Direito Internacional Público
Direito Internacional Público
Direito Internacional Público
Antnio Cachapuz Direito Internacional Pblico: o ramo do Direito que disciplina as relaes dos Estados na sociedade internacional. Vem do Direito Romano ius gentis (Direito das gentes). O DIP no entre naes, mas entre Estados. *Direito Internacional Pblico e Internacional Privado so completamente diferentes. No ramos de um mesmo Direito. O contato entre eles se d para tentativa de uma uniformizao dos Direitos, embora ambos tenham objetos diversos. Relao jurdica anmola: tem algum de seus elementos ligado a outro Direito, de outro pas.
DIREITO Natural: abstrato. Decorre do sentimento de justia que h no ser humano. Positivo: concreto, est chancelado pelo Estado. o Direito Internacional Pblico: Resulta da vontade coletiva dos Estados. o Direito Interno: o Direito de cada pas. Resulta da individualidade dos Estados. Direito Pblico: formado por relaes jurdicas de carter vertical (Estado Cidado). Direito Privado: formado por relaes jurdicas de carter horizontal.
CRTICA DO DIREITO INTERNACIONAL PBLICO 1. Sanes: h quem dia que ele no um Direito, pois ele desprovido de sanes. Mas o que mais importante: a punio ou a disposio da sociedade em cumprir as normas jurdicas? As sanes do DIP so diferentes das sanes do Direito Interno. No se manda um Estado para a priso, no DIP se tem bloqueios, boicotes, embargos, represlias etc. As sanes no so aplicadas por um Organismo Internacional, mas por Estados. O problema que as sanes s tornam os efeitos desejados se o Estado for forte em relao ao outro. Falta de m Tribunal com jurisdio obrigatria: um tribunal a qual todos os Estados estejam submetidos. Temos hoje a Corte Internacional de Justia, mas nem todos os pases aceitam a sua jurisdio obrigatria. H ainda outros, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos (*A Lei Maria da Penha chegou a esta corte) etc. Falta de um rgo legislativo: Os Estados, entre eles, que criam as normas. No h um parlamento ou um processo legislativo. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PBLICO Fontes formais: lei, regulamento etc. Fontes materiais: fatos. O Direito Internacional no est codificado em nenhum livro. Buscamos as fontes do DIP no Estatuto da Corte Internacional de Justia ( um anexo da carta civil). O art. 38 traz as fontes: Artigo 38 - 1. A Corte, cuja funo decidir em conformidade com o direito internacional as controvrsias que lhe forem submetidas, aplicar: a. As convenes internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b. O costume internacional, como prova de uma prtica geral aceite como direito; c. Os princpios gerais de direito, reconhecidos pelas naes civilizadas; d. Com ressalva das disposies do artigo 59, as decises judiciais e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes naes, como meio auxiliar para a determinao das regras de direito. 2. A presente disposio no prejudicar a faculdade da Corte de decidir uma questo ex aequo et bono, se as partes assim convierem. a) Os tratados internacionais: um acordo feito por escrito entre pessoas de Direito Internacional que cria direitos e obrigaes recprocas. a fonte mais importante do DIP.
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b)
c)
d) e) f)
Podem ser classificados em: - bilaterais: entre duas pessoas de Direito Internacional Pblico. Bem como os multilaterais podem ser tratadoscontrato: apenas concernem queles que o celebrarem. Equivalem a um negcio. - multilaterais: entre mais de duas pessoas de DIP. - mbito universal: possui contedo geral de interesse de todos. - mbito regional: celebrado para vigorar em pases de uma s regio. Ex: Mercosul. *Tratados podem ser entre Estados, entre organizaes internacionais ou entre Estados e organizaes internacionais. *Tratado tambm pode ser chamado de: direito internacional convencional (ou escrito). Costumes internacionais: j ocuparam o lugar de fonte mais importante. Ocorre que as regras consuetudinrias so naturalmente convertidas em tratados. Chamado tambm de direito internacional consuetudinrio ou no escrito. - elemento externo: prtica constante e uniforme de uma norma. Romanos chamavam de diutunitas. - elemento interno: convico de obrigatoriedade. Romanos chamavam de opinio jris. Para ser um costume deve haver esses dois elementos, pois no basta a prtica, mas a certeza de que ela obrigatria. Ex: princpio da liberdade dos mares, que comeou como costume. Princpios Gerais do Direito: So as principais fontes materiais/reais. Os princpios gerais de direito, reconhecidos pelas naes civilizadas este o texto que o art. 38 traz, mas naes civilizadas deve ser retirado, pois hoje no h mais nao civilizada e no civilizada. Estes princpios esto no Direito Nacional. Podem ser localizados: - atravs de um estudo sistemtico de direito comparado (mtodo positivista): Compara o Direito de pases de tradies distintas. O princpio que est em todas um princpio geral do Direito. Ex: pacta Sun servanda (os acordos devem ser cumpridos): princpio base do direito das obrigaes. Ex2: mal injustamente causado deve ser reparado. a base da teoria da responsabilidade. - atravs do Direito Natural (mtodo jus naturalista): sentimento de justia que existe na no ser humano. Jurisprudncia: Junto com a doutrina, so as fontes auxiliares / subsidirias do DIP. So as decises do s tribunais internacionais. Doutrina: So os estudos, pareceres, opinies dos juristas. Equidade: uma fonte eventual. As partes podem pedir que se julgue pela equidade. ex aequo et Bono a arte do bom e do justo. O juiz vai se basear unicamente pelo sentimento seu de justia. Ocorre por exemplo quando no h um tratado ou jurisprudncia sobre o tema. Geralmente no se identifica nenhuma outra fonte que possa se aplicar ao caso. So casos rasos, pois o juiz no deve legislar, mas julgar. A equidade deve ser dada, portanto cautelosamente. As partes devem consentir expressamente.
PERSONALIDADE INTERNACIONAL Direito Internacional Pblico o ramo do direito que rege as relaes entre as pessoas internacionais. Capacidade Jurdica: a condio para existir no mundo jurdico. Sujeitos do DIP: Todos que possuem direitos e obrigaes na ordem jurdica internacional. No h diferena entre PJ e PF, pois todos so pessoas internacionais. Capacidade de ao: a) Capazes b) Capazes relativamente: assistidos. c) Incapazes: representados. a) Passiva: sujeito de Direito Internacional Pblico o destinatrio da norma de Direito Internacional Pblico; b) Ativa: sujeito de Direito Internacional Pblico tem capacidade para atuar no plano internacional. Da conotao ativa nasce o conceito de personalidade jurdica no plano internacional, que a capacidade para agir internacionalmente. O fato de no ter capacidade para participar do processo de formao das normas de Direito Internacional Pblico no retira a personalidade jurdica internacional de um ente, mas apenas limita sua atuao, como acontece com os indivduos. Classificao 1) Coletividades Estatais ESTADOS: So os sujeitos originrios do DIP. Estado no se confunde com Nao (organizao jurdico-poltica). A personalidade internacional exercida pela Unio. Os elementos do Estado so: povo, territrio, governo e finalidade (a doutrina clssica no inclui a finalidade entre os elementos do Estado). a. Estados simples ou unitrios: sem subdivises internas expressivas. b. Estados compostos: Federao (os estados federadas renunciam soberania em favor da Unio), Confederao (EUA)
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Estados especiais: Ex: Porto Rico (estado cliente dos EUA), Mnaco (deve estar assistido pela Frana, relativamente capaz), Sua ( um Estado perpetuamente neutro, s pode deixar de s-lo se os pases que o consagraram como tal autorizarem), Vaticano (Estado-cidade do Vaticano). Coletividades Interestatais ORGANIZAES INTERNACIONAIS: So associaes voluntrias de Estados criadas por tratado com Constituio e rgos prprios e com personalidade jurdica distinta de seus estados-membros. Depois de constitudas passam a ter vontade prpria. Ex: carter mundial OIT, ONU, FAO, Unesco; Carter regional Mercosul. *no so ONGs, pois estas no so pessoas de DIP. So registradas segundo o Direito Interno do pas e no possuem personalidade jurdica internacional. Coletividades No-estatais: So pessoas jurdicas absolutamente incapazes. Existem, tem personalidade estatal, mas no podem cometer atos vlidos sem a devida tutela. a. Beligerantes: so movimentos armados da populao, politicamente organizados, que utilizem a luta armada para fins polticos. Quando tais grupos mostram ter fora suficiente para possuir e exercer poderes similares ao do Estado contra o qual se rebelam, inclusive controlando partes do territrio do Estado, a sociedade internacional pode reconhecer sua condio de beligerantes, atribuindo-lhes status de Estado, inclusive para submet-los aos tratados sobre guerra. *no se aplica aos grupos que fazem atentados, sequestros etc. b. Insurgentes: Insurgentes so grupos sublevados dentro de um Estado que visam a tomada do poder, cuja luta atinge certo grau de efetividade, sem, no entanto, constituir guerra civil ou zona livre. Os direitos e deveres dos insurgentes dependem do que lhes atribudo pelos Estados que os reconhecem. c. Movimentos de libertao nacional: Movimentos de libertao nacional so movimentos que visam independncia de povos. Sua personalidade jurdica d-se em trs mbitos: no direito humanitrio, no direito dos tratados e nas relaes internacionais. O maior exemplo de movimento de libertao nacional a OLP, reconhecida pela ONU como representante do povo palestino junto a si e seus rgos, diante dos quais a OLP age na qualidade de observadora, com direito de voz e no de voto. d. Soberana Ordem Militar de Malta: A Soberana Ordem Militar de Malta uma comunidade monstica, localizada em Roma, que embora tenha uma Constituio na qual se diz soberana e sujeito de Direito Internacional Pblico, e mantenha relaes diplomticas com mais de 90 Estados, inclusive o Brasil, no reconhecida pela comunidade internacional como Estado soberano, por funcionar em estreita dependncia da Santa S. O Estado da Cidade do Vaticano teve sua condio de Estado reconhecida pelos tratados de Latro de 1929. A Santa S, instituio mxima da Igreja Catlica, no se confundo com o Estado do Vaticano. Entretanto, formam um s ente jurdico, pois o ltima est submetido ao poder da primeira O territrio do Vaticano encontra-se dentro da cidade de Roma, configurando o enclave. O Vaticano um Estado sem o elemento pessoal, qual seja, o povo, j que possui apenas cidados e no nacionais. Aqueles que possuem a cidadania vaticana no perdem sua nacionalidade originria. O Vaticano tem capacidade para firmar tratados, como Estado que , mas no faz parte da ONU nem fez parte da Liga das Naes. Os tratados concludos com a Santa S sobre matria religiosa e que prevem privilgios para catlicos so chamados de concordatas. O Brasil, por ser um Estado laico, no pode celebr-las sem ofender sua ordem constitucional. O Brasil mantm relaes diplomticas com o Vaticano, embora muitos considerem isso inconstitucional. Outros, entretanto, entendem que no h inconstitucionalidade por ser o Vaticano um Estado como outro qualquer. O Comit Internacional da Cruz Vermelha uma organizao independente e neutra que tem por fim proporcionar proteo e assistncia s vtimas da guerra e da violncia armada. Embora a Sua e outros Estados atribuam a tal comit personalidade jurdica internacional, tal personalidade , na verdade, uma pseudo personalidade, j que a Cruz Vermelha uma entidade de direito privado, caracterizando-se como organizao internacional no-governamental, no se confundindo com as Organizaes Internacionais. Logo, o comit no pode celebrar tratados com Estados ou Organizaes Internacionais. Indivduo: considerado hoje sujeito do DIP, em vista da tutela voltada a ele. H ainda quem diga o contrrio, que o indivduo objeto. Hoje com a equivalncia dos Tratados de Direitos Humanos a Emenda Constitucional reforada a ideia de que o indivduo sim sujeito do DIP.
c.
RELAES ENTRE O DIREITO INTERNACIONAL E O DIREITO INTERNO Teoria dualista ou pluralista Direito Internacional e Direito interno so ordenamentos jurdicos completamente independentes. O Brasil dualista. Fontes: I. II. Objetos: I. II.
DIP: vontade coletiva dos Estados. Direito Interno: vontade soberana (individual) de cada Estado. DIP: disciplinar as relaes entre os Estados. Direito Interno: disciplinar as relaes de cada Estado com seus prprios cidados e destes entre si.
Estrutura: I. DIP: baseada em um sistema de coordenao. II. Direito Interno: baseada em um sistema de subordinao. O tratado internacional deve ser incorporado ao Direito Brasileiro. Dessa forma ele deve ser internalizado em forma de lei, para que tenha fora e seja cumprido. Se o tratado no for internalizado gera um problema, pois o judicirio age como se desconhecesse tal tratado. Se um tratado for internalizado como lei e vier lei nova interna tratando sobre o mesmo tema tratado fica suspenso no plano nacional. O Estado pode denunciar o tratado no Plano internacional, dizendo que no quer mais segui-lo. Se o Estado no fizer a denncia os efeitos do tratado continuam vlidos no Plano Internacional. Os tratados sobre Direitos Humanos podero equivaler (no so, apenas equivalem) Emendas Constitucionais, se passarem pelos mesmos trmites das EC, do contrrio equivalero a Lei Federal Ordinria.
Art. 5 3, CF - Os tratados e convenes internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitucionais *Priso do depositrio infiel: apesar de ser uma priso civil prevista no Direito Brasileiro ela no pode ser regulada, em vista que o Pacto de So Jos da Costa Rica a considera contrria aos Direitos Humanos.
Teoria monista Para esta teoria Direito Internacional Pblico e Direito Interno so ordenamentos jurdicos completamente integrados em um mesmo sistema (Sistema Unitrio), onde h uma norma superior e outras inferiores. 1. 2. Primado do DI sobre o DIP: O DIP como parte do D. Interno. H a Constituio e os outros ordenamentos so inferiores (Direito Civil, Penal, Internacional Pblico etc.). *Os EUA adotam esta teoria. Primado do DIP sobre o DI: a simples ratificao do tratado j o faria valer, no necessitando da incorporao ao Direito Interno. a. Monistas radicais: qualquer norma de Direito Interno que contrariar o Direito Internacional Pblico nula de pleno direito. O DIP um direito comum. b. Monistas moderados: Uma norma de Direito Interno que contrarie o DIP no nula, ser aplicada. A diferena entre o s dualistas que estes defendem que os sistemas so separados e os monistas moderados dizem que no h rompimento no Sistema Jurdico, vez que para eles a aplicao dessa lei contraditria provisria e que o DIP sempre ir prevalecer.
RECONHECIMENTO ESTADO o surgimento de um novo pas. necessrio que de forma expressa os outros pases o reconheam. a formao de um Estado (no um fenmeno raro). Efeitos do reconhecimento: H duas correntes, quais sejam: a. Eficcia declaratria: o reconhecimento apenas constata a existncia de um novo Estado. b. Eficcia constitutiva: atravs do reconhecimento que o Estado constitudo. Para esta corrente o reconhecimento um requisito essencial. Caractersticas: 1. ato unilateral: dado por cada Estado individualmente. 2. ato retroativo: mesmo que demore, quando o reconhecimento for dado ele ser retroativo (confirma a teoria de que o efeito do reconhecimento possui eficcia declaratria). 3. ato discricionrio: nenhum pas pode ser obrigado a fazer este reconhecimento. 4. ato revogvel: o rompimento das relaes diplomticas no quer dizer que os pases deixam de se reconhecer. Momento oportuno: delicado, pois geralmente o Estado nasce em um clima de hostilidade. GOVERNO Quando ocorre, dentro de um mesmo pas a troca de governo por meio no prescrito na Constituio Federal, mas pela fora. H necessidade de reconhecimento. Antes se exigia somente:
a. Efetividade: demonstrar controle da mquina administrativa do pas. b. Disposio de cumprir os compromissos internacionais. c. No chegar ao poder com apoio externo: algo difcil, geralmente h. Hoje isto est mudando, pois alm desses requisitos passou-se a exigir a legitimidade. Legitimidade: se garante atravs das chamadas clusulas democrticas, que visam garantir a mantena da forma de governo.
DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS ESTADOS Escola clssica ou tradicional: Direito determinada conduta que no est proibida. Exceo a um dever: legtima defesa. a faculdade e exigir dos outros determinado comportamento. a) Direito independncia b) Direito igualdade (Ruy Barbosa, 1907) c) Direito autoconservao d) Direito honra e) Direito ao comrcio Escola positivista (Alfred Verdrons) A palavra Direito tem vrios significados. Direito com referncia a determinada conduta que no est proibida. Direito como exceo a um dever. Direito faculdade de exigir dos outros determinado comportamento. Direito que tem um dever correspondente. (Esse o nico direito perfeito)
a) b) c) d) e)
Direito independncia: Dever de no interveno. Direito igualdade: uma conseqncia do direito independncia. Direito supremacia territorial: Dever de no praticar atos de carter oficial em territrio alheio. Direito honra: Dever de respeito honra alheia. Direito comunicao: inclui o comrcio. Dever de no colocar obstculos comunicao entre os Estados.
Excees. Restries aos direitos fundamentais dos Estados 1. Imunidade a jurisdio local: Determinados entes/indivduos. O Estado no pode exercer sua jurisdio ainda que em seu territrio. a. Estados: imunidade absoluta antes. Posteriormente os atos dos Estados passaram a ser classificados. No Brasil, esses atos esto estabelecidos em jurisprudncia, como atos de negcio (juri gestiones imunidade relativa) e atos de soberania (juri imperi imunidade absoluta). 2. Arrendamento de territrios: Quando um pas cede uma parte de seu territrio a outro pas atravs de aluguel. Ex: Zona do Canal do Panam Arrendado aos EUA. Guantnamo Cadeia dos EUA, fora do seu territrio. 3. Condomnio internacional: Diviso de parcelas de soberania sobre o mesmo territrio. Ex: Antrtida. 4. Garantias internacionais: Acordo de proteo e promoo a instrumentos. No Brasil no h nenhum.
DEVER DE NO INTERVENO Interveno ocorre sempre que um ou mais estados interfere para impor sua vontade nos assuntos internos ou externos de outro Estado independentemente e sem o seu consentimento visando manter ou alterar o estado de coisa reinante naquele pas. Interveno a ingerncia de um Estado nos negcios peculiares, internos ou externos, de outro Estado soberano com o fim de impor a este a sua vontade. Caractersticas da interveno: a)-A Imposio da vontade exclusiva do Estado que a pratica; b)- a existncia de dois ou mais Estados soberanos;
c)- Ato abusivo, isto , no baseado em compromisso internacional. LICITUDE OU ILICITUDE Aos olhos do Direito Internacional toda interveno ilcita. Lcita: Carta das Naes Unidas 1945. Proibido o uso da fora ou a ameaa do uso de fora. *Operao de manuteno/restabelecimento da paz da ONU no considerada interveno. So atos de polcia internacionais. Ilcita: Formas: a) Militar: a. Tchecholosvquia (URSS), El Salvador, Panam. b) Econmica: c) Diplomtica: d) Subversiva: MOTIVOS OU PRETEXTOS Defesa dos Direitos Humanos interveno humanitria: Qualquer interveno neste sentido dever ser praticada atravs de uma organizao internacional. o Direito de intervir: Todo o Estado tem o direito de tomar as medidas visando sua defesa e conservao, dentro dos limites estabelecidos pelo D. I. e pela Carta das Naes Unidas. o Responsabilidade de proteger: A violao de um compromisso acarreta a obrigao de reparar por forma adequada. O Estado internacionalmente responsvel por todo o ato ou omisso que lhe seja imputvel e do qual resulte de uma norma jurdica internacional. o Responsabilidade ao proteger (Brasil) Defesa da democracia representativa A pedido
DOUTRINAS QUE REFORAM A NO INTERVENO Kant (1795) o Paz perptua defendendo claramente a no interveno o Doutrina Mouroe No a novas colnias No praticar interveno Isiolacionismo o Doutrina Drago Um pas no pode ser invadido por outras dvidas. *Art. 04 da Constituio Federal: Art. 4 A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacionais pelos seguintes princpios: IV - no-interveno; O Brasil no pode intervir em nenhum outro pas. constitucionalmente proibido.
RGOS DO ESTADO PARA AS RELAES INTERNACIONAIS 1. Chefes e Chefas de Estados e Chefes e Chefas de Governo: Para o DIP, o Chefe de Estado (quer se intitule imperador, rei, PR ou Chefe de Governo) , salvo declarao em contrrio, o rgo encarregado das Relaes Internacionais dos Estados. No Brasil, a CF clara ao dispor que compete privativamente ao PR manter relaes com os Estados estrangeiros e acreditar seus Representantes Diplomticos, bem como celebrar tratados internacionais com os mesmos. Ministros de Relaes Exteriores: Hoje praticamente todos os pases tm. Na Amrica Latina so tambm chamados de Chanceler. No Brasil fica no Itamaraty, na Argentina San Martn, na Itlia Farnesina, nos EUA Secretaria/Departamento de Estado. No Brasil escolhido pelo Presidente da Repblica e no precisa ser diplomata de carreira. Sua funo auxiliar o Chefe de Estado na formulao e na execuo da poltica exterior do pas. No mbito internacional mantm contatos com governos estrangeiros, atravs do governo, diretamente, ou atravs de misses diplomticas que lhes so subordinadas ou com as embaixadas e legaes existentes no pas. Agentes diplomticos: Todas as pessoas que so designadas para defenderem os direitos e interesses de seu pas perante outros pases e organismos internacionais. Cuida dos interesses polticos. Possuem jurisdio em todo territrio do outro pas. Gozam de mais prerrogativas, privilgios e imunidades do que os agentes consulares.
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Agentes consulares: So funcionrios designados pelo pas para representarem seus interesses comerciais e atos burocrticos perante outros pases. Possuem jurisdio regional/local.
MISSES DIPLOMTICAS Categorias de Chefes de Misso Diplomtica 1. Embaixadores, Legados ou Nncios acreditados perante Chefe de Estado. 2. Ministros, Enviados e Internncios acreditados perante Chefe de Estado. 3. Encarregados de Negcios Estrangeiros acreditados perante Ministro das Relaes Exteriores. A precedncia dentro de cada classe estabelecida pela apresentao de credenciais. A Misso Diplomtica composta pelo Chefe da Misso, dos membros do pessoal diplomtico, do pessoal administrativo e tcnico e do pessoal de servio da misso. O pessoal diplomtico abrange o Chefe da Misso, Ministros-Conselheiros, Secretrios de Embaixada ou de Legao, Adidos Militares e Adidos Civis. Antes da nomeao, o Governo faz consulta confidencial do pedido de Agreement. Ao ir, o agente diplomtico leva o Passaporte Diplomtico e as Credenciais. Agreement: consentimento dado pelo governo de um Estado aceitando o CHEFE DA MISSO DIPLOMTICA. A recusa no pode ser considerada uma ofensa, aps o SF sabatina e aps o PR credencia (acredita) o indivduo. Carta Credencial: Diferente de Agreement, enquanto este o consentimento a Carta a apresentao da pessoa. MISSES DIPLOMTICAS Distribuio por pessoas 1. Chefes da Misso Diplomtica (Embaixadores, ministros, encarregados e famlia) 2. Agentes diplomticos e famlia 3. Pessoal administrativo e tcnico (Oficial de chancelaria, no Brasil) 4. Pessoal de servio (Assistentes de chancelaria, no Brasil) Cada uma dessas categorias possui privilgios e imunidades diferentes. FUNDAMENTO DOS PRIVILGIOS: para a garantia do exerccio da funo (Teoria da funcionalidade) a) Inviolabilidade pessoal: No pode ser preso. b) Imunidade jurisdicional: No ser processado no pas onde cometeu o crime. a. Juris penal: imunidade absoluta. b. Juris cvel: imunidade relativa, s tero para os atos relacionados ao exerccio da funo. c) Iseno Fiscal: Iseno de impostos. *Chefes de Misses Diplomticas, Agentes Diplomticos e Oficiais de Chancelaria gozam de todos os privilgios. *Assistentes de Chancelaria s tem os privilgios inerentes s suas funes.
MISSES CONSULARES Podem ser: 1. Oficiais: i. Consulados Gerais ii. Consulados iii. Vice Consulados b. Privilgios: Possuem inviolabilidade penal, excepcionando o cometimento de crime grave. Imunidade Jurisdicional: S possuem para os atos inerentes ao exerccio das funes, atos cveis ou penais. Iseno Fiscal: So isentos. 2. Honorrias: Exercida por cidados locais, do outro pas; deve ter autorizao do outro pas, chamada de EXEQUATUR. a. Privilgios: S possuem para os atos inerentes s suas funes. *No Brasil no h carreira consular, apenas diplomtica.
TERRITRIO DO ESTADO Teoria da origem divina: Deus conferia os territrios e o povo tinha que defend-lo. Teoria do domnio eminente: Os reis eram soberanos e os territrios eram de propriedade do monarca. Hoje ainda se v, o caso de Londres. Teoria da Soberania nacional: a teoria mais moderna e mais aceita, de Verdross. Diz que os Estados tm direitos territoriais que se classifica em: o Soberania territorial: ( Soberania estatal) o direito do Estado de dispor de determinado territrio em virtude do Direito Internacional. Trata do direito de propriedade. O territrio deve ter sido conquistado de forma lcita, pois aqui no h de se falar em propriedade adquirida de forma ilcita. o Supremacia territorial: Trata da posse. o senhorio (autoridade) efetivo de um territrio por um determinado Estado.
CONCEITO JURDICO DE TERRITRIO DO ESTADO: aquele em que o Estado exerce soberania territorial, isto , um direito de disposio que lhe conferido pelo Direito Internacional, ainda que no se tenha supremacia territorial. MEIOS LCITOS DE ADQUIRIR TERRITRIO 1. 2. 3. 4. Ocupao aquisitiva: ocorre quando se chega a uma terra que no pertence a ningum. Obs: o que est fora da Terra de propriedade da humanidade. Prescrio aquisitiva (Usucapio): Passagem longa de tempo. No h prazo no DIP. o caso do Brasil, foi quem mais adquiriu territrios pela prescrio aquisitiva. Se voc ocupa a terra por muito tempo ela lhe deve ser conferida. Cesso: Ex: Venda. EUA comprou o Alaska da Rssia. Brasil comprou o Acre da Bolvia. Adjudicao: Estado ganha um territrio por deciso de um Organismo Internacional.
DOMNIO SOBRE A SUPERFICIE O Brasil um dos poucos pases que tem comisses permanentes de demarcao. As comisses trabalham para manter as demarcaes em ordem, pois existe o desgaste natural das mesmas. 1. 2. Delimitao: Por tratados. Demarcao: Por marcos.
Comisso permanente de demarcao a) Mximas alturas: muito utilizados nas fronteiras secas, sendo utilizado a marca como forma de demarcao do territrio. Pega-se os pontos mais altos e demarca. b) Divisor de guas: demarcado nas encostas do rio, evita-se dividir o rio, sendo parte para o territrio A e outra para o B. Essa diviso causa de grandes conflitos internacionais, pois se o territrio A no utilizar a sua parte do rio de forma adequada B ter nus. Por este motivo evita-se a diviso dos rios, ficando inteiramente para um pas. c) Sof das montanhas: Grandes cordilheiras na diviso dos pases; so grandes altitudes.
DOMNIO FLUVIAL Tipos de rio: 1. Internacionais contguos: em uma margem fica um pas e na outra margem outro pas. Pode ser ainda: a. Navegvel: linha de talvegue (ou canal); no h demarcao exata, pode varia pela sua extenso. b. No navegvel: se utiliza a linha mediana. O rio dividido pelo meio. 2. Internacionais sucessivos: Passa do territrio de um pas para o de outro. A delimitao se d pelos territrios.
DOMNIO AREO Quem tem domnio sobre o solo tem domnio sobre a superfcie. H acordos areos entre os pases que estipulam as rotas dos avies, chama-se Acordo de servios areos. Os avies podem se afastar da rota por problemas tcnicos ou metereolgicos, exigindo-se para tanto a notificao, sob pena do desvio causar o abatimento do avio, ainda que tripulado. Brasil adotou a Lei do Abate: avio que vem do exterior que no se identifica e h suspeita de trfico pode ser abatido. At o momento nunca foi utilizada (depois da lei). Os traficantes mudaram os meios. O presidente dos EUA deveria autorizar devidos os componentes do avio que provavelmente tem peas americanas. Essa autorizao era anual, agora j vitalcia. Os EUA diziam se o avio podia ou no ser usado no abate. At onde vai o espao areo: H um tratado que diz que o espao csmico de patrimnio da humanidade. O espao csmico se inicia no perigeu da rbita do satlite artificial que passa mais perto da terra. *Apogeu: ponto mais longe. * Perigeu: ponto mais prximo. Ou seja, o espao csmico varivel. O espao areo termina onde comea o csmico.
DOMNIO MARINHO Espaos marinhos de dividem: 1. reas que esto sob a jurisdio dos estados: a. guas internas (ou interiores) b. Plataforma continental (ou submarina) c. Mar territorial d. Zona de uso econmico exclusivo. 2. reas fora da jurisdio dos Estados a. Alto mar (guas internacionais). b. Fundos marinhos. a) guas internas: existe quando a costa acidentada. Usa-se a linha de base reta, linha que liga os pontos mais avanados do territrio. Ficam partes do mar para dentro, chamadas guas internas. *Nas guas internas h jurisdio do Estado idntica a de dentro do territrio. No h limites para a soberania. Mar territorial: Embora faa parte do territrio soberania tem limitaes. Os navios civis tm direito de passar pela mar territorial sem autorizao. Antigamente era de 200 milhas, mas hoje vigora que so 12 milhas, contudo se criou uma nova rea chama de Zona de uso exclusivo econmico. Zona de uso exclusivo econmico: At 198 milhas. O uso econmico reservado para o estado ribeirinho-costeiro, mas a propriedade da Unio. Art. 20. So bens da Unio: V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econmica exclusiva; Plataforma continental:
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ORGANIZAO DAS NAES UNIDAS (ONU) Liga das Naes Unidas (Genebra 1920 1939). Era para manter a segurana e paz internacional. Secretariado Assembleia Geral Conselho Permanente o 09 membros, sendo 05 permanentes (Gr-Bretanha, Frana, Itlia, Japo e Alemanha) e 04 eleitos (02 anos). Acabou sendo um fracasso na rea poltica, pois Itlia, Alemanha e Japo foram o eixo da 2 Guerra Mundial. A OIT foi criada pela Liga, bem como a Corte Permanente de Justia Internacional, predecessora da Corte Internacional de Justia. 1944 Reunio para a projeo de uma nova Organizao Internacional aps a guerra. 1945 Conferncia de So Francisco (Califrnia). 50 pases aliados membros + Polnia participaram. So os membros originrios. No foram convidados, criaram a ONU. aprovada a carta da ONU. 06/1945 Termina a 2 guerra mundial. Emprego da bomba atmica. 24/10/1945 ONU. rgos que constam da Carta da ONU: (Do 01 ao 05 funcionam em NY) 1. Assembleia Geral: Dela participam todos os pases, onde cada um possui um voto. H votaes que o quorum de 2/3 e h de maioria simples (metade + 1), depende do assunto. Na Carta da ONU fala quais so. 2. Conselho de segurana: Pode convocar as foras armadas de qualquer pas. Compe-se de 10 membros eleitos e 05 permanentes. As decises so obrigatrias. 05 membros permanentes: EUA, Rssia, Gr-Bretanha, Frana e China. Os outros 10 membros eleitos possuem mandatos de 02 anos, sem poderem ser reeleitos imediatamente. Permanece sempre reunido. Processo de votao: 1. Questes de ordem (processuais): para alterar a pauta do conselho. Precisa de 09 votos afirmativos. Se for aprovado analisa o mrito. NO CABE VETO! 2. Questes de mrito (substantiva): Precisa de 09 votos afirmativos, inclusive dos 05 membros permanente. a. VETO: deve ser uma questo substantiva, que tenha sido obtido o nmero de votos afirmativos, mas 01 ou mais membros permanente vota contra. *Se o pas membro estiver envolvido na controvrsia ele obrigado a se abster se o conflito estiver sendo resolvido amigavelmente. Se estiver sendo usada a fora ele dever votar. *A absteno voluntria no considerada veto. 3. Secretariado: 4. Conselho econmico e social: 5. Conselho de tutela: 6. Corte Internacional de Justia (Haia): 7. Conselho de Direitos Humanos: No consta da Carta, foi inserido depois.
CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIA (rgo da ONU) 15 juzes de vrios estados de nacionalidades diferentes. So eleitos pela Assembleia Geral + Conselho de Segurana. Corte Permanente de Arbitragem: cada pas membro indica 04 rbitros com mandato de 06 anos. Juiz da Corte Internacional de Justia: mandato de 09 anos podendo ser reeleito. o Destitudo somente pela corte. *Jurisdio contenciosa: litgios. Partes: Somente Estados. *Jurisdio consultiva: emite parecer em questes controvertidas nos rgos da ONU.