Texto Expositivos Argumentativos Maias

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1.

Reflicta sobre os dois modelos educacionais presentes no romance (em que se baseiam, que conceito de vida supem, que tipo de indivduo ajudam a criar, inteno do autor ao apresent-los; personagens que os representam...).
No romance Os Maias de Ea de Queirs existe um confronto entre a educao portuguesa e inglesa. A educao portuguesa tradicionalista e conservadora, sendo que acredita na memorizao, no saber da cartilha, na religio punitiva do pecado e no estudo do latim, e desacredita o contacto com a natureza e com as realidades prticas da vida, o juzo critico e a criatividade. Esta educao representada por Pedro da Maia e Eusebiozinho, e produz indivduos com incapacidade para encarar as suas desventuras Pedro da Maia; e que apresentam grande fragilidade, deformao da vontade prpria e uma vida imoral e de corrupo - Eusebiozinho. Por outro lado, a educao inglesa valoriza o contacto com a Natureza, o desenvolvimento pela experiencia, o amor virtude e honra, a ginstica, o gosto pela lnguas vivas, e o fortalecimento do corpo e mente e desvaloriza a aprendizagem da cartilha e das lnguas mortas. Carlos da Maia a personagem representativa desta educao e, graas a ela, este ganha valores de trabalho e conhecimento experimental que o conduzem para Medicina. Contudo, Carlos falha nos seus objectivos devido sociedade que o rodeia. Em suma, as educaes representadas nesta obra demonstram a influncia que possuem na formao de um individuo.

210 Palavras

2. Comprove a afirmao de Jacinto de Prado Coelho de que Carlos da Maia fracassou, no por causa educao recebida, mas apesar da educao. No romance Os Maias de Ea de Queirs, Carlos da Maia fracassou no por causa da educao recebida, mas apesar desta, como afirma Jacinto Coelho. Durante a infncia de Carlos da Maia, este teve uma educao britnica que tinha por base a disciplina e o exerccio fsico, criando um individuo corajoso, frontal,
activo com um grande desejo de ser til e generoso que pretendia mudar a mentalidade lisboeta. Contudo, quando inserido numa sociedade apodrecida, este desiste dos seus planos e objectivos revelando a sua faceta diletante. Para alm disto, Carlos sempre viveu na riqueza dos Maias e acabou por se perder na indiferena e inrcia da aristocracia e absorvido por uma vida social e amorosa que levar ao fracasso das suas capacidades e perda das

suas motivaes. A sua faceta diletante tambm pode ser observada por realizar incesto voluntariamente e revelar cobardia ao no conseguir enfrentar Maria Eduarda com a verdade.
Em suma, consegue-se perceber que apesar da educao recebida, Carlos da Maia fracassou na sua vida em geral. 171 Palavras

3. Comprove a afirmao de Machado da Rosa: Os Maias so () um fresco caricatural da sociedade portuguesa do sculo XIX, em forma de crnica de costumes, com fortes caractersticas de romance folhetinesco.
Os Maias de Ea de Queirs so para Machado da Rosa um fresco caricatural da sociedade portuguesa do sculo XIX. nesta obra feita uma descrio da sociedade portuguesa daquela poca atravs da utilizao de crnicas de costumes e de personagens-tipo. As personagens-tipo so importantes para retractar a crnica de costumes, sendo estas representativas de um grupo, uma classe social ou uma profisso, sendo elas como por exemplo Cruges e Dmaso Salcede. Portanto, elas so uma sntese dos defeitos e virtudes desses grupos, fazendo a caracterizao dos mesmos e do contexto social em que se encontram. Por outro lado, as crnicas de costumes (episdios que definem a sociedade daquele tempo) so importantes para caricaturar a vida da alta sociedade lisboeta. Podem-se destacar alguns, como: o Jantar do Hotel Central, a Corrida de Cavalos, o Jantar dos Gouvarinhos, o Sarau do Teatro da Trindade, etc. Concluindo, feita uma caricatura sociedade portuguesa do seculo XIX no romance Os Maias, atravs de crnicas de costumes e personagens tipo, confirmando a afirmao de Machado da Rosa. 174 Palavras

4. Mostre como a dificuldade de concretizao de certos projectos culturais, o falhano de manifestaes artsticas mais requintadas e o aplauso ao medocre e obsoleto se constituem, no romance, como uma crtica mentalidade da aristocracia portuguesa dos finais do sculo XIX. No romance Os Maias de Ea de Queirs feita uma crtica mentalidade da aristocracia portuguesa do sculo XIX. Esta crtica feita atravs da demonstrao da dificuldade de concretizao de certos projectos culturais, do falhano de manifestaes artsticas e pelo aplauso ao medocre e obsoleto por variadas situaes e personagens do romance. A dificuldade na realizao de projectos pode ser observada pelas personagens como Carlos da Maia e Joo da Ega que se encarregam de realizar grandes planos, e no ento acabam por no concretizar nada, deixando projectos inacabados (como o laboratrio e consultrio de Carlos e as variadas peas e livros de Ega), representando o diletantismo e a inercia da sociedade desta poca. O falhano de demonstraes artsticas mais requintadas e o gosto pelo banal podem se mostrar por episdios do romance, como o Sarau da Trindade. Neste episdio, evidencia-se o gosto dos portugueses, dominados por valores fracos, falta de crtica e cultura, j que aplaudem a retorica vazia de Rufino, cheia de artificialidade e ultra-romantismo e no conseguirem apreciar actuaes de verdadeira cultura e arte como a actuao de Beethoven por Cruges. Em suma, Ea de Queirs realiza uma crtica sociedade portuguesa nesta obra. 199 Palavras

5. Comente a afirmao de Carlos Reis: ... a dimenso trgica d Os Maias insiste fundamentalmente em valores antipositivistas: a incapacidade de o homem controlar a sua existncia, o carter imprevisvel dos fenmenos, a derrocada de uma situao de felicidade que aparentemente nada poderia pr em causa. O que significa que, no protagonista da intriga d Os Maias, reencontramos uma atitude fundamental da personagem trgica: a hybris...
A obra Os Maias de Ea de Queirs apresenta uma dimenso trgica bastante evidente, segundo Carlos Reis. Esta dimenso trgica apresentada na obra por vrios aspectos contidos nela, sendo estes: a incapacidade de o homem controlar a sua existncia, o carcter imprevisvel dos acontecimentos, o desabamento de uma felicidade inquestionvel, a hybris fortemente marcada, etc. A inaptido de o homem controlar a sua existncia causada pelo destino (fora implacvel que domina e pune o Homem) que comanda as vidas destas personagens sem que as prprias se apercebam, sendo levadas para uma fatalidade. Este pode ser demonstrado pelo facto de Carlos da Maia e Maria Eduarda serem atrados um pelo outro de forma quase animalesca. Outro factor que pertence tragdia a hybris, ou seja o desafio feito por personagens da tragdia. Neste caso, ter sido Maria Monforte a desafiar as leis da moral e sociedade, quando abandonou o seu casamento e separou os dois irmos nascena. Este desafio ter levado a que mais tarde estes se tenham juntado e consumido uma relao incestuosa sem o saberem pois no possuam conhecimento do seu parentesco. Em suma, Os Maias so uma tragdia, confirmando a afirmao de Carlos Reis. 200 Palavras

6. Os Maias encerram um pensamento, destinam-se a fazer pensar., Jacinto do Prado Coelho. Relembrando o percurso existencial de Carlos da Maia e de Joo da Ega, demonstre que estas personagens representam simbolicamente o falhano da gerao qual Ea de Queirs pertencia.
Na obra de Ea de Queirs, Os Maias, representa-se simbolicamente o falhano da gerao qual este pertenceu. Neste romance, as personagens Carlos da Maia e de Joo da Ega so os representantes do diletantismo da sociedade portuguesa daquela poca, ou seja, possuam mentes cheias de possibilidades e ideias que muitas vezes iniciavam e no entanto nunca eram capazes de finalizar, j que no tinham empenho suficiente. Um exemplo dos projectos inacabados so a pea de Ega e o laboratrio de Carlos que acabou por nunca ser utilizado. Assim como as personagens da obra, a gerao de Ea acabou por no executar os seus planos que revolucionariam o pas, como tinham previsto nas suas conhecidas reunies de troca de ideias e cultura. Por outro lado, tanto neste romance como na gerao de Ea, era comum se falar de todos os problemas existentes no pais por alunos acabados de sair da universidade de Coimbra e contudo nenhum destes se comprometiam a fazer algo para mudar a situao no pais. Concluindo, este romance demonstra a razo pela qual a gerao de Ea se chamou os vencidos da vida. 186 Palavras

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