Estatuto Do Idoso - Resumo
Estatuto Do Idoso - Resumo
Estatuto Do Idoso - Resumo
COMISSO DIRETORA
PARECER N 1301, DE 2003
Redao final do Projeto de Lei
da Cmara n 57, de 2003 (n 3.561,
de 1997, na Casa de origem).
TTULO I
DISPOSIES PRELIMINARES
Art. 1 institudo o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos
assegurados s pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2 O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes
pessoa humana, sem prejuzo da proteo integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, para preservao de sua sade fsica e mental e seu aperfeioamento
moral, intelectual, espiritual e social, em condies de liberdade e dignidade.
Art. 3 obrigao da famlia, da comunidade, da sociedade e do
Poder Pblico assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivao do
direito vida, sade, alimentao, educao, cultura, ao esporte, ao lazer,
ao trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, ao respeito e convivncia
familiar e comunitria.
Pargrafo nico. A garantia de prioridade compreende:
I atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos
rgos pblicos e privados prestadores de servios populao;
II preferncia na formulao e na execuo de polticas sociais
pblicas especficas;
III destinao privilegiada de recursos pblicos nas reas
relacionadas com a proteo ao idoso;
IV viabilizao de formas alternativas de participao, ocupao
e convvio do idoso com as demais geraes;
CAPTULO II
DO DIREITO LIBERDADE, AO RESPEITO E DIGNIDADE
Art. 10. obrigao do Estado e da sociedade, assegurar pessoa
idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de
direitos civis, polticos, individuais e sociais, garantidos na Constituio e nas
leis.
1 O direito liberdade compreende, entre outros, os seguintes
aspectos:
I faculdade de ir, vir e estar nos logradouros pblicos e espaos
comunitrios, ressalvadas as restries legais;
II opinio e expresso;
III crena e culto religioso;
IV prtica de esportes e de diverses;
V participao na vida familiar e comunitria;
VI participao na vida poltica, na forma da lei;
VII faculdade de buscar refgio, auxlio e orientao.
2 O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade
fsica, psquica e moral, abrangendo a preservao da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, idias e crenas, dos espaos e dos objetos pessoais.
3 dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a
salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatrio ou
constrangedor.
CAPTULO III
DOS ALIMENTOS
Art. 11. Os alimentos sero prestados ao idoso na forma da lei civil.
Art. 12. A obrigao alimentar solidria, podendo o idoso optar
entre os prestadores.
Art. 13. As transaes relativas a alimentos podero ser celebradas
perante o Promotor de Justia, que as referendar, e passaro a ter efeito de ttulo
executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil.
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares no possurem condies
econmicas de prover o seu sustento, impe-se ao Poder Pblico esse
provimento, no mbito da assistncia social.
CAPTULO IV
DO DIREITO SADE
Art. 15. assegurada a ateno integral sade do idoso, por
intermdio do Sistema nico de Sade SUS, garantindo-lhe o acesso universal
e igualitrio, em conjunto articulado e contnuo das aes e servios, para a
preveno, promoo, proteo e recuperao da sade, incluindo a ateno
especial s doenas que afetam preferencialmente os idosos.
1 A preveno e a manuteno da sade do idoso sero
efetivadas por meio de:
I cadastramento da populao idosa em base territorial;
II atendimento geritrico e gerontolgico em ambulatrios;
III unidades geritricas de referncia, com pessoal especializado
nas reas de geriatria e gerontologia social;
IV atendimento domiciliar, incluindo a internao, para a
populao que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive
para idosos abrigados e acolhidos por instituies pblicas, filantrpicas ou sem
fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Pblico, nos meios
urbano e rural;
V reabilitao orientada pela geriatria e gerontologia, para
reduo das seqelas decorrentes do agravo da sade.
2 Incumbe ao Poder Pblico fornecer aos idosos, gratuitamente,
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como prteses, rteses
e outros recursos relativos ao tratamento, habilitao ou reabilitao.
3 vedada a discriminao do idoso nos planos de sade pela
cobrana de valores diferenciados em razo da idade.
4 Os idosos portadores de deficincia ou com limitao
incapacitante tero atendimento especializado, nos termos da lei.
Art. 16. Ao idoso internado ou em observao assegurado o direito a
acompanhante, devendo o rgo de sade proporcionar as condies adequadas
para a sua permanncia em tempo integral, segundo o critrio mdico.
Pargrafo nico. Caber ao profissional de sade responsvel pelo
tratamento conceder autorizao para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
impossibilidade, justific-la por escrito.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domnio de suas faculdades mentais
assegurado o direito de optar pelo tratamento de sade que lhe for reputado mais
favorvel.
Pargrafo nico. No estando o idoso em condies de proceder
opo, esta ser feita:
I pelo curador, quando o idoso for interditado;
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CAPTULO X
DO TRANSPORTE
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a
gratuidade dos transportes coletivos pblicos urbanos e semi urbanos, exceto nos
servios seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos servios
regulares.
1 Para ter acesso gratuidade, basta que o idoso apresente
qualquer documento pessoal que faa prova de sua idade.
2 Nos veculos de transporte coletivo de que trata este artigo,
sero reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
3 No caso das pessoas compreendidas na faixa etria entre 60
(sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficar a critrio da legislao local dispor
sobre as condies para exerccio da gratuidade nos meios de transporte previstos
no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-,
nos termos da legislao especfica:
I a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veculo para idosos
com renda igual ou inferior a 2 (dois) salrios-mnimos;
II desconto de 50% (cinqenta por cento), no mnimo, no valor
das passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual
ou inferior a 2 (dois) salrios-mnimos.
Pargrafo nico. Caber aos rgos competentes definir os
mecanismos e os critrios para o exerccio dos direitos previstos nos incisos I e
II.
Art. 41. assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei
local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos pblicos e
privados, as quais devero ser posicionadas de forma a garantir a melhor
comodidade ao idoso.
Art. 42. assegurada a prioridade do idoso no embarque no sistema
de transporte coletivo.
TTULO III
DAS MEDIDAS DE PROTEO
CAPTULO I
DAS DISPOSIES GERAIS
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CAPTULO V
DA APURAO ADMINISTRATIVA DE INFRAO S
NORMAS DE PROTEO AO IDOSO
Art. 59. Os valores monetrios expressos no Captulo IV sero
atualizados anualmente, na forma da lei.
Art. 60. O procedimento para a imposio de penalidade
administrativa por infrao s normas de proteo ao idoso ter incio com
requisio do Ministrio Pblico ou auto de infrao elaborado por servidor
efetivo e assinado, se possvel, por duas testemunhas.
1 No procedimento iniciado com o auto de infrao podero ser
usadas frmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstncias da
infrao.
2 Sempre que possvel, verificao da infrao seguir-se- a
lavratura do auto, ou este ser lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por
motivo justificado.
Art. 61. O autuado ter prazo de 10 (dez) dias para a apresentao da
defesa, contado da data da intimao, que ser feita:
I pelo autuante, no instrumento de autuao, quando for lavrado
na presena do infrator;
II por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou sade do idoso, a autoridade
competente aplicar entidade de atendimento as sanes regulamentares, sem
prejuzo da iniciativa e das providncias que vierem a ser adotadas pelo
Ministrio Pblico ou pelas demais instituies legitimadas para a fiscalizao.
Art. 63. Nos casos em que no houver risco para a vida ou a sade da
pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicar entidade de
atendimento as sanes regulamentares, sem prejuzo da iniciativa e das
providncias que vierem a ser adotadas pelo Ministrio Pblico ou pelas demais
instituies legitimadas para a fiscalizao.
CAPTULO VI
DA APURAO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE
ATENDIMENTO
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento
administrativo de que trata este Captulo as disposies das Leis ns 6.437, de 20
de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
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Art. 85. O juiz poder conferir efeito suspensivo aos recursos, para
evitar dano irreparvel parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentena que impuser condenao ao
Poder Pblico, o juiz determinar a remessa de peas autoridade competente,
para apurao da responsabilidade civil e administrativa do agente a que se
atribua a ao ou omisso.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trnsito em julgado da
sentena condenatria favorvel ao idoso sem que o autor lhe promova a
execuo, dever faz-lo o Ministrio Pblico, facultada, igual iniciativa aos
demais legitimados, como assistentes ou assumindo o plo ativo, em caso de
inrcia desse rgo.
Art. 88. Nas aes de que trata este Captulo, no haver
adiantamento de custas, emolumentos, honorrios periciais e quaisquer outras
despesas.
Pargrafo nico. No se impor sucumbncia ao Ministrio
Pblico.
Art. 89. Qualquer pessoa poder, e o servidor dever, provocar a
iniciativa do Ministrio Pblico, prestando-lhe informaes sobre os fatos que
constituam objeto de ao civil e indicando-lhe os elementos de convico.
Art. 90. Os agentes pblicos em geral, os juzes e tribunais, no
exerccio de suas funes, quando tiverem conhecimento de fatos que possam
configurar crime de ao pblica contra idoso ou ensejar a propositura de ao
para sua defesa, devem encaminhar as peas pertinentes ao Ministrio Pblico,
para as providncias cabveis.
Art. 91. Para instruir a petio inicial, o interessado poder requerer
s autoridades competentes as certides e informaes que julgar necessrias,
que sero fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministrio Pblico poder instaurar sob sua presidncia,
inqurito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo pblico ou
particular, certides, informaes, exames ou percias, no prazo que assinalar, o
qual no poder ser inferior a 10 (dez) dias.
1 Se o rgo do Ministrio Pblico, esgotadas todas as
diligncias, se convencer da inexistncia de fundamento para a propositura da
ao civil ou de peas informativas, determinar o seu arquivamento, fazendo-o
fundamentadamente.
2 Os autos do inqurito civil ou as peas de informao
arquivados sero remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3
(trs) dias, ao Conselho Superior do Ministrio Pblico ou Cmara de
Coordenao e Reviso do Ministrio Pblico.
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dificultar sua assistncia sade, sem justa causa, ou no pedir, nesses casos, o
socorro de autoridade pblica:
Pena deteno de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Pargrafo nico. A pena aumentada de metade, se da omisso
resulta leso corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de sade, entidades de
longa permanncia, ou congneres, ou no prover suas necessidades bsicas,
quando obrigado por lei ou mandado:
Pena deteno de 6 (seis) meses a 3 (trs) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a sade, fsica ou psquica, do
idoso, submetendo-o a condies desumanas ou degradantes ou privando-o de
alimentos e cuidados indispensveis, quando obrigado a faz-lo, ou sujeitando-o
a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena deteno de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
1 Se do fato resulta leso corporal de natureza grave:
Pena recluso de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
2 Se resulta a morte:
Pena recluso de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punvel com recluso de (seis) meses a 1
(um) ano e multa:
I obstar o acesso de algum a qualquer cargo pblico por motivo
de idade;
II negar a algum, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar
assistncia sade, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a
execuo de ordem judicial expedida na ao civil a que alude esta Lei;
V recusar, retardar ou omitir dados tcnicos indispensveis
propositura da ao civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministrio
Pblico.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a
execuo de ordem judicial expedida nas aes em que for parte ou interveniente
o idoso:
Pena deteno de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, penso ou
qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicao diversa da de sua
finalidade:
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....................................................................... (NR)
Art. 159. ....................................................................
..................................................................................
1 Se o seqestro dura mais de 24 (vinte e quatro)
horas, se o seqestrado menor de 18 (dezoito) ou maior de
60 (sessenta) anos, ou se o crime cometido por bando ou
quadrilha.
........................................................................ (NR)
Art. 183. ....................................................................
.................................................................................
III se o crime praticado contra pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos.(NR)
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistncia
do cnjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto
para o trabalho, ou de ascendente invlido ou maior de 60
(sessenta) anos, no lhes proporcionando os recursos
necessrios ou faltando ao pagamento de penso alimentcia
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa
causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente
enfermo:
..................................................................... (NR)
Art. 111. O art. 21 do Decreto-Lei n 3.688, de 3 de outubro de 1941,
Lei das Contravenes Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte pargrafo
nico:
Art. 21. ........................................................................
...................................................................................
Pargrafo nico. Aumenta-se a pena de 1/3 (um tero)
at a metade se a vtima maior de 60 (sessenta) anos.(NR)
Art. 112. O inciso II do 4 do art. 1 da Lei n 9.455, de 7 de abril
de 1997, passa a vigorar com a seguinte redao:
Art. 1 ...........................................................................
.....................................................................................
4 .............................................................................
II se o crime cometido contra criana, gestante,
portador de deficincia, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos;
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........................................................................ (NR)
Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei n 6.368, de 21 de outubro de
1976, passa a vigorar com a seguinte redao:
Art. 18. .........................................................................
....................................................................................
III se qualquer deles decorrer de associao ou visar a
menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por
qualquer causa, diminuda ou suprimida a capacidade de
discernimento ou de autodeterminao:
........................................................................ (NR)
Art. 114. O art. 1 da Lei n 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa
a vigorar com a seguinte redao:
Art. 1 As pessoas portadoras de deficincia, os idosos
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes,
as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianas de colo
tero atendimento prioritrio, nos termos desta Lei.(NR)
Art. 115. O Oramento da Seguridade Social destinar ao Fundo
Nacional de Assistncia Social, at que o Fundo Nacional do Idoso seja criado,
os recursos necessrios, em cada exerccio financeiro, para aplicao em
programas e aes relativos ao idoso.
Art. 116. Sero includos nos censos demogrficos dados relativos
populao idosa do Pas.
Art. 117. O Poder Executivo encaminhar ao Congresso Nacional
projeto de lei revendo os critrios de concesso do Benefcio de Prestao
Continuada previsto na Lei Orgnica da Assistncia Social, de forma a garantir
que o acesso ao direito seja condizente com o estgio de desenvolvimento scioeconmico alcanado pelo Pas.
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua
publicao, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorar a partir de 1
de janeiro de 2004.