecido resistente, tais como os esqueletos inorgnicos das algas calcrias (Rhodophyta, Clorophyta) ou os envoltrios de algas unicelulares, sejam de origem inorgnica (silicosa, ex. frstulas de diatomceas) ou orgnica (similares esporopolenina, ex. Clorophyta). Os biohermas construdos pelas cianobactrias e conhecidos como estromatlitos tambm apresentam um alto potencial de preservao. Modos de fossilizao de restos vegetais segundo Schopf (1975). Os principais modos de fossilizao so: compresso carbonificada, permineralizao celular, cimentao, preservao duraptrica. a) Compresso carbonificada COMPRESSO: Quando restos vegetais no mineralizados so depositados e soterrados, suas paredes celulsicas amolecem e os lmens celulares colapsam. H ento a perda de elementos volteis (Hidrognio, Nitrognio e Oxignio) na forma de gases e solues. Este processo, conhecido como carbonificao, conduz formao de novos compostos orgnicos a partir do aumento da concentrao de carbono e do rearranjo das cadeias carbnicas. Este processo ocorre simultaneamente diagnese dos sedimentos. A distoro dos restos unidirecional, ocorrendo apenas no plano vertical, o que d origem a uma fina pelcula constituda de matria orgnica carbonificada, denominada compresso carbonificada (Fig. 01). IMPRESSO: Uma posterior lixiviao da matria orgnica pode ocorrer, restando assim apenas a impresso sobre a rocha matriz circundante dos detalhes superficiais dos restos vegetais originalmente soterrados, originando fsseis denominados de impresses. No entanto, mesmo sem a perda da matria orgnica carbonificada possvel obter-se uma impresso quando da coleta do material fssil. Ao quebrar uma amostra de rocha que contm compresses carbonificadas, muitas

vezes uma parte da amostra retm toda a pelcula carbonosa preservada enquanto a outra contm apenas a impresso dos restos preservados. Exemplos: Compresso/impresso so os tipos de preservao mais comuns das pores orgnicas dos seres estudados pela Paleobotnica. Em vegetais terrestres, ramos distais, pequenos caules, folhas e estruturas reprodutivas (esporos, plens, sementes, frutificaes) so comumente preservados na forma de compresses/impresses por apresentarem-se originalmente bidimensionais e/ou serem facilmente comprimidos quando soterrados.

Figura 01: Tronco de rvore aps o processo de compresso carbonfera. Fonte: http://www.saopedrodosul.net

b) Permineralizao celular PERMINERALIZAO: Infiltrao e permeao inicial dos tecidos vegetais por guas saturadas de minerais, com posterior precipitao intracelular (lmens celulares) e intercelular (interstcios celulares) de matria mineral coloidal ou microcristalina (Fig. 02).

Figura 02: Permineralizao de vegetal. Fonte: http://www.ufrgs.br

PETRIFICAO: Em uma segunda fase, a matria orgnica normalmente completamente lixiviada e totalmente substituda por mais compostos minerais. Esta sequncia de eventos permite a preservao de detalhes anatmicos dos tecidos vegetais, reproduzidos pela matria mineral (Fig. 03). A precipitao precoce de minerais garante aos tecidos vegetais, desde o seu soterramento, uma boa resistncia compactao dos sedimentos que ocorre durante os processos diagenticos, resultando assim, na manuteno da tridimensionalidade dos organismos.

Figura 03: Tronco de rvore petrificado. Fonte: www.saopedrodosul.net

Tipos de Permineralizao: 1) SILICOSA: Deposio de slica coloidal nos tecidos formando calcednia (slex) ou microcristais de slica; um segundo estgio de mineralizao pode induzir a perda dos detalhes orgnicos com formao de um pseudomorfo; 2) CALCREA: Deposio concntrica de calcita ou dolomita microcristalina ao redor dos restos vegetais em ambientes carbonticos saturados, com concomitante e gradual permineralizao dos tecidos; 3) PIRTICA, LIMONTICA E FOSFTICA (E OUTROS TIPOS OCASIONAIS): Ndulos pirticos intersectam e permineralizam os restos vegetais. Exemplos: Comum em bactrias, fungos e algas. Quaisquer partes dos organismos que apresentam seus contedos celulares encerrados por um envoltrio orgnico, como a parede celulsica, so passveis de preservarem-se por processos de permineralizao. Entretanto, a petrificao mais comum em vegetais terrestres ocorrendo, principalmente, em suas pores tridimensionais mais lenhosas, ou seja, os caules. c) Cimentao MOLDES EXTERNOS: Comumente envolve uma cimentao externa precoce dos restos, ainda em sedimentos inconsolidados, por compostos de Fe ou CaCO3, preservando a configurao superficial das partes orgnicas (Fig. 04).

Figura 04: Molde externo de concha de gastrpode Turritella. Fonte: http://webpages.fc.ul.pt

MOLDES INTERNOS E CONTRAMOLDES: Feies da organizao interna so usualmente perdidos e a maioria dos tecidos, se presentes, so degradados. O espao criado pela degradao dos tecidos pode vir a ser ocupado por material da matriz sedimentar circundante dando origem a moldes internos e contramoldes. Por ser resultante de preservaes originadas antes da diagnese dos sedimentos, este processo permite a preservao de estruturas delicadas (Fig. 05). Exemplos: Como, por definio, moldes devem ser tridimensionais, em sedimentos clsticos (sedimentos composto por fragmentos derivados de outras rochas, ex. slica, feldspato, minerais argilosos) apenas os caules de vegetais terrestres so normalmente passveis de preservao nesta forma. No entanto, outras pores dos vegetais com certa tridimensionalidade (ex. grandes frondes), podem eventualmente ser preservadas como suaves moldes externos. Concrees minerais (concentrao de material endurecido que apresenta composio qumica varivel) contendo em seu interior vestgios inorgnicos tridimensionais de restos de vegetais (moldes e contramoldes), moldes criados em travertinos (rocha calcria) ou ambientes calcrios, alm de fsseis de micrbios preservados em pirita ou em coprlitos (fezes fossilizadas), correspondem a fsseis gerados atravs de processos de cimentao.

Figura 05: Molde interno e contramolde de trilobita. Fonte: http://www.prof2000.pt

d) Preservao duraptrica: Aps o soterramento, algumas pores inorgnicas dos vegetais podem preservar-se devido a sua resistncia oxidao e a alteraes fsico-qumicas que ocorrem nos sedimentos ao longo de sua diagnese. Posteriormente, pode ocorrer a permineralizao dessas pores inorgnicas atravs da deposio de matria mineral nos interstcios ou espaos existentes. Exemplo: Esqueletos de algas calcrias (Rodophyta, Chlorophyta); frstulas de diatomceas (Chrysophyta); biohermas calcrios de cianobactrias (Cyanobateria). Casos particulares de fossilizao Alm desses principais modos de fosslizao, h os casos curiosos e particulares como: pelotas de carvo, duritos, mumificaes, caustobiolitos, icnofssis vegetais e mbar. a) PELOTAS DE CARVO: so ndulos de turfa fossilizada, infiltrada por calcita fibrosa e, muitas vezes, por pirita. No interior das pelotas de carvo aparecem partes bem preservadas de plantas compactadas na calcita. So encontradas preferencialmente nas provncias florsticas situadas prximas ao Equador, durante o Carbonfero; b) DURITOS: so fossilizao de partes duras dos vegetais, como as frstulas de diatomceas e os esqueletos de algas coralinas; c) MUMIFICAES: so fsseis quase sem alteraes dos tecidos, devido resistncia dos envoltrios externos (esporos, plens, macerais de lenho, frstulas de diatomceas, etc.) e reduo da atividade microbiana local (ambientes cidos os quais favorecem a conservao de folhas e ramos); as ocorrncias mais comuns so do Oligoceno e Holoceno em geral; d) CAUSTOBIOLITOS: so conhecidos como rochas organgenas, e mostram a presena de plantas ou colnias de algas atravs do acmulo dos organismos ou de seus produtos metablicos. Ocorrem dois tipos de caustobiolitos: 1) LIPTOBIOLITOS: o acmulo de resinas que englobam espcimes vegetais, como copal (acmulo da resina de Agathis (Araucariaceae)), copaba (acmulo de resina de copaba (Leguminosae)) e mbar (acmulo da resina de Pinus (Conifera)); 2) SAPROPELITOS : correspondem a acmulos de fitoplncton, quase sempre em bacias de circulao restrita ou costeiras; em geral compreendem produtos metablicos oleosos ou hidrocarbonetos, como nas colnias da Cloroficeae Bortryococcus. Os acmulos so designados bogheads coal; neste caso, os indivduos da colnia so monocelulares; cada um, enquanto vivo, possui uma gotcula de leo no interior da clula, da possibilitarem, quando em grandes acmulos, a gnese de hidrocarbonetos; e) ICNOFSSEIS VEGETAIS: so vestgios da presena de vegetais nas rochas, como as estruturas de fitoturbao, marcas de razes e cries em corpos rochosos causados por algas (Fig. 06);

Figura 06: Icnofsseis de origem vegetal. Fonte: http://e-portfolio-biologia.blogspot.com.br

f) MBAR: so resinas de gimnospermas e angiospermas, quando em contato com o ar sofrem polimerizao e endurecem. O produto da fossilizao das resinas vegetais o chamado mbar, resultado da transformao das resinas que sofreram soterramento, diagnese e catagnse, ocorrendo nenhuma ou pouqussima alterao de seus componentes qumicos originais. O processo de formao do mbar denominado ambarizao (Fig. 07), e demanda milhes de anos. Denomina-se copal ou resina subfssil o estgio intermedirio de fossilizao do mbar, que difere do mbar propriamente dito devido dureza, colorao e densidade, pois ocorre em apenas alguns milhares de anos. Amostras de mbar podem apresentar incluses de origem orgnica ou inorgnica, incorporadas durante a cicatrizao de superfcies machucadas do vegetal, sendo contemporneas ao processo de endurecimento da resina recmexsudada. As incluses de origem inorgnica abrangem solo, poeira vulcnica, grnulos minerais, gotculas de gua (condensao da umidade ou chuvas ento existentes) e gases, que inclusive poderiam indicar a composio das antigas atmosferas terrestres. Mais que uma preservao de tima qualidade, o mbar reproduz em suas incluses instantneos da vida existente no passado geolgico. So conhecidos exemplos de amebas em diviso, insetos em cpula, um aracndeo atacando uma centopeia, formigas transportando um casulo, parasitas abandonando o hospedeiro aprisionado e at mesmo um pequeno lagarto com a coluna vertebral fraturada. Existe assim a possibilidade de anlises etolgicas e das relaes trficas, incluindo aspectos tais como hbitos alimentares e de reproduo, relaes sociais entre insetos e parasitismo, alm dos registros dos eventos da vida pretrita. Tambm possvel, com a anlise qumica do mbar, criar inferncias sobre a distribuio paleogeogrfica dos diferentes grupos de vegetais produtores de resina e das condies paleoclimatolgicas.

Figura 07: Exemplo de ambarizao. Fonte: http://cienciaentreciencias.blogspot.com

Associaes de vegetais fossilizados O agrupamento das plantas nos sedimentos gera trs diferentes tipos de associaes fsseis: parautctone, alctone e autctone. a) PARAUTCTONE: ocorre quando restos vegetais sofrem um pequeno transporte, incapaz de lev-los para alm dos limites do habitat original, sendo transportados por agentes como gua e vento, resultando na mistura de material proveniente de mais de uma paleocomunidade florstica. b) ALCTONE: ocorre a remobilizao para fora do ambiente de vida. c) AUTCTONE: associao formada por fsseis de organismos que foram preservados dentro de seu habitat original, geralmente em posio de vida (in situ), ou seja, onde no houve transporte algum dos restos vegetais. Pode-se citar como exemplo uma inundao que afogue e soterre toda uma comunidade em seu habitat de crescimento. Este tipo de associao raro, sendo mais comum a preservao de bases caulinares e razes. Dentre os diferentes subambientes sedimentares, os que melhor preservam restos de vegetais terrestres so os depsitos formados em lagos, lagunas, pntanos, meandros abandonados de rios e plancies fluviais ou aluviais distais. J os sedimentos depositados em leques aluviais, canais de rios entrelaados, barras de canais, frentes e topos deltaicos, baas interdistribudas, esturios e ambientes costeiros podem conter fragmentos de vegetao terrestre, porm, em sua maioria, representados por restos no identificveis ou por rgos isolados. Grupos taxonmicos da paleobotnica e suas caractsticas Os principais grupos taxonmicos estudados pela paleobotnica como dito anteriomente so Reino Plantae, Reino Monera, Reino Fungi, Reino Protista,

sendo esses trs ultimos historicamente e biologicamente eram classificados como pertencentes ao Reino Plantae. a) Reino Plantae compreende todos os vegetais terrestres ou semiaquticos. So organismos eucariontes, pluricelulares, autotrficos, com parede celular celulsica, que armazenam amido nos plastdeos. Apresentam tecidos e rgos verdadeiros e adaptaes exclusivas vida terrestre. Sendo suas princpais divises Bryophyta (Paleozico-Recente) e Tracheophyta (Paleozico-Recente). Subdiviso Angiospermophytina (Jurssico Superior/Cretceo Inferior - Recente); principais classes Magnoliopsida e Liliopsida. E para classificar essas plantas fsseis uma tarefa difcil, devido a natureza fragmentria dos restos vegetais. Muitos espcimes fsseis so compostos apenas por folhas, esporos, sementes ou ramos fossilizados, ou seja, representam apenas partes dos vegetais de que derivaram. A soluo adotada pelos paleobotnicos foi a de nomear cada fragmento fossilizado de eu vegetal como se fosse um organismo completo, recebendo um nome genrico e um especfico, seguindo a nomenclatura binomial de Lineu. Esta nomenclatura d origem aos denominados rgos-gneros, que podem ser atribudos a uma famlia especfica, ou seja, apresentam maior especificidade, e morfo-gneros, que s podem ser assinalados a nveis taxonmicos superiores (ordem, diviso). Esta forma de identificao, denominada parataxonomia, muito til na Paleobotnica devido ao desconhecimento das relaes de parentesco entre as distintas partes ou rgos vegetais. Quando o espcime encontrado completo, recebe ento a designao especfica correspondente literatura internacional de classificao. b) Reino Monera (Pr-Cambriano-Recente): Inclui bactrias, cianobactrias e archaeobactrias. Unicelulares ou coloniais, so todos procariontes. As principais evidncias fsseis de bactrias (3,5 milhes de anos atrs) so depsitos de slex do Oeste australiano. J as cianobactrias apresentam um extenso e bem documentado registro fssil, principalmente na forma de estromatlitos. c) Reino Fungi (Siluriano-Recente): Representa os fungos, organismos unicelulares ou multicelulares, terrestres e aclorofilados. Os fungos fsseis so pouco conhecidos, sendo que os mais antigos restos de fungos que se conhece provm de rochas do Siluriano Inferior dos Estados Unidos, porm, sua origem pode ser muito mais antiga, provavelmente do incio do Fanerozico. d) Reino Protista: Inclui todos os organismos conhecidos genericamente como algas e protozorios, sendo que, para a Paleobotnica, apenas as algas so objeto de estudo. So seres eucariontes, autotrficos ou heterotrficos, uni ou pluricelulares. Podem apresentar-se bem representadas no registro fssil, como as algas calcrias, ou na forma de fsseis qumicos, como as de envoltrio no to resistente. Cujas princpais divises so Chlorophyta (Pr-Cambriano-Recente), Rhodophyta (Pr-Cambriano-Recente), Chrysophita (Mesozico-Recente), Euglenophyta (Paleozico-Recente), Phaeophyta (Paleozico-Recente) e Pyrrophyta (Paleozico-Recente).

Aplicaes econmicas e cientficas do estudo da paleobotnica A anlise de vestgios de fsseis dos grupos taxonmicos da paleobotnica utilizada tanto para meios cientficos como econmicos. Os estudos cientficos esto voltados para compreenso da origem, evoluo e diversificao das plantas atravs das idades geolgicas, ou seja, a resposta dos vegetais s inmeras mudanas ocorridas durante milhares de anos na terra e sua evoluo ao longo de todo esse tempo. O estudo de plantas fsseis crucial para a compreenso da organizao e funcionamento das paleocomunidades. A identificao florstica fssil permite caracterizar mudanas climticas, avanos e retrocessos florestais, alimentos disponveis nos diferentes tempos geolgicos e como estas caractersticas interferiram na formao das floras e fauna atuais. Os principais objetivos da Paleobotnica podem ser resumidos em: a reconstituio das floras pretritas, a determinao das relaes filogenticas e evolutivas, o reconhecimento da distribuio espacial e temporal das floras, e a reconstituio paleoambiental. Para o interesse econmico o estudo da paleobotnica se torna vivel porque tipos de fossilizaes podem indicar onde se formou carvo vegetal e petrleo atravs dos vegetis fsseis que sofreram o processo de aromatizao, que modifica quimicamente os compostos orgnicos dando origem a esses hidrocarbonetos. Alm de outras aras da paleontologia que usam direta ou indiretamente os dados da paleobotnica como se pode citar: a) Geocronologia: procura estimar o tempo relativo aos ciclos de vida e de fossilizao dos fsseis vegetais; b) Paleoecologia: relaciona o espcime com o seu ambiente de vida; c) Estratigrafia: avalia o posicionamento do espcime fssil na camada rochosa; d) Tectnica: atravs de reconstituies paleofitogeogrficas colabora para o entendimento das grandes extines e surgimento de importantes grupos florsticos; e) Geoqumica: atravs da quimiotaxonomia, corroboram os estudos de taxonomia e reconstituio paleoambiental. BIBLIOGRAFIA BAUERMANN, S. G. et al; Dinmicas Vegetacionais, Climticas E Do Fogo Com Base Em Palinologia E Anlise Multivariada No Quaternrio Tardio Do Sul Do Brasil. Revista Brasileira de Paleontologia. v 11(2), p. 87-96, Maio/Agosto 2008. BRETT, C. E. & BAIRD, G. C. 1984. Comparative taphonomy: a key to interpretation of sedimentary sequences using fossil preservation. G.S.A., Abstracts (Southern and North Central Sections). CARVALHO, I. S.; Paleontologia. Rio de Janeiro: Intercincia, 2004, 861p.

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