Fermentação
Fermentação
Fermentação
Um dos principais problemas dos seres vivos é a obtenção de energia para as suas
atividades. De acordo com a teoria heterotrófica, os primeiros seres vivos seriam procariontes
heterotróficos vivendo num meio aquático, donde retirariam nutrientes, formados na atmosfera e
acumulados nos lagos e oceanos primitivos.
Devido á sua grande simplicidade, estes seres utilizariam processos igualmente rudimentares de
retirar energia dessas moléculas de que se alimentavam. Esse mecanismo seria, quase com certeza,
semelhante à fermentação realizada ainda por muitos organismos atuais.
Há mais de 2 mil milhões de anos, deverão ter surgido os primeiros organismos autotróficos,
procariontes ainda, mas capazes de produzir o seu próprio alimento através da fotossíntese. Este
processo revolucionário, além de permitir a sobrevivência dos autotróficos, também serviu os
heterotróficos, que passaram a alimentar-se deles.
Os organismos retiram energia das mais diversas moléculas orgânicas (açucares, aminoácidos,
ácidos gordos, etc.), mas a glicose é a mais freqüente, tanto na fermentação como na respiração.
Estudos realizados por Pasteur permitiram verificar que a fermentação alcoólica estava sempre
associada ao crescimento de leveduras, mas que se estas fossem expostas a quantidades importantes de
oxigênio produziriam (em vez de álcool e dióxido de carbono) água e dióxido de carbono. Destas
observações, Pasteur concluiu que a fermentação é o mecanismo utilizado pelos seres vivos para
produzir energia na ausência de oxigênio.
Já em 1897, o químico alemão Buchner demonstrou que a fermentação era apenas uma
seqüência de reações químicas, podendo ocorrer fora de células vivas. Foi este estudo que revelou as
enzimas (enzima = na levedura) e permitiu a compreensão do metabolismo celular em toda a sua
globalidade.
Fermentação alcoólica - produzem como produtos finais etanol e dióxido de carbono, produtos
utilizados pelo Homem na produção de vinho, cerveja e outras bebidas alcoólicas e do pão;
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Fermentação acética - produz como produto final o ácido acético, que causa o azedar do vinho
ou dos sumos de fruta e sua conseqüente transformação em vinagre;
Fermentação láctica - produz como produto final o ácido láctico geralmente a partir da lactose do
leite. O baixar do pH causado pela acumulação do ácido láctico causa a coagulação das proteínas do leite
e a formação do coalho usado na fabricação de iogurtes e queijos.
A energia desta quebra permite a ligação de outro grupo fosfato inorgânico a cada uma destas
moléculas, que se tornam gliceraldeído 1,3-difosfato. Estes grupos fosfato, energéticos, são então
transferidos para moléculas de ADP, transformando-as em ATP. O gliceraldeído transforma-se, por sua
vez, em ácido pirúvico.
Sabe-se que a glicólise ocorre em praticamente todos os seres vivos, mesmo que
complementada com outras reações, o que parece confirmar que deverá ter sido o primeiro fenômeno
eficiente de produção de energia em células.
Assim, o rendimento energético líquido deste processo fermentativo é de apenas dois moléculas
de ATP por cada molécula de glicose degradada (recordemos que para ativa a glicose foram investidos
dois ATP e que no final se produzem quatro ATP). Este processo é, portanto, muito pouco eficiente, pois
apenas 4% da energia contida na molécula de glicose são disponibilizada para o organismo.
A fermentação não utiliza oxigênio e decorre no citoplasma das células, sendo cada etapa
catalisada com a ajuda de uma enzima diferente.
Respiração
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Processo de quebra gradual da molécula de glicose para liberação da energia que nela se
encontra armazenada.
Ocorre na mitocôndria, em três etapas (se for respiração aeróbica, na presença de oxigênio):
glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória (ou fosforilação oxidativa). Se não houver oxigênio
disponível, ocorrerá respiração anaeróbica, cujo exemplo mais importante é a fermentação. A
fermentação pode ser alcoólica (produzindo álcool etílico e gás carbônico, útil na produção de
combustíveis, cerveja, vinho, pães etc.), lática (ocorrendo em nossos músculos quando lhes falta
oxigênio, havendo produção de ácido lático, causando a fadiga muscular) ou acética (produzindo ácido
acético e gás carbônico).
Obs: a glicólise ocorre no hialoplasma.
A acidificação do meio de prova pode ocorrer através da degradação de carboidratos por vias
diferentes que não a fermentação, ou pode haver em alguns meios componentes diferentes de
carboidratos que resultem em produtos finais ácidos.
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Embora a maioria das bactérias que metaboliza carboidratos seja anaeróbia facultativa, a
utilização pode nem sempre ocorrer em condições estritamente anaeróbias. Todas as enterobactérias
fermentam a glicose formando ácido pirúvico (via de Embden-Meyerhof).
As bactérias são diferenciadas pelo carboidrato que metabolizam e pelos tipos e quantidade de
ácidos produzidos. Na fermentação da glicose pela Escherichia coli ocorre uma fermentação ácida mista
o que resulta na produção de grandes quantidades de ácidos acético, lático e fórmico ocasionando uma
acentuada diminuição do pH no meio de prova.
Isto pode ser observado no teste positivo do vermelho de metila. Por outro lado, o grupo
Klebsiella, Enterobacter, Hafnia, Serratia metabolizam o ácido pirúvico pela via do butileno gllicol
produzindo acetil metil carbinol (aceína), observado na prova positiva de voges-Proskauer (VP). Observe
que os principais produtos dessa via são álcoois com produção de pequena quantidade de ácido gerando
uma prova de vermelho de metila negativa para esse grupo de microrganismos.
O gás resultante da fermentação bacteriana é formado da clivagem do ácido fórmico. A produção de gás
é mais bem observada em meio líquido para fermentação de carboidratos com a colocação de tubos de
Durham invertidos.
Bactérias que não formam ácido fórmico são incapazes de formar gás (a maioria das Shigella),
contrariamente aos microrganismos que utilizam a via butileno glicol que produzem grandes quantidades
de CO2 como o grupo Klebsiella, Enterobacter, Hafnia, Serratia.
A fermentação da lactose é mais complexa que a da glicose. A lactose é um dissacarídeo composto por
glicose e galactose (ligação galactosídica). Ao ser hidrolisado, ocorre a liberação da glicose e da
galactose.
Para metabolizar a galactose, duas enzimas devem estar presentes: (1) n-galactosídeo
permease e (2) n-galactosídase enzima necessária para hidrolisar a ligação n-galactosídica após a
lactose ter entrado na célula.
Como a fermentação da lactose ocorre por degradação da glicose, microrganismos que não
podem fermentar a glicose não podem formar ácido a partir da lactose. Isto explica porque a glicose não
faz parte dos meios de isolamento primário como o agar MacConkey e BEM pois impediria a visualização
de fermentação da lactose.
O teste de oxidase pode ser observado utilizando-se fitas de oxidase. A presença de pigmentação
púrpura significa que a bactéria possui a enzima citrocromo axidase (oxidase +). Bactérias que não
possuem a enzima é oxidase –, não apresentando pigmentação nas fitas de oxidase.
Outras provas bioquímicas utilizadas para a identificação de enterobactérias são: o vermelho de metila,
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Voges-Proskauer, citrato de Simmons, teste da urease, meio de Kliger, indol e a pesquisa da triptofano
desaminase.
Caso não ocorra a virada do meio para o vermelho, o teste é negativo e a cor do meio se
mantém. No teste de Voges-Proskauer pesquisam-se bactérias fermentadoras de glicose através da
fermentação butanodiólica. VP+ o meio tem coloração vermelha, VP- meio amarelo claro.
Fermentação Alcoólica
São seres eucariotas e unicelulares pertencentes ao Reino Fungi, podendo ser aeróbios
obrigatórios ou anaeróbios facultativos. No caso da fermentação alcoólica – a mais importante no fabrico
de vinho – o gênero que desempenha o papel principal é o Saccharomyces, literalmente fungo do açúcar.
Esta transforma o açúcar das uvas (glicose e frutose, hexoses portanto) em álcool etílico
(etanol), dióxido de carbono e energia.
Aquele é o único gênero que interessa, nomeadamente a espécie Saccharomyces cerevisiae. Contudo,
existem muitas outras leveduras e bactérias nas uvas que poderiam produzir resultados tão inesperados
quanto desagradáveis. Então, temos duas hipóteses para controlar a população microbiana: uma delas é
alterar as características do meio de modo a favorecer o gênero Saccharomyces; a outra é eliminar todos
os microrganismos, inoculando o mosto com as espécies desejadas.
Caso queiramos alterar as características do meio podemos, por exemplo, adicionar dióxido de
enxofre (SO2), visto que os Saccharomyces são bastante mais tolerantes à presença desta substância
que os restantes microrganismos. Para eliminar os microrganismos pode-se adicionar metabissulfito de
potássio (K2S2O5) em doses apropriadas. Ambos os compostos desempenham também um papel
antioxidante e na manutenção da cor do vinho.
No que diz respeito à fermentação alcoólica, segue a seguinte equação química:
Teoricamente, 100 partes de glicose (C6H12O6) seriam convertidas em 51,1 partes de etanol
(C2H5OH), 48,9 partes de dióxido de carbono (CO2) e em calor (Q-energia). As leveduras podem ainda
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produzir outros compostos que contribuem para o buque de aromas do vinho (como ácidos e ésteres) e
glicerol que adoça o vinho e lhe dá mais viscosidade.
No que diz respeito à fase de ativação, a glicose é fosforizada por uma transferase
(hexoquinase) formando glicose-6-fosfato, sendo transformada, por uma isomerase em frutose-6-fosfato.
É de novo fosforizada, desta vez por outra transferase (fosfofrutoquinase), formando frutose-1,6-
difosfato.
Uma liase separa-a depois em duas moléculas de três carbonos: gliceraldeído-3-fosfato. No final
desta fase, gastaram-se, então dois ATP (fosforizações).
Segue-se a fase de produção de energia. Por cada molécula, uma oxirredutase retira dois hidrogênios e
fornece um fósforo ao composto formando 1,3 difosfoglicerato. Os hidrogênios são usados para reduzir o
NAD+(nicotinamida adenina dinucleótido), dando origem a NADH + H+. O difosfoglicerato perde um
átomo de fósforo, fosforizando uma molécula de ADP (adenosina difosfato) formando ATP; reação
catalizada por uma transferase. Uma ligase remove depois uma molécula de água e outra transferase
cataliza a formação de outra molécula de ATP, formando-se ácido pirúvico. Temos assim, 2 x 2 moléculas
de ATP formadas. 4 ATP - 2 ATP dá o balanço supracitado de 2 ATP. O co-fator necessário a algumas
das enzimas aqui referenciadas é o íon magnésio.
Após a glicolise procede-se à fermentação alcoólica propriamente dita. O piruvato (ou ácido
pirúvico) sofre a ação da piruvato descarboxilase sendo removida uma molécula de dióxido de carbono.
Forma-se o acetaldeído que dá origem ao etanol pela adição de dois prótons, provenientes do NADH+H+.
A reação, catalizada pela desidrogenase alcoólica, permite a reciclagem do NAD+ para ser de novo
utilizado na glicólise. A fermentação, não produzindo energia em sim, é um meio para que a glicólise se
continue a verificar. Os co-fatores para a fermentação alcoólica são a vitamina B1(tiamina) e o íon zinco
(II).
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Produção do Etanol
-Após a água, o álcool é o solvente mais comum, além de representar a matéria-prima de maior uso no
laboratório e na indústria química.
-É muito importante que a cultura de levedura possua um crescimento vigoroso e uma elevada tolerância
ao etanol, apresentando assim a fermentação um grande rendimento final.
-O etanol é inibidor à altas concentrações, e a tolerância das leveduras é um ponto crítico para uma
produção elevada deste metabólito primário.
-De modo geral, o crescimento cessa quando a produção atinge 5% de etanol (v/v), e a taxa de produção
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é reduzida a zero, na concentração de 6 a 10% de etanol (v/v).
-O etanol pode ser produzido a partir de qualquer carboidrato fermentável pela levedura: sacarose, sucos
de frutas, milho, melaço, beterrabas, batatas, malte, cevada, aveia, centeio, arroz sorgo etc, (necessário
hidrolisar os carboidratos complexos em açúcares simples fermentáveis, pelo uso de enzimas da cevada
ou fúngicas, ou ainda pelo tratamento térmico do material acidificado).
-Material celulósico, como madeira e resíduos da fabricação da pasta de papel podem ser utilizados. Por
causa da grande quantidade de resíduos de material celulósico disponível, a fermentação direta desses
materiais quando hidrolisados por enzimas celulolíticas pode ser de grande importância econômica.
Fermentação Acética
O químico francês Lavoisier (1743-1794), escreveu no livro "Tratado de Química Elementar" que
o vinagre não era nada mais que o vinho acetificado devido à absorção do oxigênio, portanto o resultado
apenas de uma reação química. Pensava-se, na época, que a camada gelatinosa que se formava na
superfície do vinho em acetificação, a "mãe do vinagre", era apenas um produto da transformação, mas
não a causa. Somente mais tarde, Pasteur mostrou que sem a participação da bactéria acética não há
formação do vinagre. Assim provou: sempre que o vinho se transforma em vinagre, é devido à
participação de bactérias acéticas que se desenvolvem na superfície formando um véu, afirmação esta
categoricamente negada pelos químicos da época.
Foi Pasteur quem mostrou que o enchimento dos acetificadores com material poroso servia de
suporte para o desenvolvimento de bactérias acéticas e não era a causa da acetificação como se
pensava. Os substratos não se acetificavam em contato com o ar, através da oxidação direta, havendo
necessidade, sempre, da participação das bactérias acéticas. Como em outros campos da ciência, o
vinagre foi elaborado e utilizado pelo homem antes que se conhecesse as transformações que ocorriam.
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A fermentação acética corresponde à transformação do álcool em ácido acético por
determinadas bactérias, conferindo o gosto característico de vinagre.
Inicialmente, as bactérias acéticas foram designadas por Micoderma vini. Depois, em relação ao
aspecto morfológico, foram classificadas em três espécies: Bacterium aceti, Bacterium pasteurianum e
Bacterium kurtzingianus. Somente em 1898 foram classificadas como sendo do gênero Acetobacter.
A bactéria acética ideal é aquela que resiste à elevada concentração de álcool e de ácido
acético, com pouca exigência nutritiva, elevada velocidade de transformação do álcool em ácido acético,
bom rendimento de transformação, sem hiperoxidar o ácido acético formado, além de conferir boas
características gustativas ao vinagre.
Essas bactérias acéticas necessitam do oxigênio do ar para realizarem a acetificação. Por isso
multiplicam-se mais na parte superior do vinho que está sendo transformado em vinagre, formando um
véu conhecido como "mãe do vinagre". Esse véu pode ser mais ou menos espesso de acordo com o tipo
de bactéria.
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CH3 - CH2OH --- CH3 - COOH +
+ O2 > H2O
Na prática, para se determinar a quantidade de ácido acético de um vinagre a partir do vinho que
lhe deu origem, estima-se que, para cada 1% v/v de álcool do vinho, forma-se 1% de ácido acético no
vinagre. Por exemplo, um vinho de 10% de álcool originará um vinagre de 10% de ácido acético, no
entanto esse rendimento é baixo para os acetificadores industriais. Outra maneira de calcular o
rendimento em ácido acético é multiplicar o grau alcoólico do vinho por 1,043. Nesse caso, o vinho com
10% v/v de álcool daria origem a um vinagre de 10,43% de ácido acético.
Em alguns casos, as perdas de ácido acético podem ser mais elevadas devido à transformação
do ácido acético em água e dióxido de carbono, pela presença predominante de bactérias Acetobacter
xylinum.
Para que a fermentação acética ocorra normalmente e o vinagre obtido seja de boa qualidade e
sem nenhum tipo de alteração, o vinho utilizado na acetificação deve apresentar algumas características
particulares. Devem ser sãos, potáveis e isentos de cheiros e gostos estranhos. Caso o vinho estiver
atacado de doenças como a volta ou o agridoce, é aconselhável efetuar uma prévia pasteurização.
Quando a doença estiver adiantada, é mais indicado destilá-lo.
O vinho não deve ter produtos antifermentativos, como é o caso do dióxido de enxofre, o que
impediria o desenvolvimento das bactérias acéticas.
O vinho deve estar límpido ou pouco turvo. As substâncias em suspensão podem retardar o
processo de reprodução das bactérias acéticas. Quando o vinho estiver muito turvo, convém filtrá-lo.
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O vinho base para vinagre não deve conter metais além do limite estabelecido pela legislação,
nem conter teor muito elevado de tanino e de matéria corante.
Quanto ao teor alcoólico, é interessante que o vinho apresente entre 8% v/v e 10% v/v, embora
as técnicas atuais de fermentação acética permitam utilizar vinhos com 10% v/v a 12% v/v de álcool. A
acetificação de vinhos com graduação alcoólica muito elevada torna o processo lento e difícil. Em alguns
casos, pode causar problemas de parada do processo de acetificação devido à ação inibidora do álcool
ou do próprio ácido acético presente.
A utilização de vinhos pouco alcoólicos origina vinagres de baixa acidez e pouca qualidade
sensorial, além de apresentar custo elevado de produção. Vinhos com grau alcoólico inferior a 4% v/v
favorecem a contaminação, originando vinagres fracos, com concentração de ácido acético inferior a 4%.
Quanto à acidez volátil inicial do vinho, concentração acética inferior a 2% para os processos
lentos e 1%, para os processos submersos, resultam em fermentações com tempo de indução muito
longo, causando maiores perdas de álcool por evaporação além de favorecer contaminações.
Concentração acética superior a 3% é tóxica para as bactérias na fase inicial de acetificação.
Muitos produtores de vinagre caseiro elaboram-no a partir de mosto de uva, que é colocado num
recipiente com ou sem bagaço, sofrendo ao mesmo tempo as fermentações alcoólicas (transformação do
açúcar em álcool) e acéticas (transformação do álcool em ácido acético). Todavia tal processo não é
recomendado, pois, além de apresentar baixo rendimento, resulta num vinagre muito susceptível a
alterações e nem sempre de boa qualidade.
Processos de acetificação
Processo lento
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Para iniciar o processo de elaboração do vinagre, recomenda-se adicionar cerca de 10% do
volume útil do acetificador de um vinagre não pasteurizado, isto é, com as bactérias ativas, que
funcionam como pé-de-cuba. Não é necessário adicionar substâncias nutritivas para o desenvolvimento
das bactérias acéticas, visto que elas estão presentes naturalmente no vinho.
Depois de 15 dias, pode-se retirar, aproximadamente, 10% do volume do vinagre que deve ser
substituído pelo mesmo volume de vinho para acetificar. A seguir, a operação de retirada de vinagre e
colocação de vinho pode ser realizada semanalmente, tornando-se o processo contínuo. Sempre que se
retirar o vinagre, é importante efetuar uma análise, para verificar a sua qualidade.
A retirada do vinagre e a adição do vinho no acetificador deve ser feita com cuidado para evitar o
rompimento do véu e a conseqüente precipitação das bactérias no fundo do recipiente.
Os barris são colocados em locais onde a temperatura permanece elevada no inverno, para que
a acetificação ocorra de forma mais rápida. Os rendimentos da transformação do álcool em ácido acético
são baixos. Entre os principais aspectos negativos do processo, destaca-se a possibilidade de
proliferação de bactérias produtoras de celulose e consumidoras de ácido acético além do aparecimento
de anguilulas.
Deve-se sempre evitar o contato do vinho e do vinagre com materiais ou equipamentos que
contenham ferro, cobre, alumínio ou outros metais que causam problemas de turvação e de toxicidade.
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Processo rápido
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Um falso fundo permite recolher o vinho em processo de acetificação, que passa pela camada
porosa formada pela maravalha e é recolocado na parte superior tantas vezes quantas necessárias, para
alcançar o grau acético desejado. Como no caso anterior, o início do processo é feito a partir de um vinho
adicionado de aproximadamente 10% de vinagre não pasteurizado como pé-de-cuba. A mistura de vinho
e vinagre, na passagem através da maravalha, recebe o ar que se movimentava de baixo para cima
devido ao aquecimento provocado pelo calor liberado no processo de acetificação. Esse processo é mais
rápido que o método Orleans. Quando a concentração de álcool do vinho utilizado para acetificação
alcançar próximo a 0,3% v/v, retira-se aproximadamente 4/5 do volume de vinagre, que é substituído por
um mesmo volume de vinho reiniciando-se o processo. A retirada de vinagre é feita, em média, a cada 10
dias.
Esse sistema de acetificação representa o primeiro passo para a industrialização do processo de
elaboração do vinagre. No entanto, mesmo tendo representado um notável avanço tecnológico, o
processo apresenta alguns problemas, tais como:
Processo submerso
Nesse caso, também o processo inicia com um vinho previamente acetificado com,
aproximadamente, 10% de vinagre não pasteurizado que funciona como pé-de-cuba.
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de tamanho menor possível. Quando o vinho do fermentador alcançar aproximadamente 0,2% v/v de
álcool, o que acontece em intervalos de 30 a 40 horas, retiram-se aproximadamente de 40% a 45% do
volume de vinagre que é substituído pelo mesmo volume de vinho a acetificar. O controle da temperatura
nesse processo é feito mediante um sistema interno de refrigeração, que funciona automaticamente.
Figura 4. Corte transversal de um acetificador para elaboração de vinagre pelo método com
fermentação acética submersa; a- turbina de ar; b- compensador de ar; c- dispositivo para coletar líquido
de condensação; d-e- dispositivo para controlar a formação de espuma; f- dispositivo para medir o álcool;
g- serpentina para refrigeração; h- dispositivo para refrigeração; i- termômetro; j- bomba para entrada do
vinho; k- bomba para retirada do vinagre.
Fonte: Mecca et al. (1979).
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Através desse processo de acetificação, é possível reduzir as perdas por evaporação para 3% a
5%, não havendo necessidade de material de suporte e, conseqüentemente, os problemas advindos da
sua manutenção. É possível incorporar sistemas automáticos para carga e descarga do fermentador e
controle de temperatura.
O vinagre produzido por esse processo apresenta-se turvo, com qualidade inferior àquele obtido
pelo método lento, devido ao revolvimento acentuado e persistente provocado pela quantidade de ar
introduzido sob pressão na acetificação.
Fermentação Lática
Os fungos e as bactérias podem ser usados pelo homem para obtenção de produtos com grande
valor econômico.
Os fungos também são usados na produção de ácidos por via fermentativa. Os principais ácidos
são: cítrico, glucônico, itacônico, kógico, giberélico, fumárico, lático, gálico, ácidos graxos e outros.
As bactérias envolvidas nos processos para obtenção de ácidos são principalmente as do gênero
Acetobacter e Lactobacillus.
As bactérias podem formar inúmeros ácidos diferentes. São, no entanto, de maior interesse
econômico algumas das bactérias produtoras de ácido lático, ácido acético e de ácido propiônico.
Histórico
- O farmacêutico Schelle, em 1780, descobriu sua estrutura, isolou-o e identificou-o como sendo
o principal constituinte do leite ácido.
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- O primeiro a isolar os microrganismos, como cultura pura, foi Lister, em 1877, e a cepa isolada
foi de Streptococcus lactis.
- Nesta época, Delbruek verificou que temperaturas relativamente altas eram favoráveis à
produção do ácido.
- A produção industrial do ácido lático passou a ter maior importância após 1881.
- O ácido lático, obtido por fermentação, normalmente é sob forma racêmica, existindo, no
entanto Lactobacillus que produzem formas opticamente ativas.
- Microrganismos:
Características da colônia
Tolerância à acidez
• Uma característica fisiológica diferenciadora das bactérias láticas é sua alta tolerância à
acidez.
• Embora as bactérias láticas na forma de cocos possam iniciar o crescimento em meios
com pH neutros ou alcalinos, a maioria das formas bastonetes não podem crescer em meios com um pH
inicial maior que 6.
• O crescimento de todas as bactérias láticas continua através da fermentação, até que o
pH tenha reduzido-se a um valor menor ou igual a 5.
• A capacidade das bactérias de produzir e tolerar uma concentração relativamente alta
de ácido lático é de grande valor seletivo, já que as capacita a eliminar a competição da maioria das
outras bactérias em ambientes ricos em nutrientes.
Habitat natural
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• Outras bactérias láticas constituem parte da flora normal do corpo animal e ocorrem em
número considerável na nasofaringe, trato intestinal e na vagina. Estas formas incluem um número de
importantes patógenos do homem e de outros mamíferos, todos pertencentes ao gênero Streptococcus.
• Um outro habitat característico das bactérias láticas é o leite, para o qual elas tem
acesso através do corpo da vaca ou por materiais vegetais.
• A acidificação normal do leite é causada por certos estreptococos, e tanto bactérias
láticas cocos e bastonetes desempenham importantes papéis na preparação de produtos lácteos
fermentados (manteiga, queijos, iogurte, etc).
• As bactérias láticas podem ser divididas em dois subgrupos bioquímicos de acordo com
os produtos formados a partir de glicose.
Bactérias homofermentativas
Bactérias heterofermentativas
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o - L. casei e Streptococcus lactis: temperatura ao redor de 30°c;
o - L. pentosis, L. leishmanii: temperatura acima de 30°C.
Mosto
pH
Fatores de crescimento
• Algumas espécies exigem várias substâncias como por exemplo o L. pentosus, que
necessita dos ácidos pantotênico, nicotínico e da biotina.
Tempo de fermentação
Rendimentos
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• A média é de 85 a 90% em relação ao açúcar consumido (fermentado). O ácido formado
é uma mistura racêmica.
A lactose é utilizada como substrato desde 1936, mas pode, também, ser utilizado o soro de
leite, que apresenta cerca de 5,0% em lactose.
O leite desnatado ou as sobras podem ser utilizados, desde que se faça uma precipitação da
caseína com o auxílio de um ácido mineral, ou mesmo do ácido lático, que será recuperado ao final do
processo.
Outra matéria-prima é o leitelho, que é o soro do leite das queijarias. Pode-se produzir, ainda, a
partir da glicose do milho, melaço de cana, batatas ou lixívias sulfíticas.
Fase laboratorial
Fase industrial
As passagens sucessivas a partir de um meio cultivado para um meio estéril, tem a finalidade de
aumentar o número de microrganismos, até que seja possível inocular-se uma dorna de maior volume, já
na fase industrial, que é o germinador.
O germinador corresponde a uma dorna menor que a industrial, porém com as mesmas
características.
No fundo do tanque, existe um tubo perfurado que permite a injeção de vapor direto. Serve para
aquecer e regular a temperatura do mosto ou, ainda, para coagular a lactoalbumina quando se fermenta o
soro.
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Os tanques devem ser limpos a cada fermentação, usando-se, para isso, substâncias químicas e
água pura. Essa água é escoada pelo fundo do tanque. Podem, ainda, ser equipados com agitadores.
A acidez livre deve ser mantida abaixo de 0,6%. No final, a acidez livre deve ser reduzida para
0,1% de ácido lático. Pode ser usado, também, o carbonato de cálcio para controle da acidez; nesse
caso, todo o necessário pode ser adicionado no início do processo.
A zona de pH mais favorável é entre 5,0 e 5,8 para as bactérias láticas. Essa faixa é interessante
para controlar o crescimento de microrganismos contaminantes.
Nos demais casos, é feito o aquecimento a uma temperatura de 82°C, para destruição dos
microrganismos.
Na fase seguinte, eleva-se o pH até um valor 12, usando-se lixívia de cálcio e deixando-se ferver
a fogo lento durante 20 a 30 min.
O lactato de cálcio precipitado é separado por filtração, podendo ser recuperado sob a forma de
ácido lático, utilizando-se para essa separação, o ácido sulfúrico.
O ácido lático separado é posto para reagir com lixívia de cálcio. Para recuperá-lo, filtra-se o
lactato de cálcio, lava-se e recristalizá-se ou concentra-se.
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O tântalo e a prata resistem bem ao ácido lático, porém, apresentam alto custo. São usados,
entretanto, como cobertura protetora de algumas válvulas.
Outros materiais de apreciável resistência, são o níquel, o inconel, as ligas com boa quantidade
de níquel e pequeno conteúdo de ferro, e os aços inoxidáveis.
O uso do aço inoxidável e da madeira para a construção das tubulações e das cubas resulta em
praticidade e baixo custo.
A madeira tem o incoveniente de, com o uso, perder água para o ácido, tornado-se ressecada.
Em alguns processamentos é usada para armazenar e distribuir o ácido lático barrís e tanques de
madeira.
As normas são elaboradas de acordo com as exigências para cada caso. Assim sendo,
especificam-se também a cor, o aroma, o sabor e o teor de cinzas.
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o - Seus ésteres são de dois tipos: esterificados na hidroxila do carbono b-(CH3-CHOR-
COOH) ou, então, na carboxila (CH3-CHOH-COOR), sendo que neste último, quando o radical possuir
menos de quatro átomos de carbonos, os ésteres serão substâncias solúveis em água.
• Os ésteres são usados principalmente na fabricação de tintas e vernizes, de
plastificantes e também como solventes.
A fermentação lática nas células musculares é um processo que ocorre de forma alternativa,
frente a situações em que o organismo não realiza respiração aeróbia. Considerado um artifício
metabólico de curto prazo, ativado quando o organismo é submetido a um intenso esforço físico em
condições de baixa oxigenação muscular.
Em continuidade ao processo catabólico, cada ácido pirúvico em reação com as moléculas de NADH2,
dão origem a duas moléculas de ácido lático, restituindo as enzimas e liberando mais 06 moléculas de
ATP para o funcionamento celular.
Naturalmente, por meio do mecanismo aeróbio, são produzidas 38 moléculas de ATP. Contudo, por meio
do mecanismo anaeróbio, são ofertadas apenas 08 moléculas de ATP.
Porém, a desvantagem anaeróbia em relação à aeróbia, consiste não somente a quantidade de ATP, mas
aos efeitos fisiológicos causados. Em decorrência a extensos períodos de atividade fermentativa
(exercícios físicos prolongados), as células musculares passam a conter uma concentração muito elevada
de ácido lático, prejudicando o funcionamento da célula.
Entre os efeitos provocados em defesa do metabolismo, o organismo passa a sentir dor e fadiga
muscular, causada por uma contração arrítmica (gradativa ou repentina) atuando com sinal de alerta,
induzindo o fim da atividade para repouso e restabelecimento da capacidade fisiológica do órgão.
Isso ocorre à medida com que o excesso de ácido lático se difunde para o fígado, onde é convertido em
ácido pirúvico e posteriormente em glicose armazenada na forma de glicogênio, sendo a conversão
denominada de gliconeogênese.
Fermentação metânica
A fermentação metânica ou digestão metânica que permite obter biogás. Como esta se produz
em estrita anaerobiose, o termo é freqüentemente utilizado como sinônimo de fermentação anaeróbia.
Biogás
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O biogás é um dos produtos da decomposição anaeróbia (ausência de oxigênio gasoso) da
matéria orgânica, que se dá através da ação de determinadas espécies de bactérias.
O biogás é composto principalmente por metano (CH4) e gás carbônico (CO2) e foi descoberto
por Shirley, em 1667. No entanto, foi só um século mais tarde que Volta reconheceu a presença de
metano no gás dos pântanos. Já no século XIX, Ulysse Gayon, aluno de Louis Pasteur, realizou a
fermentação anaeróbia de uma mistura de estrume e água, a 35ºC, conseguindo obter 100 litros de gás
por m3 de matéria. Em 1884, Louis Pasteur, ao apresentar à Academia das Ciências os trabalhos do seu
aluno, considerou que esta fermentação podia constituir uma fonte de energia para aquecimento e
iluminação, devido a presença de metano, o hidrocarboneto de menor cadeia (1 átomo de carbono),
principal componente do gás natural e de elevado poder calorífico.
Atualmente, esse processo vem se difundindo como uma forma de tratamento de resíduos por
vários países. A recuperação de energia gerada pelos processos de anaeróbios teve grande impulso com
a crise do petróleo onde diversos países buscaram alternativas para a sua substituição. Entretanto, como
descreve NOGUEIRA (1986), as soluções para os problemas de desenvolvimento devem ser apropriadas
às necessidades, às capacidades e recursos humanos, aos recursos financeiros e à cultura. Assim, o
impulso recebido no período de crise não chegou a constituir um sólido movimento de substituição dos
recursos não renováveis por outras fontes renováveis.
Inicialmente, o termo biogás estava associado aos diversos nomes atribuídos a ele, como: gás
dos pântanos, gás de aterro, gás de digestor e gás da fermentação, entre outros. Atualmente, o termo
refere-se, de forma geral, àquele gás formado a partir da degradação anaeróbia da matéria orgânica.
VILLEN (2001) discorre sobre digestão anaeróbia, salientando que na natureza existem vários
ambientes favoráveis ao desenvolvimento desse processo, sendo representados pelos pântanos,
estuários, mares e lagos, usinas de carvão e jazidas petrolíferas.
A composição do biogás é difícil de ser definida, pois depende do material orgânico utilizado e do
tipo de tratamento anaeróbio que sofre. Contudo, em linhas gerais, o biogás é uma mistura gasosa
composta principalmente por:
Biodigestor anaeróbico
É um equipamento usado para a produção de biogás, uma mistura de gases – cerca de 75%
CO2 e 25% metano - produzida por bactérias que digerem matéria orgânica em condições anaeróbicas
(isto é, em ausência de oxigênio). Um biodigestor nada mais é que um reator químico em que as reações
químicas têm origem biológica.
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Equipamento para reciclagem de dejetos é facil de construir
Utilização
O biogás pode ser usado como combustível em substituição do gás natural ou do Gás Liquefeito
de Petróleo (GLP), ambos extraídos de reservas minerais. O biogás pode ser utilizado para cozinhar em
residências rurais próximas ao local de produção (economizando outras fontes de energia, como
principalmente lenha ou GLP). Pode também ser utilizado na produção rural como, por exemplo, no
aquecimento de instalações para animais muito sensíveis ao frio (leitões até 15 dias de idade, por
exemplo) ou no aquecimento de estufas de produção vegetal.
Pode ser usado também na geração de energia elétrica, através de geradores elétricos
acoplados a motores de explosão adaptados ao consumo de gás.
Equivalencia Energentica
O efluente (o líquido que sai do biodigestor após o período de tempo necessário à digestão da
matéria orgânica pelas bactérias) possui propriedades fertilizantes. Além de água, o líquido efluente,
conhecido como biofertilizante, apresenta elementos químicos como nitrogênio, fósforo e potássio em
quantidades e formas químicas tais que podem ser usados diretamente na adubação de espécies
vegetais através de fertirrigação.
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As tais sobras que servem como fertilizante.
Condições Anaerobicas
Inexistência de Ar
Temperatura adequada
Nutrientes
Os principais nutrientes dos microorganismos são o carbono, nitrogênio e sais minerais. Fontes
ricas de nitrogênio são os dejetos de animais (inclusive seres humanos). Fontes ricas de carbono são os
restos de culturas vegetais. Os sais minerais presentes nos dejetos animais e resíduos vegetais são
suficientes para a nutrição mineral das bactérias. No entanto, se não houver um adequado equilíbrio de
compostos de carbono (que fornecem a energia) e de compostos nitrogenados (que fornecem o
nitrogênio) não ocorrerá uma eficiente produção de biogás.
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Teor de água
Tipos de Biodigestores
O biodigestor é composto de :
É indicado locais que não produzem resíduos orgânico diariamente que servira como fonte de
alimentação para as bactérias que transformara em biogás. Sua alimentação é descontinua e a produção
de gás não é constante.
Por exemplo, um biodigestor com esterco bovino fica em média trinta a quarenta dias fechado,
sem oxigênio, ocorrendo somente a retirada do gás. Depois é aberto, a biomassa restante é retirada,
podendo ser utilizada como biofertilizante, e novamente é adicionada a matéria, repetindo-se o processo.
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Conclusão
Fermentação é uma modalidade de respiração anaeróbica praticada por algumas bactérias e leveduras
(fungos unicelulares). Consiste na degradação incompleta da glicose em um processo que não é
dependente da presença de oxigênio.
O produto final pode ser o ácido láctico (fermentação láctica), vinagre (fermentação acética) ou etanol
(fermentação alcoólica), sendo que nesse último caso, ocorre liberação de gás carbônico durante a
reação.
O metano, principal componente do biogás, não tem cheiro, cor ou sabor, mas os outros gases
presentes conferem-lhe um ligeiro odor desagradável.
Bibliografia
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