COLOIDES

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Introdução

Este trabalho tem como finalidade esclarecer o que são colóides, sistema coloidal, e
soluçoes. Este trabalho apresenta um conteúdo rico em informações necessárias
para que se possa compreender a função e, como se é usado as soluções colóides e
os sistemas. Com a absorção do conteúdo apresentado neste trabalho, será muito
mais simples a compreensão dos assuntos derivados do mesmo.

Coloides

Definição: Segundo Reis (1999) colóides , ou sistemas coloidais, são, na verdade


misturas heterogêneas em que o diâmetro médio das partículas do disperso se
encontra na faixa de 10 a 1000 ângstrons.
Note que, por se tratar de uma mistura heterogênea, usamos os seguintes termos
para designar as substâncias que formam um sistema coloidal:
*Disperso: Substância presente em menor quantidade.
*Dispergente: Substância presente em maior quantidade.
Os colóides apresentam dois tipos de fases:
*Sol: Disperso sólido e dispergente líquido, adquirindo aspecto de solução na forma
líquida. Ex: Cola.
*Gel: Disperso sólido e dispergente líquido, adquirindo aspecto sólido. Ex: Geléia
de frutas.
Para o uso dos sistemas coloidais é importante nos familiarizarmos com o uso dos
seguintes termos:
*Suspensão: É a denominação dada a um sistema coloidal de um sólido num
líquido (sol). É um sistema instável e suas partículas são quase reconhecíveis ao
microscópio.
*Hidrossol: É a denominação dada ao sistema coloidal cujo divergente é a água.
*Emulsão: É a denominação dada ao sistema coloidal que possui o dispergente e o
disperso na fase líquida.
*Aerossóis: O ambiente em que vivemos precisa ser limpo com regularidade, para
que seja retirada a poeira que constantemente é depositada sobre os objetos.
Esses grãos de poeira, de diâmetro 1000 mm, estão em suspensão e tendem a
sedimentar. No entanto, há no ar alguns grãos de poeira de dimensões coloidais
que nunca sedimentam. Esse tipo de colóide chama-se aerossol. Neblinas, fumaças
e spray são outros exemplos de aerossóis do cotidiano. Quando observamos o
rastro luminoso deixado pela luz de um projetor de slide em uma sala escura, ou
quando notamos os feixes luminosos dos faróis dos carros em dias com forte
neblina, devemos nos lembrar do Efeito Tyndall que a luz pode provocar quando
atinge partículas coloidais sólidas existentes no ar.
*Espumas: Quando um gás é borbulhado em um líquido, além das bolhas enormes
e visíveis, são formadas também bolhas de dimensões coloidais. Por isso, as
espumas também podem ser classificadas como colóides. Um bom exemplo é o
chantilly, formado pela mistura de ar e creme de leite. Um sólido que possui poros
de dimensão coloidal é classificado como espuma sólida. É o caso, por exemplo, da
pedra-pome, que possui ar em microscópicos poros de dimensão coloidais.
Efeito Tyndall: Os colóides apresentam efeitos ópticos devido à luz ser refratada
nas micelas. Esses efeitos não estão presentes nas soluções devido ao seu diminuto
tamanho.
Se projetarmos um feixe de luz em um colóide como o leite, verificaremos o feixe
presente no líquido do corpo. É o que acontece com a luz dos faróis altos dos
automóveis em dia de neblina. Essa refração de luz nas partículas do colóide recebe
o nome de efeito Tyndall e, como vimos, não se manifesta em líquidos que não
sejam coloidais.
Classificação dos sistemas coloidais
Os sistemas coloidais podem ser classificados segundo dois critérios principais:
quanto à natureza das partículas do disperso e quanto à afinidade entre o disperso
e o dispergente.
Natureza das partículas do disperso
Colóide micelar: é o sistema coloidal cujo disperso é constituído por aglomerados
de átomos, íons ou moléculas.
Colóide molecular: é o sistema coloidal cujo disperso é constituído de
macromoléculas, normalmente polímeros.
Colóide iônico: é o sistema coloidal cujo disperso é constituído de macroíons.
Afinidade entre o disperso e o dispergente
Colóides liófilos (lyo=solver ou dissolver, philo=amigo), ou colóides reversíveis, são
sistemas coloidais que possuem grande afinidade entre o disperso e o dispergente.
Se o dispergente for a água, o sistema coloidal é denominado hidrófilo.
Devido a essa afinidade, as partículas do disperso adsorvem, isto é, fixam na sua
superfície moléculas do dispergente, ficando assim envolvidas por uma película que
é denominada camada de solvatação.
A camada de solvatação permite que as partículas do disperso fiquem isoladas
umas das outras e, com isso, é possível transformar o sistema coloidal em sol ou
em gel, conforme se adicione ou se retire dispergente. Por isso esses colóides são
ditos reversíveis.
A transformação da fase gel para a fase sol pela adição de dispergente é
denominada peptização (peptos=digerido).
A transformação da fase sol para a fase gel pela retirada de dispergente é
denominada pectização (pektos=coalhado).
Colóides liófobos (lyo=solver ou dissolver, phóbos=aversão), ou colóides
irreversíveis, são sistemas coloidais onde praticamente não existe afinidade entre o
disperso e o dispergente.
Se a fase dispergente for a água, o sistema é denominado hidrófobo.
A formação de um colóide liófobo não é espontânea e a passagem de gel a sol é
muito difícil.
A estabilidade de um sistema coloidal liófobo pode ser aumentada pela adição de
uma pequena quantidade de um colóide liófilo adequado, que então passa a ser
denominado colóide protetor.
As partículas do colóide liófobo são envolvidas por uma película de colóide liófilo
que passa a funcionar como uma camada de solvatação, dando estabilidade ao
colóide liófobo.
Podemos citar como exemplo de colóides protetores a gema de ovo, que estabiliza
a mistura de azeite e vinagre no preparo de maionese, e a tinta nanquim, que é um
colóide liófobo protegido por um colóide liófilo de gelatina em água.
Propriedades dos sistemas coloidais
Os sistemas coloidais possuem as seguintes propriedades principais:
Carga elétrica
Como normalmente todas as partículas do disperso de um sistema coloidal
apresentam a mesma carga elétrica, elas ficam em suspensão, uma vez que sofrem
repulsão elétrica contínua.
A carga elétrica das partículas do disperso depende diretamente da quantidade de
cátions ou de ânions no sistema.
Se houver excesso de cátion, as partículas do disperso irão adsorver esses cátions,
adquirindo carga elétrica positiva.
Isto é o que ocorre, por exemplo, quando se prepara um colóide em meio ácido
(excesso de cátions).
Se houver excesso de ânions, as partículas do disperso irão adsorver esses ânions,
adquirindo carga elétrica negativa.
Isto é o que ocorre, por exemplo, quando se prepara um colóide em meio básico
(excesso de ânions).
Como a carga elétrica de um colóide depende da quantidade de íons presentes no
sistema, é possível transformar um colóide positivo em um colóide negativo e vice-
versa, alterando a quantidade de cátions ou de ânions desse sistema.
É importante observar, no entanto, que haverá um momento durante essa
transformação em que as micelas serão neutras e o colóide, descarregado; dizemos
então que o colóide atingiu o seu ponto isoelétrico.
Eletroforese
Quando um colóide é submetido a um campo elétrico, todas as partículas do
disperso migram para um mesmo pólo.
Se o colóide for positivo, as partículas do disperso irão migrar para o pólo negativo,
que é denominado cátodo (pólo para onde vão os cátions).
O processo é denominado cataforese.
Se o colóide for negativo, as partículas do disperso irão migrar para o pólo positivo,
que é denominado ânodo (pólo para onde vão os ânions).
O processo é denominado anaforese.
Quando o colóide se encontra no seu ponto isoelétrico, as partículas do disperso
não migram para nenhum dos pólos, pois estão descarregadas.
Movimento Browniano
As partículas do dispergente (principalmente quando este se encontra na fase
gasosa ou líquida) estão constantemente se chocando com as partículas do
disperso. Estes choques fazem com que as partículas do disperso adquiram um
movimento de ziguezague ininterrupto.
O movimento descrito foi observado pela primeira vez pelo botânico escocês Robert
Brow, numa suspensão de grãos de pólen em água, e em sua homenagem é
denominado movimento browniano.
Efeito Tyndall
Trata-se de um efeito de espalhamento ou dispersão da luz, provocado pelas
partículas de um sistema coloidal.
É devido ao efeito Tyndall que se pode observar as partículas de poeira suspensas
no ar através de uma réstia de luz, ou, ainda, observar as gotículas de água que
formam a neblina através do farol do carro.
Preparação de um sistema coloidal
A preparação de um sistema coloidal liófilo não existe nenhuma técnica especial,
uma vez que as partículas do disperso se espalham espontaneamente pelo
dispergente.
Já a preparação de um sistema coloidal liófobo exige algumas técnicas como as que
descreveremos a seguir.
Por fragmentação
Esta técnica consiste em fragmentar as partículas do disperso até que elas atinjam
as dimensões características do estado coloidal (entre 10 e 1000 ângstrons) o que
normalmente é feito de duas maneiras:
Usando-se o moinho coloidal: colocam-se os grânulos de matéria do disperso
entre dois discos rígidos que giram a uma distância muito pequena um do outro.
Este é o método usado na preparação de cosméticos (sombras e pós faciais).
Usando-se um arco voltaico: o uso do arco voltaico, também denominado arco
de Bredig, restringe-se normalmente à preparação de colóides metálicos, pois é
necessário que o material seja condutor de corrente elétrica.
O processo é o seguinte: coloca-se em um recipiente apropriado o líquido que
constituirá o dispergente e, mergulhados nesse líquido, dois fios do material que
constituirá o disperso.
Aplica-se uma diferença de potencial nesses fios, o que provoca uma centelha entre
eles; com isso partículas do disperso de dimensões coloidais vão sendo liberadas e
se distribuindo através do líquido.
Por aglomeração
São três técnicas principais que visão aglomerar partículas de dimensões inferiores
às do estado coloidal, até que elas atinjam o tamanho necessário à preparação de
um colóide.
Através de uma reação química: segundo a Lei de Weimarn é possível obter um
sistema coloidal quando, numa reação de formação de um composto pouco solúvel,
as soluções reagentes apresentam concentrações extremas, isto é, mitos diluídas
ou muito concentradas.
Através de uma lavagem: fazendo-se um precipitado passar por sucessivas
lavagens com uma solução diluída que possua gelo menos um íon em comum com
o precipitado, vão se formando aos poucos partículas de dimensões coloidais que
ficam dispersas na solução usada na lavagem.
Através da mudança de dispergente: prepara-se uma solução de determinada
substância X num solvente apropriado; em seguida adiciona-se um líquido no qual
a substância X seja imiscível e agita-se o sistema. Com a agitação, as partículas de
dimensões coloidais da substância X se dispersão pelo líquido que foi adicionado.
Purificação de um sistema coloidal
A purificação de um colóide consiste numa série de técnicas que visam separar as
partículas do disperso das impurezas estranhas que eventualmente estejam
espalhadas pelo dispergente.
Ultrafiltração
Quando o sistema coloidal está contaminado por íons ou moléculas cuja dimensão
se encontra na faixa do soluto de uma mistura homogênea (menos de 1000
ângstrons), é possível separar essas impurezas do colóide usando-se um ultrafiltro.
Trata-se de uma membrana que pode inclusive ser feita de material plástico, com
poros estreitos o bastante para barrar a passagem de partículas coloidais, mas
ainda assim permitir a passagem de partículas com diâmetro inferior a 1000
ângstrons.
A ação do ultrafiltro está ligada também às condições elétricas do colóide e da
membrana.
Ultracentrifugação
Quando o sistema coloidal está contaminado por partículas de maior porte, ou
quando é necessário separar partículas coloidais de tamanhos diferentes, utilizam-
se centrífugas de altíssima rotação.
Esse processo é amplamente usado nos laboratórios de análises clínicas para
separar as várias proteínas existentes no sangue.
Diálise
O processo conhecido por diálise é usado especificamente para separar impurezas
altamente solúveis no dispergente.
Baseia-se na diferença de velocidade com que ocorre a difusão de uma solução e de
um colóide através de uma membrana permeável.
A diálise é feita da seguinte maneira:
Coloca-se o colóide dentro de um recipiente de vidro denominado dialisador, cujo
fundo é constituído de porcelana porosa, que age como uma membrana permeável.
O dialisador é imerso numa cuba de vidro que contém o dispergente puro em
constante circulação.
O dispergente atravessa facilmente a porcelana porosa do dialisador e arrasta as
impurezas para fora purificando o colóide, como mostra o esquema abaixo:
Eletrodiálise
Caso as impurezas que contaminam o colóide sejam de natureza iônica, é possível
acelerar a difusão dessas impurezas pelo dializador aplicando-se um campo elétrico
através de eletrodos acoplados à cuba de vidro, como mostra o esquema a seguir.
A estabilidade e a destruição de um colóide
A estabilidade de um sistema coloidal, assim como a sua destruição, dependem basicamente de dois
fatores:
As cargas elétricas
O fato de as partículas do disperso possuírem a mesma carga elétrica e, portanto,
sofrerem repulsão, evita que elas formem aglomerados e sofram precipitação.As
cargas elétricas iguais mantêm o colóide estável.
Se, de algum modo, eliminarmos a carga elétrica das partículas do colóide, o que
pode ser feito facilmente pela adição de um eletrólito, por eletroforese ou pela
adição de um colóide de carga oposta, a partículas do disperso irão se precipitar e o
colóide será destruído.
A camada de solvatação
A absorção de moléculas do dispergente pelas partículas do disperso, formando a
denominada camada de solvatação, evita o contato direto entre as partículas do
disperso e, portanto, a sua aglomeração e precipitação.
Se essa camada de solvatação for eliminada, o colóide será destruído.
Normalmente elimina-se a camada de solvatação adicionado-se ao colóide
substâncias dessolvatantes. Se o disperso for a água, por exemplo, adiciona-se um
desidratante.
O Estado Coloidal
Se você adicionar um pouco de sal a um copo de água e agitar, notará que o sal irá
se dissolver e, a partir dessa mistura, formar uma solução aquosa. No entanto, se a
mesma experiência for feita com um pouco de areia fina, o resultado será muito
diferente. Como a areia não se dissolve em água, irá depositar-se no fundo do
recipiente, logo após o término da agitação.
A mistura de água e areia, no momento da agitação, constitui um bom exemplo de
suspensão.
Mesmo através da filtração, seria possível observar uma diferença importante entre
esses dois tipos de mistura: as suspensões podem ser filtradas; as soluções, não.
É evidente que essa diferença de comportamento entre as soluções e as
suspensões se deve ao tamanho da partícula dispersa. Enquanto que os enormes
grãos de areia, a maioria visíveis a olho nu, ficam presos no papel de filtro, os
invisíveis íons Na+ e Cl- possuem dimensões tão reduzidas que atravessam
facilmente os poros do filtro.
Há uma ampla variedade de valores entre o diâmetro médio dos íons e das
moléculas comuns e o diâmetro médio de corpos maiores como os da areia,
constituídos de sílica ( SiO2 ). Em outras palavras, as partículas dispersas num meio
sólido, líquido ou gasoso possuem tamanhos muito diferentes.
Para muitos pesquisadores, os dispersos com diâmetros médios entre 1,0 nm e
1000 nm constituem fronteiras gerais para uma classificação das misturas. Assim,
partículas com diâmetro inferior a 1,0 nm encontram-se em solução e devem ser
chamadas de soluto. Por outro lado, partículas com diâmetro superior a 1000 nm
estariam dispersas em misturas denominadas suspensões.
Mas, você pode estar pensando, e as partículas de tamanho intermediário?
Os cientistas observaram que partículas com diâmetro entre 1,0 nm e 1000 nm
participam de um campo muito importante, chamado de misturas coloidais ou
simplesmente colóides.
AFINAL, QUAL O DIÂMETRO DE UMA PARTÍCULA COLOIDAL?
Apesar de alguns pesquisadores terem proposto que partículas coloidais teriam
diâmetro situado entre 1,0 nm (10-9 m) e 100 nm, evidências experimentais tendem
atualmente a ampliar esse intervalo para 1 000 nm. No entanto, essa discussão não
terá maior importância para nosso estudo, pois o que definirá realmente se uma
mistura é coloidal ou uma suspensão será seu comportamento macroscópico.
Adotaremos, então, os limites situados entre 1,0 nm e 1000 nm para caracterizar o
diâmetro de uma partícula coloidal .
Analisando o quadro a seguir, podemos comparar características gerais das
soluções, das misturas coloidais e das suspensões. Note que, nas misturas em
geral, a substância em menor quantidade pode ser chamada de disperso, ou seja, é
uma substância que se encontra espalhada, de maneira homogênea ou não, em
outra substância denominada dispersante. Nessas condições, a mistura receberá o
nome geral de dispersão.

Solução, dispersão coloidal e suspensão

Solução é toda mistura homogênea de duas ou mais substâncias.


As partículas dispersas:
• são moléculas ou íons comuns
• têm diâmetro menor que 1 nm (10-9 m)
• não se sedimentam nem mesmo sob ação de ultracentrifugadores
• não são retidas nem mesmo pelos ultrafiltros
• não são detectadas nem mesmo com o auxílio do ultramicroscópio e do microscópio
eletrônico.

Na dispersão coloidal :
• as partículas dispersas têm diâmetro entre 1 e 100 nm
• são agregados de moléculas ou de íons comuns, ou macromoléculas, ou macroíons
isolados
• não se sedimentam sob a ação da gravidade, nem sob a ação dos centrifugadores
comuns, mas sim sob a ação de ultracentrifugadores
• não são retidas por filtros comuns, mas o são por ultrafiltros
• não são detectadas ao microscópio comum, mas o são com o auxílio do microscópio
eletrônico e do ultramicroscópio.
Na suspensão:
• as partículas dispersas têm diâmetro maior que 100 nm
• são agregados de moléculas ou de íons
• sedimentam-se pela ação da gravidade ou dos centrifugadores comuns
• são retidas pelo filtro comum e são detectadas a olho nu ou com o auxílio de
microscópios comuns.

Classificação das soluções


Quanto ao estado físico:
• sólidas
• líquidas
• gasosas
Quanto à condutividade elétrica:
• eletrolíticas ou iônicas
• não-eletrolíticas ou moleculares
Quanto à proporção soluto/solvente:
• diluída
• concentrada
• não-saturada
• saturada
• supersaturada

Tipos de concentração
% em massa:
massa de soluto / massa de solução ´ 100

% em volume:
volume de soluto / volume de solução ´ 100

(só é usada quando soluto e solvente são ambos líquidos ou ambos gasosos)

concentração em g/L:
massa de soluto em gramas /volume de solução em litros

concentração em mol/L:
quantidade de soluto (mol)/volume de solução em litros
concentração em molalidade:
quantidade de soluto (mol)/massa do solvente em kg
concentração em fração molar de soluto:
quantidade de soluto (mol)/quantidade de solução (mol)

Diluição e titulação
Diluição é uma operação em que se acrescenta solvente à solução. A quantidade de soluto
permanece constante.
Titulação é uma operação de laboratório através da qual se determina a concentração de
uma solução A medindo-se o volume de uma solução B de concentração conhecida, que
reage completamente com um volume conhecido da solução A.
Colóides
Estado coloidal - Tipo de dispersão na qual as partículas dispersas têm dimensão entre 1 e
100 nm.
Colóide reversível ou liófilo ou hidrófilo - A passagem de sol a gel é reversível. As
partículas dispersas têm película de solvatação, que estabiliza o colóide.
Exemplos: proteínas em água, amido em água, gelatina em água e a maioria dos colóides
naturais.
Colóide irreversível ou liófobo ou hidrófobo - A passagem de sol a gel é irreversível. As
partículas dispersas não têm película de solvatação e, por isso, são instáveis.
Exemplos: hidrossol de metais (ouro, prata, etc.), hidrossol de enxofre e a maioria dos
colóides artificiais.
A purificação dos colóides é feita por diálise, eletrodiálise ou ultrafiltração.
Os colóides apresentam as seguintes propriedades: efeito Tyndall, movimento browniano e
adsorção.
Colóides protetores são colóides liófilos que estabilizam os colóides liófobos, impedindo a
sua coagulação. O mais usado é a gelatina.
Importância dos colóides:
• Biológica - os processos vitais estão associados ao estado coloidal.
• Industrial - fabricação de medicamentos, tintas, cremes, cosméticos, pedras
preciosas (rubi, safira, etc.), sílica-gel, filmes fotográficos, etc.
• Culinária - preparo de geléias, maionese, creme chantilly, etc.

Sistemas coloidais
São misturas instáveis de duas fases imiscíveis (fase dispersa e meio de dispersão).
A fase dispersas são as partículas coloidais e o meio de dispersão é a fase em que
as partículas se distribuem formando o sistema coloidal. As definições de colóides
estão resumidamente definidas na tabela abaixo.

Dispersões grosseiras Dispersões coloidais Soluções verdadeiras


Partículas maiores que 0,1 Partículas entre 1 mμ e 0,1 Partículas menores que 1
μ μ mμ
Partículas visíveis em Partículas invisíveis em Partículas invisíveis em
microscópio comum microscópio comum, microscópio eletrônico
identificáveis no ultra
microscópio e visíveis no
microscópio eletrônico
Partículas são retidas em Partículas passam através Partículas passam através
papel de filtro comum dos poros de papel de filtro de ultrafiltros
comum mas são retidos em
ultrafiltros
Partículas não difundem Partículas difundem Partículas difundem e
nem dialisam lentamente e somente as dialisam rapidamente
menores dialisam
A fase dispersa pode sólida, líquida ou gasosa assim como o meio de dispersão.
Dependendo do estado físico da fase dispersa e do meio de dispersão, há vários
tipos de colóides, de acordo com a tabela abaixo.

Fase dispersa Meio de dispersão Nome Exemplos


Líqüido Gás Aerossol líqüido Nevoeiro, neblina
Sólido Gás Aerossol sólido Poeira, fumaça
Gás Líqüido Espuma Espuma de sabão
Líqüido Líqüido Emulsão Leite
Sólido Líqüido Sol Solução de amido
Gás Sólido Espuma sólida Pedra pomes
Líqüido Sólido Emulsão sólida Minerais como opala; manteiga
Sólido Sólido Sol sólido Ligas e vidros
2 - Classificação de colóides
As soluções coloidais podem ser classificadas quanto à:
a) Composição química - Os sóis são classificados em orgânicos e inorgânicos. Os
sóis inorgânicos podem ser agrupados em soluções coloidais de elementos
metálicos (sóis de ouro e prata) e não-metálicos (enxofre, grafito), de óxidos e
hidróxidos (Ferro III) e de sais (cloreto de prata). Quanto às soluções coloidais
orgânicas podem ser sóis homopolares (borracha em benzeno), sóis hidroxílicos
(amida em água) e sóis heteropolares (sabão em água).
b) Forma da partícula - Permite dividir os colóides em esféricos e lineares. Os
esféricos são os que possuem partículas compactas e mais ou menos globulares.
Como exemplo há os de prata e glicogênio. Os lineares são unidades longas e
fibrosas. Como exemplo temos o ácido silícico coloidal e a nitrocelulose.
c)Estrutura da partícula - Os colóides são classificados em moleculares e micelares.
Os micelares são aqueles cujas partículas são macromoléculas. Como exemplo há a
nitrocelulose e o amido. Os colóides micelares são estruturalmente diferentes e as
partículas são constituídas de agregados de muitas moléculas ou grupos de átomos.
Como exemplo temos o sabão e o detergente.
d)Estabilidade dos sóis - conforme as afinidades relativas das substâncias que
constituem a fase dispersa e o meio de dispersão, os colóides dividem-se em
liófobos e liófilos. Quando a afinidade é pequena é dito liófobo e não são muito
estáveis. Os colóides que possuem afinidade pelo meio de dispersão são chamados
liófilos. A maior parte dos colóides orgânicos são liófilos. A tabela abaixo compara
algumas propriedades dos sóis liófobos e liófilos.
Propriedades dos sóis liófobos e liófilos

Sóis liófobos Sóis liófilos


Tensão superficial Semelhante à do meio de Freqüentemente mais baixa
dispersão
Viscosidade Semelhante à do meio de Muito maior
dispersão
Pressão osmótica Muito pequena Considerável
Visibilidade no microscópio Boa Má
eletrônico ou
ultramicroscópio
Ação de um campo elétrico As partículas migram em As partículas não migram
uma direção ou migram em qualquer
direção
Ação dos eletrólitos Pequenas quantidades Pequenas quantidades têm
causam precipitação pouco efeito
Uma outra diferença entre os sistemas liófobos e liófilos é dada pelo
comportamento face à evaporação ou esfriamento. Os sistemas liófobos dão sólidos
que não podem ser reconvertidos em sóis pela reversão do processo físico (colóides
irreversíveis). Os sistemas liófilos dão géis que misturados com o meio de
dispersão, regeneram os sóis correspondentes (colóides reversíveis).
3 - Eletroforese
Propriedades elétricas dos colóides. Quando se submete uma solução coloidal à
passagem de uma corrente elétrica, as partículas se movimentam em direção a um
dos dois eletrodos, positivo ou negativo. O fenômeno é denominado eletroforese. O
aparelho de eletroforese demonstra o fenômeno das partículas coloidais sob a
influência da aplicação de uma força eletromotriz à solução. A maior parte dos
colóides apresenta cargas negativas, mas há, igualmente colóides com carga
positiva. Entretanto, a solução em seu conjunto é sempre neutra, porque as cargas
das partículas são compensadas por uma quantidade correspondente de cargas
opostas ao sistema. A carga das partículas depende do processo de preparação do
colóide. Sinal da carga de alguns colóides pode ser invertido pela adição de certos
eletrólitos.
Precipitador Cotrell
É usado no controle da poluição do ar, eliminando fumaça e poeira prejudiciais à
saúde. É usado também na recuperação de materiais finamente divididos que se
perderiam na atmosfera sob a forma de poeira, um aerossol.
4 - Preparação de colóides
Processos de condensação
Consiste na formação de colóides por condensação de íons e pequenas moléculas.
São processos físicos ou reações químicas que geram substâncias insolúveis. Os
principais processos são os que utilizam reações. Há quatro tipos de reações
principais:
a) Redox
Ex: 2H2S + SO2  3S(col) + 2H2O2
b) Hidrólise de sais
Ex: Fe+3 + 3H2O Fe(OH)3 (col) + 3H+
c) Reações de decomposição
Ex: Na2S2O3 + H2SO4  Na2SO4 + SO2 + H2O + S(col)
d) Reações de combinação de íons
Ex: MnSO4 + Ba(SCN)2  BaSO4 + Mn(SCN)2(col)
Processos de dispersão
Existem quatro processos de dispersão: moagem ou pulverização
mecânicas, irradiação com ondas ultra-sônicas, método do arco elétrico e
métodos químicos (reações de peptização-dispersão de precipitado, com
formação de uma solução coloidal, pela ação de substâncias estranhas). Os
processos de dispersão consistem em desintegração de partículas
grosseiras em partículas de dimensões coloidais.
5 - Adsorção
Muitas propriedades dos colóides são devido à grande superfície de contato das
partículas. A divisão de uma massa de uma substância até o tamanho de um
colóide aumenta muito a superfície total. Com essa grande superfície, o número de
átomos, moléculas ou íons na superfície do colóide também grande. Na superfície
de um colóide não há a total saturação das forças em torno da superfície,
explicando a atração que pode ocorrer com as substâncias do meio. Essa
propriedade dos colóides é adsorção e devido à grande superfície, as propriedades
adsortivas são bastante pronunciada.
6 - Destruição de colóides- coagulação
Chama-se floculação ou coagulação a destruição de um sol pela ação de fatores
externos. As partículas aumentam de tamanho, o sistema torna-se turvo e a fase
dispersa tende a precipitar .
A floculação de um sol pode ser ocasionada por meio de tratamento mecânico,
aquecimento ou esfriamento, eletrólise, irradiações diversa e adição de eletrólitos.
A floculação por efeito de vigorosa agitação verifica-se no caso de alguns sóis de
hidróxido de ferro (III), mas o mecanismo da floculação mecânica é algo obscuro.
Também a ação floculante das ondas ultra-sônicas em relação aos sistemas de
menor grau de dispersão pode ser classificada como floculação mecânica. Alguns
sóis são muito sensíveis ao aquecimento e ao esfriamento. A elevação da
temperatura aumenta a energia cinética dos íons e, assim, faz diminuir a
intensidade da adsorção e a carga das partículas. O esfriamento provoca a
floculação de certos colóides por efeito de um enfraquecimento do movimento
browniamo. Os colóides liófobos são precipitáveis por eletrólise. A ação da corrente
depende da sua intensidade e da quantidade de eletrólito presente. A irradiação
com diferentes espécies de energia é outro meio de influir sobre a estabilidade dos
sóis. A floculação pode ser ocasionada por irradiações prolongadas com feixes de
elétrons, raios- x e luz ultravioleta. A luz solar é menos ativa. A estabilidade dos
sóis é afetada pela ionização e outras modificações químicas produzidas pelas
radiações de curto comprimento de onda.
Coagulação mútua de colóides
Colóides de cargas elétricas contrárias coagulam-se pela neutralização de suas
cargas.
Coagulação pela ação de eletrólitos
O efeito da adição de eletrólitos consiste em diminuir a espessura da camada
irônica difusa ou o potencial eletrocinético. Esse efeito facilita a coalescência das
partículas. A presença de traços de eletrólitos é essencial à estabilidade dos sóis
liófobos .Quantidades maiores provocam a agregação das partículas e a formação
de precipitado visível.
7 - Colóide protetor
A ação protetora do sol hidrófilo se verifica quando sua carga é de igual sinal à das
partículas hidrófobas ou quando aquele, tendo carga de sinal oposto, é adicionado
em quantidade relativamente grande. Na maior parte dos casos, o colóide protetor
forma camadas monomoleculares sobre as partículas hidrófobas. Um dos colóides
protetores mais usados é a gelatina .São, também, muito eficientes diversos
produtos sintéticos altamente polimerizados.
8 - Efeito Tyndall
Dispersão de um raio luminoso a medida que ele passa através da mistura. Para
ocorrer o efeito Tyndall é necessário que as partículas sejam da ordem de grandeza
do comprimento de onda da luz. É uma propriedade importante dos colóides.
9 - Agente emulsificante
Podem ser classificados em três categorias: o grupo mais importante é o dos
sabões e detergentes. Estes emulsificantes se caracterizam por possuir um longo
radical lipófilo e um grupo polar. Os emulsificantes ocasionam uma diminuição da
tensão interfacial óleo-água. A ação detergente do sabão é atribuída à propriedade
de emulsificar as gorduras. A parte lipófila da molécula do sabão tem afinidade pelo
óleo, ao passo que a cabeça polar apresenta afinidade pela água. As partes lipófilas
ficam imersas nas partículas de óleo, enquanto as cabeças polares apontam para
fora entrando em contato com a água. Na ausência de um emulsificante as
partículas coalesceriam virtude da tensão superficial, que tende a diminuir a
superfície total. Entretanto, as partículas de óleo com moléculas de sabão não
coalescem, porque, eletricamente carregadas pelos grupos carboxílicos ionizados
das moléculas de sabão se repelem mutuamente. Daí a estabilidade da emulsão.
O segundo grupo de agentes emulsificantes é formado por substâncias de natureza
liófila, tais como as proteínas, o agar e as e as pectinas.
No terceiro grupo, entram sólidos finamente pulverizados, facilmente molháveis por
um dos líquidos, como é o caso de algumas argilas, os sulfatos básicos de ferro,
níquel e cobre. O líquido em que o sólido é mais molhável dá a fase dispersa. As
gotículas se envolvem de uma camada de partículas de sólido e são impedidos de
coalescer.
II - Objetivos
1 - Eletroforese
• Verificar a carga do sol de As2S3
1.2 - Precipitador de Cotrell
• Separar a fase dispersa da fumaça (colóide sólido em gás) e observá-la
2 - Preparação de colóides
2.1 Processos de condensação
• Preparar os sóis de As2S3 e Fe(OH)3
• Verificar o efeito Tyndall no As2S3
• Obter um gel acetato de cálcio
2.2 - Processos de dispersão
• Analisar a influência de um agente emulsificante numa mistura de água e
óleo
3 - Adsorção
• Verificar a propriedade de adsorção e relacioná-la com o tamanho das
partículas adsorventes
4 - Destruição de colóides - Coagulação
4.1 Coagulação mútua de colóides
• Verificar a coagulação pela mistura de colóides de cargas opostas
4.2 Coagulação por ação de eletrólitos
• Verificar a coagulação por adição de eletrólitos
• Analisar a influência da valência do eletrólito na coagulação
5 - Colóide protetor
5.1 Prata coloidal
• Verificar a ação protetora da gelatina em relação à prata
5.2 AgBr coloidal
• Verificar a ação protetora da gelatina em relação ao AgBr
III - Parte experimental
1 - Eletroforese
Num tubo em U coloca-se uma dispersão coloidal de sulfeto de arsênio(III). Em
cada extremidade do tubo introduz-se um eletrodo de grafite e liga-se a corrente
elétrica.
1.2 Precipitador Cotrell
Coloca-se um cigarro aceso em uma das saídas do precipitador, e na outra saída
ligada-se a trompa d'água. Deixa-se acumular fumaça dentro do Cotrell durante
algum tempo e dá-se uma descarga elétrica.
2 - Preparação de colóides
2.1 Processos de condensação
a) Fe(OH)3 coloidal
Adicionam-se quatro gotas de uma solução saturada de FeCl3 a um tubo de ensaio
com 3ml de água quente. Faz-se o mesmo com água à temperatura ambiente.
As2S3 coloidal
Adicionam-se 4mL de solução saturada de As2O3 aquecida a um tubo de ensaio,
onde se faz passar uma corrente de gás sulfídrico, obtido num aparelho Kipp
contendo uma solução de HCl e pirita.
O tubo de ensaio com o produto resultante é colocado em uma caixa escura onde
faz-se passar feixe de laser pela solução obtida
Gel
Coloca-se em um tubo de ensaio 2mL de solução saturada de acetato de cálcio e
2mL de álcool absoluto. Mistura-se lentamente com um bastão de vidro. Coloca-se
o produto resultante em uma tela de amianto sobre um bico e Bunsen ligado.
2.2 Processos de dispersão
a)Coloca-se em um tubo de ensaio, 2mL de água e três gotas de óleo vegetal.
Agita-se.
b)Coloca-se em um tubo de ensaio, 3 gotas de óleo vegetal, 2mL de água destilada
e 4 gotas de detergente. Agita-se e compara-se com o item anterior.

3 - Adsorção
a)Coloca-se em dois tubos de centrífuga 2 mL de água e gotas de azul de metileno.
Coloca-se em um pouco de carvão ativo e no outro um pedaço de carvão,
aquecendo em seguida em banho-maria. Os tubos são centrifugados.
4 - Destruição de colóides
4.1 Coagulação mútua de colóides
Mistura-se 0,5 mL de sol de Fe(OH)3 com 0,5 mL de As2S3.
4.2 Coagulação pela ação de eletrólitos
Realizam-se simultaneamente 3 ensaios:
Mistura de1 mL de sol As2S3 com duas gotas de NaCl 1 M.
Mistura de1 mL de sol As2S3 com duas gotas de MgCl2 1 M
Mistura de1 mL de sol As2S3 com duas gotas de AlCl3 1 M
5 - Colóide protetor
5.1 Prata coloidal
Simultaneamente dois ensaios são realizados
Mistura de 2 mL de água destilada com 3 gotas de solução de AgNO3 0,1 M e 3
gotas de solução aquosa de NH3. São adicionadas 5 gotas de formol e o sistema é
aquecido em banho-maria.
Mistura de 4 mL de dispersão de gelatina a 1% com 3 gotas de solução de AgNO3
0,1 M e 3 gotas de solução aquosa de NH3. São adicionadas 5 gotas de formol e o
sistema é aquecido em banho-maria.
5.2 AgBr coloidal
Simultaneamente foram feitos os dois ensaios:
Mistura de 1 mL de água destilada com 3 gotas de solução de KBr 0,1 M. São
adicionadas 4 gotas de solução de AgNO3 0,1 M e o sistema é agitado.
Mistura de 1 mL de dispersão de gelatina a 1% com 3 gotas de solução de KBr 0,1
M e 4 gotas de solução de AgNO3 0,1 M e o sistema é agitado.

IV - Resultado e discussão
1 - Eletroforese
O sol de sulfeto de arsênio III (As2S3) migra para o eletrodo positivo, verificado
pela coloração amarela mais intensa no eletrodo positivo e pela coloração
praticamente incolor no eletrodo negativo. Desse modo, o sol analisado só pode ter
carga negativa: sua coloração mais intensa no eletrodo positivo é devido à atração
do eletrodo positivo pela carga negativa do sol e a coloração praticamente incolor
no eletrodo negativo causado pelas forças de repulsão entre cargas negativas.
1.2 - Precipitador de Cotrell
Com esse equipamento obtém-se partículas pretas a partir da fumaça do cigarro.
Como a fumaça é um colóide onde a fase dispersa é um sólido e o meio de
dispersão é um gás, há muitas partículas sólidas dispersas que através do
precipitador de Cotrell são precipitadas. A alta voltagem faz com que as partículas
adqüiram carga e migrem para um dos eletrodos (o de carga oposta), causando a
precipitação. Esse procedimento é necessário pois nesse tipo de colóide a fase
dispersa não tem carga.
2 - Preparação de colóides
2.1 Processos de condensação
Fe(OH)3 coloidal
O Fe(OH)3 é preparado através de uma reação química e portanto pelo processo de
dispersão. Essa reação foi a de hidrólise do íon Fe3+, descrita abaixo em sua forma
molecular.
Fe3+ + 3H2O ® Fe(OH)3 + 3H+
A formação do colóide só ocorre com água quente e é verificada pela coloração
castanha. Para efeito de comparação utilizou-se água fria ao invés de água quente,
resultando em uma solução amarelada que nada mais é que a cor de uma solução
do íon Fe+3. Pôde-se verificar então que a reação realmente só ocorre à quente e
que a cor amarela indica que não houve reação ao contrário da cor castanha que
indica a formação do colóide.
As2S3 coloidal
O colóide de As2S3 também foi preparado através de uma reação química de
As2O3 com H2S por combinação de íons. O ácido sulfídrico é obtido pela reação de
pirita (FeS2) com ácido clorídrico. As reações estão descritas abaixo:
As2O3 + 3 H2O ® 2 H3AsO3
2 H3AsO3 + 3 H2S ® As2S3 + 6 H2O
A formação do colóide é observada pela mudança de cor da solução de incolor
(As2O3) para amarelo (As2S3). Além disso, passando-se um feixe de laser pelo
produto amarelo obtido vê-se o caminho percorrido pela luz, indicando-se tratar de
um colóide (Efeito Tyndall).
Gel
Misturando-se solução saturada de acetato de cálcio com álcool forma-se
inicialmente um alcoosol de cor branca. Esse alcoosol é formado porque e acetato
de cálcio é muito pouco solúvel em meio hidroalcoólico, precipitando sob a forma de
colóide. Aos poucos esse álcool vai evaporando, ficando mais consistente e
transformando-se em um semi-sólido branco, o alcoogel. Quando esse alcoogel é
colocado sobre a tela de amianto e queimado resta apenas um resíduo sólido da
fase dispersa, tendo-se destruído o colóide. Esse resíduo é chamado de gel.
2.2 - Processos de dispersão
Ao misturar-se água e óleo vegetal verifica-se que inicialmente o óleo se
dispersa em água, mas depois se separam já que essa mistura é instável
uma vez suas polaridades são muito diferentes : a água é muito polar e o
óleo muito apolar e portanto não se misturam. Inicialmente o óleo se
dispersa em água, mas depois se separam já que essa mistura é instável.
Quando adiciona-se sabão à água e óleo forma-se uma emulsão : dispersão de
líqüido em líqüido, devido à ação emulsificante do sabão, diminuindo a
tensão superficial. Essa diminuição na tensão superficial faz com que a
emulsão não se destrua, já que essa tensão tende a diminuir a superfície
total. O sabão por ter uma longa cadeia apolar consegue solubilizar o óleo e
por ter uma cabeça polar é solúvel em água, sendo assim a emulsão
formada bem estável.
3 - Adsorção
Após a centrifugação verifica-se que no tubo de centrífuga com carvão ativo o
líqüido sobrenadante fica incolor enquanto que o com carvão comum continua azul.
Essa diferença pode ser justificada pela propriedade de adsorção: o carvão ativo
por estar mais finamente dividido que o carvão comum tem uma superfície maior e
portanto uma capacidade muito maior de adsorver o azul de metileno, retirando-o
portanto da solução.
4 - Destruição de colóides - Coagulação
4.1 Coagulação mútua de colóides
Observa-se a coagulação já que os colóides tem carga contrária e se destroem
devido à interação elétrica dos íons integrantes das duplas camadas dos sóis. O
As2S3 tem carga negativa e o de Fe(OH)3 tem carga positiva.
4.2 Coagulação por ação de eletrólitos
Verifica-se que neste caso quanto maior a valência do cátion maior a velocidade
coagulação maior o efeito coagulante. Desse modo a Al3+ é mais rápido que o
Mg2+ que por sua vez é mais rápido que o Na+. O íon efetivo para a coagulação de
um colóide é sempre o de carga contrária à carga do colóide e quanto maior a
carga do íon maior o poder coagulante. Essa afirmação está justificada pela tabela
abaixo, sendo o valor de coagulação a concentração mínima para ocorrer a
coagulação.

Eletrólito Valência Valor de coagulação


(mmol/L)
Na+ +1 51
Mg+2 +2 0,81
Al3+ +3 0,093
A tabela acima confirma os resultados obtidos : se uma concentração menor de
Al3+ é necessária logicamente maior será o seu efeito coagulante se sua
concentração for igual à dos outros cátions.
5 - Colóide protetor
5.1 Prata coloidal
Sem a adição de gelatina (um colóide) há formação de prata metálica já que
ocorre uma reação de redox, já que o formol reduz o íon prata em meio
amoniacal e aquecimento. Essa reação está descrita à seguir:
Ag+ + 2NH3 ® Ag(NH3)2+
HCHO + 2Ag(NH3)2+ + 3OH-® 2 Ag + HCOO- + 4 NH3 + 2 H2O
Essa reação também é conhecida como Teste de Tollens
b) Com a adição de gelatina, ela age como colóide protetor, evitando a formação de
precipitado de prata metálica, que fica sob a forma de colóide devido à proteção da
gelatina.
5.2 AgBr coloidal
Sem a adição de gelatina há uma reação comum de precipitação, com formação
de AgBr, precipitado branco que se obtém:
Ag+ + Br- ® AgBr(s)
b) Com a adição de gelatina, ela age com colóide protetor, protegendo o AgBr
formado e evitando sua precipitação : o AgBr fica na forma coloidal.
V - Conclusões
1 - Eletroforese
O As2S3 possui carga negativa.
1.2 - Precipitador de Cotrell
A fumaça de cigarro realmente é um colóide de sólido em gás uma vez que pôde-se
constatar a presença de partículas sólidas na fumaça do cigarro.
2 - Preparação de colóides
2.1 Processos de condensação
Obtiveram-se os sóis de Fe(OH)3 e As2S3. O primeiro foi caracterizado pela sua
coloração em relação ao ensaio feito à frio e o segundo pela coloração amarela e
pela visualização do caminho percorrido pela luz.. Além disso obteve-se o gel de
acetato de cálcio destruindo-se por evaporação do solvente o colóide formado.
2.2 - Processos de dispersão
O sabão atua como emulsificante provocando a mistura de óleo a água através da
formação de uma emulsão estável.
3 - Adsorção
Quanto mais finamente dividido o material maior a sua superfície de contato de
conseqüentemente maior sua capacidade de adsorção.
4 - Destruição de colóides - Coagulação
4.1 Coagulação mútua de colóides
A mistura de dois colóides de cargas opostas pode ocasionar (nas quantidades
ideais) a coagulação de ambos devido à fortes interações elétricas.
4.2 Coagulação por ação de eletrólitos
A adição de eletrólitos pode provocar (na quantidade ideal) a coagulação de
eletrólitos e quanto maior a valência do eletrólito maior esse efeito.
5 - Colóide protetor
5.1 Prata coloidal
A gelatina protege a prata formada e evita sua precipitação, deixando-a na forma
de colóide.
5.2 AgBr coloidal
A gelatina protege o brometo de prata formado e evita sua precipitação, deixando-o
na forma de colóide.

CONCLUSÃO

colóides , ou sistemas coloidais, são, na verdade misturas heterogêneas em que o


diâmetro médio das partículas do disperso se encontra na faixa de 10 a 1000
ângstrons. Solução é toda mistura homogênea de duas ou mais substâncias. Sistemas
coloidais são misturas instáveis de duas fases imiscíveis (fase dispersa e meio de
dispersão). A fase dispersas são as partículas coloidais e o meio de dispersão é a
fase em que as partículas se distribuem formando o sistema coloidal.

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