O artigo discute o aumento da taxa de suicídio entre jovens brasileiros e como famílias e escolas contribuem para a pressão excessiva, ansiedade e medo de fracasso nas crianças e adolescentes. A pressão por alto desempenho escolar, competições acirradas, bullying, agendas lotadas e erotização precoce podem ser explosivos para a saúde mental dos mais jovens. É preciso ensinar as crianças a lidar com emoções e que a escola pode ser estressante, em vez de pressioná-las ainda mais
O artigo discute o aumento da taxa de suicídio entre jovens brasileiros e como famílias e escolas contribuem para a pressão excessiva, ansiedade e medo de fracasso nas crianças e adolescentes. A pressão por alto desempenho escolar, competições acirradas, bullying, agendas lotadas e erotização precoce podem ser explosivos para a saúde mental dos mais jovens. É preciso ensinar as crianças a lidar com emoções e que a escola pode ser estressante, em vez de pressioná-las ainda mais
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Publicado no caderno Cotidiano da Folha de S. Paulo em 08/03/2016.
O artigo discute o aumento da taxa de suicídio entre jovens brasileiros e como famílias e escolas contribuem para a pressão excessiva, ansiedade e medo de fracasso nas crianças e adolescentes. A pressão por alto desempenho escolar, competições acirradas, bullying, agendas lotadas e erotização precoce podem ser explosivos para a saúde mental dos mais jovens. É preciso ensinar as crianças a lidar com emoções e que a escola pode ser estressante, em vez de pressioná-las ainda mais
O artigo discute o aumento da taxa de suicídio entre jovens brasileiros e como famílias e escolas contribuem para a pressão excessiva, ansiedade e medo de fracasso nas crianças e adolescentes. A pressão por alto desempenho escolar, competições acirradas, bullying, agendas lotadas e erotização precoce podem ser explosivos para a saúde mental dos mais jovens. É preciso ensinar as crianças a lidar com emoções e que a escola pode ser estressante, em vez de pressioná-las ainda mais
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Folha de S.
Paulo, 08/03/2016
A sade mental de nossos jovens
Por Rosely Sayo Pesquisas apontam aumento na taxa de suicdio entre os jovens brasileiros, e o fenmeno mundial. Por esse motivo, alguns pases tm se preocupado com a depresso em crianas e jovens. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo, recomendou que os mdicos devem sempre procurar sinais dessa doena nos mais novos. Sinal amarelo piscando. Precisamos pensar com ateno na sade mental de nossas crianas e de nossos jovens. Mas parece que nem as famlias e nem as escolas tm essa questo como importante: ambas so criadoras de muitas causas que podem afetar negativamente a qualidade de vida emocional de quem elas deveriam cuidar. Vamos levantar alguns pontos que podem provocar presso em demasia, ansiedade e medos de fracasso nas crianas e nos jovens. Primeiramente, a presso sobre a vida escolar. Nunca, nunca antes tivemos famlias e escolas to empenhadas em fazer com que filhos e alunos tenham alta performance escolar, o que significa, claro, boas notas, aprovao com destaque em exames e provas etc. Mas por qu? Porque, de repente, decidimos que o bom rendimento escolar da criana pr-requisito fundamental para um futuro profissional promissor. Posso assegurar-lhe que no , por dois motivos bem simples. Primeiro: bom rendimento escolar no significa, necessariamente, bom aprendizado. Segundo: estamos um pouco atrasados nessa premissa, j que, hoje, ter estudos no garante nada, absolutamente nada em termos profissionais, e no apenas em nosso pas. Agora, imagine crianas inclusive as mais novas! e jovens pressionados at o limite para que sejam bons alunos. S pode resultar em ansiedade, desnimo, receios etc. Junte a isso as acirradas competies s quais eles so submetidos, o bullying que eu reputo ausncia de adultos na tutela dos mais novos, as agendas lotadas de compromissos, as interminveis lies de casa (muitas vezes motivos para brigas entre pais e filhos), a erotizao precoce que promove busca infantil por um determinado tipo de beleza etc. Uau! Se para um adulto essa mistura j pode ser explosiva para a sanidade mental, imagine, caro leitor, para crianas e adolescentes! E o que podemos fazer? Muita coisa! Deixar de confundir cobrana com presso j pode ser um grande passo. Nossos filhos e alunos precisam ser cobrados a levar sempre adiante sua vida escolar. Mas precisamos ser
mais compreensivos quando eles no conseguem, e ajud-los no esforo
que precisam investir para aprender, em vez de pression-los mais ainda. As famlias podem e devem tambm ensinar os filhos a lidar com suas emoes. Sabe quando uma criana pequena pega algum objeto de vidro e os pais o ensinam a tomar cuidado porque frgil e ela pode quebrar, mesmo sem querer? Podemos fazer a mesma coisa com os sentimentos que ela experimenta. Posso ilustrar isso que acabei de dizer com o seguinte exemplo: quando uma criana manifesta raiva, devemos ensinla que essa emoo e suas manifestaes podem machuc-la e tambm os outros. E a escola precisa se dar conta de que o ambiente escolar pode ser e em geral neurotizante para muitas crianas! E no por falta de conhecimento que no mudamos esse panorama. Vamos cuidar da sade mental de nossas crianas e jovens tanto quanto cuidamos de sua sade fsica! ROSELY SAYO psicloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha)