Implantação e Manejo Fitotécnico Da Videira PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

ISSN 1808-9976

Implantao e Manejo Fitotcnico da Videira no Vale do So Francisco

80

Estabelecimento do vinhedo
Localizao da rea
O planejamento inicial das atividades e a tomada de decises antes da implantao da cultura so fatores determinantes no sucesso de qualquer atividade agrcola. A videira, por se tratar de cultura perene, implica em investimentos iniciais e custos de manuteno elevados, que podem ser influenciados pela escolha do local, da variedade e do espaamento. Na escolha do local para implantao de um vinhedo, alguns aspectos a serem considerados so o custo da terra, sua proximidade de centros comerciais para aquisio de insumos, contratao de mo-de-obra, escoamento da produo, proximidade de fontes de gua de boa qualidade e topografia que permita a mecanizao. O solo exerce grande influncia sobre diferentes aspectos do sistema de produo, como na escolha do porta-enxerto, densidade de plantio, sistema de conduo, poda, nutrio mineral e manejo da irrigao. Estudos pedolgicos preliminares so, portanto, imprescindveis para se conhecer as caractersticas do solo e sua aptido para o cultivo da videira. A videira pode ser cultivada em diferentes tipos de solos. Entretanto, solos rasos, com camadas impermeveis de argila, ou que apresentem lenol fretico a pouca profundidade, so inadequados, pois podero prejudicar o desenvolvimento do sistema radicular das plantas. Estudos realizados pela Embrapa Semi-rido demonstram que a profundidade efetiva do sistema radicular da videira est em torno de 60cm em sistema de irrigao por microasperso e em diferentes porta-enxertos em latossolos no Vale do So Francisco. Devero ser evitados, ainda, solos com teores elevados de sais solveis e sdio trocvel, dando-se preferncia para solos profundos, com textura e fertilidade medianas. A locao da infra-estrutura bsica, tais como, construo de depsitos, galpes, drenos, rede eltrica, dever ser executada por profissionais especializados, para no incorrer em erros e prejuzos irreversveis no futuro. As estradas devero ser estabelecidas de modo a permitir o trfego de mquinas e veculos, recomendando-se que entre reas adjacentes, as estradas devam ter uma largura suficiente para permitir a manobra dos tratores. A instalao do sistema de irrigao requer estudos prvios sobre o suprimento de gua, locao dos cabeais de controle e linhas principais, embora cada sistema de irrigao apresente seus requerimentos especficos. Em reas superiores a 4ha, o vinhedo deve ser subdividido em blocos que correspondam s unidades operacionais da fazenda, recomendando-se utilizar uma mesma variedade copa e porta-enxerto em cada bloco. O tamanho dos blocos varivel, estando em torno de 2 a 4ha. Para cada bloco, corresponde uma vlvula de irrigao, o que permite a realizao de podas em datas distintas, escalonando-se os tratos culturais e a colheita.

Petrolina, PE outubro, 2005

Autores
Patrcia Coelho de Souza Leo Enga Agra M.Sc. Gentica e Melhoramento de Plantas E-mail: [email protected] .

Espaamento
Na escolha do espaamento, diversos fatores devero ser levados em considerao: necessidade de mecanizao, vigor da variedade, fertilidade do solo e sistemas de conduo e irrigao adotados. A densidade de plantio influencia diretamente a fisiologia da planta, alterando o seu desenvolvimento em funo da competio que se

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

estabelece entre plantas. As densidades devero permitir que a vegetao cresa de forma homognea, evitando-se vazios que impeam a radiao solar de incidir diretamente sobre o solo. Deve-se evitar, tambm, que o desenvolvimento excessivo da vegetao ocasione sobreposio de folhas, o que levar ao sombreamento e m distribuio e aproveitamento da luminosidade. De maneira geral, quando os terrenos so mecanizveis, as distncias entre as linhas de plantio devem ter pelo menos 3,0m. Em variedades de uvas de mesa sem sementes, distncias mnimas de 3,0m entre linhas de plantio so necessrias, considerando-se a necessidade de se efetuar podas mais longas, o que exige maior espao para o desenvolvimento das brotaes sem que haja excessiva sobreposio dos ramos das linhas de plantio vizinhas. Do mesmo modo, para estas variedades, o espaamento entre plantas no deve ser inferior a 2,0m, permitindo uma boa distribuio das brotaes laterais e netos sobre a latada. Pode-se, portanto, utilizar para uvas de mesa no Submdio So Francisco, espaamentos de 3m x 2m; 3m x 2,5m; 4m x 2m; 3m x 3m; 3,5m x 3m, correspondendo a densidades de plantio que variam de 1666 a 952 plantas/ha.

1) Simplicidade: sistemas de conduo mais simples tero custos menores para implantao, mas podero restringir a produo e a qualidade de frutos; 2) Crescimento e desenvolvimento das plantas: equilbrio entre vigor e capacidade das plantas; 3) Fatores econmicos: relao custo-benefcio; 4) Fatores ambientais: temperatura, umidade relativa, precipitaes, ventos, solos e topografia. O que diferencia os inmeros sistemas de conduo existentes so as formas de orientao dos ramos, folhas e frutos, podendo ser classificados em vertical, que so as espaldeiras; horizontal, como a latada ou prgola; oblqua ou em lira e retombante ou cortina (GDC Geneva Double Courtain), cada um deles apresentando caractersticas particulares para a formao de microclima no interior do vinhedo. As condies climticas assumem importncia fundamental na escolha do sistema de conduo. Em condies de clima tropical, com as do Vale do So Francisco, deve-se estar atento para evitar o excesso de luz sobre os cachos, que provoca o aparecimento de manchas, e golpes de sol nas bagas. Por outro lado, o sombreamento excessivo pode prejudicar a colorao uniforme das uvas de cor. A latada o sistema de conduo utilizado no Vale do So Francisco para produo de uvas de mesa. Tambm o sistema tradicional para produo de uvas na serra gacha, norte do Paran, oeste e noroeste do Estado de So Paulo e norte de Minas Gerais. No Chile e na Espanha, este o principal sistema na conduo de uvas de mesa (Figuras 1A e 1B). Resultados de pesquisa conduzidos no Vale do So Francisco demonstraram que a latada proporcionou a obteno de produtividades mais elevadas na variedade Itlia, quando comparadas espaldeira e GDC (Y). Uma vez delimitados e marcados no campo os espaamentos entre linhas e entre plantas, ser iniciada a construo da latada obedecendo-se os seguintes passos: 1. Distribuio das cantoneiras ou dos moures mais reforados nos cantos da latada e dos moures externos na mesma distncia entre linhas nos lados da latada correspondentes ao incio e final das linhas de plantio, e a uma distncia que pode variar entre 2 e 4m, de acordo com o espaamento adotado, nas duas laterais da latada. Os moures externos so de madeira com 3m de altura e 18 20cm de dimetro. Para as cantoneiras, devero ser usados moures mais reforados;

Utilizao de quebra-ventos
Os ventos so uma preocupao para os produtores de uvas de mesa, especialmente em determinadas pocas do ano. Ventos fortes so prejudiciais, pois podero quebrar ramos e, principalmente, causar danos mecnicos aos frutos, devido ao atrito entre cachos e folhas. A poeira trazida pelos ventos poder manchar as bagas, especialmente nas linhas de plantio prximas s estradas. Os prejuzos causados pelos ventos sero ainda maiores nos dois primeiros anos de implantao, quando as plantas ainda so jovens. Na seleo da espcie para quebra-vento, o mais importante observar as seguintes caractersticas: potencial de competio com a cultura da videira, se as espcies escolhidas so hospedeiras de pragas e doenas e se existem riscos de se aumentar a umidade relativa no local, o que poderia criar um microclima favorvel ao aparecimento de doenas. Outros fatores a serem considerados so o valor produtivo da terra ocupada pelo quebra-vento e os custos de seu estabelecimento e manuteno. As espcies vegetais mais utilizadas so o eucalipto, capim cameron, leucena, bananeira, que podero ser substitudas por telas de nylon (sombrite), com 70% de densidade, colocadas verticalmente, imediatamente acima da altura da latada, do mesmo lado em que sopram os ventos e em toda a extenso do vinhedo.

Sistemas de conduo
O sistema de conduo engloba o conjunto de mtodos e tcnicas que permitem dar forma planta e ao vinhedo. Os principais fatores a serem considerados na seleo de um sistema de conduo so:

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

Fig. 1A - Vista geral de uma latada, com aramado, postes internos e externos.

2. Enterrio dos moures externos a uma profundidade mnima de 70cm, mantendo-os a uma inclinao para o lado externo de 60 em relao ao solo; 3. Amarrio dos moures externos e cantoneiras aos rabichos, utilizando-se trs fios de arame galvanizado n 8 ou cordoalha, e chumbados a um bloco de concreto que dever ser enterrado no solo a uma profundidade de 80 100cm; 4. Distribuio dos postes internos nas linhas de plantio a uma distncia que pode coincidir com o espaamento entre plantas, quando este for de 3,0m. As estacas devem ser enterradas profundidade de 70cm. As estacas internas de madeira devero medir cerca de 2,7m e 10 12cm de dimetro; 5. Distribuio do aramado iniciando pela cordoalha externa, fixada aos moures e cantoneiras externas; 6. Distribuio dos arames no sentido perpendicular s linhas de plantio, fixados aos postes externos, e constitudos por arame galvanizado n 12; 7. Distribuio dos arames primrios constitudos por fios de arame galvanizado n 10, passando sobre as estacas no mesmo sentido das linhas de plantio,

fixando-os aos moures externos e depois os arames secundrios que constituem a malha da latada formada por fios simples n 14, que devero ser colocados a uma distncia de aproximadamente 50cm e fixados cordoalha externa. O esticamento dos diversos componentes do aramado e dos rabichos poder ser facilitado pelo uso de esticadores e conectores ou emendadores de arame. Os moures e estacas devero ser de madeira resistente e dura, tais como, angico, eucalipto tratado, birro ou sabi. Algumas reas comerciais de uvas sem sementes utilizam o sistema de conduo do tipo GDC ou Y, embora ainda no existam resultados conclusivos sobre a viabilidade tcnica e econmica do mesmo em relao latada nas nossas condies.

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

Foto: Patrcia de Souza Coelho Leo

Fig. 1B - Sistema de conduo em latada.


Foto: Patrcia de Souza Coelho Leo

gotejamento, a semeadura deve ser realizada no incio do perodo de chuvas. Muitos produtores utilizam o plantio de leguminosas e gramneas em irrigao por gotejamento nas linhas de plantio, aproveitando a faixa molhada e utilizando o material roado como cobertura morta. As principais espcies utilizadas so: a) leguminosas: calopognio, crotalria, ervilhaca, feijo de porco, feijo guandu, mucuna an, soja perene, labe labe; b) gramneas: milheto, sorgo; c) Compostas: girassol. O solo ainda pode ser coberto com polietileno preto nas linhas de plantio, na faixa de 0,80 a 1,0m de cada lado da planta. Entretanto, este mtodo no tem sido adotado no Vale do So Francisco. Solo parcialmente coberto: o solo mantido coberto nas entrelinhas pela vegetao natural roada ou com o plantio de leguminosas e gramneas, porm mantendo-se limpa a linha de plantio, correspondente a uma faixa de aproximadamente 0,80m de cada lado da planta (Figuras 4A e B),por meio de capinas manuais ou pelo emprego de herbicidas. Recomendase, neste caso, de acordo com as normas para produo integrada de uvas no Vale do So Francisco, que os herbicidas sejam aplicados uma vez ao ano, pois o seu emprego constante e abusivo poder trazer problemas aos trabalhadores rurais, animais domsticos e meio ambiente. Alm disso, os prejuzos causados pelo ressecamento e permanncia de resduos no solo podero, ao longo do tempo, afetar o sistema radicular da videira. Solo limpo: a manuteno do solo completamente limpo, com capinas manuais ou emprego de herbicidas, no recomendado, apesar de favorecer o desenvolvimento das plantas. Do ponto de vista econmico, este sistema pouco vivel pela grande quantidade de mo-de-obra exigida, alm de favorecer a eroso em solos de topografia acidentada e sujeitos a enxurradas nos perodos chuvosos.

Fig. 2 - Sistema de conduo do tipo Y.

Manejo do solo
Os sistemas bsicos de manejo do solo so os seguintes: - Solo coberto: o solo mantido coberto pela vegetao natural roada, com o plantio de leguminosas e gramneas consorciadas ou em coquetel nas entrelinhas por meio de cobertura morta com diversos tipos de palhas, bagao de cana ou, ainda, com polietileno preto. A vegetao natural deve ser roada periodicamente de acordo com a necessidade, que varia segundo o sistema de irrigao utilizado e a ocorrncia de chuvas no perodo. Em sistemas de irrigao cuja rea molhada prximo a 100% da superfcie total, como a asperso convencional e microasperso, h necessidade de roagens mais freqentes, a cada 20 dias aproximadamente. Pela maior praticidade e rendimento operacional, a roagem deve ser mecanizada nas entrelinhas e manual ou semi-mecanizada nas linhas de plantio. A utilizao de leguminosas e gramneas como adubos verdes nas entrelinhas realizada pelo plantio das sementes durante o perodo de repouso, roando-se e mantendose a palha como cobertura morta ou incorporando-se o material vegetal de preferncia quando estiverem em florao (Figuras 3A e 3B). A poca de plantio das leguminosas e gramneas tambm deve ser planejada de acordo com o sistema de irrigao utilizado. Por

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

Foto: Patrcia de Souza Coelho Leo

A
Foto: Patrcia de Souza Coelho Leo

Preparo do solo O preparo do solo tem por finalidade fornecer condies adequadas para a implantao e o desenvolvimento das culturas, permitindo o bom desenvolvimento do sistema radicular e garantindo o suprimento dos nutrientes essenciais planta. Quando as reas esto cobertas por vegetao natural, torna-se necessrio elimin-las por meio de desmatamento, que pode ser manual ou mecanizado. Quando a rea encontra-se coberta por mata ou outra vegetao cujo sistema radicular j est bem desenvolvido, torna-se necessrio efetuar o destocamento, que consiste na eliminao dos tocos remanescentes. As operaes de preparo do solo compreendem arao, gradagem e subsolagem, quando necessrio. A arao promove uma mobilizao ou revolvimento do solo, melhorando as suas condies fsicas e incorporando os restos de cultura. Sua profundidade poder variar em funo do tipo de solo e dos trabalhos nele executados. Recomenda-se arao profunda, podendo-se realizar esta operao combinada com a subsolagem para quebrar camadas adensadas abaixo da profundidade de arao de 40cm. A subsolagem pode ser necessria para descompactar solos com camadas endurecidas. A profundidade da subsolagem deve ser de 0,8m a 1,0 m. A gradagem realizada aps a arao e a subsolagem, com o objetivo de nivelar o terreno, desagregar os torres e uniformizar o tamanho das partculas do solo. Quando existe a necessidade de correo do solo pela calagem, os corretivos so incorporados ao solo atravs de gradagem. No Vale So Francisco, o mtodo mais usual em culturas perenes como a videira a aplicao do clcario nas covas ou em faixas correspondentes s linhas de plantio.

B
Fig. 3 - Manejo do solo com cobertura vegetal nas entrelinhas de feijo de porco (A) e guandu e sorgo (B)
Foto: Ccero Barbosa Filho

Implantao do vinhedo
A
Foto: Ccero Barbosa Filho

Plantio
Aps o preparo do solo, procede-se abertura das covas, com dimenses de 60cm x 60cm x 60cm, procurando-se separar o solo mais superficial daquele de camadas mais profundas. No momento do enchimento da cova, colocase no fundo, o solo da camada mais superficial e o restante do solo misturado com os adubos e a matria orgnica, na parte de cima da cova. As covas podem ser substitudas por sulcos, com uma profundidade de 40 cm no mesmo sentido das linhas de plantio, antes da instalao dos sistemas de irrigao e conduo. O plantio pode ser realizado em qualquer poca do ano em condies irrigadas; entretanto, o plantio no perodo mais seco reduz a ocorrncia de doenas e a necessidade de tratamentos fitossanitrios intensivos. As mudas utilizadas no plantio, sejam de porta-enxerto ou

B
Fig. 4 - Manejo do solo parcialmente coberto (A) e utilizando-se a roadeira nas entrelinhas (B)

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

enxertadas, devem ser adquiridas mediante o fornecimento do Certificado Fitossanitrio de Origem (CFO), no devendo apresentar quaisquer sintomas de doenas ou outras anormalidades e com desenvolvimento vigoroso e uniforme. Em geral, as mudas podem ser levadas para o campo dois meses aps a realizao da enxertia ou o plantio das estacas do porta-enxerto.

O controle de doenas dever ser realizado durante todo o ano, procurando-se adotar, preferencialmente, produtos de contato registrados para a cultura da videira. Deve-se realizar o monitoramento das reas em relao presena de pragas e/ou doenas para se certificar da necessidade de lanar mo dos tratamentos fitossanitrios. As adubaes de cobertura so realizadas em sulcos ou por meio da gua de irrigao (fertirrigao). No sistema de irrigao por gotejamento, a utilizao da fertirrigao, desde a fase de implantao do vinhedo, traz vantagens como a racionalizao do uso de adubos e da mo-deobra. Entretanto, na microasperso, a distribuio da gua e nutrientes em um raio de alcance maior no permite a disponibilidade dos nutrientes no local do sistema radicular da planta, havendo ento o desperdcio dos adubos utilizados. Nestes casos, recomenda-se a realizao de adubaes manuais de acordo com as recomendaes do laboratrio de anlises de solo.
Foto: Patrcia de Souza Coelho Leo

Cuidados na planta jovem


Durante o perodo de crescimento e formao da planta necessria ateno permanente nas plantas jovens, pois o descuido nesta fase poder comprometer o desenvolvimento normal das plantas, prejudicando sua formao e atrasando o incio da fase produtiva. Quando se realiza o plantio de mudas enraizadas de portaenxerto, trs brotaes so mantidas, eliminando-se as demais pela desbrota. As brotaes so conduzidas de forma ereta amarrada a um tutor (Figura 5). Como tutor, poder ser utilizada a prpria estaca do sistema de conduo, barbante, vara de madeira ou bambu. As mudas enxertadas so conduzidas quando as brotaes atingirem um comprimento de aproximadamente 25cm, selecionando-se a brotao mais vigorosa e eliminando-se as demais. Esta brotao nica formar o caule da planta e ser conduzida at a altura do sistema de conduo. O controle do mato adquire importncia fundamental durante o perodo de crescimento das plantas, visto que, como estas so jovens, a competio que se estabelece com o mato, especialmente aquele localizado ao redor da planta, poder prejudicar o seu desenvolvimento normal, resultando em plantas raquticas e com crescimento retardado. O uso de herbicidas nesta fase no recomendado. Portanto, dever ser usada capina manual nas linhas de plantio ou em torno das plantas, complementando o trabalho com a roagem manual ou mecanizada nas entrelinhas de plantio. Durante este perodo, o solo encontra-se exposto luz solar, favorecendo, em sistemas de irrigao por microasperso ou asperso, o plantio de culturas intercalares nas entrelinhas, que muitos benefcios podero trazer s caractersticas fsicas e qumicas do solo. Recomenda-se, ainda, a utilizao de cobertura morta com palhas, tais como bagao de cana, capim e/ou bananeira sobre as linhas de plantio, que entre outras vantagens, inibem o aparecimento do mato, reduzindo a necessidade de realizao de capinas e favorecem a reteno de umidade no solo. muito comum a ocorrncia de desfolha e outros danos nas mudas e plantas jovens causados pelo ataque de formigas, especialmente em reas recm-desbravadas. O combate s formigas precisa ser sistemtico e dirio, utilizando-se os formicidas adequados.

Fig. 5 - Conduo de duas brotaes tutoradas, onde a mais vigorosa ser selecionada

Poda
A poda compreende um conjunto de operaes realizadas na planta e consiste na supresso parcial ou total de rgos vegetais, tais como sarmentos ou ramos, braos e caule. A poda pode ser realizada quando a planta encontra-se na fase de repouso, conhecida como poda seca, ou durante o ciclo vegetativo, realizada em brotos herbceos em pleno crescimento, denominada de poda verde. As operaes de poda verde constituem tcnicas que so utilizadas para o manejo da parte area. A poda exerce influncia sobre a forma e o tamanho das plantas, no equilbrio entre crescimento vegetativo e

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

frutificao e sobre a quantidade e qualidade dos frutos produzidos. Os principais objetivos da poda so: a) Estabelecer e manter a planta com uma forma que facilite o seu manejo; b) Induzir a planta a produzir frutos de elevada qualidade; c) Selecionar gemas que originem brotos frutferos; d) Regular o nmero de brotos, para equilibrar a quantidade e o peso dos cachos; e) Regular o crescimento vegetativo da planta. Os seguintes termos so geralmente empregados quando tratamos sobre poda da videira: $ Dominncia apical: consiste na tendncia de brotao mais vigorosa nas gemas distais dos ramos, inibindo a brotao das gemas basais ou medianas. As gemas distais das varas tm sua brotao antecipada e com maior vigor; $ Gemas: correspondem aos ns; apesar de aparentemente serem nicas, formam um conjunto de pelo menos trs gemas verdadeiras. Quando se refere intensidade da poda, costuma-se mencionar em termos de gemas por planta; $ Brotao: a emergncia de novos brotos das gemas aps a poda; $ Fertilidade de gemas: uma gema frtil corresponde quela que dar origem a um broto frutfero contendo um ou mais primrdios de inflorescncia que, no ciclo seguinte, sero transformados em cachos. A fertilidade uma caracterstica gentica e, portanto, hereditria, mas muito influenciada por fatores ambientais durante o perodo de diferenciao das gemas; $ Vara: ramo maduro ou lenhoso, geralmente com um nmero maior do que seis gemas e que podado visando a produo de frutos; $ Esporo: poro basal de um ramo ou mesmo de uma vara, que podado com uma a trs gemas para prover a substituio das varas no ciclo seguinte (Figura 6); $ Netos: brotos tercirios que surgem das gemas situadas nas axilas das folhas das brotaes ou ramos secundrios.

1) Formao de brao nico: o broto conduzido sobre o arame primrio da latada no mesmo sentido dos ventos dominantes. O desponte no pice do broto ser realizado apenas quando este atingir a planta seguinte. Entretanto, muitas vezes, o broto no apresenta o vigor necessrio para proporcionar a brotao desejada das gemas laterais, surgindo falhas que podero prejudicar a formao da planta. Nesses casos, recomenda-se realizar o desponte apical do broto principal antes de atingir a planta seguinte para estimular a brotao das gemas laterais, completando-se a formao da planta nos ciclos posterires (Figura 6). 2) Formao de dois braos: o broto principal ser despontado cerca de 10 cm acima ou abaixo do arame do sistema de conduo, eliminando-se a dominncia apical e forando-se a brotao das gemas mais prximas. Os brotos das duas ltimas gemas mais prximas ao arame sero conduzidos um para cada lado, no sentido da linha de plantio. Quando estes brotos atingirem a metade do espaamento entre plantas, devero sofrer um desponte para forar a brotao das gemas laterais e a formao dos braos secundrios (Figura 6). O comprimento de cada brao metade do comprimento do brao nico visto anteriormente, o que poder favorecer a melhor brotao das gemas, facilitando a formao das plantas formadas com dois braos primrios. Entretanto, boas prticas de manejo e nutrio mineral equilibrada podero compensar estas diferenas. Existem outros sistemas de formao da videira utilizados em diferentes regies de produo. Um dos mais conhecidos a formao circular ou guardachuva, com quatro braos primrios. Entretanto, na viticultura brasileira prevalece o sistema conhecido como espinha de peixe, com um brao primrio na linha de plantio e os braos secundrios distribudos uniforme e simetricamente ao longo do brao primrio, perpendiculares s linhas de plantio (Figura 6). Aps a conduo do broto principal at o espaamento devido, devem ser mantidos os brotos laterais em intervalos de aproximadamente 20-30cm, conduzidos simetricamente um para cada lado do brao primrio, isto , perpendicular linha de plantio. comum que as primeiras brotaes sejam mais vigorosas que as demais, crescendo com maior velocidade e fora. Quando isto ocorrer ser realizado um desponte nos brotos laterais mais vigorosos, a fim de retardar o crescimento destes, redirecionando o fluxo da seiva para as demais gemas ou brotos mais fracos do brao primrio. Se a planta apresentar brotaes uniformes e vigorosas, com dimetros mdios de ramos em torno de 8mm, dever ser feito um desponte nos ramos secundrios quando estes ultrapassarem o 1 arame secundrio da latada.

Poda de formao
realizada com o objetivo de dar uma forma adequada planta, de acordo com o sistema de conduo utilizado. Em condies tropicais como as do Vale do So Francisco, efetua-se a poda de formao cerca de um ano aps o plantio das mudas. Este perodo pode ser menor, quando se realiza a enxertia no campo ou de acordo com as prticas de manejo. A formao da parte area da planta tem incio quando o broto principal ultrapassa o arame do sistema de conduo. Tem-se, ento, duas opes a seguir:

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

Quando a planta apresentar o brao primrio e os ramos secundrios maduros ou lenhosos, isto , quando curvado na poro do entren, provoca um estalo caracterstico do rompimento da madeira, pode-se realizar a poda de formao propriamente dita, cortando-se os ramos secundrios com duas a trs gemas, formando espores, que devero estar distribudos uniformemente ao longo de toda a extenso do brao primrio. A poda de formao ser sempre uma poda curta, ou uma poda mais severa, onde se mantm menor carga de gemas na planta (Figura 7). Quando as plantas no apresentarem vigor suficiente para a brotao uniforme das gemas laterais, ou quando apresentarem-se muito fracas, recomenda-se realizar uma poda drstica de recepa cortando-se o caule da planta a 1,0 m de altura do solo ou cerca de 30cm abaixo do arame primrio da latada. Esta poda estimula a formao de um broto principal vigoroso com brotaes laterais uniformes.

Fig. 6 - Poda de formao com um ou dois braos primrios, segundo o sistema espinha-de-peixe
Foto: Ccero Barbosa Filho

muito importante que exista um intervalo de tempo entre a colheita de um ciclo e a poda do ciclo seguinte. Este perodo denominado de repouso, quando o viticultor dever proporcionar condies para a reduo das atividades fisiolgicas das plantas, permitindo o armazenamento de reservas. A manuteno das folhas verdes e fotossinteticamente ativas fundamental para proporcionar o acmulo de carboidratos. A reduo do gasto energtico resulta num saldo de reservas armazenadas nos diferentes rgos da planta. O perodo de repouso poder variar entre 30 e 60 dias. A reduo da lmina de irrigao imprescindvel para estimular o repouso das plantas. A poda de produo consistir na eliminao do excesso de ramos, retirando-se aqueles fracos, imaturos, doentes, com entrens curtos ou achatados ou ainda mal posicionados. Sero selecionados de cada esporo deixado na poda de formao, os ramos mais prximos base do brao primrio que ser podado curto como esporo e o ramo imediatamente seguinte a este, que ser podado longo como vara de produo. Em cada sada lateral da planta ter-se- uma unidade de produo composta pelo esporo e vara. Esta poda denominada poda mista, pois nela so mantidos ramos curtos ou espores e longos, denominados de varas

Fig. 7 - Poda de formao com espres (duas a trs gemas)

Poda de produo ou de frutificao


A poda de produo tem como principal objetivo preparar a planta para a frutificao, mantendo-se uma quantidade de gemas que permita a obteno de colheitas satisfatrias e regulares. Em condies tropicais, poder se realizar a poda em qualquer poca do ano aps a colheita dos frutos da safra anterior, quando a maior parte dos ramos da planta j se encontram maduros. Entretanto,

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

(Figura 8). Os espores tm a finalidade de produzir brotos vigorosos para serem podados como vara de produo no ciclo seguinte, substituindo, portanto, os ramos e permitindo a renovao da parte area das plantas. As varas so podadas com comprimento varivel em funo da localizao das gemas frteis. Estas, por sua vez, variam no somente em funo da variedade utilizada, mas tambm por fatores ambientais, sofrendo variaes de um ciclo para o outro. Portanto, algumas variedades possuem grande quantidade de cachos originados de gemas basais de ramo, podendo a poda de produo ser realizada em espores. Outras, como as uvas sem sementes, possuem gemas frutferas situadas a partir da poro mediana at a poro distal dos ramos, necessitando de podas longas. A poda depende da condio individual de cada videira. Quando a planta se apresenta bem desenvolvida, possui ramos uniformes e com dimetro satisfatrio, em torno de 8mm, possvel realizar uma poda leve deixando-se uma maior carga de gemas na planta. Entretanto, se a videira est debilitada, com muitos ramos fracos, prefervel efetuar uma poda severa, reduzindo-se o nmero de gemas para favorecer o desenvolvimento dos brotos e a produo de ramos mais vigorosos na poda seguinte. Considerando-se uma condio onde as plantas encontram-se relativamente homogneas, com bom equilbrio vegetativo e produtivo, necessrio se definir desde a poda de formao, o nmero de sadas laterais e de varas que sero mantidas em cada poda de produo. O nmero de sadas laterais, ou varas produtivas mantidas na poda, bem como a distncia entre elas no brao primrio so variveis, porque dependem do comprimento do brao primrio. Considerando-se o caso das uvas sem sementes no Vale do So Francisco, o espaamento mais utilizado de 3,0m entre plantas. Sendo assim, dever ser mantida uma mdia de seis a sete sadas laterais, espaadas aproximadamente a cada 25 - 30 cm, o que corresponde a doze a quatorze varas em cada lado do brao primrio, totalizando vinte e quatro a vinte e oito varas por planta. Entretanto, em sistemas mais adensados, onde utilizam-se 2,0m e at 1,0 m entre plantas, o nmero de varas ser menor, o que reduzir a carga de gemas por planta, que ser compensada pelo maior nmero de videiras por rea. Essa alternativa est sendo utilizada por alguns produtores de uvas sem sementes para compensar a baixa fertilidade de gemas na variedade Superior Seedless. Entretanto, a viabilidade de utilizao do adensamento no apresenta resultados conclusivos. A poda mista com varas e espores permite a produo de frutos em todos os ciclos, obtendo-se, em condies tropicais, duas safras por ano. Entretanto, estudos realizados com diferentes variedades de uvas sem sementes demonstraram grande irregularidade na produtividade, com ciclos mais produtivos seguidos por outros de produes muito baixas. Este comportamento sazonal comum para as uvas de mesa, especialmente quando se tem sobrecarga em uma safra. Porm, nas uvas sem sementes, este comportamento acentuado e agravado pela baixa fertilidade de gemas. Para minimizar este problema, o manejo da poda mista para obteno de duas safras anuais, tradicionalmente realizado para uvas com sementes, como Itlia, Benitaka, Brasil, etc., est sendo substitudo pelo manejo da poda visando a obteno de uma nica safra por ano, especialmente na Superior Seedless. Nesse manejo, alterna-se uma poda curta com espores visando a formao de varas e netos para o ciclo seguinte e uma poda longa com varas e netos para a mxima produo de cachos. O comprimento das varas ser definido pela anlise de fertilidade das gemas.

Fig. 8 - Poda de produo mista com varas e espores.

10

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

Poda nos brotos secundrios ou netos


Os brotos que surgem nas gemas axilares das folhas so denominados de netos ou feminelas. Em geral, no so frutferos e quando apresentam crescimento vigoroso podero competir com o broto principal, atrasando o seu desenvolvimento. Por esse motivo, nas plantas de uvas com sementes, recomenda-se a eliminao dos mesmos pela operao de desnetamento. Na variedade de uvas sem sementes Superior Seedless, observaram-se que os netos apresentavam gemas basais frteis e, portanto, durante o manejo da parte area no se realiza o desnetamento. Pelo contrrio, a brotao das gemas axilares ser estimulada pela realizao de um desponte precoce no broto principal. Os netos que brotam e se desenvolvem durante o ciclo de formao so mantidos na poda de produo seguinte. Os netos sero podados curtos, com duas a trs gemas. O nmero de netos deixados em cada broto principal depender da condio do vigor dos mesmos, variando de dois a quatro netos por broto (Figura 9). Um nmero elevado de netos no recomendado, pois provoca uma brotao excessiva e, consequentemente, a sobreposio de ramos, permanecendo uma parte dos mesmos sombreada. A exposio das gemas luz solar um fator de grande importncia na diferenciao floral.

Elaborar um croqui, a fim de identificar no lote quais as plantas amostradas;

Os feixes so levados para observao das gemas no microscpio. As gemas so cortadas individualmente com um bisturi e observadas em lupa. O cacho aparece como um pequeno crculo branco transparente com ou sem outros pequenos crculos ao redor. A visualizao do primrdio floral exige prtica. Os resultados de cada gema so preenchidos em uma planilha, onde ao final calcula-se a fertilidade mdia em cada posio de gema e a produtividade prevista em termos de nmeros de cachos por planta.

Poda verde
As operaes de poda verde ou herbcea so realizadas durante o ciclo vegetativo da videira e constituem tcnicas de manejo da copa ou da parte area da planta. Os principais objetivos so: conduzir a seiva para os rgos da planta que esto requerendo-a em maior quantidade, alcanando-se um equilbrio de vigor das brotaes e favorecendo a frutificao; facilitar o pegamento dos frutos, a maturao adequada e a obteno de cachos com padro adequado para comercializao; corrigir erros cometidos eventualmente na poda seca; permitir uma maior eficincia dos tratamentos fitossanitrios.

Anlise de fertilidade de gemas


O conhecimento da localizao das gemas frteis de fundamental importncia para a definio do comprimento das varas na poda de produo. A anlise deve ser realizada durante o perodo de repouso, por meio da amostragem de ramos, utilizando-se os seguintes critrios: Os ramos que compem uma amostra devem ser retirados do mesmo lote, mesma data de poda, em plantas da mesma variedade copa e porta-enxerto, mesma idade e tipo de solo; Realiza-se um caminhamento no lote em forma de Z, evitando-se as plantas das linhas externas ou bordaduras; Os ramos coletados devem ser do ltimo ciclo e estar maduros, com vigor e dimetro que sejam representativos das plantas do lote que est sendo amostrado; Os ramos so coletados de trs partes diferenciadas das plantas: parte basal (A), parte mediana (B) e parte apical (C); A quantidade de ramos coletados por lote pode ser quinze, sendo trs ramos por planta em um total de cinco plantas ou um ramo por planta em um total de quinze plantas; Os ramos devem ser coletados com um nmero mnimo de 15 gemas, eliminando-se cuidadosamente as folhas e formando feixes identificados com a parte da planta (A, B ou C), o lote e a data;

Desbrota
A eliminao do excesso de brotos promove uma melhor distribuio dos remanescentes, evitando-se a sobreposio de ramos suprfluos, proporcionando uma melhor distribuio da seiva. Os brotos so eliminados quando apresentam-se com 10-15cm de comprimento, deixando-se em torno de duas a trs brotaes bem distribudas em cada vara e, sempre que possvel, uma na extremidade e outra na base. Nos espores, deve-se manter uma brotao, independente da presena ou no de cacho. Nunca deixar duas brotaes na mesma gema, eliminando-se sempre a mais fraca. Nos ramos mais velhos, para dar origem aos espores da poda seguinte, deve-se manter todas as brotaes que apresentarem condies de desenvolvimento nos braos primrios e secundrios. Os brotos selecionados sero aqueles mais vigorosos, mais prximos base da planta, bem como todos os brotos frutferos.

Desponta
A desponta a remoo da extremidade dos brotos visando a reduo da dominncia apical, favorecendo a maturao das gemas basais, equilibrando a vegetao, aumentando o peso mdio dos cachos e a

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

11

qualidade da uva. Entretanto, uma das principais funes da desponta estimular a brotao das gemas axilares ou netos que sero mantidos para a poda de produo em variedades de uvas sem sementes. Com esse objetivo, a desponta deve ser o mais precoce possvel e antes da florao. Quando realizada nessa fase, a desponta tambm poder promover um maior pegamento dos frutos. A desponta realizada nos ramos no estdio de incio de maturao no promove a brotao de netos, mas direciona o fluxo da seiva para os cachos, evitando-se que seja consumida apenas em crescimento vegetativo. Antes da desponta, devem ser deixados pelo menos doze folhas aps o ltimo cacho. Entretanto, no se recomenda que a desponta seja realizada prximo ao final do ciclo, pois poder induzir uma brotao vigorosa nas ltimas gemas axilares. Os netos que sero utilizados na poda de produo do prximo ciclo tambm podem ser despontados para reduzir o crescimento e aumentar o seu dimetro. A desponta promove ainda maior aerao e luminosidade no interior do vinhedo, facilitando o controle fitossanitrio.

com as gavinhas funcionam como rgos suprfluos ou desnecessrios, roubando a seiva que deveria ser direcionada para brotos e cachos. O crescimento excessivo desses ramos provoca desequilbrio nutricional na planta e prejudica o desenvolvimento do broto principal. Nessas variedades, devero ser eliminados os netos e as gavinhas prximas ao cacho durante o perodo de pr-florao. Entretanto, a variedade Superior Seedless (Festival) apresenta gemas frteis nos netos. Nesses casos, os brotos que surgem das gemas axilares do broto principal no so eliminados, sendo utilizados como ramos produtivos no ciclo de produo.

Eliminao ou desbaste de cachos


Sua finalidade equilibrar a produtividade, evitando-se uma sobrecarga, bem como promover a obteno de cachos mais uniformes e de melhor qualidade. O nmero de cachos que permanece na planta varia muito de acordo com as condies do vinhedo, vigor, espaamento, portaenxerto, e outros fatores. Em plantas adultas e vigorosas, e utilizando-se adensamentos convencionais recomendados para uvas de mesa, so mantidos em torno de 50 a 60 cachos por planta.

Amarrao dos ramos


A operao de amarrao dos ramos tem como objetivos principais fixar as brotaes aos arames do sistema de conduo, evitando que as mesmas sejam danificadas ou se quebrem pela ao dos ventos, bem como distribuir e direcionar corretamente os brotos evitando que os mesmos sejam sobrepostos, diminuindo sua atividade fotossinttica. Deve-se realizar a amarrao dos ramos ou varas de produo imediatamente aps a poda e a amarrao dos brotos, quando apresentarem aproximadamente 40cm de comprimento, repetindo-se a operao medida que estes forem crescendo. A amarrao dos ramos poder ser realizada com maior rendimento operacional pelo uso de mquina apropriada, onde so acoplados fita plstica e grampo (Figura 10).
Foto: Patrcia de Souza Coelho Leo

Desfolha
Esta operao consiste na remoo de folhas que encobrem os cachos, sendo um dos principais objetivos, a eliminao de folhas que esto em contato direto com o cacho provocando danos fsicos nas bagas pelo atrito com as mesmas. Outros objetivos so equilibrar a relao rea foliar/nmero de frutos e melhorar a ventilao e insolao no interior do vinhedo, obtendo-se uma maior eficincia no controle de doenas fngicas, especialmente em parreirais vigorosos. A quantidade de folhas retiradas depende do vigor e da rea foliar da planta, com o cuidado de no eliminar a folha oposta ao cacho e no expor o cacho a pleno sol. Em variedades muito vigorosas, sujeitas ao aborto de flores, a retirada de folhas antes da abertura das flores traz bons resultados, pois diminui o suprimento de seiva elaborada para os rgos florais. Essa operao deve ser realizada com muito cuidado, pois uma desfolha exagerada poder trazer prejuzos, pela menor acumulao de acares nos frutos e maturao incompleta dos ramos, bem como, pela ocorrncia de escaldaduras ou golpes de sol nas bagas.

Eliminao de gavinhas e desnetamento


Nas variedades tradicionais de uvas de mesa com sementes como Itlia e suas mutaes, os netos no so frteis, portanto no apresentam qualquer utilidade e juntamente

Fig. 10 - Operao de amarrao das brotaes aos arames da latada

12

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

Prticas para a melhoria da qualidade de cachos


Raleio de bagas
Os cachos da variedade Itlia e suas mutaes, Rubi, Benitaka e Brasil, bem como de uvas sem sementes apresentam cachos muito compactos. Comercialmente, os cachos devem ser medianamente soltos e o aumento do volume se d pelo maior crescimento das bagas aps o raleio. A compacidade dos cachos uma caracterstica gentica, variando de acordo com a variedade, mas sofre influncia de fatores ambientais, pois temperaturas elevadas aumentam a fecundao das flores e o pegamento dos frutos, tornando os cachos mais compactos. O raleio pode ser realizado em trs fases distintas:

raleio depende do grau de compacidade do cacho, variando entre 40 e 70%. Quando se realiza previamente o raleio com escova plstica, pinicado ou raleio qumico, pode-se reduzir muito a necessidade do raleio com tesoura, efetuando-se, nesses casos, apenas uma complementao ou um repasse, o que diminui muito os custos com mo-de-obra nessa operao.

Desponte de cachos
Consiste na remoo da parte apical do cacho aps o pegamento dos frutos, na fase de chumbinho. A eliminao da dominncia apical do engao induz o maior desenvolvimento dos ombros, resultando na melhoria da forma e do tamanho dos cachos, que adquirem, com esta prtica, uma forma cnica mais adequada ao embalamento e comercializao. Quando o desponte realizado antes da florao, tem a finalidade de aumentar o pegamento dos frutos e indicado para variedades que apresentam desavinho, isto , dificuldades na fecundao e pegamento dos frutos.

Fase de pr-florao
O raleio realizado de cinco a sete dias antes da florao, quando os botes florais esto separados e se desprendem com facilidade. Utiliza-se uma escova plstica especfica fechando-se a mesma na parte superior do engao e puxando-a at a inferior, repetindo-se a operao duas ou trs vezes (Figura 11A). O raleio com escova plstica exige prtica e muita ateno para a sua execuo, a fim de se evitar danificar pencas ou retirar botes florais em excesso, o que causar prejuzos irreparveis para a formao adequada do cacho. A escarificao mecnica dos botes florais constitui-se em porta de entrada para fungos, devendo-se evitar os perodos chuvosos. Aps o raleio, devero ser efetuadas pulverizaes dirigidas aos cachos. No se utiliza a escova plstica para o raleio das pencas superiores ou ombros, complementando-se o trabalho com os dedos na parte inferior dos mesmos (Figura 11B). Nas variedades sensveis ao aborto de flores no se realiza raleio de botes florais.

Anelamento
Consiste na remoo de um anel de 3-6mm da casca do caule ou de ramos lenhosos, como braos e varas (Figura 13). O anelamento secciona o floema e interrompe o movimento de carboidratos para as razes, acumulando os fotoassimilados e hormnios na parte da planta acima da inciso. Os resultados alcanados dependem da fase do ciclo vegetativo em que o anelamento realizado. Os principais objetivos so os seguintes: a) Aumentar o pegamento dos frutos quando realizado durante ou imediatamente aps a florao; b) Aumentar o tamanho das bagas quando realizado imediatamente aps a queda das flores inviveis ou aps o pegamento dos frutos, ou durante a fase de chumbinho, poca em que ocorre rpida diviso celular nas bagas; c) Antecipar a maturao e melhorar a colorao dos frutos quando realizado no incio do amolecimento das bagas ou mudana de colorao nas variedades rosadas ou pretas. A combinao das prticas de anelamento e aplicao de cido giberlico so comumente utilizadas em diversas regies produtoras de uvas de mesa para aumentar o tamanho de bagas, especialmente em uvas sem sementes. Entretanto, para que os objetivos sejam atingidos, importante se regular a carga das plantas. Esta prtica no est sendo recomendada no Vale do So Francisco, pois quando realizada consecutivamente, ano aps ano, pode reduzir o tamanho de cachos e a vida til das plantas. Alm disso, funciona como uma porta de entrada para patgenos, especialmente Botriodiplodia theobromae ou Xanthomonas campestris pv. viticola que penetram atravs de cortes no interior da planta. O anelamento pode, ainda, no cicatrizar perfeitamente e causar a morte de plantas, como tem ocorrido em reas onde se realizou esta operao.

Fase de chumbinho
O raleio pode ser realizado manualmente com os dedos retirando-se uma parte das baguinhas, operao denominada de pinicado, complementando-se a operao com a tesoura na fase de ervilha.

Fase de ervilha
Quando as bagas apresentam de 8 a 10mm de dimetro, o raleio realizado com o auxlio de uma tesoura apropriada de lminas estreitas e compridas (Figura 12). So eliminadas as baguinhas pequenas e com desenvolvimento atrasado, as mais internas e aquelas danificadas. Todo cuidado necessrio para se evitar retirar bagas em excesso ou perfurar bagas ou pencas. A quantidade de bagas eliminadas pelo

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

13

Foto: Ccero Barbosa Filho

Foto: Ccero Barbosa Filho

Foto: Ccero Barbosa Filho

Fig. 13 - Anelamento do caule com incisor de faca duplo.

Proteo dos cachos


A proteo dos cachos realizada por meio da colocao de cobertura individual de um cone plstico conhecido por chapu chins ou envolvendo-os com sacos de papel pardo (Figuras 14A e 14B). Essa prtica de cobertura individual dos cachos realizada no incio da maturao ou amolecimento das bagas. Os sacos de papel so colocados nos cachos das plantas que se localizam nas filas externas ou de bordadura das reas, visando a sua proteo contra o ataque de pssaros, insetos ou poeira procedente das estradas adjacentes, bem como de danos e manchas causados pelo sol. Por sua vez, o chapu chins tem como funo principal, alm daquelas j citadas, diminuir os prejuzos causados pelo excesso de gua das chuvas, que quando ocorrem no final do perodo de maturao, provocam danos aos cachos, causando a rachadura de bagas e podrides, especialmente na variedade Superior Seedless ou Festival. Esta variedade altamente sensvel rachadura dos frutos na regio do pedicelo provocada pelo excesso de absoro de gua no final do perodo de maturao. Os prejuzos causados pela desgrana e apodrecimento das bagas podem ser totais. Neste caso, a utilizao do chapu chins recomendada para a preveno do problema em chuvas ocasionais e de pouca intensidade. Esta variedade precisa ter o seu cronograma de podas planejado de modo a no coincidir o final de maturao e a colheita com o perodo de chuvas na regio. A proteo individual dos cachos poder ser substituda pela proteo total ou parcial do dossel das plantas pelo uso de cobertura plstica. Para a utilizao da cobertura plstica, o sistema de conduo em latada e o GDC ou Y precisam ser adaptados desde a sua implantao para receber a cobertura plstica, com a distribuio no interior do vinhedo de estacas mais reforadas

Fig. 11 - Raleio de botes florais com escova plstiva (A) e manual (B).

Foto: Ccero Barbosa Filho

Fig. 12 - Raleio de bagas com tesoura.

14

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

e de maior altura que serviro de estrutura para o plstico. Os principais objetivos da cobertura plstica so: Proteo dos cachos no perodo de chuvas contra a ocorrncia de doenas fngicas como mldio e podrides; Viabilizar a colheita na variedade Superior Seedless em qualquer poca do ano, evitando os prejuzos causados pela desgrana elevada e apodrecimento das bagas no perodo chuvoso; Evitar o aborto de flores, em consequncia de chuvas durante a florao; Alguns trabalhos realizados em outras regies mencionam o aumento da fertilidade de gemas promovido pelo aumento da temperatura no interior do vinhedo. Entretanto, estes trabalhos ainda necessitam de maiores pesquisas para confirmao em nossa regio. Como a utilizao desta tcnica recente no Vale do So Francisco, ainda so necessrios estudos tcnicos associados ao estudo de parmetros climticos e mudana do microclima no interior do vinhedo que podem provocar alteraes em diversos aspectos da fisiologia da planta e do manejo da cultura.
Foto: Patrcia Coelho de Souza Leo

descompactao dos cachos e induzir apirenia. Existem diversos tipos de giberelinas, sendo que a mais comum o cido giberlico sintetizado por fungos. O cido giberlico aplicado atravs de pulverizao dirigida aos cachos no estdio inicial de desenvolvimento da inflorescncia, quando esta apresenta-se entre 2 e 3cm de comprimento, promove o alongamento do engao. Na variedade Itlia e suas mutaes, as concentraes variam de 2 a 3 ppm nesta 1 aplicao, enquanto na variedade Superior Seedless, doses de 1,0ppm so suficientes. O raleio de flores pode ser obtido pela aplicao de cido giberlico em aplicao nica ou em at duas aplicaes durante a florao da videira. A resposta das variedades ao raleio de flores apresenta grandes diferenas; a variedade Itlia e suas mutaes Benitaka e Brasil no respondem aplicao do cido giberlico durante a fase de florao, pois este provoca aborto excessivo de botes florais. Entretanto, para variedades de uvas sem sementes, que apresentam tamanho de bagas muito pequeno e, portanto, intenso trabalho de raleio manual, como a Thompson Seedless, Catalunha e Perlette, podero ser realizadas pulverizaes dos cachos florais com doses de 15ppm em duas aplicaes nas duas primeiras variedades e 20ppm em nica aplicao na terceira variedade, o que reduz a compacidade dos cachos e a necessidade do raleio com tesoura. O aumento do tamanho de bagas o principal objetivo da utilizao do cido giberlico para a produo de uvas de mesa. Esses efeitos so ainda mais significativos em variedades de uvas sem sementes que apresentam tamanho muito pequeno de bagas. Na Itlia, Redglobe, Benitaka e Brasil, os efeitos so menos pronunciados, podendo-se at em condies de nutrio equilibrada e bom manejo geral das plantas dispensar-se a sua utilizao. So realizadas uma a duas aplicaes desde a fase de pegamento do fruto ou chumbinho (3 a 4mm de dimetro) at a fase de ervilha (8 a 10mm de dimetro). As doses variam de acordo com a variedade e com as condies locais de cada produtor, utilizando-se, de maneira geral, 20 a 40 ppm na variedade Itlia e 20 ppm em aplicao nica na variedade Superior Seedless. Doses elevadas e aplicaes sucessivas e tardias de cido giberlico podem provocar aumento na espessura do engao e dos pedicelos, que tornam-se menos flexveis, facilitando uma maior desgrana das bagas nas fases de colheita e pscolheita. O atraso de alguns dias para se atingir a completa maturao dos frutos ou o ponto de colheita (16 Brix) pode ser consequncia do emprego de concentraes elevadas para aumento de tamanho de bagas. O cido giberlico deve ser aplicado por imerso dos cachos ou, o que mais comum devido maior praticidade e

A
Foto: Patrcia Coelho de Souza Leo

B
Fig. 14 - Proteo individual dos cachos com plstico (A) e papel (B).

Reguladores de crescimento
Giberelinas
As giberelinas destacam-se entre os reguladores de crescimento mais utilizados para a produo de uvas de mesa em todo o mundo, visando, principalmente, aumentar o tamanho de bagas, promover

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

15

economia de mo-de-obra, em pulverizao dirigida aos cachos, evitando-se que o produto atinja diretamente as gemas dos ramos.

Etileno
O etileno um hormnio produzido pelas plantas, principalmente durante a fase de amadurecimento dos frutos. O produto sinttico conhecido como ethephon (cido (2cloroetil) fosfnico), tambm conhecido como CEPA, cujo produto comercial o Ethrel. Na viticultura do Vale do So Francisco, o Ethrel tem sido utilizado com duas funes principais: a) induzir a queda de folhas, sendo utilizado como desfolhante durante o perodo de repouso, de 14 a 18 dias antes da poda em doses de 200ml do produto comercial por 100l de gua; a) melhorar e uniformizar a cor de uvas tintas, quando aplicado no incio de maturao ou mudana de colorao das bagas (15% a 30% de bagas coloridas). O ethephon pode facilitar a desgrana de bagas e diminuir a resistncia pscolheita dos frutos. Portanto, no se recomenda a sua utilizao em variedades sensveis e de conservao pscolheita mais difcil, como tambm deve-se evitar utiliz-lo em perodos chuvosos quando a resistncia dos frutos naturalmente reduzida.

Cianamidas
Atualmente, a cianamida hidrogenada o principal regulador de crescimento para quebra de dormncia de gemas em diversas frutferas. O produto comercial Dormex contm 49% do princpio ativo e deve ser pulverizado sobre as gemas at 48 horas aps a poda (Figura 15). No Vale do So Francisco, recomendam-se concentraes de 5% do produto comercial nos perodos mais quentes (setembro-abril) do ano, e de 6 a 7% do produto comercial nos meses de clima mais ameno (maio-agosto). Alguns produtores tm utilizado o Dormex em concentraes mais baixas (2,5%) associados a outros produtos como nitrato de potssio (KNO3), aminocidos, etc. Entretanto, ainda no existem resultados de pesquisa que comprovem a eficincia dos resultados. Para a aplicao da cianamida hidrogenada, realiza-se a pulverizao de todos os ramos da planta, ou o pincelamento das gemas ou, ainda, a imerso das varas em um recipiente cilndrico contendo a soluo. Entretanto, para evitar a disseminao de doenas de uma planta a outra, a pulverizao dos braos e ramos o mtodo mais recomendado. importante lembrar que a velocidade de aplicao e a presso utilizada no podem ser grandes, de modo a propiciar um molhamento bem uniforme de todas as gemas. O volume de calda/ha est em torno de 200 a 300 litros, o que vai depender da densidade de plantas de cada rea. A cianamida clcica ou clciocianamida um fertilizante nitrogenado orgnico na forma de p. Quando hidrolisada reage produzindo primeiramente a cianamida hidrogenada e o hidrxido de clcio. Os melhores resultados na brotao de gemas no Vale do So Francisco foram obtidos pelo pincelamento das gemas na concentrao de 20%. Recomenda-se a utilizao de equipamentos de proteo individual (EPIs) completos e muita ateno no manuseio desses produtos, pois so altamente txicos. Seguir rigorosamente as recomendaes dos fabricantes.
Foto: Patrcia de Souza Coelho Leo

Citocininas
So substncias que estimulam a diviso celular e esto associadas com outros efeitos, como a diferenciao de tecidos, crescimento celular, retardamento da senescncia foliar, quebra da dominncia apical, desenvolvimento de frutos, etc. O uso de citocininas na viticultura limitado, no se observando uso to generalizado como ocorre com as giberelinas. Os melhores resultados para aumentar o tamanho das bagas so obtidos quando so usadas associadas ao cido giberlico, potencializando o efeito deste.

Retardantes de crescimento
Os retardantes de crescimento tm a funo de inibir o crescimento vegetativo dos ramos, bloqueando uma ou mais etapas da biossntese de giberelina. O uso de retardantes de crescimento pode atuar sobre a reduo do vigor dos ramos, podendo aumentar a fertilidade de gemas. O clormequat, cicocel ou cloreto de clorocolina (CCC) um retardante de crescimento muito utilizado em culturas como o algodo e o trigo. Resultados positivos foram obtidos na cultura da videira por diversos autores. O cloreto de mepiquat e o paclobutrazol (PBZ) tambm tm sido utilizados na viticultura. O PBZ atua inibindo a sntese de giberelina, cujos efeitos so a reduo do comprimento dos interndios, nmero de ns, rea foliar e nmero de brotaes secundrias. A utilizao de retardantes de crescimento no observada em escala comercial no Vale do So Francisco, pois maiores

Fig. 15 - Aplicao de cianamida hidrogenada aps a poda

16

Implantao e manejo fitotcnico da videira no Vale do So Francisco

estudos so necessrios sobre efeitos residuais dos produtos no solo e suas possveis implicaes na qualidade dos frutos.

FREIRE, O. Controle da eroso em reas cultivadas. In: FREIRE, O. Conservao do solo. Piracicaba: ESALQ, 1979. Cap. 7, p. 58-77. FUNDAO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONMICAS. Estudo sobre o mercado de frutas. Braslia, [1999]. 381 p. LIMA, S. M. V.; GOEDART, W. J.; FREITAS, FILHO, A. de; VASCONCELOS, J. R. P. (Ed.). Cadeia produtiva e sistemas naturais: prospeco tecnolgica. Braslia: EMBRAPA SPI, 1998. Cap. 20, p. 527-562. LEO, P. C. de S.; LINO JNIOR, E. da C.; SANTOS, E. da S. Efeito do CPPU e cido giberlico sobre o tamanho de bagas da uva Perlette cultivada no Vale do So Francisco. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 21, n. 1, p. 74-78, 1999. LEO, P. C. de S.; ASSIS, J. S. Efeito do ethephon sobre a colorao e qualidade da uva Red Globe no Vale do So Francisco. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 21, n. 1, p. 84-87, abril 1999. LEO, P. C. de S.; SOARES, J. M. A viticultura no semirido brasileiro. Petrolina: Embrapa Semi-rido, 2000. 368 p. LEO, P. C. de S.; MAIA, J. D. G. de. Aspectos culturais em viticultura tropical uvas de mesa. Informe Agropecurio, Belo Horizonte, v. 19, n. 194, p. 34-39, 1998. TERRA, M. M. (Coord.). Tecnologia para produo de uva itlia na regio Nordeste do Estado de So Paulo. Campinas: CATI, 1993. 51 p. il. (CATI. Documento Tcnico; 97). Edio especial. WINKLER, A. J., COOK, J. A., KLIEWER, W. M., LIDER, L. A. General viticulture. Berkeley: University of California, 1974. 70 p.

Referncias Bibliogrficas
ALBUQUERQUE, T. C. S. de. Uva para exportao: aspectos tcnicos da produo. Braslia: EMBRAPA SPI; FRUPEX, 1996. p. 12 13. ( FRUPEX. Publicaes Tcnicas; 25 ). ALBUQUERQUE, T. C. S. de. Absoro de macronutrientes pelas cultivares de videira Thompson Seedless e Itlia sob efeito de diferentes retardantes de crescimento e portaenxertos. 1998. 63 f. Tese (Doutorado em Solos e Nutrio de Plantas) - Escola Superior de Agricultura Lus de Queiroz, Universidade de So Paulo. ANJOS, J. B. de. Mecanizao Agrcola, manejo e conservao do solo. In: LEO, P. C. de S.; SOARES, J. M. (Ed.). A viticultura no semi-rido brasileiro. Petrolina: Embrapa Semi-rido, 2000. Cap. 10, p. 259-272. BALASTREIRE, L. A. Dinmica do solo. In: BALASTREIRE, L. A. Mquinas agrcolas. So Paulo: Manole, 1987. 307 p. i1. BASSOI, L. H.; GRANJEIRO, L. C.; SILVA, J. A. M.; SILVA, E. E. G. da. Root distribution of irrigated grapevine rootstocks in a coarse texture soil of the So Francisco Valley, Brazil. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 1, p. 35-38, 2002. BRIOSA F. Glossrio de mecanizao agrcola. Lisboa: CESEM, 1983. p.150-153. EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuria do Trpico Semi-rido (Petrolina, PE). Utilizao da vermiculita no aumento da produo agrcola em reas do Nordeste: 2 relatrio tcnico. Petrolina, PE: 1983. 38 p.

Circular Tcnica, 80

Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abasteciamento

Exemplares desta edio podem ser adquiridos na: Embrapa Semi-rido Endereo: BR 428, Km 152, C.P. 23 56300-970 Petrolina - PE Fone: (87) 3862-1711 Fax: (87) 3862-1744 E-mail: [email protected] 1a edio 1a impresso (2005): formato digital.

Comit de publicaes

Expediente

Presidente: Natoniel Franklin de Melo. Secretrio-Executivo: Eduardo Assis Menezes. Membros: Lus Henrique Bassoi, Brbara Frana Dantas, Luiz Balbino Morgado, Lcia Helena Piedade Kiill e Gislene Feitosa de B. Gama. Supervisor editorial: Eduardo Assis Menezes. Reviso de texto: Eduardo Assis Menezes. Tratamento das ilustraes: Alex Uilamar do Nascimento Cunha. Editorao eletrnica: Alex Uilamar do Nascimento Cunha.

CGPE 5310

Você também pode gostar