Ebook X Jornada Científica CEDSA
Ebook X Jornada Científica CEDSA
Ebook X Jornada Científica CEDSA
CEDSA
EBOOK
ISBN: 978-85-61320-14-0
Organizao
Mariluce Paes-de-Souza
Jean Marcos da Silva
Letcia Nunes Nascimento Martins
ISBN: 978-85-61320-14-0
SUMRIO
A Contabilidade de Custos: O Auxlio Tomada de Deciso em Empresa de Pequeno Porte do
Ramo de Locao de Container
D. L. P. Murer; H. W. G. D. Mira; G. B. Costa; P. L. O. Neto; I. L. Braga
A Evidenciao Contbil dos Crditos de Carbono
Josiane Balestrin; Wellington Silva Porto; Jos Arilson de Souza; Robinson Francino da Costa;
Gilberto Aparecido dos Santos.
A Importncia da Transferncia do Conhecimento em Instituies Pblicas: Um Estudo na
Fundao Universidade Federal de Rondnia
Marina Castro Passos de Souza Barbosa; Wander Pereira de Souza.
A Institucionalizao da Gesto em Organizao Escolar
Alexandre Leonardo Simes Piacentini; Carlos Andr da Silva Mller; Elvino Ferreira; Marcos Tadeu
Simes Piacentini.
A Integrao Hdrica/Ambiental no Sudoeste da Amaznia: A Insero de uma Alternativa
Organizacional
Marclio Lima de Oliveira; Adailton de Sousa Galvo.
A Lei 11.645/08 e sua Poltica de Implementao na Rede Pblica de Ensino do Estado do Acre
Mauro Srgio Ferreira da Cruz, Elane da Silva Soares; Kelly Cristina Costa Albuquerque; Lcia de
Ftima Melo; Mark Clark Assem de Carvalho.
A Probidade Administrativa sob o Olhar do princpio da Eficincia, luz do Supremo Tribunal
Federal e Superior Tribunal de Justia - As Consequncias para o Gestor Pblico
Marcos Valderi Gonalves; Marlene Valrio dos Santos Arenas.
A Sustentabilidade, Manejo do Solo, para a Melhoria de Renda dos Cidados do Semirido
Antonio Carlos Estender; Douglas Vidal; Larissa Ananda Paiva Maciel; Georlando Almeida Rios;
Gislaine Silva.
Afeto e Pessoa Surda: A Relevncia da Inter-Relao Pedaggica
Elisngela de Carvalho Franco; Izaqueu Chaves de Oliveira.
Agronegocio: Viabilidade e Rentabilidade Econmica nos Diferentes Modos de Criao de
Bovinos de Corte na Regio de Porto Velho
Alessandro Souza Lima; Marcio Rogrio Gomes Rocha; Csar Licrio; Angelina Maria de Oliveira
Licrio.
Ampliao e Democratizao do Acesso Educao Brasileira: Uma Reviso Sistemtica
Danila Torres de Arajo Frade Nogueira; Arlete Pereira Oliveira; Emilly Ganum Areal Melo; Rosalu
Ribeiro B. Feital Nogueira.
Anlise Comparativa das Atividades Econmicas do Agronegcio do Estado de Rondnia em
Relao Regio Norte e ao Brasil no Perodo de 2002-2012
Filipe Teles Eller; Elivaldo Bandeira Diniz Jnior; Jonas Cardoso.
Anlise da Distribuio Espacial da Pobreza em Rondnia
Alex Rilie Moreira Rodrigues; Manuel Antonio Valds Borrero.
Anlise de Contedo dos Planos de Desenvolvimento Preliminar dos Arranjos Produtivos Locais
na Amaznia Ocidental e sua Classificao quanto aos Modelos de Sustentabilidade Ambiental
Eliane Alves da Silva Souza; Carlos Alberto Ramos Filho; Israel Xavier Batista; Otaclio Moreira de
Carvalho Costa.
Anlise do Volume de Capital Empregado na Criao do Tambaqui em Porto Velho
Erivaldo Arajo de Souza.
Aplicao da Matriz Swot em Organizao Pblica no Estado de Rondnia
Alexandre dos Santos Teixeira; Mariluce Paes-de-Souza; Sandra Socorro dos Santos Braz.
Aspectos Limnolgicos do Rio Machado e Igaraps na Regio de Presidente Mdici, Rondnia
Influncia da Ao Antrpica
Silmar Mendes dos Santos; Vincius Gotardi Rocha; Fernanda Bay-Hurtado; Marcia Bay; Rute
Bianchini-Pontuschka.
Competitividade e Inovao Agroflorestal Portovelhense
Rayanne Cristina Oliveira da Silva Arajo; Flvio de So Pedro Filho; Maria Berenice Alho da Costa
Tourinho; Carolina Yukari Veludo Watanabe; Irene Yoko Taguchi Sakuno.
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73
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ISBN: 978-85-61320-14-0
Construes Sustentveis: Oportunidades no Mercado Verde
Dioney C. da Silva; Ivan Carvalho de Frana; Jos Edson Miranda Lima.
Contribuies Econmicas e Ambientais da Produo de Coco Babau em Comunidades
Tradicionais na Amaznia Ocidental
Marilene Costa de Morais.
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ISBN: 978-85-61320-14-0
Geilson Gomes Santos; Andrina Guimares Silva Braga; Renato Abreu Lima.
Inteno de Uso de Ferramentas de Apoio sob tica da Teoria Utaut em uma Instituio
Pblica Rondoniense
Rayanne Cristina Oliveira da Silva Arajo; Roslia Maria Passos da Silva.
Levantamento de Carbono Armazenado no Solo nos Cultivos de Tectona Grandis, Brachiaria
Brizantha, Saccharum Ssp e Floresta Nativa na Regio do Municpio de Ariquemes RO
Eliomar Pereira Filho; Marlia Locatelli; Fernanda Bay Hurtado; Mrcia Bay.
Libras Uma Histria: Mediao entre Surdos e Ouvintes
Ariana Boaventura Pereira; Indira Stedile; Ednia Bento
Liberdade Ordenada: Uma Contribuio Teoria de Macromarketing
Theophilo Alves de Souza Filho, Mariluce Paes-de-Souza
Limites Planetrios e as Fronteiras do Desenvolvimento
Danielle dos Santos Correia; Glayce dos Santos Silva; Vernica Rocha Dias.
Lgica Econmica de Populaes Tradicionais: O Caso da Populao Ribeirinha na
Amaznia Brasileira
Isadora Camara Danin; Otaclio Moreira de Carvalho.
Macromarketing Expandido: Avaliao da Qualidade de Vida, Ambiente e Liberdade
Substantiva em Comunidade Extrativista Da Castanha-Da-Amaznia
Naila Fernanda Sbsczk Pereira Meneguetti; Mariluce Paes-de-Souza; Theophilo Alves de Souza Filho.
Mapas Cognitivos e Tomada de Deciso: Racionalidade Comunicativa na Universidade
Luciano Santos Magalhes; Mariluce Paes-de-Souza.
Modelos de Desenvolvimento Regional X Desenvolvimento Tradicional: Uma Anlise a Partir
dos Arranjos Produtivos Locais APLs Madeira e Mveis da Amaznia Ocidental
Carlos Alberto Ramos Filho; Otaclio Moreira de Carvalho; Edilson Lobo do Nascimento.
O Arranjo Produtivo Local da Piscicultura em Rondnia como Fonte de Desenvolvimento
Regional e seus Desafios
Alan Negri; Alex Rilie Moreira Rodrigues; Jos Edson Miranda Lima.
O Ph das guas do Rio Madeira: Uma Anlise a Partir de Dados Secundrios
Luan Felipe Silva de Oliveira.
O Uso da Contabilidade para Tomada de Deciso em Pequenas Empresas do Comrcio de
Vilhena RO
Vilmar Vacari; Jose Arilson de Souza; Wellington Silva Porto; Elizangela Maria Oliviera Custdio;
Gilberto Aparecido dos Santos.
O Uso da Internet nas Aulas de Lngua Portuguesa: Uma Alternativa Metodolgica
Francilen Bemfica Lacerda dos Santos; Elisandro Felix de Lima.
Os Erros na Elaborao do Termo de Referncia / Projeto Bsico e as Consequncias para a
Gesto Pblica
Gustavo Domingos Sakr Bisinoto; Robnei Roni Stefanes; Marlene Valerio dos Santos Arenas.
Parceria Pblico-Privada com Foco na Atividade Porturia Rondoniense
Felipe Pinheiro dos Santos; Paula Ribeiro Ravani; Maria Berenice Alho da Costa Tourinho.
Percepo Ambiental Preliminar: Estudo no Entorno do Cemitrio Pblico Municipal em
Guajar-Mirim/RO
Rosany Queirs De Oliveira; Sandra da Cruz G. do Esprito S. Aguiar.
Potencial Fungicida do Extrato Etanlico do Caule De Solanum Palinacanthum Dunal sobre
Candida Albicans In Vitro
Ftima Aline Queiroz de Salles Marques; Renato Abreu Lima.
Problemas e Dificuldades na Anlise de Viabilidade das Contrataes no mbito do Tribunal de
Justia do Estado de Rondnia
Andr de Arajo Neves; Enilton da Silva Santos; Marlene Valerio dos Santos Arenas.
Um Estudo do Conselho Escolar como Instrumento da Democracia nas Escolas da Rede
Municipal de Rio Branco/Acre
Elane da Silva Soares; Lcia de Ftima Melo; Victor Manoel Alab de Oliveira; Danila Torres de
Arajo Frade Nogueira.
Vantagens e Desvantagens do Prego Eletrnico Um Estudo de Caso: 21 Superintendncia
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ISBN: 978-85-61320-14-0
Regional da Polcia Rodoviria Federal
Jose Araken Cirino Filho; Jader Emilio da Silveira Lananova; Marlene Valerio dos Santos Arenas.
Variao Sazonal e Impacto Antrpico em Aspectos Sanitrios do Rio Machado e Igaraps na
Regio de Presidente Mdici, Rondnia
Vincius Gotardi Rocha; Silmar Mendes dos Santos; Fernanda Bay-Hurtado; Marcia Bay; Rute
Bianchini-Pontuschka;
1000
RESUMOS EXPANDIDOS
A Alfabetizao Ecolgica como Contribuio para um Olhar Sistmico e Multidisciplinar em
Educao Ambiental
Leandro dos Santos.
A Experincia da Implantao do Modelo Pedaggico Nacional no Senac Porto Velho: O
Diferencial da Metodologia do Desenvolvimento de Competncias para a Formao de Novos
Profissionais
Eliana Alves Da Silva Lima.
A Gesto da Informao no Servio Pblico Municipal na Amaznia
Maximiliano Barroso Bonf (Orientadora Profa. Dra. Roslia Maria Passos da Silva).
Avaliao da Induo de Calos de Capsicumannuum Visando ao Estabelecimento de Suspenses
Celulares
Carolina Augusto De Souza; Milene De Castro Melo Guimares; Wanessa De Oliveira Nogueira,
Unir; Mauricio Reginaldo Alves Dos Santos.
Avaliao dos Modelos de Oramento Participativo Digital Adotados no Brasil
Denise Ton Tiussi (Orientadora: Profa. Dra. Maria Berenice Alho da Costa Tourinho)
Cadeia Produtiva da Castanha-Da-Amaznia e o Programa de Alimentao Escolar no Estado
do Amazonas
Paulo Roberto Meloni Monteiro (Orientadora Profa. Dra. Mariluce Paes-de-Souza)
Capital Social e Desenvolvimento Local: Uma Anlise Comparativa do ndice de
Empreendedorismo dos Muncipios de Presidente Mdici e Ouro Preto Do Oeste/RO
Fernando Alves da Silva (Orientador Prof. Dr. Fbio Robson Casara Cavalcante).
Caracterizao Geotcnica dos Lateritos De Porto Velho
Gabrielle Da Silva Rosa; Norton Roberto Caetano.
Comparao de Eficincia Econmica entre Mtodos de Propagao Vegetativa de Coffea
Canephora in Vitro e Campo
Carolina Augusto De Souza; Mauricio Reginaldo Alves Dos Santos; Josilene Felix Da Rocha;
Leonardo Ventura De Araujo; Marcelo Curitiba Espindula.
Compras Pblicas Sustentveis: Anlise da Contribuio de uma Instituio Federal de Ensino
Profissional e Tecnolgica de Rondnia
Joo Batista Teixeira de Aguiar (Orientadora Profa. Dra. Marlene Valrio dos Santos Arenas).
Compras Pblicas Sustentveis: Da Teoria Prtica em rgo da Administrao Indireta do
Governo do Estado do Acre
Eriton Holanda de Sousa, UNIR. (Orientadora Profa. Dra. Marlene Valrio dos Santos Arenas).
Convenes da Cadeia Produtiva do Leite em Rondnia
Letcia Nunes Nascimento Martins (Orientadora Profa. Dra. Mariluce Paes-de-Souza)
Custos e Preos da Atividade Extrativa da Castanha-da-Amaznia
Jean Marcos da Silva (Orientadora Profa. Dra. Mariluce Paes-de-Souza)
Descritores para Caracterizao de Clones de Coffea Canephora (Variedades Botnicas Conilon
E Robusta)
Carolina Augusto De Souza; Marcos Santana Moraes; Geovanni Felippe Silva; Fabricio Da Silva
Pereira; Rodrigo Barros Rocha.
Desenvolvimento Sustentvel e a Economia Verde
Diones Soares de Souza.
Externalidades: Reflexo Sobre o Desenvolvimento na Regio Amaznica
Diego Dorabiallo Oliveira.
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ISBN: 978-85-61320-14-0
Gesto da Permanncia: Uma Anlise sobre o Perfil, Permanncia e Evaso dos Discentes do
Curso de Bacharelado em Administrao Pblica da UAB/UNEMAT
Gustavo Domingos Sakr Bisinoto (Orientadora Profa. Dra. Marlene Valrio dos Santos Arenas).
Governana de Redes de Stakeholders sob Perspectiva do Desenvolvimento Regional
Sustentvel: Uma Anlise Bibliomtrica
Renato Almeida de Oliveira (Orientadora Profa. Dra. Mariluce Paes-de-Souza)
Governana Eletrnica nos Municpios de Rondnia
Joo Marcos Machado de Frana (Orientador Prof. Dr.Theophilo Alves de Souza Filho).
Identificao de Metablitos Secundrios no Extrato Etanlico das Inflorescncias de Piper
Arboreum Aubl (Piperaceae)
Pricianny Galdino De Souza; Glaura Mugrabe De O. Magalhes; Renato Abreu Lima; Carolina
Augusto De Souza; Elosa Santana Paz.
O Capital Social de Putnam na Escola Estadual Professor Joo Bento da Costa
Ricardo Alves Oliveira (Orientadora Profa. Dra. Gleimria Batista da Costa)
Padro de Crescimento de Calos Friveis de Folhas, Entren e N de Capsicum Annuum Var.
Annuum Cv. Iberaba Jalapeo
Carolina Augusto De Souza; Glaura Mugrabe De Oliveira Magalhes; Pricianny Souza;
Elosa Santana Paz; Mauricio Reginaldo Alves Dos Santos.
Planejamento em um Programa de Ps-Graduao da Universidade Federal de Rondnia: A
Planeao Estratgica e Comunicativa em um Caso Prtico
Luciano Santos Magalhes (Orientadora Profa. Dra. Mariluce Paes de Souza)
Plano Bsico Ambiental (PBA) para Construo da Usina de Santo Antnio no Rio Madeira
Fabiano Costa (Orientadora Profa. Dra. Roslia Maria Passos da Silva)
Projeto de Intercmbio Transdisciplinar em Desenvolvimento Sustentavel entre Holanda e
Brasil
Fronika Claziena Agatha De Wit; Fabiana Rodrigues Riva.
Qualidade de Vida na Amaznia: Abordagem Terica
Ernani Marques de Almeida.
Relacionamentos e Redes Interorganizacionais: Reflexo de Prticas na Amaznia
Jos Avani das Chagas Jnior.
Relacionamentos Interorganizacionais: Perspectivas e Dinmicas de Alianas em Organizaes
Alexandre Cruz de Melo Franco.
Sustentabilidade e Impactos Ambientais em Cadeias Produtivas na Amaznia
Vaneide Gomes de Souza.
Transparncia Ativa nas Prefeituras de Rondnia
Franklin Silveira Baldo (Orientadora Profa. Dra; Maria Berenice Alho Tourinho).
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COMUNICAO DE PROJETO
A Influncia das Histrias de Leituras de Professores, dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
em suas Prticas Pedaggicas
Michelly Ferreira de Mendona; Aline Andria Nicolli.
Anlise do Contedo de Alimentao e Nutrio nos Livros Didticos de Cincias do Ensino
Fundamental de Escolas do Municpio de Rio Branco-AC
Danila Torres de Arajo Frade Nogueira; Andra Dantas.
Poltica de Financiamento da Educao no Municpio de Rio Branco/Acre: Impactos na
Valorizao e Remunerao Docente
Victor Manoel Alab de Oliveira; Lcia de Ftima Melo.
Trabalho Docente e a Sade do Professor: Configuraes e Determinantes do Trabalho de
Ensinar
Cmala de Menezes Costa Moreno; Elizabeth Miranda Lima.
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1128
1131
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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1 INTRODUO
Para a sade econmica e financeira de uma empresa, o controle de custos dos itens
produzidos por ela de fundamental importncia, mas elucidar isso de forma clara aos gestores
de empresas de pequeno porte um dos desafios dos contabilistas.
Em uma eficaz mensurao dos gastos de qualquer organizao necessria uma boa
gesto da contabilidade de custos, que por sua vez evidencia onde est sendo alocados os
dispndios financeiros da entidade para a produo. Isso mostra a real situao da entidade em
relao aos seus gastos, levando a qualidade das informaes que auxiliam nas tomadas de
decises aos gestores.
Longe de seu papel primrio de apenas servir para resolver problemas de mensurao
monetria e financeira dos estoques, e do resultado da empresa, "a contabilidade de custos vem
sendo cada vez mais utilizada como ferramenta gerencial, tendo como propulsor o aumento do
nvel de complexidade das empresas" (MARTINS, 2006, p. 21). Neste sentido, surge a
aplicabilidade do estudo da contabilidade de custos como apoio na tomada de deciso na gesto
empresarial. Uma vez que o reconhecimento dos custos vital para vislumbrar se o produto
rentvel ou no rentvel com base no preo e volume de venda.
As empresas que atuam no seguimento de locao de container para coleta de resduos
slidos, na cidade de Cacoal, tm como caractersticas serem empresas familiares, onde o
conhecimento comercial sobre o ramo se torna emprico, no tendo investimento, por exemplo,
em pesquisa de mercado. Com isso nasce uma oportunidade de crescimento aos empresrios que
buscam o conhecimento de seus custos e despesas com o objetivo de evidenciar a real situao
dos gastos de seu negocio, elevando assim tais empresrios a um nvel acima de seus
concorrentes levando esses empreendedores a manipulao dos dados de sua empresa
conseguindo assim projetar e visualizar um novo cenrio para seu negocio.
Utilizando-se da contabilidade de custos, os gestores podem obter informaes que lhes
permitem avaliar o desempenho das atividades realizadas pela organizao administrada.
Informaes estas que englobam projetos e produtos, bem como a situao econmico-financeira
da empresa.
Sendo assim, podemos citar a contabilidade de custos como um instrumento de base de
mensurao para a contabilidade gerencial e gesto estratgica de custos de uma empresa, uma
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
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ISBN: 978-85-61320-14-0
vez que, a contabilidade de custo permite uma melhor anlise para tomada de deciso, devido s
informaes, no que tange a fixao de preos, melhor viso dos dispndios efetuados para
atingir metas, assim como a determinao da lucratividade real dos produtos.
Sabendo que existem diversos mtodos cientficos para determinar os custos de um
produto, nessa pesquisa ser utilizado o Custeio Varivel, especificamente a anlise
custo/volume/lucro atravs do clculo da margem de contribuio total e unitria e do ponto de
equilbrio contbil com o objetivo de identificar o grau de alavancagem atual e projetar um novo
grau mais favorvel para a empresa. A relevncia dessa pesquisa se d em razo de evidenciar a
utilidade da contabilidade de custos como apoio a tomada de deciso para empresas de pequeno
porte do ramo de locao de container para coleta de resduos slidos.
Em consonncia com o disposto acima, foi pesquisada uma empresa que atua no
seguimento de locao de container para coleta de resduos slidos, tendo como nico produto a
locao de container, a empresa se depara com uma situao pouco favorvel, onde seu
faturamento atual est abaixo do planejado pelos scios.
Este estudo buscar responder o seguinte questionamento por parte dos scios: Novos
investimentos faro com que a empresa tenha um possvel aumento em seu faturamento?
O objetivo desse trabalho evidenciar se a contabilidade de custo pode auxiliar a uma
tomada de deciso coerente, utilizando o mtodo de custeio varivel, buscando a margem de
contribuio unitria do produto e o ponto de equilbrio total em uma analise de
custo/volume/lucro evidenciando a alavancagem operacional em uma situao projetada.
A fim de atingir o objetivo geral elaboraram-se os seguintes objetivos especficos:
I - Calcular a margem de contribuio unitria;
II - Evidenciar o ponto de equilbrio contbil;
III - Realizar a anlise custo/volume/lucro evidenciando a alavancagem
operacional em uma situao projetada;
IV - Gerar informaes, com a contabilidade de custos, que auxiliem na tomada
de decises.
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2 REFERENCIAL TERICO
A contabilidade de custo vem tomando, nos ltimos anos, uma roupagem administrativa,
uma vez que o mercado globalizado tem cobrado das empresas uma complexidade maior dos
seus sistemas de gesto. Lembrando que desde sua criao a contabilidade de custo tem como
objetivo maior a mensurao de estoques. Como afirma Martins (2009, p. 23) a contabilidade
de custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na
indstria, tarefa essa que era fcil na empresa da era do mercantilismo. O autor conclui
afirmando que a contabilidade de custos tem trs finalidades distintas e harmnicas entre si,
porm as duas tarefas mais recentes, que so o controle e a deciso, no atingiram seu maior
potencial, nem mesmo conseguiram convencer os principais usurios de sua importncia no
controle e no auxilio nas tomadas de decises.
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custo/volume/lucro, que transcrevemos logo abaixo na tabela 1, com algumas adaptaes para
melhor didtica do contedo. O autor cita tambm uma empresa que comercializa um nico
produto no valor de 10,00 cada, onde possui uma venda de 100 unidades, tendo como gastos
variveis 3,00 por unidade e 200,00 de gastos fixos, logo em seguida ele cria uma espcie de
DRE simplificada do problema em questo, com uma simulao de variao de quantidades de
produtos vendidos. Segue abaixo a simulao:
Receita
BASE
50
BASE
100
BASE
150
Total
Unitrio
Total
Unitrio
Total
Unitrio
500,00
10,00
1.000,00
10,00
1.500,00
10,00
200,00
4,00
200,00
2,00
200,00
1,33
150,00
3,00
300,00
3,00
450,00
3,00
150,00
3,00
500,00
5,00
850,00
5,67
(=) Resultado
Esse exemplo mostra que quando h uma baixa na quantidade vendida o custo varivel
cai proporcionalmente quantidade vendida, do mesmo modo acontece quando ocorre o
aumento dos produtos vendidos, no entanto podemos observar que o custo fixo se torna varivel
em relao ao seu preo unitrio na medida em que aumenta ou diminui o volume de produtos
vendidos. Por sua vez o custo varivel quando observado de forma unitria se torna fixo.
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despesas [...], [...] fornecendo a margem de contribuio funcionando como uma ferramenta
importante para fins gerenciais.
O mtodo de custeio varivel no busca dar um valor global de um determinado produto,
mas determina a contribuio que cada produto produzido agrega para a cadeia geral de
produo. Segundo Stark (2007, p. 167) existe uma estrutura lgica para atingir esse resultado
que segue descrita abaixo:
a)
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fabricao ou venda necessria para o confronto com os gastos totais a empresa neste ponto no
alcanar lucro nem prejuzo. A importncia da informao do ponto de equilbrio da empresa
esta pautado na indicao do nvel mnimo de produo ou venda que a empresa deve operar
(PADOVEZE, 2007, p. 366). O clculo do ponto de equilbrio contbil pode auxiliar a empresa
na definio de metas de vendas e de produo em quantidades e em valores monetrios.
Definindo de forma sintetizada Martins (2006, p.257) descreve o ponto de equilbrio
como sendo a conjugao dos custos e despesas totais, ou seja, todos os gastos do
empreendimento, com as receitas totais. A explicao de Martins fica de fcil visualizao a
partir da figura 1 apresentada abaixo:
Figura 1. Reproduo grfica do Ponto de Equilbrio
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PEC un. =
custos fixos $
Margem de Contribuio unitria ($)
PEC un. =
custos fixos $
Margem de Contribuio (em %)
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2.3 ALAVANCAGEM
O conceito de alavancagem, segundo Bruni, (2010, p. 77) assemelhasse ao conceito fsico
de fora alavanca, onde uma pequena fora exercida de um lado de uma grande alavanca,
dependendo do ponto de apoio, pode gerar uma fora proporcionalmente maior do outro lado da
alavanca, trazendo para o campo dos negcios, seria dizer que uma pequena variao nas vendas
de um determinado produto pode aumentar significativamente a margem de lucro operacional
como um todo. Essa fora pode ser medita por grau de alavancagem apresentando um efeito
multiplicador da variao percentual das vendas em relao ao lucro.
Bruni, (2010, p. 80) em sua obra defende trs tipos de graus de alavancagem sendo que o
Grau de Alavancagem Operacional () o efeito multiplicador da variao percentual do lucro
operacional prprio sobre as vendas, sendo entendido pela formula variao em percentual do
LAJIR (Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda.) dividido pela variao em percentual das
vendas. J o Grau de Alavancagem Financeiro (GAf) entendido como sendo o efeito
multiplicador da variao percentual do lucro operacional sobre o lucro operacional prprio,
sendo representado pela formula variao em percentual do LAIR dividido pela variao em
percentual do lucro operacional prprio. E por ultimo, mas no menos importante o Grau de
Alavancagem Combinada (GAc) que apresenta o efeito multiplicador da variao percentual do
lucro operacional sobre as vendas, tendo como formula a variao em percentual do LAIR divido
pela variao em percentual das vendas. Na pesquisa em questo vamos utilizar do Grau de
Alavancagem operacional, uma vez que o mesmo tem o cunho mais gerencial.
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3 METODOLOGIA
Para a classificao dessa pesquisa ser adotada a taxionomia da autora Vergara (2010, p.
41) que propem dois critrios bsicos para classificao de pesquisa cientfica sendo o primeiro
quanto aos fins e o segundo quanto aos meios.
Em relao ao primeiro critrio de classificao dado pela autora, quanto aos fins essa
pesquisa pode ser classificada como exploratria, devido inexistncia de trabalhos na regio de
Cacoal RO, sobre a aplicao e utilizao da contabilidade de custos como ferramenta no
auxilio a tomada de deciso em empresa de pequeno porte do ramo de locao de container para
coleta de resduos.
Quanto aos meios a pesquisa classifica-se como bibliogrfica e documental. Bibliogrfica
porque se vale de matrias e mtodos j existentes e elaborados por outros autores e documental
devido utilizao de documentos da empresa.
A pesquisa foi realizada em uma empresa especializada no ramo de locao de container
para coleta de resduos slidos, a empresa faz parte de um pequeno grupo de empresrios
dispostos a prestar esse tipo de servio de utilidade publica no municpio de Cacoal, Rondnia,
uma vez que so apenas trs empresas que atua nesse ramo no municpio, sendo que apenas duas
trabalham de forma legalizada, esta enquadrada no regime jurdico-tributrio unificado, o
simples nacional. No dispe de estrutura administrativa, efetuando apenas um controle por
planilha eletrnica de clculo, e no utiliza do potencial informacional obtido a partir da
contabilidade de custos, calculando seus custos de maneira emprica e formando preo de venda
de acordo com o mercado sem saber se o produto oferece uma satisfatria rentabilidade para a
empresa.
O objeto de estudo dessa pesquisa o servio prestado pela empresa em sua totalidade.
Foram calculados todos os gastos fixos e variveis para obteno da margem de contribuio,
ponto de equilbrio contbil do servio prestado.
No que se refere aos dados bibliogrficos esta pesquisa utilizou contedos de livros e
artigos cientficos, assim como sites oficiais. Para a pesquisa documental e exploratria foram
obtidas informaes a partir de planilhas de controle. Tendo como coleta de dados primaria
observao direta e entrevista com gestores da empresa e colaboradores e como fonte secundria
foi utilizados Livros; Artigos; Sites; e Planilhas de Controle da Empresa Pesquisada.
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
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CUSTO VARIAVEL
CUSTO FIXO
CUSTO
TIPO
DE
JAN.
FEV.
MAR.
ABR.
MAI.
JUN.
JUL.
CAAMBAS
970,00
150,00
75,50
CAMINHO
1.926,39
2.196,96
669,33
50,00
832,00
145,00
ESCRITORIO
2.379,98
1.097,98
1.927,68
2.364,54
1.867,73
1.241,15
1.078,96
M-O-D
1.019,08
959,28
1.448,56
1.000,00
1.119,28
1.000,00
1.000,00
SUB-TOTAL
6.295,45
4.254,22
3.376,24
4.033,87
3.187,01
3.073,15
2.299,46
COMBUSTIVEL
920,00
830,00
985,00
1.145,00
1.025,00
1.100,00
1.250,00
104,00
88,00
105,50
84,00
147,00
SUB-TOTAL
1.008,00
830,00
1.089,00
1.233,00
1.130,50
1.184,00
1.397,00
7.303,45
5.084,22
4.465,24
5.266,87
4.317,51
4.257,15
3.696,46
DESPESA
TOTAL POR MS
TOTAL GERAL
34.390,90
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Tabela 3. Gastos totais e unitrios, organizados por ms e tipo de custo se varivel ou fixo.
Perodo
Total
Fixo
Unitria
Custo Total
Janeiro
11,72
1.008,00
73,20
6.295,45
7.303,45
Fevereiro
13,61
830,00
69,74
4.254,22
5.084,22
Maro
10,37
1.089,00
32,15
3.376,24
4.465,24
Abril
13,26
1.233,00
43,37
4.033,87
5.266,87
Maio
10,98
1.130,50
30,94
3.187,01
4.317,51
Junho
12,33
1.184,00
32,01
3.073,15
4.257,15
Julho
12,36
1.397,00
20,35
2.299,46
3.696,46
Total / Mdia
11,98
7.871,50
40,36
26.519,40
34.390,90
Foi evidenciado os gastos da empresa organizados por ms e tipo de despesa, assim como
sua separao em custos variveis e fixos, no entanto faz-se tambm necessrio a apresentao
do faturamento da empresa pesquisada, uma vez que sem ele ficaria impossvel de efetuar a
analise custo/volume/lucro assim como as demais analises e projees, expostas na tabela 4.
VALOR
JANEIRO
R$ 5.665,00
FEVEREIRO
R$ 4.410,00
MARO
R$ 7.595,00
ABRIL
R$ 6.775,00
MAIO
R$ 7.555,00
JUNHO
R$ 7.130,00
JULHO
R$ 8.640,00
TOTAL
R$ 48.200,97
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Agora identificado o valor do custo varivel unitrio do produto e seu respectivo preo de
venda, pode utilizar-se o mtodo citado no referencial terico para calcular a margem de
contribuio unitria do produto. Na tabela 5 apresentada abaixo traz o preo de venda mdio no
valor de 73,37 (setenta e trs reais e trinta e sete centavos) e o custo varivel mdio no valor de
11,98 (onze reais e noventa e oito centavos) levando a um resultado da margem de contribuio
unitria igual a 61,38 (sessenta e um reais e trinta e oito centavos) por unidade vendida.
Tabela 5. Clculo da margem de contribuio.
Valor de Venda
Produto nico
Custo Varivel
73,37
11,98
61,38
Tambm foi possvel fazer a anlise do ponto de equilbrio, veja logo abaixo na tabela 6
como ficou a apresentao dos dados. Nota-se que a empresa devera vender em quantidades 432
(quatrocentas e trinta e duas) unidades para que possa atingir o seu ponto de equilbrio, outra
forma de apresentar a mesma situao dizendo que a empresa devera alcanar um faturamento
de R$ 31.695,05 (trinta e um mil seiscentos e noventa e cinco mil reais e cinco centavos) no
perodo que compreende sete meses de faturamento.
Valor / Quantidade
73,37
Quantidade Vendida
657
Custo fixo
26.519,40
11,98
432
31.695,05
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produtos vendidos partindo do ponto 0 (zero) a 1000 (mil) unidades vendidas e y representando
o valor monetrio. Na figura 2, como mostra o grfico abaixo, pode-se observar que a linha da
receita de venda cruza a linha de custo total exatamente quando a quantidade de produtos
vendidos atinge 432 (quatrocentos e trinta e dois) e o valor monetrio encontra-se em 31.695,05
(trinta e um mil seiscentos noventa e cinco reais e cinqenta centavos) nesse ponto podemos
dizer que a empresa no auferiu lucro nem teve prejuzo.
Figura 2. Evoluo do faturamento da empresa
Assim conclui-se a primeira etapa da analise, neste ponto temos informaes preciosas
para qualquer empresa, uma vez que de fundamental importncia saber exatamente o que se
gasta e como se gasta para obter o objetivo da entidade, que em sua maioria gerar riqueza, foi
possvel evidenciar que caso a empresa no venda uma quantidade X de seu produto ela pode ter
prejuzo. Tambm se pode observar que a partir de um determinado ponto a empresa consegue
pagar todos os seus custos fixos, ficando somente os custos variveis para cada unidade a mais
de produto vendido, isso podemos dizer que a lucratividade de cada produto vendido a mais do
ponto de equilbrio traz, de certa forma, um lucro maior para a empresa, devido aos custos
fixos j terem sido quitados.
A empresa atualmente tem 44 (quarenta e quatro) containers para locao e atinge sua
capacidade mxima em mdia de 3,12 containers alugados por dia, entre os fatores que levaram a
esse calculo foram a quantidade limitada de containers e o fato do equipamento principal, nesse
caso o caminho que coleta os containers, ser antigo, conseqentemente no suportando a troca
acima da mdia de 4 (quatro) containers por dia.
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
23
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Situao Atual
Situao do Mercado
Situao Suportada
Simplificado
Quantidade
657
Quantidade
840
Quantidade
1470
01/01/2013 31/07/2013
Total
Unitrio Total
Unitrio
Total
Unitrio
Receita
48.201,00
34.390,26
Apurado no perodo de
73,37
61.626,85
73,37
36.582,60
107.846,99
73,37
44.130,00
26.519,40
40,36
26.519,40
31,57
26.519,40 18,04
7.870,86
11,98
10.063,20
11,98
17.610,60 11,98
13.810,74
21,02
25.044,25
29,81
63.716,99
43,34
Situao do Mercado
Situao Suportada
28%
124%
81%
361%
2,92
2,92
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setenta e quatro centavos) que se dividido por sete, a quantidade de meses analisados, chegaria
ao lucro mensal de menos de 2.000,00 (dois mil reais) por ms.
Tendo um gasto fixo total no valor de 26.519,40 e unitrio de 40,36 por unidade e um
custo varivel por produto de 11,98, totalizando um custo unitrio de 52,34. Isso mostra que a
empresa na Situao Atual encontra-se com um custo fixo elevado, j que o mesmo representa
77% do custo total do produto. J na situao do Mercado, que a quantidade de locaes que o
mercado absorver, tem-se uma lucratividade que passa os patamares de 3.500,00 (trs mil e
quinhentos reais) por ms. Passando essas informaes para a analise de custo temos uma
variao da receita que aumentou 28%, gerando um aumento na Variao do Lucro Operacional
em 81%, levando a um Grau de Alavancagem Operacional de 2,92 indicando que cada ponto
percentual da variao das locaes estar associado a 2,92 pontos percentuais de variao no
lucro operacional. Na situao suportada, onde a empresa atinge a capacidade mxima de
locaes com os novos equipamentos projetados, a Variao da Receita esta em 124% em
relao Situao Atual e a Variao do Lucro Operacional que esta em 361% em relao
Situao Atual, resultando em um Grau de Alavancagem Operacional igual o da Situao do
Mercado, isso mostra que o clculo do Grau de Variao do Lucro Operacional esta correto.
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5 CONCLUSES
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REFERNCIAS
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1 INTRODUO
Um estudo feito por cientistas mostrou vrias consequncias originadas da explorao
desenfreada dos recursos ambientais existentes no planeta, dentre elas destacam-se algumas, que
so: a perda da biodiversidade da fauna e flora, as mudanas no regime de chuvas, o
derretimento das geleiras e das calotas polares, a desertificao e a perda de reas agriculturveis
etc. (COELHO et al., 2008)
No decorrer das ltimas dcadas, a grande questo a cerca das mudanas climticas e do
aquecimento global vem sendo discutida mundialmente. Em funo disto, em 1997 instituiu-se
no Japo um tratado internacional denominado Protocolo de Quioto. Ganhou esse nome, pois foi
realizado em Quioto na terceira United Nations Framework Convention on Climate Change
(UNFCCC), e tambm uma continuao da Conferncia das Naes Unidas sobre Meio
Ambiente e desenvolvimento (ECO 92), realizada na cidade do Rio de Janeiro.
Esse acordo foi assinado entre governos de 140 pases, porm s entrou em vigor no ano
de 2005 com o objetivo de desenvolver projetos e tecnologias sustentveis e impor metas de
reduo de emisso dos Gases do Efeito Estufa (GEE), principalmente o CO2, aos pases
desenvolvidos, que so os principais responsveis pela poluio do planeta (TRRES, 2011)
A principal misso do Protocolo de Quioto a diminuio dos gases causadores do efeito
estufa na atmosfera, reduzindo assim a interferncia desses gases no clima e contribuindo para a
sustentabilidade do planeta. (ARAUJO, 2010)
Ficaram estabelecidas metas de reduo para os pases desenvolvidos. O Protocolo prev
trs formas que podem ser usadas pelos pases para atingir suas metas de reduo: Comrcio de
Emisses, Implementao Conjunta e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
(SANTOS, 2013)
Pases em desenvolvimento no esto obrigados a diminuir suas emisses, ento cabe a
estes o desenvolvimento de projetos MDL. Atravs de projetos MDL, pases em
desenvolvimento, que o caso do Brasil, podem negociar sua Reduo Certificada de Emisso
(REC) com os pases que tem a obrigao de reduo, para que estes cumpram suas metas de
reduo. (PELEIAS, 2007)
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Os crditos de carbono so medidos em toneladas de CO2, cada tonelada que o pas deixa
de emitir ou sequestra da atmosfera equivalente a uma unidade de crdito de carbono e poder
ser vendido aos pases que necessitam cumprir suas metas de emisses. (PESSOA et al., 2008)
Existem trs mecanismos para reduzir a emisso de gs na atmosfera, porm, no Brasil o
nico mtodo de viabilizar tal reduo atravs do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL). O produto gerado atravs deste projeto chamado Crdito de Carbono, que aps a
comprovao da reduo de emisso de gases poluentes e tambm o registro nos rgos
competentes, se convertem em Redues Certificadas de Emisses (RECs). A comercializao
de Crditos de Carbono requer registros contbeis e pelo fato desse comrcio ainda no ser
regulamentado em lei, os registros esto sendo feitos de forma arbitrria. (FOLSTER e
FERREIRA, 2012)
As empresas inseridas nesse tipo de comrcio devem divulgar suas aes atravs de
evidenciaes contbeis, notas explicativas e relatrios da administrao. A contabilidade a
responsvel por tornar pblico esses dados. Iudcibus, 2004 (apud Santos, 2010 p. 55) afirma que
a evidenciao um compromisso inalienvel da Contabilidade com seus usurios e com os
prprios objetivos. O Brasil usa relatrios da administrao para divulgar essas informaes.
O objetivo do presente trabalho mostrar a viso de autores brasileiros a respeito da
forma mais adequada de evidenciao, classificao e mensurao dos crditos de carbono em
empresas que desenvolvem projetos MDL.
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2 REFERENCIAL TERICO
Neste tpico sero apresentados os conceitos bsicos dos componentes que envolvem a
pesquisa, os crditos de carbono, o mercado de crditos de carbono e tambm o MDL para que
se tenha um melhor entendimento a respeito do funcionamento das operaes de compra e venda
realizado entre os pases desenvolvidos e os pases em desenvolvimento.
A medida usada para quantificar essas toneladas de CO2, a Global Warming Potencial
(GWP) que se trata de uma medida internacional criada para medir o potencial de aquecimento
global de cada um dos gases que causam o efeito estufa. (ARAUJO, 2010)
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participar de projetos de reduo de gases juntamente com outros pases tambm do anexo I; e o
terceiro mecanismo, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), onde os pases no
listados no anexo I tm a oportunidade de negociar REC com os pases listados no anexo I que
no atingiram suas metas de reduo. O Brasil no est listado no anexo I, portanto, no
obrigado a reduzir suas taxas de emisses dos GEE e a contribuio brasileira para a reduo dos
GEE ocorre atravs de projetos MDL.
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) so projetos estabelecidos nos pases em
desenvolvimento, para ajudar no desenvolvimento sustentvel de seu prprio pas e tambm para
vender os Crditos de Carbono para pases do Anexo I do Protocolo de Quioto, para que assim
esses pases atinjam suas metas estabelecidas de reduo de emisso de CO2.
Peleias et al., (2007) afirmam tambm que, os projetos MDL so realizados em 10 anos,
ou em trs perodos consecutivos de sete anos, sendo que devem passar por avaliao em cada
perodo. O prazo mximo determinado para projetos de florestamento e reflorestamento de 20
anos, podendo renovar por duas vezes, ou de 30 anos sem renovao. Esse perodo fica a critrio
da empresa desenvolvedora em decidir qual ser o melhor.
Folster e Ferreira (2012) analisam que, para se implantar o MDL preciso observar duas
etapas, como o custo do projeto e analisar tambm como sero as negociaes. Segundo eles
preciso que essas negociaes estejam regulamentadas, j que a base da contabilidade a
confiabilidade das informaes.
O estudo de Trres (2011) complementa dizendo que, a aprovao de projetos de MDL
depende de entidades designadas pela Conferncia das Partes (COP), no Brasil a Comisso
Interministerial de Mudanas Global do Clima que responsvel pela aprovao e certificao
das REC, que so o sequestro dos gases que seriam lanados na atmosfera. Assim o que
chamado de Crditos de Carbono, na verdade, so a comprovao certificada de que houve o
sequestro do gs CO2 ou de qualquer outro gs GEE, ou seja as Redues Certificadas de
Emisses RECs.
Segundo o artigo 2, pargrafo 2 do Protocolo de Quioto 2012 (apud Ribeiro, 2005 p 21),
o objetivo do projeto MDL :
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[] assistir s Partes no includas no Anexo I, para que atinjam o desenvolvimento
sustentvel e contribuam para o objetivo final da Conveno, e assistir s Partes
includas no Anexo I, para que cumpram seus compromissos quantificados de limitao
e reduo de emisses.
Pode-se dizer que, os pases que implantam projetos MDL, contribuem para seu prprio
desenvolvimento sustentvel e ao mesmo tempo os pases desenvolvidos que adquirem a REC
empregam a tecnologia limpa. (PEREIRA, 2009 apud UHLMANN et al., 2012 p. 316).
As operaes de Crditos de Carbono passam por diversas fases, desde a anlise de sua
viabilidade econmica at a fase de certificao.
Uhlmann et al. (2012) descrevem a implantao de projetos MDL como sendo sete etapas
at que as RECs possam estar prontas para o comrcio, so elas: elaborao do documento de
concepo de projeto; validao; aprovao pela Autoridade Nacional Designada, que no caso do
Brasil como j dito anteriormente a Comisso Interministerial de Mudana Global do Clima;
submisso ao Conselho Executivo para Registro; monitoramento; verificao/certificao; e
emisso de unidades segundo o acordo do projeto.
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3 METODOLOGIA
O mtodo da pesquisa caracteriza-se como exploratria, que de acordo com Gil (2008),
esse mtodo proporciona uma familiaridade com o problema e assim pode-se explicit-lo
melhor. A abordagem da anlise da pesquisa qualitativa.
A pesquisa caracteriza-se como bibliogrfica, com estudo comparativo das abordagens
conceituais levantadas a respeito do objeto de pesquisa, que no caso, a forma de evidenciao
contbil dos crditos de carbono.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Para
alguns
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Ribeiro (2005) expe que em 2003 a IAS, atravs da International Financial Reporting
Interpretations Committee (IFRIC) comeou a discusso de como contabilizar os direitos de
emisses. Em um primeiro momento o governo distribui s empresas os ttulos de permisses de
emisses de forma gratuita. Assim, as empresas podem tambm comprar ou vender esses ttulos,
pois haver um mercado para isso. Essa distribuio se d no comeo e ao final do ano. A
empresa deve repassar ao governo uma quantia de permisses correspondente a quantia de
emisses realizadas e o governo vai verificar tambm se houve sobras de emisses ou se a
empresa precisar de complemento. Baseado na IAS 38 (apud Ribeiro, 2005 p 40), que trata dos
ativos intangveis a ideia de contabilizao foi a seguinte:
Em seu estudo, Ribeiro (2005) aponta que, a IAS 38 prev que os ativos intangveis
devem ser reconhecidos pelo valor justo no perodo da aquisio, que representa o valor pelo
qual o ativo pode ser negociado em uma venda. Esses ativos devem passar pelo teste de
recuperabilidade, para que se possa verificar o seu potencial de benefcios ao final de cada
perodo.
O que se espera, que seja registrado um ativo intangvel, j que houve a aquisio dos
ttulos e em contrapartida registrar um passivo, em funo de que surge a obrigao de entrega
dos ttulos ao final do perodo estipulado.
A autora entende que, as RECs so classificadas como ativo intangvel apenas nos pases
que as adquirem, e que no caso do Brasil na posio de desenvolvedor de projeto MDL o registro
deve ser feito apenas quando ocorrer a venda das RECs.
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No caso das RECs adquiridas por empresas do Anexo I, por valor e validade
determinados, constata-se a existncia das caractersticas do ativo intangvel, j que os
crditos geraro benefcios futuros, em prazo previamente estipulado, sendo que sua
aquisio se faz junto ao empreendedor do projeto MDL, depois de comprovada a
reduo dos gases nocivos ao meio ambiente. Por ser um direito representado por um
ttulo registrado em rgos oficiais competentes, como a autoridade nacional designada
e a ONU, so perfeitamente identificveis e dotados de credibilidade. Sua reavaliao
peridica permitir a aplicao do teste de recuperabilidade, garantindo, assim, o valor
mais prximo da realidade. (RIBEIRO, 2005)
Porm, Santos (2013) menciona em seu estudo que, a melhor classificao aceita entre os
autores seria a classificao dos crditos de carbono como ativos especiais e que no possvel
classificar como commodities, como alguns autores sugerem. Diz ainda que, a forma de
classificar como commodities citada acima utilizada pela IASB no se enquadra ao Brasil, pois o
mesmo encontra-se na condio de pas em desenvolvimento, logo, o responsvel pela
implantao de projetos MDL e essa forma que a IASB utiliza serve somente para os pases
desenvolvidos que compram os crditos de carbono dos pases em desenvolvimento.
Os crditos de carbono se enquadram na condio de ativos, porm o que no se sabe ao
certo onde classifica-los. considerado ativo, pois a venda dos crditos de carbono geram
benefcios futuros s empresas contribuindo para a movimentao do caixa e as RECs so de
controle e responsabilidade da empresa.
Perez (2008), e Santos (2013), compartilham da mesma ideia de que citao acima se d
para pases desenvolvidos que adquirem esses ativos e que no caso do Brasil isso no se aplica,
pois o Brasil se enquadra na condio de desenvolvedor de projetos MDL e ento os crditos de
carbono no tm caracterstica de intangvel.
A definio de Ativo Intangvel de acordo com o CPC 04 a seguinte:
[] Um ativo satisfaz o critrio de identificao, em termos de definio de um ativo
intangvel, quando:
(a) for separvel, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido,
licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo ou
passivo relacionado, independente da inteno de uso pela entidade; ou
(b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais
direitos serem transferveis ou separveis da entidade ou de outros direitos e obrigaes .
Mas a questo que entra em conflito com esta definio, a seguinte: como os crditos de
carbono so medidos por peso de CO2, e ao mesmo tempo podem ser tratados como Ativos
Intangveis?
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
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Ferreira 2007 (apud Uhlmann et al., 2012 p. 319), salienta que, existem muitas coisas que
so feitas de carbono, como por exemplo: rvores, carvo, lenha entre outros. Ento quando
falamos do carbono em si, estamos tratando de algo real no podendo assim, negar sua existncia
fsica e classifica-lo como intangvel.
Santos 2011 (apud Santos et al., 2013 p.94), tambm discorda da ideia de intangibilidade,
para ele s possvel classificar os crditos de carbono como ativo intangvel no ativo circulante
quando se tem a finalidade de permanncia destes bens na empresa, o que no ocorre no caso de
pases em desenvolvimento, j que estes no possuem metas de reduo.
Em seu artigo Trres (2011) cita que em 2005 o Banco Central do Brasil (BACEN)
classificou Crditos de Carbono como Servios Diversos, e a Receita Federal do Brasil
tambm o considera dessa forma.
Ainda em seu artigo, o autor faz meno ao Projeto de Lei 5586/09 de autoria do ento
deputado Luprcio Ramos, onde destaca que os crditos de carbono possuem natureza de valor
mobilirio. Porm, de acordo com o voto do presidente da CVM, Otavio Yazbek em seu
Processo Administrativo n 2009/6356 as RECs no podem ser tratadas como valores
mobilirios.
Entendo que se, no caso dos CEPACs ou das CCBs, foi possvel, ante as condies
concretas, caracterizar aqueles instrumentos como valores mobilirios, o mesmo no se
pode fazer para os crditos de carbono.
Primeiro porque aqui se est tratando de ttulos resgatveis (destinados ao resgate em
um determinado tipo de bem ou de direito, como acima esclarecido) e no em
instrumentos geradores de um rendimento financeiro propriamente dito. No Processo
CVM n RJ 2003/499, a linha adotada pelo Diretor Relator foi distinta, adotando-se a
interpretao de que a existncia de um mercado secundrio, em que se podem alienar
com ganho os ttulos, permitiria o reconhecimento do carter lucrativo dos
instrumentos. Entendo que esse carter lucrativo deveria dizer respeito ao prprio ttulo,
estando diretamente relacionado sua natureza de instrumento de investimento.
Em segundo lugar, e a distanciar os crditos de carbono dos CEPACs, reforando
agora de forma marcante o ponto acima, deve-se destacar que, uma vez emitidas, as
RCEs passam a existir desvinculadas do agente que implantou o correspondente projeto
de MDL, no sendo a ele oponveis. Em outras palavras, todos os crditos de carbono
emitidos acabam sendo fungveis entre si. No h que se falar, assim, naquelas relaes
de participao, de parceria ou de remunerao. Este ponto bem destacado no
Memorando que sustenta o presente voto.
Ribeiro (2005) afirma tambm que, os crditos de carbono podem ter caractersticas de
passivo nos pases que compram os crditos a fim de atingirem suas metas estabelecidas no
Protocolo de Quioto, principalmente se forem negociados e adquiridos antecipadamente.
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
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Para alguns agentes os crditos de carbono devem ser tratados como produtos, ou seja,
commoditis ambientais, h tambm quem diga que o carbono deve ser considerado como
derivativo, isto , uma troca de valores derivados de um ativo. (TORRES, 2011)
Ferreira 2007 (apud Santos et al., 2013 p.94) acredita que os crditos de carbono, quando
originados de projetos de florestamento e reflorestamento devem ser classificados como estoques
da entidade.
Santos 2011(apud Santos et al., 2013 p. 94) discorda dessa ideia de classificar crditos de
carbono em estoque, pois estoques quando so vendidos geram receitas que devem ser
confrontadas com a baixa integral dos custos, pois nesse momento ocorre a transferncia total de
propriedade e controle dos bens em questo. Na viso do autor os crditos de carbono se
enquadram como ativos especiais. No caso dos ativos especiais no necessrio realizar a baixa
integral dos custos, essa baixa pode ser realizada de forma que, seja feita apenas uma
amortizao parcial, pois entende-se que esse mesmo estoque pode ser comercializado mais de
uma vez.
[...] Aquino e Cardoso 2004 (apud Santos, 2013 p 94) conceituam o ativo especial como
toda aplicao de recursos que, diretamente relacionada atividade-fim da entidade, gera,
por si s, benefcios econmicos futuros, independente de ser um bem tangvel ou
intangvel, desde que, para tanto, seja mantido o domnio do bem, pois a potencialidade
de gerao de receita no se esgota em uma nica transao, no importando quantas
vezes o mesmo negociado.
ISBN: 978-85-61320-14-0
Ribeiro, 2005
Santos et al, 2011
Santos et al, 2013
Torrs, 2011
ISBN: 978-85-61320-14-0
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5 CONCLUSES
A pesquisa buscou identificar o entendimento de diversos autores brasileiros no que se
refere ao tratamento contbil dado aos crditos de carbono nas empresas que desenvolvem
projetos MDL. Foi possvel perceber que no existe um consenso entre os autores na hora de
classificar os crditos de carbono.
Conclui-se que, unanime o pensamento por parte dos autores pesquisados que os
crditos de carbono so ativos. Porm uma grande parte acredita que e a melhor forma de
classifica-los nos ativos intangveis. Mas, o que entra em questo que os crditos de carbono
so medidos por toneladas de CO2, com isso como se pode dizer que eles so ativos intangveis?
Durante a pesquisa pode-se ver tambm que existem autores que acreditam que os
crditos de carbono possam se enquadrar na condio de, commodites, derivativo, prestao de
servios, valor mobilirio e ativos especiais.
O que foi possvel perceber que ainda existe a grande necessidade de uma
regulamentao para a contabilizao neste tipo de comrcio, falta regulamentao tanto na rea
contbil quanto na rea jurdica, pois cada um entende de uma forma e no se tem uma
contabilidade de forma padronizada.
Recomenda-se que futuros trabalhos sejam feitos, aprofundando-se as pesquisas sobre as
evidenciaes contbeis dos crditos de carbono, com estudos multicasos aplicados em entidades
nacionais, internacionais e multinacionais. Outro caminho para futuras pesquisas podem ser
feitos, analisando-se os aspectos fiscais que envolvem as transaes dos crditos de carbono.
Recomenda-se tambm que seja feito estudo de caso regional a respeito da contabilidade dos
crditos de carbono.
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1 INTRODUO
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2 REFERENCIAL TERICO
Para fundamentar a exposio do tema e a anlise dos resultados da pesquisa emprica,
faz-se um breve histrico das concepes de capacitao no Brasil, bem como do
desenvolvimento organizacional e da legislao brasileira pertinente.
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Causando desmotivao e
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eleva a autoestima do indivduo, como orienta o comportamento que aquela pessoa dever ter
diante dos desafios trilhados em sua rotina diria.
A motivao garante que toda a equipe se mantenha ativa e se mova em direo meta
da empresa. Cada membro da equipe pode ser motivado por diferentes fatores, mas
estes devem ser reunidos e organizados por um lder para o bem do time como um todo.
Um lder precisa reconhecer que aquilo que motivou um indivduo alguns meses atrs
pode no ser mais um elemento motivador. Ele precisa ajudar as outras pessoas a
obterem sucesso, tanto por eles mesmos quando para o bem da equipe (LAWSON,
2011, p. 22).
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finalizao de uma etapa a si prprio. notrio que a motivao intrnseca est relacionada com
a felicidade e com a realizao pessoal.
b) Motivaes extrnsecas (externas ou secundrias), ou seja, so aspectos essencialmente
psicossociais, fruto da insero/integrao no meio social, so sensveis a toda a uma
aprendizagem. Estudos apontam que este tipo de motivao, muito inconstante, tendo em vista
que depende de fatores externos. O individuo no gosta da tarefa em si, mas gosta da
recompensa que a tarefa ao ser executada lhe pode trazer, o que implica necessariamente pouca
satisfao e prazer na execuo da tarefa.
A motivao, no apenas uma questo interna, necessrio um ambiente (externo)
preparado, que seja capaz de influenciar e aguar a motivao em seus colaboradores. Neste
aspecto o lder coopera como uma ferramenta indispensvel para fortalecer o desenvolvimento
motivacional.
Ao gestor cabe a tarefa de exercer influncia sobre o grupo procurando proporcionar
motivao e entusiasmo na vida profissional dos colaboradores de equipe. Alguns trabalhos so
repetitivos, o que permite o trabalhador exercer sua funo de forma mecanizada e desagradvel,
sem nimo para novos desafios. Segundo Maximiano (2000, p. 297):
A motivao abrange as causas ou motivos que produzem determinado comportamento,
seja ele qual for. No campo da administrao, pessoa motivada usualmente significa
algum que demonstra alto grau de disposio para realizar uma tarefa ou atividade de
qualquer natureza.
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instituio. As aes proporcionadas que visam a valorizao dos servidores precisam ser
explcitas, dessa forma mantendo o reconhecimento e o retorno dos esforos desprendidos entre
servidor e instituio.
2.3 LEGISLAO
No atual quadro que se apresenta aos tcnicos administrativos em educao da UNIR,
amparados pelas Leis federais: 8.112/90 (Lei do Regime Jurdico nico), 11.091/06 (PCCTAE
Plano de Cargos e Carreiras dos Tcnicos Administrativos da Educao) e 12.772/12 (Plano de
Carreiras e Cargos do Magistrio Federal), assim como os Decretos: 5.824/06 (Trata do
Incentivo Qualificao dos Tcnicos Administrativos da Educao) e 5.707/06 (Poltica e as
Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administrao pblica federal direta), entre
outros que amparam a melhoria da carreira, atravs de aes de capacitao e qualificao do
servidor, como forma de estmulo para o desenvolvimento humano e institucional,
proporcionando uma maior qualidade na prestao dos servios disponibilizados comunidade.
Pelo Acrdo 103/2015 (BRASIL, 2015), o TCU afirma que governana de pessoas
ainda um conceito em construo e a SEFIP (unidade tcnica do TCU especializada na rea de
pessoal) o define como um conjunto de mecanismos de avaliao, direcionamento e
monitoramento da gesto de pessoas para garantir que o capital humano agregue valor ao
negcio da organizao, com riscos aceitveis.
Assim, necessrio conhecer se a capacitao e qualificao disponibilizadas, aos
servidores tcnicos administrativos em educao da UNIR, so aplicadas nos ambientes
organizacionais atravs da transmisso do conhecimento adquirido em suas unidades.
Com as atividades a serem desenvolvidas aps o dimensionamento executado possvel
identificar as lacunas que devem ser preenchidas tendo como sempre como foco o alinhamento e
as competncias organizacionais para que os servidores tcnicos administrativos em educao da
UNIR possam desenvolver habilidades, que congreguem a melhoria nas atividades rotineiras,
devidamente descritas nos documentos institucionais que amparam a gesto, e nesse caso
explcito no PDI 2014-2018, que apresenta proposta constituda pela comunidade interna e
externa e que pode gerar uma prestao de servios mais eficiente.
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De acordo com Leonard-Barton (1992); Prahalad; Hamel (1990) necessrio que a soma
dos conhecimentos e o conjunto de habilidades necessrias se tornem suficientes para a
realizao de aes produtivas.
Atravs do conhecimento das prticas e procedimentos organizacionais possvel avaliar
as lacunas a serem preenchidas e considerar as oportunidades que surgem para gerar o
desenvolvimento dos servidores dentro do ambiente de trabalho, identificar as necessidades de
capacitao que promovam o aperfeioamento dos servios e consequentemente a melhoria das
competncias necessrias para o desenvolvimento dos servios oferecidos. De Acordo com
Nascimento (2006, p. 33):
O ponto de partida para a competncia plena a aquisio dos conhecimentos
necessrios competncia que se pretende desenvolver. E, imediatamente, adquirir as
habilidades que permitam a aplicao eficaz do conhecimento, e continuar, sempre
aprendendo, ampliando o conhecimento, absorvendo o novo, atualizando-se.
A busca pelo conhecimento deve ser continua para o servidor, a oferta de capacitao
deve ser efetiva, principalmente no servio pblico o sistema operacional muda constantemente e
com isso necessrio o aperfeioamento continuo que possa proporcionar melhoria ao servio
oferecido, a legislao ampara as condies de acesso aos servidores. Os cursos disponibilizados
so inmeros e diversificados, onde so abordados assuntos nas diversas reas administrativas,
acadmicas e de gesto que concretizam as aes organizacionais.
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3. METODOLOGIA
Nesta seo, apresentam-se informaes quanto classificao e universo da pesquisa,
procedimentos para coleta de dados e caracterizao da Fundao Universidade Federal de
Rondnia - UNIR, lcus do presente estudo.
2. Objetivo do Estudo
Classificao
1.1 Bsica
2.1 Descritiva
3.1 Pesquisa
Bibliogrfica
3.2 Survey
4.1 Quantitativa
3. Procedimentos
4. Abordagem do
problema
Descrio
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Alm da pesquisa bibliogrfica, tendo por base a literatura cientfica disponvel, foi
traado um roteiro para a coleta de dados aplicada em pesquisa via WEB junto aos servidores
tcnicos administrativos em educao da UNIR, no perodo de 17 de junho a 16 de julho de
2015. A aplicao foi realizada atravs da ferramenta denominada Google Docs, essa plataforma
funciona totalmente on-line diretamente no browser, operando tambm off-line, restaurando os
arquivos a cada conexo com qualquer terminal de operao conectado internet.
A coleta de dados foi de suma importncia. Quando a pesquisa foi estruturada, foi
possvel obter resultados que podem ser utilizados para outras pesquisas gerando fonte de
informao para a gerao dos programas de capacitao da UNIR, norteando o interesse do
coletivo administrativo que procura melhoria no desempenho institucional atravs das
capacitaes disponibilizadas para tal.
Participaram da pesquisa atravs da aplicao do questionrio on line um total de 54
servidores do quadro efetivo da UNIR. O questionrio constitudo de oito perguntas sobre o
perfil dos servidores pesquisados. A segunda parte composta de 37 questes fechadas sobre os
aspectos da recepo e transmisso do conhecimento aos demais membros da equipe de trabalho.
Adotou-se nas questes a Escala Likert, que um tipo de escala de resposta psicomtrica,
utilizada habitualmente em questionrios, sendo a mais aplicada em pesquisas de opinio.
Quando se responde um questionrio baseado nesta escala, os entrevistados apontam o seu nvel
de concordncia com uma afirmao. As opes de respostas foram em cinco nveis.
Para contribuir no desenvolvimento deste trabalho, aplicou-se o Coeficiente Alfa de
Cronbach , que uma ferramenta de pesquisa utilizada para estimar a confiabilidade de um
questionrio aplicado em uma pesquisa. A pesquisa apontou que as escalas das 37 questes
fechadas que foram aplicadas aos servidores pesquisados, segundo a classificao da
confiabilidade do coeficiente , admitiu-se um numero estatstico de 0,935, ou seja, muito alto,
de acordo com os limites apresentados por Malhotra (2001), conforme o Quadro 2, abaixo, com
os nveis de confiabilidade.
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Muito
Alta
0,90
3.2 A UNIR
A Fundao Universidade Federal de Rondnia UNIR possui em seu quadro de
servidores o nmero aproximado de 500 tcnicos administrativos em educao que atuam nos
diversos ambientes organizacionais administrativos e acadmicos. Esses servidores ingressaram
em cargos de nvel mdio e nvel superior e formam a fora de trabalho que impulsiona
administrativamente e d suporte s aes acadmicas e de docncia necessrias para a produo
e difuso do conhecimento.
Nas diversas unidades os servidores precisam atuar em diferentes atividades que
proporcionem o melhor desenvolvimento administrativo e facilite as aes as quais a UNIR se
prope. Ambientes e atividades distintas necessitam de servidores capacitados onde possam
desenvolver as atribuies de seu cargo com eficcia e eficincia para a melhoria institucional.
Para proporcionar essa melhoria nas competncias dos servidores preciso que a capacitao
seja contnua e acompanhe as mudanas legais que amparam o servio pblico.
As capacitaes que so oferecidas aos servidores das diversas reas de atuao da UNIR
preciso saber se proporcionam melhoria nas atividades desenvolvidas em cada ambiente
organizacional. importante conhecer se os servidores capacitados tornam-se multiplicadores do
conhecimento ou retm as informaes recebidas.
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Frequncia
30
16
6
1
1
54
Percentual
55,6
29,6
11,1
1,9
1,9
100
No Grfico 5, o cruzamento das informaes que apresenta o sexo e estado civil dos
servidores. Observa-se que entre os servidores casados predomina o sexo feminino e entre os
solteiros, o masculino.
Grfico 5. Sexo e Estado Civil dos Pesquisados
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Frequncia
4
29
4
4
3
1
3
1
1
1
1
1
1
54
Percentual
7,4
53,7
7,4
7,4
5,6
1,9
5,6
1,9
1,9
1,9
1,9
1,9
1,9
100
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Frequncia
Percentual
1,9
Superior incompleto
5,6
Superior completo
13
24,1
Especializao
31
57,4
Mestrado
11,1
Total
54
100
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Mdia
4,87
4,72
4,41
2,85
3,11
1,13
1,83
4,24
3,94
3,87
2,15
1,80
3,39
1,93
4,33
1,70
1,50
2,35
1,28
4,19
2,67
1,44
1,52
4,70
1,69
3,59
4,50
4,35
4,48
4,28
3,72
2,52
4,44
4,31
4,15
3,91
4,22
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Por fim o clima organizacional e o ambiente motivador completam as condies para que
a transferncia de conhecimento seja um mecanismo diferenciador da eficcia da instituio.
Como avisa Milioni (2006, 57), o clima organizacional o conjunto de valores, atitudes
e padres de comportamento, formais e informais, existentes em uma organizao. Esse clima,
no s deve, como pode ser transformado em um ambiente favorvel e agradvel para que as
necessidades sociais e as necessidades institucionais sejam atendidas, o que ser sempre um
desgio, dada complexidade das relaes humanas no trabalho, particularmente porque,
conforme salienta Maximiano (2000, p. 260), o clima formado pelos sentimentos que as
pessoas partilham a respeito da organizao e que afetam de maneira positiva ou negativa sua
satisfao e motivao para o trabalho. Assim, so por meio desses sentimentos, que surgem os
atritos, os conflitos, insatisfaes, desgastes emocionais, que repercutem diretamente no baixo
desempenho das atividades.
No caso especfico da coleta de dados, chega a ser surpreendente o fato de que, levando
em considerao que os conflitos so comuns na instituio pesquisada, a amostra tenha indicado
taxas elevadas de transferncia de conhecimento para todos do grupo (4,24), mesmo para as
pessoas que o tenham tratado mal (3,87), mesmo para quem no solicita (3,59) numa escala que
vai at 5.
Portanto, pode-se concluir que, apesar dos conflitos, uma poltica de capacitao eficaz
deve almejar a satisfao pessoal e a realizao dos objetivos institucional, para que o ambiente
se torne satisfatrio e produtivo.
5 CONCLUSO
Bons trabalhadores do conhecimento devem ter uma combinao de capacidades como
conhecimento estruturado, qualificaes tcnicas e experincia profissional, aliadas a atributos,
como uma clara percepo dos aspectos culturais, polticos e pessoais do conhecimento,
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portanto, capacidades que necessitam de uma formao mais ampla. Para Loureiro (2003). E que
formam os insumos necessrios para o desenvolvimento das atividades organizacionais,
mantendo o quadro ideal para a transferncia do conhecimento de forma a proporcionar um
contnuo aprendizado.
Diante do resultado da pesquisa entre os tcnicos administrativos em educao da
Fundao Universidade Federal de Rondnia UNIR, que representam as classes de contratao
nos nveis D e E, os quais apresentaram sua disponibilidade em receber e transmitir o
conhecimento adquirido nas capacitaes proporcionadas pela Instituio e outras escolas de
governo disponveis para o servidor pblico, almejando a melhoria do servio a ser
desenvolvido, independente do nvel relacionamento entre os membros da Unidade. Essa
predisposio transmisso do conhecimento fator preponderante para a gerao de eficincia
e eficcia no servio pblico. Observa-se que a motivao necessria para que a busca pelo
conhecimento seja contnua e proporcione o desenvolvimento humano e consequentemente a
melhoria no servio organizacional.
Assim, urgente a necessidade de apresentar um programa de capacitao para os
servidores da UNIR seja implantado, de forma mais ampla que apresente informaes mais
especficas e que seja considerada a forma de aprendizagem continuada para todas as unidades e
nveis da carreira, o que proporcionar a melhoria dos servios institucionais e
consequentemente motivao para o desenvolvimento humano contribuir para a
melhoria
organizacional.
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1 INTRODUO
O ajuste das estruturas organizacionais ao cenrio institucional proporciona alguns
benefcios como legitimidade, recursos, estabilidade e perspectivas de sobrevivncia, no
considerando to somente questes internas de eficincia weberiana, mas aspectos institucionais
ambientais. No entanto, a similaridade decorrente desse processo isomrfico no implica
necessariamente em aumento de eficincia organizacional, e tambm pode ocasionar o aumento
e expanso da complexidade dessas estruturas.
Na evoluo da discusso na Teoria Institucional, o conceito de isomorfismo foi
vinculado proximidade na atuao de organizaes naquilo que foi denominado campo
organizacional. O processo de assemelhamento ocorreria com base na conectividade e
equivalncia estrutural dos partcipes deste campo organizacional, que repercute na estruturao
daqueles que compartilham uma vida institucional em comum (DIMAGGIO; POWELL, 1983).
Meyer e Rowan (1978) aplicam o conceito de institucionalizao no cenrio das
organizaes educacionais americanas, para discutir a busca por legitimidade e a dissociao
entre as prticas e a avaliao de resultados, oportunizando uma reflexo sobre o contexto
educacional brasileiro. Sob este aspecto, conforme Gonalves, Luz e Cruz (2004) o Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE) foi planejado como meio de operacionalizar os objetivos de
eficincia, administrao gerencial e desregulamentao, propostos nos Marcos Regulatrios do
Estado Contemporneo cujos efeitos condicionaram mudanas nas formas organizacionais e
educativas, em decorrncia do modo como o Estado se posicionou na realidade social.
O Manual do PDDE Interativo (BRASIL, 2014), caracteriza o Programa como uma forma
de cooperao do Governo Federal para com os Estados e Municpios. Sua finalidade seria
contribuir com o provimento das necessidades prioritrias das escolas pblicas e da rede privada
sem fins lucrativos, bem como estimular a gesto participativa dos recursos financeiros
transferidos, o que, segundo o documento, estimularia nas escolas pblicas a construo social
do modelo de gesto e destinao desses recursos, adequando sua aplicao realidade particular
em que se insere.
Em que pesem os objetivos do PDDE e sua importncia enquanto provedor de recursos,
os estudos de Valente (2011) e Santana (2011) instigam questionamentos sobre seus resultados,
oferecendo como contraponto a constatao de que, embora a metodologia tenha provocado
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 Campos Organizacionais e Isomorfismo
Os fundamentos da Teoria Institucional aplicados nesta pesquisa baseiam-se no conceito
de institucionalizao preconizado por Meyer e Rowan (1977). Em sua compreenso, elementos
de natureza institucional tem o potencial de influenciar as organizaes tornando-as isomrficas
com instituies em seu ambiente operacional.
Os autores Carvalho, Vieira e Silva (2012), assim como Suddaby (2010) e Scott (2007),
oferecem indcios compreenso da vertente sociolgica da Teoria Institucional. Nesta
perspectiva, as organizaes so expresses de valores sociais logo, suas estruturas e rotinas
refletem ou decorrem de normas institucionalizadas por um processo relacional entre atores
sociais em estruturas sociais compartilhadas.
Meyer e Rowan (1977) no se voltam apenas compreenso da existncia e das causas
do fenmeno de isomorfismo como tambm analisam suas consequncias. Para esses autores, a
mudana estrutural nas organizaes est cada vez menos associada competio ou
necessidade de eficincia; a conformao decorre de processos que tornam as organizaes mais
similares, sem necessariamente as tornar mais eficientes. Muito embora, a similaridade
isomrfica da organizao ao cenrio institucional possa proporcionar oportunidades de
sobrevivncia, tambm pode levar a perda de eficincia organizacional, na medida em que
comprometa a eficincia na consecuo dos objetivos.
Em Carvalho, Vieira e Silva (2012) encontra-se uma definio contempornea do
conceito de institucionalizao que sustenta a percepo de isomorfismo indicada em Meyer e
Rowan (1977): trata-se de um processo por meio do qual outros processos, obrigaes ou
circunstncias adquirem o status de norma implcita no pensamento ou na ao social, no
restrito apenas a ao humana, mas tambm as interaes de natureza cultural e poltica que
permeiam os processos administrativos.
Seguindo nessa mesma perspectiva, DiMaggio e Powel (1983) discutem o processo de
assemelhamento entre organizaes a partir da influncia do ambiente na conformao de
padres isomrficos especficos, particularmente influentes sobre organizaes que mantm
algum tipo de vnculo caracterstico; este conjunto delimitado de organizaes que guardam
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semelhanas provocadas por razes isomrficas poderia ser entendido como um campo de
organizacional.
No Quadro 1 so apresentados trs mecanismos por meio dos quais ocorrem mudanas
isomrficas institucionais: (1) isomorfismo coercitivo-que deriva de influncias polticas e da
busca de legitimidade; (2) isomorfismo mimtico-que resulta de respostas padronizadas
incertezas; (3) isomorfismo normativo-associado profissionalizao (DIMAGGIO; POWELL,
1983).
Caractersticas
Coercitivo
Mimtico
Normativo
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perspectiva, a incorporao de um novo modelo pode ocorrer por meio de quatro formas de
institucionalizao: coero, induo, mimetismo e normalizao.
Depreende-se que as formas de institucionalizao do Isomorfismo Estrutural esto
inseridas nos mecanismos de mudana indicados por DiMaggio e Powel (1983), com exceo
daqueles que ocorrem pela via da induo ou normalizao. Segundo Vasconcelos e Vasconcelos
(2002), a induo ocorre quando as organizaes so estimuladas a adotarem modelos em funo
de incentivo ou fomento, a exemplo de Polticas Pblicas que envolvem subsdio governamental.
A normalizao envolve a autorizao ou a legitimao por meio de uma entidade supraorganizacional, como ocorre nos casos de certificaes padro International Standard
Organization (ISO).
Em face da dificuldade em se aplicar empiricamente a definio proposto por DiMaggio e
Powel, os autores Machado da Silva, Guarido Filho e Rossoni (2010) oferecem a tipificao de
vises de campo estruturadas ao longo do tempo. Extrai-se dessa caracterizao, o conceito de
campo como arena funcionalmente especfica, que emerge a partir da forma de associao entre
organizaes interdependentes. Este campo compreendido a partir dos elementos tcnicos e
institucionais que moldam a interao das organizaes com suas fontes de financiamento e
reguladores.
Pereira (2012) atribui aos estudos de Tolbert e Zucker (1999) a descrio emprica do
processo de institucionalizao em nvel de campo organizacional. O processo de
institucionalizao envolve a tipificao das aes tornadas habituais por tipos especficos de
atores e abrange a sequncia de estgios apresentados no Quadro 2.
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Estgio
prinstitucional
Estgio
semi-institucional
Estgio de
total
institucionalizao
Processos
Habitualizao.
Objetivao.
Sedimentao.
Caracterstica dos
adotantes
Homogneos.
Heterogneos.
Heterogneos.
Imitao.
Imitativo/normativo.
Normativa.
Atividade de teorizao
Nenhuma.
Alta.
Baixa.
Varincia na
implementao
Alta.
Moderada.
Baixa.
Taxa de fracasso
estrutural
Alta.
Moderada.
Baixa.
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de recursos. Deste modo, a busca por legitimidade provocou a dissociao entre a maneira como
as organizaes escolares desenvolvem suas prticas e avaliam seus resultados, protegendo-as de
um exame externo mais minucioso que revele ineficincias, conflitos ou inconsistncias.
Tendo como base o posicionamento destes autores, assume-se a institucionalizao como
uma consequncia da interao entre a organizao e seu ambiente; neste contexto, a presena de
isomorfismo entre as organizaes em um campo organizacional, seria perceptvel no apenas a
partir de semelhanas estruturais, como tambm pelas similaridades no padro sociopoltico e
nas prticas de gesto que do suporte a sua estrutura administrativa.
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3 METODOLOGIA
Apresentadas as bases tericas nas quais se ampara esta pesquisa, neste tpico ser
indicado o mtodo delineado para sua realizao. Segundo Siena, Oliveira e Braga (2011) por
mtodo entendem-se o caminho, forma e modo de pensamento em nvel de abstrao dos
fenmenos, como tambm o conjunto dos processos empregados na pesquisa. Seguindo neste
raciocnio, na Figura 1 apresenta-se o design do estudo, com sua descrio tratada na sequncia.
Abordagem qualitativa
Teoria Institucional
Estudo de Campo
Levantamento terico
Entrevista
Observao
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Descrio
Abordagem qualitativa
Teoria Institucional
Estudo de campo
Levantamento terico
Procedimento
bibliogrfico.
Entrevista
Observao
Apresentao
resultados
dos
para
levantamento
de
referencial
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subjetivos provenientes das experincias vivenciais dos entrevistados. Esta tcnica para
levantamento de dados foi empregada de acordo com a indicao de Gil (2009), que preconiza
sua flexibilidade em relao ao entrevistado e diante dos pontos de interesse do pesquisador.
Empregou-se a observao no-participante para entendimento do cenrio de estudo na
realidade ftica, seguindo o entendimento de Alencar (2000), quanto a capacidade desta tcnica
proporciona ao pesquisador maior aproximao ao seu objeto de estudo.
A anlise dos dados obtidos em campo, frente ao levantamento terico efetuado em
suporte ao estudo, permitiu obter subsdios para compreenso da maneira como o fenmeno de
estruturao provocada pelo PDDE afeta a gesto nas organizaes escolares pblicas.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 Parmetros da Gesto em Organizaes Escolares
Com base em Abdian, Oliveira e Jesus (2013), Russo (2011) e Abdian, Hojas e Oliveira
(2012), apresenta-se no Quadro 5 a descrio dos principais indicativos que caracterizam a
gesto de organizaes escolares.
Descrio
Poltico
Pedaggico
Administrativo
Abrange a organizao do trabalho na escola, como meios para a realizao das aes
pedaggicas e consecuo dos objetivos institucionais.
Fonte: dados da pesquisa.
Pode-se entender que o aspecto Poltico da gesto escolar, promove a interligao das
demais categorias de modo convergente ao processo educacional, fornecendo propostas e
diretrizes na dimenso pedaggica, que orientam a prtica didtico-metodolgica em prol das
quais so tomadas as decises administrativas.
O componente administrativo envolve recursos materiais assim como, compreende as
tarefas necessrias organizao do trabalho na escola. So habitualmente desenvolvidos com a
participao de servidores no docentes, e envolve uma liderana democrtica voltada
coordenao do esforo coletivo, de modo a propiciar a construo de novos padres de
racionalizao do trabalho, adequados ao contexto em que se inserem os sujeitos sociais.
A incurso para levantamento de dados em campo apontou que o recebimento de recursos
financeiros por meio do PDDE implica na adoo metodologia por ele estipulada, envolvendo
a implementao de processo participativo para determinao das diretrizes poltico-pedaggicas
da organizao, e a adeso a instrumentos de planejamento e controle nele especificados.
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diretrizes que reflitam o alinhamento da escola s particularidades de seu entorno, por meio da
efetiva participao social.
Em face ao contexto, o entendimento de Oliveira (2011), de que a gesto participativa
proposta pelo PDDE busca legitimar o planejamento ante a comunidade escolar, adquire uma
nova conotao paralela perspectiva de autenticidade, e relacionando-se com uma forma de
simbolismo. Nesse sentido, promover a gesto participativa pode se reduzir ao atendimento de
um rito formal que legitime a obteno de recursos, e sua institucionalizao pode conduzir a
dissociao entre a eficincia das prticas e a avaliao de resultados, pois, segundo Meyer e
Rowan (1977; 1978), a mudana estrutural nas organizaes no est necessariamente associada
ao aumento de eficincia, conforme fenmeno verificado no cenrio das organizaes
educacionais nos Estados Unidos, onde constataram que, a busca por legitimidade por meio da
conformao s instituies, pode tornar-se um objetivo organizacional.
No que diz respeito instrumentalizao que ampara a gesto escolar, a adeso ao
Programa implica na utilizao da ferramenta eletrnica PDDE Interativo, cuja funo oferecer
suporte construo do planejamento organizacional, vinculando-o aos programas financiados
por meio do PDDE, dentre os quais, o Programa Ensino Mdio Inovador - ProEMI, implantado
com o objetivo de promover o redesenho curricular para fortalecimento do Ensino Mdio na
escola.
A padronizao nesses procedimentos pode conduzir ao processo de assemelhamento
entre organizaes proposto por DiMaggio e Powel (1983), que ocorre entre aquelas que
guardam algum tipo de vnculo caracterstico, assim entendido a partir da influncia do ambiente
de um campo organizacional.
A perspectiva de campo organizacional que melhor se adapta ao cenrio de estudo, a de
uma arena funcionalmente especfica, que emerge a partir da forma de associao entre
organizaes interdependentes. Este campo compreendido a partir dos elementos tcnicos e
institucionais que moldam a interao das organizaes com suas fontes de financiamento e
reguladores (MACHADO DA SILVA; GUARIDO FILHO; ROSSONI, 2010).
A maneira como o PDDE se relaciona com a autonomia da organizao percebida pelos
gestores de forma ambgua, pois entendem que a capacidade de a escola se autodeterminar fica
restringida, quando a obteno de recursos e fomento condicionada adeso compulsria a
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algum dos Programas por ela financiados e sua metodologia de transferncia de recursos. Por
outro lado, quando algum projeto ou proposta pedaggica preexistente se revelam convergentes
finalidade desses Programas, o PDDE tido como subsidirio, agregando s aes capitaneadas
pela escola, o que poderia ser entendido a partir das concluses de Adrio e Peroni (2007) como
um aumento da autonomia de gasto.
Essa constatao no parece caracterizar duas realidades diferentes, pois, embora a escola
tomada como referncia neste estudo dependa dos recursos do PDDE, constatou-se que sua
estrutura funcional permite-lhe alguma autonomia devido capacidade individual dos servidores
contriburem para a execuo de projetos apoiados em fontes locais de financiamento. O aporte
de recursos alternativos ao PDDE confere maior liberdade de atuao escola, alm de permitir
a suplementao das necessidades emergentes na organizao.
Quanto tomados do ponto de vista da autonomia das organizaes escolares na gesto dos
recursos, essas limitaes reforam o compreenso de Silva (2005) quanto h necessidade de
reorientao das polticas educativas de gesto financeira da escola, e da administrao do
processo de aplicao dos recursos. Deste modo, a eficincia organizacional envolve tanto os
aspectos diretamente ligados metodologia como tambm s limitaes em termos de
operacionalizao das aes na prpria escola.
O processo de controle proposto pela metodologia envolve obrigatoriamente a
participao dos gestores e representantes da comunidade no acompanhamento do planejamento
e desembolso dos recursos financeiros e, sobretudo, na prestao de contas, cuja aprovao
credencia a organizao ao recebimento de aportes futuros e ao ingresso em outros Programas
financiados por meio do PDDE.
Estes controles devem ser mantidos sistematicamente, e oportunizam a avaliao sobre o
andamento das atividades, oferecendo subsdios continuidade ou definio de novas
estratgias. Possuem formato especfico, precisam ser instrudos com documentao idnea,
divulgados amplamente para a comunidade escolar e serem submetidos fiscalizao
governamental.
Diante desses resultados percebe-se que, o poder coercitivo da normatizao PDDE e a
importncia dos recursos financeiros por ele repassados influenciam na estruturao isomrfica
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5 CONCLUSO
A gesto participativa pode ser entendida como um processo de estruturao provocada
por meio da presso normativa do PDDE, que se propagou de forma isomrfica no campo
organizacional, permeando os processos administrativos e provocando a mudana estrutural nas
escolas brasileiras. No entanto, o Programa carece de mecanismos que garantam a efetividade
dessa perspectiva de gesto, embora o comprometimento ou participao da comunidade
tambm possam ser afetados por fatores extrnsecos ao Programa.
Em que pese o relativismo existente entre a quantidade e qualidade na participao da
comunidade escolar e demais interessados na prtica da gesto escolar, a institucionalizao
dessa diretriz no aparenta ter adquirido um formato que efetivamente reflita a abrangncia e
profundidade pretendidas pela teoria, pois, embora contemple outras perspectivas, a nfase
principal do PDDE recai sobre o controle da aplicao dos recursos financeiros.
Em face aos resultados obtidos, constata-se a dificuldade de as escolas adequarem suas
prticas de gesto ao contexto do Programa, ou ainda, de o Programa ser capaz de promover o
realinhamento das prticas tradicionalmente empregadas. Deste modo, cumprir a metodologia
PDDE pode estar se reduzindo ao atendimento de um rito formal que legitima a obteno de
recursos e a atuao dessas organizaes.
Portanto, tendo em vista responder a problematizao proposta, considera-se que a
estruturao provocada pelo PDDE neste campo organizacional, pode no proporcionar ganho de
eficincia a todas as escolas, em decorrncia das limitaes de cada organizao em face da
complexidade da metodologia, ou de suas possibilidades de operacionalizar as aes previstas
nos Programas por ele financiados.
Considera-se que h nfase na legitimao, o que pode afetar a obteno da eficincia
organizacional e ainda dissociar a anlise das prticas em relao aos resultados. Deste modo, a
conformao isomrfica provocada pelo PDDE tem o potencial de prejudicar a obteno dos
objetivos institucionais nas organizaes escolares, fazendo-se recomendvel aes subsidirias
ao Programa que promovam suporte tcnico e operacional para sua implementao e execuo.
Essa pesquisa buscou contribuir para o avano no conhecimento cientfico e o
desenvolvimento social, oferecendo uma aproximao terico-emprica com base na Teoria
Institucional para a compreenso do alcance e efeito do fenmeno de estruturao provocado
pela normatizao do PDDE, no campo organizacional onde se situam as organizaes escolares
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1 INTRODUO
Por ser um recurso natural renovvel, a gua ao longo do tempo praticamente no varia
em seu volume, portanto limitada no que diz respeito quantidade e a qualidade.
Imprescindvel para prpria vida dos seres humanos e demais seres vivos, se faz presente em
quase todas as cadeias econmicas, tanto na forma de insumo, como na forma de infraestrutura
bsica dos processos produtivos. Assim, com o acelerado crescimento demogrfico e a
ampliao das desigualdades no mundo, reveste-se em um cenrio de grande preocupao.
Paralelamente, h fortes indcios que tal quadro poder se agravar ainda mais que os conflitos de
interesse pelo acesso a gua podero se intensificar, como tambm, a ampliao do nmero de
regies que devem ter problemas com escassez de gua nos prximos anos.
O Brasil privilegiado em disponibilidade hdrica, j que possui um dos maiores
estoques de gua superficial do planeta. Estima-se que 10 % do total da gua doce existente no
mundo pertencem nao brasileira. Assim, em termos quantitativos, com exceo do semirido, o Brasil um dos pases mais ricos do planeta em disponibilidade hdrica. Entretanto, os
maiores volumes de gua doce no esto localizados onde esto as maiores concentraes
populacionais e as atividades industriais mais intensas. Ou seja, h regies com substantiva
escassez de gua e alta demanda de uso. Ao passo que em outras, os estoques so abundantes e a
demanda de uso relativamente baixa. Esta irregularidade da distribuio da gua nas regies
brasileiras quando combinado diversidade geogrfica e outros problemas regionalizados, tais
como: os eventos das secas e das inundaes, se transformam em desafios ainda maiores para o
gerenciamento dos recursos hdricos.
Tais eventos evidenciam que os desafios concernentes a gesto hdrica so problemticos
e complexos. Um problema aparente est na distribuio hidrogrfica heterognea que se tem no
pas. Em que pese, este fenmeno seja frequentemente atribudos s causas naturais conceitualmente falando daquelas que provm da dinmica da prpria natureza, porm,
imputam-se tambm a ao antrpica, cuja lgica, est associada a procedimentos produtivos
predatrios como a agricultura em larga escala e a industrializao.
Nesse sentido, visando enfrentar tal problemtica e desenvolver uma adequada gesto dos
recursos hdricos no Brasil, a Lei n 9.433/97, ao regulamentar o inciso XIX, do artigo 21, da
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Constituio Federal de 1988, deu um enorme passo para atingir o objetivo pretendido. Tal
regulamentao instituiu a Poltica Nacional de Recursos Hdricos (PNRH) e criou o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos (SINGREH). Uma sada apontada pela
comunidade cientfica internacional a gesto integrada dos recursos hdricos (GIRH) com a
gesto ambiental. Por sua vez, no Sudoeste da Amaznia brasileira, embora o cenrio seja de
abundncia por fazer parte da maior reserva de gua doce do Brasil - aproximadamente 81% dos
estoques disponveis - no est isenta de problemas associados questo hdrica (ANA, 2013).
Essas premissas revelam claramente um cenrio que suscita a necessidade imediata de
uma gesto adequada da gua. Tal preocupao vai alm de promover ajustes para minorar as
discrepncias apresentadas. fundamental para a manuteno da disponibilidade de seus
estoques, nica forma de assegurar a vida de todos.
Diante de tal realidade, de se esperar que uma nica poltica ou uma poltica geral no
seja suficiente para abranger de maneira eficaz todo o Pas e no seja aplicada com regularidade.
medida que a Lei das guas no alcana satisfatoriamente a maioria dos problemas hdricos,
dada complexidade de interesses e as enormes disparidades regionais, se instaura os arranjos
institucionais e as alternativas organizacionais.
Nesse contexto, os arranjos institucionais e as alternativas organizacionais surgem como
suporte para restabelecer as formas de organizao que requerem dilogo com outras polticas
pblicas, como por exemplo, com a poltica ambiental.
induzem a uma viso sistmica, mais ao mesmo tempo local, diferentemente da percepo
fragmentada e padronizada como requer a norma geral. Afora, que essas iniciativas tambm
repercutem positivamente nos custos operacionais das aes.
Essas distintas formas de organizao que vem sendo criadas e experimentadas so
especficas e se ajustam as distintas situaes locais. Isto porque, como j mencionado, a
distribuio da gua no Brasil no equnime ao longo do vasto territrio. Some-se a isto o fato,
de que em algumas regies os problemas so de ordem de escassez efetiva, enquanto que em
outras, so de outra ordem, basicamente relacionado deteriorao da qualidade dos estoques
disponveis.
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2 REFERENCIAL TERICO
De forma geral, a literatura sobre a gesto das guas superficiais no Brasil celebra a
instituio do Sistema Nacional de Gesto dos Recursos Hdricos (SINGREH) e da norma geral,
mas amplo e plural o debate de que para o tamanho do desafio que se apresenta, para alm das
aes j estabelecidas, outras formas de organizaes so necessrios (LANNA; CEDRAZ;
MUOZ, 2000; ANA, 2013). Alm disso, o rito de tramitao subjacente, no uma tarefa
simples, por duas razes especficas: Uma a burocrtica que ainda uma tendncia dos estados
modernos e a outra a prpria legislao em vigor (Lei 8.9394/97) que estabeleceu regras
uniformes para realidades muito varveis (ANA, 2013).
razovel admitir desde logo, que as alternativas organizacionais aqui propaladas, no
necessariamente significam que seja caminho nico para efetuar a correta gesto dos recursos
hdricos. Muito pelo contrrio, o que se pretende, reflexamente, discuti-las enquanto inovaes
e atalhos capazes de conciliar interesses econmicos, sociais e ambientais com a realidade
institucional, que vem sendo adotada ao longo dos anos. Alm do mais, h questes estruturais
da maior pertinncia que precisam ser enfrentadas (PAGNOCHESCHI, 2000).
Por sua vez, algumas mudanas sero necessrias mesmo aps a edio da Lei das
guas, para que a mesma sofra ampliao em seu sentido e estimule ajustes em seu formato de
gesto. Alm disso, no predomine os atuais padres de uso de recursos naturais, como o caso
da gua que sob o domnio do mercado, orientam-se pela maximizao do lucro econmico a
curto prazo (SACHS, 1986). Portanto, a primeira mudana tem a ver com a maneira como
concebemos a gua, em especial as relaes entre seres humanos e gua dentro do marco das
relaes entre seres humanos e o ecossistema Terra (PETRELLA, 2001 p. 31).
medida que se amplia a crena por parte da sociedade hodierna que a maior parte dos
recursos naturais, tende a ser considerados como produtos/objetos passveis de serem valorados
economicamente, se abre uma imensa possibilidade da conveno da gua em um bem
econmico. Um desdobramento indireto dessa viso tornar a gua inacessvel a toda populao
mundial (PETRELLA, 2011).
Tal tendncia fica mais evidente quando se observa o comportamento de grandes
corporaes financeiras internacionais, tais como a OECD, o Banco Mundial e o FMI. Essas
instituies nas ltimas trs dcadas vm intensificando a produo de estudos, relatrios e
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organizando conferncias com vis que a gua um bem econmico e fomentando a ideia da
parceria pblico/privado. Tal ideia se assenta no pressuposto de que o estado possui limitaes e
no sempre tido como um parceiro eficiente e confivel.
Evidentemente, tais especulaes sobre o enfraquecimento do estado em relao
governana dos recursos hdricos situam-se muito alm da falta de preciso por parte do mesmo
na prescrio de como fazer, para evitar que a gua no siga o mesmo rumo do petrleo. Mas
no deixam de refletir umas das maneiras possveis de declnio da gesto pblica. medida que
isto ocorre se instaura a viso que a gesto privada mais eficiente, rentvel, transparente e
benfica para a sociedade (PETRELLA, 2001).
No entanto, importa observar que:
A parceria pblico/privado com relao gua tende a cultivar e a implementar as vises
e abordagens do setor privado de forma que a gua (a fonte de vida) est em perigo de
tornar-se gradualmente uma das principais fontes de lucro, umas das ltimas reas a
serem conquistadas para acumulao privada de capital (PETRELLA, 2001, p. 33)
Por sua vez, uma segunda mudana defendida por Petrella (2001) diz respeito
apropriao por parte do Estado da soberania e dos direitos de propriedade sobre a gua. Neste
particular, a vasta literatura concernente a gua, demonstra que a estatizao da gua no Brasil,
assegurou, ainda que minimamente, acesso de distintos estratos sociais a esse bem.
Petrella (2001, p. 35), esclareceu ainda as semelhanas e as distines dos conceitos de
desestatizar e privatizar da seguinte forma:
importante desestatizar a gua: isto , libert-la da lgica burocrtica e centralizadora
do poder estatal, afirmando o valor mnimo da cidadania estatal. Desestatizao da
gua, no entanto, no significa privatizao na forma de uma transferncia de
propriedade e de controle para as corporaes privadas.
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Um problema central , portanto, como adotar novas prticas, sem, no entanto, desprezar
mtodos tradicionais de gesto dos recursos hdricos. No caso brasileiro, este um problema
complexo e sem resposta nica. Entretanto, poder ser simplificado medida que no se requeira
apontar solues por meio da adoo de novas alternativas, mas sim focalizar no aprimoramento,
nas mudanas e nas inovaes das j existentes.
Pode se caracterizar uma alternativa organizacional como um conjunto de medidas
tcnicas e operacionais que combinadas com a norma geral e polticas afins, resultem em
benefcios para a sociedade. Assim, as inovaes organizacionais, entre outros aspectos
[...] so mudanas na forma de organizao, nas polticas, nas tarefas, nos
procedimentos e nas responsabilidades a introduo de novas rotinas de trabalho,
procedimentos administrativos, relaes intraorganizacionais, prticas gerenciais e
relacionamento como os grupos de interesse (LUSTOSA, 2010 p. 209).
Um exemplo de problema atpico e situao especfica a escassez de gua no semirido que requer negociaes
diferenciadas e dilogo com outras polticas pblicas (ANA, 2013).
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Segundo Haesbaert (2004, p. 350), nunca demais lembrar o pressuposto bsico de que o territrio, no sentido
relacional [...], no simplesmente uma coisa que se possui ou forma que se constri, mas sobretudo uma relao
social mediada e moldada na/pela materialidade do espao. Assim, mais importantes do que as formas concretas
que construmos so as relaes com as quais ns significamos e funcionalizamos o espao, ainda que num nvel
mais individual.
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2 METODOLOGIA
Um dos objetivos, deste estudo, deixar claro que o atual modelo de gesto dos recursos
hdricos predominante no Pas, qualquer modalidade que se assuma, cada vez mais evidente a
necessidade de um gerenciamento local, setorial e de resposta (TUNDISI, 2008). Para tanto, por
meio do mtodo de abordagem dedutivo, realizou-se uma pesquisa bibliogrfica, qualitativa e
no experimental. A pesquisa bibliogrfica consiste em fontes normativas, doutrinrias e tcnicas
relacionadas gesto de recursos hdricos no Brasil e no Sudoeste da Amaznia.
Desse modo, o pressuposto dessas respostas so os resultados das experincias variadas,
em forma de alternativas organizacionais que surgem como uma opo para atuar nas lacunas do
poder pblico estatal e lidar com os inmeros desafios que so postos na gesto das guas
(ANA, 2013 p. 16).
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3 RESULTADO E DISCUSSO
De forma geral, a governana dos recursos hdricos, est embutida dentro de um contexto
muito mais amplo do que tradicionalmente analisada e um estudo analtico sobre os arranjos
organizacionais nas distintas fases de implementao das instncias e dos instrumentos de gesto
da gua, no pode prescindir da observncia aos princpios4 e as normas que devem ser a eles
aplicveis, incluindo aqueles que citam o meio ambiente, tendo em vista, a acentuada evoluo
ocorrida nessa rea. Alm disso, os recursos hdricos no podem ser geridos de forma isolada
em relao ao meio ambiente (MACHADO, 2015 p. 522).
No o principal foco deste estudo se ater a essas questes, contudo, a abordagem de tais
princpios que se aplicam a governana hdrica/ambiental, objetiva ampliar o campo de viso,
com a inteno de extrair as bases da legislao hdrica brasileira e verificar como os princpios
conferem embasamento para a proteo e a conservao das guas (GRANZIERA, 2014).
Segundo Granziera (2014, p. 34), toda principiologia sobre as guas tem sua origemremota ou mais recente-nos tratados internacionais. Esta colocao da autora vem ao encontro
da prpria Lei n 9.433/97, cujas regras exaradas, fundamentam-se em princpios formulados
pelo direito internacional e ratificados pelas conferencias e seminrios de mbito mundial.
Existem, segundo Granziera (2014) e Machado (2015), alguns princpios comuns que devem ser
observados quando se trata da gesto dos recursos hdricos.
Tais princpios referem-se a uma nova abordagem da agenda ambiental, construdos e
apoiados pelas mais importantes declaraes internacionais extradas das conferncias mundiais
sobre o meio ambiente e gua. Os mais patentes desses princpios relacionados preservao da
gua e ao meio ambiente, so apresentados em seguida. Excludos aqueles que no dizem
respeito, pelo menos diretamente, aos objetivos centrais deste captulo.
Sundfeld (2008 p. 143) define princpios como sendo ideias centrais de um sistema, ao qual do sentido lgico,
harmonioso, racional, permitindo a compreenso de seu modo de organizar-se. Ver: SUNDFELD, C. A.
Fundamentos de Direito Pblico. 4. ed. So Paulo: Malheiro, 2008.
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Princpio 1: O homem tem direito liberdade, igualdade e a condies de vida satisfatria, num ambiente cuja
qualidade lhe permita viver com dignidade e bem-estar. Ele tem o dever solene de proteger e melhorar o meio
ambiente para as geraes presentes e futuras (Declarao das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente Humano CONFERNCIA DE ESTOCOLMO, 1972).
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No que se refere ao campo normativo brasileiro o artigo 225 da Magna Carta6, refere-se
ao meio ambiente equilibrado. Em outros termos, o meio ambiente se constitui direito de todos e
um bem comum do povo. Alm disso, sua defesa e proteo, por conseguinte, compete ao
poder pblico e a coletividade. Ou seja, a todos cabe o direito de uso, assim como a
responsabilidade pela proteo do meio ambiente (GRANZIERA, 2014 p. 36).
Desenvolvimento Sustentvel
Segundo Granziera (2014, p. 37),
[...] o princpio do desenvolvimento sustentvel tem sua origem remota no incio da
dcada de 70, quando uma equipe de cientista do Instituto de Tecnologia de
Massachussets MIT encaminhou ao Clube de Roma, 1974, um relatrio denominado
The Limits of Growth, que teve grande repercusso internacional.
Art. 225 da CF consagra que: todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e a coletividade o dever de
defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.
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Princpio da Precauo
A locuo precauo, dentre outros significados medida antecipada que visa prevenir
um dano futuro (FERREIRA, 1999). Por este motivo, em se tratando de gesto
hdrica/ambiental, costuma-se consider-lo como a essncia do direito ambiental, j que os
elementos que o compem so justamente o que se admite como proteo ao meio ambiente para
as atuais e futuras geraes (GRANZIERA, 2014).
Derani apud Granziera (2014, p. 41), explica que esse princpio indica uma atuao
racional para com os bens ambientais, a mais cuidadosa apreenso possvel dos recursos
naturais, [...] que vai alm das simples medidas para afastar o perigo. Em outros termos, este
princpio deve ser aplicado sempre que houver uma suspeio de risco ao meio ambiente, a fim
de evitar danos futuros.
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Princpio da Preveno
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fases: i) fase indutora. Nela o foco voltado para o funcionamento dos Comits de Bacia. ii) fase
da consolidao. Visa consolidao do modelo de gesto.
Como j se explicou, no Brasil, persiste uma lacuna na poltica de recursos hdricos
quanto ao estabelecimento de modelo organizacional para a governana da gua. Isso porque, na
maioria das experincias observadas, so consideradas como alternativas organizacionais aquelas
que transcendem o poder pblico e a iniciativa privada. Com relao s possveis espcies de
alternativas organizacionais, dois grandes grupos se destacam: as alternativas poderiam ser
pblicas ou privadas (ANA, 2014). A despeito da diferenciao entre entes pblicos e privados,
nesse contexto, so porque os
[...] entes privados, no pertencentes s estruturas governamentais, com ou sem fins
lucrativos, no podem dela se ocupar, limitao que no atingem os entes pblicos,
capazes do exerccio pleno de todas as atribuies, desde que previstas em sua
respectiva lei de criao (ANA, 2014 p. 23).
Por esta lgica, a criao de um ente pblico seria a alternativa organizacional mais
recomenda, j que permitiria o exerccio de todas as funes previstas em Lei. Entretanto, como
visto so muitas s divergncias quando se discutem esta questo. Similarmente, quando se
prope criar mais uma estrutura pblica. De um lado, a sociedade reconhece as limitaes do
ente privado no que diz respeito as suas competncias, por outro, infelizmente enxergam o ente
pblico quase sempre menos eficiente do que o ente privado. Em suma, a gesto de qualquer
atividade pela iniciativa privada, tem apelo maior perante a sociedade. O quadro 01 resume as
diferentes abordagens do ponto de vista legal entre organismo pblico e ente privado.
De forma geral as entidades privadas podem ser classificadas em organismos com ou sem
fins lucrativos7. Entretanto, cada uma delas tem distintas capacidades e possibilidades para atuar
na gesto dos recursos hdricos. No Brasil, pelas razes acima mencionadas, algumas
associaes sem fins lucrativos foram criadas para cuidar dos recursos hdricos, principalmente
as entidades privadas que passaram a atuar como Entidades Delegatrias8, exercendo funo de
7
Considera-se como ausncia de fins lucrativos as organizaes civis de direito privado que no distribui, entre
seus scios e associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais,
brutos ou lquidos auferidos mediante o exerccio de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecuo do
objeto social (MACHADO, 2015).
8
As Entidades Delegatrias so organizaes civis sem fins lucrativos, previstas na Lei Federal n 10.881, de 2004,
que recebem delegao de funes de Agncia de guas pelo CNRH e assim podem celebrar contrato de gesto
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Agncia de gua. Em contrapartida, podem ser entidades delegadas das funes da Agncia de
guas os tipos de organizaes constantes do art. 47, I a IV da Lei 9.433/97 (MACHADO,
2015 p. 592).
Entidade Privada
Personalidade jurdica, sempre, de direito privado
No pode efetuar a cobrana pelo uso da gua
Criada segundo uma lei geral, pr-existentefuncionamento pode ser garantido por contrato
com rgo pblico que define as condies para tal
No pode exercer poder de polcia
Aquisies e contrataes, inclusive de pessoal,
podem ser mais flexveis em funo de normas
especficas para entidades privadas
A despeito dos possveis organismos pblicos que podem ser criados para atuarem na
gesto dos recursos hdricos, a ANA (2014), agrupa alguns tipos de organismo. Quanto
vinculao: So da administrao indireta, criados com o objetivo precpuo de agilizar a
atividade pblica em situaes especiais. Quanto ao modelo organizacional, so assim
denominadas: i) as autarquias que so pessoas jurdicas de direito pblico com funes
outorgadas na lei de sua criao; ii) fundao pblica de direito privado que uma entidade
sem fins lucrativos, criada por ato legislativo para desenvolver atividades do Estado que no
exijam execuo por rgos ou entidades de direito pblico; iii) empresa pblica e sociedade
de economia mista, ambas possuem personalidade jurdica de direito privado e so criadas por
lei para a explorao de atividade econmica.
Como visto, so diversas as categorias de organizaes civis e organismos pblicos de
recursos hdricos previstas pela Lei 9.433/97, cada uma com suas especificidades, o que
contribui de certa forma para contemplar as peculiaridades locais em formas de alternativas
organizacionais.
com a ANA, no caso da bacia hidrogrfica ser domnio da Unio. Da mesma forma no mbito da gesto estadual
quando se tratar de guas estaduais (ANA, 2014).
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4 CONCLUSES
Este estudo evidenciou que no Sudoeste da Amaznia a integrao hdrica/ambiental
ainda um objetivo a ser alcanado. De forma geral, alguns avanos vm ocorrendo. No entanto,
a gesto dos recursos hdricos ainda encontra-se na fase indutora, isto , os esforos
empreendidos esto voltados para criao e instalao dos Comits; estudos e debates sobre
problemas hdricos; capacitao e mobilizao social para efetivao dos planos; e estudos para a
implantao da Agncia de gua. Diferentemente do que ocorre em outras partes do Pas, que j
esto no estgio de consolidao, onde o foco passa a ser na operacionalizao e captao de
recursos financeiros, no acolhimento das aes e deliberaes dos Comits de Bacia e no alcance
de resultados (ANA, 2014).
A despeito da Alternativa Organizacional, uma possibilidade vislumbrada que poderia
acelerar a integrao hdrica/ambiental, atuao conjunta com outras instancias organizacionais
que atuam na conservao dos recursos naturais e recursos hdricos, por exemplo, as Unidades
de Conservao (UCs). As UCs possuem em sua estrutura organizacional, Conselhos Gestores
que so compostos por representantes governamentais e no governamentais. Alm disso, atuam
quase sempre na proteo dos mananciais e com forte interlocuo com as comunidades.
Outra possvel oportunidade seria planejar as Unidades de Gesto dos Recursos Hdricos,
coincidindo-as com as reas de abrangncias das UCs, principalmente, as reas de Proteo
Ambiental (APA). Ou seja, no contexto amaznico, essas reas de proteo so de uso
sustentvel e normalmente so bastante extensas e com presena humana, possibilitando assim, o
uso racional dos recursos naturais e assegurar a sustentabilidade.
Portanto, a preservao das guas implica em melhores critrios de gesto. E
fundamentalmente, os encaminhamentos devem ser pensados na direo de superar os obstculos
atuais e formatar uma nova realidade para o futuro com mais conhecimento sobre suas guas.
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1 INTRODUO
Para entender o contexto histrico no qual foi elaborada a Lei 11.645/08 que instituiu o
ensino da histria e da cultura afro-brasileira e indgena nas unidades de ensino do Pas, faz-se
necessrio descrever a conjuntura brasileira no incio dos anos 80 do sculo XX, onde se
intensificaram os debates em torno do processo de construo de um estado democrtico de
direito aps os 21 anos de regime militar.
Esse processo se concretizou com a aprovao da Constituio de 1988, denominada
como a Constituio Cidad. Esta nova Carta Magna do Pas, inspirada nos princpios de
equidade e de justia social, procurou garantir os direitos sociais para todos os brasileiros, em
especial para aqueles grupos tnicos, como o caso dos negros e dos ndios, que foram ao longo
da histria excludos de todos os direitos fundamentais para exercerem com dignidade a sua
cidadania.
Assim, pode-se dizer que foi dentro deste novo cenrio de conquistas e de
reconhecimentos que esses grupos tnicos obtiveram voz, rosto e identidade. A partir de ento, o
Estado brasileiro luz da nova Constituio Federal passou a condenar como crime o racismo, o
preconceito e outras prticas discriminatrias que pudessem ferir a dignidade humana desses
povos. Sobre tais conquistas Nogueira (2004) descreve que o
[...] Estado, desde os anos 1980, instado a se manifestar sobre o racismo no Brasil, de
forma direta e constitucional, deslocando-se da posio de negao absoluta do racismo
para o reconhecimento formal. Isso est em muito relacionado s manifestaes
polticas contra a ditadura militar, que trouxeram tona a vitalidade clandestina do
movimento negro, imposta pelo regime ditatorial. A visibilidade de vrias organizaes
do movimento e de suas lideranas confirma, posteriormente, no processo constituinte
(1982-1988), a grandeza e a justeza de suas proposies. A criminalizao do racismo
pela Lei 7.716, conhecida como Lei Cao, do deputado Carlos Alberto de Oliveira, e o
Artigo 68 da Constituio, que trata da regulamentao das terras dos remanescentes de
quilombos, so as duas principais conquistas alcanadas pelo movimento negro no
processo constituinte. A Lei 7.716 sepultou a Lei Afonso Arinos, que punia a prtica do
racismo como contraveno, designando alguns espaos pblicos (como bares,
restaurantes, hotis e similares, por exemplo) como locus nicos das aes
discriminatrias contra os cidados negros. (NOGUEIRA, 2004, p.93).
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Desse modo, observa-se que a antiga verso oficial da histria fundamentada na viso
eurocntrica marcadamente permissiva e preconceituosa, onde os negros so retratados apenas
como escravos e os ndios como sujeitos frgeis, preguiosos e indolentes que em nada
contriburam para o processo civilizatrio brasileiro, vai aos poucos sendo corrigida.
Neste novo cenrio a escola surge como espao privilegiado para a formao da
cidadania a partir da valorizao das diferentes matrizes culturais formadoras da cultura
brasileira. Como destaca Gadotti (1995), a escola para ser humanista precisa mostrar aos alunos
que existem outras culturas alm da sua (GADOTTI, 1995, p. 282). Por isso, fundamental que
a diversidade seja reconhecida, vivida e respeitada entre os grupos sociais no ambiente escolar.
Entretanto, apesar dos esforos feitos e das conquistas obtidas nos ltimos anos por esses
grupos tnicos, o conhecimento da histria desses povos, seus lderes, suas lutas de resistncias,
seus elementos culturais e religiosos, ainda so renegados a segundo plano, inclusive nos livros
didticos de histria que apenas fazem menes espordicas das figuras dos negros e dos ndios
inseridas no Brasil Colonial e Imperial, esquecendo-se, na maioria das vezes, de descrever suas
ancestralidades, seus modos de produo, suas organizaes polticas e sociais e suas
contribuies para o desenvolvimento econmico e cultural do Pas.
Os esteretipos ainda persistem no inconsciente coletivo de muita gente que adota uma
postura etnocntrica para se referir a esses povos. Muitas vezes so vistos e tratados como
pessoas inferiores, perigosas e preguiosas. Os elementos peculiares das suas culturas so
confundidos com o folclore. Quem no se lembra das figuras e das lendas do saci perer, do
negrinho do pastoreio, do cabloquinho da mata, do curupira e de tantos outros. Tais
personagens e estrias ainda so lembrados em diversas escolas do Pas, em especial nos dias do
ndio e do folclore. Aps as comemoraes desses dias, a cultura afro-indgena cai novamente no
esquecimento. Sobre tais dificuldades no contexto hodierno, Nogueira (2004) assinala:
O que fazer, neste incio do sculo XXI, para melhor combater o racismo e promover a
igualdade racial no Brasil? Acreditamos que, primeiro, precisamos querer mudar o
padro das relaes socioculturais e raciais que se desenvolveram secularmente e
reproduzem-se de forma impiedosa e violenta, apesar das aes mais determinadas dos
governos nos ltimos tempos. Para apontar o sentido da mudana, h uma flagrante
disputa de projetos, focando os acessos, as oportunidades, os valores, os conflitos,
objetivos e subjetivos. As aes afirmativas, traduzidas nas polticas de cotas nas
universidades para negros, pobres, indgenas e alunos oriundos de escolas pblicas,
refletem este estado inquietante, sobretudo para quem contra. O clima do debate
parece em muito com o comportamento das elites nos finais do sculo XIX, quando da
abolio da escravatura. Era tambm uma onda negra, medo branco que se repete
(NOGUEIRA, 2004, p.97).
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 OS DESAFIOS E AS DIFICULDADES PARA A IMPLEMENTAO DA LEI 11. 645/08
No se pode negar, que ao longo da histria dos povos africanos e indgenas, foi
estabelecido, no Brasil, um modelo poltico-econmico-social excludente e elitista que impediu o
acesso de milhes de brasileiros a educao e cultura, condenando-os a escravido, a pobreza e a
marginalizao sem a possibilidade de conhecer a sua prpria histria e a cultura do seu povo.
Desse modo, com o intuito de combater preconceitos ligados a determinantes como
gnero, raa, religio, deficincias, padres culturais, desigualdades e discriminaes que sofre a
populao negra e indgena no Brasil, foi sancionada a Lei 11.645 de 2008, no governo Luiz
Incio Lula da Silva, que tornou obrigatrio o estudo da histria e cultura afrobrasileira e
indgena no debate educacional brasileiro e nos encaminhamentos das polticas pblicas para a
educao.
A Lei n 9.934/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN), que teve
em 2003 o acrscimo do artigo 26-A, dado pela lei 10.639/03, que inclua no currculo a
obrigatoriedade do ensino da temtica histria e cultura afro-brasileira. Em 10 de maro de
2008, a Lei 11.645 alterou o artigo 26-A da lei n 9.934/96, que passou a vigorar com o seguinte
texto:
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino mdio, pblicos e
privados, torna-se obrigatrio o estudo da histria e cultura afro-brasileira e indgena.
1o O contedo programtico a que se refere este artigo incluir diversos aspectos da
histria e da cultura que caracterizam a formao da populao brasileira, a partir desses
dois grupos tnicos, tais como o estudo da histria da frica e dos africanos, a luta dos
negros e dos povos indgenas no Brasil, a cultura negra e indgena brasileira e o negro e
o ndio na formao da sociedade nacional, resgatando as suas contribuies nas reas
social, econmica e poltica, pertinentes histria do Brasil.
2o Os contedos referentes histria e cultura afro-brasileira e dos povos indgenas
brasileiros sero ministrados no mbito de todo o currculo escolar, em especial nas
reas de educao artstica e de literatura e histria brasileiras (BRASIL, 2008).
Deve-se destacar que a Lei 11.645/08 no anula a lei 10.639/03 e sim a complementa ao
incluir e tornar obrigatrio o ensino da histria e da cultura dos povos indgenas nos currculos
escolares do ensino fundamental e mdio. Assim como a Lei 10.639 resultado das
reivindicaes e presses das organizaes que compem o Movimento Negro brasileiro, a Lei
11.645 tambm decorrente das reivindicaes e presses das lideranas de diferentes etnias
indgenas. Sobre isso Pereira (2011) afirma que,
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Nota-se, pois, a partir da leitura do texto citado, que alm de estender a incluso do
ensino aos povos indgenas, ampliou-se tambm a participao do negro e do ndio corrigindo a
redao anterior desse mesmo artigo. Agora a cultura desses dois grupos tnicos no s resgata
as suas contribuies na formao e no desenvolvimento da sociedade nacional, mas
reconhecidamente, caracteriza a formao da populao brasileira dando uma nova colorao a
identidade nacional. O amparo legal contribuiu para reafirmar a proposta pedaggica de uma
forma de ensino inclusiva que se ope e combate todas as formas de preconceitos, intolerncias e
atitudes etnocntricas.
Antes de descrever os desafios que se impem para a implementao da Lei 11.645/08,
faz-se necessrio destacar que a existncia de uma lei no assegura que a realidade seja
totalmente transformada a partir das orientaes que ela estabelece. Na verdade, no se muda a
realidade por decreto. Por isso, fundamental uma operacionalizao colaborativa, um trabalho
conjunto, de articulao entre processos educativos escolares, polticas pblicas, movimentos
sociais, visto que as mudanas ticas, culturais, pedaggicas e polticas nas relaes
etnicorraciais no se limitam escola (PARECER CNE/CP n 03/2004).
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Sobre isso, Reis (2009) afirma que a existncia de leis e polticas de ao afirmativa no
basta para desenvolver atitudes e hbitos que garantam a construo do respeito s diferenas.
Aqueles s sero alcanados se houver predisposio, por parte da sociedade, para provocar
mudanas (REIS, 2009, p. 60).
Lamentavelmente apesar dos avanos obtidos com a promulgao da Lei 11.645/08,
ainda se verifica certo pessimismo em relao a sua implementao dentro do processo
educacional do Pas. Tal afirmao pode se observar nos seguintes depoimentos:
Uma preocupao reside na adoo efetiva da lei. Vivemos num pas de muitas leis e
pouco cumprimento. No creio que mais uma lei resolva, mas certamente ela um start
para que a sociedade se mobilize, diz Munduruku. A antroploga Artionka Capiberibe,
doutoranda do Museu Nacional/UFRJ e pesquisadora de longa data dos ndios da etnia
palikur, pensa de forma semelhante: A aplicao das leis aqui no Brasil complicada.
Mas a partir do momento em que esta lei (11.645/08) foi instituda, os movimentos
sociais e indgenas passaram a poder, legitimamente, fazer presso para que ela seja
implementada. Eu tenho imensa reserva quando vejo propostas de mudana
curriculares que no vm ancoradas em estratgias que apoiem os professores a
melhorar seu trabalho. Essa me parece mais uma delas. Muda-se a lei e espera-se que a
realidade mude com ela. No assim na vida real, afirma o antroplogo Luis Donisete
Benzi Grupione, pesquisador- associado do Ncleo de Histria Indgena e do
Indigenismo da Universidade de So Paulo (USP), autor de livros de referncia sobre o
tema e consultor do MEC para educao indgena. Creio que nem as escolas, nem os
professores tomaram conhecimento dessa lei. Por isso importante que o MEC e as
Secretarias Estaduais de Educao proponham aes para que a lei ganhe efetividade.
Sem esse esforo, continuamos no velho e surrado bordo, da larga distncia entre o que
diz a lei e o que ocorre na prtica (CELANI, 2008, p. 12-13).
Ante o narrado, deduz-se que a Lei 11.645/08, mesmo reconhecendo a escola como o
locus privilegiado para formar cidados e promover a valorizao das diferentes matrizes
culturais formadoras da cultura brasileira atravs do combate ao racismo e ao preconceito, no
foi plenamente assimilada pelos educadores e pelos membros da sociedade civil e, por isso
mesmo, suas orientaes ainda custam a se universalizar dentro do sistema educacional
brasileiro.
Infelizmente, at o momento presente, ainda no existe uma orientao legal da Lei
11.645/08 por parte do Conselho Nacional de Educao e do MEC. No que concerne a Lei
11.645/08 a determinao seguir as mesmas orientaes referentes Lei 10.639/03 presentes
no Plano Nacional de Implementao das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das
Relaes Etnicorraciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana, onde se
especifica detalhadamente as atribuies ou incumbncias dos diferentes nveis do sistema
educacional brasileiro para a implementao da Lei (BRASIL, 2009).
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Entretanto, aps quase dez anos da sua edio, verifica-se que o Brasil tem poucas razes
para acreditar que, por si s, a Lei 11.645/08 consiga, dentro do atual cenrio educacional
brasileiro, promover uma educao voltada para tolerncia, respeito e valorizao de inmeras
matrizes etnicorraciais que formam a cultura brasileira.
Na verdade, para que essa educao seja realmente efetivada ela depende das condies
fsicas, materiais e tambm de aes que favoream o ensino aprendizagem de todos os alunos,
bem como de investimentos na formao sistemtica e regular dos professores. Todavia, no
isso que se verifica na realidade.
Em um estudo realizado sobre a implementao da Lei 11.645/08 nas escolas de Cuiab
(MT), pelas autoras Eichholz e Grando (2014), constatou-se que a maioria dos professores da
rede municipal desta cidade afirma em seus discursos escritos que possuem pouco, quase nada
ou nada, de conhecimento sobre a Lei 11.645/08:
No sabe nada, aprendendo no curso.; Muito pouco, hoje estou aprendendo a
importncia dessa lei.; Respondi sim, porque j ouvi dizer alguma coisa, sobre essa
lei, embora nunca me aprofundei.; Quase nada, estou recebendo informaes sobre
agora.; Pouco, porm sei sobre a importncia de se trabalhar com a mesma nas
escolas.; Tive conhecimento da lei a partir das palestras dos dias 16 e 17/09/2013 e
tambm atravs do site do CEFAPRO.; Nada ou quase.; Apenas o pouco que vi
aqui.; Conheci esta lei neste encontro.; Foi sancionada pelo presidente Luiz Incio
Lula da Silva.; Quando fiz faculdade na UFMT, tivemos alguns tpicos sobre o
assunto.; Muito pouco, pois passei me interessar bem mais aps o curso de histria
onde me despertei pela causa.; A valorizao e reconhecimento da etnocultura.; J
li as orientaes, conheo a lei desde que foi sancionada. ( EICHHOLZ e
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Portanto, diante de tal realidade, conclui-se que a prtica pedaggica desenvolvida pelos
professores dentro das suas salas de aulas ainda est longe de fazer jus ao que preconiza a Lei
11.645/08. De fato, muitos docentes ainda no apresentam um conhecimento profundo sobre a
histria e a cultura desses povos e nem experincia necessria com as questes tnico-raciais
para ministrar suas aulas, promover seminrios e debates ou mesmo desenvolver projetos sobre
essa temtica.
A materializao da Lei 11.645/08, em sala de aula, implica antes de tudo em polticas
pblicas de formao desses docentes a partir de uma perspectiva que valorize a fundamentao
terica e metodolgica, os contedos especficos de suas disciplinas e suas prticas, a fim de que
possam adquirir as competncias e as habilidades necessrias para abordar com profundidade
tais questes previstas na prpria Lei.
A tarefa no fcil. A complexidade da questo imensa. Entretanto, acredita-se que tais
desafios podero ser minimizados por meio de aes propositivas que desenvolvam toda uma
poltica de formao de professores e elaborao de materiais didticos que superem as antigas
atitudes e propostas pedaggicas que no reconheciam as diferenas culturais e tnicas que
formaram a cultura brasileira.
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3 METODOLOGIA
Para este estudo, adotou-se uma abordagem de natureza qualitativa, na tentativa de buscar
os significados e valores que perpassam o universo tanto das culturas etnicorraciais bem como
do universo de significados e significantes da realidade escolar, objetivando analisar os
motivos, aspiraes, crenas, valores e atitudes correspondentes s aes e relaes dos
sujeitos nos contextos que no podem ser apenas quantificados (MINAYO, 1994, p. 21).
Primeiramente partiu-se para o estudo e aprofundamento das leis que asseguram os povos
africanos e indgenas, sobretudo, a Lei 11.645/08 que instituiu o ensino da histria e da cultura
afro-brasileira e indgena nas unidades de ensino do Pas. Assim, pode-se compreender a sua
caracterizao histrica e legal no contexto educacional da gesto democrtica. Concomitante,
contextualizou-se o debate por meio de autores, como Eichholz e Grado (2014), Gadotti (1995),
Nogueira (2004), Pereira (2011) e Reis (2009) que discutem o assunto em mbito macro da
poltica educacional com grandes contribuies temtica.
Por fim, buscou-se ouvir Secretaria Municipal de Educao da capital do Estado, Rio
Branco, visando obter informaes de como este rgo oficial vem se movimentando e quais so
as polticas objetivamente traadas para atender a legislao em vigor e implantar a lei na rede
municipal de ensino junto s suas escolas.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Apesar dos trabalhos realizados pelos membros do Frum Permanente de Educao
Etnicorracial e da Coordenao de Educao em Direitos Humanos, Cidadania e Diversidade,
verifica-se que a implementao da educao das relaes etnicorraciais no Estado do Acre ainda
encontra-se em um nvel distante do desejado, distante do real enfrentamento da discriminao,
do preconceito e de prticas racistas nas escolas pblicas estaduais.
Em muitas escolas da rede pblica de ensino o debate etnicorracial ainda est ausente do
cotidiano escolar. Pode-se dizer que uma das dificuldades encontradas est na falta de
conhecimento terico-prtico da maioria dos docentes sobre as orientaes presentes nas Leis
10.639/03 e 11.645/08, bem como das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das
Relaes Etnicorraciais para o ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indgena,
impossibilitando a sua operacionalizao nas unidades de ensino do Estado.
Apesar dos tantos projetos e atividades interdisciplinares realizados nas escolas
acreanas, observa-se que ainda h muito improviso em relao ao debate e ao enfrentamento das
questes raciais no Brasil e no Acre. Isso demonstra a falta de formao continuada especfica
por parte desses docentes quanto s relaes etnicorraciais nas escolas da rede de ensino
estaduais.
Segundo a professora Ione Soares de Carvalho, funcionria da Secretaria Municipal de
Educao-SEME e estudante do Curso de Especializao em Gesto de Polticas Pblicas com
nfase em Gnero e Relaes Etnicorraciais (UFOP), muito do preconceito ainda existente
ocasionado pela falta de conhecimento. Com o objetivo de difundir e implantar a referida lei no
currculo das escolas da rede municipal de Rio Branco/Acre foi formado um departamento
voltado para atender essa demanda.
O mesmo j desenvolve um trabalho de conscientizao nas escolas da rede, a partir de
diretrizes curriculares com propostas de como o professor pode trabalhar a referida temtica na
sala de aula. Nesta perspectiva, existe tambm um planejamento no qual uma equipe da SEME
est estudando as leis, se aprofundando no debate e se organizando pra preparar um grande
frum, onde sero convocados primeiramente os gestores e coordenadores, visando aprofundar
questes etnicorraciais com a equipe gestora de maneira que logo a seguir chegue aos
professores, considerados pea fundamental neste embate. Se entende que se no sensibilizar a
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5 CONCLUSES
Como foi visto a Lei 11.645/08 que instituiu o ensino da histria e da cultura afrobrasileira e indgena nas unidades de ensino do Pas, resultado da intensa mobilizao da
sociedade brasileira no incio dos anos 80 do sculo XX, onde se intensificaram os debates em
torno do processo de construo de um estado democrtico de direito aps os 21 anos de regime
militar no pas.
Neste contexto de transio, grupos tnicos que at ento eram desprezados e
marginalizados, como os negros e os ndios, conquistaram com a promulgao da Constituio
de 1988 voz, rosto e identidade. O Estado brasileiro luz da nova Constituio Federal passou a
condenar como crime o racismo, o preconceito e outras prticas discriminatrias que pudessem
ferir a dignidade humana desses povos.
A tomada de conscincia e o reconhecimento dessa discriminao e desse preconceito
levou o Ministrio da Educao, comprometido com a pauta de polticas afirmativas do governo
federal, a promulgar a Lei 10.639/03, que alterou a Lei das Diretrizes e Bases da Educao/1996,
e posteriormente sua atualizao na Lei 11.645/08.
Entretanto, como foi descrito, a implementao desta Lei ainda se depara com grandes
dificuldades e desafios, sobretudo devido falta de conhecimento, de interesse e de formao
especfica dos professores em relao as suas orientaes. Assim, aps quase dez anos da sua
edio, verifica-se que o Brasil tem poucas razes para acreditar que, por si s, esta Lei
11.645/08 consiga, dentro do atual cenrio educacional brasileiro, promover uma educao
voltada para tolerncia, respeito e valorizao de inmeras matrizes etnicorraciais que formam a
cultura brasileira.
Na verdade, para que essa educao seja realmente efetivada ela depende das condies
fsicas, materiais e tambm de aes que favoream o ensino aprendizagem de todos os alunos,
bem como de investimentos na formao sistemtica e regular dos professores. Todavia, no
isso que se verifica na realidade.
Quanto implementao desta Lei no Estado do Acre, apesar das atividades realizadas
pelos membros do Frum Permanente de Educao Etnicorracial e da Coordenao de Educao
em Direitos Humanos, Cidadania e Diversidade vinculada Secretaria de Estado de Educao e
Esporte, constatou-se que ainda encontra-se em um nvel distante do desejado, distante do real
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da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira, e d
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1 INTRODUO
A Administrao Pblica compem a ao desenvolvida pelo poder estatal ou pelos seus
delegados sob a emanao do regime jurdico de Direito Pblico, com a finalidade em atender de
forma direta e imediata, as necessidades concretas para a coletividade.
Desse modo, todo o aparelhamento do Estado concorre na prestao dos servios pblicos,
pois a sua estrutura reflete nas atividades de oferecimento a utilidade e comodidade material,
destinada a satisfao do interesse social.
A implementao das polticas publicas sob o foco de estabelecer metas e dirimir problemas
sociais, devem estar aliceradas no princpio da eficincia administrativa, que veio para
contribuir de maneira expressa com os demais princpios constitucionais preceituados no caput
do artigo 37 da Carta Magna.
A imprescindibilidade em abordar o princpio da eficincia na Administrao Pblica tratase em virtude do modelo gerencial, este adotado pela a Repblica Federativa do Brasil, tendo
como caracterstica propiciar um servio pblico de qualidade, eficiente, sem causar grandes
impactos financeiros aos cofres pblicos. Logo o modelo de gesto pblica burocrtico, fora
incapaz de tutelar as necessidades sociais, em virtude de seguir um formalismo exacerbado, com
padres hierrquicos rgidos, que caracterizavam uma concentrao no controle dos processos e
no dos resultados, prevalecendo sua ineficincia de voltar-se ao cidado, sendo este o motivo da
finalidade do poder estatal.
A atividade pblica, no pode exercer uma ingerncia administrativa junto coletividade,
logo deve satisfazer as necessidades da coletividade como tambm propiciar a eficcia de suas
decises polticas, bem como buscar meios que tornem a prestao de um servio pblico
eficiente, diante de uma sociedade dinmica, resultando uma aproximao entre o povo e o
Estado.
Desta forma, sob a tica de assegurar a continuidade da atuao do poder pblico em
favor das necessidades coletivas surge a seguinte problemtica: Quais as consequncias para o
gestor Pblico, pela a inobservncia do princpio da Eficincia?
Assim, o tema proposto do estudo cientfico tem que analisar a probidade administrativa,
sob o olhar do princpio da eficincia luz do Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de
Justia, mencionando as suas decises no sentido que o gestor pblico conduza o errio com
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Para Faria (1997, p.80) o princpio da impessoalidade decorre de que o agente pblico
administrador de bens alheios. Por essa razo, deve atuar sempre voltado para o coletivo, e
evitando favoritismo ou discriminao. Seguindo essa linha de raciocnio, observa-se que
atividades desenvolvidas pelos agentes pblicos devero ser imbudas de uma conduta racional,
procurando a satisfao das necessidades pblicas, evitando qualquer favoritismo que venha
causar dano ao patrimnio pblico.
Em razo desse princpio, segundo Bastos (1996, p. 158) no exerccio do poder
discricionrio que o agente administrativo costuma agir de acordo com o princpio da
impessoalidade. salutar o posicionamento, pois, o agente pblico ao praticar o ato segundo o
seu prprio juzo no pode proporcionar vantagens indevidas para si, ou para terceiros em
detrimento do interesse pblico.
A moralidade administrativa impe, ao agente pblico a estrita observncia de padres
ticos, de boa f, de lealdade de regras que assegurem a gesto eficiente e a disciplina interna do
poder pblico.
O princpio da publicidade possibilita que os atos da administrao pblica devem ser
pblicos, ou seja, a gesto pblica dever publicar os seus atos no dirio oficial, para garantir a
eficcia e produzir seus efeitos jurdicos. Logo, o Poder Estatal deve agir com a maior
transparncia possvel, para que os administrados tenham conscincia dos atos de gesto.
O princpio da eficincia introduzido na Lei Magna, por meio da Emenda Constitucional
l19 de 1998, exige que os agentes pblicos realizem suas atividades com presteza e rapidez, de
forma a satisfazer os interesses pblicos. Logo, a prestao dos servios pblicos no poder ser
adiada, sob pena do Estado responsabilizar-se pelos prejuzos acarretados a terceiros.
Para tanto, o princpio da eficincia tem a finalidade na busca da presteza, do rendimento
funcional, da responsabilidade, no cumprimento de deveres impostos a todo e qualquer agente
pblico, pois, refletem resultados positivos no exerccio dos servios pblicos satisfazendo as
necessidades bsicas dos administrados.
Para isso, vrios modelos de gesto pblica que foram colocados em execuo pelo Poder
Pblico Brasileiro esto o patrimonialista, burocrtico com suas respectivas caractersticas e a
essencialidade em adotar o estilo gerencial na contemporaneidade da gesto pblica, visando o
interesse social.
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A gesto pblica patrimonialista teve a sua origem na Europa, nos idos do sculo XVIII,
onde a ideologia de Administrao Pblica era que o Poder Pblico estava alheio aos interesses
sociais, predominando assim uma atividade estatal com caracterstica plena de iniciativa privada,
sendo este modelo fomentado por meio dos trabalhos dos seus administrados.
Faoro (2001, p. 183) ensina que a administrao do estilo do patrimonialismo no h
sequer noo de soberania popular, bem como a separao entre bem privado (do rei) e bem
pblico, j que o rei e seus prepostos no podiam roubar o que j era deles de direito.
Desse modo, a administrao patrimonialista no Brasil, teve seu incio no ano de 1530,
caracterizado como o Brasil Colnia, seguindo nesse modelo de administrao pblica at o ano
1930.
Destarte, a preponderncia do estilo de administrao patrimonialista, vinculado
confuso do patrimnio pblico e privado, gerava consequncias graves, onde a corrupo e o
nepotismo tornavam ineficiente o poder estatal em dirimir os conflitos sociais.
Deu lugar a gesto pblica burocrtica que consistiu no combate a corrupo e o
nepotismo gerados pela inabilidade do modelo patrimonialista em desempenhar a coisa pblica.
Desse modo, surge o modelo burocrtico de Administrao Pblica, apoiado na idealizao do
socilogo Weber (2004, p.84), que afirmava que a burocracia uma organizao baseada em
regras
procedimentos
regulares,
onde
cada
indivduo
possui
sua
especialidade,
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O perodo de 1937 a 1945, em que a gesto pblica brasileira, era marcada por forte
sentimento nacionalista e pela centralizao do poder estatal. No entanto, no perodo Vargas, no
houve a permanncia dos ideais propostos para efetivao do modelo burocrtico, apenas
tentativas infrutferas, segundo Paula (2005). O que levou a retirada do contedo da burocracia
foi que o modelo burocrtico que vigeu no Brasil no rompeu com as praticas patrimonialistas.
Desse modo, a gesto pblica no poderia desvincular da nova ordem econmica que na
metade do sculo XX, defendia a no participao do estado na economia, onde devia haver total
liberdade de comrcio, para garantir o crescimento econmico e o desenvolvimento social de um
pas. Os neoliberalistas afirmavam que o Estado era o principal responsvel por anomalias no
funcionamento do mercado livre, porque o seu grande tamanho e atividade constrangem os
agentes econmicos privados.
Assim, surge a Administrao Pblica Gerencial, com a finalidade de adotar mecanismo
que busque a excelncia administrativa e o foco no cidado, isto , necessitando de significativas
mudanas na mquina administrativa, tais como: ajuste fiscal; incentivos privatizaes,
estabelecendo um Poder Pblico voltado apenas a sua essencialidade quais sejam, a tutela
jurisdicional, legislativa, segurana pblica, sade e educao.
Neste contexto a administrao pblica brasileira, observando a efetivao das polticas
pblicas, no modelo gerencial contido na Inglaterra sob a gesto da primeira ministra Margareth
Tacher, e nos Estados Unidos, com o Presidente Reagan, em que estes gestores viviam a
experincia em aplicar o errio de maneira racionalizada, isto , com custos baixos,
proporcionando servios pblicos eficientes, tornando a atividade estatal em plena credibilidade
na promoo do bem comum.
Desse modo, o ento Presidente da Repblica Fernando Henrique Cardoso, encaminhou
ao Congresso Nacional, o Projeto de Lei que dava inicio na administrao pblica brasileira, ao
Estado Gerencial, que tem o cunho na discricionariedade administrativa, financeira e
oramentria aos dirigentes de rgos da administrao indireta, logo tinha o escopo de controlar
os dispndios pblicos, para proporcionar a melhoria na eficincia dos servios pblicos
ampliando assim o campo da governabilidade. Assim, o Plano Diretor da Reforma do Aparelho
do Estado (PDRAE), tinha a finalidade em reestruturar as bases do projeto governamental
brasileiro em inovar o modelo de administrao pblica.
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3 METODOLOGIA
Para discorrer sobre o objeto desta pesquisa foi necessrio desenvolver o trabalho
cientifico conforme o ensino de Prodanov (2013) indicando que a pesquisa se desenvolve desde
a formulao do problema at a apresentao de resultados.
A pesquisa se baseia em consultas bibliogrficas, anlise documental, tendo como base
alm das normas jurdicas existentes no Pas, a anlise de julgados proferidos pelo Supremo
Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justia, cujo objetivo foi obter subsdios necessrios
para compreender a importncia do norteamento da jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal
em conduzir o gestor pblico para uma administrao proba e eficiente.
A anlise documental, segundo Callado (1994), orienta o pesquisador em buscar novas
coletas de dados, considerando que o processo realizado de forma mais prudente e cautelosa
com a inteno de alcanar melhores resultados na anlise crtica do material recolhido.
A Emenda Constitucional n 19, repercutiu na probidade e eficincia da gesto pblica e
a uniformizao dos entendimentos prolatados pelo Supremo Tribunal Federal, que impem aos
agentes pblicos a busca pela qualidade dos servios pbicos adotando critrios legais e morais
para a melhor utilizao de recursos pblicos, conforme Morais (1999).
Para tanto, procurando familiarizar-se com o objeto do estudo e com o intuito de
sedimentar o conhecimento, tornando clara, a importncia em perseguir uma gesto proba e
eficiente, inclusive relacionando as consequncias daqueles que insistem em satisfazer interesses
alheios. Logo, optamos por uma pesquisa qualitativa, que segundo (GOLDENBERG, 1997, p.
34), consiste em explicar o porqu das coisas, exprimindo o que convm ser feito se valendo de
diversas abordagens.
Ao passo que a pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem
tratamento analtico, tais como: tabelas estatsticas, jornais, revistas, relatrios, documentos
oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapearias, relatrios de empresas, vdeos de
programas de televiso etc. (FONSECA, 2002, p. 32).
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
A presente pesquisa direciona-se ao gestor pblico, no sentido de realizar seus atos de
gesto, de maneira que os custos para manter a mquina pblica sejam moderados
proporcionando o equilbrio nas finanas pblicas bem como a efetivao de bons resultados
para a coletividade. Assim, posicionou-se o Supremo Tribunal Federal A Administrao
Pblica responde civilmente pela inrcia em atender a uma situao que seja a sua presena para
evitar a ocorrncia danosa (PEREIRA, 2009,p. 65.). Em conformidade ao posicionamento da
Suprema Corte, podemos manifestar que o princpio da Eficincia na Administrao Pblica,
reveste-se de uma condio indispensvel para a efetivao da proteo do interesse pblico.
Segundo Bulos (2010) o princpio da eficincia tem o escopo de obter resultados no exerccio
dos servios pblicos, satisfazendo s necessidades bsicas dos administrados, revelando-se apto para
gerar benefcios, prestando servios sociedade e respeitando o cidado contribuinte.
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indevido do errio.
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evitar o dficit pblico, pois, com essa conduta reflete uma gesto proba e eficiente em que a
sociedade se beneficiar com a efetivao dos servios pblicos.
A estabilidade fiscal indispensvel para tornar uma gesto pblica plena, pois o dficit
pblico torna inviveis as aes para atender as necessidades pblicas. Neste sentido, Alves
(2001, p. 1) afirma que a responsabilidade da gesto fiscal do administrador pblico, proibindo, a
renuncia de receitas, o aumento irresponsvel de despesas pblicas, prevendo austeridade e transparncia
fiscal, as reformas administrativa, previdncia e tributaria.
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Superior Tribunal da Justia, Mandado de Segurana n 7765/DF. Relator: Ministro Paulo Medina. 26 jun. 2002.
DJ 14.10.2002. Disponvel: http://www.direitonet.com.br/jurisprudencia/exibir/480543/STJ-MS-7765-DFMANDADO-DE-SEGURANCA-2001-0088160-9.Acesso: 06/07/2015
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ocorreu a revogao da licitao pblica, pois constatou que o poder pblico possua condies
em gerir o programa denominado Pantanal. Logo, possibilita uma racionalizao do errio
gerando uma gesto proba e eficiente.
O Supremo Tribunal Federal com o objetivo de assegurar a probidade administrativa
inibindo qualquer ato que fere os princpios da administrao pblica, decidiu no dia 20.08.2008,
na edio da smula 13 que viola a Constituio Federal a nomeao de cnjuge, companheiro
ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, at o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurdica investido em cargo de direo, chefia ou
assessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confiana ou, ainda, de funo
gratificada na administrao, direta e indireta, em qualquer dos poderes da Unio, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municpios.
A deciso proferida pela Suprema Corte impede a pratica do nepotismo no mbito da
administrao pblica, logo a admisso de agentes pblicos devem ser pautadas pela a
honestidade, lealdade e boa f, tendo assim como atributos a serem perseguidos pelos gestores
pblicos, onde por meio de um processo seletivo, ser escolhido o candidato capaz de
desempenhar uma funo pblica proba e eficiente. Outra importante deciso est contida no
Habeas Corpus102819-DF10, que trata do uso indevido da Mquina Pblica. A matria trata do
indeferimento em carter liminar do Habes Corpus, do ex- governador do Distrito Federal, Jos
Roberto Arruda, acusado de usar a mquina pblica para beneficio prprio. Desse modo o relator
Min. Marco Aurlio, decidiu que [...] Tem-se o interesse na prtica luz do dia, na prtica que
viabilize o acompanhamento da sociedade. Da constituir princpio bsico da administrao
pblica a publicidade no que desgua na busca da eficincia-artigo 37 da Constituio Federal.
Sopesem valores, observando-se que o coletivo sobrepe-se ao individual. A deciso do
eminente ministro baseou-se no interesse pblico, pois no h cabimento de usar a proteo das
garantias individuais, em que as provas foram robustas em fundamentar que o ex-governador
estava obtendo vantagem indevida na administrao pblica. Logo, o Supremo Tribunal Federal
busca com esse julgado a assegurar o princpio da eficincia, permitindo que gestores
comprometidos com a coisa pblica estejam atrelados eficincia da Gesto Pblica (quadro 1).
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Quadro 1. Resultado da anlise e resultados da pesquisa
LEIS/Decises
STF/STJ
Finalidade
Lei 1079 de 10 de
abril de 1950
Lei Complementar
n 101, de 04 de
Maio de 2000
Lei Complementar
n 135, de 04 de
Junho de 2010
Penal
Correlao Com os Crimes definidos
contra a Administrao Pblica no
Cdigo Penal Brasileiro.
Abrangidos pelos crimes definidos
contra Administrao Pblica no
Cdigo Penal Brasileiro
Abrangidos pelos crimes definidos
contra Administrao Pblica no
Cdigo Penal Brasileiro
Reflexo
Civil
Ressarcimento ao errio, ao
imprescritvel.
Eleitoral
Suspenso dos Direitos Polticos
Ressarcimento ao errio, ao
imprescritvel.
Ressarcimento ao errio, ao
imprescritvel.
Ressarcimento ao errio, ao
imprescritvel.
Ressarcimento ao errio, ao
imprescritvel.
MS 10092/DF STJ
Sumula 13 STF
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Anlise do MS 27339-DF
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5 CONCLUSES
A Administrao Pblica Brasileira filiou-se ao modelo gerencial, alterando a sua atuao
administrativa na relao com seus agentes, bem como daqueles maiores interessados nos
servios pblicos, os administrados.
Logo, foi necessrio inserir na Carta Magna de 1988, o princpio da eficincia
administrativa, sendo base desse novo modelo de gesto pblica, pois a eficcia e eficincia
so os meios necessrios para o alcance da plena satisfao dos interesses coletivos. A primeira
demonstra a capacidade que tem o gestor pblico de atingir metas otimizadamente e a segunda
a capacidade que tem o gestor pblico de aplicar recursos de forma otimizada, para a plenitude
da atuao administrativa. Com isso o gestor demonstra a capacidade de satisfazer as
necessidades da coletividade de forma efetiva.
O posicionamento do Supremo Tribunal Federal, bem como o Superior Tribunal de
Justia, vem de maneira contumaz sedimentando suas decises nesse estilo de Administrao
Pblica, o que corrobora com Moraes (1999); Meirelles (2000); Mello (2000), Cretella Junior
(1995).
Logo, esse entendimento pacfico tem como objetivo nortear o gestor pblico a gerir os
recursos pblicos de maneira proba, a sanear os gastos pblicos, propiciando o fim do dficit
pblico, conforme os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Destarte, o gestor pblico, deve aplicar os recursos oramentrios provenientes da
economia com despesas correntes em cada rgo investindo em programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernizao, reaparelhamento e racionalizao
do servio pblico.
A inobservncia dessas regras pode levar o agente pblico a ser penalizado e caso seja
condenado por um tribunal ser inelegvel, conforme a Lei Ficha Limpa, alm de impedir o
ente federativo de receber subvenes da Unio, em consonncia a Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Os agentes pblicos ao observarem os princpios da administrao pblica agem como
instrumentos do Estado para proporcionar a dignidade de uma coletividade, conforme os
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objetivos da Repblica Federativa do Brasil, que tanto anseia diante de uma mquina pblica to
complexa.
Desta feita agindo com resultados eficazes estaro sendo patrocinadores da justia social,
culminando o pleno exerccio dos direitos sociais onde so alcanados pelos administrados, que
por sua vez, vislumbram-se o respeito aos direitos humanos.
A probidade pblica eficiente proporciona ao gestor pblico o controle nos dispndios
pblicos bem como assegura a execuo das polticas pblicas, pois o emprego do errio de
maneira adequada refletem resultados positivos evitando desperdcio do tesouro pblico.
Assim, por meio de uma pesquisa de amostragem inserida em um quadro demonstrativo,
onde visualizamos a finalidade e a repercusso das decises prolatadas pelo o Supremo Tribunal
Federal, aps a insero da Emenda constitucional n19, a qual delineou o principio da eficincia
como o basilar do modelo Gerencial de Gesto Pblica. Logo impulsiona ao gestor pblico
aplicar o errio de maneira a racionalizar os gastos proporcionando o bem a coletividade.
O Supremo Tribunal Federal, no exerccio constitucional de guardio da Carta Magna,
propalam decises uniformes no tocante ao principio da eficincia administrativa,
proporcionando ao gestor pblico a segurana jurdica em gerenciar a coisa pblica com
prudncia; honestidade e eficincia refletindo bons resultados no convvio social e
protagonizando a harmonia de uma sociedade justa.
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WEBER, Max. A tica protestante e o esprito capitalista. So Paulo: Companhia das Letras,
2004.
A SUSTENTABILIDADE, MANEJO DO SOLO, PARA A MELHORIA DE RENDA DOS
CIDADOS DO SEMIRIDO
Antonio Carlos Estender
Douglas Vidal
Larissa Ananda Paiva Maciel
Georlando Almeida Rios
Gislaine Silva
Resumo
H anos discute-se a questo da sustentabilidade, tendo sido realizados fruns em diversas partes
do mundo visando implantao de medidas eficientes para a proteo do meio ambiente. Sendo
o Brasil um pas de dimenses continentais, e diversos biomas com suas peculiaridades,
necessita-se de polticas diversificadas para cada desses biomas. Deve preocupar-se com a
destruio da fauna e flora atentando-se para os efeitos da sua destruio, que muitas vezes por
falta de conhecimento e recursos as pessoas no percebem que seus hbitos tm causado prejuzo
para si, necessitando de orientao para mudana de comportamento, e no sabem onde
encontrar. Como exemplo pode-se citar o semirido nordestino, onde se tem destrudo parte da
vegetao da caatinga, eliminando-se espcies nativas a exemplo do ouricurizeiro que pode
colaborar para a manuteno do homem no campo e minimizar os problemas causados pela seca,
com o fornecimento da palha para alimentao dos animais e o aproveitamento correto dos
insumos extrados da palmeira gerando renda para a populao. Objetiva-se chamar a ateno
para esta questo, apresentando alternativas para a preservao da espcie, adotando o manejo
sustentvel do solo e criando novos meios de percepo de renda populao, atravs da criao
de associaes para beneficiamento e comercializao, e turismo ecolgico, atividade esta j
desenvolvida em vrias regies do Pas. Como medida preliminar deve-se criar um viveiro de
mudas para distribuir a populao para o replantio em reas degradadas.
Palavras chave: Sustentabilidade. Renda. Bioma. Ouricurizeiro.
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1 INTRODUO
Vive-se em uma sociedade que pouco se preocupa com o meio ambiente, destri a fauna
e a flora sem se atentar para os efeitos desta destruio, muitas vezes por falta de conhecimento e
recursos as pessoas no percebem que seus hbitos tm causado prejuzo para elas, necessitando
de orientao para mudana de comportamento, e no sabem onde encontrar. O ouricurizeiro
uma planta nativa que pode colaborar para a manuteno do homem no campo, bem como
diminuir os problemas causados pela seca, com o fornecimento da palha para alimentao dos
animais e o aproveitamento correto dos insumos extrados da palmeira gerando renda para a
populao.
Entende-se que o cultivo de variedades agrcolas e a formao de forragens para o
sustento do homem do campo, bem como a alimentao do seu rebanho imprescindvel. A
preparao do solo requer certo espao para a circulao de mquinas e equipamentos, contudo a
manuteno da palmeira possvel sem prejudicar o cultivo, bastando para isso delinear uma
extenso suficiente entre as palmeiras, possibilitando assim a sobrevivncia de todas as espcies
tanto animais quanto vegetais.
Como a eliminao do ouricurizeiro pelos proprietrios de terras do semirido nordestino
est afetando a vida da populao que vive na regio?
Hipteses para resolver o problema:
a Criao de um percentual da rea da propriedade para a preservao da palmeira;
b Criao de associaes para o beneficiamento do produto;
c Investimento em tecnologia apropriada nas proximidades das associaes;
d Divulgao dos produtos produzidos no mercado interno e externo;
e Incentivos governamentais para a produo regional.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1
SUSTENTABILIDADE
De acordo com Kanashiro (2010) o termo especfico vem contrapor outro tipo de uso do
termo sustentabilidade tambm relacionado questo ambiental que mantm uma relao de
polissemia com o uso especfico a que chamo de sustentabilidade total. Na minha perspectiva,
esse tipo de uso do termo se refere a algo multidimensional que engloba diversas esferas da vida
social na sua interao com o ambiente e normalmente utilizado para indicar uma utopia, uma
ideia-fora ou um ideal normativo que busca iluminar uma sada para a crise ambiental. Muitos
autores utilizam os termos desenvolvimento sustentvel e sustentabilidade como sendo
sinnimos.
No entanto, na minha perspectiva, a identidade entre os dois termos s possvel, quando
se est utilizando o termo sustentabilidade num sentido total. No entanto, tambm essa
identidade encobre uma srie de disputas terico-polticas no resolvidas; cabe salientar que a
autora enfatiza o termo sustentabilidade total, referindo-se a algo multidimensional que
engloba diversas reas da vida social na sua interao com o meio ambiente, com vrios autores
de artigos direcionando o tema na busca de uma sada para a crise ambiental.
Para Silva (2006) a dimenso cultural da sustentabilidade implica e requer que sejam
consideradas as caractersticas fsicas, geogrficas e simblicas dos espaos territoriais nos
processos de desenvolvimento. A construo de uma nova racionalidade sobre o
desenvolvimento deve considerar a dimenso cultural articulada ao contesto socioambiental.
Requer a valorizao da diversidade cultural, evitando a homogeneizao dos modelos e
propostas de interveno na realidade. Nesse sentido, a convivncia significa uma
contextualizao cultural do processo de interveno para modificao qualitativa da realidade,
mas considerando as crenas, as experincias, a memria e as diversas formas simblicas de
relao da populao com sua realidade local. (...) a convivncia com o Semi-rido significa
uma nova orientao estratgica para intermeno naquela realidade, enquanto um processo de
construo e de experimentao de alternativas apropriadas, buscando aprender a conviver com
as suas especificidades ambientais, e formulando proposies que visam promoo e o alcance
do desenvolvimento sustentvel; Nesse contexto o autor traa um histrico das aes
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3 METODOLOGIA
Para Schram (1971), o que justifica a escolha deste mtodo a sua prpria essncia, a
tentativa de esclarecer as estratgias implementadas, atentando porque elas foram adotadas,
como foram implantadas e desenvolvidas e quais os resultados, pois esta estrutura de estudo tem
com objetivo identificar e interpretar um fenmeno; alm disso, o problema da pesquisa em
questo est relacionado com pessoas, em uma perspectiva comportamental e sua investigao
no atingiria o grau de profundidade necessrio, se fosse realizada com algum mtodo baseado
simplesmente em pesquisas quantitativas.
A abordagem qualitativa a mais adequada para a presente investigao, pois
proporciona uma interpretao bem mais profunda da realidade estudada, o que no seria
alcanado utilizando processos quantitativos de investigao. Esta vertente tambm a mais
adequada para fundamentar a investigao da pesquisa proposta, pois esta pretende explicar a
importncia de um fenmeno atual, em seu contexto real e seu objeto de estudo est relacionado
com pessoas, numa perspectiva mais cultural (YIN, 2001).
O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva. descritiva, conforme Cervo e Bervian
(1983, p. 55), porque procura descobrir, com a preciso possvel, a frequncia com que um
fenmeno ocorre, sua relao e conexo com outros, sua natureza e caractersticas.
A PA definida por Thiollent (1985, p. 14) como uma pesquisa com base emprica,
realizada em estreita associao com uma ao ou com a resoluo de um problema coletivo e
no qual os participantes representativos da situao ou do problema esto envolvidos de modo
cooperativo ou participativo.
As tomadas de decises precisam ser embasadas, e para isso existem vrios mtodos que
nos auxiliam nessa tarefa, seja no estudo de caso em que se coloca situao real ou hipottica
vivida, com uma ou mais problemticas levando o analista a projetar possveis aes para a sua
soluo. No tocante a abordagem qualitativa que procura analisar e explicar um fenmeno atual
em seu contexto real, muito til em trabalhos como este. Quanto ao mtodo de pesquisa
descritiva muito pertinente por possibilitar analisar a frequncia de certo fenmeno. J o
mtodo de pesquisa ao requer muito conhecimento e envolvimento com a situao para a qual
se busca uma soluo. Apesar de suas aplicaes diversas, todos os mtodos acima descritos so
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5 ANALISE DE DADOS
A eliminao do oricurizeiro das propriedades rurais tem impactado a atividade dos
moradores da regio, com a diminuio da palmeira a produo da palha destinada a produo de
artesanato, usado em diversas situaes, principalmente a produo de chapus uma proteo
contra o sol, que castiga os habitantes diariamente, a seleo do fruto muito utilizado na
produo de cocada, produtos estes comercializados em feiras, proporcionando o aumento da
renda de parte da populao. Com a escassez dos insumos os arteses so obrigados a percorrer
longas distncias em busca dos insumos, acarretando o aumento dos custos de produo e
consequentemente o preo de venda ao consumidor.
No tocante ao meio ambiente a eliminao da palmeira prejudica a reproduo de
diversas espcies naturais do bioma, pois diminui a quantidade de alimento disponvel, as locais
utilizadas para a confeco de ninhos e locais de repouso, por conseguinte falta sombra nas
estaes mais quentes e proteo conta a chuva nas estaes chuvosas, modificando toda a
cadeia natural de sobrevivncias das diversas espcies.
Com a criao de um percentual nas propriedades destinado preservao da palmeira
ser possvel preservar outras espcies, tanto da fauna quanto da flora, a palha e os frutos
podero ser utilizadas como alimento dos rebanhos nos perodos de seca, as pessoas de baixa
renda podero utilizar os insumos para suas produes artesanais ajudando no sustento de suas
famlias.
A implantao de associaes (cooperativas) proporcionar aos associados melhor
organizao, melhorando a produo e comercializao dos produtos, bem como valorizando as
atividades desenvolvidas pelos arteses.
Os investimentos em tecnologia apropriada nas proximidades das associaes permitiro
aumentar a variedade de produtos, agilizar o processo de produo dando novas perspectivas
financeiras, tanto dos arteses como da comunidade em um todo, aumentando as riquezas
regionais em decorrncia da circulao de capitais.
Todo empreendimento para alcanar sucesso precisa ser visualizado, levando em
considerao que os produtos artesanais normalmente s so conhecidos nas regies produtoras,
faz-se necessrio a sua divulgao de diversas formas e meios disponveis, tais como internet,
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feiras locais, regionais, nacionais e internacionais, etc. Desta forma certamente aumentar a
procura por esses produtos.
Empreendimentos como esses so suma importncia o incentivo governamental, tanto
atravs recursos para iniciar o empreendimento, financiamento com subsdios para adquirir
novas tecnologias, e tambm capital de giro objetivando a manuteno e ampliao dos
negcios. No que tange ao espao muito importante que o governo crie espaos destinados a
realizao de eventos para a divulgao e comercializao da produo.
A mudana de atitude requer a reviso de conceitos, toda mudana naturalmente implica
em certa resistncia. Para a implantao do projeto torna-se imprescindvel o envolvimento dos
rgos governamentais, atuando como elo entre os proprietrios de terras e os arteses. Por ser
um projeto com retorno em longo prazo faz-se necessrio o levantamento de informaes para
identificar as aes a serem empreendidas possibilitando a sua viabilidade. Por tratar-se de
transformao comportamental e cultural, o projeto dever ser apresentado em reunies com as
pessoas envolvidas no projeto, apresentando os efeitos negativos causados pela eliminao da
palmeira e consequente degradao do meio ambiente.
Os rgos governamentais em parceria com empresas criaro incubadoras para a gerao
de mudas do ouricuri, e distribuir comunidade para o replantio nas reas destinadas a esta
finalidade, dever ser solicitado o envolvimento dos pesquisadores da EMBRAPA visando
prestar suporte e orientao no manejo das mudas, bem como as formas de extrao dos
insumos.
Segundo informaes da Embrapa Semirido, o ouricuri uma planta tipicamente baiana
que pode alcanar at 6 metros de altura. A comercializao do fruto d-se por meio de
atravessadores. Existem iniciativas como a do projeto Estratgias de aproveitamento dos
coprodutos do coco ouricuri na alimentao humana e animal, coordenado pelo engenheiro
agrnomo Jos Barbosa dos Anjos, pesquisador da Embrapa Semirido, e financiado pelo
Instituto de Desenvolvimento da Regio do Sisal (IDRSisal). J em execuo, so avaliadas
tcnicas de pr-processamento para utilizar a palmeira na produo de alimentos, de leo, de
fonte energtica, bebida, sabonetes, sabes, detergentes e picols. Tambm conforme anlises de
laboratrio registraram a propriedade de quase 100% de saponificao, por isso o leo extrado
do coco de ouricuri tem destino certo: as indstrias de saboaria. Neste caso, o percentual de soda
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6 CONCLUSO
Este trabalho no tem por objetivo esgotar a discusso sobre a problemtica, tem-se como
premissa contribuir para o entendimento do assunto, levantando hipteses sobe as causas e as
consequncias incorridas pela omisso dos fatos, no alertando a comunidade dos impactos
causados pela eliminao do ouricurizeiro, afetando profundamente a cadeia alimentar das
espcies nativas do bioma regional, e, por conseguinte provocando a sua extino. Atravs das
pesquisas pode-se perceber que h muito se faz projetos com a inteno de diminuir os efeitos
negativos em decorrncia das secas que esporadicamente assolam a regio, fazendo com que
milhares de camponeses migrem para os grandes centros, porm no foram alcanados os
objetivos propostos, permanecendo a situao vivida at hoje.
Temos vivido uma revoluo tecnolgica no decorrer dos sculos e a situao das pessoas
no semirido pouco mudou, continuam sendo obrigados a migrarem para outras regies. As
aes que apresentamos aqui visa minimizar o problema da devastao das reas nativas,
recuperando em parte o bioma local sabendo ser impossvel recuper-lo por completo, no ser
possvel uma transformao imediata, devido complexidade de toda a biodiversidade que
compe a regio, sendo necessrio muita perseverana e compromisso com a sua recuperao. O
Brasil formado por diversas culturas e cada com suas especificidades, so vrios brasis dento
de um, as formaes da natureza nacional tambm so diversas, um projeto feito para certa
regio pode no ser possvel aplicar em outra. A mesma situao pode ser percebida no
semirido com suas especificidades, onde a diversidade da fauna, flora e culturas devem-se levar
em considerao para a elaborao e implantao de projetos que sejam eficazes, o solo da
regio muito diverso e precisa de estudos pormenorizados subsidiando tomadas de deciso.
Verificou-se no haver a prtica de manejo sustentvel da terra, sendo eliminado o
oricurizeiro das diversas propriedades quando do processo de preparao do solo para o cultivo e
criao de reas para pastagens. Devido a falta de conhecimento das consequncias provocadas
pela eliminao da palmeira, cada vez mais se devasta as reas da caatinga criando uma espcie
de se semidesertos oriundos da falta de cobertura natural.
Percebe-se a falta de preocupao dos rgos governamentais do municpio, pois no
possui nenhuma poltica voltada preservao dos recursos naturais, talvez pelo
desconhecimento das consequncias que este desmatamento provocar nas reas desmatadas. As
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1 INTRODUO
Sabe-se que o afeto na educao aproxima e interage o (a) professor (a) dos estudantes
facilitando o processo de ensino-aprendizagem. At por que, a estrutura bsica do ser humano
no a razo, mas, o afeto como destacou Leonardo Boff. O que implica dizer que na
transmisso do conhecimento, em qualquer interao entre as pessoas o afeto est presente,
possibilitando a socializao, o entrosamento e, principalmente, a humanizao.
A incluso de estudantes surdos e surdas j faz parte do contexto educacional. O que
significa que as escolas precisam se adequar e melhor se preparar para o atendimento deste
pblico e das demais pessoas com deficincia, em ateno as suas necessidades educacionais,
mas, principalmente, na relevncia da inter-relao entre docente-estudante. Por esta razo, o
tema em questo de extrema importncia para o contexto atual, visto o cuidado que se deve ter
com o outro, na exigncia legal e na necessidade de preparao do ambiente escolar nas
questes, educacional e social, Educao Inclusiva. O que um desafio realidade da maioria
das escolas, no estabelecimento desta relao entre docente-estudante surdo e o compromisso
educacional quanto Educao Inclusiva da Pessoa Surda.
Desta forma, a pergunta que norteia a pesquisa indagou sobre a seguinte premissa: Na
educao de pessoas surdas possvel existir interao pedaggica entre docente e estudante no
contexto escolar, visando a uma Educao Inclusiva?
O objetivo da pesquisa foi investigar a relevncia do afeto na educao de pessoas
surdas na inter-relao pedaggica entre docente e estudante, visando melhoria da interao
educacional Educao Inclusiva.
A abordagem metodolgica foi de cunho qualitativo de carter exploratrio, tendo
como mtodo a pesquisa de campo realizada em uma escola pblica estadual na cidade de
Ariquemes, Estado de Rondnia. Para coleta de dados, alm do levantamento terico, utilizou-se
a aplicao de questionrio, contendo quatro questes abertas aos participantes. O pblico-alvo
que comps a pesquisa foi: oito docentes e sete estudantes surdos do universo de pesquisa.
O aporte terico embasou-se em diversos autores, entre os quais: Vygotsky (1998);
Almeida (1999); Jos e Coelho (1999); Costa e Souza (2006); Honora (2009), Decreto-Lei n.
5.626, de 22 de dezembro de 2005 que regulamentou a Lei n 10.436 (Libras); e outros.
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2 REFERENCIAL TERICO
De acordo com o Decreto e as Leis que nortearam o conceito, a Pessoa Surda a que tem
perda auditiva, conseguindo compreender e interagir atravs de experincias visuais expressas,
principalmente, atravs da Lngua Brasileira de Sinais Libras.
O conceito difere de pessoas com deficincia auditiva, pois estas pressupem que o/a
deficiente auditivo/a tem perdas auditivas que podem ser bilaterais, parciais ou totais, podendo
fazer uso ou no da Lngua Brasileira de Sinais, sendo complementado, no pargrafo nico do
artigo acima: Considera-se deficincia auditiva as perdas bilaterais, parcial ou total, de quarenta
e um decibis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequncias de 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000
Hz e 3.000 Hz (BRASIL, 2008).
Ao longo desses ltimos anos, o conceito ou definio de surdez passou por muitas
transformaes, teorias e valores, podendo ser identificado dois eixos, um tradicional e
conservador que considerou a Pessoa Surda como portadora de necessidades especiais; e, o outro
mais moderno, que considera a Pessoa Surda como uma pessoa com diferena lingustica.
Num contexto amplo, proposto por Silva (2003, p. 36):
Uma Pessoa Surda aquela que vivencia um dficit de audio que a impede de
adquirir, de modo natural, a lngua oral/auditiva; que constri sua identidade calcada
principalmente nesta diferena; utilizando-se de estratgias cognitivas e de
manifestaes diferente apenas por que no ouve, mas tambm porque desenvolve
potencialidades psicoculturais diferentes das dos ouvintes.
Em outras palavras, de acordo com Silva, a Pessoa Surda a que tem um dficit de
audio no conseguindo se expressar naturalmente pela lngua oral, sendo esta a sua principal
diferena, mas que recorre a outras formas cognitivas para desenvolver suas potencialidades
sociais e de comunicao. Todavia, apesar dos avanos observados nas discusses tericas, ainda
se percebe que a sociedade tem dificuldades em mudar seus valores e assimilar novos conceitos.
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desta ltima, determinando os interesses e necessidades individuais. Para este, a afetividade tem
um papel imprescindvel no desenvolvimento da personalidade e esta, por sua vez, se constitui
sob a alternncia dos domnios funcionais (ALMEIDA, 1999, p. 42).
Em outras palavras, Wallon defende a dimenso afetiva como um domnio funcional de
todo ser humano, e por meio dos domnios orgnicos mais elementares que se chega aos mais
aprimorados dos sentimentos. Portanto, enquanto as primeiras manifestaes de tonalidade
afetiva so reaes generalizadas, mal diferenciadas; as emoes, por sua vez, constituem-se em
reaes instantneas e efmeras que se diferenciam em alegria, tristeza, clera e medo
(ALMEIDA, 1999, p. 45).
A afetividade proporciona a potencializao da funo neurossensorial que contribuir,
particularmente, no desenvolvimento da aprendizagem por meio da interveno do professor. E
com isso facilita no processo de aquisio e favorece na interao entre todos os componentes
curriculares. Conforme, Costa e Souza (2006, p.12):
A afetividade est ligada autoestima e s formas de relacionamento entre aluno e aluno
e professor-aluno. Um professor que no seja afetivo com seus alunos fabricar uma distncia
perigosa, criar bloqueios com os alunos e deixar de estar criando um ambiente rico em
afetividade.
Mas convm mencionar, que a motivao algo despertado de forma interna e
subjetivamente em cada pessoa e para que isso ocorra, so necessrios estmulos. A qualidade
dos estmulos, no caso dos estudantes surdos e surdas, determinar se eles ou elas se sentiro
motivados ou no. Nesse sentido, a afetividade pode ser compreendida como um estmulo,
porque [...] a afetividade gera motivao (SABBI, 1999).
Segundo Piletti (1999, p.63):
A motivao fator fundamental da aprendizagem. Sem motivao no h
aprendizagem. Pode ocorrer aprendizagem sem professor, sem livro, sem escola e sem
uma poro de outros recursos. Mas mesmo que existam todos esses recursos
favorveis, se no houver motivao no haver aprendizagem.
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e valorizao do ser humano, sendo um dos fatores bsicos para o desenvolvimento de pessoas
capazes de aprender, de se relacionar e de amar.
O estudante surdo (surda) pode ter seu comportamento alterado, quando seu
desenvolvimento afetivo ou sua autoestima no so trabalhados. Por isso, que a Lngua Brasileira
de Sinais, conhecida por Libras, o instrumento de apoio a sua interao social, afetiva e
educacional.
De acordo com Niendicker e Zych (2008, p.05):
A ausncia de comunicao entre o professor e os alunos, e deste com os colegas, traz
vrios problemas e o maior deles a falta de interao. Est a a importncia da Lngua
de Sinais, que deve ser dominada no s pelo professor, como tambm, se possvel,
pelos demais colegas.
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o surdo deve ser inserido de fato, para que possa ter sua cidadania respeitada (BRASIL, 2008,
p.22). Com isso, a Declarao permitiu o respeito a Pessoa Surda, a sua diversidade e da
aquisio de polticas efetivas.
Nesse sentido, sabe-se que a escola deve promover o desenvolvimento fsico, cognitivo,
afetivo, moral e social da Pessoa Surda e, ao mesmo tempo, facilitar-lhes a integrao na
sociedade como membros ativos. No intuito, de que seja visto como um sujeito eficiente, capaz,
produtivo e, principalmente, apto a aprender a aprender (GOFFREDO, 1997).
Integrar o estudante surdo (surda) no somente coloc-lo numa turma com estudantes
ouvintes, pois para que a integrao acontea necessrio ter claro que integrar significa
completar, adaptar. preciso que haja uma reciprocidade no processo de escolarizao assim,
como os ouvintes, os surdos tenham acesso a uma educao de qualidade com complementao
curricular especfica e sejam respeitados como cidados (ROSA; DELOU, 2008).
A integralizao da Pessoa Surda vem acontecendo gradualmente, porm se observa
que h obstculos que obstruem a interao docente-estudante nas escolas, e as consequncias
so sentidas, principalmente no processo de aprendizagem, na integrao e na socializao. Para
Niendicker e Zych (2008, p. 03): A primeira barreira a comunicao, seguida do preconceito;
depois a falta de integrao do aluno surdo com os outros colegas; o despreparo dos professores;
e, a falta de apoio do sistema educacional ao trabalho do docente.
Enfim, a integralizao da Pessoa Surda na rede regular de ensino, ainda decorre de um
processo que continua inadequado para o sucesso e a permanncia dos estudantes.
Gradativamente, vem se observando melhorias (muitas delas por exigncia legal), mas que so
nfimas as necessidades desses estudantes. Portanto, essencial a adequao das escolas a todos
os estudantes, qualquer que seja sua condio fsica, social, emocional, lingustica, entre outras.
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METODOLOGIA
A pesquisa foi de cunho qualitativo por apresentar carter exploratrio e descritivo. Para
tanto, optou-se pela pesquisa de campo por aproximar a investigao ao objeto de estudo e por
possibilitar a construo e o aprofundamento de conhecimentos a partir da realidade das pessoas
investigadas. O que corrobora com Ldke e Andr (1986, p.13) quando menciona que: A
pesquisa qualitativa envolve a obteno de dados descritivos, obtidos no contato direto do
pesquisador com a situao estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa
em retratar a perspectiva dos participantes.
A coleta de dados se processou a partir da aplicao de um questionrio contendo quatro
indagaes de cunho fechado. Foi utilizada a escala likert1, onde permitiu que cada participante
assinalasse a opo mais coerente, conforme, a questo proposta.
O aporte terico embasou-se em diversos autores, entre os quais: Vygotsky (1998);
Almeida (1999); Jos e Coelho (1999); Costa e Souza (2006); Honora (2009), Decreto-Lei n.
5.626, de 22 de dezembro de 2005 que regulamentou a Lei n 10.436 (Libras); e, outros.
O universo da pesquisa foi a Escola Pblica Estadual de Ensino Fundamental e Mdio
Heitor Villa-Lobos, situada na cidade de Ariquemes, Estado de Rondnia. O pblico-alvo foi
composto de oito docentes e sete estudantes surdos. O critrio de escolha dos docentes foi que
deveriam ter em suas classes estudantes surdos matriculados e, quanto aos estudantes, deveriam
estar na faixa etria dos 14 aos 18 anos, ou seja, na adolescncia, e estar frequentando a escola.
A aplicao do questionrio aos docentes ocorreu de forma voluntria, onde cada um recebeu o
formulrio em um envelope lacrado, fora do perodo de trabalho dos profissionais. Aos estudantes surdos
o questionrio foi aplicado nas dependncias da escola, precisamente, na sala de recurso com o apoio da
professora Intrprete de Libras. No total compuseram a pesquisa, voluntariamente, oito docentes e sete
estudantes totalizando quinze participantes.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 A PESQUISA JUNTO AOS DOCENTES E ESTUDANTES SURDOS
Os resultados com ambos os participantes sero ressaltados conjuntamente abaixo, visto
que as questes foram semelhantes aos dois grupos, tendo apenas algumas reformulaes para a
compreenso destes. Participaram do preenchimento do questionrio seis docentes do sexo
feminino e dois do sexo masculino totalizando oito participantes. E em relao aos estudantes
participaram cinco estudantes surdos e duas estudantes surdas totalizando sete participante
Destes, quatro tinham perda auditiva de grau severa e trs com perda auditiva de grau
moderado. Assim, os dados foram tabulados e apresentados em grficos, conforme a percepo
dos participantes. A questo um indagou sobre as formas mais usuais de comunicao com a
Pessoa Surda. O Grfico 01 apresenta os resultados dos docentes e o grfico 02 dos estudantes:
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ensino-aprendizagem
relao docente-estudante
O Grfico 03 identificou que 75% dos docentes consideram que o vnculo afetivo um
importante fator que contribui no interesse do estudante aprendizagem; e, para 25% esta uma
situao possvel na sua maioria. Fato corroborado no parecer dos 86% dos estudantes, grfico
04, que enfatizaram que o afeto importante na relao entre docente-estudante; e, para 14%
importante na maioria das situaes. Conforme, destacou Vygotsky (1998, p. 52): A afetividade
tem relevncia fundamental no processo de ensino-aprendizagem no que diz respeito
motivao, avaliao e na relao professor-aluno.
A questo trs aos docentes indagou se no contexto da sala de aula, possvel ser afetivo
(a) com um estudante surdo (surda). Aos estudantes a questo foi assim proposta no contexto
da sala de aula percebem ateno e afetividade por parte dos docentes. Os Grficos 05 e 06
demonstram os resultados obtidos:
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Grfico 05: Possibilidade de afetividade
O Grfico 05 apresentou uma igualdade nos resultados dos docentes, o que significa que
na viso de 50% dos professores possvel ser afetivo em todas as situaes no contexto da sala
de aula; e, j para 50% consideraram que este fato possvel na maioria das situaes. J em
relao aos estudantes, o grfico 06 mostrou que no parecer de 72% dos estudantes h ateno e
afeto em todas as situaes pelos professores. Mas, para 14% isso percebido na maioria das
situaes; e, para 14% a afetividade percebida em poucas situaes no contexto da sala de aula.
Segundo Costa e Souza (2006, p. 12):
A afetividade est ligada a autoestima e s formas de relacionamento entre aluno e aluno
e professor e aluno. Um professor que no seja afetivo com seus alunos fabricar uma distncia
perigosa, criar bloqueios com os alunos e deixar de estar criando um ambiente rico em
afetividade.
A ltima questo questionou aos participantes se a incluso de pessoas surdas no espao
escolar trouxe mudanas no sistema educacional. Os Grficos 07 e 08 mostram os resultados:
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Grfico 07: Incluso de Pessoas Surdas
O Grfico 07 identificou que para 38% dos professores as mudanas inclusivas foram
percebidas em todas as situaes. Na viso de 38% houve mudanas na maioria das situaes. J
para 12% as mudanas contriburam para a incluso, mas em poucas situaes. E para 12% as
mudanas no contriburam para a incluso da Pessoa Surda na escola. J o grfico 08
apresentou que para 72% dos estudantes as mudanas foram favorveis incluso da pessoa
surda na maioria das situaes. E para 28% as mudanas favoreceram em todas as situaes.
O que se observou foi que os docentes ainda esto divididos a respeito da incluso no
sistema educacional, pois no todas as transformaes no contexto escolar trazem mudanas
quanto s necessidades educacionais da pessoa surda. Nesse sentido, a escola que cabe
viabilizar a expanso das atitudes e das funes criativas, sendo a educao a grande alavanca no
processo de transformao social (SILVA, 2001).
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CONCLUSES
A pesquisa demonstrou que o afeto tem papel fundamental nas inter-relaes, sejam estas
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1 INTRODUO
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2 REFERENCIAL TEORICO
Segundo Schumpeter (1982, p.1124) o capitalismo, ento , pela prpria natureza, uma
forma ou mtodo de mudana econmica, e no apenas nunca est, mas nunca pode estar
estacionrio.. As grandes descobertas, do automvel da maquina a vapor substituindo a fora
humana em todos os modelos de trabalho e a estrada de ferro e seus benefcios diretos e
indiretos, contribuiu grandiosamente para a viso de Schumpeteriana, na Teoria do
Desenvolvimento Econmico ele diz:
Devido a essa dependncia fundamental do aspecto econmico de coisas sobre tudo
mais, no possvel explicar uma mudana econmica atravs somente de condies
econmicas prvias. Isso porque o estado econmico de um povo no emerge
simplesmente de condies econmicas anteriores, mas somente de toda situao
anterior (SCHUMPETER, 1957).
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Portanto a pecuria extensiva tem crescido nos ltimos anos, desse modo fazendo da
produo pecuria de bovino de corte, estratgias de otimizao de custos,haja vista que para
regies onde se existem maiores opes de pastagem como, por exemplo, na regio norte mais
visvel esse sistema de produo.
Pesquisas atuais mostram que cerca de 30 milhes de hectares das reas de pastagens
existentes hoje na Amaznia Legal, que abriga cerca de 40% das pastagens e 35% do rebanho
bovino brasileiro, estariam em processo de degradao ou j mesmo degradadas. Nesta regio, o
crescimento do rebanho bovino tem sido o maior do Pas 100% entre 1998 e 2010, segundo a
Pesquisa Pecuria Municipal do IBGE 2013.
O sistema de pecuria intensiva como uma tcnica pelos produtores resulta nos altos
ndices de produtividade de bovinos de corte, tambm, desse modo contribuindo para a no
degradao das nossas pastagens naturais, no entanto os bovinos so submetidos superlotao
durante o perodo crtico do ano.
Segundo afirma Corra 1999, mesmo nos sistemas intensivos de uso de pastagens,
embora se consiga maior produo no perodo seco, em decorrncia principalmente do efeito
residual das adubaes, a estacionalidade de produo de forragem, em razo de fatores
climticos, vai continuar ocorrendo, a menos que seja corrigida, em parte, com o uso de
irrigao.
Desse modo a partir da estacionalidade de produo das forrageiras que se torna
imperativa a adoo de tcnicas tais como: produo de silagem e, ou, feno; utilizao de
resduos e subprodutos da agroindstria; pastejo diferido; culturas de inverno; suplementao a
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pasto; confinamento, e etc.; para complementar a alimentao dos animais durante o perodo de
entressafra (inverno ou perodo seco).
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b)
c)
d)
e)
f)
2.
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e outros meios. Ex.: salrios dos tcnicos e das chefias; materiais e produtos de
alimentao, higiene e limpeza (pessoal e instalaes) seguro e aluguel da fbrica
entre outros.
2.
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Segundo Marion (1996, p. 62) um sistema de custos completo tem atualmente amplos
objetivos, de forma definida, onde sua importncia ferramenta fundamental e bsica para
qualquer empreendimento, principalmente na agropecuria, onde os espaos de tempo entre
produo e venda, ou seja, entre custos e receita, saem da simplicidade de outros tipos de
negcios, exigindo boas tcnicas para apresentao dos resultados econmicos da propriedade
rural.
Segundo Santos et. al., (2002, p. 30) existe fases diferentes no desenvolvimento das atividades na
pecuria de corte, pelas quais o animal passa, at chegar ao ponto para o abate. So elas:
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Ativo circulante:
Estoques: Bovinos que j esto prontos para o abate, ou para serem consumidos.
Ativo no Circulante Imobilizado:
Grado reprodutor:
Representados por touros puros de origem e de cruza, vacas puras de origem e de
cruza, e plantel destinado inseminao artificial.
Gado de Renda:
Representados por bovinos, sunos, ovinos e equinos que a empresaexplora para a
reproduo de bens que constituem objeto de suasatividades.
Animais de trabalho
Compreendemequinos, bovinos muares, asininos destinados a trabalho agrcola,
sela e transporte.
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3 METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada direcionada investigao do tipo exploratria com efetiva
abordagem quali-quantitativa, cuja principal caracterstica a sistematizao do problema para
alcanar a pertinncia de sua compreenso (BARROS; LEHFELD, 1990) com a tabulao e
demonstrao dos resultados.
O trabalho desenvolvido guarda estreita relao com seus fundamentos, haja vista o
suporte da pesquisa bibliogrfica realizada em autores j consagrados para sustentar a anlise
apresentada como resultado da pesquisa.
J quanto a natureza da pesquisa realizada, o presente trabalho pode ser classificado
como quali-quantitativo, caracterizada pela demonstrao estatstica dos dados levantados
(MALHOTRA, 2001), objetivando no somente a compreenso dos fenmenos, mas tambm os
fenmenos que compem tal dinamicidade e peculiaridade do objeto investigado.
Os dados analisados levantados na pesquisa forram realizados por meio de um
questionrio pr-formulado e aplicado na fazenda Nova Vida localizada na BR 364, km 472 no
municpio de Ariquemes Estado de Rondnia.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Os dados coletados foram: na fazenda consta de 110.000hectares de terra, sendo 70.000
destinado a rea de pastagem, ou seja, 63,64% para pecuria entre os modos, rotacionado e
confinadoe outras reas destinadas ao melhoramento gentico bovino. Foi analisado uma
amostra de 1 lote confinado constando 300 cabeas de boi macho da raa Nelore. Com 30 meses
de idade cada boi pesava em mdia no estado inicial de confinamento280kg. Os custos e
despesas incorridos com a formao deste lote consta no Grfico 1
O tempo da permanncia em confinamento foram de 120 dias, Neste perodo o gado teve
ganhado expressivos de 260,71% de peso, passando a pesar 1010 kg cada cabea. Uma arroba de
boi corresponde a 15 kg. Cada boi na hora da venda para o frigorfico depois de abatido e
retirado cabea, vsceras, mocot, couro e sangue pesou 33,66 arrobas. O lote foi vendido a R$
90,00 cada Arroba, conforme o preo de mercado.
Grfico 1.Custos e Despesas de um Plantel de 300 Cabeas de Gado Nelore - Confinado
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R$
908.820,00
(-) Aquisio
R$
195.000,00
R$
8.000,00
R$
705.820,00
R$
13.321,80
R$
661.956,00
R$
6.000,00
R$
24.542,20
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Grfico 2. Custos e Despesas de 300 Cabeas de Gado Nelore pelo Sistema Rotacionado
R$
837.000,00
(-) Aquisio
R$
135.000,00
R$
4.800,00
R$
697.200,00
R$
18.505,30
R$
525.120,00
R$
106.800,00
R$
46.774,70
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5 CONCLUSES
A bovinocultura de corte o segmento da economia brasileira que mais tem crescido nas
ultimas dcadas. Os sistemas de produo de gado bovino de corte um dos pontos mais
relevantes, na economia nacional. Os diversos modos de criao da bovinocultura existente no
Brasil tem diferentes rentabilidades em diferentes regies geogrficas.
Um sistema de custos com resultados eficazes com a formao de um plantel essencial
na determinao do lucro do produtor, pois neles se concentra a base de todos os custos que so
incorridos na produo da atividade. Ressalta-se que o administrador deve gerir seu negcio de
forma clara, objetiva e concisa, pois quando o gado vendido para o abate, o animal criado em
confinamento, com o seu custo de produo maior, vendido pelo mesmo preo pago pelo gado
criado em sistema rotacionado ou emoutros modos de criao onde o custo bem menor.
Para finalizar, o sistema de confinamento, depende da regio e da estao climtica da
poca, pode-se dizer que um manejo vivel mesmo levando em conta os altos custos na
produo. Contudo embora o Brasil, esteja em 1 lugar no ranking mundial de exportao de
carne bovina, esta modalidade de confinamento ainda de baixa escala, devido a dominao de
recursos naturais.
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REFERNCIAS
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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1 INTRODUO
A histria da educao pblica est fortemente associada luta pela construo dos
direitos sociais e humanos. Nesse sentido, a educao pblica construda historicamente a
partir da luta em prol da ampliao, da laicidade, da gratuidade, da obrigatoriedade, da
universalizao do acesso, da gesto democrtica, da ampliao da jornada escolar, da educao
de tempo integral e da garantia de padro de qualidade.
Esses aspectos vinculam-se criao de condies para a oferta de educao pblica,
tendo por base a concepo de educao de qualidade como direito social, ou seja, o acesso ao
ensino torna-se uma exigncia para cuja efetivao os dispositivos legais positivados so um
instrumento para assegurar sua oferta.
Flach (2011) categrica ao afirmar que o acesso e a permanncia dos indivduos na
escola contribuem para a democratizao dos conhecimentos e cria condies individuais e
coletivas para o desenvolvimento da conscincia sobre a realidade social em que vivem e sobre
as relaes existentes nos contextos dos quais so sujeitos histricos, econmicos e polticos.
No Brasil, a luta pela democratizao assinalada pelos inmeros movimentos de
exigncia da ampliao do atendimento educacional parcelas cada vez mais amplas da
sociedade. Apesar do investimento das diversas instncias do poder pblico em atender as
demandas sociais por educao bsica, a focalizao se deu na ampliao significativa do acesso
a apenas um dos segmentos da educao bsica: o ensino fundamental, onde 97% da educao
bsica no ensino fundamental fora universalizado.
O presente texto est organizado em quatro partes: na primeira analisam-se os esforos
para garantir a obrigatoriedade da escola pblica brasileira, empreendidos desde o Primeiro
Imprio at a legislao de 1934; na segunda, examina-se a influncia de movimentos como o
Manifesto dos Pioneiros para a consagrao do princpio do direito educao, que perdura por
caminhos constitucionais at a promulgao da Lei de Diretrizes e Bases, em 1961; na terceira
parte, o fechamento do crculo com relao ao direito educao e obrigatoriedade escolar na
legislao educacional brasileira, atravs da Carta Constitucional de 1988 e do Estatuto da
Criana e do Adolescente, de 1990 e por fim, a proposta de ampliao do ensino fundamental
para 09 anos e todas as tendncias protelatrias de responsabilidade pela educao no ps
sancionamento da Lei 11.274/06.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 A OBRIGATORIEDADE DA ESCOLA PBLICA NO BRASIL: DO PRIMEIRO
IMPRIO A NOVA CONSTITUIO REPUBLICANA
Para Horta (1998) os esforos empreendidos durante o Primeiro Imprio no foram
suficientes para garantir a obrigatoriedade da escola pblica brasileira. Muitas iniciativas para a
efetivao dessa implementao foram realizadas ao longo destes cem anos, moldando o cenrio
educacional brasileiro de acordo com as diretrizes legais que foram se impondo mediante as
mudanas sociais. Apesar de a obrigatoriedade ter sido extremamente defendida pelos
intelectuais do final do perodo imperial, o Brasil chega ao incio da Repblica sem que a
obrigatoriedade seja consagrada como princpio federativo.
Ainda seguindo o pensamento de Horta (1998), cabe ressaltar que mesmo antes da
primeira Constituio Republicana, em 1890, a Reforma Benjamin Constant defendia A
instruo primria, livre, gratuita e leiga, ser dada no Distrito Federal em escolas pblicas de
duas categorias: 1) escolas primrias de 1 grau; 2) escolas primrias de 2 grau. Estava assim
sendo consagrada a laicidade e gratuidade, mas a escola no possua carter obrigatrio.
Da mesma forma, a gratuidade e a obrigatoriedade ficaram ausentes na Constituio de
1891, que se limitou a enunciar apenas o princpio educacional da laicidade. Este empenho em
laicizar a esfera pblica, remetendo ao mbito privado todas as questes de ordem confessional,
implicava uma forte responsabilidade do governo central na instituio de um slido sistema
pblico de ensino, extensivo a todo o territrio da nao que acabava de se organizar como um
Estado republicano. O que no veio a ocorrer, pois a educao permaneceu descentralizada, sob
responsabilidade dos Estados federados.
Os Estados no tinham condies de arcar com o nus da expanso de escolas, desse
modo, o ensino primrio no se constitui obrigatrio nas Constituies Estaduais, exceto em So
Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Minas Gerais, que instituram diversas reformas no intuito
de reorganizar a instruo pblica.
Ainda assim, ao longo da Primeira Repblica, o ensino permaneceu praticamente
estagnado, onde o nmero de analfabetos era de mais da metade da populao. Apesar de a
obrigatoriedade estar presente nas diferentes reformas estaduais da dcada de 20, no havia
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nenhum dispositivo que garantisse que o Estado ofertasse a instruo primria para todos. Dessa
forma, a questo da obrigatoriedade escolar, tanto no que se refere obrigatoriedade dos pais,
quanto no que se refere obrigatoriedade do Poder Pblico, s encontra lugar na legislao em
1934.
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educao como direto pblico subjetivo, nem responsabilizao criminal das autoridades
responsveis pelo no atendimento, como havia sido proposto.
Dessa forma, verifica-se que a previso do ensino gratuito e obrigatrio teve pouco
avano real, visto que, no perodo de 1932 a 1936, houve a ampliao da rede escolar, das
matrculas e do nmero de professores, mas essa ampliao no foi acompanhada de melhoria
qualitativa significativa. Continuava crescendo os ndices de reprovao e a permanncia da
grande seletividade entre o ensino elementar e o mdio.
Em relao obrigatoriedade e a gratuidade da educao primria, Saviani (2013) expe
ainda que o texto da Constituio de 1937 mais enftico ao declarar que: "o ensino Primrio
obrigatrio e gratuito" apontando para a responsabilidade do poder pblico na garantia desse
nvel de ensino.
No que diz respeito ao carter pblico da educao, ele fortemente relativizado ao se
definir que o ensino pr-vocacional e profissional destinado s classes menos favorecidas , em
matria de educao, o primeiro dever do Estado e que dever das indstrias e dos sindicatos
econmicos criar, na esfera da sua especialidade, escola de aprendizes, destinadas aos filhos de
seus operrios ou de seus associados.
Os princpios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primrio tambm so
relativizados quando o texto da Constituio supracitada afirma que:
[...] a gratuidade no exclui o dever de solidariedade dos menos para os mais
necessitados, assim na ocasio da matrcula, ser exigido aos que no alegarem, ou
notoriamente no puderem alegar escassez de recursos, uma contribuio mdica e
mensal a caixa escolar.
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A partir 1942, durante o Estado Novo, a Reforma de Capanema sob o nome de Leis
Orgnicas do Ensino optou por organizar a educao nacional por partes, e no como um sistema
integrado. Assumiu como dever prioritrio do Estado o ensino profissional de forma que passou
a regular alm dos ensinos secundrio e primrio, os ensinos industrial, comercial e normal,
complementados pela criao do Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do
Sistema Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
importante destacar que a vinculao oramentria retirada da Constituio de 1937
permanece fora da legislao, uma vez que, no houve sequer meno de previso legal quanto a
essa vinculao acerca dos investimentos destinados educao.
J na Constituio de 1946, todos os princpios previstos na Constituio de 1934 so
retomados, reafirmando o direito de todos educao, a obrigatoriedade e gratuidade do ensino
primrio e a gratuidade do ensino oficial ulterior ao primrio para quantos provarem falta ou
insuficincia de recursos. No explicitar, porm, a educao como dever do Estado, nem
assumir o conceito amplo de obrigatoriedade (Saviani, 2013).
Esses princpios esto tambm presentes na Lei Orgnica do Ensino Primrio, decretada
no mesmo ano, que possibilitou uma organizao mais unitria do ensino primrio no pas e a
diminuio do analfabetismo com a organizao do ensino primrio supletivo. Essa reforma,
tambm contemplou a questo da gratuidade e da obrigatoriedade quando previa o ensino
primrio como gratuito (apesar das contribuies s caixas escolares) e a obrigatoriedade para
todas as crianas de 7 a 12 anos.
As Constituies Estaduais de 1947 tambm incorporaram o princpio da obrigatoriedade
escolar, sendo que em algumas delas a obrigatoriedade chegou a ser estendida tambm aos
adultos, "de forma a assegurar uma poltica de alfabetizao obrigatria".
A Lei de Diretrizes e Bases promulgada em 1961, depois de demorada tramitao (desde
1947), incorporou os princpios do direito educao determinando que: " direito de todos e
ser dada no lar e na escola", sendo assegurado pelo poder pblico ou iniciativa particular em
todos os graus. A respeito da obrigatoriedade, ficou indicado que o ensino primrio seria
obrigatrio a partir dos 07 anos, sendo prevista a formao de classes especiais ou curso
supletivos aos que iniciassem depois dessa idade (BRASIL, 1962).
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1.
nveis. A oferta gratuita do Ensino Fundamental deve ser assegurada aos que no tiveram acesso
na idade prpria e o Ensino Mdio gratuito deve ser progressivamente universalizado.
2.
gratuito nos estabelecimentos oficiais, obrigatrio, inclusive aos que no tiveram acesso em
idade prpria. Esta obrigatoriedade deve ser progressivamente estendida ao Ensino Mdio.
3.
pblico subjetivo.
4.
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Essa iniciativa representa um grande avano na realidade educacional brasileira, visto que
muitas crianas nesta faixa etria no estavam includas na educao infantil e no tinham acesso
ao ensino fundamental. Mas importante destacar que a Educao Infantil era de 04 a 06 anos,
portanto apenas retirou-se um ano da mesma e o acrescentou no Ensino Fundamental.
Ao ser publicada a Emenda Constitucional n 53/ 06, nova interpretao ocorreu no
campo da obrigatoriedade escolar. Esta Emenda modificou o inciso IV do art. 208 da
Constituio Federal, estabelecendo que a educao infantil deva atender crianas at cinco anos
de idade. Essa previso induziu, em algumas realidades, o entendimento de que o Ensino
Fundamental deveria ser oferecido a partir dos cinco anos de idade.
importante salientar, que proporcionar o acesso cada vez mais cedo da criana escola
no contribui por si s para que a conquista da cidadania acontea, preciso que a educao seja
entendida como direito, e como tal, deve ser garantida integralmente, no apenas possibilitando o
acesso escola, mas a aquisio e desenvolvimento de conhecimentos para o exerccio de seus
direitos e deveres. Para que isso ocorra necessrio que haja aes que garantam a previso
legal.
Diante desse quadro, notrio que o Brasil chegou ao sculo XX sem resolver problemas
que os nossos vizinhos, como Argentina, Chile e Uruguai, resolveram na virada do sculo
passado, a saber: a universalizao do ensino e a erradicao do analfabetismo.
Visando o enfrentamento desses problemas, a Constituio de 1988 previu, nas suas
disposies transitrias, que o poder pblico, a Unio, os estados e os municpios deveriam,
pelos dez anos seguintes, destinar 50% do oramento para atender a essas finalidades, essa ao
no foi realizada, quando o prazo estava prestes a expirar, o governo criou o Fundo de
Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio
(Fundef), ampliando esse prazo para mais dez anos para essa mesma finalidade, e a LDB
9394/96, instituiu a dcada da educao, seguiu-se em 2001, do Plano Nacional da Educao,
que tambm se estenderia por dez anos (Dourado, 2010).
No final de 2006, ao se esgotarem os dez anos do prazo do Fundef, foi institudo o Fundo
de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos profissionais da
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Educao (Fundeb), com prazo de quatorze anos, isto , at 2020. V-se que mais da metade do
tempo do PNE j passou, institudo um novo Plano, o Plano de Desenvolvimento da Educao
(PDE), que estabelece um novo prazo, de quinze anos, com projeo de soluo dos problemas
para 2022.
Nesse contexto, aguarda-se novamente por um novo plano que ser lanado em 2022,
prevendo, quem sabe, mais vinte anos para resolver os mesmos problemas. Assim, verifica-se
que o direito educao vem sendo propagado, mas o dever de garantir esse direito vem sendo
adiado.
Na atualidade, comum essa tendncia protelatria, a ausncia do estado e o estmulo
filantropia e ao voluntariado, transferindo para a sociedade civil, a responsabilidade pela
educao. Nas ltimas duas dcadas, essa tendncia intensificou-se em virtude do fortalecimento
da iniciativa privada e uma ampla privatizao do ensino superior, dominado em grande parte
por organismos internacionais, pelas parcerias pblico-privadas, pela participao de dirigentes
ou ex-dirigentes da educao pblica em grandes grupos privados, exercendo a funo de
consultores, pelo monoplio dos materiais didticos produzidos por grupos privados, avalizados
por grande parte de governos municipais e estaduais, e termina com a responsabilizao de toda
a sociedade civil pela educao bsica.
No governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o apelo a esse voluntariado foi
amplamente difundido e divulgado pela campanha propagada pelo MEC Acorda Brasil. Est na
hora da escola, lanado em 1995, no incio da gesto de Paulo Renato, nesse material,
estimulavam-se os cidados a patrocinarem palestras, seminrios, cursos de atualizao nas
escolas; doao de livros e assinaturas de revistas, materiais, recursos didticos, prestao de
auxlio administrativo escola; ministrar aulas de reforo para as crianas com dificuldades de
aprendizagem.
Essa tendncia filantropia e desresponsabilizao do estado com a educao, continuou
com o movimento Todos pela Educao, no governo Lula, encabeada pelo empresariado
paulista, que atesta essa relao pblico-privada, chamada de Plano de Desenvolvimento da
Educao (PDE), instituda por decreto em abril de 2007, atualmente sintetiza a poltica
educacional em vigor no Brasil.
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Nessa seara, aprovado o Plano Nacional de Educao (PNE 2011-2020), que levou mais
de trs anos e meio para ser aprovado, sendo os destaques: incluso de programas como Fundo
de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos (ProUni) no clculo
dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educao e o uso de recursos da Unio para
auxiliar Estados e municpios a investir valores do Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) e do
Custo Aluno-Qualidade (CAQ).
O maior destaque fica por conta da meta mais polmica, a meta 20 do PNE, que prev a
ampliao do investimento pblico em educao de forma a atingir, no mnimo, o patamar de 7%
do Produto Interno Bruto (PIB) do Pas no quinto ano de vigncia desta Lei e, no mnimo, o
equivalente a 10% do PIB no final do decnio. Para garantir o que chama de "revoluo no
ensino" e o cumprimento desta meta, a presidente Dilma Rousseff enviou ao Congresso,
paralelamente, outro projeto para destinar 100% dos royalties do petrleo e recursos do pr-sal
em educao.
Nesse contexto, vivamos, pois, o andamento de mais uma dcada de Plano Nacional da
Educao, plano esse que rene interesses polticos, de organismos internacionais, protelao, e
toda a complexidade de um pas que viveu anos de retrocesso e um fo
rte processo de privatizao nas ltimas dcadas, a partir desse incremento, com mais
recursos destinados educao, espera-se conseguir expandir a ampliao e democratizar o
acesso educao bsica a milhares de brasileiros.
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3 METODOLOGIA
Analisam-se, neste artigo, aspectos da histria da ampliao e democratizao do acesso
educao brasileira, atravs de uma linha do tempo demarcada inicialmente com o fim do
perodo Imperial e incio da Repblica, com nfase na Reforma de Benjamin Constant, trazendo
as principais constituies e finalizando com uma anlise conclusiva acerca do cenrio atual da
educao brasileira, pautada nos principais desafios e problemas, bem como nas estratgias para
o enfretamento destes. Tal anlise foi ancorada nos diplomas legais e ampliada a partir dos
posicionamentos de Saviani (2004 e 2013), Horta (1998) e rnica (2013).
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4 RESULTADOS E DISCUSSO
Em smula, pode-se considerar que durante toda a histria da ampliao e
democratizao do acesso educao escolar obrigatria, a histria da educao brasileira d
conta de revelar avanos e retrocessos dentro do campo de disputa para a implementao de
novas leis educacionais.
Muitos avanos aconteceram com a proposta de universalizao do acesso escola na
faixa etria de 06 (seis) aos 14 (quatorze) anos no Ensino Fundamental, a obrigatoriedade dessa
etapa de ensino representa mo dupla, pelo fato de envolver tanto a responsabilidade dos pais
quanto do poder pblico, onde o no cumprimento por parte de ambos, implica em crime de
abandono intelectual para o primeiro e responsabilidade para o segundo, respectivamente.
Esse ir e vir de escolhas demonstra de certa forma que tais escolhas so realizadas de
acordo com o interesse do poder pblico e que, nesta perspectiva, verifica-se a contradio entre
o legal e o real, onde muitas vezes a ordem legal aparece distante da realidade a que se prope
atuar, no entanto, no podemos perder de vista que o direito educao deve ser observado
como instrumento que possibilita ao indivduo usufruir da igualdade de oportunidades e por
consequncia, o exerccio da cidadania.
Acredita-se que o maior desafio seja transformar em realidade as metas traadas e
discutidas nos embates nacionais que visam, sobretudo, alm de ampliar e democratizar o acesso
educao escolar obrigatria, possibilitar a efetivao de uma parcela considervel de crianas
e jovens que ainda esto fora da escola, tenham acesso ao saber sistematizado.
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1 INTRODUO
O Desenvolvimento Econmico Regional um conceito recente que visa estudar, analisar
e dar suporte para a ampliao de melhorias econmicas de uma determinada regio. As foras
de mercado por si s no so capazes de trazer desenvolvimento igualitrio entre as regies, por
conseguinte, so criadas disparidades de crescimento e desenvolvimento entre determinados
lugares dentro de um mesmo pas (MYRDAL, 1960). Como forma de entendimento dessas
formaes de regies mais desenvolvidas que outras, h estudos que procuram explicar o motivo
de concentrao, aglomerao e maior procura para morar em certos locais (HIRSCHMAN,
1961).
H trs fases tericas que compem a trajetria do Desenvolvimento Regional: a)
Distncia e rea; b) Aglomeraes e Tecnologias; e c) Inovao. A partir de ento, alguns
tericos (Myrdal, 1960; Veiga, 2008; Sachs, 1993) passam a defender a interveno estatal para
promover maior equilbrio no desenvolvimento local com a finalidade de aproveitar os recursos e
peculiaridades existentes em cada regio. Um desses mtodos visto na Economia Industrial
pela qualificao de Polticas Industriais (HENKIN, 2014).
As Polticas Industriais tm como objetivo fomentar, ampliar e melhorar o desempenho
das atividades econmicas e, como consequncia, o desempenho dos setores econmicos. Por
meio de polticas pblicas possvel alcanar melhor forma de produo de acordo com os
recursos disponveis na regio, j que cada local possui suas especificidades. A partir deste
contexto, procura-se saber como foi o desempenho do setor agropecurio do estado de Rondnia
perante: a) os estados da Regio Norte; b) a Regio Norte como um todo; e c) o Brasil. Para tal,
foi analisado o Produto Interno Bruto (PIB), o Valor Adicionado Bruto (VAB) total e o VAB da
agropecuria.
No caso, o objeto a ser estudado o setor Agropecurio. O intuito ter conhecimento de
qual nvel de contribuio tal setor deu ao estado de Rondnia e compar-lo a nvel regional e
nacional para saber se este crescimento econmico foi local, regional e nacional e se foi acima
dos outros dois espaos comparados. O espao temporal ser de 2002 a 2012. Para que se tenha
conhecimento dos fatos ocorridos ao longo desse perodo, foram utilizados grficos e tabelas
apresentados como forma de melhor visualizao, entendimento e compreenso dos dados. Alm
da introduo, este artigo divide-se em sees que apresentam as principais teorias do
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Os estudos sobre Desenvolvimento Regional e Economia da Localizao so recentes na
histria da Cincia Econmica. Por muito tempo, a teoria econmica tradicional negligenciou a
varivel espao de seus modelos. Nesse contexto, Embora os economistas clssicos
escrevessem sobre a sequncia evolutiva da atividade econmica, sua anlise formal se
relacionava principalmente com um mundo esttico, no espacial [...] (RICHARDSON, 1975,
p. 15).
importante lembrar que tais formulaes eram consideradas leis universais e imutveis.
O Desenvolvimento Regional surge, portanto, como importante quebra de paradigma e traz
tona o fato de que: As foras de mercado no levam inevitavelmente igualdade das rendas
regionais per capita ou localizao espacial tima dos recursos e, em certas circunstncias,
podem operar de forma instabilizadora (RICHARDSON, 1975, p. 17). Desse modo, o aspecto
regional rebate a universalidade e imutabilidade dos pressupostos clssicos e busca [...] explicar
a diversidade de performance econmica entre os pases ou regies (CARVALHO;
HERMANNS, 2005, p. 18).
A evoluo das teorias de Desenvolvimento Regional divide-se em trs grupos: 1)
Distncia e rea: custos de transporte; 2) Interligaes setoriais: economias de aglomerao; e 3)
Externalidades
dinmicas:
tecnologia
inovao,
competitividade.
(GROUPE
DE
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Segundo Dornbusch, Fischer e Startz (2013), o valor adicionado bruto a preos bsicos
consiste na precificao em cada estgio da produo de um bem e, medida que so
adicionados outros fatores, o valor contabilizado. Dornbusch, Fischer e Startz (2013)
sintetizam esse conceito quando exemplificam o caso do po, no qual h o valor do trigo, aps o
processamento h o valor da farinha negociada pelo moleiro e quando o ciclo de produo fecha,
o valor final igual ao valor do po vendido. Sampaio (2013, p. 41), por sua vez, define que o
Valor Adicionado Bruto (VAB) o produto somado ao que est sendo utilizado. Sendo assim,
a contribuio para qual cada etapa no processo de produo agrega na transformao do
produto. Nesse conceito, o VAB adiciona valor aos bens e aos servios consumidos no seu
processo produtivo (SAMPAIO, 2013, p. 41). Segundo Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2013,
p. 33), o valor que foi, em cada etapa produtiva, adicionado ao valor das matrias-primas
utilizadas.
Crescimento econmico, por seu turno, dar-se- pelo "crescimento dos insumos, como
capital e trabalho, e pelos aperfeioamentos na tecnologia" (DORNBUSCH, FISCHER E
STARTZ, 2013, p. 52). Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2013) afirmam que o crescimento
econmico de uma regio, dado o perodo escolhido a ser apurado e analisado, definido como o
aumento do produto no intervalo de tempo predefinido; sendo assim, o crescimento na
produo de bens e servios que venham a trazer maior bem-estar da populao para que
atendam suas necessidades, a tica quantitativa de produo. Desta forma, os dados e grficos
analisados daro dimenso se as oscilaes ocorreram devido a fatores nacionais, regionais ou
estaduais, sendo assim, possvel descrever uma proxy para o cenrio do agronegcio do estado
de Rondnia ao longo do perodo 2002-2012.
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3 METODOLOGIA
A anlise realizada possui natureza de uma descrio geral dos dados apurados, sem
especificao da origem e motivos dos fatos consumados nos setores agropecurios de Rondnia,
regio Norte e Brasil em cada ano estudado. Assim, mensurado e comparado os dados, origem e
motivo tornam-se objetivos de estudos futuros. O intervalo temporal a ser analisado entre os
anos de 2002 a 2012, com o objetivo de identificar qual a contribuio e representatividade do
setor agropecurio na composio do PIB e Valor Adicionado Bruto da Regio Norte e no PIB e
Valor Adicionado Bruto do Brasil. Assim, poder-se- mensurar se houve maior crescimento
econmico desse setor no estado de Rondnia, na Regio Norte ou no Brasil. Para tal, os dados
foram obtidos em relatrio de informaes junto ao Tribunal de Contas de Rondnia, o qual se
deu por relatrios do IBGE, em parceria com os rgos de Estatstica, Secretarias Estaduais de
Governo e Superintendncia da Zona Franca de Manaus SUFRAMA. A partir dos dados
obtidos, foram realizados clculos estatsticos para aprofundar os estudos. Com isso, foram
elaborados grficos e tabelas para auxiliar no entendimento da importncia do setor
Agropecurio do estado de Rondnia.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Nesta seo, so apresentados o PIB e sua variao percentual de 2002 a 2012, a
participao relativa do estado de Rondnia e da regio Norte no PIB brasileiro. Em seguida, o
VAB rondoniense e sua variao percentual no decnio 2002-2012, a participao de Rondnia
no VAB do Brasil e da regio Norte. Tambm se analisam o VAB agropecurio e sua variao
percentual, a participao de Rondnia no VAB agropecurio do Brasil e do Norte e, por ltimo,
a participao do VAB agropecurio no VAB total dos estados do Norte, da regio Norte em sua
totalidade e do Brasil.
Os PIBs dos estados da Regio Norte, a preos correntes, denotam que o Par liderou em
toda a srie, seguido pelo Amazonas. Os dois estados evoluram de forma semelhante at 2009,
quando o hiato entre os produtos comeou a aumentar. Rondnia manteve-se na terceira posio
nos onze anos analisados, sucedido pelo estado de Tocantins. Amap e Acre revezaram-se na 5
e 6 colocaes. Por ltimo, ficou o estado de Roraima. Em 2012, Amazonas e Par
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Tabela 1 - Participao relativa da regio Norte e de Rondnia no PIB do Brasil (em %).
Ano
Brasil
Norte
Rondnia
2002
100
4,69
0,53
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
100
100
100
100
100
100
100
100
4,78
4,95
4,96
5,06
5,02
5,10
5,04
5,34
0,57
0,58
0,60
0,55
0,56
0,59
0,62
0,62
Fonte: Elaborao prpria a partir de dados do IBGE e SEPOG, 2015.
2011
100
5,40
0,67
2012
100
5,27
0,67
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A srie do VAB mostra evoluo idntica do PIB. Par e Amazonas ficam frente,
seguidos pelos estados de Rondnia e Tocantins. Amap e Acre tambm se revezam na 5 e 6
colocaes ao longo dos onze anos, enquanto Roraima permanece em ltimo lugar.
O grfico 4 detalha as taxas de crescimento dos VABs de Rondnia, da regio Norte e do
Brasil.
Grfico 4 Variao do Valor Adicionado Bruto do Brasil, Regio Norte e Rondnia (Valores
constantes de 2002).
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destaca por ter apresentado o maior crescimento acumulado nos dez anos, ao expandir-se
65,66%, contra 51,64% do Norte e 36,74% do Brasil.
Na tabela 2 so mostradas as evolues da participao do VAB de Rondnia na
composio dos VABs do Brasil e da regio Norte.
Tabela 2 - PARTICIPAO RELATIVA DE RONDNIA NO VAB DO BRASIL E DO
NORTE (EM %).
Ano
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
RO/BR
0,55
0,59
0,60
0,62
0,57
0,58
0,62
0,65
0,65
0,70
0,70
RO/NO
11,37
12,08
11,83
12,20
10,93
11,31
11,74
12,51
11,64
12,42
12,82
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colocado at ento, reduziu consideravelmente o hiato do VAB, para, em 2009 e 2010, figurar
em primeiro lugar. Em 2011, ambos os estados observaram uma reduo dos seus respectivos
VABs, ocasio em que o Par recuperou a primeira posio. No binio 2002-2003, o Amazonas
figurou como terceiro colocado, mas, no ano seguinte, abriu espao ao estado de Tocantins que
se manteve na posio at ser ultrapassado pelo Amazonas em 2010. Acre, Roraima e Amap
mantiveram suas respectivas posies em toda a srie.
Constam, no grfico 6, as taxas de crescimento dos VABs agropecurios do estado de
Rondnia, da regio Norte e do Brasil.
Grfico 6 Variao do Valor Adicionado Bruto da Agropecuria do Brasil, Regio Norte e
Rondnia (Valores constantes de 2002).
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2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
RO/NO
18,50
21,68
24,08
23,60
21,71
23,72
26,91
28,94
26,16
27,10
26,40
RO/BR
1,63
1,84
1,91
2,23
2,01
2,12
2,40
2,71
2,61
2,58
2,69
Como seria natural supor, o estado aumentou sua participao relativa no VAB da
agropecuria, tanto da Regio Norte quanto do Brasil. Nos 11 anos considerados, Rondnia
saltou de 18,50% para 26,40% do total do Norte; e de 1,63% para 2,69% do total do pas. Entre
os estados da regio Norte, Rondnia, entre 2002 e 2008, manteve-se em segundo lugar no
ranking dos valores adicionados brutos da agropecuria.
Em 2009, ultrapassou o Par, lder at ento, e alcanou o maior VAB agropecurio,
mantendo-se na primeira posio em 2010, para voltar ao segundo lugar em 2011. No
surpreende, portanto, que Rondnia tenha respondido por pouco mais de um quarto do VAB da
regio Norte em 2012. A tabela 4 apresenta a participao do VAB agropecurio no VAB total
dos estados do Norte, na regio Norte e no Brasil.
Tabela 4 - Participao do Valor Adicionado Bruto da Agropecuria no VAB total dos Estados
do Norte, da Regio Norte e do Brasil (em %).
Anos
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Brasil
6,62
7,59
6,91
6,91
5,17
4,75
5,91
5,63
5,97
4,85
5,32
Norte
12,11
14,40
10,82
12,12
9,41
7,85
10,03
10,18
10,27
8,61
9,96
Rondnia
19,71
25,88
22,03
23,56
20,32
15,04
23,01
23,56
23,92
18,13
20,51
Acre
16,99
24,30
18,37
22,05
18,73
11,35
18,57
17,24
18,35
18,17
18,28
Amap
4,19
5,74
3,25
5,91
2,65
1,71
3,78
3,25
3,57
2,95
3,24
Amazonas
7,21
7,85
4,69
6,03
4,42
3,63
5,40
5,14
7,40
5,76
7,37
Par
12,51
13,67
9,04
10,79
7,93
7,11
7,08
7,36
6,89
5,79
7,22
Roraima
9,87
10,13
10,98
8,72
6,68
7,24
6,44
5,65
4,98
4,31
4,72
Tocantins
20,61
24,50
23,70
21,88
20,78
18,09
20,80
20,64
17,85
17,38
16,33
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Constata-se, a partir da tabela acima, que o setor agropecurio tem importante peso na
economia rondoniense. No obstante as oscilaes, a contribuio da agropecuria manteve-se
muito prxima dos 20% do VAB total do estado em boa parte dos anos analisados, exceo do
ano de 2007. Os VABs do Norte e do Brasil tambm recebem importante contribuio desse
setor, embora tenha importncia relativa menor do que outros setores da economia. Acre e
Tocantins so estados que tambm mantm forte dependncia da agropecuria para gerar
riquezas.
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5 CONCLUSES
O PIB de Rondnia cresceu acima da mdia da regio Norte e do pas, mas nem sempre
acompanhou as oscilaes, e aumentou sua representatividade no PIB brasileiro. Em termos de
VAB, mostrou-se tambm muito superior, ao crescer acima da mdia nacional e regional. Ao
longo da srie, o VAB rondoniense representou sempre mais do que 10% do VAB da regio
Norte. Esses fatos so corroborados pela terceira posio que o estado ocupou entre os maiores
PIBs e VABs da regio Norte entre os anos de 2002 e 2012.
O valor adicionado pela agropecuria evoluiu de forma bastante forte, a ponto de
Rondnia disputar com o Par a primeira posio dos maiores VABs do Norte. A taxa mdia de
crescimento do setor em Rondnia (7,66%) foi superior mdia regional (3,05%) e nacional
(1,66%). O estado confirmou a fora de seu setor agropecurio ao representar, exceto em 2002,
sempre mais de um quinto do VAB agropecurio da regio Norte, e ao chegar, em 2012, a um
quarto do total. Internamente, o setor respondeu, na maior parte da srie, por aproximadamente
um quinto do VAB total do estado, representatividade que s encontra semelhanas nos estados
do Acre e do Tocantins.
Em contraponto regio e ao Brasil, a agropecuria apresentou crescimento percentual na
composio do VAB total, ou seja, enquanto a Regio Norte o Brasil possuram queda do setor
agropecuria na formao do VAB total (2,15% e 1,30%, respectivamente), o estado de
Rondnia possuiu aumento quanto a esta varivel (0,80%). Tal fato corroborado pelo
crescimento do setor acima dos nveis regional e nacional. Ao passo que Rondnia cresceu seu
VAB acumulado da agropecuria em 76,62%, o Norte obteve 30,47% e o Brasil atingiu 16,63%
no intervalo temporal estudado. A consequncia foi uma elevao no nvel de participao
relativa do estado perante a Regio Norte e ao Brasil (7,90% e 1,06%, respectivamente) no
perodo analisado.
Por fim, possvel afirmar que a agropecuria de fato cresceu acima da mdia regional e
nacional e que o estado de Rondnia tem nesse setor uma importante fonte de gerao de
riquezas e renda, capaz de impulsionar o desenvolvimento regional. Portanto, as polticas
industriais e setoriais tornam-se imprescindveis para que as vantagens comparativas e os
recursos locais sejam aproveitados da melhor forma a fim de proporcionar a maximizao do
crescimento econmico de Rondnia, visando, assim, a maximizao no desenvolvimento do
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estado de Rondnia. Ressalta-se que tais polticas devero ser objeto de estudos futuros para
conhecimento de quais delas obtiveram maior eficcia ao setor para que se atingisse tal nvel.
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REFERNCIAS
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Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
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Disponvel
em:
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1 INTRODUO
O Brasil um pas notoriamente conhecido no cenrio internacional como detentor de
muitas riquezas naturais capazes de proporcionar adequado nvel de vida para sua populao.
Sua economia ocupava o 6 lugar no ranking de maior economia do mundo em 201111.
Entretanto, concomitantemente com a grande produo de riquezas, possui uma grande parte da
populao em condies de pobreza. Dentro dessa perspectiva conveniente resulta questionar
sobre quais critrios definem como pobre uma pessoa ou uma famlia. Tal indagao torna-se
importante em poca em que instrumentos de polticas sociais, cada vez mais comum, consistem
de programas de assistncia aos destitudos, preferencialmente de transferncia de renda e cuja
eficcia ainda discutvel, como o do Programa Bolsa Famlia.
No campo terico tm ocorrido avanos na compreenso do problema da pobreza.
Inicialmente, o limite entre pobres e no pobres era estabelecido apenas com analogia da renda
monetria (BARROS e MENDONA, 1997). Sendo o mtodo usual para rotular algum como
pobre o de comparar seu nvel de renda mensal um valor de renda definido como limite ou
linha da pobreza. O nvel de pobreza de um indivduo fica definido de acordo com sua
localizao acima ou abaixo dessa linha limite.
Mas nos ltimos anos, o aumento do interesse de pesquisadores e de organismos
nacionais e internacionais no estudo e entendimento da pobreza, levou s transformaes na
maneira de aprender, abordar e mensurar a pobreza. Hoje, porm, essa concepo foi ampliada
ao levar em considerao a pobreza relativa e multidirecional, que analisa indivduos, domiclios
e a sociedade em que esto inseridos.
Dentro desse foco multidirecional o emprego de mapas em estudos relacionados ao bemestar social e s condies de pobreza permite averiguar, por exemplo, se existe um padro na
distribuio da pobreza ou se ela se distribui aleatoriamente no espao. Para Chiarini (2008), o
uso de mapas tem sido importante no somente para identificar onde a populao pobre se
localiza, mas tambm por servir como utenslio capaz de capturar a heterogeneidade dentro de
uma determinada regio.
Recentemente, a questo da heterogeneidade aparece no centro das discusses dos
estudos sobre economia regional, estimulando o desenvolvimento de uma srie de mtodos
11
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economtricos que passaram explicar a associao da pobreza com sua localizao geogrfica
(Henninger, 2002), assim como tambm a existncia ou no de dependncia espacial da pobreza
entre as unidades territoriais (PETRUCCI et. al., 2003).
Assim, neste trabalho a hiptese mais importante de trabalho a que a anlise da pobreza
requer de uma anlise multidirecional, pois resulta no mnimo ingnuo acreditar que a renda
sozinha consiga captar todas as formas de manifestao da pobreza. Acrescente-se que a anlise
de indicadores agregados, como tradicionalmente feita, pode dar impresso de que as condies
internas esto uniformemente distribudas e, frequentemente, podem camuflar variaes
considerveis em nvel menor de desagregao.
Na anlise da distribuio da pobreza no estado de Rondnia, por suas dimenses
geogrficas e pela renda altamente concentrada na capital Porto Velho, de se esperar que haja
algum fenmeno de difuso de pobreza e riqueza no Estado, formando agrupamentos de
municpios pobres rodeados por pobres e ricos rodeados de ricos. Analisar esse fenmeno
espacialmente, bem como os determinantes da pobreza so os objetivos deste trabalho.
Para alcanar o objetivo proposto o artigo foi divido em cinco sees. A primeira, esta
introduo, foi estabelecida a inteno do trabalho. A segunda refere-se a alguns apontamentos
em relao ao estabelecimento da linha da pobreza como referencial terico do trabalho. A
terceira relacionada aos procedimentos metodolgicos em que se descrevem o passo a passo do
levantamento e tratamento das informaes da pesquisa. Por fim, na quarta e quinta partes se
resumem os resultados alcanados.
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12
A linha de extrema pobreza do Plano Brasil Sem Misria foi definida como renda domiciliar mensal nominal per
capita menor ou igual a R$ 70 em junho de 2011. No caso dos domiclios sem rendimento, foram considerados
extremamente pobres somente aqueles que cumprissem uma das seguintes caractersticas: sem banheiro de uso
exclusivo; sem ligao com rede geral de esgoto ou pluvial e no tinham fossa sptica; em rea urbana sem ligao
rede geral de distribuio de gua; em rea rural sem ligao rede geral de distribuio de gua e sem poo ou
nascente na propriedade; sem energia eltrica; com pelo menos um morador de 15 anos ou mais de idade analfabeto;
com pelo menos trs moradores de at 14 anos de idade; ou pelo menos um morador de 65 anos ou mais de idade.
13
14
Mais
informaes
sobre
o
http://www.mds.gov.br/brasilsemmiseria.
Plano
Brasil
Sem
Misria
esto
disponveis
em
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Por sua vez, a auto correlao espacial surge na medida em que o valor de uma varivel
de lugar do espao est relacionado com o valor de tal varivel num outro espao. Na medida em
que esse fenmeno se apresenta faz com que se viole uma das principais hipteses da estatstica
descritiva a da independncia das observaes amostrais, principalmente, quando se trabalha
com dados de corte transversal. Essa dificuldade no pode ser resolvida pelas tcnicas
economtricas convencionais. Isso ocorre por conta da multidirecionalidade presente nas
relaes de interdependncias das unidades espaciais.
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(1)
Onde:
I (global): Estatstico Global de Moran
N: tamanho amostral;
S0: i j =Wij;
(2)
Onde:
I (local): Estatstico local de Moran;
N: Tamanho amostral;
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informao do scatter plot a um mapa de territrio, onde cada um dos quadrantes destacado
com uma cor diferente. No quadrante I se localizam as populaes com alto nvel de pobreza e
que esto rodeadas de populaes com o mesmo nvel de pobreza. No quadrante III esto
localizadas as populaes com baixo nvel de pobreza, rodeada de populaes com o mesmo
nvel. J nos quadrantes II, esto localizadas as populaes com baixo ndice de pobreza rodeada
por aquelas de alto ndice e, no quadrante e IV, o contrrio.
Grfico 1: Representao das categorias de associao espacial
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(3)
Onde:
i = i-simo municpio;
IDH-Ri,t = IDHRenda de i em t;
t = perodo;
i em t;
no ano t;
IDH-Ei,t = IDH-Educao de i em t;
Porto Velho.
15
O Conditon Number um valor e, se este estiver acima de 30, h uma suspeita da presena de multicolinearidade
Segundo Anselin (1988) quando h ausncia total de multicolinearidade o condition number igual a um.
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auxiliar e segue uma distribuio 2. Se o valor do 2 calculado for menor que o valor 2
crticos, no se rejeita a hiptese nula (Gujarati, 2000).
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Fonte: Elaborado pelo autor atravs do Software Geoda 1.6.7.9. March de 2015.
No estado de Rondnia, no ano de 2000, segundo a figura 1, a pobreza apresentava-se em
menor proporo em 13 dos municpios, que correspondiam classe dos 25% menos pobres e,
dentre os municpios, o de Vilhena apresentou o menor percentual de pobreza com 17,97% da
populao abaixo da linha da pobreza.
Em termo da distribuio da pobreza, muitos municpios tanto ao sul, quanto ao norte e
ao leste apresentaram valores altos no ano de 2000. Na regio central h concentrao dos mais
altos ndices de pobreza, onde se localiza Governador Jorge Teixeira, Campo Novo de Rondnia
dentre outros. Em termos globais, parece existir associao espacial positiva entre regies
prximas na medida em que as regies vizinhas apresentam valores similares da varivel em
estudo.
Pela figura 2, no ano de 2010, essa aparente associao espacial mais acentuada, pois h
grande concentrao de municpios com elevada proporo de pobres a sudoeste e uma
concentrao no nordeste do Estado, onde est localizado o municpio de Guajar Mirim. Ou
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seja, as regies que faziam parte do mesmo quartil no ano de 2000 esto agrupadas no mesmo
espao em 2010.
4.2.
demonstradas a seguir. O teste I de Moran Global significativo ao nvel de 1%, o que permite
recusar a hiptese da distribuio aleatria da varivel POB (proporo de pobreza). Este
resultado implica que, em termos globais, municpios que possuem alto (baixo) ndice de
pobreza so rodeados por municpios com alto (baixo) ndice.
Conforme o grfico 2, apesar da significncia da estatstica, nota-se que h muitos pontos
nos quadrantes I e II para 2000, levando associao espacial negativa, isto , municpios com
alto (alto) ndice de pobreza rodeados por municpios com baixo (alto) ndice.
Todavia para o ano de 2010, grfico 3, nota-se vrios pontos nos quadrantes III e IV
levando associao espacial positiva, isto , municpios com baixo (baixo) ndice de pobreza
rodeados por municpios com alto (baixo) ndice.
Rondnia (2000).
Rondnia (2010).
Fonte: Elaborado pelo autor atravs do Software Geoda 1.6.7.9. March de 2015.
Todavia para o ano de 2010, grfico 3, nota-se vrios pontos nos quadrantes III e IV
levando associao espacial positiva, isto , municpios com baixo (baixo) ndice de pobreza
rodeados por municpios com alto (baixo) ndice. De uma forma geral, o ndice de Moran pelos
valores obtidos no ano de 2000 (-0,00532911) revela uma correlao direta negativa, e, para o
ano de 2010 (0,163241) uma correlao inversa.
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(2010).
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Conforme tabela 1, dentre as variveis utilizadas para o perodo de analise, aquelas que
melhor explicam a pobreza em Rondnia so: o IDH-R e o ndice de Gini, ambas com
importncia de 1%, enquanto que IDH-L e a Distncia intermunicipal mostraram-se
significativas a 10%. Apesar do ajuste do modelo mostrar-se muito bom com R ajustado em
0,95 para 2000 e 0,94 para o ano de 2010, preciso destacar a possibilidade de vis no caso de
estar presente esquema de auto correlao parcial nos resduos do modelo. Para evitar o
problema, faz-se o diagnstico de dependncia espacial.
Quanto aos coeficientes dos modelos constantes na tabela 1, todos corresponderam aos
sinais esperados especificados na equao 3. O IDH-R, IDH-L e Distancia apresentaram sinais
negativos, indicando que quanto maior for o nvel de renda do municpio, quanto maior for o
nvel de longevidade do municpio, menor ser o ndice de pobreza. Por outro lado, quanto maior
for a concentrao da renda, medida pelo ndice de Gini, maior ser o ndice de pobreza,
acentuando a desigualdade. A mesma relao positiva demonstrada atravs do coeficiente da
expectativa de vida, isto , quanto mais alta a expectativa, maior o nvel de pobreza.
Estes resultados indicam que os esforos de poltica de combate pobreza devero
encaminhar-se para o aumento da renda, via o aumento da riqueza produzida na regio (PIB) e
com aumento da distribuio (diminuio da concentrao) da mesma.
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5. CONCLUSES
Neste trabalho buscou-se analisar a distribuio espacialmente da pobreza de Rondnia,
assim como seus determinantes, atravs da medida de proporo de pobres em dois momentos
distintos, no ano de 2000 e 2010. Os resultados das diversas anlises mostraram a existncia de
dependncia espacial da pobreza entre os municpios, o que foi descrito pela anlise exploratria
de dados espaciais (AEDE). Segundo as estimativas do I Moran global a correlao espacial
existente entre os municpios rondonienses positiva. Isto significa que as cidades com alto
(baixo) ndice de pobreza so rodeadas por cidades com alto (baixo) ndice, ou que o aumento da
pobreza em um municpio no aumenta a pobreza em outro.
Para averiguar os padres das distribuies locais, estimou-se o I de Moran local. Para
2000 verificou-se a presena de dois clusters do tipo low-low (na regio sudeste) com dois
municpios e um do tipo high-low (na regio nordeste) com apenas um municpio. Surgiu no ano
de 2000 um outlier, com ndices acima 75% de pobres. Diferentemente, no ano de 2010, o
cenrio mudou significativamente e houve aumento acentuado da pobreza no Estado. Formaramse trs grandes clusters do tipo high-high (na regio sudoeste) com 5 municpios, do tipo lowlow (na regio sudeste) com 5 municpios e do tipo high-low (na regio sul e nordeste) com 2
municpios.
A formao desses clusters deve estar muito relacionada ao nvel de renda e a sua
concentrao. O modelo economtrico utilizado, de Mnimo Quadrados Ordinrios MQO, para
explicar os determinantes da pobreza no Estado revelou que tanto para 2000 quanto 2010 as
variveis de maior significncia foram IDH-Renda, a concentrao de renda medida pelo indicie
de Gini e, em menor proporo, o IDH-Longevidade.
Atravs do modelo economtrico constatou-se tambm que, ao contrrio do sugerido pela
Analise Exploratria de Dados Espaciais (EDE), no h correlao espacial entre os municpios,
ou seja, a pobreza dos municpios de Rondnia no depende da situao de seus vizinhos, mas
sim de sus prprias condies. Disso, conclui-se que so necessrios investimentos em
infraestrutura na regio, sobretudo de estradas, investimentos em educao, incentivo produo
agrcola de moro a estimular o potencial de cada regio e melhorar o nvel de acessibilidade da
populao. A alternativa mais prxima o acesso educao e a melhoria da distribuio de
renda.
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REFERNCIAS
ANSELIN, L. Spatial Econometrics: methods and models. Boston: Kluwer Academic, 1988.
_____. Local Indicator of Spacial Association-LISA. Geographical Analysis, 27:93-115, 1995.
ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL. Programa das Naes
Unidas-
PNUD,
2013.
Disponvel
em:
ISBN: 978-85-61320-14-0
ISBN: 978-85-61320-14-0
do
Meio
Ambiente.
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1 INTRODUO
Os Arranjos Produtivos Locais-APLs so formas de organizao de produtores que
fazem parte de um mesmo segmento produtivo, buscando unir esforos em prol de um objetivo
comum, que de melhorar o desempenho produtivo dos atores participantes e da atividade
econmica como um todo.
No aspecto das polticas pblicas, o apoio do Estado aos APLs busca reduzir as
desigualdades sociais e, principalmente, regionais, sendo que, no Brasil, o apoio estatal aos
APLs se tornou uma poltica de Estado a partir de 2004, iniciando com a incluso de programas
da Poltica Nacional de Desenvolvimento Regional PNDR no Plano Plurianual de 2004-2007,
tendo como um dos objetivos desses programas empregar infraestrutura organizacional em que
segmentos da sociedade civil interagem com as trs esferas governamentais na concepo,
implementao e avaliao das aes de promoo do desenvolvimento regional, com enfoque
na criao e no fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais (BRASIL, 2004). Trata-se de um
objetivo de um programa voltado, especificamente, ao fortalecimento dos APLs, na busca de
promover o desenvolvimento regional e reduzir as desigualdades.
Cabe destacar que objetivo do PNDR, criado em 2003 e institucionalizado em 2007,
reduzir as desigualdades regionais e ativar os potenciais de desenvolvimento das regies
brasileiras explorando a diversidade que se observa no pas (BRASIL, PNDR, 2003). Esse
objetivo foi ampliado, a partir da autonomia e descentralizao do PNDR, cujo propsito do
governo federal era fazer com que os prprios atores sociais no s participassem do processo de
construo da PNDR, mas fossem protagonistas da poltica e de sua execuo (BRASIL, 2004;
BRASIL, 2007).
Essa proposta vem ocorrendo com os APLs, a partir da descentralizao dessas
atividades aos Ncleos Estaduais de APLSs, que vem atuando junto aos segmentos produtivos
na elaborao dos planos dos APLs, a partir dos Planos de Desenvolvimento Prelimiares
PDPs. Os Ncleos Estaduais possuem o papel de organizar as demandas dos APLs locais,
analisar suas propostas e promover as articulaes institucionais com vistas ao apoio demandado.
Nos anos 2006 e 2007 realizaram-se Oficinas Regionais de Orientao Instalao de Ncleos
Estaduais de Apoio a APLs, contemplando todas as regies brasileiras.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 AGLOMERAES PRODUTIVAS E ARRANJO PRODUTIVO LOCAL
A partir dos anos 1990 passou a ocorrer um interesse crescente nas reas do
conhecimento cientfico e dos formuladores de polticas pblicas em relao s aglomeraes
econmicas e produtivas. Identificar atividades produtivas com potencial de crescimento em uma
regio e formular polticas pblicas para melhorar o desempenho dos segmentos produtivos que
compem essas atividades e uma melhor governana da cadeia produtiva faz com que essas
atividades contribuam cada vez mais para o desenvolvimento de uma regio.
As aglomeraes de atividades econmicas objeto de interesse de vrias reas do
conhecimento e seus primeiros estudos mais significativos remontam ao perodo neoclssico da
economia, com os distritos industriais de Alfred Marshal, em fins do sculo XIX. Ao passar dos
anos, novas abordagens foram se surgindo, como os polos de crescimento de Perroux, da
economia industrial da dcada de 1950, a abordagem dos clusters industriais de Porter na dcada
de 1980 e a Nova Geografia Econmica de Krugman da dcada de 1990.
Contudo, uma abordagem que ganhou fora, principalmente por estar muito vinculada
formulao de polticas pblicas voltadas ao desenvolvimento regional, a abordagem do
Arranjo Produtivo Local APL.
O termo APL passou a ser utilizado com mais frequncia como sendo um espao social,
econmico e historicamente construdo por meio de uma aglomerao de empresas e outros
agentes com atividades ligadas entre si e fortemente inter-relacionadas, que interagem numa
escala espacial local definida e limitada por fluxos de bens e servios (COSTA, 2010). Um APL
pode ser caracterizado por algumas condies triviais: a) concentrao espacial de produo de
bens ou servios; b) a localizao em favor da vantagem competitiva; c) atrao de empresas que
visam crescer ou manter competitivas as empresas ali instaladas; d) cooperao multilateral
institucionalizada; e e) ligao verdadeira entre as atividades produtivas e territrio.
Segundo Costa (2010) um APL pode ser entendido como um grupo de agentes
orquestrados por um grau de institucionalizao explcito ou implcito ao aglomerado, que
tenham como finalidade harmonia, interao e cooperao. Estes elementos ocorrem num
ambiente competitivo, no qual h sujeitos com distintos graus de poder, projetos territoriais
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diversos e muitas vezes antagnicos, no importando o tamanho das empresas, nem a natureza
da atividade econmica envolvida.
essencial, para regies menos desenvolvidas, a formulao e execuo de polticas
pblicas direcionadas identificao de potencial de atividades econmicas, estruturao e
desenvolvimento dessas atividades em APLs, buscando induzir o desenvolvimento local,
tornando a regio um eixo orientador capaz de promover esse desenvolvimento econmico e
social, bem como a inovao tecnolgica, o crescimento nos nveis de renda e emprego,
estimulando a competitividade e a produtividade.
Santos, Diniz e Barbosa (2004) assinalam algumas vantagens locacionais principais dos
APLs tais como: a) acesso facilitado a mo de obra especializada a custos reduzidos; b) logstica
de transporte, c) acesso a ativos ou servios complementares, d) cooperao institucionalizada, e)
conhecimento tcito compartilhado entre as empresas, fornecedores, clientes ou at a mo de
obra.
Segundo Costa (2010) os APLs constituem-se como efetivos instrumentos de
desenvolvimento regional na medida em que fortalecem e desenvolvem todo o sistema scio
produtivo das regies nas quais esto inseridos, e que, de forma dialtica, estas aglomeraes
devem ser entendidas como resultado de polticas pblicas adequadas na medida em que
dependem de um todo sistmico presente nestas regies.
Erber (2008) assinala que os APLs so como aglomeraes territoriais de agentes
econmicos, polticos e sociais, com foco em um conjunto especfico de atividades econmicas e
que apresentam vnculos entre si. Os APLs devem ser direcionados explorao das
potencialidades regionais, atuando como alternativa ao desenvolvimento econmico e regional,
apoiados pela estrutura governamental e de pesquisadores, devendo proporcionar a gerao de
riquezas atravs do uso dos recursos existentes de maneira autossustentvel (OLIVEIRA, 2009).
Para a caracterizao da existncia de um APL, fundamental a concentrao de mais de
um segmento produtivo que trabalhe em um mesmo setor cuja localizao fique prxima do
espao geogrfico e que seus protagonistas mantenham esforos em prol de um objetivo comum.
Por meio dessas definies sobre APL possvel observar que essa estrutura organizacional de
atores de uma cadeia de produo deve ser ajustada de forma a ampliar a cooperao entre os
atores, para que exista um desenvolvimento respeitando o ambiente cultural, histrico e social,
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bem como a troca de informaes e experincias, sendo fatores decisivos para o fortalecimento
da produo e inovao local.
Os atores envolvidos no APL, segundo Duarte (2012), possuem fortes relaes
socioculturais e de cooperao, visando o alcance de objetivos comuns podendo ser encontrados
agentes econmicos, polticos e sociais, assim como diversas instituies publicas e privadas.
Esses agentes econmicos contribuem para a concretizao desse empreendimento.
Alm do mais, esses empreendimentos so viabilizados como alternativas de incluso
social, sendo composto, na maioria das vezes, por famlias desempregadas, de pequenos
produtores ou empresrios, de pessoas de baixa renda, que desejam a participao na sociedade.
Silva et al (2013) afirmam sobre o tema que os APLs visam melhoria das condies de vida
dentro de uma economia sustentvel baseada na confiana, interao, parcerias e cooperao,
gerando assim expectativas para os membros envolvidos.
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3 METODOLOGIA
A pesquisa se caracteriza por ser bibliogrfica a partir da tcnica anlise de contedo se
fundamentando em uma anlise dos PDPs de dois APLs de Rondnia e de dois APLs do
Amazonas, estados componentes da Amaznia Ocidental e que esto em estgio mais avanado
na regio com relao ao planejamento de seus arranjos produtivos.
Segundo Marques et al (2006), a anlise de contedo uma pesquisa bibliogrfica
consiste em analisar e interpretar, de forma contextualizada, os escritos contidos em livros,
jornais, peridicos, dissertaes, teses, entre outros documentos que versem sobre o mesmo
assunto. Os objetivos da anlise de contedo consistem em descrever, interpretar, comparar e
identificar representaes individuais ou coletivas, mensagens veladas ou explcitas.
Nesta pesquisa, o objetivo da anlise de contedo foi realizar uma comparao entre os
textos dos PDPs dos APLs de Rondnia e do Amazonas com as correntes da Economia
Ecolgica e Economia Ambiental, a partir da interpretao dos objetivos, metas, indicadores,
aes e resultados, que constam nos PDPs e os fatores que caracterizam as duas correntes da
Economia Poltica do Meio Ambiente.
Segundo Bardin (2009) a anlise de contedo visa obter, por meio de procedimentos
sistemticos e objetivos de descrio do contedo das mensagens, indicadores quantificveis ou
no, que permitam a inferncia de conhecimentos relativos s condies de produo ou
recepo destas mensagens.
A pesquisa seguiu os passos constantes da Figura 1, partindo-se de uma pr-anlise, que
a organizao propriamente dita, correspondendo s buscas iniciais, intuies, primeiros
contatos com os materiais a serem analisados (FRANCO, 2005). A primeira fase foi a escolha
dos documentos, no caso, os PDPs dos APLs da Amaznia Ocidental, na qual, apenas
Rondnia, Amazonas e Roraima chegaram a elaborar seus PDPs. Roraima ficou excluso da
anlise por ter elaborado apenas um PDP, enquanto Rondnia elaborou quatro e o Amazonas
elaborou dez PDPs. Diante da limitao, foram selecionados dois PDPs de Rondnia e dois do
Amazonas. Tambm foi objeto de anlise das duas correntes da Economia Poltica do Meio
Ambiente: Economia Ambiental e Economia Ecolgica.
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Figura 1: Desenvolvimento da Anlise de Contedo
Leitura <<Flutuante>>
Escolha de documentos
Dimenso e direes
de anlise
Preparao do material
Testar as tcnicas
EXPLORAO DO MATERIAL
Administrao das tcnicas
no corpus
Inferncias
Interpretao
que fundamentaram a interpretao final. Os indicadores aqui se referem aos fatores ou variveis
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das correntes da Economia Poltica do Meio Ambiente, que deram base a anlise interpretativa
em relao aos PDPs.Na pr-anlise, foi realizada uma leitura flutuante dos PDPs, que
precedeu a escolha dos documentos selecionados (PDPs do APL Fruticultura e APL Piscicultura
em Rondnia e PDPs do APL Fcula e Farinha de Mandioca e APL Polpas de Frutas do
Amazonas). Aps a pr-anlise, foi realizada a explorao do material, realizado o tratamento
dos dados e as interpretaes dos dados, a partir de quadros e tabelas de radar, constando os
fatores ou variveis das correntes da Economia Ambiental e da Economia Ecolgica, conforme
consta no Quadro 1.
Quadro 1: Diferenas entre os Enfoques da Economia Ambiental Neoclssica e da Economia
Ecolgica
Economia Ambiental
Economia Ecolgica
Alocao
tima
externalidades
Crescimento
abstratos
Pessimismo
com
relao
ao
crescimento e existncia de escolhas
difceis
Co-evoluo imprevisvel
Abstrata e geral
Concreta e especfica
10
Indicadores monetrios
11
Anlise sistmica
12
Anlise do custo-benefcio
Avaliao multidimensional
13
14
15
Comunidades locais
dos
recursos
sustentvel
em
modelos
16 Utilitarismo e funcionalismo
tica ambiental
Fonte: VAN DEN BERG (2000, p. 9), apud ANDRADE (2008).
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
A partir da leitura dos PDPs e da anlise de contedo dos enfoques das correntes da
Economia Poltica do Meio Ambiente, os PDPs foram analisados separadamente, e seus
resultados aparecem nos Quadros 2, 3, 4 e 5 e nos Grficos 1, 2, 3 e 4.
O Quadro 2 subsidiou a elaborao do Grfico 1, na qual contribui para visualizar a
tendncia para qual corrente do pensamento da economia poltica do meio ambiente encontra-se
o PDP do APL da Piscicultura de Pimenta Bueno, Rondnia.
Quadro 2: APL da Piscicultura de Pimenta Bueno/RO
Economia Ambiental
1
Alocao
tima
externalidades
Economia Ecolgica
5
14
Crescimento
abstratos
modelos
Co-evoluo imprevisvel
Abstrata e geral
Concreta e especfica
10
Indicadores monetrios
11
Anlise sistmica
12
Anlise do custo-benefcio
Avaliao multidimensional
13
14
15
Comunidades locais
dos
recursos
sustentvel
em
16 Utilitarismo e funcionalismo
tica ambiental
Fonte: Pesquisa dos Autores a partir de Van den Berg (2000, p. 9), apud Andrade (2008); Rondnia (2007).
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que mais se destaca na corrente da Economia Ambiental a varivel 2 Alocao tima dos
Recursos e Externalidades, com 14 citaes, haja vista o nmero de objetivos, indicadores,
metas e resultados esperados do APL voltados para a capacitao de mo de obra e dos agentes,
aquisio de equipamentos, aproveitamento de subprodutos, construo de tanques, entre outras
citaes que buscam alocar os recursos produtivos de forma eficiente no processo produtivo para
possibilitar ganhos em produtividade. Do lado da Economia Ecolgica, a varivel de maior
destaque foi a varivel 15 Comunidade Local, com 7 citaes, haja vista a preocupao
constante na elaborao do PDP em criar e melhorar a organizao dos produtores em
cooperativas e associaes, preocupao com a promoo da sade dos agentes envolvidos
(comunidade local), entre outras citaes.
Grfico 1: APL da Piscicultura de Pimenta Bueno/RO
Assim como o APL da Piscicultura, o PDP do APL da Fruticultura tambm pode ser
classificado na corrente da Economia Ambiental. Com base no Quadro 3 e no Grfico 2,
possvel observar que foram constatadas 88 citaes, sendo 78 citaes para as variveis da
corrente da Economia Ambiental e 10 citaes para as variveis da corrente da Economia
Ecolgica, o que possibilitou classificar o PDP do APL da Fruticultura de Porto Velho,
Rondnia, na corrente da Economia Ambiental. A varivel que mais se destaca na corrente da
Economia Ambiental a varivel 1 Prioridade Eficincia Produtiva, com 31 citaes, haja
vista o nmero de objetivos, indicadores, metas e resultados esperados do APL voltados ao
aumento da produo e da produtividade, como aumento da rea plantada, aumento do parque
fabril, indicadores voltados produo primria e secundria, entre outros. Do lado da Economia
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Economia Ecolgica
Alocao
tima
externalidades
Crescimento
abstratos
Abstrata e geral
Concreta e especfica
10
Indicadores monetrios
11
Anlise sistmica
12
Anlise do custo-benefcio
Avaliao multidimensional
13
14
15
12
Comunidades locais
dos
recursos
sustentvel
em
modelos
31
18
Co-evoluo imprevisvel
16 Utilitarismo e funcionalismo
5
tica ambiental
Fonte: Pesquisa dos Autores a partir de Van den Berg (2000, p. 9), apud Andrade (2008); Rondnia (2008).
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Quadro 4: APL da Fcula e Farinha de Mandioca de Manacapuru/AM
Economia Ambiental
Economia Ecolgica
1
47
Alocao
tima
externalidades
62
Crescimento
abstratos
Co-evoluo imprevisvel
Abstrata e geral
Concreta e especfica
10
Indicadores monetrios
11
Anlise sistmica
12
Anlise do custo-benefcio
Avaliao multidimensional
13
14
35
15
17
Comunidades locais
20
dos
recursos
sustentvel
em
modelos
16 Utilitarismo e funcionalismo
18
tica ambiental
Fonte: Pesquisa dos Autores a partir de Van den Berg (2000, p. 9), apud Andrade (2008); Amazonas (2008b).
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Economia Ecolgica
Alocao
tima
externalidades
Crescimento
abstratos
Co-evoluo imprevisvel
Abstrata e geral
Concreta e especfica
10
Indicadores monetrios
11
Anlise sistmica
12
Anlise do custo-benefcio
Avaliao multidimensional
13
14
12
26
15
47
Comunidades locais
23
dos
recursos
sustentvel
em
modelos
69
77
10
14
16 Utilitarismo e funcionalismo
20
tica ambiental
Fonte: Pesquisa dos Autores a partir de Van den Berg (2000, p. 9), apud Andrade (2008); Amazonas (2008a).
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Como pode ser observado no Quadro 5 e Grfico 4, foram identificadas 322 enunciados
relativos aos fatores ou variveis das correntes da Economia Ambiental e Economia Ecolgica,
referentes ao PDP do APL de Polpas, Extratos e Concentrados de Frutas de Itacoatiara,
Amazonas. A partir da anlise de contedo, possvel classificar o APL dentro da corrente da
Economia Ambiental, haja vista constar 241 citaes, sendo que a varivel com maior citao foi
a varivel 2 Alocao tima dos Recursos e Externalidades, dado a elevada preocupao dos
agentes ao construrem o PDP em capacitar produtores e os demais agentes, assistncia tcnica,
capacitao nas agroindstrias, infraestrutura de beneficiamento adequado, melhorar a
infraestrutura rodoviria e porturia, aquisio de veculos e equipamentos, entre outros
objetivos, indicadores, metas, aes e resultados voltados a melhorar a eficincia dos recursos e
sua alocao perfeita, objetivando ampliar a produo e a produtividade. Por sua vez, foram
identificadas 81 citaes da corrente da Economia Ecolgica, sendo que a varivel mais citada
foi a varivel 12 Racionalidade Restrita dos Indivduos e Incerteza, haja vista a identificao
de fraquezas dos produtores e outros agentes em relao produo, aos conhecimentos
tcnicos, logstica, comercializao entre outras deficincias.
Grfico 4: APL de Polpas, Extratos e Concentrados de Frutas de Itacoatiara/AM
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5 CONCLUSES
Haja vista os APLs discutidos encontrarem-se localizados no bioma amaznico,
verificou-se reduzida a preocupao com a questo da sustentabilidade ambiental, na qual todos
os PDPs analisados trazem caractersticas que os aproximam do modelo ou corrente da
Economia Ambiental, com fraca viso acerca da sustentabilidade e forte preocupao com a
expanso produtiva, aumento de produtividade e crescimento econmico. Tambm chamado de
Crescimento Sustentvel, um crescimento sem fim e perfeitamente possvel nessa viso, capaz
de olhar o meio ambiente apenas como meio para a economia.
Contudo, alguns APLs mesmo com caractersticas da Economia Ambiental, apresenta
alguma preocupao com a questo ambiental. Essas preocupaes so baseadas, principalmente
nos APLs do estado do Amazonas, em reconhecer a racionalidade restrita dos indivduos e a
presena de incertezas, na qual em ambos os APLs estudados para o estado h forte preocupao
em capacitar, melhorar o conhecimento tcnico da comunidade local, produzir informaes sobre
APLs, entre outras aes que busquem reduzir essa deficincia das comunidades para a produo
e para a conscientizao dos produtores em educao ambiental. Tambm forte a preocupao
dos APLs do Amazonas com relao ao fortalecimento do APL, difuso do associativismo e do
cooperativismo entre os pequenos produtores, fortalecimento da organizao comunitria, entre
outras iniciativas buscando fortalecer a comunidade local.
A anlise econmica ambiental e ecolgica dos PDPs dos APLs da Amaznia
Ocidental, especificamente dos estados de Rondnia e do Amazonas tem como uma de suas
misses promover a modelagem dos elos ecolgicos que determinam as relaes entre sistemas
naturais e econmicos. Porm, com poucas incluses de objetivos, metas, indicadores, aes e
resultados voltados proteo dos recursos naturais nos planejamentos dos arranjos produtivos
locais, os atores locais que construram os PDPs deixam de vender o melhor produto que a
Amaznia tem a oferecer aos mercados nacional e internacional: o meio ambiente.
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REFERNCIAS
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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1 INTRODUO
O peixe um dos recursos naturais mais abundantes e consumidos na regio amaznica
(SUFRAMA, 2003). O primeiro livro escrito sobre piscicultura, que contm os mtodos de
criao de carpas pelos chinese, data de 500 a.C. (DOTTO, 1999). Em Rondnia, mais
recentemente a piscicultura racional foi introduzida e vem se desenvolvendo rapidamente com
aporte de investimentos em todas as suas fases de produo (FIERO, 1997). Destaque-se aqui
que Rondnia a nica unidade da federao a possuir Zoneamento Socioeconmico-Ecolgico
ZSEE, instrumento que indica a melhor forma de ocupao do espao territorial e utilizao
dos recursos naturais, Lei n 233/2000.
A hidrografia do estado de Rondnia, integrada imensa Bacia Amaznica, formada
principalmente pela Bacia do Rio Madeira, composta por seis principais bacias tributrias:
Jamari, Machado ou Ji-Paran, Guapor, Mamor, Alto Madeira e Abun, (CPRM, 2010). A
capital do estado de Rondnia, Porto Velho, objeto desta pesquisa, conta com solo denso e clima
favorvel a criao de peixes. As principais regies produtoras do estado, com produo acima
de cinco mil toneladas por ano, esto situadas nos territrios Madeira Mamor (a qual est
localizado o municpio de Porto Velho), Vale do Jamari e Territrio Central.
Segundo o superintendente da Superintendncia da Aquicultura e Pesca no estado, senhor
Giovan Damo, a piscicultura em Rondnia est sendo vista como o novo agronegcio devido seu
impressionante desempenho, que chegou a crescer mais de 300%, de 2011 a 2013. Porm, Souza
(2011) destaca que a expanso produtiva de peixes em sistemas de piscicultura deve ocorrer com
responsabilidade, a partir da produo de protena de alto valor nutritivo para fornecimento aos
peixes, a atividade deve ser conduzida de forma socialmente correta e ambientalmente aceitvel,
utilizando mtodos adequados, baseados em princpios cientficos, ecolgicos, tecnolgicos e
econmicos.
Esta pesquisa props mensurar o atual volume de recursos financeiros que gira, desde a
aquisio do alevino at a sua despesca, em torno da cadeia produtiva do peixe da espcie
tambaqui no municpio de Porto Velho.
A estrutura de mercado, definida teoricamente como modelo de competio perfeita,
possui algumas caractersticas como elevado nmero de produtores/vendedores e compradores,
produto homogneo, livre entrada e sada de produtores/vendedores, compradores e produtores
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
277
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certamente dar uma ampla viso do capital que gira na cidade de Porto Velho, aquecendo o
comrcio local, beneficiando o consumidor devido a competio nos mercados em busca da
determinao dos preos, o que d uma alternativa saudvel de alimento a preos baixos,
atingindo principalmente as famlias de baixa renda, sem contar com a melhoria da qualidade de
vida do produtor, na diversificao de atividades da propriedade, e ainda o consequente benefcio
trazido arrecadao de impostos.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 ECONOMIA DO AGRONEGCIO
O agronegcio dado pela soma total das operaes de produo e distribuio de
suprimentos agrcolas, das operaes de produo na fazenda, do armazenamento, do
processamento e distribuio dos produtos agrcolas e itens produzidos a partir deles, (SILVA,
2010).
A modernizao da agropecuria/agricultura se torna um potente processo que modifica
as configuraes geogrficas locais pelo fato de o campo acolher as atividades produtivas
tecnolgicas que impulsionam a produo de novas mercadorias, seja na verticalizao da
produo, em que emergem as agroindstrias, como na horizontalizao das cadeias produtivas,
produto da expanso do espao agrcola articulado aos circuitos espaciais da produo,
aumentando cada vez mais o intercmbio entre campo e cidade, (COSTA SILVA, 2014).
O mundo contemporneo colocou o sistema familiar de produo dentro de um contexto
scio-econmico prprio e delicado, haja vista, que sua importncia ganha fora quando se
questiona o futuro das pessoas que subsistem do campo, a problemtica do xodo rural e,
consequentemente, a tenso social decorrente da desigualdade social no campo e nas cidades,
(GUILHOTO, et al., 2006).
Apesar de possurem poucos recursos produtivos, os agricultores familiares so
responsveis por um percentual significativo do valor da produo agropecuria brasileira. O
percentual do valor bruto de produo produzido pela agricultura familiar, quando consideradas
algumas atividades, demonstra a sua importncia em produtos destinados ao mercado interno e
tambm entre os principais produtos que compem a pauta de exportao agrcola brasileira.
(GUANZIROLI, 2006).
Cabe, ento, ao governo e s comunidades a promoo de medidas capazes de alterar os
rumos da produo familiar, devido a sua importncia estratgica no que se diz respeito ao bem
estar geral da sociedade, (GUILHOTO, et.al., 2006).
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3 METODOLOGIA
Para mensurar o volume de recursos financeiros que circula no municpio de Porto Velho
a partir da cadeia produtiva do peixe da espcie tambaqui, bem como de outras informaes
produzidas nesta pesquisa, dados como preos mdios de alevinos, custo de referncia para a
construo da estrutura necessria para a construo de tanques, preos de insumos e recursos
para o processo de produo, bem como dos preos do produto final (peixe tambaqui de
piscicultura) e das quantidades produzidas, foram utilizadas a partir de informaes obtidas
mediante pesquisa na EMATER-RO, por meio de seus tcnicos e relatrios da atividade da
piscicultura em Porto Velho, da pesquisa realizada por Xavier (2013) sobre a piscicultura em
Rondnia e mediante pesquisa realizada junto aos produtores do municpio de Porto Velho,
todos os dados referentes ao ano de 2014.
Cabe destacar que em Porto Velho h 159 produtores rurais que desenvolvem a
piscicultura com cadastro na EMATER-RO, sendo que os dados coletados se referem a esse
universo.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 PREOS MDIOS DE INSUMOS E DOS PEIXES E QUANTIDADES PRODUZIDAS
Os primeiros gastos surgem na escavao dos tanques, que recebem toda uma estrutura
que se considera ideal criao do pescado. Os gastos realmente so inmeros e segundo a
EMATER-RO, para a construo de um tanque escavado de um hectare de tanque, necessrio
apropriar-se de um oramento de aproximadamente R$ 22.464,00. Esses tanques demandam
horas mquinas de trator, encanao, caamba para retirada de entulho, etc, que justificam o
oramento imediatamente acima (EMATER-RO). Junto aos gastos com a construo desses
tanques j se contabiliza a compra de materiais necessrios produo como redes, produtos
qumicos, orgnicos e aeradores (XAVIER, 2013).
Com o tanque devidamente preparado, o prximo passo a aquisio dos alevinos
obedecendo a quantidade de indivduos por metro quadrado, que segundo o tcnico da
EMATER-RO Elande Batista de Sales, entrevistado nesta pesquisa, em um tanque escavado de
um hectare comporta cinco mil alevinos. Como cada milheiro de alevino de tambaqui custa R$
110,00, ento o custo por hectares ser de R$ 550,00. Observou-se ainda o gasto com rao.
Como o tempo de criao de um ano para que o peixe alcance o tamanho ideal de
aproximadamente 2,5 kg para comercializao, ento o produtor ir precisar de 14,4 toneladas
de rao, perfazendo um montante de R$ 9.729,73, considerando que o preo mdio da tonelada
de R$ 675,67.
A rao deve ser adquirida obedecendo as etapas do cultivo. Deve-se atentar, ainda ao
gasto com a mo de obra assalariada - caso haja - bem como o servio de transporte da produo
vendida, tambm se houver. Esses valores variam conforme a quantidade de empregados, bem
como a localizao da propriedade. Em mdia, algumas poucas propriedades possuem
trabalhadores assalariados atuando diretamente na piscicultura e gastam por volta de R$
10.600,00 por ano, conforme informao da Engenheira de pesca Maria Mirtes. Ostrensky et al
(2008), apud por Xavier (2013) define aquicultura familiar como uma forma de produo onde
predomina a interao entre a gesto e o trabalho, onde se utiliza mais a mo de obra familiar
que a contratada apresentando grande capacidade de absorver de mo de obra e de gerar renda,
mas no de gerar emprego.
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Com relao ao gasto com energia eltrica, Xavier (2013) afirma que no existem dados
suficientes em Rondnia que permita contabilizar a utilizao de energia eltrica para a
piscicultura. J o preo de venda do pescado, segundo a EMATER-RO, alcanou o valor mdio
de R$ 4,00 por quilo. Nesse caso, aps um ano, o peixe tambaqui alcana um peso aproximado
de 2,5 kg, e vendido ao preo de R$ 4,00, em uma produo de sete toneladas por hectare,
contando com 159 criatrios, Porto Velho fechou sua balana comercial do peixe tambaqui com
um montante de R$ 21.043.960,00 (EMATER-RO).
Mensura-se a rea da piscicultura em metros quadrados de lmina dgua e esses tanques
escavados possuem em mdia um metro e meio de profundidade. Esses valores devem ser
multiplicados pelo total de rea cultivada no Municpio de Porto Velho. A tabela abaixo
apresenta valores empregados em apenas um hectare cultivado:
Tabela 01. Valores para cultivo em 1ha
Unidade (1 ha)
Produo
Produo
Produo
Construo de tanque
Quantidades
7 toneladas de carne
14,4 toneladas de rao
5 mil alevinos
1 hectare
Valor (R$)
28.000,00
9.729,73
550,00
22.464,00
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os agricultores no conseguem estimar o quanto gastam de energia eltrica, pois afirmam que
esses gastos esto inseridos no valor total pago da conta de luz, de acordo com informaes de
um dos produtores entrevistados, morador da fazenda situada na BR 319, km 7, sentido Porto
Velho/RO-Humait/AM. S uso a bomba no vero, pois no inverno os igaraps esto cheios e o
nvel da gua t alto e no h necessidade de ligar a bomba.
Como o universo de 159 criadores cadastrados no municpio e no houve visita em
todos os lotes, optou-se por apresentar esses dados em outra oportunidade. O mesmo acontece
com a mo de obra assalariada, pois os criadores ao invs de contratar trabalhadores recorrem
aos vizinhos no momento da despesca, onde esses se ajudam mutuamente como num sistema de
parceria. Quanto ao transporte do produto at o mercado consumidor, um dos produtores
entrevistados informou que o comprador vai buscar todo o pescado em sua propriedade e isso
acontece com todos os criadores que conhece. A Tabela 02 apresenta a situao da criao de
peixe no estado.
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Quantidade de
Piscicultores
Estimativa em (t)
159
125
2
29
44
31
149
116
91
38
76
51
58
45
20
145
79
32
44
146
309
118
27
390
192
74
45
98
57
82
18
8
7
1
104
16
12
12
182
32
47
52
9
55
32
60
42,00
751,57
238,83
71,40
36,45
83,00
225,29
1.615,97
315,13
620,52
201,47
761,04
252,02
631,87
113,81
60,19
345,50
428,32
136,11
102,08
462,52
866,86
311,45
82,37
917,95
569,33
177,63
97,49
195,62
75,60
93,69
13,58
10,27
25,19
2,00
317,02
43,54
34,18
71,90
392,40
105,41
95,48
88,71
12,32
40,74
74,04
103,80
38,74
5.260,99
1.671,81
499,80
255,15
581,00
1.577,03
11.311,79
2.205,91
4.343,64
1.410,29
5.327,28
1.764,14
4.423,09
796,67
421,33
2.418,50
2.998,24
952,77
714,56
3.237,64
6.068,02
2.180,15
576,59
6.425,65
3.985,31
1.243,41
682,43
1.369,34
529,20
655,83
95,06
71,89
176,33
14,00
2.219,14
304,78
239,26
503,30
2.746,80
737,87
668,36
620,97
86,24
285,18
518,28
126,60
271,18
(Continuao)
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Municpio/Distrito
Cabixi
Corumbiara
Chupinguaia
Vilhena
Pimenteiras do Oeste
Fonte: EMATER-RO/SEDAM 2014
Quantidade de
Piscicultores
3,00
6,00
23,00
40,00
3,00
Estimativa em (t)
14,40
5,00
11,41
93,65
1,30
100,80
35,00
79,87
655,55
9,10
ISBN: 978-85-61320-14-0
ISBN: 978-85-61320-14-0
Valor (R$/kg)
6,49
...
5,98
6,49
6,49
6,99
7,69
6,99
6,49
13,00
10,00
7,50
5,99
5,99
5,99
...
Os preos expressam as relaes de poder existentes entre os atores econmicos (RAUDMATTEDI, 2005), interessante verificar que os supermercados apresentam preos prximos ao
passo que os mercados e feiras livres vendem seus produtos a preos maiores e ambos possuem a
mesma qualidade. Nossa infraestrutura precisa ser melhorada para atender esse nmero crescente
de piscicultores, pois conta-se apenas com trs fbricas de rao, doze laboratrios de alevinos e
dois frigorficos com inspeo federal, conforme Sociedade Nacional de Agricultura SNA.
Infraestrutura, recursos de capital, recursos naturais e recursos de conhecimento so elementos
que interessam o desenvolvimento (BOISIER, 1996).
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5 CONCLUSES
Foram analisados os gastos em valores monetrios e, posteriormente, esses valores foram
divididos entre os criadores cadastrados para verificao da disponibilidade de cada criador e,
logo em seguida, sua lucratividade, comparando-se os gastos com a venda de sua produo
Isso possibilitou verificar a taxa interna de retorno, tudo isso desconsiderando-se os
gastos com transporte, mo de obra assalariada e energia eltrica. Como foi obtido uma produo
de peixe de 5.260,99 toneladas em 2014, os custos com a compra de rao e a aquisio de
alevinos foram estimados em R$ 7.772.736,93. Dividindo-se esse valor pelo nmero de 159
produtores cadastrados, estima-se que cada um deles gastou em mdia R$ 48.885,14.
Quanto sua lucratividade, segundo a EMATER-RO, o peixe vendido na propriedade rural
alcanou o valor mdio de R$ 4,00. A partir desse valor mdio, constata-se que toda a produo
conseguiu movimentar R$ 21.043.960,00. Sendo assim a lucratividade total da piscicultura em
Porto Velho, em 2014, foi de R$ 13.271.223,07. Dividindo esse lucro pelo nmero de criadores,
pode-se afirmar que cada produtor conseguiu um ganho de R$ 83.466,81 no ano de 2014.
Considerando a abertura de tanque escavado necessria a criao desses peixes, o
produtor gastar em um hectare o equivalente a R$ 71.349,14. Ento na primeira despesca
haver um lucro de apenas R$ 12.117,67. Esse lucro seria reduzido quando abatido o gasto com
mo de obra, energia eltrica e deslocamento ao mercado para aquisio de insumos. Ento esse
valor no suficiente para um novo ciclo, porm, ao menos que no haja continuidade de
ampliao do criatrio, o produtor consegue retorno do investimento a partir da terceira
despesca.
Esses resultados podem ser melhorados com o auxlio de novas tecnologias,
acompanhamento tcnico e rao e gua de boa qualidade e na medida certa.
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REFERNCIAS
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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1 INTRODUO
As organizaes so concebidas para desenvolver alguma atividade ou negcio especfico
e operam dentro de um contexto peculiar, ou seja, sob a influncia de uma conjuntura. sobre a
fora dessa conjuntura que as organizaes so capazes de produzir impactos sejam intencionais,
no intencionais, reconhecidos ou no. As organizaes, sejam pblicas ou privadas, so
importantes por que as grandes transformaes sociais, tecnolgicas, culturais e intelectuais da
para Hall (2004) a histria da humanidade tem sido essencialmente baseada em sua atuao.
Analisar a conjuntura de uma organizao analisar seu ambiente. Uma anlise
equivocada desse ambiente conduz a aes inteis ou desastradas. Sob este contexto, sobressaise o processo decisrio, o qual representa a escolha efetiva entre as possveis alternativas diante
de situaes especficas. Trata-se, portanto, de um processo pensante. Destaca-se, ainda, que o
planejamento se configura como um processo que proporciona suporte tomada de decises.
O planejamento um instrumento estratgico que requer uma metodologia, tendo incio
como Diagnstico Organizacional que consiste no mapeamento dos eventos e fenmenos
presentes no ambiente organizacional. A anlise do ambiente interno e externo pode ser
elaborada por meio da tcnica denominada SWOT em ingls - Strongholds, Weaknesses,
Opportunity, Threats.
A Matriz SWOT uma ferramenta que permite conhecer melhor a organizao e seu
ambiente, bem como a interao com este. Ao se construir a Matriz SWOT, as vrias dimenses
so sobrepostas, facilitando a sua anlise e o apontamento de sugestes para a tomada de deciso
em qualquer que seja a organizao, inclusive nas pblicas.
As organizaes pblicas so criadas por legislao especifica que traz em seu bojo sua
misso e atribuies, sendo possvel, a partir dessa lei, apontar seu core business considerando
que estas organizaes no esto imunes s influncias de seu entorno. nesse contexto que
entra a atuao dos Tribunais de Contas. Os Tribunais de Contas so rgos vinculados ao Poder
Legislativo que o auxiliam no exerccio do Controle Externo da Administrao.
O melhor entendimento conceitual acerca de Controle Externo feito pelo professor Hely
Lopes Meirelles (2006, p. 264), que afirma que o Controle, em tema de administrao pblica,
a faculdade de vigilncia, orientao e correo que um poder, rgo ou autoridade exerce sobre
a conduta funcional do outro.
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Nessa relao h outra figura que contribui para o efetivo exerccio do Controle Externo:
o Ministrio Pblico de Contas. O referido Ministrio rgo de carter permanente e essencial
ao desempenho das competncias dos Tribunais de Contas junto aos quais exerce suas funes,
atuando, de forma especializada, no tocante ao efetivo combate malversao dos recursos
pblicos.
Nesse contexto, os rgos encarregados do controle externo das contas dos gestores
pblicos devem estar aptos a acompanhar as inovaes buscando sempre o aprimoramento
necessrio para desempenhar a sua funo com a celeridade requerida pelo ambiente, com
eficincia nos procedimentos utilizados, de modo a obter com eficcia os resultados
estrategicamente planejados.
Este artigo tem como objetivo conhecer as variveis que compem o ambiente de uma
organizao essencial para a identificao e verificao da viabilidade de movimentos
estratgicos. Este trabalho apresenta a maneira como se procedeu a aplicao da Matriz SWOT
em uma organizao pblica no Estado de Rondnia. Para elaborao deste artigo procedeu-se
pesquisa voltada identificao de ameaas e fraquezas, bem como das contribuies das foras
e oportunidades. Trata-se de um estudo de caso, com base em pesquisa qualitativa e exploratria,
precedida de reviso bibliogrfica e pesquisa documental.
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2. REFERENCIAL TERICO
As organizaes so entidades dinmicas e complexas, que podem ter a seu respeito
inmeros entendimentos conceituais. Segundo Silva (2005) a organizao um conjunto
organizado e bem estruturado de pessoas que trabalham em rede de cooperao dentro de limites
identificveis, para alcanar um objetivo ou meta comum. Daft (2008, p. 10) concebe as
organizaes como entidades sociais, orientadas por metas, projetadas como sistemas de
atividade deliberadamente estruturados e coordenados e ligadas ao ambiente externo.
Dessa forma, pode-se dizer que a percepo do ambiente est ligada captao e
ao tratamento da informao externa considerada til para a organizao. Neste contexto, os
administradores devem se utilizar das diversas tcnicas e metodologias para suporte ao processo
de captao e processamento de informaes. Em seo oportuna, tratar-se- da Matriz SWOT,
um instrumento bastante aplicado na busca de informaes para anlise do ambiente
organizacional.
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Todo projeto de planejamento precisa ser feito a partir de uma metodologia adequada,
flexvel, dinmica, vivel e sistmica.
No entanto, em primeiro plano, deve-se clarear, conforme Lorange e Vancil (1976)
citados em Oliveira (2013, p. 42), que no existe uma metodologia universal de planejamento
estratgico, porque as empresas diferem em tamanho, em tipos de operaes, em forma de
organizaes, em filosofia e estilo administrativo. Dessa assertiva, pode-se abstrair o
entendimento de que o que h, na verdade, um conjunto de fases diretivas que podem ser
adaptadas s condies e realidades da organizao a ser considerada.
Oliveira (2013) denomina Diagnstico estratgico o que Rezende (2008) chama de
Anlises organizacionais. J Chiavenato (2003) a denomina de Gesto do conhecimento
estratgico. Apesar da diferena entre os termos o propsito o mesmo: diagnstico situacional.
Trata-se de uma abordagem na qual se levanta e analisa um volume muito grande de
informaes inerentes aos aspectos atrelados realidade externa e interna da organizao.
O diagnstico do ambiente externo a maneira como a organizao faz o mapeamento
das oportunidades e ameaas que esto no ambiente geral e de tarefas da organizao, bem como
as melhores maneiras de evitar e usufruir dessas situaes. O propsito conhecer essas
dimenses e levantar as estratgias para mover-se com vistas a garantir a competitividade no
cenrio de atuao.
Na seo seguinte, tratar-se- a Matriz SWOT e, eventualmente, com maiores detalhes
compreenso acerca dos ambientes interno e externo da organizao.
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recursos de que a organizao dispe, assim como as debilidades que dever combater,
monitorar e, sendo possvel, eliminar.
Em termos de anlise do ambiente interno da organizao, a Matriz SWOT possibilita o
mapeamento das foras (Strengths) e fraquezas (Weaknesses) em um determinado momento.
Quando se analisa o ambiente interno, deve-se considerar variveis ou fatores que a organizao
tem controle, sempre envolvendo recursos, capacidades e processos.
Define Rezende (2008) conceitua foras como:
As foras ou pontos fortes da organizao so as variveis internas e controlveis que
propiciam condies favorveis para a organizao em relao ao seu ambiente. So
caractersticas ou qualidades da organizao, tangveis ou no, que podem influenciar
positivamente o desempenho da organizao. Os pontos fortes devem ser amplamente
explorados pela organizao. (p. 69).
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3. METODOLOGIA
Todos os dados e informaes que se fizeram fundamentais para realizao deste estudo
de caso foram obtidos atravs de pesquisa documental junto ao Ministrio Pblico de Contas do
Estado de Rondnia. Todo esse levantamento teve como objetivo caracterizar a aplicao da
atriz SWOT neste Parque de Contas para identificao dos pontos fortes e fracos, ameaas e
oportunidades.
Este levantamento foi realizado a partir da aplicao de questionrio estruturado com
questes que levassem os respondentes reflexo estratgica com a finalidade de captar ideias e
percepes dos servidores e membros sobre a instituio. No mencionado formulrio foram
colocadas questes abertas seguindo a modelagem da Matriz SWOT.
Preliminarmente foi elaborado e disponibilizado aos respondentes, documento conceitual
com vistas a esclarecer as definies das declaraes estratgicas e dimenses SWOT. Os
questionrios foram aplicadosno ms de fevereiro do corrente ano a 38 servidores, de um total de
38.
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4. RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 APLICAO DA MATRIZ SWOT
Todos os dados e informaes que se fizeram fundamentais para realizao deste estudo
de caso foram obtidos atravs de pesquisa documental junto ao Ministrio Pblico de Contas do
Estado de Rondnia. Todo esse levantamento teve como objetivo caracterizar a aplicao da
atriz SWOT neste Parque de Contas para identificao dos pontos fortes e fracos, ameaas e
oportunidades. O Ministrio Pblico de Contas uma instituio de extrao constitucional e
essencial ao desempenho das atribuies do Tribunal de Contas junto ao qual exerce suas
funes,atuandonoefetivo exerccio do Controle Externo da Administrao e no combate
malversao dos recursos pblicos.
O Ministrio Pblico de Contas instituio secular que remonta prpria origem dos
Tribunais de Contas do Brasil ao qual a Constituio de 1988, artigo 130, atribuiu os mesmos
direitos, vedaes e forma de investidura aplicveis ao Ministrio Pblico comum. De acordo
com a Lei Orgnica do Tribunal de Contas do Estado de Rondnia, Lei Complementar n
154/96, O Ministrio Pblico de Contas compe-se de "01 (um) Procurador-Geral e 06 (seis)
Procuradores", nomeados pelo Governador do Estado, aps aprovao em concurso pblico de
provas e ttulos (artigo 79, caput, e 2).
Em um primeiro momento a anlise do grau de importnciadesses aspectos foi realizada
em termos quantitativos. Ou seja, foi considerada como fora mais importante aquela que tivesse
maior ocorrncia entre as respostas dos participantes. O mesmo princpio foi aplicado aos demais
aspectos ambientais e a partir disso foi montada a Matriz SWOT e seu resultado quantitativo
sintetizado, a seguir apresentada no quadro a seguir:
Quadro 1: Resumo dos Resultados do Ambiente Interno e do ambiente Externo
AMBIENTE INTERNO PREDOMINNCIA DE
FORAS (STRENGHTS)
S01 - Independncia funcional.
S02 - Credibilidade.
S03 - Conhecimento especializado dos
membros e servidores.
S04 - Proatividade.
S05 - Qualidade das manifestaes
ministeriais.
FRAQUEZAS (WEAKNESEES)
W01 - Dependncia Administrativa, oramentria e
financeira.
W02 - Ausncia de sede prpria.
W03 - Quadro de procuradores incompleto.
W04 - Insuficincia de pessoal.
W05 - Marketing institucional.
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A descrena da sociedade nas instituies pblicas um tema que vem se impondo a cada
dia, diante da crescente exposio das instituies pblicas pelos meios de comunicao, com a
divulgao frequente de notcias e escndalos sobre atos de corrupo.
A frequncia com que esses escndalos acontecem e o envolvimento cada vez mais de
rgos considerados de reputao ilibada fazem com que o cidado no consiga mais acreditar
nas organizaes pblicas. Ele cria um mecanismo associativo pelo qual se associa toda a
Administrao a escndalos de corrupo.
D - T04 - Quadro de servidores reduzido
No entendimento dos servidores e membros, a insuficincia de capital humano desponta,
tambm, como ameaa haja vista que esse cenrio implica na impossibilidade de atender com
efetividade as demandas institucionais.
A inexistncia estrutural se deve dependncia administrativa, financeira e oramentria.
Esse ponto se mostra o ponto crtico do MPCRO. Sem a possibilidade de se autogerir e fazer sua
proposta oramentria o referido rgo depara-se com limitaes de todas as naturezas. A
insuficincia de capital humano reflexa desse panorama. Havendo necessidade em relao s
competncias especficas inerentes s funes essenciais a uma organizao o Ministrio Pblico
de Contas faz solicitao ao TCERO para atend-la.
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5 CONCLUSES
O presente trabalho permitiu verificar que o processo conduzido com vistas a
empreender a aplicao da Matriz SWOT possui oportunidades de melhorias haja vista que para
fazer o Diagnstico do ambiente no se utilizou conceitos inerentes a diviso do ambiente em
geral, de tarefas e interno.
A pesquisa possibilitou identificar, entretanto, as cinco principais foras e fraquezas que
caracterizam o ambiente interno e as oportunidades e ameaas atinentes ao ambiente externo do
referido rgo como aplicao da ferramenta SWOT.
No que tange o ambiente interno as cinco principais foras apresentadas foram
Independncia Funcional, Credibilidade, Conhecimento especializado dos Membros e
servidores, Proatividade e Qualidade das manifestaes ministeriais; as principais fraquezas
identificadas so Dependncia Administrativa, oramentria e financeira, Ausncia de sede
prpria, Quadro de procuradores incompleto, Insuficincia de pessoal e Marketing institucional.
Foram diagnosticadas no ambiente externo as oportunidades Divulgao do rgo perante a
sociedade, Parcerias institucionais, Aproveitamento de sistemas e de banco de dados pblicos,
Sistema de informaes prprio e Intensificao de aes pedaggicas e como ameaas,
Desconhecimento da sociedade quanto a ao do MPCRO, Dependncia Administrativa
Financeira e Oramentria da Corte de Contas, Descrena da Sociedade nas instituies pblicas,
quadro de servidores reduzido.
Dos apontamentos identificados na Matriz SWOT verifica-se que o ponto crtico de
sucesso do rgo analisado a Independncia Funcional e a Autonomia administrativa,
financeira e oramentria. notrio que a competitividade da referida instituio perpassa pelo
crivo dessas variveis e que se mostra imperativo ampliar aquela e conquistar esta.
Da avaliao do resultado obtido por este estudo, constata-se que h
possibilidades de se efetuar levantamento mais extenso com a utilizao da Matriz SWOT como
ferramenta estratgica, haja vista que esta permite a compreenso do ambiente organizacional,
alm de consubstanciar informaes que podem ser tomadas como base para a elaborao de
estratgias plausveis construo da competitividade organizacional. Recomendam-se futuras
pesquisas em rgos correlatos visando favorecer a relativizao da pesquisa.
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REFERNCIAS
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Resumo
A bacia do rio Machado drena a rea mais populosa do Estado de Rondnia. O presente estudo
teve como objetivos avaliar o comportamento sazonal (perodos de seca e cheia) e a interferncia
da ao humana em parmetros fsico-qumicos como temperatura, pH, oxignio dissolvido e
condutividade em quatro pontos da calha principal do rio Machado, sendo eles: Cachoeira dos
Patos (P1); guas prximas Estao de Tratamento de gu-CAERD (P3), fbrica de heparina
(P6) e curtume (P7), e em trs afluentes: Primavera (P4), Taboca (P2) e Leito (P5). Os
resultados foram obtidos entre agosto de 2014 e julho de 2015 e confrontados com o estipulado
pela Resoluo CONAMA n 357 /2005. Para a temperatura, maiores valores prevaleceram no
perodo seco. J o pH, no perodo de cheia apresentou valores significativamente mais altos, de
forma que o aumento do volume de gua causou diminuio na acidez. Ao se comparar valores
de oxignio dissolvido entre os perodos de seca e cheia foi constatada diferena significativa,
com teores mais altos no perodo chuvoso em P1, P2 e P5. Os valores de condutividade dos
igaraps apresentaram mdias maiores que os da calha principal durante praticamente todo ano.
A urbanizao no apresentou grande influencia nos parmetros analisados. No entanto, os
perodos seco e chuvoso influenciaram diretamente nos parmetros.
Palavras-chave: Sazonalidade. Qualidade da gua. Bacia hidrogrfica.
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1 INTRODUO
A bacia hidrogrfica do rio Machado no estado de Rondnia (Figura 1) tem cerca de
75.400 km e uma inclinao mdia de 0,62 graus, atravessando o estado no sentido sul-norte e
desembocando no rio Madeira (VICTRIA et al., 2005).
O rio Machado tem aproximadamente 1.200 km de extenso e desgua margem direita
do rio Madeira (KRUSCHE et al., 2005). O seu regime de cheias ocorre entre novembro e
dezembro, sendo o perodo de alta entre janeiro e maro, com o maior nvel em fevereiro; e o seu
perodo de vazante est entre abril e julho, o perodo de baixa da gua ocorre entre agosto e
outubro, com o nvel mnimo em setembro (ANA, 2013).
Este rio percorre seu curso pelo centro do estado de Rondnia e corta alguns de seus
municpios, como Pimenta Bueno, o primeiro, seguido de Cacoal, Presidente Mdici e Ji-Paran,
sendo que todos usam suas guas para o abastecimento da populao. Nesses trs ltimos a
atividade de pesca praticada por pescadores filiados s colnias de pesca.
Dentro da bacia do rio Machado h um grande nmero propriedades rurais onde
predominam atividades agropecurias. Segundo Moreira et al. (2009), o uso da gua de rios para
fornecimento ao gado causa enormes prejuzo mata ciliar e potencializa ainda mais o processo
de eroso e contaminao dos cursos dgua. Vale lembrar que o uso de agrotxicos
nitrogenados na agricultura praticada aos arredores do rio Machado podem causar aumento de
compostos txicos na gua, como o nitrato, originado atravs da ao de bactrias nitrificantes
que fazem parte do ciclo do nitrognio.
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2 REFERENCIAL TERICO
O rpido crescimento da populao urbana e da industrializao submete a graves
presses os recursos hdricos. A ao do homem neste ecossistema vem comprometendo a
qualidade da gua e tem suas principais origens nas prticas no sustentveis na agropecuria e
na disposio inadequada de dejetos slidos e lquidos, gerados por atividades domsticas e
industriais (TUCCI et al., 2000).
Sendo a gua essencial para o desenvolvimento das atividades humanas, sejam de carter
urbano, agropecurio ou industrial, sua qualidade tem importncia fundamental. A seguir, sero
expostos alguns parmetros cuja monitorao considerada essencial em termos de qualidade da
gua.
A temperatura um parmetro importante, pois influencia nas vias metablicas dos
microrganismos. Desta forma, a temperatura tem um efeito direto nos processos oxidativos de
decomposio biolgica da matria orgnica. Observa-se ainda que para aumentos de 10C na
temperatura, ocorre uma duplicao na taxa metablica (ESTEVES, 1998). Portanto, quanto
maior a temperatura, maior a eficincia metablica e maior ser a velocidade de biodegradao
da matria orgnica e, consequentemente, maior ser o consumo de oxignio dissolvido na massa
de gua (ESTEVES, 1998; VON SPERLING, 1995). Carneiro (2002) aponta dois importantes
efeitos da modificao da temperatura da gua: o primeiro se refere solubilidade dos gases,
especialmente o oxignio, e o segundo efeito seria as alteraes das taxas das reaes qumicas e
de todos os processos fisiolgicos dos organismos aquticos pois afetam a produo de enzimas
e hormnios que controlam as reaes bioqumicas dos organismos aquticos.
O potencial hidrogeninico (pH) indica a condio de acidez, alcalinidade ou
neutralidade da gua. O pH pode ser resultado de fatores naturais e antrpicos, este influencia os
ecossistemas aquticos naturais devido aos seus efeitos na fisiologia de diversas espcies.
Valores altos de pH em sistemas hdricos pode estar associado proliferao de vegetais em
geral, pois com o aumento da fotossntese h consumo de gs carbnico e, portanto, diminuio
do mesmo na gua com consequente aumento do pH (VON SPERLING, 1995). A acidez no
meio aqutico (pH baixo) causada principalmente pela presena de CO2, cidos minerais e sais
hidrolisados. Quando um cido reage com a gua o on hidrognio liberado acidificando o
meio. As variaes do pH no meio aqutico esto relacionadas ainda dissoluo de rochas,
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
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3 METODOLOGIA
Para a escolha dos pontos de coleta foram considerados critrios como presena de
atividades antrpicas aos arredores e facilidade de acesso. As anlises foram realizadas
mensalmente entre agosto de 2014 e julho de 2015. Os resultados foram confrontados com as
normas estabelecidas pela Resoluo CONAMA 357 de 2005 para guas doces de classe 2.
Para a obteno das coordenadas foi utilizado um GPS do modelo etrex, Garmin,
conforme Tabela 1.
Tabela 1 Coordenadas dos locais de coleta.
Pontos
Descrio
Coordenadas (S)
P1
empresa.
Curtume - rea localizada
proximamente empresa.
1156.314'
Coordenadas
(W)
06156.371'
1112.444'
06156.637'
1110.505'
06155.635'
1110.019'
06155.771'
1107.846'
06155.298
1107.520'
06155.398
1103.953'
06156.881'
P2
P3
P4
P5
P6
P7
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abaixo da superfcie da gua. No foram coletadas amostras prximas margem nem em reas
estagnadas do rio.
Os parmetros limnolgicos: temperatura (C), pH, oxignio dissolvido (OD) (mg/L),
condutividade (S/cm) foram determinados atravs de sonda multiparamtrica (AK88 AKSO)
previamente calibrada.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Segundo a Resoluo do CONAMA 357/2005 os corpos dgua devem ser categorizados
em classes de qualidade, conforme o seu uso preponderante e suas caractersticas fsicoqumicas e biolgicas (BRASIL, 2005). Neste contexto, esto definidas em legislao treze
classes de qualidade entre as guas salobra, salina e doce. Seguindo esta vertente, o rio
Machado est enquadrado na Classe 2 de guas doces. Desse modo, este manancial pode ser
utilizado para os seguintes fins:
a) abastecimento para consumo humano, aps tratamento convencional;
b) proteo das comunidades aquticas;
c) recreao de contato primrio, tais como natao, esqui aqutico e mergulho, desde
que atendidas s exigncias da Resoluo CONAMA 274 de 2000;
d) irrigao de hortalias, plantas frutferas e de parques, jardins, campos de esporte e
lazer, com os quais o pblico possa vir a ter contato direto;
e) aquicultura e atividade de pesca.
Os resultados das variveis monitoradas, quais sejam, temperatura (C), pH, oxignio
dissolvido (OD) (mg/L), condutividade (S.cm-1). De uma maneira geral, essas variveis podem
ter seus valores alterados por influncia do uso do solo na bacia, pelo lanamento de efluentes
sem tratamento e pela sazonalidade.
Acompanhou-se no presente estudo os ndices pluviomtricos, que foram fornecidos pela
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA) localizada em Presidente Mdici Rondnia. Segundo a Superintendncia de Desenvolvimento da Amaznia, SEDAM (2013), o
perodo chuvoso normalmente ocorre de outubro a abril, e o perodo mais seco em junho, julho e
agosto, sendo maio e setembro os meses de transio. Neste trabalho o ms de setembro foi
includo no perodo de seca devido similaridade de seu ndice pluviomtrico a tal estao, e o
ms de maio como pertencente ao perodo chuvoso devido ao elevado ndice de pluviosidade
observado, chegando a ser maior que o de meses tipicamente da estao das guas (Figura 2).
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Pluviosidade (mm)
350
300
250
200
150
100
50
0
Ago.
Set.
2014
Meses
Abr.
Mai.
Jun.
2015
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33
CAERD
Igarap Primavera
32
Igarap Leito
Heparina
31
Temperatura (C)
Curtume
30
29
28
27
26
25
Ago. Set.
2014
Meses
Mai. Jun.
Jul.
2015
Figura 4 - Mdia dos valores de temperatura em cada ponto nos perodos de seca e cheia.
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O menor valor de pH registrado, 4,5, foi no P2 (Igarap Taboca) e o maior valor, 8,0, no
P7 (curtume) (Figura 5). O pH apresentou valores mdios que variaram entre 6,4 e 7,3 (Figura
6).
Os pontos de coleta no ocuparam faixas extremas de valores para esta varivel, estando,
portanto, de acordo com as Resolues do CONAMA 357/2005 e 274/2000, que estabelecem
para esse parmetro valores entre 6 e 9, cuja normatizao de que o pH oscile entre 6,0 e 9,0
em cursos dgua da Classe 2 e/ou utilizados para balneabilidade. Ao comparar os pontos entre
si (Figura 5), a cada ms, no foram encontradas diferenas significativas mediante o teste
ANOVA fator nico (p>0,05).
8,5
8,0
Potencial Hidrogeninico
7,5
7,0
6,5
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul.
2014
Meses
2015
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Figura 6 - Mdia dos valores de pH em cada ponto nos perodos de seca e cheia.
Seca
Cheia
Potencial Hidrogeninico
7
6
5
4
3
2
1
0
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
Ponto 5
Ponto 6
Ponto 7
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30
25
20
15
10
0
Ago. Set.
2014
Meses
Mai.
Jun.
Jul.
2015
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Figura 8 - Mdia dos valores de OD encontrados em cada ponto nos perodos de seca e cheia.
Seca
Cheia
12
10
0
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
Ponto 5
Ponto 6
Ponto 7
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Figura 10 - Mdia dos valores de condutividade em cada ponto nos perodos de seca e
cheia.
Seca
Cheia
70
-1
Condutividade (S.cm )
60
50
40
30
20
10
0
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
Ponto 5
Ponto 6
Ponto 7
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5 CONCLUSES
De um modo geral, os parmetros delimitados pela legislao estavam de acordo com o
estabelecido por ela. Sabe-se que a bacia do rio Machado sofre influncia das aes humanas
como a agropecuria, o desmatamento e o de lanamento de efluentes domsticos e industriais,
porm, os parmetros aqui analisados indicaram baixo impacto antrpico. Os perodos seco e
chuvoso, por sua vez, influenciaram diretamente nos parmetros.
ISBN: 978-85-61320-14-0
REFERNCIAS
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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Resumo
Considerando o aprimoramento dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) como alternativa sustentvel
de produo na Amaznia, questiona-se de que forma a produo agroflorestal em Porto Velho
pode proporcionar competitividade e resultados econmicos favorveis. Busca-se nesta pesquisa
estudar os meios estruturantes para a inovao na atividade agroflorestal portovelhense com foco
na competitividade, a partir dos seguintes objetivos especficos: caracterizar a atividade
agroflorestal no municpio de Porto Velho com foco na competitividade; identificar os principais
meios estruturantes para inovao requerida no negcio agroflorestal pesquisado; apresentar
indicativos para a inovao requerida neste negcio. Consiste em um estudo de caso de natureza
descritiva em uma abordagem qualitativa em um projeto que h 25 anos realiza uma proposta
produtiva agroflorestal baseada no associativismo e valorizao da floresta como alternativa ao
desmatamento, por meio da implantao de Sistemas Agroflorestais e da ampliao e
modernizao da capacidade produtiva de unidades de beneficiamento de polpas, em
comunidades tradicionais. exposto o confronto entre a teoria descrita pelos autores citados no
referencial terico e a prtica realizada na organizao estudada. Pretende-se atingir o
entendimento do funcionamento do objeto de estudo, apresentar as concluses e resultados e
sugerir uma proposta de inovao. A produo em SAFs uma oportunidade pouco explorada de
harmonizar a competitividade no ramo do agronegcio ao desenvolvimento econmico, na qual
experincias como a estudada nesta pesquisa constituem-se em excees ao sistema que vigora,
desestimulando a ampliao de experimentos similares, agravando o drama social da populao
regional e incentivando a produo incompatvel com a sustentabilidade. Este estudo interessa
aos envolvidos em questes do agronegcio no geral e em especial na Amaznia.
Palavras-chave: Agroflorestal. Inovao. Sustentabilidade.
ISBN: 978-85-61320-14-0
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Afirmaes tericas
Terico
Barbosa et. al
(2012)
Paludo e Costabeber
(2012)
Paludo e Costabeber
(2012)
ISBN: 978-85-61320-14-0
Afirmaes tericas
Terico
Rocha (2014)
Rocha (2014)
Rocha (2014)
ISBN: 978-85-61320-14-0
Afirmaes tericas
Terico
Bulhes
(2011)
Rocha (2014)
Rocha (2014)
ISBN: 978-85-61320-14-0
3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
Esta pesquisa consiste em um estudo de caso de natureza descritiva em uma abordagem
qualitativa. De acordo com Prodanov e Freitas (2013), o estudo de caso consiste em coletar e
analisar informaes sobre determinado grupo ou comunidade, a fim de estudar aspectos
variados, de acordo com o assunto da pesquisa. entendido como uma categoria de investigao
no qual so necessrios alguns requisitos bsicos para sua realizao, entre os quais, severidade,
objetivao, originalidade e coerncia. A Figura 1 demonstra o mtodo de pesquisa utilizado
neste trabalho.
1. Definio dos
objetivos geral e
especficos
2. Levantamento
bibliogrfico
3. Estudo de Caso
Pesquisa
Observaes
5. Resultados e
discusses
4. Organizao e
anlise dos dados
obtidos
Entrevistas
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2. Levantamento bibliogrfico
3. Estudo de caso
5. Resultados e discusses
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Pronto
para
plantio?
5. Conduo dos
tratos
No
6. Manejo
2. Preparao
das reas de
plantio
7. Colheita
Sim
3. Produo de
mudas
8.
Beneficiamento
4. Plantio das
reas
7. Colheita
8. Beneficiamento
Descrio
Anlise de fertilidade do solo e conhecimento das caractersticas fsicas e hdricas
para subsidiar o manejo de uso e a produo sustentvel.
Esteira e gradagem: etapa de preparao que busca o desmatamento mecnico e a
uniformizao do solo.
Produzidas em viveiros locais existentes nas posses/propriedades atendidas pelo
projeto.
Realizada atravs da deposio das mudas ao nvel do solo, pressionadas para
mant-las firmes ao cho.
Manuteno das reas plantadas com a limpeza da rea e adubao de cobertura
nas rvores e combate aos insetos.
Poda e desbaste: Tm como objetivo aumentar a quantidade de matria orgnica,
diminuindo a tenso e a competio entre as plantas por nutrientes e por luz.
A colheita de frutos comea nos primeiros meses de implantao do sistema e so
beneficiados na propriedade para que adquiram um maior valor agregado. A
Colheita de madeira para comercializao realizada a partir do 7 ano, para
lenha. Com o desenvolvimento de outras espcies o uso da madeira destina-se a
cabos de ferramenta, mveis, construo civil, postes e madeira serrada.
O beneficiamento consiste na produo de geleias e sucos dos frutos colhidos na
agrofloresta. H normas de produo e tambm de transporte para que os
produtos possuam certificao de produo orgnica, garantindo ao cliente a
qualidade do produto.
Fonte: Elaborado pelos autores.
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O projeto teve como origem um grupo de agricultores oriundos de vrias partes do Brasil,
assentados em uma demarcao do Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria
(INCRA), sem nenhum tipo de apoio ou instruo, e eram pressionados a derrubarem a floresta.
Estes agricultores uniram-se aos seringueiros e comearam a discutir alternativas para a
implantao de sistemas de cultivo de plantas nativas frutferas conhecidas na regio. O projeto
foi aprovado com apoio das autoridades locais e receberam os primeiros recursos para
implantao de 200 hectares de SAFs, onde foram cultivadas pupunheiras, cupuauzeiros e
Castanha do Brasil.
Outras atividades concretas foram efetuadas durante o desenvolvimento e operao do
projeto, e atualmente, trabalham com mais de 20 diferentes espcies frutferas, madeireiras e
medicinais, podendo ser caracterizado como um sistema silviagrcola. Destaca-se a produo de
rambot, cupuau, castanha-do-Brasil, pupunha, acerola, ara-boi, patau, abacaba, seringa,
copaba, andiroba, cedro, mogno, cumar, cerejeira, aa, graviola, pinho, maracuj, abacaxi,
goiaba, mel, doces, geleias, licores, sabonetes, dentre outras espcies e produtos.
A experincia deste projeto demonstra avanos na construo de uma alternativa que
combina o uso inteligente da biodiversidade com a proteo do meio ambiente e elevao dos
nveis sociais de vida dos pequenos produtores na Amaznia. O Quadro 6 resume as observaes
relatadas em confronto com os conceitos tericos apresentados.
Quadro 6: Caractersticas da atividade agroflorestal e competitividade no projeto estudado em
confronto com a teoria apresentada.
Tpico abordado
Definio
Categorias de
atuao
Objetivo e vis
competitivo
Afirmaes tericas
Observaes prticas
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Desenvolvimento e
modernizao do
agronegcio
Desenvolvimento
rural multifacetado
O papel dos
agricultores
Afirmaes tericas
Observaes prticas
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4.3
INDICATIVOS
PARA
INOVAO
NA
ATIVIDADE
AGROFLORESTAL
ESTUDADA
Respaldada na fora coletiva e na sua capacidade de articulao em redes nacionais e
internacionais, a coordenao do projeto ousadamente implantou agroindstrias e buscam
mercado para seus produtos. Diante de diversas limitaes, o projeto, com forte suporte
comunitrio e organizacional, tem demonstrado que o sistema produtivo baseado nos SAFs
possibilitou o aumento da renda familiar, a melhoria da alimentao, a diminuio dos riscos de
perdas com queda de safras devido diversificao da produo e a proteo do meio ambiente
com aumento da fertilidade do solo.
No entanto, so diversos os desafios como as flutuaes de um mercado consumidor
ainda no consolidado, ausncia de polticas pblicas voltadas para o segmento da produo
familiar, e principalmente, pela falta de infraestrutura adequada de escoamento da produo.
Sugere-se o estabelecimento de um Plano de Marketing visando o aumento dos negcios
e das vendas, consolidao da marca e valorizao das aes do projeto. Por meio da
consolidao deste plano, buscar-se-ia tambm chamar a ateno das autoridades
governamentais, no sentido de redirecionar as polticas pblicas para garantir a construo de
estratgias de desenvolvimento na Amaznia, sobretudo centradas no incentivo ao agronegcio e
da valorizao da produo familiar. Os aspectos que exigem apoio iminente de tais polticas so
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Soluo inovadora
Descrio prtica
Adequaes
das
formas
de
divulgao e distribuio atravs da
reformulao da forma de venda,
seja direta ao cliente ou como
fornecedor.
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5 CONCLUSO
Neste estudo foi tratada a produo agroflorestal na cidade de Porto Velho-Rondnia,
com foco na competitividade econmica proporcionada por uma associao de produtores que,
com o auxlio de instituies parceiras, traduziram suas demandas em aes proativas para que a
experincia da organizao tivesse sucesso na Amaznia.
Com o objetivo de estudar os meios estruturantes para a inovao na atividade
agroflorestal portovelhense, com foco na competitividade, foi exposto nesta pesquisa o confronto
entre a teoria descrita pelos autores citados no referencial terico e a prtica realizada na
organizao estudada.
Quanto ao objetivo especfico 1 que buscou caracterizar a atividade agroflorestal no
municpio de Porto Velho com foco na sua competitividade, a prtica concorda com a teoria no
que se refere ao manejo de espcies florestais em conjunto com culturas agrcolas, com poucas
reas de monocultura. Em se tratando de categorias de atuao, observou-se apenas a prtica
silviagrcola, o que diverge da teoria apresentada. Quanto ao objetivo dos SAFs e vis
competitivo, teoria e prtica so harmnicas a partir do conceito da sustentabilidade,
combinando o uso inteligente da biodiversidade.
Em se tratando do objetivo especfico 2 que visou identificar os principais meios
estruturantes para inovao requerida no negcio agroflorestal pesquisado, o desenvolvimento e
modernizao do agronegcio so relacionados modernizao da tcnica produtiva,
depreendendo-se que a teoria concorda com a prtica neste aspecto e no fato de que as atividades
so mantidas sob a direo dos produtores locais, no qual os agricultores constituem o principal
grupo de atores sociais.
No objetivo especfico 3, que almejou apresentar indicativos para a inovao requerida no
negcio estudado, sugeriu-se o estabelecimento de um Plano de Marketing para o aumento dos
negcios e das vendas, consolidao da marca, valorizao das aes do projeto, e ainda, chamar
a ateno das autoridades governamentais no sentido de redirecionar as polticas pblicas e
garantir a construo de estratgias de desenvolvimento na Amaznia.
Como resposta ao problema de pesquisa que questionava de que forma a produo
agroflorestal em Porto Velho pode proporcionar competitividade e resultados econmicos
favorveis, conclui-se que estes sistemas constituem uma importante ferramenta no combate
pobreza rural, garantia da segurana alimentar e conservao dos recursos naturais, e esto cada
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vez mais presentes nos programas locais de desenvolvimento promovidos por diferentes
entidades. A produo em SAFs caracterizada, portanto, como uma oportunidade ainda pouco
explorada de harmonizar a competitividade no ramo do agronegcio portovelhense ao
desenvolvimento econmico almejado, na qual experincias como a estudada nesta pesquisa
constituem-se em excees ao sistema que vigora, desestimulando a ampliao de experimentos
similares, agravando o drama social da maior parte da populao regional e incentivando a
produo destrutiva e incompatvel com a sustentabilidade.
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Resumo
O presente artigo traz definies que visa apresentar algumas ideias sobre a relao economia e
meio ambiente. Tal discusso passa a ser relevante para a cincia econmica, haja vista em
primeiro lugar o reconhecimento de que os recursos naturais so esgotveis e, em segundo, a
necessidade de se buscar mecanismos de conservao do meio ambiente e dos seus diversos
recursos naturais to necessrios para a sobrevivncia da humanidade. Portanto, o objetivo deste
artigo apresentar as discusses sobre os rumos das polticas de estmulo construo
sustentvel, uma vez que o Brasil est comeando a dar os primeiros passos rumo a este tipo de
construo. Foi utilizada a pesquisa bibliogrfica como metodologia, sem, no entanto, a
pretenso de esgotar a discusso, mas, apresent-la de um formato didtica permitindo que
acadmicos das diversas reas do conhecimento e interessados por essa temtica tenham uma
viso geral sobre a mesma. E assim passou-se a perceber a necessidade do homem e sua busca
constante por melhores condies de vida, social, econmica e ambiental com respeito e
dignidade ao meio ambiente, atravs de novas tcnicas e formas de construir sustentavelmente
sem degradar o meio ambiente.
Palavras-chave: Construes Sustentveis. Responsabilidade Ambiental. Recursos Naturais.
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1 INTRODUO
As construes sustentveis como oportunidade no mercado verde passam a ser
relevante para a nossa economia atual, pois o reconhecimento de que os recursos naturais so
esgotveis, e a necessidade de se buscar mecanismos de conservao do meio ambiente e dos
seus diversos recursos naturais to necessrios para a sobrevivncia da humanidade. O ambiente
em que vivemos seja nossa casa, nosso trabalho, nossa escola, enfim, com o passar dos anos o
ser humano sente a necessidade de melhor adaptao econmica, social e cultural e a construo
sustentvel est basicamente inserida neste contexto por se tratar de um tema que precisamos
compreender e respeitar a natureza de forma a atender as nossas necessidades, como conforto,
qualidade de vida e acima de tudo respeito com as futuras geraes.
As construes sustentveis como oportunidade no mercado vm com o intuito de
agregar maiores valores econmicos, socioculturais e ambientais, mas para que isso se torne
realidade no s em nosso pas, mas em todo o mundo, onde as necessidades por recursos
naturais e matrias primas esto basicamente chegando a uma escassez. Uma vez, que o homem
no tem como substitu-las ou mesmo subsidia-las. Tais carncias se fazem necessrio criar ou
at mesmo objetivar ideias ou alternativas que diminuam ou minimizem os impactos da
degradao ao nosso bem mais precioso o meio ambiente.
A expresso sustentabilidade do desenvolvimento sustentvel no significa um
ajustamento suplementar racionalidade do desenvolvimento moderno. O mago do conceito o
princpio tico da solidariedade guarda o imenso desafio contemporneo de assegurar a
sustentabilidade da humanidade no planeta, no interior de uma crise de civilizao de mltiplas
dimenses interdependentes e interpenetrantes: ecolgica, social, poltica, humana, tnica, tica,
moral, religiosa, afetiva e mitolgica... A sustentabilidade do desenvolvimento um complexo,
porque a sua essncia esta imbricada em um tecido de problemas inseparveis, exigindo uma
reforma epistemolgica da prpria noo de desenvolvimento (MORIN, 2010, p.9).
Segundo o Relatrio da Comisso Brundtland, uma srie de medidas deve ser tomada
pelos pases para promover o desenvolvimento sustentvel. Entre elas a limitao do crescimento
populacional, garantia de recursos bsicos (gua, alimentos, energia) em longo prazo,
preservao da biodiversidade e dos ecossistemas, diminuio do consumo de energia e
desenvolvimento de tecnologias com o uso de fontes energticas renovveis, aumento da
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2- CONSTRUES SUSTENTVEIS
2.1 CONCEITO
Segundo Ramos (2008), a definio de construo sustentvel, consiste num sistema
construtivo que promove alteraes conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades
de edificao, habitao e uso do homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos
naturais, garantindo qualidade de vida s geraes atuais e futuras.
Na viso de Du Plessis (2002), a construo sustentvel um processo holstico
visando restaurar e manter a harmonia entre os ambientes natural e construdo, ao mesmo tempo
criando assentamentos que afirmem a dignidade humana e estimulem a igualdade econmica.
De acordo com Kaarin Taipale entende-se por construo sustentvel aquela que
produz o desempenho desejado com o menor impacto ambiental possvel, ao mesmo tempo
estimulando melhorias econmicas, sociais e culturais nos nveis local, regional e global.
(PNUMA, 2010).
Portanto, construes sustentveis tm sido definidas de diversas maneiras, pois
medida que aumenta nosso conhecimento a respeito da complexidade do tema, onde o processo
rumo construo mais sustentvel inclui um maior compromisso com a qualidade e a
legalidade de forma a atender as expectativas do ser humano, principalmente no diz respeito ao
meio ambiente, a inovao tecnolgica e do uso equilibrado de recursos disponveis na natureza
de maneira mais sustentvel e eficiente.
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de acordo com a eficincia energtica, medida pelo Coeficiente de Eficincia Energtica (CEE).
A classificao dividida em A, B, C, D e E. Quanto maior o CEE, mais eficiente ser o
aparelho eletrnico. Os selos de certificao uma forma de incentivo para a implementao de
prticas sustentveis utilizadas pelo mercado, ou seja, eles quantificam e conferem
reconhecimento formal por instituies que passam credibilidade para o mercado de maneira
sustentvel ecologicamente e economicamente.
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eltrica), a reduo da poluio e a melhoria da qualidade do ar no ambiente interno e o
conforto de seus moradores e usurios. Esse tipo de construo nunca intuitiva.
Mesmo quando emprega produtos ou processos artesanais (por ex. paredes de adobe ou
taipa de pilo), o faz conscientemente, buscando o sucesso ambiental integral da obra, e
no apenas uma construo.
Trata-se de um modelo diferente da Construo Ecolgica ou Natural, que, grosso
modo, pode ser definida como aquela que permite a integrao entre homem e natureza,
com um mnimo de alterao e impactos sobre o meio ambiente. A construo
ecolgica, maneira das habitaes de outros seres vivos (castores, abelhas, formigas),
usa recursos naturais locais de maneira integrada ao meio e, quase sempre, instintiva e
intuitivamente. o caso das habitaes indgenas, das construes de terra prislmicas nos pases rabes e dos iglus, dos esquims. Esse tipo de habitao que ainda
responde por mais da metade das habitaes no planeta praticamente impraticvel
nos modernos centros urbanos, onde a heterogeneidade de povos e culturas e o estilo de
vida e produo exigem materiais oriundos de lugares distantes e uma construo civil
executada por profissionais da rea.
Como denominador comum, construo
sustentvel e ecolgica tem o fato de gerarem habitaes que preservem o meio
ambiente e de buscarem solues locais para problemas por elas mesmas criados. A
Construo Sustentvel difere da Ecolgica por ser produto da moderna sociedade
tecnolgica, utilizando ou no materiais naturais e produtos provenientes da
reciclagem de resduos gerados pelo seu prprio modo de vida. (NEWMAR ENERGIA,
2008. p. 33-34)
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3. EFICINCIA ENERGTICA
3.1. CONCEITO
Eficincia energtica pode ser definida como a priorizao do consumo de energia,
diminuindo se a perda da mesma para o meio externo, ou seja, eletrodomsticos que possuem
alta eficincia energtica conseguem manter a capacidade mxima de funcionamento e para isso
gastam menos energia eltrica. Adotam-se, como pressupostos bsicos, a manuteno das
condies de conforto, de segurana e de produtividade dos usurios, contribuindo,
adicionalmente, para a melhoria da qualidade dos servios de energia e para a mitigao dos
impactos ambientais.
Criado pelo governo federal em 1985, o Programa Nacional de Conservao de Energia
Eltrica (PROCEL) tem por objetivo promover a racionalizao do consumo de energia eltrica,
combatendo o desperdcio e reduzindo os custos e os investimentos setoriais, aumentando ainda
a eficincia energtica.
Tony Arnel, presidente do Green Building Council afirma que o ambiente construdo
global pode trazer redues rpidas e com eficincia de custos nas emisses e no
consumo energtico com uma porcentagem significativa de retorno para a economia
global... Edifcios verdes podem ajudar governos a atingir simultaneamente outras
prioridades em suas agendas econmicas e sociais, como prover habitao acessvel,
criar novos empregos e apoias economias locais. (MACEDO e FREITA, 2011, p.16)
Como todo pas em desenvolvimento, o Brasil tem uma grande demanda reprimida de
energia, mas os ndices nacionais de perda e desperdcio de eletricidade tambm so altos. O
total desperdiado, segundo o Procel, chega a 40 milhes de KW, ou a US$ 2,8 bilhes, por ano.
Os consumidores indstrias, residncias e comrcio desperdiam 22 milhes de KW, as
concessionrias de energia, por sua vez, com perdas tcnicas e problemas na distribuio, so
responsveis pelos 18 milhes de KW restantes.
Uma das solues apontadas pelos especialistas para atender este dficit seria conter a
demanda por meio de tcnicas de conservao que substituem tecnologias (mquinas, motores,
sistemas de refrigerao e iluminao), incluindo o uso da gua, por outras com maior eficincia
energtica e menor custo financeiro e impacto ambiental. Assim, alm de promover a
substituio de insumos esgotveis (combustveis fsseis) e a reduo da intensidade do uso de
energia, qualquer poltica energtica deve estimular a eficincia e o combate ao desperdcio por
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consumida pela sociedade. Ou seja, esse o setor dos 30% e 40%, tanto no gasto de insumos
como em oportuinidades de reduzir a gerao de resduos. No Brasil, a estimativa que se possa
chegar a uma reduo de at 50%.
A filial brasileira do Green Building Council (GBC) divulgou que o nmero de edifcios
sustentveis dobrou em relao ao ano passado. At o incio do ms de novembro a certificao
LEED foi dada a 34 edifcios, enquanto em 2011 foram precisamente 17. Aumenta indstria de
edifcios verdes no pas de acordo com o GBC, o pas passou para a quarta colocao no ranking
internacional de empreendimentos LEED, o resultado marca o crescimento da indstria das
construes verdes. Desde 2007, quando a organizao veio ao Brasil, mais de 65 projetos
tiveram a aprovao do selo, e mais de 620 edifcios j foram registrados no sistema, com a
finalidade de receberem o certificado. Sem dvida, a implementao dos conceitos do Green
Building no pas seria agilizada se partisse da esfera governamental, nas licitaes das suas
prprias construes e adaptada s peculiaridades regionais. Porque a questo no envolve
apenas a construo de edifcios altamente eficientes, mas todo o ambiente sua volta de forma a
solucionar problemas sociais e de infraestrutura, integrando toda a cadeia de Construbusiness e
mantendo a competitividade econmica.
So diversos tipos de projetos que podem ser certificados no Brasil, desde novas
construes ou projetos de renovao, unidades de sade, escolas e edifcios comerciais entre
outros. De acordo com a entidade, dos doze estdios da Copa do Mundo de 2014, dez esto
registrados para conseguir a certificao. Atualmente o Brasil perde apenas para Estados Unidos,
China e Emirados rabes.
De acordo com Navarro nota-se que no Brasil isto novidade e que tudo o que se
necessita aprender tem um alto custo econmico, porm nos Estados Unidos, j existem
empresas que conseguem construir pelo mesmo valor que as empreiteiras tradicionais. Deste
modo, o preo dos materiais empregados na construo de edificaes sustentveis ainda muito
alto no Brasil, mas medida que a procura aumentar, a tendncia este preo cair (NAVARRO,
2007, p.31).
Joe Van Belleghem (2005) contradiz elucidando que de uma forma geral, pode-se
considerar que as construes verdes so projetos de alto custo econmico, mas que, todavia,
este conceito no corresponde realidade, posto que as construes verdes colaborem no
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apenas com a reduo de despesas de capital e custos operacionais, mas tambm como maneira
de reduzir o impacto ao meio ambiente e a sociedade em geral.
5 SUSTENTABILIDADE URBANA
No Brasil, principalmente nas grandes metrpoles, os problemas causados pelo aumento
da populao urbana sem a presena do poder pblico acompanhando essa urbanizao quase
que espontnea (vide as favelas) pode ser notado desde muitos anos. Para Ermnia Maricato, a
imagem das cidades brasileiras est definitivamente associada violncia, poluio, ao trfego
catico, s enchentes, desigualdade social, entre outros fatores (MARICATO, 2000, p.16).
As cidades tambm refletem os danos ambientais causados pela civilizao moderna;
entretanto, os especialistas e os formuladores de polticas reconhecem cada vez mais o
valor potencial das cidades para a sustentabilidade a longo prazo. Mesmo que as cidades
gerem problemas ambientais, elas tambm contm as solues. Os benefcios potenciais
da urbanizao compensam amplamente suas desvantagens. Fundo de Populao das
Naes Unidas (UNFPA, 2007, p.3).
Noo de sustentabilidade urbana centrada na reconstituio da legitimidade das polticas urbanas, que combina
modelos de eficincia e equidade e remete a sustentabilidade a construo de pactos polticos capazes de reproduzir
suas prprias condies de legitimidade e assim dar sustentao a polticas urbanas que possam adaptar a oferta de
servios urbanos s demandas qualitativas e quantitativas da populao.
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6 CONCLUSO
A sustentabilidade consiste em encontrar meios de produo, distribuio e consumo
dos recursos existentes de forma mais coesiva, economicamente eficaz e ecologicamente vivel.
Dessa forma um dos desafios da sustentabilidade ambiental urbana a conscientizao de que
esta um processo a ser percorrido e no algo definitivo a ser alcanado. Portanto muito
importante priorizar o desenvolvimento social e humano com capacidade de suporte ambiental,
gerando cidades produtoras com atividades que podem ser acessadas por todos uma forma de
valorizao do espao incorporando os elementos naturais e sociais.
A Construo Sustentvel mostra que o setor de construes no Brasil futuramente
estar totalmente harmonizado com o conceito de uso e reuso dos recursos naturais, a ideia
trazer mais equilbrio para o meio ambiente, dando melhor qualidade de vida s pessoas e
trazendo um conforto ambiental para as construes seja ela voltada para prdios, residncias ou
sistemas urbanos, e tem como meta, a reciclagem, a eficincia energtica e a reduo das
emisses de gases que provocam o efeito estufa, e da gerao de resduos slidos e sua
reutilizao, mais o principal objetivo desse processo o desenvolvimento humano.
Esse princpio de desenvolvimento, como vimos, est moldado sobre a demanda de
bem-estar, a busca por novas solues e a utilizao sustentvel dos recursos naturais. A
utilizao do nvel de eficincia energtica das edificaes diminuir a presso por elevados
investimentos na expanso da capacidade de gerao de energia eltrica utilizando materiais
mais econmicos e ecologicamente corretos.
O uso racional de gua e energia e um consumo mais eficiente e inteligente vo
diminuir os custos e permitir a maximizao dos ganhos econmicos para a melhoria do bemestar e trazendo melhor beleza da paisagem em torno do ambiente. E ainda, dinamizar a cadeia
de reciclagem de resduos de construo e demolio o que vai gerar novas oportunidades de
trabalho e renda para as pessoas. importante ressaltar que este novo modelo de sustentabilidade
est gerando empregos em um novo dinamismo que une formalidade, qualificao e
competitividade sem contar com a qualidade de vida.
O Programa Construo Sustentvel uma ideia que visa melhorar e aperfeioar e
compartilhar ideias e solues, mostrando sociedade brasileira que esse caminho mais do que
imprescindvel, inevitvel tanto para o Brasil como para o Mundo.
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REFERNCIAS
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Resumo
Esta pesquisa teve como objetivo caracterizar as contribuies econmicas, sociais e ambientais
da produo de babau para a comunidade do assentamento Joana Darc, localizada em Porto
Velho, Rondnia. Muitas comunidades tradicionais na Amaznia Ocidental dependem da
explorao econmica de atividades agrcolas e florestais, que devem ser conduzidas de forma
sustentvel, pois essas atividades representam parcela significativa dos meios de sobrevivncias
dessas comunidades. O assentamento Joana Darc, localizado na rea rural do municpio de Porto
Velho, composto por populao ribeirinha e produtores rurais, sendo que desses ltimos, a
maioria j exerceram a atividade seringueira, portanto, a populao do assentamento pode ser
considerada uma comunidade tradicional, por sua forma de vida em meio ao ambiente natural,
por suas relaes sociais e pela execuo de atividades econmicas. O coco babau tem um
grande poder de atrao dos produtos regionais, fornecendo 68 subprodutos, sendo o principal as
amndoas extradas do seu fruto, que possui valor comercial e industrial. utilizado por vrias
comunidades brasileiras e servido como uma renda complementar para grande parte do
assentamento Joana Darc, objeto desta pesquisa. A metodologia utilizada neste estudo foi
descritivo-exploratrio, a partir da aplicao de um formulrio aos moradores da comunidade. A
pesquisa identificou que esse produto destinado tanto para o autoconsumo quanto para a
comercializao, porm, no ofertam altos rendimentos monetrios aos produtores rurais.
Palavras-chave: Contribuies Econmicas. Comunidades Tradicionais. Coco Babau.
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1 INTRODUO
No Brasil, encontram-se vastos babauais espalhados ao sul da bacia amaznica, onde a
floresta mida cede lugar vegetao tpica dos cerrados, sendo os Estados do Maranho, Piau,
Tocantins, Amazonas, at a Bahia e Mato Grosso que concentram as maiores extenses de matas
onde os mesmos predominam, formando, muitas vezes e espontaneamente, agrupamentos
homogneos, bastante densos e escuros, por conta da proximidade entre os grandes coqueiros.
O babau uma planta da famlia das palmceas Arecaceae, dotada de frutos drupceos
com sementes oleaginosas e comestveis das quais se extrai um leo, empregado, sobretudo na
alimentao alm de ser alvo de pesquisas avanadas para a fabricao de Biocombustveis como
o Biodiesel e o Bioquerosene (PEIXOTO, 1973).
Segundo Gonalves (1955), o babau uma das mais importantes representantes das
palmeiras brasileiras, sobre este gnero de plantas, que difcil opinar em que consiste a sua
maior exuberncia: se na beleza dos seus portes altivos ou se nas suas infinitas utilidades na
vida da humanidade.
Cabe ressaltar que a importncia do babau est relacionada ao seu grande nmero de
produtos e subprodutos. So pelo menos nove opes de uso: alimentao humana e animal,
artesanato, cobertura de casas, cosmticos e combustveis, entre outros. O uso tradicional mais
comum o do leo na alimentao. Nas regies dos babauais, o alimento todo preparado com
o leo do babau. Mais recentemente, o uso do mesocarpo tem tido grande importncia devido a
seu alto teor nutricional.
O babau extremamente resistente, imune aos predadores de sementes e tem uma
grande capacidade e velocidade de regenerao. Com a queima do babau e da vegetao ao seu
redor, seus principais competidores vegetais so eliminados, abrindo maior espao para seu
desenvolvimento subsequente (SILVA, 2011). O estudo se revela importante, uma vez que o
Assentamento Joana Darc no obteve um incentivo para as atividades regionais encontrando-se
em segundo plano, rotuladas como atrasadas e subdesenvolvidas na produo do babau.
Este artigo tem como objetivo enfatizar a viabilidade econmica do coco babau no
Assentamento Joana Darc.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL
As teorias de desenvolvimento regional modificaram ao longo do tempo, concordando
com as transformaes estruturais da economia (UNDERMAN, 2008). Essa evoluo pode ser
dividida em trs fases, formando trs grupos de teorias bem distintas, o primeiro grupo foi at
meados do sculo passado, formando pelas teorias tradicionais de localizao industrial, os
autores com mais destaque foram Von Thunen, Weber, Isard e Cristaller. Estas teorias estticas
limitar-se a quantificar os custos e lucros na determinao da localizao tima da firma numa
determinada regio (SCHUMPETER, 1982).
Na dcada de 1980 o segundo grupo foi composto por trs teorias importantes: a dos
Plos de Crescimento, a da Causao Circular Cumulativa, de Myrdal, de Hirschman, essas
teorias destaca as interferncias setoriais como fator de localizao das firmas e
desenvolvimento da regio (SCHWARTZMAN, 2003).
Por outro lado, temos autores evolucionistas e institucionalistas, como Becattini e
Storper, que tambm passaram a incorporar em seus modelos as economias marshallianas, mas,
diferentemente dos anteriores, agregando os retornos crescentes, atribuem um papel importante
aos agentes locais na organizao dos fatores e na coordenao do processo cumulativo
(BOISEIR, 2006).
Com o passar do tempo s teorias de desenvolvimento regional avanaram de
abordagens microeconmicas de localizao da indstria para transformao com nfase nas
economias de aglomerao, para no desprender o raciocnio circular de que uma determinada
regio tem aglomerao produtiva porque possui economias de aglomerao.
O desenvolvimento endgeno e o crescimento dualista assinalam que o processo de
industrializao est frequentemente associado existncia de uma cultura protoindustrial,
baseada em atividades artesanais e comerciais e na disponibilidade de poupana originria das
atividades agrcolas e comerciais. Reconhecem que as foras dinamizadoras do processo de
crescimento e de transformao estrutural das economias locais so os processos de acumulao
de capital e a mudana tecnolgica (BARQUERO, 2002).
A teoria da dependncia e a teoria do desenvolvimento endgeno esto de acordo ao
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considerarem que cada territrio tem uma trajetria econmica prpria e que nem todas as
regies se comportam, sempre, de modo inovador. Para que os sistemas produtivos locais sejam
inovadores, preciso que se mostrem capazes de introduzir e desenvolver novos paradigmas no
sistema produtivo local (AMARAL, 2001).
O desenvolvimento endgeno necessita da criao de um entorno institucional e
econmico favorvel, proporcionado pela conjugao do aproveitamento dos recursos e dos
servios locais, bem como da cooperao entre os atores; at porque estes possuem condies de
promover mudana de rota. Tal cooperao tambm significa acmulo de capital social, o que,
segundo Moraes (2003), significa relaes institucionalizadas na forma de normas ou redes
sociais. Ressalta-se assim a importncia do capital social para o desenvolvimento endgeno.
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Calcula-se que cada palmeira capaz de produzir cerca de 4 a8 kg de leo por ano,
considerando como adequada a um adensamento de 100 rvores por ha, resulta uma
produtividade anual de 0,4 a 0,8 t/h de biodiesel, estes valores so estimados e podem variar.
Estudos da Secretaria de Tecnologia Industrial (STI) indicam uma produtividade de frutos de
babau de 2,5 t/ha.
Apesar de demorar em atingir a maturidade e comear a frutificar, do babau tudo se
aproveita, tambm como acontece com a maioria das palmeiras, especialmente nas economias
de subsistncia e em regies de pobreza. Suas folhas fornecem a celulose para a industrializao
do papel e servem de matria-prima para a fabricao de utilitrios cestos de vrios tamanhos e
funes, abanos, peneiras, esteiras, cercas, janelas, portas, armadilhas, gaiolas, etc. e como
matria-prima fundamental na armao e cobertura de casas e abrigos.
Durante a seca, essas mesmas folhas servem de alimento para a criao. A estirpe do
babau, quando apodrecido, serve de adubo; se em boas condies, usado em marcenaria
rstica. Das palmeiras jovens, quando derrubadas, extrai-se o palmito e coleta-se uma seiva que,
fermentada, produz um vinho bastante apreciado regionalmente.
As amndoas verdes recm-extradas, raladas e espremidas com um pouco de gua em
um pano fino fornecem um leite de propriedades nutritivas semelhantes s do leite humano,
segundo pesquisas do Instituto de Recursos Naturais do Maranho. Esse leite muito usado na
culinria local como tempero para carnes de caa e peixes, substituindo o leite de coco-da-baa,
e como mistura para empapar o cuscuz de milho, de arroz e de farinha de mandioca ou, at
mesmo, bebido ao natural, substituindo o leite de vaca.
A casca do coco, devidamente preparada, fornece um eficiente carvo, fonte exclusiva
de combustvel em vrias regies do nordeste do Brasil. A populao, que sabe aproveitar das
riquezas que possui, realiza frequentemente o processo de produo do carvo de babau
durante a noite: queimada lentamente em caieiras cobertas por folhas e terra, a casca do babau
produz uma vasta fumaa aproveitada como repelente de insetos.
Outros produtos de aplicao industrial podem ser derivados da casca do coco do
babau, tais como etanol, metanol, coque (carvo vegetal), carvo reativado, gases
combustveis, cido actico e alcatro. O babau possui o amido propiltrimetil cloreto de
amnio, uma propriedade que pode ser empregada na indstria cosmtica e farmacutica, e
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empilhados em sacos plsticos. Esta prtica propicia o acmulo de umidade, seja pelo contato
dos cocs com a terra e a chuva (no caso de reas descobertas) ou pelo abafamento dentro dos
sacos.
O excesso de umidade pode dificultar a extrao da amndoa na quebra (tradicional e
industrial) e facilitar a infestao de besouros que depositam larvas e que roem os cocos para se
alimentar das amndoas, inviabilizando sua extrao.
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costumam ser de grande vulto. Um conjunto de fatores internos e externos tem contribudo nesse
processo.
O leo de babau obtido atravs da extrao mecnica ou atravs de solvente. O
segundo processo economicamente mais dispendioso, mas mais eficiente na extrao, j que o
teor residual de leo na torta mais baixo, artesanalmente, as quebradeiras utilizam-se do
processo de fervura para extrair o leo para o consumo familiar ou para o mercado local.
Tabela 01. Probabilidade de Investimento e Retorno
RECEITA ESTIMADA ANUAL
PRODUTO
QUANT. Unid.
PRECO UNIT.
VLR. PRODUCAO
1. leo
9.960 Litros
30.00
296.800.00
2. Artesanato
8.800 pecas
10.00
86.000.00
3. Alimento Alternativo
3.000Kg
15.00
45.000.00
4. Material de Limpeza
20.000 Litros
4.00
80.000.00
TOTAL: R$ 511.800.00
Fonte: Ong Raiz Nativa
(Continua...)
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(Continuao)
QUANT. Unid.
CUSTO UNIT.
CUSTO DA PROD
1. leo
9.960 Litros
12.00
119.520.00
2. Artesanato
8.800 pecas
3.00
26.400.00
3. Alimento Alternativo
3.000Kg
4.00
12.000.00
4. Material de Limpeza
20.000 Litros
1.20
24.000.00
TOTAL: R$ 181.920.00
Fonte: Ong Raiz Nativa
RESULTADO ECONMICO: R$ 329.880 trezentos e vinte e nove mil oitocentos e oitenta reais
que render anualmente para a Associao a partir do funcionamento da Agroindstria do
Babau.
A produo de leo de babau, por sua vez, iniciou um processo de queda devido
problemtica na agroindstria devido falta de incentivo e investimentos, pois toda esta
dificuldade tanto na quebra dos cocs como no mercado comprado para os produtos adquiridos
no se pode firma um contrato por quantidade j que de incio a capacidade dos maquinrios so
deficitria.
Cabe salientar que o babau uma planta cujos frutos so colhidos de forma extrativa e
que sofre a concorrncia externa, atravs dos preos e da importao de leo de palma, e a
concorrncia interna, atravs do leo produzido a partir do dend, que se equivale palma, no
Brasil, o dend produzido principalmente no Par e na Bahia.
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3 METODOLOGIA
O tipo de pesquisa utilizada neste estudo foi descritivo-exploratrio, nesse tipo de
estudo no pode haver interferncia do pesquisador, que dever apenas descobrir a frequncia,
com que o fenmeno acontece ou como se estrutura e funciona um sistema, mtodo, processo ou
realidade operacional (LAKATOS, 2011).
Para obter a viabilidade econmica dos produtos e subprodutos da espcie da famlia
Aracacea e produzidos na comunidade, baseou-se na pesquisa exploratria, utilizando o
deslocamento ao assentamento Joana Darc e atravs de informaes dos prprios moradores
locais bem como a identificao visual da realizao do manejo.
O projeto da cadeia produtiva do babau j avanou vrias etapas, com a construo de
um barraco, a compra e instalao de equipamentos para a extrao do leo das amndoas do
fruto que representa o carro chefe do projeto, a construo de um poo artesiano de 150 metros e
o treinamento de pequenos agricultores que fazem parte da Asproeli, com cursos para o
aproveitamento do babau e de empreendedorismo, para que os participantes do projeto possam
gerenciar o negcio e andar com as prprias pernas. O artesanato, comercializado
informalmente, j fonte de renda para algumas famlias.
Foi realizadas visitas na ONG em busca de informaes pelo fato da mesma ser
idealizadora do projeto que busca adotar atitudes de sustentabilidade para o manejo do babau
bem como a capacitao da comunidade para aproveitamento total da matria prima. Entrevistas
com 20 pessoas do Assentamento Joana Darc, a maioria trabalhadores da produo do coco
Babau.
A comunidade do assentamento Joana Darc composta por uma populao ribeirinha e
produtores rurais, sendo que desses ltimos, a maioria j exerceram a atividade seringueira,
portanto, a populao do assentamento pode ser considerada uma comunidade tradicional, por
sua forma de vida em meio ao ambiente natural, por suas relaes sociais e pela execuo de
atividades econmicas.
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4 CONCLUSES
A explorao do babau sustentvel social e economicamente e pode ser desenvolvido
com parmetros mnimos de conservao ambiental. O assentamento Joana DArc de grande
importncia para a dimenso econmica e social de Porto Velho. uma rea extensa, abriga
milhares de pequenos produtores rurais, e ao tempo em que produzem a extrao do babau para
sua subsistncia.
O babau tem seu potencial conhecido na literatura, pois permite oferecer produtos j
existentes no mercado, demonstrando que por menor que seja sua aceitao local e regional sua
explorao tem um grande potencial econmico devido sua diversificao, possibilitando
inmeras alternativas de produo e manejo do coco babau.
Foi avaliada a utilizao total do babau com o propsito de agregar o mximo de valor
nos produtos finais, analisados possveis mercados comprador do leo de coco babau
produzidos no assentamento Joana Darc com expectativas de agregar renda aos agricultores.
Os dados apresentados demonstram que a regio do presente estudo tem um enorme
potencial para o desenvolvimento de indstrias que visem o aproveitamento do babau. Os dados obtidos
atravs desta pesquisa demostram que o leo extrado de maneira artesanal tem qualidade e podem ser
aproveitados tanto pelas indstrias alimentcias quanto pelas indstrias saboeiras.
Pode ser afirmar que todos seus componentes so aproveitados enfim as oportunidades
que o babau oferece so tantas que seria possvel dobrar o poder aquisitivo dos participantes do
projeto. A versatilidade da palmeira vem despertando grande interesse para o manejo, buscando
transforma-lo em um bem de transformao com desenvolvimento sustentvel.
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INTRODUO
A dinmica do espao em Rondnia e o desenvolvimento da ocupao humana pode
ser compreendido atravs da teoria do espao desenvolvida por Santos (1986, 1988, 1994, 2004).
O territrio, em sua concepo bsica, existe pelo controle do Estado-nao como forma de
poder poltico territorialmente centralizado, que somente se afirma atravs da submisso da
sociedade imposta pela racionalizao do direito e pelo controle do territrio (soberano)
(CASTRO, 2010).
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1.
METODOLOGIA
Quanto ao mtodo, foi utilizado o objeto de estudo da Cincia Geogrfica, o espao;
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2.
REFERENCIAL TERICO
O espao enquanto categoria social contm inmeros fixos, fluxos e aes que esto
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simblica de apropriao do espao nas sociedades tradicionais cede lugar, nas sociedades
modernas, dimenso mais objetiva ou funcional de dominao do espao (HAESBAERT;
LIMONAD,2007).
Nessa amalgama dos atores destacados, emerge principalmente a figura do Estado-nao
como forma de poder poltico territorialmente centralizado. Somente se afirma atravs da
submisso da sociedade imposta pela racionalizao do direito e pelo controle do territrio. Este
ltimo uma arena poltica produzida pelas tenses oriundas dos conflitos de interesses, que se
materializam na inrcia dinmica dos espaos territorializados atravs das aes e usos da
sociedade (CASTRO, 2010).
Destacam-se tambm os agentes imbricados ao poder do Estado que so as empresas
privadas, grupos e conglomerados econmicos que visam a acumulao. Necessariamente usam
o territrio em busca de externalidades decorrentes da disposio de servios pblicos [energia
eltrica e infraestruturas] ou atravs de polticas fiscais [iseno de impostos, aumento de gastos
do governo em mquinas, equipamentos e servios], ou de polticas monetrias [concesso de
emprstimos a baixo custo s grandes empresas; valorizao artificial da moeda17 externa vis-vis a interna18.
A moeda possui um efeito sobre a renda nacional, e um importante determinante da renda regional. A oferta de
crdito regional afetada pela preferncia pela liquidez (ou seja, o tomador de emprstimo faz um comparativo
entre a rentabilidade de reter dinheiro para viabilizar transaes ou aplicar para render juros) e do desenvolvimento
do sistema bancrio (habilidade do banco em pulverizar crdito na regio) (DOW; FUENTES, 2006). Para Corra
(2006) a organizao do espao capitalista passa necessariamente pela atividade bancria, cuja magnitude em termos
monetrios ou espaciais medida pelo desenvolvimento das respectivas atividades. O centro de deciso da
atividade bancria possui um papel de controle econmico-territorial sobre suas reas de influncia nas cidades.
18
Por exemplo, desvalorizao artificial do Real em relao ao Dlar, configura ao arbitrria que induz a reduo
do preo dos produtos fabricados no pas em detrimento do produzido no exterior, com objetivo de impedir a
concorrncia dos produtos importados em relao ao nacional, ou com propsito de intensificar a exportao,
contudo prejudica as empresas que necessitam de importar bens e servios. Outros detalhes, ver Sandroni (2001).
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Por isso, para compreender o hoje devemos realizar a reconstruo de sua evoluo para
podemos tentar uma espcie de periodizao, ao mesmo tempo no mbito socioeconmico,
poltico e espacial. Neste cenrio, segue que a ocupao do espao e o fluxo econmico no atual
Estado de Rondnia se concentrava em Porto Velho e Guajar Mirim, com populao e estrutura
estatal/administrava governamental desenvolvida sombra da atividade gomfera e agropecuria.
Jaz a explorao do ltex, as atividades se concentravam na explorao mineral estanfera e no
incipiente setor de servio com finalidade de subsidiar as atividades urbanas sobe gide da
economia sustentada pela administrao pblica. A extrao mineral era de carter manual,
destaca FIERO (1997), o que exigia grande fluxo de mo de obra, no obstante, houve proibio
da explorao manual por deciso do Ministrio de Minas e Energia do Governo Federal, em
1971, pelo motivo da grande perda que essa tcnica de explorao proporcionava produo, foi
restrita, ento, somente extrao mineral de forma mecanizada.
Como argumenta Andrade (1989), a explorao minero-estanfero era dominada por
grandes grupos empresariais como a Paranaparema, Brascan/SP, Brumadinho e Best, estas,
temendo um crescimento da produo garimpeira e queda no preo da cassiterita, pressionaram o
Governo Federal para proibir a explorao manual, como consequncia as jazidas foram ento
entregue aos grupos capazes de realizar a extrao mecanizada.
A explorao mineral o incio da atividade industrial em Rondnia, contudo, no
propiciou grande dinamismo na economia regional, pois o produto da extrao da cassiterita era
exportado na forma bruta, sem qualquer beneficiamento industrial na regio (FIERO, 1997).
Lgico que apresentou efeito propulsor no setor de servios, principalmente na atividade de
transporte, servios e comrcio, alm da estrutura estatal/administrava que privilegiavam Porto
Velho como centralidade para funes urbanas no Estado, e hierarquia urbana superior a Guajar
Mirim.
At 1970, a ocupao rural/urbana era predominantemente em Porto Velho e Guajar
Mirim, e no resto do territrio predominava o vazio demogrfico, contudo, em meados dessa
dcada, escreve Coy (1988), ocorreu a interiorizao da ocupao do espao. A organizao do
espao neste perodo baseou-se na onda migratria19 de desterritorializados dos conflitos
19
A disparidade entre a migrao controlada pelo Estado e a inchao das cidades, fruto do fechamento da fronteira
agrcola (OSRIO, 1978) acarretaram grande tendncia urbanizao galopante decorrentes de dois fenmenos: a
migrao inter-regional, proposta pelo Estado para reduo dos conflitos agrrios, e da populao excedente do
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esgotamento das fronteiras agrcolas consolidadas no Sul e Sudeste do Brasil (BAENINGER, 2000); e migrao
intrarregional, acometido pela restrio a terra aos camponeses, rumo cidade. As migraes internas tambm
poderiam ser explicadas, luz do entendimento de Singer (1998), como mecanismo de redistribuio espacial da
populao e de rearranjo espacial das atividades econmicas. Os mecanismos de mercado orientam os fluxos de
investimento as cidades e ao mesmo tempo criam incentivos econmicos s migraes do campo/cidade. Motivos,
pelos quais, contribuem para explicar a produo do espao rural, nos anos 1970 e 1980, e em meados dessa ltima
dcada, exploso da urbanizao nos anos de 1990.
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Produtos
Capital (R$
milhes)
Componentes
84,20
Hidromecnicos
Votorantim Cimentos N/Ne S.A
Cimento e concreto
110,00
Fonte: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico e Social (SEDES). Adaptado.
Indstria Metalrgica e Mecnica da Amaznia (IMMA)
Mo de
Obra
305
60
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montagem
que
exigem
pouca
qualificao
tcnica,
para
localidades
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integrao setorial e frgil desenvolvimento da cadeia produtiva. Pois na mesma zona industrial
coexistem grandes capitais de grupos multinacionais, e mdios capitais de empresas regionais.
Essa desagregao das atividades causa desordem na economia regional devido
verticalizao da produo externa ao local, e significativo achatamento dos salrios
principalmente das empresas participantes do circuito moderno. Atividades que induz o ente
pblico a disposio de inmeras vantagens fiscais, mediante benficies tributrias, seguindo
uma espcie de institucionalizao atravs de leis da guerra fiscal entre lugares.
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2 CONCLUSO
A evoluo scio histrica do desenvolvimento e da produo do territrio no Estado de
Rondnia resultante da ocupao territorial relativo colonizao e pulverizao de
investimentos pblicos sustentados atravs da presena poltico-administrativa, que propiciassem
a ocupao rural/urbana respectivo a interiorizao da ocupao do espao. As cidades
expandiram-se decorrente da urbanizao galopante, principalmente quelas s margens da BR364. A economia urbana ganha fora decorrente das atividades produtivas relacionadas ao
agronegcio para exportao de gros e carnes, influenciadas pelo espao dos fluxos do eixo
rodo-hidrovirio. As cidades se reestruturam mediante ligao campo-cidade atravs de servios
modernos relativos gesto e regulao de atividades do agronegcio e agroindstria.
Outra forma de produo do territrio apresenta-se em Porto Velho com destaque pela
participao do Estado na economia urbana e com capitais industriais. As firmas intensivas em
tecnologia que atuam no territrio se instalaram para que possam ter proeminncia no uso
capitalista da fronteira urbana amaznica, conseguinte a novas interdependncias produtivas,
setoriais e contiguidades territoriais internas s firmas. Elas redefinem os circuitos produtivos
industriais e concedam novas heterogeneidades espaciais e hierarquizaes, de fluxos de poder e
mercadoria no espao regional.
Suas caractersticas tanto tcnicas quanto econmicas e as estruturas sociais que elas
geram servem muito pouco complementariedade dentro da economia regional devido a
estrutura de produo vertical que adotam. Na economia da cidade, exprimem-se pela no
integrao das atividades do circuito produtivo moderno estrutura regional, dado que esses
capitais oligopolistas no espao econmico de Porto Velho no implementam conexes
produtivas com firmas de origem regional. Sua articulao produtiva interindustrial feita fora
da cidade, principalmente com os centros urbanos industriais de economias avanadas, visto que
a evoluo scio espacial em Rondnia, assim como em toda Amaznia Legal, resume-se,
geralmente, a processos industriais restritos explorao monoexportadora.
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REFERNCIAS
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1. INTRODUO
Com as tendncias do mundo moderno, que envolvem no s globalizao, como
tambm tecnologia, informao, conhecimento, servios, nfase no cliente, qualidade,
produtividade, competitividade, etc., a forma das organizaes administrarem os indivduos em
seu ambiente de trabalho sofreu profundas mudanas.
Antes as organizaes acreditavam que as pessoas eram motivadas a trabalhar apenas por
recompensas econmicas, materiais e, no decorrer do tempo, percebeu-se que os motivos no
financeiros tambm influenciavam. Portanto, tornou-se necessrio buscar meios de motivar as
pessoas em seu ambiente de trabalho, pois, a princpio o indivduo motivado se empenha mais
em alcanar da melhor forma os objetivos da empresa. Nessa nova era da administrao, o foco
da produtividade volta-se para o ser humano.
Por isso, diversas teorias motivacionais foram formuladas para explicar o comportamento
do indivduo, podendo ser citadas a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow, a teoria dos
dois fatores de Herzberg e a teoria X e Y de McGregor, as quais sero apresentadas nessa
pesquisa. Como observa Newman (1973, p. 162) o comportamento no trabalho como o
comportamento em qualquer outro lugar uma consequncia de muitos fatores motivacionais.
Diversos estudos sobre motivao no ambiente de trabalho, em inmeras reas, j foram
realizados, e, no campo militar esse tema ainda pouco abordado, devido s suas peculiaridades,
em razo de sua destinao constitucional, natureza e organizao. Os policiais militares formam
uma categoria especial de servidores pblicos (Artigo 3 do Estatuto da PM-RO), porm, os
sentimentos de insatisfao e desmotivao desses profissionais referentes aos fatores inerentes
ao trabalho no so diferentes como em qualquer outra organizao. Portanto, seja na gesto
privada, seja na gesto pblica, bem como no mbito da Polcia Militar faz-se necessrio investir
em mtodos que motivem as pessoas a desempenhar melhor sua funo, motivadas produzem
mais resultados positivos e, estes por sua vez refletem na imagem do Estado.
Diante de tais fatos, este trabalho traz como problema de pesquisa: Quais os fatores que
influenciam ou podem influenciar na motivao dos policiais militares lotados na sede do 3
Batalho de Polcia Militar em seu ambiente de trabalho e qual a percepo destes quanto
importncia do quesito motivacional no desempenho de sua funo? Para que seja possvel
responder ao problema de pesquisa, o presente trabalho tem como objetivos especficos:
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2. REFERENCIAL TERICO
2.1. IMPORTNCIA DAS PESSOAS EM UMA ORGANIZAO
Na chamada era da informao, a importncia do ser humano notada pelas organizaes
como o ativo mais valioso que podiam possuir como diferencial competitivo, visto como nico
capital auto evolutivo e intransfervel, capaz de se adaptar s constantes mudanas sem se
depreciar (CORREA, 2008).
Para Chiavenato (2004) o conceito de Capital humano conduzido ao conceito de capital
intelectual do qual, de acordo com o autor, no basta ter talento para possuir capital humano,
para que se desenvolvam e cresam preciso que estejam colocados em um contexto favorvel e
incentivador, caso contrrio eles fogem ou ficam amarrados. De forma que uma organizao
vivel no somente capte e aplique adequadamente os seus recursos humanos (conceito usado
atualmente) como tambm procure mant-los satisfeitos e motivados [...]
Carvalho e Serafim (2002) destacam que o desempenho do funcionrio est associado
sua satisfao com o trabalho, devendo haver, portanto, por parte da organizao, uma
preocupao com o bem estar social de seus funcionrios, para que haja desta forma uma melhor
produtividade, para isso deve ser oferecido lhes, por exemplo, instalaes adequadas ao seu
trabalho, atendida as suas necessidades psquicas, de autoestima, de reconhecimento, de
valorizao de suas ideias, promovendo assim um desenvolvimento mental sadio.
2.2 MOTIVAO
A palavra motivao indica o processo pelo qual um conjunto de razes ou motivos
explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum tipo de ao ou comportamento humano.
tudo aquilo que leva a pessoa a determinado comportamento (MAXIMINIANO, 2000).
Para Andrade e Amboni (2007), a motivao uma fora dinmica e pode ser descrita
como o direcionamento e a persistncia da ao. alguma fora direcionada dentro dos
indivduos, pela qual eles tentam alcanar uma meta, a fim de preencher uma necessidade ou
expectativa. Como concluem Carvalho e Serafim (2002, p. 142), estar motivado significa ter
direo, um objetivo ou meta.
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Uma das explicaes modernas sobre o contedo da motivao estabelece que as pessoas
so motivadas essencialmente pelas necessidades humanas, as quais so sempre motivadas por
alguma causa interna ao prprio indivduo ou alguma causa externa, do ambiente, logo todo
comportamento sempre tem uma causa (MAXIMINIANO, 2000).
Em relao a motivao interna (intrnseca) e externa (extrnseca), Andrade e Amboni
(2007, p. 122), mencionam que:
A motivao intrnseca est relacionada a recompensas psicolgicas, tais como a
oportunidade de usar a habilidade de algum, um sentido de desafio e realizao, o
recebimento de um reconhecimento positivo ou uma apreciao, j a motivao
extrnseca est relacionada a recompensas tangveis ou materiais, por exemplo, salrios,
benefcios adicionais e seguros de vida, entre outros.
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Necessidades Secundrias
Necessidades Primrias
Para Kwasnicka (2006, p. 97), a forma como a teoria de Maslow pode ser considerada
importante para a organizao est no fato de que, a organizao est estruturada de modo que
permita aos indivduos as suas necessidades sociais, do ego e da auto realizao, assim,
minimizam os conflitos entre os objetos individuais e os da organizao."
Deste modo, tanto as empresas como o Governo, segundo Fidlis (2007, p. 41) passaram
a criar uma srie de benefcios e diferenciais, acompanhando a escala de Maslow:
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Quanto s necessidades fisiolgicas: cesta bsica, vale-refeio, assistncia mdica,
descanso semanal remunerado, frias. Na segurana: aposentadoria, seguro, segurodesemprego, creche, polticas administrativas claras, cargos bem definidos. Social:
cafezinho da manh e da tarde happy hour, grmios, confraternizaes, reunies. Status:
participao nos lucros, plano de carreira, reembolso de cursos. Auto realizao: a
possibilidade de fazer o que se gosta e ter autonomia para realizar o que se deseja e
espao para a expanso da criatividade.
De acordo com essa teoria uma necessidade somente ser motivadora quando ainda no
satisfeita (FIDLIS, 2007). Porm, no momento em que o indivduo realiza uma necessidade
surge outra em seu lugar, exigindo que as pessoas sempre busquem meios para satisfaz-la.
Desta forma, toda vez que surge uma necessidade, esta rompe o estado de equilbrio do
organismo, causando um estado de tenso, insatisfao, desconforto e desequilbrio (ANDRADE
e AMBONI, 2007).
Frederick Herzberg formulou a teoria dos dois fatores para melhor explicar o
comportamento das pessoas em situaes de trabalho. Formulou essa teoria para explicar como o
ambiente de trabalho e o prprio trabalho interagem para produzir motivao, sendo assim, criou
os fatores higinicos, relacionados com as condies de trabalho e os fatores motivacionais,
relacionados ao prprio trabalho (MAXIMIANO, 2000).
Higinicos so fatores externos que esto sob controle da empresa e do ambiente de
trabalho. A presena desses fatores no traz satisfao, mas sua ausncia gera insatisfao. Esto
ligados aos benefcios que atendem s necessidades fisiolgicas (FIDLIS, 2007), incluindo
tambm salrio, benefcios, condies fsicas de trabalho, clima de relao entre a direo e os
empregados, por exemplo (CHIAVENATO, 2004).
Os fatores motivacionais ou intrnsecos, por sua vez, envolvem a realizao, o
reconhecimento, o crescimento profissional, a responsabilidade, o progresso e o trabalho em si,
ou seja, so internos, esto sob controle do indivduo, pois esto relacionados com aquilo que ele
faz (FIDLIS, 2007). Ressalta Maximiano (2000), para que ocorra motivao preciso que a
pessoa esteja sintonizada com seu trabalho, veja nele a possibilidade de exercitar suas
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Fatores Motivacionais
Fatores Higinicos
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Ou seja, a Teoria X, viu o homem como um ser indolente e preguioso, que trabalha no
em busca de satisfao pessoal, mas, que procura trabalhar o mnimo visando receber
recompensas salariais ou materiais. Esse tipo de pessoa precisa de constante superviso na
execuo de seu trabalho; no tem nem autocontrole, nem autodisciplina, avesso s mudanas,
no assume riscos. Normalmente, seus objetivos no so os mesmos da organizao. (RIBEIRO,
2005)
Partindo de premissas antagnicas primeira teoria, a Teoria Y v o empregado como
criativo e responsvel e o trabalho no lhe constitui um castigo. O desempenho profissional
baseia-se nos seus sentimentos de autoestima, auto realizao e de pertencer a um grupo social
empresa (CARVALHO e SERAFIM, 2002).
Seguindo o raciocnio da Teoria Y, Ribeiro (2005, p. 74), destaca que a motivao, o
potencial e a capacidade de assumir responsabilidades esto presentes em cada pessoa. Portanto,
papel da empresa criar condies para que elas desenvolvam tais caractersticas, criando
oportunidades, dando vazo ao potencial e removendo obstculos.
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local adequado, enfatizado por Chiavenato (2004), ao descrever que as pessoas devem sentir que
seu local de trabalho agradvel e seguro.
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Logo, observa-se que a aplicao da lei no uma tarefa fcil, sobretudo para os policiais
militares, onde discernimento, o bom senso e o raciocnio do PM so indispensveis quando na
resoluo de problemas. As peculiaridades e circunstncias de cada ocorrncia impedem a
utilizao de solues padronizadas diante da totalidade de hipteses que se podem apresentar
(DAO n 01, 2008).
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de Polcia Militar, tendo como seu primeiro Comandante o Major PM Joo Carlos Sinot Balbi. O
Comandante Geral da PMRO, Coronel PM Joo Maria Sobral de Carvalho inaugura o 3 BPM,
lhe designando o ttulo honorfico de O Guardio do Portal da Amaznia. Por fim, em 26 de
novembro de 1993, o 3 Batalho de Polcia Militar recebeu a designao de Batalho
Governador Jorge Teixeira de Oliveira.
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METODOLOGIA
Esta pesquisa teve carter exploratrio e descritivo, da qual se optou por um estudo de
caso, cuja coleta de dados se deu pelo levantamento, utilizando-se do questionrio como tcnica
de pesquisa, o qual conteve questes abertas e fechadas relacionadas aos fatores motivacionais
no ambiente de trabalho.
Quanto ao universo da pesquisa, o levantamento ocorreu com os policiais militares
lotados na sede do 3 Batalho de Polcia Militar. Atualmente, em Vilhena trabalham um total de
duzentos e cinco (205) policiais militares os quais realizam trabalhos externos bem como os que
exercem atividades administrativas (atividades internas), vez que estes ltimos, reforam as
atividades externas em caso de necessidade.
O levantamento foi realizado no incio do ms de abril ao incio do ms de maio do ano
de 2015. Durante esse perodo, o efetivo do 3 BPM contava com um total de cento e sessenta e
cinco (165) policiais militares, haja vista alguns encontrarem-se em gozo de frias, licena entre
outros afastamentos, conforme dados do Mapa da Fora (2015) documento de controle interno.
Foram entregues 145 questionrios aos policiais, dos quais houve um retorno de 105
questionrios respondidos. Em relao ao total do efetivo (205 policiais), a amostra da pesquisa
ficou em torno de 51% e em relao ao total de policiais que efetivamente estavam trabalhando
durante o perodo de aplicao do questionrio a amostra representou 63,64%.
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4. RESULTADOS E DISCUSSES
4.1. IDENTIFICAO DOS FATORES MOTIVACIONAIS
A seguir so apresentados alguns fatores relacionados ao ambiente (extrnsecos e/ou
higinicos) que afetam a motivao no ambiente de trabalho de acordo.
Figura 3: Renumerao
Pode-se perceber na figura 3 que a maioria dos policiais militares encontra-se insatisfeita
com a remunerao que percebem. Do total dos respondentes, 61% consideram sua remunerao
pouco satisfatria, 16% optaram por nada satisfatrio e somente 23% consideraram satisfatria.
A maior insatisfao foi por parte dos soldados, dos quais 32% optaram por pouco satisfatria.
Como mencionou Maslow em sua teoria, a remunerao tem maior peso na motivao no
trabalho, tendo em vista que, as pessoas primeiramente precisam subsidiam suas necessidades
bsicas (Fidlis, 2007). A remunerao um dos fatores higinicos citados na teoria de
Herzberg, ou seja, um fator que gera insatisfao.
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Figura 4: Segurana
O trabalho Policial Militar em si muito complexo, rduo, por tratar com todos os tipos
de problemas da sociedade. Em relao ao fator segurana, a figura 4 mostra que, no que tange
s condies de trabalho, carga horria, estabilidade no cargo, por exemplo, 61% dos policiais
optaram entre pouco e nada satisfatria. Na viso deles, devido s peculiaridades da profisso,
o policial se torna frgil diante do cumprimento da lei, suas condies de trabalho so precrias
seguidas de uma carga de trabalho altamente estressante. Vale salientar que a necessidade de
segurana se destaca como uma das necessidades primrias de Maslow e tambm como fator
higinico de Herzberg, onde as pessoas devem sentir que o local de trabalho agradvel e seguro
(CHIAVENATO, 2004).
Figura 5: Relacionamento
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Na figura 6, pode-se observar que do total dos respondentes, 60% consideram que ao
realizar suas funes, o trabalho lhes proporciona parcialmente desafios, quanto sua
responsabilidade no desempenho das funes, 90% responderam ser Totalmente responsveis
por seus atos. O que condiz com o Art. 41 do Estatuto da PMRO onde descreve que cabe ao
Policial Militar a responsabilidade integral pelas decises que tomar, pelas ordens que emitir e
pelos atos que praticar.
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Nesta fase buscou saber quais fatores motivavam os policiais em seu ambiente de
trabalho em ordem de importncia. Na figura 7 aponta que o fator mais citado foi remunerao.
Como foi mencionado anteriormente (Kwasnicka, 2006), com certeza o dinheiro o maior
motivador, proporciona tanto a satisfao como a insatisfao no ambiente de trabalho, contudo,
chega-se a um ponto em que h mais alguma coisa alm do dinheiro. Em segundo lugar, citaram
a promoo/mudanas no plano de carreira da PM, este fator refere-se ao crescimento pessoal
corresponde a uma necessidade de auto realizao, conforme as teorias pesquisadas. E, por
ltimo, no menos importante, o reconhecimento seja por parte do Estado, do Poder Judicirio,
da sociedade e/ou dos comandantes. Reafirmando a importncia do reconhecimento no ambiente
de trabalho como fator de motivao.
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5. CONCLUSES
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que se aprecie como esses policias esto desempenhando suas atividades em relao a motivao
no trabalho, para que deste modo, possa se avaliar estes fatores a nvel estadual.
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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1 INTRODUO
A capacidade de captar e armazenar de forma segura o lixo produzido uma necessidade
bsica da populao que, somada a outras necessidades, formam um conjunto de aes
denominadas de saneamento bsico, que objetiva promover a sade da populao.
A criao de resduos slidos inevitvel, pois vo desde necessidades muito bsicas at
a fabricao de produtos agregados responsveis por alavancar as principais economias
mundiais. Todavia, h preocupao, em nvel global de reduzir a gerao de resduos pelo
impacto que esses geram ao meio ambiente.
Dias (2003, p.4) salienta que economizar os recursos da natureza por meio da
minimizao, da reciclagem e de um trabalho transdisciplinar de transformao da sociedade so
meandros para o manejo dos resduos. J Boff (2000) pensa na necessria transformao da
sociedade consumista em uma sociedade consciente e sustentvel que:
[...] produz o suficiente para si e para os seres dos ecossistemas onde ela se situa; que
toma da natureza somente o que ela pode repor; que mostra um sentido de solidariedade
generacional, ao preservar para as sociedades futuras, os recursos naturais de que elas
precisaro. Na prtica, a sociedade deve mostrar-se capaz de assumir novos hbitos e de
projetar um tipo de desenvolvimento que cultive o cuidado com os equilbrios
ecolgicos e funcione dentro dos limites impostos pela natureza. No significa voltar ao
passado, mas oferecer um novo enfoque para o futuro comum. [...] (BOFF, 2000, p.137)
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manuteno de tal servio e tendo em vista se tratar de uma atividade de responsabilidade das
prefeituras municipais, ente federativo que possui menor capacidade oramentria.
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2 REFERENCIAL TERICO
A capital de Rondnia, Porto Velho, segundo o Portal da Amaznia (2013), faz parte da
triste realidade brasileira que no possuem aterro sanitrio. Em Rondnia, somente o municpio
de Ariquemes possui aterro sanitrio dentro dos padres exigidos pela legislao vigente e, desta
forma, os 50 demais municpios que compe o Estado correm o risco de infringir a Lei Federal
n 12.305 instituda em 2010.
O artigo 1, 1 da Poltica Nacional de Resduos Slido20, traz as microrregies que
devem observar a Lei so:
Art. 1. Esta Lei institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos, dispondo sobre seus
princpios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas gesto
integrada e ao gerenciamento de resduos slidos, includos os perigosos, s
responsabilidades dos geradores e do poder pblico e aos instrumentos econmicos
aplicveis.
1 Esto sujeitas observncia desta Lei as pessoas fsicas ou jurdicas, de direito
pblico ou privado, responsveis, direta ou indiretamente, pela gerao de resduos
slidos e as que desenvolvam aes relacionadas gesto integrada ou ao
gerenciamento de resduos slidos. (BRASIL Lei Federal n 12.305, 2010).
Entendem-se como pessoas fsicas de acordo com Gonalves (2012, p.76), O ser
humano, tambm chamado em alguns pases de pessoa fsica. J pessoa jurdica para Gonalves
(2012, p. 73) definida como aptido comum para contrair direitos e obrigaes ou deveres na
ordem civil.
Pelo artigo 1 e seu pargrafo 2 da Lei 10.305/2010, todos que geram resduos, seja
pessoa fsica ou jurdica, no consumo ou na produo, possui alguma responsabilidade sobre a
gesto e o gerenciamento dos resduos gerados. Dentro desse processo de gesto, incluso est a
construo do aterro sanitrio para a destinao dos resduos. A lei no exime a responsabilidade
do poder pblico, contudo, reconhece a limitao do Estado em se encarregar da problemtica de
forma exclusiva, trazendo, para tanto, os indivduos e as organizaes para se responsabilizar de
forma solidria sobre a gesto dos resduos slidos.
Responsabilizando a sociedade (indivduos e empresas) para a gesto dos resduos
slidos, o legislador estaria introduzindo nas questes ambientais do pas o princpio do poluidor
20
Adiante ser usado PNRS para definir a Poltica Nacional de Resduos Slidos.
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pagador, uma vez que esses atores, a partir do processo de produo, distribuio, circulao,
consumo e destino de recursos, acabam gerando algum impacto ao ambiente natural, em
especial, despejando resduos slidos no ambiente.
Uma das formas de a sociedade participar com esta questo e mitigar os impactos das
aes humanas sobre o ambiente natural contribuindo, financeiramente, para a construo de
aterros sanitrios, dentro dos aspectos tcnicos, sanitrios, ambientais e legais.
A NBR 10004 (2004, p. 1) define como resduos slidos:
Desta forma, em modo mais amplo esto envolvidos no dever de observar a Poltica
Nacional de Resduos Slidos: a sociedade, o poder pblico, as empresas privadas e pblicas que
gerem, a partir das suas atividades, resduos slidos, que podem acarretar danos ao meio
ambiente.
O teor da notcia exposta pelo Portal da Amaznia (2013), atravs do colunista Vincius
Teixeira, informou que at 2014 todos os municpios brasileiros deveriam ter aterro sanitrio de
acordo com o PNRS. No entanto, a prpria notcia informa que no ser possvel implantar o
aterro em Porto Velho por conta de impasse burocrtico e tratamento inadequado do terreno.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico (2008)22, 50,8% dos municpios
brasileiros, ou seja, 2.826 municpios do a destinao final dos resduos aos vazadouros a cu
aberto e aterro controlado, o que independente das solues ou combinaes de solues,
certamente ir requerer mudanas sociais, econmicas e culturais da sociedade, de acordo com a
Tabela 1.
21
22
Abv. PNSB.
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Tabela 1 Destino final dos resduos slidos, por unidade de destino dos resduos
Brasil 1989/2008
Destino Final dos resduos slidos, por unidade de destino dos resduos (%)
Ano
Vazadouro a cu aberto
Aterro controlado
Aterro sanitrio
1989
88,2
9,6
1,1
2000
72,3
22,3
17,3
2008
50,8
22,5
27,7
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Populao e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de
Saneamento Bsico 1989/2008.
No entanto, conforme rege a NBR 8849 (1985), acerca das condies mnimas exigveis
para a apresentao de projetos de aterros controlados, e a NBR 8419 (1992), que trata sobre
apresentao de projetos de aterros sanitrios, h condies especficas para a preparao de
cada projeto23, como por exemplo, para o aterro controlado deve-se especificar a vida til do
projeto (ABNT, NBR 8849, 1985, p.1), j para o sanitrio a diferena encontra-se em cadastrar
as informaes dos resduos buscando prolongar a vida til e redistribuio dos resduos (ABNT,
NBR 8419, 1992, p. 2).
23
Para fins de entendimento, ambos dispositivos legais tratam de aterro dos resduos slidos urbanos, excluindo
assim a possibilidade de elencar resduos radioativos e demais que exigem aparato legal especfico.
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Conforme Correa e Lana (2008, apud SILVA, 2011, p. 32), o aterro controlado no
oportuniza o tratamento dos efluentes lquidos e gasosos produzidos pela sociedade, em muitos
casos ele pode ser considerado como o antigo lixo remediado, que recebeu cobertura de argila e
grama, recursos para canalizao de chorume e remoo de gases produzidos, conforme
apresentado na Figura 1.
J o aterro sanitrio, segundo Correa e Lana (2008) apud Silva (2011), trata-se de um
mtodo de disposio de resduo slido urbano24, baseado em tcnicas sanitrias de
impermeabilizao do solo, compactao e cobertura diria das clulas de lixo, coleta e
tratamento de gases e chorume25 conforme expe a Figura 2.
24
Ou RSU.
25
Lquido proveniente da decomposio da matria orgnica que se encontra no lixo Dicionrio Aulete.
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Segundo o Ministrio do Meio Ambiente (2014), observa-se que Porto Velho est em
desacordo com a PNRS e carece de aterro sanitrio, podendo vir a ser penalizado assim como os
demais municpios que porventura no avanaram nos enfrentamentos dos problemas
ambientais, sociais e econmicos decorrentes do manejo inadequado dos resduos slidos.
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3. METODOLOGIA
O mtodo especfico de valorao ambiental escolhido para este trabalho foi o Mtodo de
Valorao Contingente26, que de acordo com Motta (1997) correto utiliz-lo se o questionrio
apresentar questes open-ended, ou seja, caso haja a seguinte pergunta: quanto voc est
disposto a pagar?. Essa forma de pergunta produz uma varivel contnua de lances (bids) e o
valor esperado da Disposio a Receber27 ou Disposio a Pagar28 podendo ser estimado pela sua
mdia.
Conforme Motta (1997), para verificar os resultados h variveis explicativas que
influenciam a resposta dos indivduos e para isso, utilizam-se geralmente tcnicas economtricas
de regresso, sendo esta a forma pioneira do MVC. Ressalta-se que o levantamento da pesquisa
foi realizado atravs do meio virtual, mais especificamente utilizando o google docs, onde visou
captar a DAP, dos residentes de Porto Velho - RO, para obter o servio de uma central de
tratamento de resduos.
Segundo Freitas et al (2010), destaca-se que esse mtodo foi desenvolvido por Robert
Davis em 1963 em sua tese de doutoramento na Universidade Harvard. J neste artigo, foi
procurado mensurar, atravs da DAP, um valor monetrio para a construo da CTRS, no s
isso, mas tambm, visualizar se na conjuntura econmica atual a populao local porventura
disporia de mais uma parte da sua renda para obter esse servio.
Barbosa Filho (2005) destaca que o MVC agrega um conjunto de tcnicas de pesquisa
utilizadas para estimar o valor econmico de bens e servios ambientais com base na preferncia
dos consumidores. De acordo com Freitas et al (2010), a metodologia considerada de Proviso
Local (Local Provisional), pois visa solucionar um problema peculiar de certo campo de
interesse. Sendo assim, a aplicao desse mtodo nesta pesquisa justifica-se pelo fato de explicar
um problema especfico na cidade de Porto Velho que consiste em estimar a importncia
ambiental da construo de um centro de tratamento de RSU.
26
Ou MVC
27
Abv. DAA
28
Abv. DAP
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4. RESULTADOS E DISCUSSES
A partir da pesquisa realizada, observou-se elevada concentrao etria nas faixas de 21 a
25 anos (39), 25 a 29 anos (13) e 40 anos ou acima disso (16), totalizando 82% do universo
pesquisado. Mais de 70% dos entrevistados possuem idade at 29 anos, portanto, a maioria
jovens.
Figura 7 Faixa etria da amostra pesquisada em Porto Velho/RO
Tendo em vista a maioria dos entrevistados possuir idade at 29 anos, a maioria tambm
formada por pessoas que possuem nvel de escolaridade com curso superior incompleto (38), e
outros 28 com curso superior completo e 17 com ps-graduao (especializao, mestrado,
doutorado ou ps-doutorado).
Figura 8 Nvel de escolaridade da amostra pesquisada em Porto Velho/RO
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Por sua vez, a renda familiar concentrou-se a partir da faixa de 2 (dois) salrios mnimos
at 20 (vinte), totalizando percentualmente em 80,2% da amostra.
Figura 9 Renda familiar da amostra pesquisada em Porto Velho/RO
Por fim, o maior nmero de participantes por gnero foi feminino ante 43,4% de homens
do total da amostra. No entanto, 47 pessoas da cidade de Porto Velho, Rondnia, representando
exatamente 56,63% do total contribuiriam financeiramente, ou melhor, estariam dispostos a
pagar para construir um CTRS para a cidade conforme Figura 9.
Por sua vez a regresso simples, a qual visa estimar o mote monetrio para a construo
do CTRS, esboou os seguintes parmetros conforme a Tabela 2.
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Tabela 2 Regresso linear simples que estabelece correlao entre as variveis dependentes e
independentes para estimar a disposio a pagar na construo do centro de tratamento de RSU
em Porto Velho
Estimativa
Coeficiente
Erro Padro
razo-t
p-valor
Constante
104,0298
111,669
0,9315
0,38255
***
0,0057
0,014642
0,3893
0,70855
***
DAP em R$
R-quadrado
0,0212021
R-quadrado ajustado
-0,118626
Nota-se que o grau de correlao ajustado indica uma relao matemtica entre Mdia da
Renda Familiar29 e DAP em R$, representando 2% entre elas, o que demonstra uma tendncia
positiva entre MRF a favor da DAP em R$, ou seja, possivelmente a disposio a pagar dependa
de outros fatores alm da renda, como nvel de escolaridade e idade.
Os valores contidos na Tabela 2 foram encontrados atravs da amostra pesquisada
daqueles que estavam dispostos a pagar uma porcentagem entre 1 e 15% da sua renda mensal
para a construo do centro de tratamento de RSU em Porto Velho 30. Conforme Freitas et al
(2010), atravs da amostra obtida uma regresso linear simples que estabelece correlao entre
varivel independente, representada por DAP em R$ e a varivel dependente, a qual se refere a
probabilidade do indivduo aceitar o valor estipulado.
Desta forma a Tabela 2 ser utilizada para mensurar o valor mensal, anual e a DAP total
estimada na construo do CTRS em Porto Velho, dos respondentes do questionrio.
Quando perguntando se uma CTRS afetaria o desenvolvimento local, os respondentes os
quais afirmaram que haveria melhorias regionais foram da ordem de 71% da amostra e aqueles
que no informaram, totalizaram aproximadamente 23% das pessoas pesquisadas conforme a
Figura 10.
29
Abv. MRF
30
Abv. CTRSU em PV
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A pesquisa informou que o desenvolvimento local seria afetado por novos empregos
diretos e indiretos, melhoria na sade pblica e preservao do meio ambiente conforme o
Quadro 1.
Nesse aspecto, possvel inferir que os motivos daqueles que no aceitaram pagar se deu
por conta da crena legal da responsabilizao do ente pblico, ou seja, a responsabilidade do
Governo e no da sociedade. Conforme Freitas et al (2010), a atual conjuntura econmica,
poltica e social do Brasil no prioriza os projetos de educao ambiental para valorizao e
conservao do meio ambiente e o baixo nvel da renda fator preponderante a limitar as
pessoas a praticarem aes que contribuam para o bem-estar coletivo.
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No afetaria
No bem-estar da populao;
Com base na Tabela 2, a estimao mensal, anual e o valor econmico para a construo
do CTRS em Porto Velho/RO se do na seguinte forma:
Disposio a pagar mensal = (104,0298 / 0,0057) = R$ 18250,84/respondentes/ms;
Disposio a pagar anual = 18250,8421 x 12 = R$ 219.010,10/respondentes/ano;
Disposio a pagar total estimada = 219.010,10 x 4731 (58% da amostra que aceitou
dispor alguma quantia da sua renda) = R$ 102.934.474,94/ano.
Levando em considerao essas equaes e o mtodo economtrico do MQO32, o valor
econmico total obtido foi de R$ 102.934.474,94 (cento e dois milhes, novecentos e trinta e
quatro mil, quatrocentos e setenta e quatro reais e noventa e quatro centavos) por ano para a
construo do CTRS e melhoria ambiental da sade pblica na cidade de Porto Velho.
31
Nmero de pessoas que estariam dispostas a pagar para construir uma CTRS em Porto Velho/RO.
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5. CONCLUSES
Como visto na Tabela 2, as variveis no obtiveram um grau de correlao matemtica
aceitvel, ou seja, acima dos 60% de R quadrado e isso pode se d por conta das interligaes
entre as variveis econmicas, como por exemplo, renda e grau de escolaridade, pois eles
interferem na disposio a pagar por conta do conhecimento j adquirido e da fatia da renda que
resta para inmeras atividades elencadas no bojo constitucional como lazer e alimentao. No
entanto, a estimao pode ser feita, mas devemos olhar os nmeros com ressalva por conta dos
fatores elencados e da atual conjuntura econmica que o pas est inserido.
Logo a presente pesquisa buscou verificar a importncia de se ter um centro de
tratamento de resduos e o valor de opo entre renda e um servio disponvel futuramente
atravs de recursos da sociedade portovelhense. Nota-se que a nvel local ocorre uma ligeira
insatisfao quando se menciona em dispor recursos prprios para a melhoria de uma
externalidade latente, isso se d por conta alta carga de impostos e por a responsabilidade
pertencer aos entes federados conforme constatado pela pesquisa.
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Resumo
A educao distncia (EaD) uma modalidade desafiante, inovadora e inclusiva, mas que
ainda encontra grande resistncia por parte de uma parcela da sociedade, no que tange a
credibilidade do processo de ensino-aprendizagem, e da forma em que os contedos ofertados se
apoiam metodologicamente em relao ao ensino presencial. Porm, necessrio compreender e
discutir essa modalidade, que mesmo recente, j desafia o modelo educativo tradicional e
suscita mudanas nos contextos socioeconmicos atuais. Diante disso, o presente artigo tem
como objetivo refletir sobre a educao a distncia sob uma perspectiva terica, traando
algumas consideraes sobre sua evoluo, normatizao, teorias de embasamento, mediao e
os principais atores envolvidos. Argumenta-se que conceito de EaD mantm a separao fsica
entre os protagonistas e a existncia de tecnologias para mediar a comunicao e o processo de
ensino-aprendizagem, sendo baseada no modelo construtivista onde o aluno um sujeito
autnomo e responsvel pela construo do seu conhecimento. A legislao abrangente e um
instrumento necessrio para a efetivao e quebra dos preconceitos na EaD. Contudo, a avaliao
um ponto polmico e o mais combatido, uma vez que baseada no modelo tradicional.
Observou-se, tambm, que essa modalidade fundamental para os processos de incluso no
Brasil, que tem dimenses continentais, graves problemas sociais, e grande defasagem nos
ndices educacionais.
Palavras-chave: Educao distncia. Teorias de Aprendizagem. Legislao Educacional.
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1 INTRODUO
A educao a distncia (EaD) uma modalidade, sem sombra de dvidas, desafiante, e
com a popularizao da internet veio para ficar e fazer a diferena rompendo as barreiras do
modelo educacional tradicional e formatando uma nova conceituao dos processos de ensinoaprendizagem dentro da construo do conhecimento, envolvendo uma srie de fatores
complexos que requer um olhar especfico. Fatores que se referem aos recursos tecnolgicos,
atores envolvidos, teorias, mediao e os processos de aprendizagem. No obstante, a EaD ainda
encontra resistncia, por parte de uma parcela da sociedade, no que tange a credibilidade e as
competncias adquiridas pelo futuro profissional. Esse modelo, que desafia o tradicional, traz
consigo uma srie de vantagens, se aplicado corretamente, bem como algumas desvantagens a
serem transpostas.
Uma das maiores vantagens da EaD ser considerada uma modalidade de grande
relevncia social que promove a incluso ao processo educacional dos que dele foram excludos
(S, 2012), ou por morarem distantes das instituies de ensino, ou por indisponibilidade de
tempo, ou por serem transferidas continuamente de localidade, e at mesmo por pessoas com
deficincias fsicas e mentais que no tm capacidade de frequentar instituies convencionais
de aprendizagem (NONATO e PINTO, 2013). Todavia, por essa modalidade esse contingente
pode ter acesso educao que contribuir para a sua entrada no mercado de trabalho e melhoria
de qualidade de vida, porm, exige que o aluno remodele a forma de estudar que aprendeu no
sistema presencial (S, 2012) e seja sujeito ativo da sua prpria aprendizagem.
A principal desvantagem da EaD reside no preconceito e na desconfiana existentes com
essa modalidade educacional (REVISTA NOVA ESCOLA, 2009), por parte de uma parcela da
sociedade, do mercado de trabalho, e at mesmo do meio acadmico, onde segundo Cristiano
(2011), muitos ainda no acreditam em sua eficcia e veem o ensino presencial como mais
efetivo. Um dos motivos desse preconceito o desconhecimento quanto s competncias dos
profissionais formados, porm, segundo Silva (2013), essa realidade est mudando e o
empregador contemporneo est percebendo que esses profissionais tm inmeras outras
habilidades que se encaixam na nova dinmica dos mercados, que exige flexibilidade de
horrios, organizao, disciplina e proatividade (SILVA, 2013).
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Diante desse cenrio, este artigo terico apresenta algumas consideraes conceituais
sobre a educao distncia, a fim de prover o argumento baseado na preposio de que a EaD
mantm a separao fsica entre os protagonistas, em que a mediao ocorre atravs de
tecnologias de informao e comunicao, no qual o processo de ensino-aprendizagem baseado
no modelo construtivista, sendo o aluno um sujeito autnomo e responsvel pela construo do
seu conhecimento. A legislao abrangente e um instrumento necessrio para a efetivao e
quebra dos preconceitos na EaD, contudo, a avaliao um ponto polmico e o mais combatido,
uma vez que baseada no modelo tradicional. Todavia, essa modalidade fundamental para os
processos de incluso no Brasil, que tem dimenses continentais, graves problemas sociais, e
grande defasagem nos ndices educacionais.
Para discutir e buscar esclarecer alguns desses pontos, o presente artigo encontra-se
estruturado em seis sees, alm dessa introduo. Na primeira seo traa-se uma perspectiva
da evoluo da EaD e a segunda seo contempla sua legislao em vigor no Brasil, destacando
a questo da avaliao; j na seo seguinte faz-se uma breve discusso sobre as principais
teorias de aprendizagem que embasam essa modalidade. A mediao na educao distncia e o
aluno como o centro do processo so discutidas nas sees cinco e seis, respectivamente. E por
fim, so apresentadas as consideraes finais sobre a temtica abordada.
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3 de abril de 2001) do Conselho Nacional de Educao que estipulou as normas para a psgraduao lato e stricto sensu (UFF, 2014). Em 12 de dezembro de 2007 foi publicado no DOU o
Decreto n 6.303, que realizou algumas alteraes no contedo do Decreto n 5.622. E, em 10 de
janeiro de 2007, o MEC publicou a nova Portaria Normativa n 2, que dispem sobre os
procedimentos de regulao e avaliao da educao superior na modalidade a distncia
(UNIFEBE, 2011).
O Decreto n 5.622 traz, em seu artigo primeiro, a definio para o conceito de Educao
a Distncia no Brasil. Nele fica estabelecido que a educao a distncia uma modalidade
educacional na qual a dinmica didtico-pedaggica para os processos de ensino e
aprendizagem ocorre com a utilizao de meios e tecnologias de informao e comunicao,
com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos
diversos (BRASIL, 2005; LESSA, 2011; ALVES, 2011).
Portanto, o conceito de EaD mantm a separao fsica entre o professor e o aluno, e a
existncia de tecnologias para mediar a comunicao e o processo de ensino aprendizagem. A
evoluo se d no que se refere aos processos de comunicao, pois a EaD cada vez mais, passa
a possuir maiores possibilidades tecnolgicas para efetivar a interao entre os atores da
aprendizagem. importante destacar que essas tecnologias disponveis superam as barreiras do
espao e do tempo e fortalece a autonomia do estudante (GUAREZI, 2009).
Ressalta-se que no Decreto n 5.622 a EaD abrange todos os nveis e modalidade de
ensino: educao bsica, educao de jovens e adultos, educao especial, educao profissional
(tcnico e tecnolgico) e superior (sequenciais, graduao, especializao, tecnlogo, mestrado e
doutorado), porm os cursos devero ter a mesma durao que os cursos presenciais. A avaliao
deve ser feita atravs de exames presenciais. O Decreto ainda evidencia que cursos tero
validade nacional, bem como os convnios e acordos de cooperao celebrados para fins de
oferta de cursos ou programas a distncia entre instituies de ensino brasileiras e suas similares
estrangeiras que devero ser (previamente) submetidos anlise e homologao pelo rgo
normativo do respectivo sistema de ensino, para que os diplomas e certificados emitidos tenham
validade nacional (BRASIL, 2005).
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Um dos pontos polmicos e mais combatidos desse Decreto est relacionado com os
processos de avaliao (LESSA, 2011). O Decreto estabelece que as avaliaes dos alunos, os
estgios (quando previsto) e a defesa dos trabalhos de concluso de curso, assim como as
atividades relacionadas a laboratrios de ensino (tambm quando previstas) devem ocorrer de
forma presencial. E, ainda, segundo Lessa (2011) muitos no concordam com tais exigncias,
argumentando que a EaD detm meios altamente confiveis, operacionalizados pela tecnologia
disponvel, para avaliao e controle, e que tal obrigao engessa e inviabiliza projetos
inovadores.
Picano (2003) corrobora afirmando que ocorre uma partio entre a avaliao da
aprendizagem e os processos de ensino-aprendizagem dentro da EaD, com a adoo de modelos
vigentes para educao presencial, com o intuito de controlar a certificao dos cursos, visando
principalmente evitar fraudes quanto ao reconhecimento do conhecimento construdo e adquirido
pelo aluno. Nesse ponto de vista, a avaliao presencial representa um momento de ruptura com
o processo educativo em desenvolvimento mediado por tecnologias.
Nesse contexto legal surgem os Referenciais de Qualidade para Educao Superior a
Distncia, publicado pela extinta Secretaria de Educao a Distncia do MEC, que mesmo no
sendo um documento com fora de lei, d subsdios para os processos de regulao, superviso e
avaliao dos cursos nessa modalidade. Busca garantir a qualidade na EaD, bem como coibir a
precarizao e a oferta indiscriminada dos cursos sem garantias de condies bsicas de
funcionamento e sem comprometimento com a aprendizagem. Ele traz oito categorias bsicas e
seus desdobramentos, que envolvem a concepo de educao e currculo no processo de ensino
e aprendizagem, os sistemas de comunicao, o material didtico, a avaliao, a equipe
multidisciplinar e infraestrutura de apoio, a
gesto acadmico-administrativa, e a
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frisar, de acordo com Lessa (2011), que a legislao tem o objetivo de conferir credibilidade e
segurana a todos que querem ofertar ou fazer uso dessa modalidade de ensino, como tambm
um instrumento necessrio para a efetivao e quebra dos preconceitos na EaD.
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O Construtivismo, ainda dentro das teorias clssicas, tem como precursor Piaget, e
estabelece que a capacidade de aprender desenvolvida e construda nas aes do sujeito por
meio do contato ativo com o conhecimento, que facilitado pelo professor (SANTOMAURO,
2010).
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ressaltar que essas teorias sobre a aprendizagem foram e so elaboradas devido insistncia de
pesquisadores que, atravs de suas observaes e inquietudes esto contribuindo para o
progresso cientfico como um todo, bem como para um melhor entendimento e aplicao da
EaD.
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esses trs fatores devem coexistir de forma harmnica e dialgica, apesar de que isso na prtica
diria no flui to simetricamente.
O primeiro desses fatores, conforme a crtica de Pesce (2008), se refere ao tempo
disponvel para interaes online, que na realidade se apresenta insuficiente para que ocorram
com uma qualidade significativa, devido ao acmulo de tarefas a serem realizadas em tempo
exguo, ocasionando uma ausncia de sincronia entre as interaes e a construo de
conhecimento. O segundo determinante, a temporalidade da aprendizagem, no leva em
considerao o ritmo de aprendizagem dos cursistas, onde se deveria buscar o equilbrio entre a
objetividade cronolgica dos programas e a subjetividade dos alunos, e no somente a
viabilidade econmica dos programas. No tocante ao acompanhamento e avaliao, existe um
corte entre concepo, aes de tutoria e avaliao, pela falta de autonomia dos tutores sobre o
contedo e o tempo de interao, o que reflete de forma negativa na qualidade de algumas
interaes (PESCE, 2008).
Ainda nessa concepo o tutor, pelas determinantes circunstanciais do seu trabalho, deve
procurar desenvolver vnculos afetivos com os alunos. Entretanto, Lapa e Pretto (2010 apud
Esquincalha, 2015) apontam a dificuldade em se estabelecer e aprofundar esses vnculos atravs
das tecnologias da informao e comunicao na EaD, enfatizando que o tutor precisa aprender
a ser professor utilizando esses meios, com uma diferente pedagogia. Nessa concepo, Dorj
(2011) destaca que o processo pedaggico do tutor deve ser fundamentado na ao dialgica em
interaes (por meio dos fruns, chats, e-mails, etc., disponveis no ambiente virtual de
aprendizagem) visto que, no processo comunicacional por meio da linguagem digital, possvel
desenvolver a empatia e relaes de amizade que culminam em um sentimento de prazer no
contato humano, mesmo a distncia.
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conhecer um pouco sobre a netetiqueta (etiqueta virtual). Ou seja, de forma sucinta, o aluno na
modalidade a distncia aquele que aprende aprendendo, por meio de um processo de
autogesto crescente do saber, com base na autonomia, na responsabilidade e no compromisso
face sua formao (BALSAMO, 2006).
Behar e Silva (2012) complementam que, alm das situaes acima elencadas, para o
aluno da modalidade se faz necessrio: ter fluncia digital (utilizao da tecnologia de modo que
o sujeito sinta-se digitalmente ativo, no s para o uso, mas tambm a criao e produo de
contedos/materiais), ter autonomia (ser governado por si mesmo), saber comunicar (clareza e na
objetividade da expresso escrita), desenvolver autoavaliao (compreenso acerca do
desenvolvimento do prprio processo de aprendizagem), ser automotivado (manter a motivao
entre pares e consigo mesmo, sendo um facilitador dos processos. Ser capaz de lidar com as
prprias dificuldades), fazer reflexo (abstrao para refletir e analisar criticamente situaes,
atividades e modos de agir), ter organizao (ordenao, estruturao e sistematizao de
atividades, materiais e grupos), planejamento (estabelecimento de prioridades, metas e
objetivos), ter presencialidade virtual (presena no ambiente virtual atravs da interao com os
colegas e da realizao das atividades), ser flexvel (lidar com diferentes necessidades,
examinando e interpretando as possibilidades de aes, bem como mudanas de opinio e
atitudes), e saber trabalhar em equipe.
Portanto, tudo isso requer atitudes que deem conta dessa mudana, do paradigma do
ensino tradicional para o da educao a distncia, sendo o aluno um sujeito ativo no seu processo
de aprendizagem, participando das discusses, refletindo, dando opinies e questionando. Seu
desenvolvimento depende de suas vivncias e experincias, pois, enquanto profissional, se
deparar com questes complexas, sobre as quais necessitar realizar uma reflexo mais
elaborada, partindo de seus conhecimentos, atitudes e habilidades (BEHAR e SILVA, 2012).
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3 CONCLUSO
A educao a distncia, como j enunciada anteriormente, considerada uma tima
alternativa para diminuir os custos e expandir o ensino, sobretudo no nvel superior, isso porque
as mudanas resultantes da introduo das novas tecnologias de informao e comunicao
trouxeram novas possibilidades e novos desafios para alunos, professores e instituies que
trabalham com a educao. Por isso, o presente artigo objetivou refletir sobre essa modalidade
sob uma perspectiva terica, traando algumas consideraes sobre sua evoluo, normatizao,
teorias de embasamento, mediao e os principais atores envolvidos.
A EaD mantm uma separao fsica entre os seus principais protagonistas, professor e
aluno, que so mediados pelas tecnologias de informao e comunicao sendo o seu processo
de ensino-aprendizagem baseado no modelo construtivista, em que o aluno um sujeito
autnomo e responsvel pela construo do seu conhecimento. Nisso, Reis (2008), destaca o
papel do tutor como elemento mediador entre os atores e o contedo didtico, sendo ele,
tambm, o fomentador do processo dialgico que busca dar um sentido de presencialidade e
afetividade nas relaes de ensino que se realizam atravs das tecnologias digitais dentro dos
ambientes virtuais de aprendizagem.
A legislao abrangente e um instrumento necessrio para a efetivao da educao a
distncia e quebra dos preconceitos na EaD, contudo, a avaliao um ponto polmico e
combatido por muitos pensadores da educao, uma vez que ainda est baseada no modelo
tradicional, como nas teorias de aprendizagem que se baseiam nos modelos clssicos, uma vez
que no campo da educao a distncia ainda no se tem uma teoria prpria para fundamentar sua
prtica, embora j existam alguns avanos tericos, com constructos inovadores.
Esse modelo educacional, segundo Alliprandini et al. (2014), requer que o aluno se torne
um sujeito ativo do processo, que busque adquirir os conhecimentos necessrios para aprender,
que saiba pensar criticamente, que incorpore a responsabilidade por sua aprendizagem, que
controle seus prprios processos de aprendizagem, ou seja, que saiba aprender a aprender.
Contudo, para Abreu-e-Lima e Alves (2011), faz-se necessrio que o estudante se sinta ouvido,
amparado e motivado a participar do processo de ensino-aprendizagem.
Essa nova concepo j faz parte da realidade de muitos profissionais que necessitam de
capacitao para permanecerem no mercado de trabalho, bem como para inmeros estudantes
que a utiliza para auxiliar em educao formal (REIS, 2008). importante lembrar que essa
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Resumo
Este trabalho tem por objetivo entender a importncia do ensino de Educao Ambiental e sua
aplicabilidade nas escolas da cidade de Porto Velho, em especial na Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Mdio Manaus EEEFM Manaus. A metodologia aplicada a fenomenolgica e
a observao participativa, coleta de dados por meio de entrevistas e a aplicao de questionrios
fechados com alunos e professores da EEEFM Manaus. Essa escola j contempla em seu Projeto
Poltico Pedaggico o ensino de Educao Ambiental, inclusive j foi instaurada a Com-Vida
Comisso de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola, com a participao de vrios
alunos com atividades de conscientizao e de preservao do meio ambiente partindo de seu
prprio lar, de sua rua e, por conseguinte de sua cidade, neste caso Porto Velho, por tanto um
timo laboratrio para se entender como esto sendo ministradas as aulas e qual a importncia
dada pelos alunos e professores em suas disciplinas. Com as aes vistas at o momento, mesmo
com todas as dificuldades, na EEEFM Manaus a finalidade o respeito vida.
Palavras-chave: Educao Ambiental, tica, Conscientizao.
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INTRODUO
Este artigo tentar analisar como esto sendo ministradas as aulas de Educao
Ambiental (EA) sua aceitao e sua aplicabilidade numa escola estadual de ensino
fundamental e mdio em Porto Velho RO, a Escola Manaus EEEFM. Manaus.
A partir do momento em que dizemos que disponibilizarmos os Recursos Naturais
afirmamos que tais recursos esto prontos para serem explorados, transformados beneficiados
para nosso uso com diversas utilizaes, alimentos, moveis vesturios etc. Essa transformao ou
utilizao desses recursos naturais so feitas desordenadamente, causando danos ao meio
ambiente. H diversos exemplos de explorao dos recursos naturais que degradam o meio
ambiente deixando prejuzos para as futuras geraes.
O mundo vem enfrentando problemas para um desenvolvimento sustentvel, causam
danos ao meio ambiente entre eles esto: as queimadas criminosas, a extrao de minrios, os
desmatamentos sem controle, os lixes a cu aberto, a poluio dos rios, do mar, do ar, para
mudarmos essa realidade necessrio uma sociedade consciente e esclarecida e de acordo
Oliveira (2007) Partimos do princpio de que ter clareza sobre um problema amplia as
possibilidades de pensar solues para enfrent-lo!(OLIVEIRA, 2007, p. 106)
Portanto a necessidade da implantao e implementao de Educao Ambiental EA,
em todas as escolas em todos os nveis, do fundamental ao acadmico. Fazendo se a
conscientizao da importncia do meio ambiente j na tenra idade poderemos no mudar
completamente as causas dos desastres ecolgicos, mas, pelo menos amenizar os efeitos desse
fenmeno.
O tema meio ambiente necessita chamar mais a ateno dos jovens em especial as
crianas nos seus primeiros anos de ensino. Para que j nessa faixa de aprendizado possam
mudar o modo, a viso de como est sendo tratado esse assunto de tamanha importncia, em sua
escola em sua casa, na sua rua em seu bairro em fim na sua comunidade. De acordo com
Timothy (2007) a educao ambiental vai alm da escola:
A educao ambiental oferece a possibilidade de desenvolver projetos que no somente
envolvam e integrem a comunidade escolar, de todas as faixas etrias, mas que tambm
possibilitem a construo de uma ponte, s vezes to frgil, entre escola e comunidade,
entre escola e realidade ambiental local e entre escola e vida (Timothy, 2007, 235).
Sendo as crianas e os jovens o futuro da humanidade nada mais justo do que orient-los
para que cuidem bem desse planeta comeando pela sua prpria escola. Para tanto a ao e a
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implementao da Educao Ambiental nas escolas, como se diz nos movimentos sociais jovens:
jovens entendem jovens e jovens ensinam aos jovens no que seja eles os principais
responsveis pelo planeta, mas so mais fceis de compreender e repassar para seus familiares e
fazerem mudar essa realidade, a de poluir o seu espao de convivncia.
E para que haja mesmo mudana, temos que conhecer os problemas como afirma Hayde
(2007) Partimos do princpio de que ter clareza sobre um problema amplia as possibilidades de
pensar solues para enfrent-lo! esse passo a EEEFM. Manaus j est dando, quando faz essa
orientao no sentido de dar opes de compensao para a utilizao dos recursos naturais que
passam pela simples ao de retirar, dar destino, transformar ou reutilizar lixo jogado a esmo.
Essas aes tero que ser implementadas na sociedade pela populao principalmente pelas
crianas, jovens e adultos tendo se como meio de conscientizao a Educao Ambiental.
A reutilizao dos materiais de construo, que abrange desde tijolos e pisos quebrados,
madeira a ferros retorcidos so exemplos de como evitar a retirada de matria prima da natureza,
pois esse material ser til para construo de casas e ou aterros.
O reaproveitamento do bagao de cana de acar e do p de serra usado nas caldeiras das
usinas d um retorno financeiro considervel ao caixa das usinas que se beneficiam dessa
reutilizao, bem como a natureza agradece por no receber mais uma carga de poluio causada
pelo leo diesel ou bpf, derivados do petrleo, utilizado normalmente nas caldeiras em geral. Da
mesma forma que o destino dado aos pneus usados na fabricao de moveis, sapatos, sandlias,
asfaltos e outras produtos reutilizveis.
Esse processo de orientao e conscientizao s ter resultados positivo se houver um
engajamento da escola, professores, alunos e a comunidade do entorno, onde a prpria
comunidade ser o laboratrio para pesquisa e aplicabilidade dos ensinamentos tericos, em
outras palavras, a comunidade no entorno da escola ser o local inicial da prtica da proteo do
meio ambiente.
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alunos de a escola manter a sala de aula limpa. feito uma avaliao das salas de aula no final
dos turnos todos os dias e no final de um perodo as salas so julgadas e so devidamente
premiadas, vale salientar que com a implantao desse projeto basicamente acabaram se as
pichaes em toda a escola, a ltima vez que a escola foi pintada data de 2013. Outro fato
importante observado que a turma pioneira, idealizadora do projeto sala limpa no so mais
alunos da EEEFM Manaus, porm criou se um vnculo forte entre esses ex-alunos e a escola a
ponto daqueles virem ajudar na continuidade do projeto criado por eles. Tendo em vista que as
turmas novas no tinha essa vivencias de conscientizao da proteo do meio ambiente ainda.
Outro projeto tambm em andamento na escola a revitalizao da horta, onde h a
participao de vrios alunos da escola e o apoio da Com-vida (Comisso de meio ambiente e
qualidade de vida) e do projeto do Governo Federal Mais Educao, que fornece uma orientao
e acompanhamento nas oficinas, bem como o PIBID, sendo essa ao coordenada pela
Professora especialista Alemmar Ferreira Fonseca e equipe. A horta j existia, porm no foi
possvel a sua continuidade devido a vrios problemas estruturais. H pouco tempo com a
entrada do PIBID na escola deu-se nfase a essa revitalizao da horta de grande importncia
para o ensino e aprendizado no tocante a Educao Ambiental, nas palavras de Oliveira (2007)
esses projetos aguam os jovens para novos caminhos, pois os alunos veem a teoria e a prtica na
preservao do meio ambiente.
Quando projetos dessa natureza so implementados na escola, ainda que por um
pequeno grupo de professores, abre-se um caminho para pensar a insero da dimenso
ambiental na escola! A sistematizao de experincias desse tipo pode permitir uma
avaliao crtica e a indicao de novos caminhos a percorrer ou trilhas a serem
novamente percorridas (OLIVEIRA, 2007, p. 111).
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A escola oportunizando aos alunos uma orientao crtica, tica e democrtica possibilitar
o surgimento no futuro de sujeitos crticos, conscientes e no apenas resmunges incoerentes,
seguindo nessa linha de aprendizado teremos cidados cientes de seus direitos, deveres e
conscientes ecologicamente.
A EEEFM Manaus est localizada prximo ao centro da capital, bairro Mato Grosso, se
depara com uma realidade social complexa, pois pode-se considerar o bairro Mato Grosso uma
periferia social devido ao quadro social em que est inserido, sendo visvel a vulnerabilidade
social na regio, o prprio PPP da escola evidencia tal situao em seu arredor quando relata na
pgina 6 : A insegurana, violncia, marginalizao, excluso, a falta de tica, a carncia de
uma reflexo crtica e a crise dos valores so algumas tenses do cotidiano (PROJETO
POLTICO PEDAGGICO, 2014, p. 6). O trecho citado do PPP relata a realidade social em se
encontra a escola e os desafios que tem pela frente.
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3 METODOLOGIA
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Foram realizados debates, estudo de texto e com algumas oficinas de materiais reciclveis
no PIBID para podermos repassar aos alunos o que foi absorvido, confeccionamos brinquedos
com garrafas pets de fcil manuseio, foi repassado aos alunos ideias de como podemos reutilizar
matrias que iriam para no lixo, com isso a reduo de resduos slidos, palestras de
conscientizao ambiental de uma forma bem dinmica, que distraiam os alunos de uma forma
educativa.
Foram entrevistados 15 professoras e 10 alunos de faixa etria de 12 a 22 anos, sendo
estes participantes Com-Vidas no perodo matutino e o relato da professora responsvel pela
turma, buscando entender quais eram os mtodos de ensino e aprendizagem utilizados nesse
percurso e se eles estavam sendo satisfatrios.
A partir das observaes e entrevistas apresentam-se resultados dos mtodos, conceitos,
prticas e atitudes dos indivduos inseridos na comunidade escolar Manaus acerca da sua
percepo sobre educao ambiental. O uso do mtodo Fenolgico, Edmund Hussel (18591938), tem como finalidade investigar como a EA recebida pelos alunos e suas inter-relaes
na comunidade escolar e se possvel em seu bairro, observao participativa juntamente com
aplicao de questionrios e entrevistas focal com grupos de alunos e professores do ensino
fundamental e mdio no intuito de entender a dinmica, a metodologia e sua aplicabilidade da E
A na EEEFM Manaus.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Grficos dos questionrios feitos durante a pesquisa na EEEFM. Manaus
Para entender como esto sendo ministradas as aulas de Educao Ambiental na EEEFM.
Manaus e suas prticas foram feitos alguns questionrios, com os professores e alunos, abaixo
foram feitos alguns grficos para melhor compreenso.
Grfico 1- Relao dos Professores com a Educao Ambiental
Sim
40%
No
O grfico 1 demonstra que 60% dos professores no tm vnculos com a EA, nas
entrevistas feitas os que responderam o questionrio sempre ligavam a educao ambiental a
ecologia, talvez seja essa a explicao desse distanciamento, tambm alguns disseram no ter
tido cursos de formao sobre o tema para esclarec-los.
Outro questionamento foi disponibilidade dos docentes sobra atualizao a respeito da
educao ambiental.
Grfico 2- Atualizao a respeito da temtica ambiental
80%
20%
No
Sim
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O grfico 2 mostra bem esse quadro. de disponibilidade da temtica meio ambiente e seus
cuidados, onde 80% dos professores tem acesso ao tema por meio de revistas, noticirios e ou
jornais e livros diversos. No h, segundo eles, empenho da prpria SEDUC em fornecer ou
mesmo disponibilizar cursos de aperfeioamento em Educao Ambiental.
Tambm foi levantado como estava motivao dos professores em trabalharem a
problemtica na sala de aula
Grfico 3: Motivao dos Professores em trabalhar a educao ambiental
50%
No
Sim
No respondeu
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Foram realizadas entrevistas tambm com os alunos, foram poucos, mais se conseguiu
ouvir os discentes dos trs turnos, e todos demonstram conhecer o tema, e at sugeriam mais
atividades prticas e palestras abordando o assunto; segundo o aluno K.V .J do 3 ano do ensino
mdio: os professores deveriam discutir mais este assunto na sala de aula, falta palestras pois
quando questionado como via o meio ambiente fora da escola o mesmo: ...muito agressiva
como o desmatamento, e as pessoa esto fazendo mal uso do lixo.
Questionou-se o que viria a ser educao ambiental? : As respostas dadas foram:
- Acho que quando um professor chega na sala de aula, e no s passa textos e faz
prtica de como deve ser o meio ambiente (A 1);
- Terem cuidados em jogar lixo no local correto, seu mau uso prejudica a natureza e
compromete o futuro dos nossos filhos (A 2);
- Uma escola que realiza a reciclagem do lixo (A 3);
- No meu ponto de vista, o pessoal esto pegando terra, os grileiros, eles no tem
conhecimento sobre o uso do solo, como So Paulo, falta de gua por falta de cuidado,
poluio intensa (a 4)
- Uma escola que produza seu prprio alimento. Uma escola que usa energia solar para
reduzir gastos (A 5)
- Educar os alunos a no desmatar, jogar lixo na rua, no fazer queimadas (A 6)
As falas dos alunos representam como a maioria dos alunos v a educao ambiental
como um processo de cuidado com o lixo, e como tal deve ser entendida, como um processo que
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Essa prtica vem sendo feita na escola por meio da Com Vida e o apoio do PIBID
apesar de se perceber a falta de interao dos demais professores com a os programas
implantados na escola, ficando a cargo de uma nica professora em conduzir sozinha o projeto, e
quando afirmam no possuir relao com a educao ambiental, mostra a ausncia de
informaes suficientes sobre a temtica, bem como a atuao do Estado em promover cursos de
formao continuada.
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5 CONCLUSO
Aps as anlises dos dados encontrados no final da pesquisa na Escola de Ensino
Fundamental e Mdio Manaus, percebe-se que a Educao Ambiental encontra-se em fase inicial
de desenvolvimento. Nas entrevistas feitas com professores e alunos o ponto de referncia de
Meio Ambiente preservado a sala da Com-Vida e os projetos desenvolvidos pela professora
coordenadora do Projeto Interdisciplinar e a cooperao dada escola atravs do PIBID com
relao a maior participao envolvendo a temtica ambiental.
Apesar da EEEFM. Manaus contemplar em seu PPP a EA e da estrutura fsica da escola e
ainda contar com um quadro de professores em sua maioria com pelo menos uma ps-graduao,
no h interesse por parte da maioria do corpo docente em conscientizar nem desenvolver
atividades na rea de meio ambiente para melhorar o esclarecimento e a mudana de atitudes dos
alunos com para com o Meio Ambiente.
Por fazermos parte da Amaznia legal, temos obrigatoriamente de nos preocuparmos
veementemente com a preservao do nosso habitat, pois temos como exemplo a mata atlntica
que foi basicamente devastada em prol do desenvolvimento. O desenvolvimento inevitvel,
mas principalmente ns que habitamos a maior floresta do mundo sejamos consciente e
conscientizemos a todos de se fazer um desenvolvimento sustentvel. Nasce assim a necessidade
de mais e maior engajamento por parte de todos, direo, coordenao, professores, funcionrios
e alunos da escola
Portanto, a pesquisa conclui que h aplicabilidade da Educao Ambiental na EEEFM
Manaus, mas falta incentivo por parte da SEDUC em dar orientaes na rea ambiental em se
fazer a formao continuada voltada para o tema Meio Ambiente.
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REFERNCIAS
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RONDNIA. Escola de Ensino fundamental e Mdio M
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1 INTRODUO
O objetivo deste artigo apresentar o processo das atividades de conscientizao na
escola com trabalhos de educao ambiental, de sustentabilidade e emancipao ambiental
realizados na Escola de Ensino Fundamental e Mdio Manaus, localizada na Av. Salgado Filho,
404 - Mato Grosso, Porto Velho RO. Considerando os fatores sociais ocorridos em torno do
ambiente escolar como a criminalidade, distribuio de renda inadequada, escolaridade baixa, a
violncia domstica, a Escola Manaus aderiu o programa COM VIDA (Comisso de Meio
Ambiente e Qualidade de Vida).
Em parceria com o Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia
(PIBID/UNIR Subprojeto Educao Ambiental e Suas Relaes com os Direitos Humanos na
Escola Manaus) foi possvel desenvolver trabalhos de forma ldica e participativa, retirando do
meio ambiente materiais que podem ser reutilizados, como garrafas pets, caixas de leite, potes de
iogurte, rolinhos de papel higinico, CDs e outros, dando a estes um novo futuro, utilizando e
reutilizando os materiais de forma inteligente e sustentvel.
A educao emancipatria vem desenvolvendo-se progressivamente na escola, pois alm
de instigar os alunos a participar e envolverem-se nas aes ligadas a sustentabilidade,
proporcionam-se mudanas de comportamentos e estimula-se a cidadania por intermdio da
participao social. Assim, propiciam-se transformaes de uma realidade em relao aos
problemas ambientais, alm de envolver todos os alunos, professores e a comunidade escolar.
Para uma mudana efetiva da situao necessria a unio do governo, da sociedade e da escola.
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2 REFERENCIAL TERICO
A educao emancipatria uma educao voltada para libertao, na busca da formao
de seres crticos e seguros, capacitados para interceder democraticamente e eticamente no
mundo. Esta formao crtica reforada quando o indivduo tem acesso escola, ou o que
deveria ser feito, sem esquecer que o sujeito j tem seus conhecimentos prvios. Para uma
educao voltada para o desenvolvimento sustentvel necessrio o levantamento de
conhecimentos relacionados com o meio ambiente, a economia e a sociedade para que sejam
edificados conjuntamente.
As prticas pedaggicas foram orientadas tambm pelas reflexes de Paulo Freire. Para
ele, o trabalho docente uma troca de conhecimento. Ensinar, aprender e pesquisar fazem parte
do processo enfatizado em seu livro Pedagogia da autonomia. Na relao daquele que ensina
com aquele que aprende temos o encontro entre o saber cientfico e o senso comum, e essa
vivencia trazida pelo aluno deve ser complementada e transformada pelo professor, tambm
moldado por essa troca. A mudana surge da superao dessa dicotomia da superficialidade do
senso comum com o conhecimento do docente. O pensar certo no encontrado nos guias de
professores que iluminados intelectuais escrevem (...) mas, pelo contrrio, o pensar certo que
supera o ingnuo tem que ser produzido pelo prprio aprendiz em comunho com o professor
formador (FREIRE, 2002, p.21). Nesta troca o discurso terico deve se confundir a com a
prtica.
Nessa perspectiva o educador deve socializar os saberes que, segundo a viso Freiriana,
a relao daquele que ensina com aquele que aprende e constitui-se o encontro entre o saber
cientfico e o senso comum, e essa vivncia trazida pelo educando deve ser complementada e
transformada pelo professor, tambm moldado por essa troca em que:
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A conscientizao ambiental tem crescido cada vez mais, no seria diferente com a
insero da mesma em mbito escolar, o esforo para trazer informaes sobre energia
renovvel, reciclagem e outros tpicos pertinentes a abordagem deste assunto deixou de ser uma
utopia e comeou a se tornar realidade. Oliveira chama nossa ateno para essa educao
ambiental.
De que educao ambiental estamos falando? Estamos falando de uma educao
ambiental que no seja conteudstica, centrada na transmisso de informaes sobre o
meio ambiente; que no seja normativa, isto , aquela que procura ditar regras de
comportamentos a serem seguidos, sem rever os valores nem refletir sobre nossa ao
no mundo (OLIVEIRA, 2007, p. 106).
As metas traadas no esto to distantes da prtica, mas no podemos afirmar que isto
afeta o macro de forma significativa, so apenas teorias aplicadas, por trs da mesma existe um
jogo de conflitos polticos, em que o capitalismo o grande fio condutor, e muitos autores
defendem a quebra do capitalismo atravs do consumo responsvel:
No momento em que reconhecermos a existncia de um sistema de valores mais amplo,
distante das motivaes individuais e competitivas inspiradas pelo desejo provocado por
agentes como marketing e a publicidade, podemos exercer outra dimenso
profundamente humana: a da responsabilidade. Enquanto o apelo ao consumismo
fragmenta as decises ao torn-las meramente individuais, assumir a responsabilidade
social e ambiental potencializa a iniciativa de cada pessoa em seu esforo comunitrio
(TRAJBER, 2007, p. 144 145).
O desafio proposto para a educao ambiental compor uma concepo crtica que
aponte para a descoberta conjunta de qualidade de vida para as pessoas e, ao mesmo
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tempo, cuidar do nosso pequeno planeta. Essa concepo no apenas uma posio
ingnua de respeito natureza, mas est apta a investir na atual crise de valores a partir
do meio ambiente. Ela prope a formulao de novos valores na construo de
sociedades, que sai do campo nico da economia e envolve a sustentabilidade social,
ambiental, poltica e, principalmente, tica (p. 144).
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3 METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa est relacionada ao contexto do programa interdisciplinar
PIBID/UNIR (Subprojeto Educao Ambiental e Suas Relaes com os Direitos Humanos na
Escola Manaus) em uma perspectiva fenomenolgica em que o meio ambiente examinado
considerando situaes vivenciadas no cotidiano, estimulando outro modo de ver o mundo.
Entrevistas foram realizadas na Escola Manaus, em maro de 2015, com os alunos do
perodo da manh das sries do segundo ano e da telessala B, totalizando vinte e trs alunos
entrevistados. Levaram-se questionamentos sobre as condies em que se encontrava a escola.
As perguntas estavam relacionadas com os problemas existentes na escola, o que poderia ser
feito para melhorar, qual a escola dos seus sonhos, quais situaes so mais frequentes em suas
comunidades, o que poderia ser feito para melhorar, quais os problemas ambientais enfrentados
atualmente, tanto na sua escola como no mundo, o que cada um poderia fazer para ajudar o
planeta.
Solicitou-se que cada um dos entrevistados presentes desenhassem no papel a escola, a
comunidade e o planeta que almejavam ter. Tudo isso, a fim de compreender como o Programa
PIBID poderia atuar com a sustentabilidade em suas vidas.
Do Perodo de Maro at outubro de 2015, foram realizadas oficinas com materiais
reutilizveis (garrafas pet, tapas de garrafas pet, potinhos de iogurte, rolinhos de papel higinico,
caixas de leite, revistas usadas, colheres descartveis, CDs usados etc), produo de poemas,
palestras, filmes e atividades ldicas com os alunos da Escola Manaus das sries fundamental e
mdio no perodo da manh, levando em considerao tambm as datas comemorativas do ano
em educao ambiental como, por exemplo: Dia da Terra, Dia da Conservao do Solo, Dia da
Educao, Semana do Meio Ambiente, Dia Internacional da Qualidade do Ar, Dia da Amaznia,
Dia da Natureza. Seguiu-se um cronograma do plano de ao estabelecido no comeo do ano
letivo, que resultou em produes textuais e discusses desta pesquisa.
A adoo de prticas sustentveis na vida de cada indivduo um fator decisivo para
possibilitar a sobrevivncia da raa humana e a disponibilidade dos recursos naturais. Para o
fundamento das atividades com os alunos, foram levantadas questes do convvio dos alunos, da
realidade ambiental no Pas e no Mundo, utilizando como referencial terico Paulo Freire
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4 - RESULTADOS E DISCUSSES
As aulas do PIBID/UNIR foram ministradas a partir das respostas da entrevista feita aos
vinte e trs alunos da manh da Escola Manaus. Foi possvel concluir que os alunos desejam uma
escola limpa, sem a presena da violncia, com segurana pblica e no com cmeras no lugar
de vigias, assim diminuem-se os vandalismos causados nas dependncias da escola, atividades
que promovam o esporte e o lazer, dentre outras. Houve o relato de um aluno que disse: Meu
sonho uma comunidade sem marginalidade, acredito que se no ocorresse esse tipo de coisa em
minha comunidade, todos seriam mais felizes. Pode-se notar a preocupao destes alunos com
seus futuros. Suas respostas em relao ao mundo atual: os problemas que o mundo passa hoje
o desperdcio de gua, acumulo de lixo, e a falta de conscincia e a no preservao das
florestas. As respostas dadas pela grande maioria dos alunos em relao ao que eles poderiam
fazer para mudar esta realidade foram: economizar gua e energia, tomar os devidos cuidados
com o lixo, reciclar, no cortar rvores, preservar as florestas, ter atitudes diariamente de no
jogar lixo na rua, nem na sala de aula e em lugar algum. Essas so atitudes que devemos e
podemos ter para melhorar o ambiente em que vivemos.
Pelas respostas dadas nas entrevistas foi possvel notar que os alunos no estavam
satisfeitos com as situaes ocorridas na escola, o que eles acabaram por reverter no papel em
desenhos felizes. Muitos desejavam que a marginalidade de seu bairro deixasse de existir, outros
uma boa casa para morar e uma escola fisicamente limpa e bem cuidada. Saram desenhos de
castelo, escola bem estruturada, alguns fizeram desenhos de florestas, animais, teve at
dinossauro.
Dos relatos obtidos criaram-se estratgias pedaggicas para levar aos alunos a esperana
de uma escola, uma comunidade e um mundo melhor. Mostrou-se a cada um, que escolha estava
em suas mos, procurando sempre preservar aquilo que lhe foi concedido e fazendo bom uso da
gua, da energia, do solo, do ar, das plantas, dos animais etc.
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As oficinas reforaram ainda mais todos os contedos discutidos em sala, para que na
prtica os alunos vissem que possvel reduzir, reciclar e reutilizar os materiais ditos
descartveis.
De uma forma simples, podemos afirmar que garantir a sustentabilidade de um projeto
no matria fcil, ainda mais quando se vive em uma regio beneficiada chamada Amaznia,
nunca, em tempo algum, ouviu-se falar tanto no conceito de sustentabilidade como agora, porm,
a populao no tem acesso a informaes para compreender e transformar positivamente o seu
meio. Por este motivo, a Escola Manaus juntamente com seu corpo docente, discente e apoio da
COM-VIDA e PIBID/UNIR vem criando atitudes pessoais para reciclagem de resduos slidos.
Esta ao gera a diminuio da quantidade de lixo no solo e possibilita a diminuio da retirada
de recursos minerais do solo, principalmente por estarmos em uma regio detentora do maior
nmero de florestas do mundo.
Figura 1 Mural das Atividades, Aes na Escola Manaus
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5 CONCLUSES
O desenvolvimento do programa COM-VIDA somado ao programa PIBID/UNIR na
escola Manaus, tem possibilitado e estimulado a construo de um pensar mais crtico em
relao aos acontecimentos cotidianos da Amaznia de forma sustentvel.
Seguindo estes parmetros, possvel garantir a nossa comunidade escolar e ao nosso
planeta o um ambiente equilibrado e harmonioso.
Observou-se que a COM-VIDA da escola juntamente com o PIBID/UNIR transmitem um
aprendizado focado na educao sustentvel gerando cidados preocupados com os problemas
ambientais e com suas devidas solues. Definindo sempre a importncia da sustentabilidade na
escola e como ela interfere na formao dos alunos, seja no ensino infantil at chegar
faculdade. Por meio da interdisciplinaridade desenvolveram-se prticas ambientais com sucesso,
resultantes de um projeto Terico/Prtico em Educao ambiental, para que seja possvel
estabelecer uma sociedade mais justa e igualitria para todos.
Alm de uma postura tica, a COM-VIDA possibilitou a muitos alunos uma melhora no
convvio social dentro da escola, melhorando a dedicao dos alunos escola e ao planeta com
um todo. Contudo pretendeu-se a partir das atividades realizadas na Escola Manaus de transmitir
a sustentabilidade de forma tica e educativa, atravs da conscientizao e sensibilizao dos
alunos, utilizando o ldico como uma ferramenta pedaggica, tornando mais simples obter o
conhecimento necessrio para que as mudanas aconteam no s na escola, mas tambm, fora
dela, e que a partir de ento seja estabelecido outro modo de agir e pensar em relao ao nosso
planeta e nossa Amaznia.
Conclui-se que a educao ambiental para a sustentabilidade, est sempre atrelada ao
mtodo interdisciplinar, proporcionado aos educadores e educandos a construo de um motor de
transformao e libertao pedaggica.
O momento desafiador para trabalhos diferenciados na escola porque h um grande
obstculo: a racionalidade de ensino que no articula os conhecimentos e compartimenta as
disciplinas. Outras realidades, outras prticas sociais so menosprezadas por essa concepo.
Conhecimentos alternativos so invisveis para que modelos hegemnicos possam ser mantidos.
Compreender as diferenas de percepes representadas pelos alunos, trazer outras para o debate
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1 INTRODUO
O excesso de peso (sobrepeso e obesidade) em crianas e adolescentes considerado um
problema de sade pblica em muitos pases, independentemente do seu nvel de
desenvolvimento (HUANG, QI, 2014).
alimentao inadequado podem contribuir para o aumento excesso de peso entre adolescentes,
sendo um fator de risco de associado a doenas como problemas respiratrios, diabetes mellitus,
hipertenso arterial e dislipidemias, sendo responsveis por uma grande parcela dos gastos em
sade pblica (WOROBEY, 2014).
No Brasil, dados de levantamentos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
Estatstica mostraram que a parcela dos meninos de 10 a 19 anos de idade com excesso de peso
passou de 3,7% (1974-75) para 21,7% (2008-09). Entre as meninas, no mesmo perodo, o
crescimento do excesso de peso foi de 7,6% para 19,4%. Esses resultados so similares aos que
tm sido descritos em estudos com adolescentes de diversos pases (REGO, CHIARA, 2006).
A distribuio do excesso de peso de acordo com a renda familiar, no Brasil, bem como
na maioria dos pases em desenvolvimento, se contrapem quelas observadas em pases
desenvolvidos. A prevalncia nacional parece ser maior na populao mais favorecida
economicamente, ao contrrio do que ocorre nos pases desenvolvidos onde a grande maioria das
crianas com sobrepeso ou obesas pertence a famlias de classe socioeconmica baixa (WEIL et
al., 2010).
A adolescncia representa um perodo crtico em relao ao excesso de peso corporal,
devido ao rpido crescimento linear, alteraes hormonais, cognitivas e emocionais, que podem
influenciar a quantidade de gordura corporal. Adolescentes que apresentam excesso de peso
tendem a ser adultos obesos. Desse modo, a avaliao do estado nutricional de adolescentes tem
sido recomendada, permitindo identificar os subgrupos com maior frequncia de exposio a
esse desfecho, que podero ser alvo de intervenes para avaliao dos nveis de sade da
populao jovem (BECK et al., 2011)
Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi investigar o excesso de peso em escolares do
ensino fundamental e mdio da rede pblica e particular da cidade de Porto Velho, RO.
2 REFERENCIAL TERICO
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esto em maior risco de se tornarem adultos obesos. As consequncias de uma obesidade infantil
esto associadas a uma maior chance de morte e incapacidade prematura na idade adulta. Alm
de aumento de risco futuro, as crianas obesas tm dificuldades de respirao, aumento do risco
de fraturas, hipertenso, marcadores precoces de doena cardiovascular, resistncia insulina e
efeitos psicolgicos WHO (2010). Outros riscos so mencionados como: excesso de adiposidade
que pode trazer a puberdade prematura, nas meninas, parece estar associado com um risco maior
de problemas psicolgicos, comportamentos de risco, e at mesmo cncer de mama futuro e
durante a transio da puberdade pode tambm promover o desenvolvimento da sndrome dos
ovrios policsticos na adolescncia (GOLUB et al., 2008).
A obesidade infantil tem alcanado propores epidmica. De acordo, com a Pesquisa de
Oramentos Familiares - POF, 2008-2009 (IBGE, 2010) realizadas no Brasil, as estimativas dos
indicadores do estado nutricional est dividida em crianas menores de 5 anos, crianas de 5 a 9
anos, adolescentes de 10 a 19 anos e adultos de 20 anos ou mais. A prevalncia de excesso de
peso em adolescentes oscilou, nos dois sexos, de 16% a 19% nas Regies Norte e Nordeste
(cerca de cinco vezes a prevalncia do dficit de peso) e de 20% a 27% nas Regies Sudeste e
Centro-Oeste (cerca de sete a dez vezes a prevalncia do dficit de peso). Nos dois sexos, o
excesso de peso tendeu a ser mais frequente no meio urbano do que no meio rural, em particular
nas Regies Norte e Nordeste (IBGE, 2010).
Em estudo realizado no Nordeste do Brasil, com crianas (faixa etria 5 a 9 anos) a
prevalncia de sobrepeso foi de 9,3% e 4,4% com obesidade, sendo esta prevalncia de
obesidade maior em crianas matriculadas nas escolas privadas 7% e na rede pblica 2,7%
(OLIVEIRA et al., 2007). Observa-se na Pesquisa de Oramentos Familiares - POF 2008-2009
(IBGE, 2010), um aumento importante no nmero de crianas acima do peso no pas,
principalmente na faixa etria entre 5 a 9 anos de idade. O nmero de meninos acima do peso
mais que dobrou entre 1989 e 2009, passando de 15% para 34,8%, respectivamente.
J o nmero de obesos teve um aumento de mais de 300% nesse mesmo grupo etrio,
indo de 4,1% em 1989 para 16,6% em 2008 - 2009 (ABESO, 2011).
Este aumento marcante na prevalncia da obesidade na infncia e na adolescncia bem
documentada em estudos realizados por Solorzano e McCartney (2010) ao documentarem que
em 1960 estimava-se uma porcentagem de 4,2% de obesos na faixa etria de 6 aos 11 anos de
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idade e 4,6% dos 12 aos 19 anos de idade no EUA e que no perodo de 2007 e 2008 estas
estimativas aumentaram para 19,6% e 18,1%, respectivamente. Na Sucia, observa-se tambm
que 15% das crianas com idade de 4 anos apresentavam sobrepeso e 3% obesidade (MANGRIO
et al., 2010). Em um estudo realizado nas escolas com crianas suecas, incluindo 4538 crianas
com idade entre 7 a 9 anos, foi encontrado uma prevalncia de 16,6% de sobrepeso e 3% de
obesidade, sendo essa mais prevalente nas meninas (MORAEUS et al., 2011).
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3 METODOLOGIA
Estudo de base escolar com 67771, sendo rede pblica 55021 e particular 12750
escolares, com incio da coleta de agosto de 2013 a julho de 2015.
O clculo do tamanho da amostra baseou-se em uma prevalncia de 50% de excesso de
peso, erro amostral de dois pontos percentuais com Intervalo de confiana (IC) 95%, resultando
em 2301 estudantes das escolas pblicas e 2020 nas escolas particulares. Adicionou-se previso
de no resposta de 10%, totalizando 2540 e 2222 escolares. O processo de seleo dos escolares
ocorreu em dois estgios: inicialmente realizou-se uma amostragem estratificada proporcional ao
nmero de estudantes de cada escola, e depois efetuou-se uma amostragem aleatria dentro de
cada escola. Esse processo amostral permitiu que cada escolar tivesse probabilidade igual de ser
sorteado.
O procedimento para aplicao do questionrio foi em sala de aula com a presena dos
pesquisadores, e do professor de sala que o auxiliou. O questionrio impresso foi lido e
explicado pelo entrevistador, e, no decorrer do seu preenchimento, as dvidas foram sendo
sanadas.
O questionrio utilizado para obteno dos dados relativos s variveis foi uma verso
traduzida, auto-administrada e previamente testada do Global School-based Student Health
Survey (GSHS), proposto pela Organizao Mundial da Sade (OMS), disponvel para consulta
no seguinte endereo eletrnico www.who.int/chp/gshs/en. Com base nas medidas de peso e
estatura corporal, determinou-se o ndice de Massa Corporal (IMC) dos estudantes. A
classificao do estado nutricional dos adolescentes, a partir do IMC, teve como base critrios
propostos pela Center for Health Statistics in collaboration with the National Center for Chronic
Diseas Prevention and Health Promotion(CDC). O ponto de corte adotado foi: zIMC 1,0 com
excesso de peso(sobrepeso+obesidade).
As variveis independentes foram sexo, idade (anos/meses), sries (anos), frequncia as
aulas de educao fsica (frequenta e no frequenta), locomoo para escola (nibus, carro, moto,
bicicleta e caminhada), jogos (ativo e passivo), uso da internet (entretenimento e pesquisa
escolar), horas televiso e computador ( 2 horas e > 2 horas), refeies ( 3 horas e > 3 horas),
frutas, verduras, lanches, fast food, doces, carnes, arroz, feijo, leite e derivados (consumir
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diariamente = mnimo e igual a trs vezes por semana, consumir raramente menos de trs vezes
por semana).
Os dados foram analisados no Statistical Package for Social Sciences - SPSS, verso
17,0, com um nvel de significncia de 5%. O teste do Qui-quadrado e Teste Exato de Fisher's
para verificar as associaes entre as variveis de exposio e a presena de excesso de peso. Foi
utilizado odds ratio (OR) bruto e intervalo de confiana (IC95%) para verificar as chances com
maior e menor risco de excesso de peso pelo zIMC. O nvel de significncia utilizados foi de 5%.
A coleta de dados foi realizada mediante a autorizao das direes das escolas, pais e
alunos, por meio da assinatura do termo de consentimento livre esclarecido e do termo de
assentimento livre e esclarecido para os alunos acima de 12 anos de idade. O estudo foi aprovado
pelo Comit de tica em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Rondnia
(UNIR) (Certificado de Apresentao para Apreciao tica - CAAE n. 14190113.30000.5300,
parecer n. 431.027).
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
No total, foram avaliados 4762 escolares na faixa etria de 9 a 18 anos de ambos os sexos
das escolas pblicas e particulares da cidade de Porto Velho, RO.
Tabela 1 - Prevalncia geral de obesidade na cidade de Porto Velho, RO, 2013-2015. n=4762
Diagnstico geral
Peso estvel
Sobrepeso
Obesos
Excesso de peso
3448
943
371
1314
72,4
19,8
7,8
27,6
Tabela 2 - Prevalncia de excesso de peso nas escolas pblicas e particulares por grau de ensino na cidade de Porto
Velho, RO, 2013-2104.
n
%
Escolas Pblicas
Fundamental
sd
sd
Peso estvel
3500
73,5
Excesso de peso
1262
26,5
Mdio
sd
sd
Peso estvel
3652
76,7
Excesso de peso
1110
23,3
Escolas Particulares
sd
sd
Fundamental
sd
sd
Peso estvel
3110
65,3
Excesso de peso
1652
34,7
Mdio
sd
sd
Peso estvel
3481
73,1
Excesso de peso
1281
26,9
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Quanto s variveis comportamentais (Tabela 3), apenas participa das aulas de educao
fsica, uso da internet e horas frente ao computador associou-se (positivamente) com o excesso
de peso em escolares (OR = 1,64; IC95% 1,48 - 1,81), (OR = 1,25; IC95% 1,09 - 1,57) e (OR =
1,10; IC95% 1,02 - 1,21), ou seja, quem frequenta as aulas de educao fsica tem 1,64 vezes
mais chance de no ter risco de excesso de peso de quem no frequenta, utilizar mais a internet
para o entretenimento tem 1,25 vezes mais chance de ter excesso de peso, e quem permanece
menos de 2 horas frente ao computador tem 1,10 vezes menos chance de ter excesso de peso
de quem permanece mais de 2 horas.
Os resultados apresentados na Tabela 4 mostram que entre as variveis de consumo
alimentar esteve associada ao excesso de peso as refeies, frutas/verduras, lanches/fast food,
doces, arroz/feijo e leite/derivados. Ou seja , quem faz 3 refeies dirias tm cerca de 1,64
vezes mais chance de no ter excesso de peso do que os que fazem mais de trs refeies dirias.
Os que consume frutas e verduras tem cerca de 1,19 vezes mais chance de no ter excesso de
peso do que os escolares que no consume diariamente. Quem consume raramente lanches, fast
food e doces tm cerca de 1,08 e 1,37 vezes menos chance de no ter risco de excesso de peso e
consumir diariamente feijo e arroz tm cerca de 1,11 vezes mais chance de no ter risco de
excesso de peso. Consumir raramente leite e derivados tm cerca de 2,91 vezes mais chance de
no ter risco de excesso de peso dos que consumem diariamente.
A varivel sexo no mostrou diferena significativa entre ambos, mostrando que
independente do sexo, tanto meninos e meninas so similares em relao ao excesso de peso.
Em relao prevalncia de excesso de peso, os resultados do presente estudo indicaram
que ela foi elevada e prxima da que tem sido descrita em outras investigaes. Fernandes et al.
(2009) encontraram em Presidente Prudente (SP) uma prevalncia de excesso de peso em
adolescentes de 28,6%. Brasil et al. (2007), avaliando 1.927 estudantes de Natal (RN),
encontraram 33,6% de excesso de gordura. Estudos internacionais conduzidos em pases de
econmia emergente mostraram prevalncia similar com o presente estudo, como observado na
ndia (KOTIAN et al., 2010), onde a prevalncia de excesso de peso ficou entorno de 29,3%, e
em pases desenvolvidos acima de 30%.
Os dados norte americanos mais recentes, relatados por Catenacci et al. (2009), apontam
para uma prevalncia de excesso de peso entre crianas e adolescentes acima de 35,1%,
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utilizando a mesma definio de sobrepeso e obesidade adotada no presente estudo (zIMC igual
ou superior percentil 85 ou +1 DP, para idade e sexo).
O resultado encontrado de 27,6% de risco de excesso de peso foi bastante interessante,
por que observa-se que nas escolas pblicas veem aumento e se aproximando do entorno de 20 a
30% das escolas particulares. Estudos realizados em escolas pblicas foram encontradas
prevalncias na regio sul entorno de 29,8 - 37,6% (VIEIRA et al., 2008; SAES et al., 2014),
nordeste 20,8% (PONTE et al., 2013), sudeste 32,1% - 40% (FERNANDES et al., 2009) e centro
- oeste 25% (ARAJO et al., 2007), os autores acreditam que os alunos da rede pblica esto j
se tornando sensveis ao comportamento sedentrio, diminuio dos nveis de atividade fsica e
influenciados pelo uso de aparelhos eletrnicos (celulares, videogames, computadores),
deslocamentos em carro, consumo de alimentos industrializados, aumento dos ndices de
violncia urbana, dentre outros, como ocorre com os alunos de escolas privadas (SUE et al.,
2007; VIEIRA et al., 2008).
No Brasil, a prevalncia de sobrepeso entre crianas e adolescentes aumentou de 4,1 para
13,9% entre 1974 e 1997 (SOUZA et al., 2010). Dados mais recentes, oriundos das Pesquisas de
Oramentos Familiares (POF) de 2002/20003 e 2008/2009, mostraram que a prevalncia do
excesso de gordura na adolescncia (dez a 19 anos) aumentou de 16,6 para 21,7% nos meninos e
de 15,1 para 19,4% nas meninas (BENEDET et al., 2013). Talvez este achados associado a
transio nutricional seja um indicador do aumento do risco de excesso de peso nas escolas
pblicas.
No presente estudo (Tabela 3), foi evidenciado associao significativa com frequncia
nas aulas de educao fsica, uso da internet e horas frente ao computador. A frequncia semanal
de participao nas aulas de educao fsica foi um fator que se manteve associado ao risco de
excesso de peso. Foi verificado de quem frequenta as aulas de educao fsica tem uma chance
1,64 de no ter risco de excesso de peso em relao a quem no frequenta, sendo um fator de
proteo para o controle do peso corporal. A literatura especializada tem sugerido que as aulas
de educao fsica tm um grande potencial de promoo de conhecimentos e atitudes positivas
em relao sade (OMS, 2010).
Segundo a OMS (2010), a promoo e a manuteno da sade exigem os nveis mnimos
de atividade fsica, para crianas e jovens (5 a 18 anos), de 60 minutos de atividade moderada a
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vigorosa por dia. Pouca prtica moderada e nenhuma vigorosa resultado da substituio de
atividades que necessitam um maior gasto energtico por atividades com carter sedentrio
(ARAJO et al., 2007). Mesmo os alunos participando das aulas de educao fsica, eles se
encontram acima do peso, os fatores que podem estar contribuindo so os componentes da
atividade fsica como: baixa frequncia, intensidade e durao (conhecidas na escola como aulas
germinadas, ou seja apenas uma vez por semana com durao de 50 minutos e intensidade leve),
refletindo num baixo consumo calrico.
O estudo de Baruk et al. (2006) apresenta consideraes sobre as atividades passivas e
relata que estas aparecem como importante causa do aumento do IMC, podendo mostrar
correlao positiva com a obesidade.
O tempo de frente ao computador e uso da internet mais de duas horas diariamente
parece ser um importante determinante da ocorrncia do risco de excesso de peso em crianas e
adolescentes, o desfecho se manteve associado ao risco de excesso de peso.
Existe uma tendncia das crianas em ocuparem seu tempo com atividades que
necessitem um menor gasto calrico, favorecendo um balano energtico positivo que tende ao
acmulo de gordura corporal. Somado a isso, a vontade de comer estimulada pelo ato de
permanecer mais tempo que o necessrio frente ao computador e internet so variveis que
influenciam diretamente ocorrncia do risco ao excesso de peso na infncia e adolescncia
(FAGUNDES et al., 2008).
O hbito de permanecer frente ao computador e uso da internet por mais de duas horas,
alm de estar associado ao risco de excesso de peso, relaciona-se tambm baixa aptido fsica e
dislipidemia na vida adulta (4). As crianas e adolescentes eutrficos que passam menos tempo
frente ao computador e uso da internet o risco de excesso de peso menos agravante
(WOROBEY, 2014).
Considerando que crianas e adolescentes mais ativas apresentam ndice de massa
corporal e percentual de gordura menos elevado, percebe-se que a atividade fsica fator protetor
contra o excesso de peso e obesidade (ARAJO et al., 2007).
Isto sugere que no desenvolvimento de intervenes para controle do excesso de peso,
aes focalizando a reduo na exposio a comportamentos sedentrios podem constituir
importantes e mais efetivas estratgias, sobretudo o comportamento do escolares. Trata-se de um
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5 CONCLUSES
Diante do exposto, pode-se concluir que o perfil dos escolares investigados est de
acordo com a tendncia que tem sido observada com aumento do risco de excesso de peso entre
os jovens brasileiros em escolas pblicas e privadas, o que se justifica a implementao imediata
de programas de interveno nutricional e prtica de atividade fsica diria na tentativa de mudar
esse cenrio. A adoo de estratgias educativas que visem a orientar o consumo frequente de
bons hbitos alimentares com dietas equilibradas entre carboidratos, lipdios e protenas.
A escolha do ambiente escolar para a promoo de hbitos de vida saudveis deve ser
encorajada, por ser um local de intenso convvio social e propcio para atividades educativas. As
intervenes nos hbitos de vida devem ser iniciadas o mais precocemente possvel, j que na
infncia ocorrem mudanas importantes na personalidade do indivduo e por isso considerada
uma fase favorvel para a consolidao de hbitos que podero trazer implicaes diretas para a
sade na vida adulta.
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REFERNCIAS
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1 INTRODUO
Estudos sobre desenvolvimento econmico regional tm como objetivo analisar e buscar
solues para as desigualdades entre regies de forma que d oportunidade de crescimento e
desenvolvimento equiparado entre elas (FURTADO, 2005). Por meio do desenvolvimento da
regio, busca-se atender as necessidades da populao local, melhorando sua condio
econmica, seu bem-estar e qualidade de vida, respeitando a cultura regionalizada.
Dessa forma, as teorias de Distncias, Polos de Crescimento e Aglomeraes so usadas
para entender por que h a formao de aglomeraes em determinadas regies. Adiante a
formao, nota-se que inovao e tecnologia so essenciais para alcanar o desenvolvimento
local perante o desenvolvimento global (BRASIL, 2012).
Neste contexto, o estado de Rondnia possui o recurso hdrico para formao e gerao
de energia, insumo necessrio para a implementao de processo para fomentar a economia
local. Por meio de estratgias de desenvolvimento endgeno visualiza-se um canrio propcio ao
crescimento econmico sustentado. A poca analisada o perodo compreendido entre 2002 e
2014, ou seja, antes e durante a construo das usinas hidreltricas, iniciada no ano de 2008.
Neste estudo sero analisados dados quantitativos com a finalidade de saber a situao
socioeconmica do estado de Rondnia.
O conjunto de dados apurados pelo Tribunal de Contas, tendo como fonte relatrios do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica do Brasil (IBGE), Secretaria de Estado de
Planejamento, Oramento, e Gesto (SEPOG), Programa das Naes Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e o Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE), sero conceituados e
analisados para ser dimensionada a realidade rondoniense no perodo de 2002 a 2014, com
ressalvas de anos anteriores devido diferena temporal de algumas sries obtidas junto a alguns
rgos.
Foram escolhidos: PIB e PIB per capita para conhecimento do nvel de crescimento
econmico do estado; Coeficiente de Gini para entendimento da distribuio de renda e
desigualdade social; IDH para cincia de bem-estar social que tem como forma analtica o PIB
per capita, sade e educao; populao para dimensionar o crescimento populacional antes e
durante a construo das usinas; e nvel de desemprego para notar o aumento ou no do mercado
de trabalho no estado. Alm desta introduo, o artigo compe-se de referencial terico,
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2 REFERENCIAL TERICO
O Desenvolvimento Regional a busca da melhoria da qualidade de vida da sociedade
em determinada regio, onde so aproveitados os recursos materiais e imateriais existentes de
forma que sejam exploradas as potencialidades territoriais (CARVALHO; HERMANNS, 2005).
Ou seja, a tentativa de avaliar a histria e cultura locais, compreender os recursos existentes e
suas limitaes e atender s necessidades da sociedade ali presente de forma que desenvolva
endogenamente (CARVALHO; HERMANNS, 2005).
O Desenvolvimento Endgeno a otimizao dos recursos do prprio local como forma
de ampliao e capacitao dos agentes envolvidos para melhor estruturao, crescimento
econmico e bem-estar da regio. Modifica-se a funo de produo de uma forma que permita o
crescimento autossustentado (DORNBUSCH, FISCHER; STARTZ, 2013). Embora muitas vezes
se confunda desenvolvimento com crescimento, Greumaud, Vasconcellos e Toneto Jr. (2013)
definem crescimento econmico como ampliao quantitativa da produo. Enquanto
desenvolvimento econmico est associado s condies de vida da populao ou qualidade de
vida dos residentes no pas. Regio uma rea separada por obter critrios em comum com outra
rea. Pode ser pelo clima, relevo, recursos em comum, dentre outros fatores. A questo regional
surgiu como contraponto s teorias econmicas tradicionais que consideram o desenvolvimento
apenas sob a tica macroeconmica e dispensam de sua anlise os aspectos locais e no
econmicos. Para Boyer (2001 apud MULS, 2008, p. 3):
A procura de um fator explicativo nico guiou as pesquisas tanto tericas quanto
empricas em matria de desenvolvimento ao longo de toda a segunda metade do sculo
XX. Enquanto disciplina, a economia parece incapaz de reconhecer que tal fator no
existe, que uma poltica de desenvolvimento requer uma compreenso mais complexa
dos sistemas, que combinam instituies econmicas, sociais, culturais e polticas, cujas
interaes mudam ao longo do tempo.
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3 METODOLOGIA
O estudo realizado tem como natureza a pesquisa aplicada, em vista que o conhecimento
adquirido pelos dados apresentados servir para maior conhecimento dos fatos econmicos e
sociais acontecidos no perodo de 2002 a 2014.
A abordagem utilizada para esta pesquisa quantitativa com reviso bibliogrfica a partir
de dados formais. A pesquisa tem intuito descritivo, servindo como base para novas pesquisas, a
partir da reviso dos dados frente s mudanas na economia rondoniense com a chegada de
novos projetos para o estado. Os dados foram colhidos e apresentados por um relatrio de
informao fornecido pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondnia, a partir de relatrios do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica do Brasil (IBGE), Secretaria de Estado de
Planejamento, Oramento e Gesto (SEPOG), Programa das Naes Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e o Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE).
Aps o levantamento dos dados, anlises comparativas e estatsticas foram usadas para
poder mencionar o que ocorreu durante o perodo analisado. Foi usado para este fim o programa
computacional Excel.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Nas anlises, alguns ndices sero usados como base comparativa no intuito de apurar os
acontecimentos ocorridos e analisar a melhoria do bem-estar dos rondonienses no perodo 20022014, quais sejam: PIB a preos correntes, Renda per capita, ndice de Desenvolvimento
Humano (IDH), ndice de Gini, populao e nvel de emprego e desemprego formais.
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No perodo de 2002 a 2007, o PIB per capita passou de R$ 5.363,00 para R$ 7.120,19,
um aumento acumulado de 30,68%. As taxas de crescimento nesse subperodo foram expressivas
e positivas, exceto em 2006 quando a renda mdia retraiu-se -6,28%. De 2008 a 2012, por sua
vez, a renda mdia subiu de R$ 7.672,45 para R$ 9.158,93, uma modesta expanso de 26,14%
quando comparada ao subperodo anterior, mas, ainda assim, bastante expressiva.
Nesse subperodo as taxas de crescimento foram positivas, com destaque para o ponto
mximo em 2011 (9,96%), exceto em 2012, momento em que a renda per capita retraiu-se 0,73%. Como se ver mais frente, a desacelerao das taxas de crescimento da renda per capita
no segundo perodo com relao ao primeiro encontra explicao, principalmente, no expressivo
aumento populacional ocorrido no estado de Rondnia de 2008 a 2012. De modo anlogo, de
2002 a 2007 o avano mais rpido deve-se, em grande parte, reduo populacional. No
consolidado, o crescimento foi de 56,82%, o que indica um expressivo aumento da produtividade
e do bem-estar dos rondonienses.
4.3 NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) um ndice que visa mensurar o nvel de
longevidade da populao em conjunto com a renda per capita da populao e o nvel de
educao. "Unindo-se o conceito de produto per capita, com indicadores sociais, tem-se
melhores condies de avaliar o bem-estar de uma regio, ou o grau de desenvolvimento social
de uma regio (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO Jr., 2013). O IDH vai de 0 a 1.
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Quanto mais prximo de 1, melhor para a regio, ou seja, mais desenvolvida ela est. O ndice,
criado por Mahbub ul Haq com grande colaborao de Amartya Sen, uma medida geral para
medir o nvel de desenvolvimento humano.
No grfico 03, pode-se ver o IDH do Estado de Rondnia nas dcadas de 1990, 2000 e
2010, com detalhamento dos trs subndices que o compem.
Fonte: Elaborado pelos autores com base no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.
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4.5 POPULAO
Populao, no caso analisado, o conjunto de pessoas em um determinado espao no
perodo escolhido. O grfico 04 aponta a evoluo da populao rondoniense e as suas taxas de
crescimento no perodo de 2002 a 2014.
De 2004 a 2005 ocorre uma retrao da ordem de -1,76%, no ano seguinte recupera-se e
cresce 1,81% para, em 2007, apresentar queda abrupta de -6,95%. Portanto, nos quatro anos
imediatamente anteriores construo das usinas de Jirau e Santo Antnio, a populao do
Estado perde, aproximadamente, 108.329 pessoas.
De 2008 em diante, as taxas de crescimento da populao so todas positivas e atingem o
pice em 2013, momento em que a formidvel marca de 8,69% atingida. Em termos absolutos,
nesse subperodo, a populao cresce, aproximadamente, 254.965 e alcana 1.748.531 habitantes
em 2014. Apesar de expressivas, tais oscilaes no se afastam da caracterstica do Estado de
Rondnia, marcado por ciclos econmicos os mais diversos, que, no seu incio e auge, atraem
imigrantes de vrios Estados brasileiros e/ou pases para, no descenso, provocarem as correntes
emigratrias.
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quando a pessoa considerada apta a estar empregada e quando ela pode ser considerada
desempregada. Dentro de uma regio h a populao residente. Nesta populao, h uma
regulamentao onde define a idade mnima para entrar no mercado de trabalho, conhecida como
Populao em Idade Ativa (PIA). Na concepo da PIA, ramificado em duas: Populao
Economicamente Ativa (PEA) e Populao No-Economicamente Ativa (PNEA). A PEA
corresponde s pessoas que esto no mercado de trabalho ou buscando entrar, j a PNEA so as
pessoas que no esto no mercado de trabalho e nem buscam entrar. Na PEA, existem os
empregados e desempregados. Os empregados so os que esto no mercado de trabalho, isto :
Algum que na semana de referncia realizou qualquer tipo de trabalho, como
funcionrio remunerado, trabalhou em seu prprio negcio, profisso ou em sua prpria
fazenda, ou trabalhou por 15 horas ou mais como trabalhador no remunerado em uma
empresa operada por um integrante da famlia, ou no estava trabalhando, mas tinha um
emprego ou negcio do qual est temporariamente ausente por motivo de frias, doena,
mau tempo, disputa trabalhista, treinamento profissional, que tenha ou no sido pago
pelo tempo ausente (DORNBUSCH, FISCHER; STARTZ, 2013).
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Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados fornecidos pelo Ministrio do Trabalho e Emprego, 2015.
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Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados fornecidos pelo Ministrio do Trabalho e Emprego, 2015.
A despeito da tendncia de queda nos dois ltimos anos da subsrie 2003-2007, o nmero
de desempregados saltou de 12.404, em 2003, para 22.766, em 2007, variao positiva de
83,54%, ainda assim um perodo de relativa estabilidade. Porm, a partir de 2008, iniciou-se
trajetria de alta absoluta do nmero de desempregados que culminou em 2010 e atingiu 57.318
trabalhadores. Nos trs ltimos anos da srie h tendncia de queda do nvel de desemprego com
variaes negativas de -20,85% e -9,94% em 2011 e 2012, respectivamente. Ressalva-se o ano
de 2013 por terem sido aferidos somente os meses de janeiro a maio. Mesmo com as expressivas
variaes, positivas e negativas, de 2008 a 2012 o crescimento chegou a 39,04%.
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5 CONCLUSES
O PIB apresentou taxas mdias de crescimento distintas nos dois subperodos: 6,09%
(2002-2007) e 7,28% (2008-2012). Apesar das muitas oscilaes do crescimento em toda a srie,
naturais quando o intervalo temporal pequeno, a dinmica de expanso do PIB rondoniense
alterou-se significativamente aps a chegada das usinas. O PIB per capita, no acumulado da
srie, cresceu 56,82%, com uma taxa mdia de 6,14% no subperodo 2002-2007 e 5,23% de
2008 a 2012. A desacelerao do crescimento mdio da renda per capita no segundo subperodo
devida, em grande parte, ao crescimento populacional a partir da implantao das usinas, em
2008. De 2004 a 2007, a populao apresentou crescimento mdio negativo de -2,30% e, a partir
de 2008, expandiu-se, em mdia, 2,71%.
O nvel de emprego formal, ou seja, o nmero de postos de trabalho ocupados em
Rondnia atingiu as maiores taxas de crescimento em 2009 (13,08%) e 2010 (12,58%). Desse
modo, tal indicador guarda forte relao com o incio das obras de construo das usinas, haja
vista o carter intensivo em mo de obra desses empreendimentos. Paradoxalmente, o nvel de
desemprego formal aumentou consideravelmente nos anos de 2008 (29,08%), 2009 (56,16%) e
2010 (24,91%). De 2011 em diante decresceu consideravelmente. Entre vrios fatores
explicativos para a expressiva alta do nvel de desemprego no trinio 2008 a 2010 esto a crise
imobiliria dos Estados Unidos, em 2008, que afetou a muitos pases do mundo, inclusive o
Brasil e a alta rotatividade da mo de obra empregada na construo do complexo hidroeltrico.
Houve considervel reduo do ndice de GINI de 1991 a 2010, o que significa reduo
da desigualdade de renda. Os efeitos da distribuio de renda mais igualitria refletem-se na
reduo das parcelas da populao rondoniense consideradas pobre e extremamente pobre. O
ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), por seu turno, evoluiu consideravelmente de 1991 a
2010, puxado majoritariamente pela varivel educao que mais que dobrou sua participao no
ndice. Talvez a melhoria educacional desse perodo possa ter contribudo para uma mo de obra
mais produtiva em todos os setores e, por conseguinte, possibilitado o aumento da renda per
capita.
Com base nessas hipteses, possvel afirmar que o incio da construo das usinas
impactou positivamente a populao, o emprego e o PIB. O PIB per capita, por sua vez,
apresentou desacelerao em sua trajetria de crescimento. O IDH e o ndice de GINI, por seu
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carter de aferio decenal, devem ser levados em conta para explicar somente o bom
desempenho do PIB e do PIB per capita no intervalo anterior a 2010. Portanto, no se
constituem em medidas confiveis dos impactos causados pelas obras das hidreltricas. mister
ressaltar que os dados e hipteses apresentados no devem levar a concluses definitivas e
precipitadas, mormente quando se considera o pequeno afastamento temporal do incio da
construo das usinas de Santo Antnio e Jirau. Muitos dos impactos positivos e negativos para
o desenvolvimento regional s podero ser estudados com afinco daqui a dcadas. Este escrito
no tem, portanto, a pretenso de ser estudo definitivo dos impactos socioeconmicos das usinas
hidreltricas no estado de Rondnia, mas apenas uma das muitas contribuies acadmicas que
ainda se realizaro.
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1 INTRODUO
O histrico do financiamento da educao, em seu contexto histrico, marcado por
avanos e retrocessos, tomando-se por base a relao do Estado para com a mesma. Para
Boaventura (2001), os resultados apontam mais avanos do que retrocessos, entretanto o autor
caracteriza tal avano como lento o aumento do investimento pblico em relao ao PIB saltou
de 3,9% em 2005, 4,4% em 2006 (Inep, 2006), para 5% em 2009 (Inep, 2009), alm de distante
sociologicamente no cerne do problema.
Nada difere o contexto do financiamento da educao no governo Lula, que embora tenha
investido em novos programas e fundos - em destaque o Fundo para Desenvolvimento e
Manuteno da Educao Bsica, Fundeb -, se manteve, em seu perodo inicial, focado na
gerao de supervit fiscal para pagamento de juros das dividas externa e interna, dependendo tal
foco do congelamento ou reduo nos gastos sociais (Davies, 2004), apresentando um
crescimento de despesas com educao, relacionadas ao PIB, somente nos ltimos anos de seu
governo (PINTO, 2009).
O problema que, quando Lula assumiu o governo federal, em 2003, a expectativa dos
movimentos populares e sindical da educao era de uma mudana histrica no setor. Esperavase uma gesto contrria lgica de privatizao da educao do governo antecessor, bem como
um avano na reforma educacional, onde a qualidade do ensino pblico fosse prioridade.
Entretanto, o mximo que se conseguiu da relao dos governos Lula e FHC Fernando
Henrique Cardoso, que deveria ser antagnica, diga-se de passagem, foi a atribuio chamada
herana maldita, usada como mera justificativa para o continusmo disfarado de Lula
poltica gerida anteriormente, uma vez que as aes de seu governo no alcanaram as
transformaes esperadas.
No se pode negar que a democracia e o dilogo com movimentos sociais cresceram no
governo Lula, mas insuficientes para contemplar as necessidades reais do setor. Alis,
democracia tambm foi bandeira de FHC, ambas usufruindo da sensao de justia social
causada na sociedade democrtica (AGUIAR, 2013), entretanto, Coutinho (2002) revelou que a
democracia no trouxe a soluo para os nossos problemas sociais, j que a real oposio a ser
enfrentada no se resumia na disputa entre Estado e sociedade civil, mas sim entre capital e
trabalho, demonstrado atravs da percepo clara do foco do governo Lula em atender
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2 REFERENCIAL TERICO
A poltica educacional no governo lula
O governo Lula se caracterizou pela implantao de programas sociais desenvolvidos
para as classes mais pobres, em suma, considerados em parte como assistenciais ou
compensatrios (OLIVEIRA, 2009). Seu primeiro mandato, em vista de acalmar o setor
financeiro e grande capital, se destacou pelo conservadorismo econmico, representado pela
manuteno de parte das polticas econmicas da gesto anterior. Entretanto, se contrapondo a
seu antecessor, o governo Lula se sobressai no tocante transferncia de renda aos setores mais
pobres, atravs de programas como o Bolsa Famlia ou de aes como o aumento do salrio
mnimo. Ainda nessa seara, se destaca o crescimento do investimento pblico federal em reas
sociais, dentre elas a educao (CARVALHO, 2011).
No que se refere educao bsica, o primeiro mandato do governo Lula ficou marcado
pela ausncia de polticas regulares e firmeza de aes que concretizasse a expectativa de
mudana gesto anterior. o que se viu foi uma evoluo lenta e variada, desde as escolhas de
seus ministros que pouco entendiam de educao, alm de aes vagas, com programas voltados
para os mais vulnerveis a exemplo o programa Uma escola para todos (DAVIES, 2004).
Fato esse que comeou a mudar a partir do final de seu primeiro mandato, com a primeira grande
marca positiva para o setor educacional, a criao do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento
da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (FUNDEB), resultado da
Emenda Constitucional n. 53, de 19/12/2006, que atribui nova redao ao pargrafo 5 do art.
212 da Constituio Federal e ao art. 60 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias:
Art. 60. At o 14 (dcimo quarto) ano a partir da promulgao desta Emenda
Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios destinaro parte dos
recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituio Federal manuteno e
desenvolvimento da educao bsica e remunerao condigna dos trabalhadores da
educao, respeitadas as seguintes disposies...
I - a distribuio dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados
e seus Municpios assegurada mediante a criao, no mbito de cada Estado e do
Distrito Federal, de um Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e
de Valorizao dos Profissionais da Educao - FUNDEB, de natureza contbil;
II - os Fundos referidos no inciso I do caput deste artigo sero constitudos por 20%
(vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III do art. 155; o inciso
II do caput do art. 157; os incisos II, III e IV do caput do art. 158; e as alneas a e b do
inciso I e o inciso II do caput do art. 159, todos da Constituio Federal, e distribudos
entre cada Estado e seus Municpios, proporcionalmente ao nmero de alunos das
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diversas etapas e modalidades da educao bsica presencial, matriculados nas
respectivas redes, nos respectivos mbitos de atuao prioritria estabelecidos nos 2
e 3 do art. 211 da Constituio Federal;
III - observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 208
da Constituio Federal e as metas de universalizao da educao bsica estabelecidas
no Plano Nacional de Educao, a lei dispor sobre:
a) a organizao dos Fundos, a distribuio proporcional de seus recursos, as diferenas
e as ponderaes quanto ao valor anual por aluno entre etapas e modalidades da
educao bsica e tipos de estabelecimento de ensino;
b) a forma de clculo do valor anual mnimo por aluno;
c) os percentuais mximos de apropriao dos recursos dos Fundos pelas diversas
etapas e modalidades da educao bsica, observados os arts. 208 e 214 da Constituio
Federal, bem como as metas do Plano Nacional de Educao;
d) a fiscalizao e o controle dos Fundos;
e) prazo para fixar, em lei especfica, piso salarial profissional nacional para os
profissionais do magistrio pblico da educao bsica;
IV - os recursos recebidos conta dos Fundos institudos nos termos do inciso I do
caput deste artigo sero aplicados pelos Estados e Municpios exclusivamente nos
respectivos mbitos de atuao prioritria, conforme estabelecido nos 2 e 3 do art.
211 da Constituio Federal;
V - a Unio complementar os recursos dos Fundos a que se refere o inciso II do caput
deste artigo sempre que, no Distrito Federal e em cada Estado, o valor por aluno no
alcanar o mnimo definido nacionalmente, fixado em observncia ao disposto no inciso
VII do caput deste artigo, vedada a utilizao dos recursos a que se refere o 5 do art.
212 da Constituio Federal;
VI - at 10% (dez por cento) da complementao da Unio prevista no inciso V do
caput deste artigo poder ser distribuda para os Fundos por meio de programas
direcionados para a melhoria da qualidade da educao, na forma da lei a que se refere o
inciso III do caput deste artigo;
VII - a complementao da Unio de que trata o inciso V do caput deste artigo ser de,
no mnimo:
a) R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhes de reais), no primeiro ano de vigncia dos Fundos;
b) R$ 3.000.000.000,00 (trs bilhes de reais), no segundo ano de vigncia dos Fundos;
c) R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhes e quinhentos milhes de reais), no terceiro ano
de vigncia dos Fundos;
d) 10% (dez por cento) do total dos recursos a que se refere o inciso II do caput deste
artigo, a partir do quarto ano de vigncia dos Fundos;
VIII - a vinculao de recursos manuteno e desenvolvimento do ensino estabelecida
no art. 212 da Constituio Federal suportar, no mximo, 30% (trinta por cento) da
complementao da Unio, considerando-se para os fins deste inciso os valores
previstos no inciso VII do caput deste artigo;
IX - os valores a que se referem as alneas a, b, e c do inciso
VII do caput deste artigo sero atualizados, anualmente, a partir da promulgao desta
Emenda Constitucional, de forma a preservar, em carter permanente, o valor real da
complementao da Unio;
X - aplica-se complementao da Unio o disposto no art. 160 da Constituio
Federal;
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XI - o no-cumprimento do disposto nos incisos V e VII do caput deste artigo importar
crime de responsabilidade da autoridade competente;
XII - proporo no inferior a 60% (sessenta por cento) de cada Fundo referido no
inciso I do caput deste artigo ser destinada ao pagamento dos profissionais do
magistrio da educao bsica em efetivo exerccio.
Ainda que considerado um valor pequeno em relao ao PIB - cerca de 0,12% -, fato
que a ampliao dos recursos da Unio com esse novo Fundo (de R$ 249 milhes em 2006 no
Fundef para mais de R$ 5bilhes em 2009), aconteceu (PINTO, 2009), entretanto, no se pode
deixar de ressaltar que objetivos secundrios, tais como a reduo das disparidades regionais e
garantia de um padro de qualidade de ensino, estavam distantes de se concretizar, mais um fato
que corrobora a lenta evoluo do financiamento da educao no governo Lula.
Para justificar essa distncia demonstrada por Pinto, Davies (2004) lembra que a
implantao do Fundeb no passa de uma panaceia apresentada pelo partido do governo como
soluo para os males de sua primeira verso, o Fundef (Fundo de Manuteno e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental do Magistrio), coerente somente com o j citado
continusmo de Lula gesto FHC, uma vez que o governo Lula continuou descumprindo o
critrio do clculo do valor mnimo anual por matricula no ensino fundamental, gerando um
dficit de R$ 6 bilhes de complementao federal em seus dois primeiros anos (DAVIES,
2004), o que permitiria mais do que dobrar a complementao da Unio para com o Fundeb,
ampliando o seu valor mnimo e reduzindo as disparidades regionais (PNTO, 2009).
As medidas prejudiciais e o incentivo a participao do setor privado
Dentre as medidas que caracterizam o incentivo participao do setor privado, podemos
destacar duas, uma para o ensino bsico e outra para o ensino superior: a primeira se manifesta
pela diminuio da responsabilidade federal com a educao, atravs da desvinculao de 20%
dos 18% de impostos que o governo federal obrigado a aplicar em MDE Manuteno e
Desenvolvimento da Educao, Brasil, 2009:
Vigente desde 1994, a DRU (Desvinculao de Receitas da Unio) corresponde
liberao de 20% do total de receitas da Unio, possibilitando sua aplicao em
finalidades diversas daquelas estabelecidas nas vinculaes constitucionais e legais.
Ou seja, esse mecanismo amplia a margem de liberdade do governo federal no
manejo da receita oramentria, com forte impacto nas despesas pblicas
educacionais. At 2000, a DRU incidia sobre toda a receita vinculada educao,
incluindo o salrio-educao, passando este a ser preservado a partir de 2000.
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graduaes, fruto da PEC 217, da deputada federal Selma Schns, do mesmo partido do governo
Lula, o Partido dos Trabalhadores PT (DAVIES, 2004).
Antes de adentrar de fato nos impactos negativos da poltica de financiamento da
educao superior brasileira no governo Lula e, frente clara desproporo entre o peso do
governo federal na receita de tributos do pas e a sua pequena participao no financiamento da
educao, no posso deixar de citar outro achado de Pinto (2009): a ampliao, em termos reais,
nos gastos com ensino superior e profissional, onde o ensino profissional e ensino superior
perfazem mais de 60% das despesas. Trata-se das nicas subfunes que apresentam uma
continuidade de gastos com ensino que, por acaso, indicaram uma mudana substancial no total
de despesas com manuteno e desenvolvimento do ensino - MDE somente no ltimo ano do
primeiro mandato, em 2006.
Contrapondose a esta particularidade supracitada, Chaves (2014), em seu estudo,
evidenciou que a poltica de reduo de investimentos para a manuteno e desenvolvimento do
ensino superior corrobora os apontamentos anteriores acerca do favorecimento do setor privado,
atendendo a presses externas da mo invisvel do mercado sobre a educao, nesse nvel de
ensino e mais, constatou tambm a falcia do discurso de aumento de recursos para a educao,
divulgado em exagero para desviar a real poltica do governo Lula: poltica de ajuste fiscal.
A autora, quando se trata das consequncias da poltica de ajustes fiscais do governo Lula
para o financiamento da educao, defende que o mesmo, relacionado ao ensino superior
brasileiro, encontra-se no centro dos problemas, frente a implementao de polticas neoliberais,
demonstrando que o aumento de receitas procedentes de impostos no foi repassado no mesmo
percentual para o custeio de instituies federais de ensino superior, aliado ainda, ao trabalho
docente intensificado, uma vez que, apesar do aumento no numero de matriculas nessas, a
reduo de despesas com poltica de pessoal aconteceu (CHAVES, 2014).
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3 METODOLOGIA
Este estudo teve sua metodologia desenvolvida com base nas etapas de uma reviso
ampliada da base de estudos de Pinto (2009), com anlise de pesquisas consideradas relevantes
acerca das temticas que relacionam financiamento da educao e o perodo escolhido 2003 a
2010.
Foram escolhidos para anlise, artigos dos ltimos seis anos (2009-2015), nos idiomas
portugus e espanhol, com ndices bibliogrficos contidos no SCIELO, no perodo de agosto de
2015, a partir dos descritores combinados por meio de conectores AND: (Poltica de Governo)
AND (Financiamento da Educao); AND (Governo Lula). Foram utilizadas, ainda, referncias
pontuais sobre o tema, dentre eles alguns documentos oficiais.
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4 CONCLUSO
No se pode negar que no decorrer de seus dois mandatos, no governo Lula houve
iniciativas de recuperao no papel do Estado federal enquanto provedor de polticas sociais, em
destaque a educao, entretanto, em smula, no seria exagero afirmar que o desempenho do
governo Lula, ainda que diante de uma propaganda difundida de aumento de gastos com a
educao, no passou de uma continuidade do governo FHC, atravs da lgica produtivista de
receita que viabilizaram o ajuste fiscal, alm de aes ocultas, como manuteno de vetos ao
Plano Nacional de Educao, em especial a meta de alcance de 7% do Produto Interno Bruto
para gastos pblico em educao.
Fica evidente, portanto, que a educao, resultado de sua poltica de financiamento, no
governo Lula alvo de uma mscara utilizada para esconder a realidade, de fato. Muito se
divulga o pouco que feito e nada se fala sobre o muito que poderia e deveria ser feito para uma
real melhoria no setor educacional, desde o ensino bsico ao ensino superior. Pinto, em 2009, j
previa e apontava que esse pouco crescimento econmico, alm de insuficiente para melhoria,
serviria de escape para atender perodos de crises, atravs de cortes no oramento, que seguem
at os dias atuais. a velha histria de dar com uma mo e tirar com a outra.
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Resumo
O teste de microncleo em peixes um bioindicador de ambientes aquticos e possibilita a
deteco de efeitos de agentes qumicos e fsicos, podendo ser utilizado para avaliao das
condies ambientais e bem-estar animal. Esta pesquisa objetivou identificar anomalias celulares
em eritrcitos perifricos de tambaqui (Colossoma macropomum) em cultivo semi-intensivo por
meio do teste de microncleo. Para tal foi aplicado um questionrio semi-estruturado aos
proprietrios de quatro pisciculturas analisadas para caracterizao de seus perfis. Em cada
piscicultura foram amostrados 20 peixes, e destes foram coletadas amostras de sangue perifrico
e realizao de suas biometrias. A partir dos resultados, pode-se concluir que a alta frequncia de
microncleos nos peixes de P2, P3 e P4 deve-se, provavelmente, exposio destes a
substncias e/ou a condies ambientais de potencial genotxico, de forma que o teste de
microncleo e a relao peso-comprimento apresentaram correlao que pode ser til para o
biomonitoramento de ambientes contaminados.
Palavras-chave: Colossoma macropomum. Genotoxicidade. Teste de microncleo.
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1 INTRODUO
Os efeitos de substncias ou produtos qumicos sobre o genoma de peixes tm sido objeto
de muitos estudos, em especial dos que buscam estabelecer a resposta entre os genes e os
estmulos ambientais. Uma vez que os seres humanos so expostos ao longo da vida a uma srie
de xenobiontes presentes tanto na gua como em alimentos obtidos desse meio, organismos que
possam indicar a presena de ao genotxica de poluentes aquticos so ferramentas
importantes para o diagnstico ambiental (UDROIU, 2006).
O Teste de Microncleos (MNs) permite avaliar de forma rpida e confivel danos
cromossmicos causados por perda de cromossomos inteiros ou por quebras cromossmicas
(FENECH, 2000). Esse teste tem sido largamente empregado para avaliar ao genotxica
induzida por agentes qumicos ou fsicos. Primeiramente utilizado em roedores, este teste tem
demonstrado aplicabilidade em outros grupos como plantas e peixes, nesse ltimo caso tem
indicado ser uma ferramenta sensvel e de fcil execuo para identificar propriedades
genotxicas de compostos presentes no ambiente aqutico (UDROIU, 2006).
A ao dos agentes xenobiontes pode originar os microncleos, um ou vrios por clula,
que resultam em fragmentos cromossmicos acntricos ou cromossomos que se atrasam em
relao aos demais em migrao para os polos da clula durante a anfase (FENECH, 2000). O
teste do microncleo um mtodo amplamente utilizado para o monitoramento de danos
genotxicos em populaes expostas substncias mutagnicas e carcinognicas. A frequncia
de MNs observada em um determinado momento pode ser considerada uma resposta complexa
entre a atividade genotxica e a eficincia do mecanismo fisiolgico de defesa do organismoteste (MERSCH; BEAUVAIS; NAGEL, 1996).
Os peixes fornecem um modelo adequado para o monitoramento da genotoxicidade
aqutica e da qualidade das guas devido sua capacidade de metabolizao de xenobiticos e
acumulao de poluentes (GRISLIA; CORDEIRO, 2000). Eles normalmente respondem aos
compostos txicos em vias similares aos grandes vertebrados, assim podem ser utilizados em tais
ensaios. A utilizao dos peixes como um sistema bioindicador tem apresentado resultados
satisfatrios na avaliao dos efeitos de qumicos contaminantes no meio ambiente aqutico,
incluindo rios, lagos e barragens (GRISOLIA et al., 2005).
Assim, devido ao fato de o teste de microncleo ser um bom indicador para analisar a
contaminao dos organismos no ambiente aqutico, este trabalho objetivou avaliar os possveis
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2 REFERENCIAL TERICO
Atualmente a agricultura altamente dependente do uso de agrotxicos. A demanda cada
vez maior desses produtos tem sido fomentada principalmente pela necessidade crescente de
produo de alimentos gerada pela expanso da populao mundial (JURADO et al., 2011). Os
agrotxicos podem ser divididos em trs principais grupos: fungicidas, inseticidas e herbicidas.
O ltimo representa cerca de 45 % dos agrotxicos comercializados no mundo (QASEM, 2011).
Estudos mostram que menos de 0,1% da quantidade de agrotxicos aplicados em lavouras
alcanam os organismos-alvo, enquanto o restante, 99,9%, tem potencial para se mover para
outros compartimentos ambientais, tais como guas superficiais e subterrneas (SABIK;
JEANNOT; RONDEAU, 2000).
Segundo a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), o Brasil o terceiro
maior consumidor de agrotxicos do mundo e o primeiro na Amrica Latina, devido ao grande
aumento no cultivo de monoculturas (BRASIL, 2010). Mesmo em concentraes baixas os
agrotxicos afetam a estrutura e a funo das comunidades naturais, provocando impactos em
mltiplos nveis, que vo desde o molecular at o de comunidades inteiras, comprovando que as
prticas agrcolas intensivas so altamente impactantes ao ambiente e esto diretamente
relacionadas reduo da biodiversidade (GRISOLIA, 2005).
Quando o contaminante est presente no meio aqutico, independentemente da sua
concentrao, os organismos podem apresentar processos de acumulao, chamados de
bioconcentrao ou bioacumulao, quando o foco um determinado organismo; e
biomagnificao quando aborda-se a cadeia trfica (COSTA; OLIVI, 2008). Mesmo em
concentraes baixas, os agrotxicos podem apresentar riscos para muitas espcies, podendo
esses efeitos txicos ser transferidos para outros organismos da cadeia alimentar (COSTA;
OLIVI, 2008).
Os agrotxicos que se dissolvem na gua podem ser degradados por fatores qumicos,
biolgicos e/ou fsicos, ou ainda permanecer como potenciais contaminantes, tornando-se
disponveis para peixes e outros organismos (MORAIS, 2009). Os efeitos deletrios ocasionados
pela ao dos contaminantes nos organismos, especialmente aquticos, se propagam pelos
demais componentes dos ecossistemas. Esses efeitos podem provocar modificaes nas
caractersticas e dinmica das populaes (reproduo, migrao, restabelecimento e
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3 METODOLOGIA
3.1 LOCAIS DE COLETA
As coletas foram realizadas entre 15 de outubro e 12 de dezembro de 2014 em quatro
pisciculturas do municpio de Presidente Mdici RO, no perodo que adotavam o cultivo do
peixe da espcie Colossoma macropomum, conhecida popularmente por: tambaqui.
A piscicultura P1 est localizada na 1 Linha Setor Leito Gleba 04 (Latitude 11
8'35.80"S, Longitude 6157'14.68"), possuindo 1,3 ha de lmina de gua e densidade de
estocagem normal. A piscicultura P2 e P3 esto localizadas na linha 136 Setor Leito Gleba 07
(11 8'27.78"S, 6145'59.56") (11 8'9.98"S, 6145'48.52"), uma possuindo 0,64 ha e a outra 0,8
ha, ambos tambm com densidade de estocagem normal. A piscicultura P4 foi a Base de
Piscicultura de Carlos Eduardo Matiaze na zona urbana de Presidente Mdici (11 9'56.68"S,
6153'50.59"), possuindo 1,6 ha e uma alta densidade de estocagem nos tanques coletados.
Foram capturados 40 peixes por piscicultura, de 2 tanques por propriedade, sendo 20
animais por tanque, totalizando uma amostragem de 160 peixes. O sangue dos peixes foi
coletado em todas as pisciculturas no momento em que estas estavam realizando a despesca para
a comercializao. E em todas as propriedades os peixes foram alimentados com rao comercial
28% de protena bruta e permaneceram em jejum durante 24 horas antes da despesca total dos
tanques, a qual foi realizada com arrasto. Aps a coleta do sangue foi realizado o abate atravs
de choque trmico.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Piscicultores das pisciculturas P1, P2 e P3 relataram utilizar agrotxico em suas
propriedades. Com exceo da piscicultura 4, as demais utilizam o herbicida glifosato
diretamente no tanque com o propsito de matar gramneas e macrfitas aquticas, aplicando
com pulverizador costal utilizando 150 mL/ bomba de 20 L (concentrao de 7,5 mL de
agrotxico/L de gua) desta forma observamos que o perfil de aplicao igual, mudando
somente a frequncia (Tabela 1).
O coeficiente de alometria (b) e o fator de condio (a) so parmetros importantes,
obtidos atravs da relao peso-comprimento para o estudo das populaes de peixes. Esses
parmetros so fundamentais para o conhecimento do ciclo de vida de uma populao, e a
maneira mais adequada para a estimativa de peso a partir de um comprimento conhecido e viceversa. Suas aplicaes permitem estimar o crescimento dos indivduos e tambm podem ser
utilizados como indicadores do acmulo de gordura e de desenvolvimento das gnadas e bem
estar animal (AZEVEDO; CASTRO, 2008).
Uso
do Marca
agrotxico
Frequncia
(ano)
Tipo
de Abastecimento
aplicao
da piscicultura
sim
Glifosato
Sim
Glifosato
2a3
Sim
Glifosato
2a3
Pulverizador
costal
Pulverizador
costal
Pulverizador
costal
No
4
X
Sistema
de
abastecimento
entre tanques
Cascata
Nascente
prpria
Nascente
Individual
prpria
Nascente
Individual
prpria
Nascente
Individual
prpria e de
outra
propriedade
Obs: (A piscicultura 1 utilizou o agrotxico apenas em um dos tanques, e a piscicultura 4 no utiliza agrotxicos,
porm, recebe gua contaminada em sua represa de abastecimento de propriedades vizinhas que fazem uso de
agrotxico).
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Equao
r2
P1
W=6,650.L3,370
6,650
3,370
0,721
P2
W=8,833.L2,691
8,833
2,691
0,667
P3
W=3,080.L2,950
3,080
2,950
0,687
P4
W=4,919.L2,834
4,919
2,834
0,970
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tambm pode ser correlacionado a este resultado a alta densidade de estocagem no momento da
coleta de material.
A variao no comprimento e peso dos indivduos das quatro pisciculturas est
representada na Tabela 3. Os indivduos da piscicultura P1 apresentaram maior comprimento e
peso (mnimos, mximos e mdios) dos que os indivduos das pisciculturas P2, P3 e P4, com
diferena significativa entre a piscicultura 4 e as demais.
O nmero de microncelos (MNs) em indivduos saudveis no expostos a agentes
genotxicos se apresentam na proporo de aproximadamente 1-3 por 1000 clulas nucleadas
(CARRARD et al., 2007). A quantificao desses MNs pode se dar pelo nmero total de
MNs/nmero de clulas avaliadas por indivduo, pela frequncia de clulas micronucleadas
(fMN) ou pela mdia de MNs por clula. Sendo o nmero total de MNs a forma mais
recomendada para se avaliar as variaes decorrentes da ao de agentes genotxicos (GATAS
et al., 2001 apud CARRARD et al., 2007).
Figura 2. Grfico de relao peso-comprimento, a e b das 4 pisciculturas.
Tabela 3. Variao no peso (kg) e comprimento total (cm) dos tambaquis nas pisciculturas
amostradas.
Comprimento (cm)
Peso (kg)
Pisciculturas
n
Mn
Mx
Mdia
DP
Mn
Mx
Mdia
DP
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P1
40
39,5
48
43,47a
2,74
1,6
3,3
2,23a
0,5
P2
40
40
47
43,01a
1,88
1,6
2,8
2,20a
0,3
P3
40
36
52,5
43,51a
5,00
1,2
4,4
2,30a
0,8
P4
40
25
48,5
35,39a
5,64
0,4
2,9
1,30a
0,6
Onde: n = nmero de indivduos analisados; Mn = mnimo; Mx = mximo; DP = desvio padro da mdia. Mdias
seguidas da mesma letra na coluna diferem significativamente ao nvel de 5% pelo teste de Tukey.
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50
40
30
20
10
4
ra
ra
lt
u
lt
ic
u
ic
P o n to s
is
c
is
P
is
is
ic
ic
lt
lt
ra
ra
d e
C o le t a
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Entre os diversos animais que parasitam peixes, os crustceos podem ter uma importncia
considervel. Eles chamam a ateno por serem quase sempre visveis de imediato e
apresentarem uma ampla variao no tamanho e na forma, como tambm por serem todos
ectoparasitos, os principais grupos que compreendem parasitas de peixes (DIAS-GRIGRIO,
2013). Segundo Pananelli et al., (2002) apud Dufech, (2009) o stress ambiental pode afetar o
estado fisiolgico os peixes, afetando seu sistema imunolgico e tornando-os susceptveis
infestao parasitria.
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so fatores capazes de induzir estresse aos animais, predispondo-os a diversos tipos de infeces,
sejam elas bacterianas, fngicas ou parasitrias. A gua oferece um ambiente extremamente
favorvel para a proliferao destes agentes sendo as parasitoses responsveis por grandes perdas
nas pisciculturas em nvel mundial, sendo maior a relevncia no neotrpico, devido s
caractersticas climticas destas regies (ZICA, 2008).
Dufech (2009) relaciona a presena de ectoparasitos a as altas porcentagens de indivduos
parasitados a ambientes mais degradados, que indica que a incidncia de microncleos foi maior
na piscicultura 3 devido o grau de parasitismo e a incidncia de um ambiente degradado. Nos
peixes coletados, todas as amostras encontravam- se parasitadas por P. gamitanae.
A piscicultura 4 se encontra entre o permetro urbano e a zona rural de Presidente Mdici
- RO, e acaba recebendo fontes contaminantes em ambas partes atravs de lixiviao. Ergene et
al., (2007) apud Duarte et al., (2012), descrevem que as concentraes dos poluentes guas
depende do fenmeno de enriquecimento ou diluio, causado pela chuva ou pela drenagem da
gua, e a alta precipitao pode agravar os efeitos da poluio pela maior lixiviao dos
poluentes provenientes do solo ou da rede de esgotos.
O estudo avaliou as aberraes celulares encontradas nos eritrcitos desses animais, a
quantidade que foi encontrada foi alta mais no trouxe maiores consequncias a estes
organismos, indicando apenas um grande ndice de microncleos nas pisciculturas que utilizaram
agrotxicos e tambm no tanque da Base de piscicultura da Unir em Presidente Mdici, que se
localiza prximo ao permetro urbano onde tambm h contaminao.
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5 CONCLUSES
De acordo com a relao peso-comprimento, constatou-se que os animais no esto em
estado de bem estar animal. As pisciculturas que fizeram uso de maior quantidade do agrotxico
e diretamente nos tanques de piscicultura apresentaram maior nmero de microncleos em
tambaquis do que em pisciculturas que o utilizam com menor intensidade ou o recebem atravs
do processo de lixiviao gua contaminada com agrotxicos de outras culturas (agropecuria e
lavoura). A relao peso-comprimento e o teste de microncleo apresentaram correlao que
pode ser til para o biomonitoramento de sistemas de cultivo semi-intensivo de tambaquis.
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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J. L. Bessa, UNIR.
J. A. Junior, UNIR.
M. A. F. M. Miranda, UNIR.
G. B. Costa, UNIR.
I. L. Braga, UNIR.
Resumo
Este artigo tem por finalidade discorrer sobre o conceito de Capital Intelectual aplicado
Administrao Pblica, no intuito de verificar se existe o gerenciamento de habilidades e
competncias dos servidores municipais lotados na Secretaria Municipal de Administrao SEMAD, a exemplo do que j ocorre em diversas organizaes privadas. Destarte, concentramos
a nossa ateno no processo de mudana de gesto, pois entendemos que o capital intelectual
passa por um enorme impacto durante este perodo. possvel observar que a administrao
pblica desconhece e d pouca importncia ao gerenciamento do capital intelectual. A falta de
compromisso da administrao pblica com o capital intelectual reflete na qualidade dos
servios pblicos oferecidos aos cidados, uma vez que os funcionrios selecionados para os
cargos que exigem conhecimento tcnico e responsabilidades no possuem competncias
adequadas para realizar essas atividades. A maior parte desses servidores tambm no passa por
um treinamento adequado para exercer as novas atividades inerentes ao cargo. Tomamos cincia
de que a administrao pblica de Porto Velho investiu pouco em treinamento e capacitao dos
servidores neste ano se comparado aos ltimos quatro anos. Alm disso, constatamos tambm
que o conhecimento adquirido pelos servidores nas gestes anteriores foi ignorado pelo gestor
durante o processo de composio dos ocupantes dos cargos de direo e assessoramento.
Palavras-chave: Capital Intelectual. Contabilidade Governamental. Administrao Pblica
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1 INTRODUO
A contabilidade governamental preocupava-se basicamente com a elaborao e o controle
do oramento. Esta viso foi recentemente alterada devido ao processo de convergncia da
contabilidade aplicada ao setor pblico s normas internacionais de contabilidade. Hoje, o seu
foco passou a ser o patrimnio e a mensurao de seus elementos. Uma das reas que sofreram
maior impacto foi a de evidenciao dos elementos patrimoniais, que busca identificar e
mensurar o patrimnio das organizaes pblicas, muitos destes ainda no elencados no Balano
Patrimonial como praas, pontes, rodovias.
Todavia o setor pblico ainda tem um longo caminho a percorrer em relao
contabilidade aplicada s empresas privadas, onde essa j passou por varias transformaes em
seus registros contbeis partindo da contabilidade agrcola (primitiva) para a contabilidade
industrial (patrimonialista) e agora est na Era do Conhecimento (Capital Intelectual) se
dirigindo para a contabilidade gerencial, com um enfoque de avaliao que objetiva evidenciar
de forma fidedigna seu Patrimnio Lquido.
Ocorre que os conceitos voltados para a composio do patrimnio tambm mudaram,
causando conflitos entre a Contabilidade Tradicional x Contabilidade Gerencial. A contabilidade
tradicional entende que o Balano Patrimonial o instrumento capaz de demonstra o valor de
uma empresa. Mas o mercado de aes tem mostrado que os registros e balanos no
representam adequadamente o valor das empresas (JOIA, 2009, p. 1381).
Hoje uma empresa pode ter valor venal superior aos demonstrados nos registros
contbeis. Nos casos de empresas de TI como a Microsoft ou que dependem prioritariamente do
conhecimento de seus funcionrios como o caso das empresas de consultorias, essa disparidade
entre valor de mercado e valor patrimonial, demonstrado nos registros contbeis, muito
comum. Numa tentativa de identificar os fatores que levam a essa diferena percebeu-se que as
empresas com melhor desempenho nas bolsas de valores ou nas negociaes de mercado so
aquelas que detm excelente imagem e reputao, colaboradores competentes e habilidosos e boa
estratgia de negcios (ROSSATO, 2003, p. 02).
Esses indivduos e seus conhecimentos, competncias, habilidades, atitudes, experincias
e redes sociais somados a rede de fornecedores, estrutura e estratgias organizacionais adequadas
resultam no encantamento do mercado. Consequentemente maior ser a carteira de clientes, mais
valorizadas sero as marcas e patentes, maior ser a credibilidade perante as instituies
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bancrias, maior ser a aceitao de seus produtos. Todas as coisas descritas acima so
decorrentes do conhecimento e aes humanas e so identificados como Capital Intelectual (CI).
Diante deste cenrio tornou-se claro para as empresas a necessidade de identificar, organizar e
otimizar a administrao destes recursos. Alm disso, uma organizao no pode existir sem os
indivduos, que so os agentes do processo de produo e execuo de bens e servios.
Entretanto nas entidades pblicas, que tambm so prestadoras de servios, o Capital
Intelectual recebe pouca ateno por parte de seus administradores. Esta situao tende a se
acentuar na fase da mudana de gesto, j que ocorrem muitas alteraes nos cargos de direo,
chefia e assessoramento. Por outro lado, tambm acontece uma rotatividade de servidores entre
os diversos setores da organizao pblica fora do perodo de transio de poder. Elas so
decorrentes de outros fatores, como frias, licenas, mudana de domicilio, elevao da demanda
de servio de um determinado setor, entre outros. Realizados de forma inadequada, os resultados
dessas alteraes, seja qual for a razo, podem trazer srios prejuzos entidade.
Assim torna-se necessrio verificar: Como ocorre o gerenciamento do capital intelectual
na administrao do municpio de Porto Velho no momento em que acontece a mudana de
gesto? Considera-se pertinente usar o momento da transposio de mandatos justamente por ser
um momento crucial para o bom andamento da administrao subsequente e por ser esta uma
nova oportunidade para realizar as correes necessrias. Toma-se como amostra a Secretaria
Municipal de Administrao SEMAD, visto que a mesma responsvel pelo gerenciamento do
RH e pela administrao do patrimnio (exceto sade e educao) e poderia servir de referencia
para as demais secretarias.
O objetivo desse estudo foi analisar a aplicabilidade da gesto de capital intelectual na
administrao pblica e observar os impactos sofridos na composio do capital intelectual
decorrentes da mudana de poder. Inicialmente trs hipteses podem ser levantadas, a primeira
que a administrao desconhece a importncia do Capital Intelectual; a segunda que corre um
subaproveitamento do Capital Intelectual gerenciado pela SEMAD devido ausncia de
processos de identificao e valorizao das competncias dos servidores e, a terceira que a
forma como se gerencia o Capital Intelectual dos servidores alocados na secretaria reflete na
qualidade dos servios prestados aos muncipes.
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2 REFERENCIAL TERICO
A exploso do conhecimento cientfico, a rpida difuso da tecnologia da informao, a
participao cada vez maior do conhecimento agregado da empresa, a ascenso do trabalhador
do conhecimento todos esses fatores trabalham juntos para a mudana de paradigmas
(STEWART 1998, p. 45). Assim abordaremos alguns conceitos e questionamentos em torno do
tema.
2.1 DEFINIES DE CAPITAL INTELECTUAL
O entendimento do conhecimento como arma estratgica para uma corporao no
recente, conforme levantamentos feitos por Joia em 2009, em seu artigo Governo eletrnico e
capital intelectual nas organizaes pblicas, os vislumbres da identificao do Capital
Intelectual aparecem em 1945, com a pesquisa de Frederick Hayek sobre o uso do conhecimento
na sociedade; seguido de Fritz Machlup que em 1962, realiza uma pesquisa, onde ao analisar
dados de 1958, observou que 34,5% do PIB americano deviam estavam vinculados ao setor de
informao.
Em 1993, Peter Drucker analisou a nova economia do conhecimento e suas
consequncias. Em 1995, a Skandia (empresa de servios financeiros) publicou seu Relatrio
anual de capital intelectual. (JOIA 2009, p. 1380-1381). No Brasil o tema fomentava as
discusses nos corredores das empresas e nos escritrios contbeis em 2000. Mas devido a sua
natureza subjetiva muitos pesquisadores e tericos encontraram dificuldades para definir o que
Capital Intelectual. Os difusores desta teoria utilizam uma metfora para conceituar o Capital
Intelectual, comparando-o a uma rvore:
[...] as partes visveis da rvore, tronco, galhos e folhas, representam a empresa
conforme conhecida pelo mercado e expressa pelo processo contbil. Os frutos
produzidos por essa rvore representam os lucros e os produtos da empresa. As razes,
massa que est debaixo da superfcie, representam o valor oculto, nem sempre relatado
pela contabilidade. Para que a rvore floresa e produza bons frutos, ela precisa ser
alimentada por razes fortes e sadias [...] (EDVINSSON e MALONE 1998 p.28)
J para Stewart (1998, p. 51) o Capital intelectual um ativo intangvel, constitudo pelo
talento dos funcionrios, a eficcia dos sistemas gerenciais da empresa, e o carter de seus
relacionamentos com clientes e fornecedores. Esta viso compartilhada por Brooking (apud
ANTUNES 2000, p.8) que divide o Capital Intelectual em quatro categorias:
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confirmar suas competncias e verificar de que modo elas podem ser melhor utilizadas.
(CARBONE, 2011 p.59 e 106).
Para identificar o comportamento competente no ambiente de trabalho. Segundo Stewart
(1998 p. 95), o pesquisador pode optar tambm pela observao. Esta pode ser in loco ou
atravs de comportamento adotados em dinmicas de treinamento. Quando se deseja gerir o
conhecimento se faz necessrio promover o desenvolvimento da aprendizagem. Isto pode ser
realizado de diversas formas, mas pesquisadores (CARBONE 2011, STEWART 1998 e
ROSSATTO 2003) trazem algumas observaes que as organizaes pblicas deveriam
considerar para evitar desperdcio de recursos e tempo:
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Observa-se nesta figura que Assuno descreve o goodwill como um ativo intangvel no
identificado e o Capital Intelectual aparece como um ativo identificado, no mensurvel. Uma
vez que possvel a identificao deste ativo a contabilidade tem agora a responsabilidade de
organizar procedimentos adequados para mensur-la, semelhantemente ao que j ocorre com
outros intangveis, como marcas e direitos autorais, por exemplo.
Pelo menos trs aspectos diferenciam este tipo de recurso intangvel, capital intelectual,
dos bens e direitos tradicionais conforme observado por Stewart (1998, p. 152 a 154). Verifica-se
que sua existncia independente do espao, isto , pode ser possudo simultaneamente por vrias
pessoas sem diminuir seu valor. Ao contrrio do que ocorre com os bens econmicos, sua
abundncia no tem limites. Por fim, sua estrutura de custo radicalmente diferente da
tradicional e est concentrando na produo e no na multiplicao.
Essas caractersticas tornam altamente complexa a sua mensurao e consequentemente
seu registro no balano patrimonial da entidade. Porm, comum encontrar empresas
aperfeioando conhecimentos por meio de treinamentos, incentivos a educao, motivao,
informatizao e automao de processos, entre outros. O que a contabilidade tem feito
contabilizar os recursos aplicados como gastos, embora eles sejam investimentos que trazem
retorno s empresas, pois para que as empresas se mantenham competitivas necessrio estar
sempre inovando.
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3 METODOLOGIA
Para discutir esse tema buscou-se neste artigo efetuar o levantamento bibliogrfico sobre
conceitos, classificao, identificao e mensurao do Capital Intelectual, bem como a sua
importncia e formas de gerenciamento deste ativo na administrao pblica municipal. Esta
pesquisa classifica-se quanto sua natureza como aplicada; quanto forma de abordagem do
problema: como qualitativa; quanto aos fins da pesquisa: como exploratria; e quanto aos
procedimentos: bibliogrfica e documental. A pesquisa bibliogrfica foi direcionada pela
literatura mais especfica. E os documentos pesquisados foram extrados dos relatrios contbeis
AJUCEL 2009 a 2012. Enquadra-se como uma pesquisa aplicada devido aos levantamentos
feitos diretamente administrao pblica, buscando aspectos e comportamentos dos gestores.
Os procedimentos adotados convergem para uma abordagem qualitativa mediante um estudo de
caso.
A amostra definida como no probabilstica e de seleo intencional ou racional.
composta pela a Secretaria Municipal de Administrao SEMAD representada pelo
Coordenador de Recursos Humanos e pela chefe da Assessoria Tcnica da secretaria em questo.
Os procedimentos adotados convergem para uma abordagem qualitativa mediante um estudo de
caso.Os entrevistados responderam a uma entrevista estruturada contendo 10 perguntas
referentes na Secretria Municipal de Administrao - SEMAD e na Secretaria Municipal de
Fazenda - SEMFAZ.
As informaes contbeis, pertinentes despesa com pessoal e treinamentos destinados a
SEMAD foram fornecidas pelo chefe do Departamento de Contabilidade da SEMFAZ, que
tambm respondeu a uma entrevista estruturada com 5 perguntas. O teor das duas entrevistas
descritas foi encaminhado com 18 dias de antecedncia, para que pudessem ser levantados junto
ao RH ou outro departamento quaisquer informaes necessrias a uma melhor elucidao dos
procedimentos de gerncia de Capital Intelectual.
A aplicao de entrevistas distintas teve por inteno confrontar os dados administrativos
com os dados contbeis e tentar observar o quanto a administrao municipal est investindo
financeiramente em Capital Intelectual, especificamente, na SEMAD.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Com o intuito de identificar a viso dos servidores que so os maiores e, assim obter uma
melhor compreenso das mudanas ocorridas em virtude dos pleitos eleitorais, foi realizado uma
entrevista estruturada com dez questionamentos onde, quatro perguntas estavam voltadas para
identificar quantos e quais foram os alocamentos e realocamentos de servidores e realizados na
mudana de gesto; trs perguntas estavam voltadas para verificar os procedimento e critrios
adotados para realizar o remanejamento de pessoal; duas destinam-se a levantar os resultados
obtidos com essas mudanas e a ltima questo tem a finalidade de verificar se os servidores
esto sendo valorizados.
Referentes aos alocamentos e realocamentos dos servidores o discurso da gerncia
informa que foi feito um reaproveitamento do quadro de servidores e no houve um
remanejamento de grande expresso. Todos os servidores se ajustaram muito rapidamente, pois
j tinham um conhecimento prvio das tarefas a serem desempenhadas. E que no ocorreu
nenhuma descontinuidade nas atividades e nem reduo da qualidade dos servios. Houve sim,
uma preocupao por parte do prefeito em utilizar os servidores que j estavam trabalhando no
local.
Os relatos acima passam a ser destoantes quando esta mesma gerncia no capaz de
informar claramente o quantitativo de remanejamentos e nem os critrios de seleo adotados
para subsidiar este aproveitamento. O papel da equipe de transio no foi especificado e a
transmisso de conhecimento dentro de cada setor ocorreu de forma aleatria, sem nenhum
planejamento. E ainda na fala dos gestores precisa ter uma metodologia para diminuir a
descontinuidade do servio, pois teve uma desacelerao nos servios contnuos, mas que j
conseguimos retomar ao antigo fluxo de oferta de servios. No houve reduo na qualidade,
houve um apenas uma complicao devido m administrao passada, principalmente nos
processos continuados, pois os processos no foram aditivados e foram cessados em 31/12/2012,
sem tempo hbil para aditamentos, tudo isso obedecendo s orientaes dos procuradores do
municpio de Porto Velho. Os processos em questo no foram autuados de forma irregular.
A capacitao dos servidores, inclusive dos novos ocupantes dos cargos de direo e
chefia ficou a cargo da Fundao Escola FUNESCOLA, que o rgo responsvel pelos
treinamentos e qualificao dos servidores municipais. A administrao informou que vrios
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pois a gesto anterior deixou vrias dvidas com servidores pblicos, pois o limite legal com
gastos com folha de pagamento estava no pice.
oportuno mostrar, principalmente neste trabalho, cujo intento verificar o
gerenciamento do capital intelectual na administrao pblica, o discurso do entrevistado, que
ocupa o cargo de coordenador de Recursos Humanos, que fez a seguinte considerao: Que no
h comprometimento dos servidores apesar de haver 13 mil servidores e o grande desafio do
gestor chamar esses servidores para que eles estejam desenvolvendo seus verdadeiros
potenciais.
Para averiguar quanto a administrao investiu em treinamento dos servidores nos
ltimos quatro anos, foram utilizados os Relatrios da AJUCEL 2009 a 2013, emitidos pelo
sistema CPcetil em 31.07.2013. Existem duas formas de treinamentos: pelas secretarias e pela
Fundao Escola. Os recursos utilizados esto resumidos na tabela abaixo:
Tabela 1 Investimentos em treinamento 2009 a 2012 SEMAD/PVH
ANO
SEMAD
FUNESCOL
TOTAL
1.595,00
73.420,00
16.890,00
157.367,12
75.015,00
174.257,1
46.620,00
272.581,26
26.050,60
161.481,40
A
2009
2010
2011
2012
Total
2
319.201,2
6
187.532,0
0
756.005,3
8
Fonte: CPCTIL/ JUCEL. Controle de empenhos da Prefeitura 2009 a 2012
91.155,60
664.849,78
No foram considerados os custos com dirias que fazem parte de treinamentos que so
feitos fora do Municpio. Percebe-se que no comeo do mandato do prefeito existe pouco
investimento na capacitao de servidores e ao longo dos anos este quadro vem crescendo tendo
uma diminuio j no final da administrao que ocorre naturalmente por se tratar de um perodo
eleitoral que impossibilita a contratao de servios terceirizados. A Fundao Escola
disponibiliza cursos para 17 Secretarias e cada secretaria ainda dispe de recursos prprios que
podem ser investidos em treinamento. Rateando de forma igualitria o valor total de recursos da
Fundao Escola no quadrinio descrito verifica-se uma mdia de R$ 39.108,81 por secretaria.
Caso esse percentual fosse somado aos R$ 91.155,60, totalizariam um investimento de R$
130.264,41 somente para a SEMAD. Isto revela um alto grau de investimento em Capital
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Intelectual pela administrao municipal o que eleva o nvel de responsabilidade dos gestores
sobre estes recursos.
Entretanto ao compararmos dados disponveis no site da secretaria quanto ao quantitativo
de cursos ministrados pela Fundao Escola de janeiro a agosto do primeiro ano de gesto do
mandato anterior foram 29, enquanto que no mesmo perodo da administrao atual, apenas
onze. Isto representa uma queda de 62% dos cursos oferecidos aos servidores.
Um ponto tocado pela Administrao quanto ao aumento de gasto com pessoal, e
consequentemente impedindo novas contrataes e ou aumento da remunerao dos servidores.
A tabela a seguir apresenta comparativos das despesas do segundo trimestre de 2012 com o
mesmo perodo de 2013.
Tabela 2 - Despesas com Folha de Pagamento
MS
FOLHA
DE FOLHA DE PAGAMENTO DIFERENA
PAGAMENTO /2012
/2013
%
ABRIL
27.291.058,24
33.276.936,18
8,20%
MAIO
29.355.979,95
33.839.838,43
8,67%
JUNHO
31.472.262,42
34.702.187,46
9,07%
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5 CONCLUSES
Verificou-se que as organizaes privadas apresentam dificuldades em gerenciar e
mensurar o seu capital intelectual. E Administrao Pblica tambm no consegue reunir e
aproveitar o conhecimento prvio dos servidores, como resultado ocorre uma desvalorizao de
capital intelectual. Isso surge devido ausncia de processos de identificao das competncias e
habilidades dos servidores e da real valorizao desses enquanto seres humanos e conhecedores
das rotinas administrativas e das peculiaridades do servio pblico. Por outro lado, a
administrao pblica desconhece a importncia do capital intelectual dos servidores como um
elemento que pode vir a contribuir para o aumento da eficcia e eficincia dos servios pblicos
ofertados sociedade (STEWART 1998 p. 84).
Este trabalho se props a verificar a aplicabilidade do gerenciamento do capital
intelectual na administrao pblica e especial no processo de mudana de gesto, onde a
pesquisa teve como dificuldade principal para obter os resultados a falta de dados ou
informaes vagas por parte da administrao pblica.
Percebeu-se que a mudana de gesto tem o maior impacto no gerenciamento do capital
intelectual, pois a deciso de quem ir ocupar os cargos estratgicos de chefia e de localizao
dos servidores so tomadas pela equipe de transio e o levantamento das competncias e
habilidades de servidores no utilizado como um critrio objetivo para definir quem tem perfil
e responsabilidade para assumir um cargo de confiana no municpio de Porto Velho.
Uma dificuldade da gesto empresarial e da pblica quando se trabalha com Capital
Intelectual manter esse ativo intangvel, porque como mencionado pelo Departamento
Contbil, no somente a questo financeira que torna o trabalho um atrativo para os servidores
pblicos, mas sim o reconhecimento e a valorizao por parte da administrao pblica.
A falta de capacitao dos servidores outro fator que prejudica o gerenciamento do
capital intelectual na administrao pblica, pois conforme resposta do chefe do departamento de
contabilidade/SEMFAZ, a atual gesto no investiu em capacitao de servidores neste ano. Ou
seja, com a posse de servidores comissionados nos cargos de direo, chefia e assessoramento, a
administrao do municpio de Porto Velho no se preocupa em melhorar as habilidades desses
servidores e nem com a qualidade dos servios pblicos oferecidos populao. Uma das
contribuies deste estudo o Sistema de Monitoramento Contnuo, haja vista que no existe
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entrada e sada de servidores como na organizao privada. Tal sistema consiste em monitorar
continuamente o servidor em sua atividade funcional na prefeitura e o seu objetivo selecionar
de forma adequada o pblico alvo para os cursos e deste modo reduzir os custos com capacitao
e obter um melhor aproveitamento.
As variveis utilizadas no sistema de monitoramento contnuo para avaliar o perfil dos
servidores so: Acompanhamento da qualificao do servidor: referem-se aos cursos que ele
realizou mais o grau de escolaridade que possui alm de mensurar qual foi o grau de
aprendizagem dos cursos realizados; Acompanhamento da desenvoltura do servidor: uma
anlise feita para verificar se o mesmo tem iniciativa de disseminar o conhecimento adquirido
atravs dos cursos realizados e se possui iniciativa prpria.
A valorizao dessa tcnica de seleo permite a escolha de servidores que possuam mais
desenvoltura para aprender algo e facilidade na disseminao de conhecimento. Portanto, cabe
ento ao gestor adotar procedimentos a fim de aumentar o rendimento dos servidores, seja pela
simplificao de procedimentos ou aumento de capacitao e treinamento a fim de reduzir a
perda de excelentes profissionais, a queda na produtividade e a reduo de gastos desnecessrios
com cursos e outras atividades complementares.
Este estudo alcanou parcialmente o objetivo ao qual se props, onde se verificou que o
gerenciamento de Capital Intelectual inadequado, visto que sua importncia desconhecida ou
subvalorizado pela administrao pblica. Deste modo, embora muitos aspectos da gesto de
conhecimento utilizados na rede privada sejam facilmente aplicveis na rede pblica a amostra
utilizada encontra-se inerte frente a essa possibilidade.
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INTRODUO
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2 GERENCIAMENTO DE RESDUOS
2. LEGISLAO AMBIENTAL
A legislao ambiental brasileira uma das mais completas do mundo, e so importantes,
pois foram criadas no intuito de garantir a preservao do vasto patrimnio natural existente no
pas. A reduo do impacto ambiental da construo civil tarefa complexa e por isso a
legislao vigente vem estabelecendo regras e cuidados para as operaes de tratamento,
estocagem e disposio final de resduos, para que prticas inadequadas de gerenciamento
possam ser identificadas e eliminadas.
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Unid
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Ton
Lt
Jan/14
10.410
680
783.630
50.721
20.400
80.856
322.500
23.562
Fev/14
13.130
1.520
7.990
5.620
7.970
536.170
32.181
27.285
22.908
178.500
17.513
Mar/14
8.830
4.760
4.710
2.570
257.890
47.922
27.540
30.876
265.500
17.718
Unid
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Unid.
Unid.
Unid.
Unid.
Jan/14
537
5.911
630
20.537
510
-
Fev/14
258
6.775
241
6.638
-
20
-
199
Mar/14
695
6.810
70
9.470
5.727
5.727
-
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Os equipamentos que fazem parte dessa instalao e que so utilizados na segregao dos
resduos gerados no canteiro de obras so descritos a seguir conforme sistema de funcionamento:
Sistema de Recepo: Esteira Elevatria com correias emborrachadas em lona, que recebe os
resduos que chegam at a unidade de triagem.
Sistema de triagem: Esteira de catao com correias emborrachadas em lona. neste sistema
que os resduos so transportados, passando por minuciosa separao e classificao, sobresponsabilidade de pessoal devidamente treinado, uma vez que, h a necessidade de segregar
corretamente os resduos para o processo de reciclagem, pois somente assim pode-se obter a
garantia de conservar as propriedades do material a ser reciclado.
Sistema de enfardamento: utilizado prensa hidrulica vertical polivalente, para compactar os
resduos, reduzindo significativamente o seu volume, facilitando o processo de carga e descarga
e a estocagem desse material. Essas prensas em media tem capacidade de produzir de 4 a 6
fardos de 100 a 150 quilos por hora, nas dimenses de 700x600x800 mm.
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Tratamento e Destinao Final dos Resduos Perigosos e dos Resduos do Servio de Sade
Os resduos gerados durante a construo so de diversas origens, podendo ser resduos sem
aproveitamento e com aproveitamento, dependendo da forma com que se define o tratamento
final de cada resduo. Os resduos perigosos, incluindo os resduos contaminados com produtos
qumicos e resduos do servio de sade so gerados em grande escala dentro do
empreendimento, sendo que os mesmos so recolhidos do campo separadamente e armazenados
nos depsitos de resduos perigosos e servio de sade.
O tratamento desses resduos dado atravs do processo de incinerao, Conforme mostra
Figura 04, foi instalado no canteiro de obras da UHE Jirau um incinerador de autocombusto
com capacidade de incinerar 30 kg/h ou 480 kg/dia. A instalao do incinerador no Canteiro de
Obras trouxe diversos benefcios para o empreendimento, como: destinao dos resduos com
maior controle e eficincia, atendendo legislao ambiental, reduo do peso, volume e
caractersticas de periculosidade dos resduos alm de um retorno econmico para o
empreendimento, pois eliminou a necessidade de transporte e destinao externa e est
funcionando de acordo com a Resoluo CONAMA 316/2002 que dispe sobre procedimentos
e critrios para o funcionamento de sistemas de tratamento trmico de resduos.
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Janeiro
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5.911
6.370
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Fevereiro
258
6.775
241
Maro
695
6.810
70
Aterro Sanitrio
Conforme definio dada por Consoni (2000) aterro sanitrio um processo utilizado
para deposio final de resduos slidos no solo, particularmente lixo domiciliar que,
fundamentado em critrios de engenharia e normas operacionais especficas, permite o
confinamento seguro, em termos de controle de poluio ambiental e proteo sade pblica:
ou forma de disposio final de resduos slidos urbanos no solo, atravs de confinamento em
camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais
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sucatas ferrosas diversas, devido ao estgio em que a obra se encontra nesse momento, ou seja,
Construo Civil pesada em fase de trmino, na Margem Direita e Margem Esquerda - 1 fase.
Sendo que, o cenrio deve sofre novas alteraes, com acrscimo da gerao de resduos,
devido a retomada das obras de Construo Civil e montagem eletromecnica na Margem
Esquerda - 2 fase. Os demais itens no apresentam uma tendncia muito clara, porm lixo
comum e gordura do refeitrio, nos dois ltimos meses apontam para uma constante.
O grfico 2 mostra a quantidade de Resduos Perigosos gerados no primeiro trimestre de
2014. Observa-se uma tendncia de queda nos materiais EPIs contaminados, e, aumento dos
Resduos contaminados, de fevereiro em relao a janeiro e maro em relao a fevereiro de
2014. Temos uma queda brusca de EPIs contaminados, de maro em relao a janeiro, que se
deve ao fato do andamento da obra, finalizao da Construo Civil e Montagem Eletromecnica
na Casa de Fora Margem Direita e Casa de Fora Margem Esquerda -1 fase.
Grafico 3 Residuos perigosos gerados 1 trimestre de 2014 UHE Jirau
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4 CONCLUSO
notrio dizer que toda atividade humana causa impacto, seja de forma positiva ou
negativa. Um grande projeto, como o caso da construo da Hidreltrica de Jirau, produz
impactos ambientais sociais e econmicos, levando em considerao as diversas mudanas
ocasionadas pela dimenso da obra.
Algumas medidas devem ser tomadas, a fim evitar ou minimizar, os impactos
ocasionados pela grande quantidade de resduos gerados pelo empreendimento. Uma gesto
eficiente, utilizao de novos insumos ou simplesmente a forma de organizar o canteiro de obras,
pode proporcionar a diminuio na gerao desses resduos.
A grandeza da obra tambm causa impactos para a populao local e pessoas que
transitam no entorno, porm no necessariamente negativos, podem tambm trazer benefcios
para a populao e desenvolvimento para as cidades. Levar em considerao a opinio da
populao um fator importante para o transcurso normal e sucesso do empreendimento. Outro
ponto relevante, a ser observado, so as interferncias causadas nos ciclos naturais e
biodiversidades locais, devido ao grande volume de efluentes lquidos e emisses de gases
poluentes gerados.
A legislao ambiental brasileira confere ao gerador a responsabilidade pela destinao
adequada dos resduos, com a determinao do tratamento prvio para a disposio final ou
armazenamento temporrio, de forma a no comprometer o meio ambiente. Surgi da, a
necessidade de elaborao e implantao de um Programa de Gerenciamento de Resduos, que
contenham aes de reduo, reutilizao e reciclagem, alm de estabelecer as diretrizes para a
coleta, manejo, transporte, armazenamento e destinao final dos resduos.
O gerenciamento dos resduos existente no canteiro de obras de Jirau, foi desenvolvido
objetivando controlar a gerao dos resduos, na fonte, e administrar de forma efetiva a
destinao final dos mesmos. A gesto eficiente dos resduos, possui medidas rentveis para o
empreendimento, uma vez que as tcnicas adotadas, dentro do canteiro, pela construtora e
contratadas, contribui de forma satisfatria para reduo na fonte geradora. Alm do processo de
reaproveitamento e reciclagem, realizado um estudo viabilizando a substituio das matrias
primas por insumos ecologicamente corretos, e assim, amenizando e reduzindo os impactos
negativos, da construo da Hidreltrica de Jirau, na floresta Amaznica.
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REFERNCIAS
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1 INTRODUO
A piscicultura tem se destacado dentro do agronegcio no Brasil por ser uma atividade
altamente vivel para o meio rural, assim como a produo nacional, a produo no estado de
Rondnia vem crescendo significativamente, principalmente na regio de Ariquemes - RO, onde
a produo do Tambaqui (Colossoma macropomum) cresce em ritmo acelerado, tendo uma
cooperativa a Cooperativa dos Produtores de Peixe da Regio de Ariquemes LTDA
(COOPEMAR) com mais de 70 produtores cooperados, alm dos grandes produtores da regio,
o municpio conta com um frigorifico de pescados, e um mercado em crescimento.
Com esse crescimento possveis problemas com a produo vem surgindo, dentre eles o
crescimento desordenado de plantas que apresentam uma grande capacidade de adaptao, e que
habitam ambientes de guas doce, salobra e salgada. Essas plantas so denominadas macrfitas
aquticas, estas so essenciais para um perfeito equilbrio aqutico, porem como consequncia
da interferncia antrpica, h o desequilbrio do ambiente aqutico, um dos sintomas a elevada
proliferao das macrfitas aquticas, o que pode impedir os mltiplos usos dos recursos
hdricos dentre eles a criao racional de peixes, aumentando o consumo do oxignio, com isso
h uma competio dessas plantas com o pescado por oxignio e espao (ESTEVES, 1988).
Para o controle da alta proliferao de macrfitas aquticas, existem meios mecnicos e
qumicos, sendo o mtodo mecnico, mais oneroso e de difcil mo de obra, a escolha por
mtodos qumicos esta sendo adotada cada vez mais. Para Moura, Franco e Matallo, (2009) o
controle qumico das macrfitas aquticas tem sido feito basicamente com o uso de herbicidas.
Para os defensores deste mtodo, o controle qumico promove resultados rpidos, com baixo
custo, porem j foi observado que o glyphosate, um herbicida ps emergente de amplo espectro e
baixa persistncia no ambiente (cerca de 47 dias) uma das molculas mais empregadas no
mundo todo, pode promover mutaes genticas e mudanas comportamentais em algumas
espcies de peixes criadas em cativeiro (MOURA; FRANCO; MATALLO, 2009).
O uso de herbicidas nas pisciculturas e em seu entorno, uma pratica comum dentre os
produtores da regio de Ariquemes - RO. Desta forma, o objetivo proposto por este trabalho
investigar o uso destes herbicidas nas pisciculturas e em seu entorno visando identificar o
crescimento desta pratica na regio e o conhecimento dos produtores sobre as possveis
consequncias deste uso.
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2 REFERENCIAL TERICO
A piscicultura, criao racional de peixes, vem se tornando uma das principais atividades
rurais do estado de Rondnia, nos ltimos anos apresentando um forte crescimento na economia
do estado (XAVIER, 2013).
A produo de organismos predominantemente aquticos denominada aquicultura, em
qualquer fase de desenvolvimento, e que envolva um espao confinado e controlado
(OLIVEIRA, 2009 apud XAVIER, 2013). A piscicultura o ramo da aquicultura que consiste na
criao de peixes, sendo o mais importante correspondendo a 49,5% da produo aqucola total
(XAVIER, 2013).
De acordo com a ltima edio de O Estado das Pescas e da Aquacultura no Mundo, a
produo pesqueira e de aquacultura a nvel mundial foi de 158 milhes de toneladas em 2012,
cerca de 10 milhes de toneladas a mais do que em 2010 (FAO, 2014).
Em 2009, no Brasil, a produo total da aquicultura, foi de 415.649 t sendo 337.353 t da
piscicultura, das quais 81,2% foram provenientes da produo de organismos aquticos
continentais (MPA, 2010). A produo de pescado em Rondnia proveniente, em maior
proporo, da piscicultura pois a pesca artesanal de pequena escala e pouco desenvolvida,
principalmente por populaes ribeirinhas com a finalidade de subsistncia (XAVIER, 2013).
Com o crescimento da populao mundial, o consumo per capta de pescados tambm
tem aumentado, com isso cria-se uma demanda que um grande desafio para os pases
produtores e consumidores, mas uma grande oportunidade para o pas (DIARIO DO NORTE,
2015).
Dados do Ministrio da Pesca e Aquicultura (MPA) informam que em 2011 no Brasil
foram produzidas 544.490 t de peixes em gua doce, a Tilpia (Oreochromis niloticus) a
espcie mais produzida no pas com 253.824 t, sendo as regies Sul, Sudeste e Nordeste as
responsveis pela maior produo desta espcie. As espcies como Tambaqui (Colossoma
macropomum), Pacu (Piaractus mesopotamicus), Pirapitinga (Piaractus brachypomus) e seus
hbridos so o segundo grupo de peixes mais cultivado no Brasil. Em 2011, a produo deste
grupo chegou a 206.776 t e seu cultivo est mais concentrado nas regies Centro Oeste e Norte.
Outro grupo de peixes que tem conquistado o paladar dos brasileiros o pintado que segundo o
MPA em 2011 foram produzidas 8.824 t (DIRIO DO NORTE, 2015).
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Segundo Kubitza (2011) o controle de macrfitas aquticas pode ser feito de varias
formas, a saber: a) fsica, manual, com o uso de redes, pus, cestos, etc, tendo em todas o
cuidado de evitar-se a captura de peixes; b) promoo da proliferao de fictoplnctos para
diminuir a transparncia da gua e com isso dificultar o crescimento das plantas aquticas e algas
filamentosas; c) a estocagem de peixes como a carpa capim, que consome plantas tenras, algas
filamentosas; d) o lanamento de chamas de fogo sobre as plantas aquticas; e) o bloqueio da luz
solar impedindo o ciclo da fotossntese; f) o revestimento das laterais e do fundo do tanque com
mantas de vinil, concreto ou outros; g) e o mais comum, sendo este, o uso de herbicidas.
Kubitza (2011) tambm relata que h diversos herbicidas registrados no Brasil para o
controle de plantas aquticas, sendo comumente utilizados em grandes reservatrios de
hidreltricas e de abastecimento de gua para diversos municpios. Estes herbicidas e seus
princpios ativos tambm so aprovados para uso no controle de plantas aquticas em audes,
viveiros e tanques usados para a criao de peixes em outros pases. No Brasil, ainda no h
herbicidas especificamente registrados para uso na aquicultura, no entanto, os herbicidas
regularmente usados na agricultura, em especial para o controle de plantas aquticas, so
aplicados diretamente em viveiros e audes com peixes.
De acordo com Baird (2002):
Os compostos organoclorados so contaminantes onipresentes no ambiente e, devido
sua lipofilicidade e persistncia, acumulam-se na cadeia alimentar. A toxicidade dessa
classe de compostos vem do fato de serem estruturalmente diferentes das substncias
normalmente encontradas na natureza e, portanto, alguns organismos contaminados no
tm capacidade de metaboliz-las, causando a acumulao.
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Para Silva et al., (2009), os mananciais hdricos, tanto superficiais, quanto subterrneos,
esto expostos a receber cargas de herbicidas, podendo atingir guas superficiais por drenagem,
percolao lateral, escoamento superficial e subsuperficial, eroso, deriva e volatilizao.
Tendo em vista os vrios fatores, prejudiciais, que podem levar o uso de agrotxicos, este
trabalho vem avaliar o uso de herbicidas, no combate a macrfitas aquticas nas pisciculturas da
regio de Ariquemes, bem como orientar os piscicultores quanto aos malefcios desta prtica e
instruir novas tcnicas de combate macrfitas aquticas.
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3 METODOLOGIA
A rea delimitada para a realizao da pesquisa foi no municpio de Ariquemes - RO.
Esta rea foi escolhida pelo grande nmero de piscicultores, produo elevada e pelo fcil acesso
a estes piscicultores atravs da COOPEMAR, as entrevistas semi-estruturadas foram realizadas
no perodo de novembro/2014 a maro/2015.
As informaes sobre o uso do herbicida foram obtidas por uma entrevista semiestruturada feita ao piscicultor. A entrevista semi-estruturada um processo de interao social,
no qual o entrevistador tem a finalidade de obter informaes do entrevistado, atravs de um
roteiro contendo tpicos em torno de uma problemtica central (HAGUETTE,1995).
Foram elaboradas varias perguntas sobre o uso do agrotxico na piscicultura com o
objetivo de saber como feito o manejo desses produtos na propriedade
Os dados obtidos atravs das entrevistas semi-estruturadas foram organizados e tabulados
em planilhas do MS Office Excel (Windows 7 Professional, Copyright 2009 Microsoft)
formando um banco de dados para posterior confeco dos grficos.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
A utilizao de herbicidas pelos produtores real, seja pela finalidade do combate de
macrfitas aquticas com uso direto na lamina da gua ou para combater pragas vegetais nas
atividades do entorno.
Os resultados obtidos mostram na Figura 1 que nas pisciculturas, os herbicidas so
utilizados por 47% dos produtores entrevistados, sendo essa utilizao mais comum nos taludes
por 85,7%, porm, tambm houve utilizao na lamina de gua por 14,3% dos produtores que
participaram da pesquisa.
Figura 2 - Uso de herbicidas nas pisciculturas.
A pesquisa aponta que a indicao do uso de herbicidas feita por tcnicos (14,28%),
amigos (28,57%), lojas ou vendedores (28,57%) ou pela auto indicao (28,57%), figura 2.
Um dos fatores que agrava o problema atual de aplicao de agrotxicos e consequente
intoxicao dos consumidores dos produtos por estes fornecidos a total falta de
informao tcnica dos agricultores sobre os componentes qumicos presentes nos
agrotxicos e as consequncias do uso desses produtos sade humana, bem como a
falta de treinamento para o uso adequado dos produtos. O descaso das autoridades e a
falta de incentivos governamentais educao rural, bem como falhas na rotulao dos
produtos cometidas pelos fabricantes, acabam por piorar a situao, pois no tendo a
informao e orientao correta, no podemos exigir um uso totalmente correto por
parte dos agricultores. Devido a falta de fiscalizao, existe o comrcio ilegal e livre
desses produtos, que no tendo origens conhecidas, no garante a qualidade do produto,
o que coloca em risco toda a cadeia desde o agricultor at o consumidor final.
(ARANTES, J. K, 2013).
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Para Moura, Franco e Matallo, (2009) o controle qumico das macrfitas aquticas tem
sido feito basicamente com o uso de herbicidas. Apesar se ser um mtodo bastante empregado
em todo mundo, no Brasil o nico herbicida registrado no Ministrio da Agricultura, Pecuria e
Abastecimento (MAPA) e na Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) para controle
de macrfitas aquticas das espcies Engeria densa e Engeria najas, em reservatrios de
hidroeltricas, o fluridone (MOURA; FRANCO; MATALLO, 2009).
O Fluridone quando testado experimentalmente em reservatrio, foi eficiente no controle
destas duas espcies, mas ao cessar seu efeito, aconteceu a reinfestao, alm de no ser eficiente
para o controle de espcies no-alvo (MARCONDES et al, 2008 apud MOURA; FRANCO;
MATALLO, 2009).
Em busca de outros herbicidas, que combatam de forma eficiente as macrofitas aquticas,
o Glifosato, que o mais utilizado pelos produtores nessa regio e o que demonstrou maior
eficincia.
Para Moura, Franco e Matallo, (2009):
Segundo os defensores deste mtodo, o controle qumico promove resultado
rpido, com baixo investimento econmico e especificidade. Entretanto, j se
observou que o glyphosate, um herbicida ps-emergente de amplo espectro e
baixa persistncia no ambiente (cerca de 47 dias) e uma das molculas mais
empregadas no mundo todo, pode promover mutaes genticas em tilpias
(Tilapia rendalli) (GRISOLIA, 2002) e mudanas comportamentais em peixes
como o mato-grosso (Hyphessobrycon eques) e o paulistinha (Danio rerio).
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Foi questionado ao produtor quem fez a indicao de uso desses produtos, 13,33%
informaram que foi indicao de amigos, 13,33% como auto indicao, 26,66% indicao de um
tcnico, 66,66% fez uso por indicao da loja ou do vendedor, sendo que os produtores utilizam
mais de uma marca ou tipo, Figura 8.
A frequncia de aplicao dos herbicidas mostrou que 20% dos piscicultores utilizam os
utilizam semestralmente, 66,66% anualmente e 6,66 % bianualmente, Figura 9.
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O histrico de utilizao dos produtores demonstram que 6% dos piscicultores fazem uso
a um ano, 6% faz uso a dois anos, 6% faz uso a quatro anos, 6% faz uso a cinco anos, 6% faz uso
a quinze anos, 20% faz uso a trs anos, 20% faz uso a dez anos e 20% faz uso a vinte anos,
Figura 10.
Figura 11 - Histrico do uso dos herbicidas nas pisciculturas.
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5 CONCLUSES
O uso de herbicidas nas pisciculturas na regio de Ariquemes existe, seja o uso direto nos
tanques de piscicultura ou nas atividades do entorno.
A variedade dos produtos utilizados e a falta de informao e a busca por informaes
dos produtores quanto utilizao e as possveis consequncias desse uso indiscriminado foi
identificado.
Observou-se tambm que em todas as propriedades, mesmo as que no utilizam o
herbicidas direto na lmina de gua possuem o escoamento superficial pluvial para viveiros,
represa me, rios, desvios ou canais e h o conhecimento desse fato pelos produtores.
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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INTRODUO
Teorias em torno de um desenvolvimento sustentvel global ganharam foras a partir da
dcada 1970, principalmente depois das Conferncias das Naes Unidas sobre Meio Ambiente
realizadas, em 1972, na Sucia e em 1992, no Rio de Janeiro.
Sem dvida um dos temas que mais preocupa e tem causado grande repercusso mundial,
atualmente, a situao do meio ambiente e seu equilbrio. O consumismo desenfreado dos seres
humanos, ocasionado por um crescimento econmico forte em toda parte do planeta, devido ao
avano tecnolgico, tem afetado de maneira significativa o ecossistema da Terra. Aquecimento
global, derretimento das calotas polares, aumento dos nveis dos mares e escassez de alimento
so umas das consequncias caso as naes no se alinharem a capacidade de auto recomposio
dos recursos renovveis do planeta (MOREIRA, 2002).
No estado de Rondnia o desenvolvimento sustentvel comeou a ser planejado no final
da dcada de 1970, onde o intenso fluxo de pessoas para regio estava gerando um caos social e
enorme degradao ao meio ambiente com repercusso a nvel internacional. Entre os vrios
planos de sustentabilidade implantados no estado est o ICMS Ecolgico ou Verde, que por
intermdio de incentivos financeiros estimulam aos municpios a preservarem suas unidades de
conservao. No entanto, ser que repasses governamentais garante realmente a reduo do nvel
de desmatamento no estado de Rondnia?
Para responder essa pergunta e chegar ao objetivo a que se prope esse artigo, a
estrutura do texto subdivide-se em sete partes, partindo da introduo, a segunda parte
composta pela referencial terico onde se tem uma breve explanao do conceito de Poltica
ambiental, Desenvolvimento econmico e Sustentvel; a terceira parte comenta o desmatamento
no estado de Rondnia, a sua origem e os planos e programas de sustentabilidade implantados no
estado; a quarta aborda o ICMS Ecolgico; a quinta mostra a metodologia usada na pesquisa; a
sexta parte faz anlise dos resultados encontrados e finalmente, tem-se a concluso geral do
trabalho.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 POLTICA AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SUSTENTVEL
Para Lustosa, Cnepa e Young (2003, p. 135, 139) a poltica ambiental se compe pelo
conjunto de metas e instrumentos que visam reduzir os impactos negativos da ao do homem
sobre o meio ambiente. Ela se faz necessria para levar os agentes econmicos a adotarem
procedimentos menos agressivos ao meio ambiente, reduzindo a quantidade de poluentes
lanados no ambiente e minimizando o esgotamento dos recursos naturais.Na poltica ambiental
segundo Lustosa, Cnepa, Young (2003, p. 143) so utilizados os instrumentos de comando e
controle, instrumentos econmicos e os de comunicao.
Segundo Ortiz e Ferreira (2004, p. 39) os instrumentos econmicos so os mecanismos
de mercado capazes de incentivar os agentes econmicos a levar em considerao os custos
externos de suas decises; so exemplos de instrumentos econmicos: os impostos, taxas, tarifas,
subsdios, incentivos fiscais, mecanismos de devoluo de depsito e criao de mercados.
[...] o emprego de instrumentos tributrios para gerar os recursos necessrios prestao
de servios pblicos de natureza ambiental (aspecto fiscal ou arrecadatrio), bem como
para orientar o comportamento dos contribuintes a proteo do meio ambiente (aspecto
extrafiscal ou regulatrio) (COSTA, 2005, p.313).
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agricultores a terra com um amplo processo de reforma agrria e reforma fiscal no estado, seriam
primordiais para fortalecer e viabilizar o desenvolvimento econmico do estado de Rondnia de
maneira sustentvel.
No entanto, no h dvida que um dos objetivos de quase todas as teorias econmicas
formuladas at o presente sculo, objetivou obter primeiramente o crescimento econmico,
levando a economia ao pleno emprego, aumentando a renda e o produto nacional e em segundo
momento, levar a economia ao desenvolvimento econmico que para VASCONCELLOS (2002,
p. 401), um conceito mais qualitativo, incluindo alteraes no produto e na alocao dos
recursos pelos diferentes setores da economia, como forma de melhorar os indicadores de bemestar econmico e social como pobreza, desemprego, desigualdade social, sade, nutrio,
educao e moradia. Para MATOS E ROVELLA (2010) apud SEN (2000), o desenvolvimento
econmico, tambm consequncia da conciliao de inovao tecnolgica, investimentos em
pesquisa e desenvolvimento e aumento de fatores de produo como: recursos humanos e
acumulo de capital.
Em 1991 a Comisso Interministerial para Preparao da Conferncia das Naes
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CIMA) publicou o relatrio Desafio do
Desenvolvimento Sustentvel onde diz que o desenvolvimento sustentvel seria alcanado pela
melhor distribuio dos benefcios do crescimento econmico e pela racionalizao do uso de
energia produzida e era necessrio tambm ter: estabilizao demogrfica, conservao dos
recursos renovveis por meio da reorientao tecnolgica e decises econmicas tomadas com
base em critrios ambientais:
O desenvolvimento sustentvel seria atingido pela retomada do crescimento e melhor
distribuio de seus benefcios e pela racionalizao do uso de energia; o atendimento
das necessidades bsicas das populaes, pela estabilizao dos nveis demogrficos; a
conservao da base de recursos, pela reorientao da tecnologia no sentido da reduo
de seu impacto Verde e a incorporao de critrios ambientais nas decises econmicas
(CIMA, 1991, p. 182).
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do Brasil (PROJETO RIDAS) e adaptada para a Amaznia (PROJETO MIDAS) 35. A quarta
parte descreve o Processo midas e resume seus principais resultados, particularmente quanto
organizao do trabalho, aos cenrios tendenciais e ao cenrio desejado. A quinta parte adiciona
a ttulo exemplificativo proposto ao caminho estratgico para o desenvolvimento sustentvel de
Rondnia.
A estratgia seria baseada ao longo de trs eixos que assegurariam a sustentabilidade
econmica, social, ambiental e poltica:
I.
II.
III.
35
Projeto midas. Agenda midas: Diretrizes estratgicas para o desenvolvimento sustentvel do Estado de
Rondnia. Porto Velho, 1998.
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Portanto o Projeto midas permitiu aos conhecedores das polticas pblicas que podem
avanar o desenvolvimento regional econmico sustentvel, hoje discutir-se e aperfeioasse
sistemas compensatrios ou de incentivo preservao do meio ambiente para aqueles os
municpios que contenham Unidades de Conservao em seu domnio geogrfico, possibilitando
aos mesmos uma maior amplitude econmica.
O estado do Paran foi o primeiro a implantar o ICMS Ecolgico, que por meio da Lei
Complementar Paranaense n. 59 de 1991, destinou 5% (cinco por cento) do montante arrecadado
com ICMS no Estado aos municpios que tinha unidades de conservao ou mananciais de
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abastecimento pblico em seus territrios. At o ano de 1999 o aumento total da superfcie das
reas de conservao no estado foi de 142,82% (LEITE, 2001 apud NETO, 2000).
As novas ideias de desenvolvimento sustentvel exercem influncia sobre a atuao
poltica e sobre as possibilidades de mudanas nas polticas pblicas, pois elas ajudam os
governantes a perceberem as possibilidades de atuao diante de um contexto, onde a ideia
inovadora de Poltica ambiental, onde o ICMS Ecolgico o termo atribudo s legislaes
estaduais que inseriram o critrio ambiental na redistribuio do Imposto do Estado sobre
operaes relativas circulao de mercadorias, e sobre prestaes de servios (ICMS). Essa
ideia nasceu com o objetivo de compensar os municpios que possuem reas de preservao,
contrariando os interesses dos municpios que teriam reduo das suas receitas de ICMS, em
decorrncia da redistribuio deste imposto com base nos critrios ambientais e no apenas na
produo de servios.
As ideias exercem influncia sobre a atuao poltica e sobre as possibilidades de
mudanas nas polticas pblicas, pois elas ajudam os atores a determinarem as
suaspreferncias em um mundo cada vez mais complexo e repleto de incertezas
(FARIA,2003, p. 7).
Segundo Motta (2006), se o instrumento econmico tem por objetivo atingir a uma
norma de qualidade ambiental, a aplicao desse instrumento ser restrita a um meio, rea
geogrfica, ou qualquer outra dimenso espacial desta norma. Entretanto, esta exclusividade de
competncia cria custos polticos restritivos. Assim, para se viabilizar politicamente um
instrumento econmico, os critrios de rateio tendem a beneficiar direta ou indiretamente grupos
afetados pela sua incidncia, gerando custos polticos negativos ou positivos.
Assim, para que se tenha uma poltica como instrumento econmico a serem
implantados, fundamental analisar se os benefcios so superiores que os custos. Nesse sentido,
o ICMS Ecolgico trata-se de um tributo verde eminentemente extrafiscal, com o objetivo de
estimular os municpios a preservarem suas biodiversidades, a partir de uma compensao
financeira. Esse tributo possibilita tambm a criao de uma legislao municipal, onde o estado
como um todo tem grandes perspectivas de desenvolver com efetividade o desenvolvimento
econmico regional sustentvel em Rondnia.
Em Rondnia o ICMS Ecolgico foi criado pela Lei Complementar n 115 de 1994 e
alterada e substituda pela Lei Complementar n 147 de 1996 e regulamentada pelo Decreto Lei
n 9.787 de 2001 e, tambm, alterado e substitudo pelo Decreto Lei n 11.908 de 12 dezembro,
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de 2005 que rege atualmente os critrios para apurao dos ndices de participao dos
municpios no resultado da arrecadao do ICMS.
No entanto os critrios definidos na poltica do ICMS ecolgico com o desenvolvimento
econmico e social da atualidade, o estudo utilizar da anlise conforme Decreto n 11.908/2005,
o qual expe a atual metodologia para apurao dos ndices de participao de cada municpio:
Art. 3 O valor destinado ao municpio em decorrncia de sua participao no produto
de arrecadao do ICMS ser determinado segundo os seguintes critrios:
I 75% (setenta e cinco por cento) na proporo do valor adicionado nas operaes
relativas circulao de mercadorias e nas prestaes de servios de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicao realizadas em seu territrio,
observando o disposto no captulo II deste Decreto;
II 25% (vinte e cinco por cento), em consonncia com o disposto abaixo:
a) 0,5% (meio por cento) proporcionalmente a superfcie territorial, com base na relao
entre rea territorial de cada municpio e a rea territorial total do estado, em
quilmetros quadrados, consideradas as informaes publicadas pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatstica IBGE para o ano imediatamente anterior ao da apurao dos
ndices;
b) 5% (cinco por cento) proporcionais produo agrcola, pecuria e extrativa de cada
municpio, com base na relao entre o total da produo de produtos primrios do
municpio e a produo total de produtos primrios do estado.
c) 0,5% (meio por cento) proporcional populao, com base na relao entre populao
de cada municpio e a populao total do estado, considerada a estimativa anual da
populao dos municpios rondonienses publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatstica IBGE para o ano imediatamente anterior ao da apurao dos ndices;
d) 14% (catorze por cento) divididos de forma igual para todos os municpios que
integrem o estado na data da apurao dos ndices.
e) 5% (cinco por cento) proporcionais ocupao territorial dos municpios com
unidades de conservao, considerando a relao entre a rea total, em quilmetros
quadrados das unidades de conservao do municpio e a rea total das unidades de
conservao do estado.36
Estado de Rondnia. Decreto n 11908, de 12 de dezembro de 2005, publicado no DOE n 0413, de 14.12.2005
Disciplina a coleta de dados e metodologia de clculo do valor adicionado e demais fatores de agregao para fins
de apurao dos ndices de participao dos municpios rondonienses no produto de arrecadao do ICMS. Dirio
Oficial do Estado, 14 de dezembro de 2005.
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5 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para pesquisa foi a quanti-qualitativa baseada em anlise
bibliogrfica, reviso de textos disponveis na internet e dados secundrios conforme rgos
governamentais federais, estaduais como: SEFIN, TCE, SEDAM, IBGE e Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE). O software economtrico Gretl foi utilizado para fazermos uma
anlise de correlao entre o montante anual das receitas de ICMS ecolgico repassados pelo
Estado aos municpios com a taxa de desmatamento anual em Rondnia no perodo de 1998 a
2014. E, tem como varivel dependente o repasse do ICMS em relao ao nvel de
desmatamento ocorrido no perodo pesquisado. Para saber se o repasse tem alguma influncia
com as polticas implementadas para se combater o desmatamento no Estado de Rondnia.
Para tal, calculou-se o repasse no valor real repassado a cada municpio no decorrer do
perodo pesquisado.
6 ANLISE E RESULTADOS
O grfico 1 mostra a evoluo dos repasses do ICMS Ecolgico feito pelo Estado aos
municpios no perodo de 1998 a 2014.
Grfico 1. Evoluo dos repasses do ICMS Ecolgico 1998 a 2014
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Pode se notar pelo grfico acima que o repasse anual de ICMS Ecolgico segue uma
ascendncia positiva, aumentando com o passar dos anos, chegando a ultrapassar, em 2014, o
teto de 140 milhes de reais.
No grfico 2 mostra o comportamento da taxa desmatamento anual no Estado no mesmo
perodo analisado.
Grfico 2. Taxa de desmatamento anual do estado de Rondnia 1998 a 2014
Fonte: INPE.
Fazendo uma anlise comparativa entre os grficos das duas variveis, percebe-se que
enquanto o montante repassado de ICMS Ecolgico aos municpios vai aumentando a cada ano,
a taxa desmatamento do Estado cresce da mesma forma (situao fora do normal), chegando ao
seu mximo no ano de 2004, quase ultrapassando a mdia de 12 mil/km, e depois segue em
declnio nos demais anos seguintes. Deixando pairar dvidas da efetividade do ICMS Ecolgico
na reduo do desmatamento no Estado.
Realizando a anlise de correlao entre o montante das receitas anuais do ICMS
Ecolgico repassadas aos municpios e com a taxa de desmatamento anual do Estado, obteve-se
o seguinte resultado:
TAXA DE DESM. = 9.519,7 6,54E-05ICMS ECOLGICO
t = 8, 875
(-5,141)R = 0,63
*nvel de significncia de 5%
Fonte: elaborao dos autores a partir dos resultados do Software economtrico Gretl.
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Explicando a funo acima, nota-se por meio do coeficiente de correlao (R) que as
duas variveis tm uma correlao de 63% (sessenta e trs por cento), isso quer dizer, que os
recursos do ICMS ecolgico repassados aos municpios influenciam cerca de aproximadamente
63% na reduo da taxa de desmatamento no estado, sendo, que para cada aumento de R$ 1 (um
real) aplicado, taxa de desmatamento cai, em cerca de 0, 00005%, isto significativo ao nvel de
5%.
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7 CONCLUSO
variveis, h ainda pouca relao entre elas e uma das explicaes pode est, na aplicao, por
pequenos municpios, de recursos destinados a preservao do meio ambientes em outras reas
como: sade, educao, segurana pblica, que so para alguns municpios como sendo os mais
importantes.
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REFERNCIAS
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1 INTRODUO
A busca por alvio e cura de doenas, por meio da ingesto de ervas e folhas, talvez tenha
sido uma das primeiras formas de utilizao dos produtos naturais(1). E vm sendo cada vez
mais utilizados nas sociedades industrializadas, no somente pelo seu poder curativo, mas
tambm por serem economicamente mais acessveis(2).
Muitas espcies so usadas empiricamente, sem respaldo cientfico quanto eficcia e
segurana, o que demonstra que em um pas como o Brasil, com enorme biodiversidade, existe
uma enorme lacuna entre a oferta de plantas e as poucas pesquisas. Desta forma, considera-se
este um fator de grande incentivo ao estudo com plantas, visando sua utilizao como fonte de
recursos teraputicos, pois o reino vegetal representa, em virtude da pouca quantidade de
espcies estudadas, um vasto celeiro de molculas a serem descobertas(3).
A famlia Solanaceae constituda por cerca de 3000 espcies distribudas em 106
gneros, com distribuio cosmopolita, sendo a Amrica do Sul um dos principais centros
endmicos e de diversidade(4). No Brasil, ela apresenta grande diversidade e endemismo tendo
sua ocorrncia desde a Amaznia ao Sul do pas, alm de possuir vrias espcies com atribuies
ornamentais, medicinais e nutricionais(5).
O gnero Solanum considerado o maior da famlia Solanaceae e o mais complexo entre
as Angiospermas, sendo composto de mais de 1500 espcies. Nesse gnero, aproximadamente,
30 espcies so endmicas ao Brasil, sendo 20 encontradas na regio nordeste do Brasil(6-7).
Espcies de Solanum so geralmente vistosas, revelando maior capacidade de desenvolvimento
que as demais espcies do mesmo ecossistema, sendo encontradas geralmente em regies de
baixada e alagados(8).
A espcie Solanum crinitum, conhecida popularmente como jo-bravo, ocorre como
arbusto arvoreta, nativa da Amrica do Sul e tem distribuio desde o sul do Brasil at a
Colmbia. So citadas com frequncia na literatura por produzirem frutos ricos em alcaloides
glicosilados que, se ingeridos, podem causar nuseas, vmito, dores abdominais, aborto e etc(8).
uma espcie pioneira na invaso de clareiras em floresta, pastos e reas agrcolas
abandonadas na Amaznia Brasileira, sendo a fcil aclimatao uma das caractersticas da
espcie(9). No uso popular, esta espcie possui propriedades teraputicas, sendo famosa por
combater as doenas do fgado.
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Os fungos so seres encontrados nos mais diversos ambientes, tais como: vegetais, ar
atmosfrico, solo e gua. As leveduras do gnero Candida so normalmente encontradas como
membros da microbiota normal humana, podendo estar presentes nas mucosas da boca e dos
tratos digestivo, genital e urinrio de indivduos sadios, sendo capazes de desencadear o
aparecimento de infeces, chamadas candidases, principalmente em pessoas com fatores
predisponentes, ou seja, quando h um desequilbrio da microbiota ou o sistema imune encontrase comprometido.
De forma convencional, o tratamento da candidase no tem se mostrado abrangente em
sua totalidade pelo surgimento de constantes barreiras ocasionadas, principalmente, pela
reduzida quantidade de agentes antimicticos disponveis para tratamento sistmico, como
tambm a elevada toxicidade dos mesmos e o crescente aumento de espcimes resistentes aos
antifngicos.
Com isso, o presente estudo tem como objetivo identificar as classes de metablitos
secundrios do extrato etanlico das folhas de S. crinitum, alm de avaliar sua atividade
fungicida sobre C. albicans in vitro.
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2 METODOLOGIA
2.1. LOCAL DE COLETA
As folhas de S. crinitum foram coletadas na BR 364, sentido Acre, km 5,5, com as
coordenadas 84934.19S. 0635559.87 W., prximo a Universidade Federal de Rondnia em
Porto Velho RO, cuja autorizao do CGEN est em andamento. A identificao botnica foi
realizada pelo envio de uma exsicata ao Herbrio Dr. Ary Tupinamb Penna Pinheiro da
Faculdade So Lucas-HFSL, encontrando-se registrada sob o N de 4784.
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aps 24 horas de incubao, por cinco dias. O delineamento estatstico utilizado foi o
inteiramente casualizado, com trs repeties por tratamento. Os dados obtidos com os testes
microbiolgicos foram submetidos anlise de varincia e as mdias comparadas pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
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3 RESULTADOS E DISCUSSES
O peso fresco das folhas de S. crinitum foi de 804,89g, sendo reduzido para 261,52g e o
material submetido filtrao e ao processo de destilao resultou numa quantidade de 100 ml
de extrato vegetal, dando continuidade ao procedimento.
Com a identificao dos componentes presentes no extrato etanlico utilizando reagentes
especficos, observou-se que o mesmo apresenta metablitos secundrios, que so compostos de
grande importncia na defesa natural das plantas e possui grande interesse na medicina
tradicional. Foram verificados resultados positivos para alcaloides, triterpenos e flavonoides.
Alm disso, foram encontrados glicosdeos cardiotnicos, derivados antracnicos livres e
cumarinas volteis. Por outro lado, resultados negativos foram confirmados para taninos,
saponinas e glicosdeos cardiotnicos, usando o reagente de Raymond-Marthoud(Tabela 1). A
produo dos metabolitos secundrios ocorre em funo da interao planta e ambiente, ou seja,
os resultados obtidos neste estudo podem ter sido influenciados pelo clima, vegetao do local,
horrio da coleta, dentre outros.
Tabela 1. Teste para reconhecimento de metablitos secundrios das folhas de S. crinitum
PRESENA/
METABLITOS
COLORAO/
AUSNCIA
PRECIPITAO
SECUNDRIOS
Alcaloides
Marrom
Glicosdeos Cardiotnicos
Marrom
Cumarinas volteis
Florescncia
Flavonoides
Laranja
Taninos
Marrom
Saponinas
Marrom
Laranja
Roxo
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atividade em potencial, as plantas desse gnero que oferecem elevada contribuio desses
compostos, apresentam como principal atividade a defesa contra microrganismos.
As saponinas so compostos que apresentam propriedades detergentes e surfactantes.
Dentre seus efeitos no organismo humano destacam-se os antioxidantes, em que se liga a sais
biliares e colesterol no tubo digestivo, impedindo sua absoro, alm disso, possuem ao
citotxica atuando contra clulas tumorais(16).
Diversos estudos indicam a presena dos metablitos secundrios presentes no gnero
Solanum. Ao realizar um estudo fitoqumico com a partes areas e os frutos de S. crinitum,
Cornelius(8), identificaram trs flavonoides, tilirosideo, astragalina, kanferol e o alcaloide
solasonina. Apontando, este, como sendo o primeiro relato de estudo fitoqumico de S. crinitum
descrevendo o isolamento e identificao de constituintes presentes nos tricomas da parte area e
dos frutos verdes desta planta.
Resultados semelhantes tambm foram encontrados por Rodrigues(17), que ao realizar
teste fitoqumico com o extrato etanlico das folhas de S. grandiflorum utilizando reagentes
especficos para reconhecimentos de metablitos secundrios, obtiveram resultados positivos
para as classes de alcaloides, glicosdeos cardiotnicos, cumarinas volteis, flavonoides,
saponinas, triterpenos e derivados antracntricos livres; apontando resultados negativos apenas
para taninos.
Verificou-se que o extrato etanlico das folhas de S. crinitum apresentou inibio de
crescimento sobre C. albicans, notando-se que no final de 120 horas, a mdia de inibio das
colnias dos fungos utilizando o extrato vegetal foi de 1,68 mm; no controle negativo, utilizando
a gua destilada estril, a mdia foi de 2,05 mm, enquanto que no controle positivo, utilizando o
produto qumico, a inibio mdia foi de 2,7 mm (Tabela 02).
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48
72
96
120
Mdias*
Extrato vegetal
0,9 a
1,55 a
1,9 a
2,0 a
2,05 a
1,68 a
Produto qumico
2,0 a
2,8 a
2,85 a
2,9 a
2,95 a
2,7 a
gua destilada
1,3 a
2,0 a
2,2 a
2,25 a
2,5 a
2,05 a
Mdias
1,4 a
2,11 a
2,31 a
2,38 a
2,5 a
2,14 a
Diversos
grupos
de
princpios
ativos
vegetais
apresentam
propriedades
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4 CONCLUSES
Com base nos resultados obtidos, conclui-se que o extrato etanlico das folhas de S.
crinitum apresenta metablitos secundrios tais como alcaloides, glicosdeos cardiotnicos,
flavonoides, cumarinas volteis, triterpenos, derivados antracnicos livres. Alm disso,
verificou-se que o extrato etanlico das folhas de S. crinitum apresentou inibio de crescimento
sobre o fungo C. albicans, porm ainda existem mtodos e concentraes que precisam ser
estudadas e testadas, contribuindo na produo de novos fitoterpicos.
AGRADECIMENTOS
Ao Laboratrio de Fitoqumica da Faculdade So Lucas pelo auxlio na produo do
extrato etanlico vegetal e ao Laboratrio de Microbiologia nas culturas dos fungos utilizados.
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Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
639
ISBN: 978-85-61320-14-0
ISBN: 978-85-61320-14-0
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ISBN: 978-85-61320-14-0
ISBN: 978-85-61320-14-0
1 INTRODUO
O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o nico recurso
teraputico de muitas comunidades e grupos tnicos, pois o uso de plantas no tratamento e na
cura de enfermidades to antigo quanto espcie humana. De maneira indireta, este tipo de
cultura medicinal desperta o interesse de pesquisadores em estudos envolvendo reas
multidisciplinares, como por exemplo, a botnica, a farmacologia e a fitoqumica, que juntas
enriquecem os conhecimentos sobre a inesgotvel fonte medicinal natural: a flora mundial
(MACIEL et al., 2002).
A Amaznia o maior reservatrio natural de diversidade vegetal do mundo, porm
somente 2% j foram estudadas sob algum aspecto. Os extratos e leos de plantas tm sido
considerados novas fontes de princpios ativos naturais com diversos efeitos aplicados. Isso se
torna importante, uma vez que microrganismos causadores de patologias esto cada vez mais
resistentes aos antibiticos e de extrema necessidade a busca por novos princpios ativos que
combatam o crescimento e a proliferao desses agentes (GONALVES et. al., 2010).
Durante os ltimos 30 anos, grandes reas de floresta na Amaznia brasileira tm
sido desmatadas para atividades agrcolas. Devido s extremas mudanas nas condies
ambientais (Aumento de irradiao, maior variabilidade diria na temperatura do solo e ar, bem
como mudanas marcantes no regime de umidade do solo) nestas reas desmatadas, algumas
espcies de plantas nativas, que eram originalmente restritas s bordas de florestas ou clareiras,
aumentaram em abundncia. Como consequncia, a importncia ecolgica e agronmica destas
espcies tem mudado de modo significativo. Por exemplo, muitas se tornaram importantes ervas
daninhas em rea de agricultura ativa ou prosperaram em reas abandonadas (DIAS-FILHO,
1998).
No Brasil, as plantas medicinais da flora nativa so consumidas com pouca ou nenhuma
comprovao de suas propriedades farmacolgicas, propagadas por usurios ou comerciantes. As
pesquisas realizadas para avaliao do uso seguro de plantas medicinais e fitoterpicos no Brasil
ainda so incipientes, assim como o controle da comercializao pelos rgos oficiais em feiras
livres, mercados pblicos ou lojas de produtos naturais (VEIGA-JNIOR et al., 2005).
A famlia das Solanceas uma das mais importantes de arbustos e ervas de capoeiras e
vegetao perturbada no Brasil e de outras partes de Amrica tropical. Possui 85 gneros e 2.800
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643
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2 METODOLOGIA
2.1. A PLANTA E A PREPARAO DO EXTRATO
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3 RESULTADOS E DISCUSSES
A partir do processamento dos frutos de S. crinitum, se obteve o peso fresco de 1.189,03
gramas, este sendo reduzido para um peso seco de 213,15 gramas. Aps secagem e triturao
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+
+
+
+
Florescncia
Vermelho
Marrom
Presena de espuma
Verde
Verde
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Extrato vegetal
Produto qumico
gua destilada
Horas
24
48
72
96
120
Mdias
1,1 a
2,0 a
2,2 a
2,65 a
2,7 a
2,13 a
1,45 a
3,3 b
3,35 b
3,7 b
3,9 b
3,14 b
1,5 a
3,05 b
3,5 b
3,9 b
4,9 b
3,37 b
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Mdias
1,35 b
2,78 b
3,01 b
Tratamentos
3,41 b
3, 83 b
2,88 a
Horas
120
Mdias*
24
48
72
96
Extrato vegetal
0,9 a
1,55 a
1,9 a
2,0 a
2,05 a
1,68 a
Produto qumico
2,0 a
2,8 a
2,85 a
2,9 a
2,95 a
2,7 a
gua destilada
1,3 a
2,0 a
2,2 a
2,25 a
2,5 a
2,05 a
Mdias
1,4 a
2,11 a
2,31 a
2,38 a
2,5 a
2,14 a
*Mdias seguidas de mesma letra maiscula, na coluna, e mesma letra minscula, na linha, no
diferem entre si pelo teste de Tukey (p 0,05).
Resultado semelhante foi encontrado por Santos e Lima (2013), que realizaram trabalho
acerca do potencial fungicida do extrato etanlico das folhas de Solanum acanthodes Hook.,
onde se observou considervel inibio sobre C. albicans in vitro, bem como nos resultados
apresentados quanto a inibio do crescimento do fungo Fusarium oxysporum, por Bastos et al.
(2013). De forma que, essas substncias bioativas so descritas na literatura, por inibir alm de
fungos, tambm bactrias e protozorios, acentuando a relevncia de suas pesquisas.
Trabalhos realizados com a avaliao antimicrobiana do extrato etanlico obtido dos talos
de S. crinitum, trouxeram resultados positivos com relao aos metablitos secundrio da
espcie, apresentando eficincia bactericida, fato que sugere que anlises microbiolgicas
combinatrias e purificao de novas substncias do extrato sejam desenvolvidas, visando
otimizao dessa ao da planta. (GONALVES et al., 2010).
Estudos recentes relatam a inativao do vrus Herpes simplex e a inibio de
crescimento de fungos pelos glicoalcaloides encontrados no gnero. Mais especificamente, os
glicoalcaloides derivados da solasodina e tomatidina, pois so efetivos clinica e
histologicamente, no tratamento de tumores da pele e outros tipos de cnceres tais como mama,
clon, fgado e estmago. Outras atividades tambm so relatadas na literatura para o gnero
Solanum,
tais
como:
aleloptica,
moluscicida,
larvicida,
repelente,
antinociceptiva,
anti-inflamatria,
cardiovascular,
agregao
plaquetria,
antiasmtica,
ISBN: 978-85-61320-14-0
fisiolgica, tal qual no sistema imunolgico e vascular, tornando esta espcie de altssimo grau
de importncia cientfica.
4 CONCLUSES
Aps o perodo de testes microbiolgicos, com base nos resultados obtidos a partir do
extrato etanlico extrado dos frutos de S. crinitum, se observou considervel eficincia no
combate ao fungo C. albicans in vitro, restringindo o crescimento do mesmo substancialmente,
se pressupondo a partir disto, consideraes a respeito de posteriores estudos futuros serem
realizados para a formulao de substncias inibidoras do crescimento deste fungo a partir do
extrato etanlico da espcie aqui estudada.
AGRADECIMENTOS
Aos Laboratrios de Fitoqumica e Microbiologia da Faculdade So Lucas pelo auxlio
na produo dos extratos e na cultura dos fungos.
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REFERNCIAS
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2009.
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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1 INTRODUO
Os constantes impactos causados s organizaes pelas mudanas decorrentes dos
avanos tecnolgicos impem a necessidade de se criar mecanismos que permitam antecipar
eventos e aproveitar as oportunidades, consoante Antonelli et al. (2010).
Com base em Motta (2007), nas ltimas dcadas, a Administrao Pblica tem sofrido
transformaes, criando prticas e expectativas de modernizao, em busca da melhoria da
entrega do servio pblico, com mais eficincia, conforme elucida Passos da Silva (2013).
Antonelli et al. (2010) alia estes avanos adoo de Tecnologias de Informao e
Sistemas pelas organizaes, afirmando que alguns estudos contemporneos exaltam as
vantagens destes procedimentos, embora Joia e Magalhes (2009) afirmem que a implantao de
muitos desses sistemas tem gerado resultados frustrantes no que se refere resistncia dos
usurios.
Neste aspecto, apoiando-se na Teoria Unificada de Aceitao e Uso da Tecnologia
(UTAUT-Unified Theory of Acceptance and Use of Technology) desenvolvida por Venkatesh et
al. (2003) com o intuito de estruturar um modelo que unificasse os principais estudos da rea
sobre resistncia e aceitao da tecnologia, busca-se nesta pesquisa elucidar aspectos pontuais
inerentes a estes temas baseando-se no estudo de um caso especfico.
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2 REFERENCIAL TERICO
No referencial terico e conceitual que segue, so abordadas as principais referncias
utilizadas para embasar o estudo, conceituando sistemas e tecnologia de informao (TI), os
benefcios e caractersticas da adoo dos sistemas, bem como a resistncia ao uso dessas
tecnologias sob a tica da Teoria Unificada de Aceitao e Utilizao de Tecnologia (UTAUT).
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Expectativa de
performance
Expectativa de
esforo
Inteno de uso
USO
Influncia
social
Condies
facilitadas
Gnero
Idade
Experincia
Voluntariedade
de uso
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3 METODOLOGIA ADOTADA
O estudo foi realizado em uma abordagem quantitativa de natureza descritiva, visando
descrever as caractersticas do fenmeno e estabelecer relaes entre suas variveis.
O mtodo utilizado foi o estudo de caso, que de acordo com Gil (2002) consiste no estudo
profundo e exaustivo de um objeto, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento. Quanto aos procedimentos, fez-se uso da tcnica documental e bibliogrfica,
aplicao de questionrios e entrevistas com os usurios do sistema.
A pesquisa foi desenvolvida no Tribunal de Contas do Estado de Rondnia, rgo de
controle responsvel por julgar as contas dos administradores e responsveis por bens e valores
pblicos das unidades dos Poderes do Estado, dos Municpios e das entidades da administrao
indireta. A amostra utilizada na pesquisa consistiu em servidores e usurios do Sistema PC-e
(Processo de Contas Eletrnico).
O principal instrumento de coleta de dados utilizado foi questionrio aplicado aos
usurios do Sistema PC-e. O Google Drive foi utilizado como ferramenta de elaborao e
aplicao do questionrio. Como estratgia para melhorar a validade e a confiabilidade dos
dados, foram includas no diagnstico observaes realizadas a partir de entrevistas
semiestruturadas e anlises documentais.
As perguntas objetivas no questionrio elaborado seguem a Escala Likert de cinco
pontos, onde os entrevistados indicam o grau de concordncia ou discordncia com as
afirmaes. Para anlise dos resultados, foi estabelecido o Ranking Mdio (RM) do grau de
concordncia dos respondentes. O RM obtido a partir da relao da Mdia Ponderada
alcanada atravs da frequncia de respostas no item e da pontuao atribuda pelos
pesquisadores pela soma das frequncias das respostas (MALHOTRA, 2006). Este clculo
permitiu mensurar o grau de aceitao dos usurios quanto ao uso do sistema em questo.
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4 RESULTADOS DA PESQUISA
Neste tpico sero apresentados os resultados das pesquisas documentais, entrevistas e
questionrios aplicados junto aos usurios do sistema de informao, e ainda, a anlise e
discusso dos resultados.
O Tribunal de Contas do Estado de Rondnia (TCE-RO), objeto desta pesquisa, um
rgo de controle, responsvel por julgar as contas dos administradores e responsveis por bens e
valores pblicos.
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Grfico 1: Distribuio dos respondentes por gnero.
39%
Masculino
61%
Feminino
20
27
34
41
48
55
62
24%
13%
15%
33%
27 anos
34 anos
41 anos
48 anos
55 anos
62 anos
69 anos
2%
25%
34%
17%
20%
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Valor quantitativo
1
2
3
4
5
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das respostas. Segue o ranking mdio do bloco de questes de percepes desfavorveis a nvel
pessoal e social:
Quadro 3: Ranking mdio das questes de percepes desfavorveis.
Valor atribudo s
respostas
1
2
3
4
5
Frequncia das
respostas
Sociais
Pessoais
Questes
15
40
34
11
21
49
11
30
11
12
33
14
31
56
15
13
17
28
27
19
20
16
34
11
Mdia Ponderada
Ranking
Mdio
(RM)
(5*1)+(15*2)+(6*3)+(40*4)+(34*5)=
383
(11*1)+(21*2)+(8*3)+(49*4)+(11*5)=
328
(30*1)+(11*2)+(12*3)+(33*4)+(14*5)=
290
(1*1)+(5*2)+(7*3)+(31*4)+(56*5)=
436
(15*1)+(13*2)+(17*3)+(28*4)+(27*5)=
339
(19*1)+(20*2)+(16*3)+(34*4)+(11*5)=
298
383/100=
3,83
328/100
= 3,28
290/100
= 2,9
436/100
= 4,36
339/100
= 3,39
298/100
= 2,98
A partir dos dados obtidos no Ranking Mdio possvel concluir que os servidores
tiveram dificuldades em utilizar o PC-e no incio da implantao e reconhecem as dificuldades e
resistncia dos colegas em utilizar o sistema, embora demonstrem indiferena no que se refere
prpria dificuldade em utiliz-lo, ao prejuzo aos prprios trabalhos com a mudana de sistema e
eficcia relativa do sistema anterior (SAP). No Quadro 4 apresenta-se o ranking mdio do
bloco de questes de percepes favorveis ao tema a nvel pessoal e social:
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Quadro 4: Ranking mdio das questes de percepes de favorveis.
Valor atribudo s
respostas
1
2
3
4
5
Frequncia das
respostas
Questes
Social
Pessoal
Para mim, o
compreensvel.
PC-e
claro
Mdia Ponderada
Ranking
Mdio
(RM)
(8*1)+(26*2)+(9*3)+(47*4)+(10*5)=
325
(6*1)+(22*2)+(7*3)+(49*4)+(16*5)=
347
(4*1)+(9*2)+(12*3)+(37*4)+(38*5)=
396
(15*1)+(31*2)+(13*3)+(35*4)+(6*5)=
286
(23*1)+(22*2)+(13*3)+(36*4)+(6*5)=
280
(22*1)+(15*2)+(23*3)+(26*4)+(14*5)=
295
(10*1)+(18*2)+(15*3)+(40*4)+(17*5)=
336
325/100
= 3,25
347/100
= 3,47
396/100
= 3,96
286/100
= 2,86
280/100
= 2,8
295/100
= 2,95
336/100
= 3,36
26
47
10
22
49
16
12
37
38
15
31
13
35
23
22
13
36
22
15
23
26
14
10
18
15
40
17
13
13
45
24
(5*1)+(13*2)+(13*3)+(45*4)+(24*5)=
370
370/100
= 3,7
19
27
11
32
11
(19*1)+(27*2)+(11*3)+(32*4)+(11*5)=
289
289/100
= 2,89
15
24
27
36
(8*1)+(15*2)+(24*3)+(27*4)+(36*5)=
398
398/100
= 3,98
20
28
41
32
51
(4*1)+(7*2)+(20*3)+(28*4)+(41*5)=
395
(3*1)+(6*2)+(8*3)+(32*4)+(51*5)=
422
395/100
= 3,95
422/100
= 4,22
As funcionalidades do PC-e so
suficientes para meu trabalho dirio.
O PC-e permite que eu termine minhas
tarefas rapidamente.
O uso do PC-e contribui com o
aumento da minha produtividade.
As informaes e funcionalidades do
PC-e so confiveis.
Existe informao disponvel que me
ajude a utilizar corretamente o
sistema.
Os treinamentos iniciais para o uso do
sistema foram eficazes.
O setor de informtica est apto a
sanar dvidas e proporcionar o suporte
necessrio.
Meu superior apoia o uso e as
facilidades do PC-e.
O TCE/RO se empenha em motivar o
uso e as melhorias do PC-e.
Os resultados esclarecem que os servidores acreditam que foi () fcil aprender a usar o
sistema, que til aos seus trabalhos dirios, que as informaes e funcionalidades do PC-e so
confiveis, existindo informao disponvel que os ajude a utiliz-lo corretamente. Consideram o
setor de informtica apto a sanar dvidas e proporcionar o suporte necessrio aos usurios,
reconhecem que os superiores apoiam o uso e as facilidades do PC-e e que o TCE/RO se
empenha em motivar o uso e as melhorias.
Os servidores foram indiferentes em suas respostas quanto clareza, compreenso e
funcionalidades do PC-e. A indiferena abrange tambm a contribuio do sistema com
celeridade dos trabalhos e aumento da produtividade e a eficcia dos treinamentos iniciais para o
uso do sistema.
Confrontando os resultados verificados aos parmetros do modelo UTAUT apresentado
na reviso terica, os quatro constructos independentes e seus moderadores determinam os
fatores de aceitao ou resistncia dos usurios quanto ao uso da tecnologia. Apresenta-se no
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662
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Quadro 5 a relao das afirmativas com as quais os servidores concordam com os constructos e
moderadores da Teoria UTAUT.
Quadro 5: Relao das afirmativas com os constructos e moderadores.
Concordncia dos usurios
O PC-e til ao trabalho dirio.
Constructos
Expectativa de
desempenho
Moderadores
Gnero
Idade
Expectativa de
esforo
Gnero
Idade
Experincia
Influncia social
Gnero
Idade
Voluntariedade de uso
Experincia
Condies
facilitadoras
Idade
Experincia
Constructos
Moderadores
Expectativa de
desempenho
Gnero
Idade
Condies
facilitadoras
Idade
Experincia
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5 CONCLUSES
O conceito de mudana aliado implantao e uso de Tecnologia da Informao gera
uma reorganizao quase sempre associada s reaes das pessoas envolvidas. Esta pesquisa
buscou explicar a inteno de uso de ferramentas de apoio sob a tica do modelo UTAUT em
uma organizao pblica.
Considerando a teoria de Venkatesh et al. (2003), as variveis que influenciam o uso de
ferramentas de apoio deciso resumem-se na expectativa de desempenho, expectativa de
esforo, influncia social e condies facilitadoras, moderados por quatro fatores: gnero, idade,
experincia e voluntariedade de uso.
Na busca pelos fatores que influenciam os usurios ao uso de tecnologias de apoio
concluiu-se que os servidores tiveram dificuldades em utilizar o PC-e no incio da implantao e
reconhecem as dificuldades e resistncia dos colegas em utilizar o sistema, embora demonstrem
indiferena no que se refere prpria dificuldade em utiliz-lo e eficcia relativa do sistema
anterior (SAP).
Os usurios acreditam que foi () fcil aprender a usar o sistema, que til e confivel,
existindo informao disponvel que os ajude a utiliz-lo corretamente. Consideram o setor de
informtica apto a sanar dvidas e proporcionar o suporte necessrio, reconhecem que os
superiores e o TCE/RO se empenham em motivar o uso e as melhorias do sistema de
informao.
Os servidores foram indiferentes quanto clareza, compreenso e funcionalidades do
PC-e. A indiferena abrange tambm a contribuio do sistema com celeridade dos trabalhos e
aumento da produtividade e a eficcia dos treinamentos iniciais para o uso do sistema.
Confrontando os resultados verificados aos parmetros do modelo UTAUT, a aceitao
est relacionada faixa etria, experincia de uso dos respondentes e gnero, e a indiferena
tambm est aliada a faixa etria dos usurios.
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REFERNCIAS
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1 INTRODUO
Atualmente a preocupao com o meio ambiente est em destaque devido s rpidas e
catastrficas mudanas climticas ocorridas nos ltimos tempos. Estudos cientficos apontam
que, caso a concentrao de dixido de carbono (CO2) na atmosfera continue crescendo, a
temperatura mdia da Terra vai aumentar. Na regio da floresta Amaznica, no se verifica at o
momento nenhum aumento significativo da temperatura. Algumas alternativas podem contribuir
para a conteno de GEEs, como a fixao ou sequestro de carbono (C) pelos sistemas florestais,
atravs da preservao de florestas nativas, da implantao de florestas nativas ou exticas,
implementao de sistemas agroflorestais, recuperao de reas degradadas e, principalmente,
conservao e/ou incremento dos estoques de C no solo (SANDI, 2009).
O Brasil, como sabido, destaca-se devido aos recursos florestais que possui, pois
segundo estudos recentes, um dos maiores depsitos de carbono do mundo est na Floresta
Amaznica no perturbada, estocado na forma de madeira (SANTOS, 2007). O aumento dos
nveis de dixido de carbono na atmosfera, segundo Houghton (1994), em funo das emisses
a partir da queima de combustveis fsseis, mudanas do uso da terra e absoro de dixido de
carbono pelos oceanos e pelos ecossistemas terrestres. A rpida degradao do solo sob
explorao agrcola no mundo, especialmente nos pases tropicais em desenvolvimento,
despertou nas ltimas dcadas, a preocupao com a qualidade do solo e a sustentabilidade da
explorao agrcola.
H vrias maneiras pelo qual o manejo apropriado da biosfera, particularmente do solo,
pode resultar em significativa reduo no aumento dos gases de efeito estufa (GARRITY et al.,
2001). H consenso na comunidade cientfica internacional sobre o seguinte aspecto: se no
houver nenhuma ao mitigadora, os efeitos da mudana climtica sero devastadores, onde
ocorrer aumento na incidncia de temporais intercalados por anos de seca prolongada
(FEARNSIDE, 2001).
Como resultado do esforo de diversas conferncias entre naes mundiais, foi criado
uma poltica de mercado de carbono, envolvendo as questes ambientais. Essa poltica vem
ganhando fora medida que se caminha para a ratificao do protocolo de Quioto. Uma das
maneiras de s travs da comercializao de crditos de carbono. Esses crditos, comercializados
na forma de certificados e reduzir as emisses de GEE, responsveis em grande parte pelas
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2 REFERENCIAL TERICO
A matria orgnica do solo (MOS) um importante componente do ciclo terrestre do C e
Diekow (2003) afirmou que est intimamente relacionada com o funcionamento normal deste
na natureza. Dessa forma, manter ou incrementar o estoque de MOS so requisitos fundamentais
para garantir a qualidade do solo e a sustentabilidade do sistema agrcola. Segundo
Schumacher, Konig e Kleinpaul (2004): o teor de MOS condicionado principalmente por
fatores edafoclimticos, mas tambm, bastante sensvel s prticas de manejo, principalmente
nas condies tropicais e subtropicais, onde prevalece uma condio de elevada temperatura e
precipitao. A partir destes dados evidencia-se a importncia das prticas de manejo que
aumentam o aporte de resduos orgnicos ao solo, ou por outro lado, retardam a decomposio
MOS, o que potencializar a fixao de C.
Nesse contexto tem-se como opo para sequestro de carbono a agricultura e o
reflorestamento, que pode ser considerada uma das mais importantes alternativas, em particular
para o Brasil, devido a seu potencial de mitigao do efeito estufa e contribuio para o
Desenvolvimento Sustentvel Brasileiro.
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mercado permite desenvolver projetos por meio dos quais a emisso de gases de efeito estufa
seja amenizada ou reduzida. Cada pas que deve reduzir a emisso de poluentes deve cumprir
com o seu dever, sendo os projetos de MDL apenas um complemento para a reduo de
poluentes. Segundo Meneguim (2012) com o Protocolo de Quioto, os pases industrializados
devero reduzir suas emisses de GEE em relao s emisses de 1990. O Protocolo estabeleceu
trs mecanismos inovadores, conhecidos como Comrcio de Emisses, Implementao Conjunta
e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Os dois primeiros so exclusivos dos pases
que possuem metas obrigatrias, o que no o caso do Brasil. Somente no caso do MDL que
existe a finalidade de contribuir para o desenvolvimento sustentvel dos pases em
desenvolvimento.
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3 METODOLOGIA
Esse estudo foi desenvolvido em duas fases:
a) Uma fase de campo, na qual foram levantadas informaes sobre o tipo de solo e
escolha das reas a serem estudadas, bem como a coleta das amostras de solo dos diferentes
sistemas de uso;
b) Anlise qumica das amostras em laboratrio para a avaliao do solo.
cana de acar com trs anos. A mata atual que teve pequenas alteraes antrpicas a muito anos
atrs participa como referncia para fazer as comparaes entre os outros uso da terra nos
quesitos analisados. Na figura 01pode ser visualizada cada rea onde as coletas aconteceram,
sendo que, no mapa, as reas receberam nmeros de 1 a 4, onde o nmero 1 indica o plantio de
cana-de-acar, o nmero 2 o reflorestamento com Teca, o nmero 3 a floresta nativa e o
nmero 4 a pastagem.
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Figura 01-Mapa de Localizao dos Pontos de Coleta das Amostras.
Para cada uso da terra definido, foram realizadas amostragens em 20 pontos alocados
respeitando a distncia de 1 metro entre cada perfurao. Foram obtidas amostras de solo das
camadas 0-20 e 20-40 cm de profundidade com trado holands, sendo que foram coletadas cinco
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amostras simples para cada profundidade fazendo uma amostra composta totalizando 40 para os
quatro usos da terra. As amostras de solo foram acondicionadas em sacos plsticos identificados
com o local e a profundidade da coleta, posteriormente secas ao ar, peneiradas, pesadas em torno
de 400 gramas e enviadas ao Laboratrio Agro tcnico Piracicaba Ltda (PIRASOLO) em So
Paulo.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
4.1.ANLISE DA MATRIA ORGNICA NAS DIFERENTES PARCELAS.
Pode-se observar no grfico 1 que a matria orgnica diminui na medida em que
aumentou a profundidade do solo, esse fato pode ser atribudo aos resduos na parte superficial
que formam uma manta sob o solo, sendo que estes atravs de processos de degradao qumica
e biolgica transformam-se em matria orgnica, consequentemente, refletindo nos valores. Foi
verificada diferena significativa na profundidade de 0 20 cm para a Teca em relao aos
demais cultivos, e ocorreram diferenas significativas entre as profundidades, exceto para a cana
de acar e na profundidade de 20 40 cm no ocorreram diferena estatstica ( p< 0,05) entre
os sistemas de uso estudados.
Grfico 1 - Matria orgnica (g.dm -3 ) no solo nas profundidades de 0 -20 e 20-40 cm nas reas de
Segundo Chon et al., (1991) e Cerri e Andreux, (1990) com a introduo da pastagem, a
quantidade de matria orgnica do solo normalmente decresce nos primeiros anos de sua
implantao, aumentando em seguida at atingir nveis muito prximos aos previamente
existentes na mata natural. Em relao rea de pastagem da pesquisa atual, podemos perceber
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Tabela 1-Teores de Carbono, Matria Orgnica e Estoque de Carbono para as profundidades 0-20 e 20-40 cm nos diferentes cultivos.
Cultivares
Profundidade do solo
Matria Orgnica
Teor de Carbono
Estoque de Carbono
(g.dm-3)
(g.dm-3)
(Mg.ha-1)
0 - 20 cm
Floresta
Cana de acar
20 40 cm
0 - 20 cm
20 40 cm
0 - 20 cm
20 40 cm
17,81 ,b,c 2,05 18,82 a 2,94 10,47 ,b,c,d 1,20 41,75a 6,25 25,55 ,b,c,d 3,00
25,03 5,14
41,37b 9,45
32,91 6,61
Pastagem
17,43 a,b,c 3,74 18,12 c 2,61 11,76 ,b,c,d 2,52 42,03c 6,71
29,58 6,30
Teca
17,67A,B,C 2,86 20,06 ,b,c 4,30 17,66 d 2,86 10,55 a,b,c,d 1,87 39,97d 6,84
29,82 4,02
Mdias seguidas de mesma letra maiscula, na coluna, e mesma letra minscula, na linha, possuem diferena significativa entre si pelo teste de Tukey (p 0,05).
Testes realizados na horizontal e profundidade das camadas.
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Teor de Carbono
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Grfico 3 - Mdia de estoque de carbono (Mg.ha -1 ) no solo nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm nas
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floresta que apresentou um menor valor em relao aos demais estudos pode ser atribudo a
baixos valores de carbono orgnico no solo de florestas tropicais que so causados por uma
rpida decomposio da serapilheira.
A explicao para os resultados da cana de acar ter sido bem satisfatrio que
quando em comparao com os demais estudos citados somente para um o valor ficou inferior,
fato este que pode ser considerado que comumente, as reas de cana de acar ocupam antigas
reas de pastagem, e no processo da formao de canaviais, ocorre incorporao da matria
orgnica remanescente e no levantamento efetuado sobre os usos anteriores das reas em estudo
esse fator foi citado, como sendo um plantio em substituio a pastagem. Em relao cana de
acar esses resultados ressaltam a importncia da manuteno dos resduos da colheita na rea
de cultivo aps o corte e no da remoo dos resduos aps a colheita.
5 CONSIDERAES FINAIS
Os resultados da pesquisa mostraram que cana de acar e a pastagem possuem elevado
potencial para estocar C no solo nas profundidades de 0 20 cm e para a profundidade de 20 -40
cm todos os usos da terra analisados apresentam grande capacidade para estocar o C no solo, e
nesta profundidade a cana de acar se destaca com maior ndice de teor de carbono no solo.
A sequncia de dados para a profundidade de 0 - 20 cm obedeceram a seguinte ordem
decrescente: PDE > CAN > FMN > REF. Para a profundidade de 20 40 cm CAN > REF >
PDE > FMN o que se pode notar algumas modificaes para o estoque de C.
Esses resultados reforam o valor do reflorestamento, cultivos de cana de acar e
pastagens nas pequenas propriedades como alternativas para o desenvolvimento sustentvel,
onde se compreende fatores econmicos e ambientais e, no caso dos agricultores familiares, a
remunerao de servios ambientais representa uma nova opo.
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5 CONCLUSES
Com os resultados obtidos nas anlises permitiram que se conhecessem os atuais estoques
de carbono nas reas estudadas, tendo-se uma base de comparao para futuras avaliaes e
futuras discusses sobre o sequestro de carbono. Assim, a adoo de sistemas agrcolas que
favorea a conservao e o incremento do COS contribui positivamente para mitigar as emisses
agrcolas de gs carbnico para a atmosfera, reduzindo as emisses antrpicas de gases de efeito
estufa.
Enfatizamos que no se trata de defender uma expanso desenfreada da cana de acar, e
sim, de ocupar as reas, ou seja, onde h atualmente reas degradadas em desuso e com
pastagens degradadas sem condies de uso, visando favorecer uma poltica de melhoria de
pastagens, isso aumenta o sequestro de C. Entretanto, no setor agropecurio, o uso e manejo
adequado do solo podem resultar em aumento nos estoques de C no solo, na vegetao, bem
como atuar na reduo da emisso de GEE para a atmosfera e, consequentemente, resultar na
atenuao do aquecimento global. Devem-se ainda preservar as vegetaes nativas
remanescentes, bem como realizar plantios de reflorestamento, pois nesses ambientes esto s
maiores quantidades de C sequestradas no sistema solo-planta quando se encontram em fase
crescimento a absoro de CO2 maior.
Ressalta-se, finalmente, a necessidade da pesquisa se estender para outros tipos de usos
da terra e tambm para outras regies do Estado, principalmente para a zona de concentrao dos
produtores das reas ribeirinhas, nos arredores do Municpio de Porto Velho de onde vem a
grande parte de produtos vendidos em feiras livres no Municpio de Porto Velho, salientando que
so poucos os estudos nesse assunto no Estado e principalmente com o solo da regio onde esto
concentrados os ribeirinhos.
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1 INTRODUO
A perspectiva Histrico-Cultural preconizada por Vygotsky (VYGOTSKY, 1989, p.30)
tem como alvo as relaes sociais e o potencial do indivduo, propiciando uma melhor
compreenso sobre o desenvolvimento humano, ao propor que as leis que regem tal
desenvolvimento sejam as mesmas para quaisquer indivduos, mudando, apenas, os caminhos e
os recursos para tanto.
Fundamentada no materialismo histrico e dialtico marxista, tal psicologia possibilita
uma certa compreenso sobre as origens dos processos psicolgicos superiores (linguagem,
pensamento, memria, ateno voluntria, lgica, entre outros) construdas ao longo da histria
social do ser humano, por meio da mediao semitica, com a utilizao de sistemas simblicos
determinados culturalmente.
Supe-se, portanto, que, a mediao seja configurada de acordo com as demandas da
comunicao, onde a linguagem vista como lugar de significao, na relao do homem com os
outros homens, consigo mesmo, com a cultura, valores, normas de conduta e experincias,
participando desde o nascimento, no processo de formao do psiquismo.
Portanto, atravs da linguagem e das relaes sociais que se torna possvel ao homem
colocar-se e ser colocado no mundo, como um ser pleno, de conscincia, de histria e identidade,
adquirindo conscincia de si e do mundo que o cerca:
No conjunto das relaes sociais, mediadas pela linguagem, o individuo vai
desenvolver sua conscincia. Com o desenvolvimento da conscincia, o homem sabe
seu mundo, sabe-se no mundo, antecede as coisas do seu mundo, partilha-as com os
outros, troca, constri e reproduz significados. Quando atua sobre o mundo,
relacionando-se, apropriando-se da cultura e adquire linguagem; apropria-se dos
significados e constri um sentido pessoal para suas vivncias. (BOCK, 1997, p.29,
Apud BOCK, 2000, p.17).
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prpria lngua de forma integral, ou seja, a Lngua de Sinais, que a lngua natural dos Surdos, e
o portugus, empregado pelos pais, como segunda lngua.
A LIBRAS, por suas caractersticas visuais e gestuais pode ser adquirida por pessoas
Surdas sem muita dificuldade, sem a necessidade de programas de treinamento intensivo, haja
vista que, os prprios Surdos em contato outros Surdos, usurios da mesma lngua costumam
apreend-la de modo amplo e eficaz.
A proposta de educao bilnge nessa perspectiva contemplaria o direito lingstico das
pessoas Surdas para que as mesmas pudessem ter acesso amplo aos conhecimentos sociais e
culturais na lngua de domnio, onde aspectos metodolgicos, sociais e curriculares inerentes
condio de surdez, pudessem ser considerados enquanto uma proposta efetiva de ensino aos
Surdos (SKLIAR, 1997).
Com respeito educao bilnge, na prtica, no bastaria a presena de algum em sala
de aula ou na escola que soubesse LIBRAS, sendo necessrio tambm que essa lngua fosse
respeitada ao circular no espao escolar, possibilitando assim, a construo do conhecimento
(LACERDA, 2009), havendo necessidade de que outros profissionais da escola tais como:
professores bilnges, psiclogos, orientadores, supervisores, tambm soubessem a lngua de
sinais para comunicar-se com os alunos Surdos, independentes de intrpretes.
Ao convocar-se a presena de um intrprete da Lngua de Sinais, necessrio que o aluno
surdo j conhea a lngua de sinais, no entanto, para uma comunicao eficaz, no bastaria
apenas conhecer os sinais ou saber repeti-los, mas conhecer a cultura do ser surdo, a
contextualidade, ter conhecimento do vocabulrio desta lngua, h que levar em conta a
complexidade que envolve a realizao de tal tarefa, pois traduzir essencialmente as idias da
lngua oral para a lngua gestual-visual e vice-versa, numa relao onde intrpretes
incorporassem uma relao de veculo comunicador, como uma ponte entre dois mundos
diferentes: o mundo visual dos Surdos e o mundo oral dos ouvintes.
As lnguas de sinais no possuem carter universal, pelo contrrio, nem mesmo em nvel
nacional h uma padronizao, ocorrendo comumente alguns regionalismos dessa lngua, do
mesmo modo como tais regionalismos afetam o sotaque da lngua portuguesa falada no Brasil.
Em nosso pas, a lngua oficial de sinais a LIBRAS (lngua brasileira de sinais) sendo a
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[...] escolas bilnges ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos
Surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino mdio ou
educao profissional, com docentes das diferentes reas do conhecimento, cientes da
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singularidade lingstica dos alunos Surdos, bem como, com a presena de tradutores e
intrpretes de LIBRAS-lngua portuguesa 40 .
Ibdem, op.cit.
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Dessa maneira, acabei por me aproximar de alguns Surdos com quem trabalhava na
Escola do Legislativo, e, posteriormente, a convite da direo dessa mesma escola, assumi o
curso de Introduo a LIBRAS. A partir da prtica em sala de aula, e, com a ajuda desses
Surdos, comecei a comunicar-me mais plenamente, principiando a interpretar, mesmo no sendo
intrprete certificada por uma instituio educacional.
A partir de 2006, participei de duas oficinas abordando as tcnicas de interpretao em
LIBRAS na Igreja Batista Filadlfia, em Porto Velho. Durante esse perodo, notei que muitos
dos professores Surdos ministrantes das aulas nesse curso eram provenientes de outros estados,
pois a formao dos Surdos locais restringia-se somente ao nvel fundamental e mdio,
incapacitando-os para a docncia na Ps-graduao. Em alguns momentos um dos professores
aguardava que eu terminasse de interpretar numa sala para ento me dirigir sala dele.
Uma problemtica encontrada no exerccio dessa funo foi perceber a resistncia dos
docentes em ter em sala um outro professor como intrprete, o que, segundo Lacerda (2009), no
seria um impedimento ao domnio em sala por parte do professor, pois o objetivo do intrprete
no espao escolar no apenas traduzir ou interpretar, mas tambm o de favorecer e mediar a
aprendizagem por parte do aluno surdo.
Houve vrias ocasies em que professores entraram em sala desconhecendo a condio
lingstica peculiar do grupo de Surdos, e mesmo aps serem informados de sua presena, no
procuraram qualquer contato com os mesmos, mantendo relao somente com o intrprete,
deixando tais alunos de fora das atividades propostas para os alunos ouvintes. Dessa maneira,
percebi que na ausncia desses profissionais intrpretes em sala de aula, a interao entre Surdos
e ouvintes ficava sobremaneira prejudicada. Os Surdos limitados a participar apenas
parcialmente de vrias atividades (pelo no acesso linguagem oral), em alguns casos chegando
somente a copiar o contedo do quadro e as respostas dos ouvintes, culminando com o abandono
da sala por no ter a presena do intrprete, desmotivados pela falta de acesso ou total excluso
das informaes.
Esses alunos ao ausentarem-se da sala de aula, ficavam pelos arredores da escola
conversando com outros Surdos, pois a escola passou a ser um ponto de encontro para aquela
comunidade, caracterizado tal fenmeno no isolado, pela presena constante na frente de outras
escolas que atendem Surdos, de outros alunos Surdos oriundos de outras escolas, ex-alunos
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Surdos ou ate mesmo Surdos que no freqentam a escola e procuram esse espao pra interagir
com seus pares no sentido de manter a comunicao.
Nesse sentido Lacerda fala:
No se trata de o IE (Intrprete Educacional) substituir o papel do professor. O
professor o responsvel pelo planejamento das aulas, por decidir quais so os
contedos adequados, pelo desenvolvimento e pela avaliao dos alunos, todavia o IE
conhece bem os alunos Surdos e a surdez e pode colaborar com o professor sugerindo
atividades, indicando processos que foram mais complicados, trabalhando em parceria,
visando a uma incluso mais harmoniosa dos alunos Surdos. Para tanto, a
responsabilidade tem de ser de todos e no somente do intrprete, posto seja ele um
mediador no processo educacional entre alunos e professores (LACERDA, 2009).
Dessa maneira que se acredita ser somente pela LIBRAS e, essencialmente atravs dela,
que a incluso verdadeira de alunos Surdos pode ser plenamente possvel, oportunizando esses
alunos de serem alfabetizados na prpria lngua (acessibilidade lingstica), tendo dentro da
escola, profissionais que a conheam e dominem (professores, psiclogos, orientadores e outros),
com nfase principalmente em profissionais intrpretes com formao, pois, pessoas sem
formao especfica e com conhecimentos apenas bsicos em LIBRAS, no atendem
suficientemente a demanda de interpretao dos contedos em sala de aula, ou seja, no dizer de
Lacerda (2009, p.17) importante que este intrprete tenha preparo para atuar no espao
educacional tambm como educador, atento s dificuldades, mediando e favorecendo a
construo dos conhecimentos.
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As pessoas Surdas cada vez mais tm conquistado seu espao sendo vistas e reconhecidas
como uma comunidade possuidora de cultura prpria, tendo conquistado o direito instruo em
sua primeira lngua (LIBRAS), assim, dentro de uma perspectiva de educao bilnge, procurase assegurar a presena de professores bilnges e do intrprete de lngua de sinais como
mediador dessa comunicao.
O modelo escolar ideal a esse pblico, apesar de instrumentado legalmente, difere
substancialmente do modelo real oferecido no sistema de ensino nacional. Na prtica, a atuao
efetiva por parte do estado e municpios, reflete o princpio de certa proposta inclusiva
compreendendo-a apenas enquanto incluso da presena fsica de Surdos na rede regular de
ensino, sistema esse que pensado e organizado essencialmente para alunos ouvintes, tornando
essa realidade o maior obstculo do processo inclusivo de Surdos no sistema educacional.
No Brasil, cerca de 9.722.16, ou seja, 5,1% da populao apresentam problemas
relacionados surdez (IBGE, Censo 2010); destes, apenas um nmero reduzidssimo avanam
em seu processo de escolarizao, integrao social e ingresso no mercado de trabalho.
A identidade e cultura visual dos sujeitos Surdos carece de respeito. Boa parte dos nove
milhes desses brasileiros ainda invisvel para a sociedade, sendo necessrio para reverter esse
estado de coisas, buscar mecanismos de representatividade junto sociedade civil a fim de
diminuir o peso imposto pelo sistema, na tentativa de viabilizar a coexistncia em um mundo no
qual todos os servios e expresses culturais se aliceram na fala e na audio (Cultura Ouvinte).
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5.0 CONCLUSO
de suma importncia que as cincias humanas e sociais coloquem algumas polticas
pblicas educacionais relativas aos Surdos, em discusso e em prtica, considerando-as luz das
contribuies da teoria histrico-cultural no desenvolvimento humano, com relao educao,
cooperao entre as pessoas, e aprendizagem mediada, conceitos esses que colaboram para o
desenvolvimento e para a valorizao de pessoas com deficincia, a fim de que essas possam
apropriar-se da cultura como patrimnio comum, tornando-a tambm, parte da comunidade na
qual se encontra inserida.
Na atualidade, a incluso de Surdos no sistema educacional e mesmo no mercado de
trabalho, algo que vem ocorrendo gradativamente. As pessoas Surdas cada vez mais tm
conquistado seu espao sendo vistas e reconhecidas como uma comunidade possuidora de
cultura prpria, com lngua prpria, com direito instruo em sua primeira lngua (LIBRAS), e
a educao bilnge, desde que assegurada a presena de professores de LIBRAS e do intrprete
de lngua de sinais como mediador dessa comunicao, modelo escolar ideal a esse pblico, o
qual, apesar de instrumentado legalmente, difere substancialmente do modelo real oferecido pelo
sistema de ensino nacional.
Na prtica, a atuao efetiva por parte do estado e municpios, reflete o princpio de certa
proposta inclusiva compreendendo-a apenas enquanto incluso da presena fsica de Surdos na
rede regular de ensino, o qual pensado e organizado essencialmente para alunos ouvintes,
tornando essa realidade o maior obstculo do processo inclusivo de Surdos no sistema
educacional.
A LIBRAS uma lngua viva e tem tido grandes avano, sendo cada vez mais divulgada
e propagada em cursos, via internet nas redes sociais e principalmente no canal Youtube, sendo
este um ou o maior artefato das lnguas de sinais, com uma grande variedade de vdeos em
LIBRAS que vo desde pequenas instrues de vocabulrio, histrias, piadas a tradues afins.
Essa vivacidade da Cultura e da Lngua de Sinais propaga-se cada vez mais com o apoio das
novas tecnologias.
importante fazermos uma reflexo sobre a questo Multicultural e a questo Surda, e a
parti da perceber a influencia em determinados contextos da temporalidade, posto que as
identidades so mltiplas e decorrentes do momento vivido pelos sujeitos sociais.
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1 INTRODUO
O processo de globalizao gerou um mundo com um nvel de riqueza sem precedentes.
Ademais, a democracia se instalou como o nico sistema poltico aceitvel. Alm de ideais,
ideias circularam cada vez mais facilmente ao redor do globo. E, no entanto, problemas como a
fome endmica, a extrema pobreza ainda persistem. Como, indaga Sen (2010), este tipo de
situao pode ocorrer num mundo em que o desenvolvimento somente acontece quando existe
um ambiente onde haja liberdade?
Para Sen, o processo de globalizao vem gerando distores absurdas. Enquanto, por
exemplo, os Estados Unidos so de longe a nao mais rica do mundo, um homem negro
americano tem uma expectativa de vida inferior a de um homem chins, de um costarriquenho
ou de um habitante do Estado de Kerala, na ndia. Isso, invariavelmente, leva pergunta: afinal,
de que adianta um modelo de desenvolvimento baseado na riqueza econmica se isto no se
reflete na melhoria das condies de vida das pessoas de uma comunidade, de um modo geral?
Sen (2010) ainda ressalta que estas distores apontam para a necessidade de um novo modelo
de desenvolvimento, baseado na expanso das melhorias das condies de vida das pessoas.
Inquietaes como estas levantadas por Sen, tambm so verdadeiras em centenas de
milhares de comunidades que vivem na periferia das cidades e zonas rurais dentro das florestas
na Amrica do Sul. Este estudo terico se prope a descrever os preceitos da Teoria do
Macromarketing, do Macromarketing Expandido de Kilbourne (2010), da Teoria das
Capacidades, dimenso da Liberdade Substantiva de Sen (2010) e da Liberdade Ordenada de
Novak (2001) identificando as dimenses que podem contribuir para o avano da Teoria do
Macromarketing. Esta proposio, tambm, pode-se dizer, vem refletir as observaes de
vivncias dos autores adquiridos ao longo de 10 anos de pesquisas em comunidades por todo o
Brasil, principalmente na regio Norte e Nordeste.
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1.REFERENCIAL TERICO
1.1 TEORIA DO MACROMARKETING
As necessidades humanas a procura de artefatos que reduzam a fadiga muscular no se
limita a mercadorias, servios e dinheiro, mas incluem outros recursos como tempo, energia e
sentimentos. Assim, questes sociais e distribuio equitativa dos recursos, decorrentes das
transaes por toda a cadeia produtiva, passaram a ser discutidas pelas instituies de
organismos internacionais e pela academia. Um avano importante, nesta direo, tem sido feito
na rea mercadolgica (FISK, 1981). No princpio da dcada de 1980, inicia-se uma nova
abordagem sobre o marketing tradicional.
Neste contexto, por meio de um sistema avanado de marketing, denominado de
Macromarketing,
pode-se
avaliar
desenvolvimento
econmico,
principalmente
de
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sustentabilidade, surge uma linha de estudos para lidar com estas questes, denominada de
economia ecolgica, a qual apresenta dois conceitos-chave: o de espao socioambiental e o de
troca ecoeconmica desigual.
Trocar, intercambiar ou transacionar, em cincias econmicas, refere-se no somente o
escambo, mas a todo processo relacionado a compra e venda. O primeiro processo se refere as
diferenas de produtividade e salrios entre os intercambiantes, conceitualmente elaborada por
autores como Emmanuel (1969) e Amin (1973). O segundo, a troca ecoeconmica desigual,
levanta o problema de que os preos de mercado no contemplam os custos ambientais da
produo da mercadoria, se o recurso renovvel ou no, e muito menos as condies de vida
dos trabalhadores (MONTIBELLER, 2004). Assim, por exemplo, um recurso ambiental (como
o caso da castanha-da-Amaznia) sendo comercializado a preo que no contempla todo o seu
valor econmico, representa uma troca desigual no sentido ecolgico.
Um sistema ideal de marketing seria aquele que justo. A Justia Distributiva (DJ) tem
sido sugerida como equidade de processos e resultados, de acordo com uma filosofia, princpio
ou normativo, para a avaliao das polticas no macromarketing (VANN; ERDOGAN, 1995). As
partes interessadas so consideradas a unidade fundamental de anlise na avaliao das
consequncias das decises normativas e ticas sobre comercializao (HUNT; VITELL, 2006).
Outra contribuio para o estudo do macromarketing fornecida por Rawls (1997) sobre
Justia Distributiva. Segundo ele, uma nfase na tica valorizada como de enorme relevncia
para os estudos que envolvem o macromarketing. O autor concebe a justia como equidade e
reinterpreta a tradicional diviso da justia em comutativa e distributiva, baseando-se nos
princpios da liberdade e no da diferena.
O primeiro princpio refere-se a uma justia comutativa em que cada pessoa deve ter um
direito igual a um abrangente sistema de liberdades bsicas iguais, e que seja compatvel com um
sistema semelhante de liberdades para as outras. De acordo com esse princpio, cada pessoa deve
ter a mais ampla liberdade (que deve ser igual a dos outros) e a mais extensa possvel, na medida
em que seja compatvel com uma liberdade similar de outros indivduos.
O segundo princpio diz respeito justia distributiva e se expressa da seguinte forma:
as desigualdades sociais e econmicas devem ser ordenadas de tal modo que sejam ao mesmo
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tempo (a) consideradas como vantajosas para todos dentro dos limites do razovel, e (b)
vinculadas a posies e cargos acessveis a todos (RAWLS, 1997, p. 64).
No que se refere s desigualdades econmicas e sociais, Rawls (1997) observa que
devem ser combinadas: a) que correspondam expectativa de que devero trazer vantagens para
todos; e, b) que sejam ligadas a posies e a rgos ao alcance de todos. O primeiro princpio
garante as liberdades bsicas expressando a primazia pela liberdade, o que indica que somente
poder ser extremada a servio da prpria liberdade. O segundo princpio se aplica distribuio
de renda e riqueza, ou oportunidades, constituindo-se na prioridade da justia diante da eficincia
do bem-estar.
A associao de justia com liberdade e justia com desigualdade o centro do interesse
de Rawls (1997), em seu trabalho. So princpios independentes e no se pode defender um a
custa do outro. No admissvel a troca de liberdades bsicas por ganhos econmicos, bem
como sacrificar a liberdade, a no ser para criar mais liberdade. O autor advoga uma igualdade
democrtica que compreende a equitativa igualdade de oportunidade e a existncia de
desigualdade. Da o sentido de justia como equidade. A igualdade de condies no acesso s
oportunidades dever ser concedida a todos, sabendo-se, entretanto, que o resultado ser sempre
desigual. A desigualdade ser aceitvel como justa apenas quando trouxer vantagens para todos,
a comear dos mais desfavorecidos pela sorte.
Segundo Sen (2010), o atual capitalismo global uma abordagem inadequada para
trabalhar o desenvolvimento de comunidades extrativistas, por causa de seu foco principal ser as
relaes econmicas de mercado. O processo de globalizao gerou um mundo com um nvel de
riqueza sem precedentes. Ademais, segundo ele, a democracia se instalou como o nico sistema
poltico aceitvel. Alm de ideais, ideias circularam cada vez mais facilmente ao redor do globo.
E, no entanto, problemas como a fome endmica, a extrema pobreza, a falta flagrante de
liberdade e os regimes autoritrios ainda persistem. Como este tipo de situao pode ocorrer num
mundo em que o desenvolvimento somente acontece em um ambiente onde haja liberdade?
(SEN, 2010).
Para Sen, o processo de globalizao vem gerando distores absurdas. Enquanto, por
exemplo, os Estados Unidos so de longe a nao mais rica do mundo, um homem negro
americano tem uma expectativa de vida inferior a de um homem chins, de um costarriquenho
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famlias, que permitem ao indivduo no apenas viver melhor em sua vida privada, como
tambm participar melhor da vida pblica (a capacidade de ler jornais fundamental para a
atividade poltica, por exemplo); garantias de transparncia referem-se necessidade de uma
pessoa esperar sinceridade em sua relao com outras pessoas, instituies e com o prprio
Estado. Alm de essencial para a coeso social, as liberdades instrumentais tm papel importante
na preveno da corrupo; e, segurana protetora que resguarda os vulnerveis de carem no
vcio das drogas, na prostituio e na misria extrema atravs de uma rede de seguridade social e
outras medidas que visem s garantias mnimas de sobrevivncia das pessoas.
O processo de desenvolvimento como liberdade , para Sen, antes de tudo, o
desenvolvimento do bem-estar dos indivduos, processo esse que deve ser difundido na
liberdade, tais como possuir condies sociais e econmicas como ter: servios de educao e
sade; e, os direitos civis como: liberdade de participar de discusses e averiguaes pblicas
(SEN, 2010).
Sen aborda, ainda, o conceito de Capacidade na perspectiva de liberdade, o qual define
como um conjunto de possibilidades reais de escolha que os indivduos possuem. Por meio deste
conceito, ele desenvolveu outro que a noo de Liberdade Substantiva, que trata justamente
dessa liberdade potencial que possuem os indivduos (SEN, 2010). Portanto, os elementos que
compem as liberdades substantivas so considerados a essncia do desenvolvimento e, de
acordo com o modelo tradicional, o ambiente ou as liberdades substantivas devem ser totalmente
evoludos desde o incio do processo de desenvolvimento, incluindo variveis como autonomia,
justia e integridade cultural.
Portanto, uma sociedade que permite que as crianas trabalhem para no morrer de fome
e que os pais no consigam melhorar a situao de sua famlia, no uma sociedade nem estvel,
nem boa, nem inteiramente legtima. Os seres humanos (as instituies pblicas ou privadas) no
podem se limitar a apertar as mos quanto a este assunto. Devem introduzir o quanto antes as
necessrias reformas, induzindo formao de uma sociedade de oportunidades, sem privilgios,
com um sistema de distribuio da riqueza gerada, para gerar mais riqueza em aes
empreendedoras por todos. esse o objeto da virtude da justia social defendida por Novak
(2001).
Neste contexto, Schmitz e Peres (2006) destacam que, por meio de um sistema eficaz (o
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renda satisfatria, dentre outros, seja o ponto inicial a ser elaborado, o qual em conjunto com o
ambiente composto pela disponibilidade de saneamento bsico, gua de boa qualidade, moradia,
energia, segurana, dentre outros e, associado com a liberdade substantiva que considera a
cultura, igualdade entre os sexos, igualdade social, igualdade econmica e igualdade religiosa,
alm de direitos polticos e civis, dentre outros, melhorada em consequncia do
desenvolvimento econmico e de mercado.
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2. METODOLOGIA
Para contextualizao, foram utilizados cadernos de campo e observaes de
comunidades visitadas ao longo de 16 anos de pesquisa realizadas como professores e
pesquisadores do Grupo de Pesquisas CEDSA da Universidade Federal de Rondnia (UNIR),
como recursos financiado pelo CNPq, CAPES, SUFRAMA e outras instituies de apoio
pesquisa as quais algumas j concludas com relatrios entregues s agencias financiadoras e
outras em execuo no presente. Foram efetuadas mais de 30 expedies a comunidades de seis
estados da Regio Amaznica, no Nordeste, no estado do Cear, em Santa Catarina, Rio Grande
do Sul e no estado do Mato grosso do Sul alm de Lima, Porto Maldonado no Peru, Ribeiralta e
Cobija na Bolvia. Trata-se de um estudo terico exploratrio, tendo por base a Teoria do
Macromarketing, considerando a Teoria das Capacidades na dimenso de Liberdades
Substantivas de Sen (2010), a Teoria do Macromarketing na Base da Pirmide de Kilbourne
(2004) e a Teoria da Liberdade Ordenada de Novak (2001).
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3. RESULTADOS E DISCUSSO
Quando Sen (2010) diz que o processo de desenvolvimento como liberdade , antes de
tudo, o desenvolvimento do bem-estar dos indivduos, processo que deve ser difundido na
liberdade, tais como possuir condies sociais e econmicas e os direitos civis. Um processo de
desenvolvimento inclui variveis como: autonomia, justia e integridade cultural, parecendo que
se refere s pessoas que vivem excludas ou parcialmente excludas de um mundo de
oportunidades, que permite desenvolver todas as potencialidades que o ser humano capaz.
Existem iniciativas aos extrativistas, uma vez que, com o apoio de instituies
governamentais e privadas, so construdos muitos equipamentos comunitrios como unidades
de beneficiamento de arroz, caf, castanha e produo de farinha a partir da mandioca, unidades
de processamento de leite e equipamentos agrcolas para produzir os mais variados produtos e
seus derivados. Produzem biscoitos de castanha, bombos, paoca e outros produtos que so
vendidos para a merenda escolar, atendendo a um programa desenvolvido pelo Amap de apoio
s comunidades extrativistas. Mas a quantidade utilizada nesta unidade de processamento
representa uma parcela pequena se comparado as centenas de milhares de comunidades
espalhadas pelos sertes do continente sul americano e que tem seus produtos transacionadas
todos os anos com os atravessadores. Eles no tm noo para onde vo seus produtos, nem
quem compra e nem o que feito com eles. Uma possibilidade de transformar esta realidade
lhes fornecendo condies para eliminar muitos elos da cadeia produtiva e transacionarem
diretamente com as grandes unidades de beneficiamento, ou mesmo, com as grandes redes de
supermercados do pas e do exterior, em uma cadeia curta de transao. Ento, para isso,
necessrio capacit-los e a Teoria da Liberdade Ordenada apresenta os princpios para isto.
A capacidade de uma pessoa, segundo Sen (2010) a liberdade de efetivar tipos diversos
de funcionamentos ou de levar o tipo de vida que deseja. A seguir apresentado os princpios da
Teoria das Capacidades na dimenso da Liberdade Substantiva.
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Justia
distributiva
Integridade
cultural
Perspectiva de
Desenvolvimento
Evidncias
Avaliao
So poucas as iniciativa
autnomas das comunidades,
normalmente
esto
vinculadas
a
iniciativas
exgenas de atores que no
esto comprometidos com o
desenvolvimento
das
comunidades
A gerao de renda das
pessoas e suas famlias, em
sua maior parte dependente
de programas sociais, as
poucas
iniciativas
so
ocasionais e sazonais.
Baixo nvel de conscincia
das capacidades de suporte
dos recursos da natureza e
suas limitaes.
Desenvolvimento do esprito da
iniciativa empreendedora e da
ao coletiva; diversificao na
utilizao de outras matrias
primas disponveis na natureza.
Capacitar as famlias e
desenvolver nelas o potencial
de utilizao da terra, dentro da
capacidade de suporte com a
utilizao de tecnologias no
manejo da terra.
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cadeia de intermedirios que se apropriavam da maior parte dos recursos gerados numa cadeia
produtiva. Kilbourne denomina seu modelo terico de macromarketing expandido, derivado dos
estudos de Sen. Ambos esto com a razo, entretanto, afirma Novak (2001), necessrio mais
que isto, pois, em ambas as propostas tericas, tanto de Sen como de Kilborne, esto inseridas a
mo do Estado providncia ajudando-os, subsidiando, pagando bolsa famlia, bolsa defeso, bolsa
disso e daquilo.
A proposta de Novak, denominada de Liberdade Ordenada, avana no sentido de permitir
que os indivduos procurem resolver seus prprios problemas. O mximo que o Estado deve
fazer facilitar para que eles tenham acesso s informaes, ao conhecimento e educao
necessria para que encontrem seus caminhos na sociedade. Entretanto, aqueles que no tm
condio para isso, dotados de limitao mental ou fsica, o Estado tem a obrigao e o dever de
intermediar a sua manuteno. A seguir esto apresentadas as dimenses da Liberdade
Ordenada. Dimenses esto pouco observadas nos trabalhos de campo realizados pelos autores:
Quadro 2. Dimenses da Liberdade Ordenada.
Dimenses da
Liberdade
Ordenada
Escolha humana
Esprito
iniciativa
da
Esprito
inveno
da
Obedincia
regras
Evidncias
Avaliao
Perspectiva de Desenvolvimento
So poucas as manifestaes
observadas nas aes familiar e
coletiva das comunidades que
vivem a margem do mercado.
Para
os
jovens
destas
comunidades as oportunidades de
trabalho e de uma vida boa
esto fora da comunidade. O
extrativismo visto como uma
atividade rdua, feita para homens
rudes sem instrues.
Iniciativas empreendedoras que
permitem a construo de um
processo de liberdade. Esto na
fase inicial do processo de
negociao com o mercado, mas
dependem de intermedirios para
efetivao das transaes de seus
excedentes produtos.
O baixo nvel de escolaridade e
capacitao tcnica dos adultos
das comunidades o maior
obstculo para o avano do
espirito da criatividade.
Incentivar s pessoas e as
comunidades assumirem posio
de liderana no processo de
agregao de valor aos produtos
de origem local; apoiar as
iniciativas das mulheres no
beneficiamento e transformao
de produtos para o mercado.
O
apoio
institucional,
infraestrutura para transporte e
armazenamento, fomento a baixo
custo de instalaes, mquinas e
equipamentos pode proporcionar
o
desenvolvimento
nas
comunidades.
Capacit-los para o conhecimento
das regras do manejo e no
enriquecimento da floresta com
essncias
locais
de
valor
comercial.
Desenvolver
capacidades
de
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Capacidade
associao
de
Capacidade de
satisfazer
as
necessidades dos
outros:
aes
solidrias
Respeito
propriedade
privada
Respeito s leis e
famlia
associativo e cooperativo. O
individualismo secular herdado da
economia do extrativismo da
borracha ainda a cultura vigente.
Cada um por si a lei da
sobrevivncia. As manifestaes
so episdicas e quando existem
esto ligadas as manifestaes
religiosas
As iniciativas so muito tnues,
principalmente no que se refere as
atividades
relacionadas
ao
trabalho em benefcio dos mais
necessitados,
carecendo
o
desenvolvimento desta capacidade
na comunidade.
Grandes
reas
foram
transformadas
em
reservas
extrativistas e de preservao
permanente. Existem direitos de
uso pelas populaes tradicionais.
Entretanto h casos de venda
destes direitos para terceiros sobre
estas reas.
trabalho associado.
As regras no so seguidas, o
jeitinho vem sendo praticado em
muitas situaes no cotidiano das
comunidades.
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4. CONSIDERAES GERAIS
Sen (2000) defende que para retirar o grande contingente de pessoas nas condies de
pobreza se faz necessrio, que haja o desenvolvimento do bem-estar destas pessoas. Neste
sentido Kilbourne (2004) observa ser necessrio que as comunidades que esto na base da
pirmide precisam ter o domnio das transaes com o mercado, fazendo com que transacionem
diretamente com os consumidores ou com os grandes processadores de alimentos, eliminando a
cadeia de intermedirios que se apropriam da maior parte dos recursos gerados na cadeia
produtiva. Kilbourne denomina seu modelo terico de macromarketing expandido, derivado dos
estudos de Sen. Ambos esto com a razo, entretanto, afirma Novak (2001) necessrio mais
que isto, pois, em ambas as propostas tericas, tanto de Sen como de Kilborne, esto inseridas a
mo do Estado providncia ajudando-os, subsidiando, pagando bolsa famlia, bolsa defeso, bolsa
gs, bolsa disso e daquilo.
A proposta de Novak, denominada de Liberdade Ordenada, avana no sentido de permitir
que os indivduos procurem resolver seus prprios problemas. O mximo que o Estado deve
fazer facilitar para que eles tenham acesso s informaes, ao conhecimento e educao
necessria para que encontrem seus caminhos na sociedade. Entretanto, aqueles que no tm
condio para isso, dotados de limitao mental ou fsica, o Estado tem a obrigao e o dever de
intermediar a sua manuteno. O conhecimento presente resultante dos contatos com
comunidades que esto vivendo abaixo da linha da pobreza tem permitido reflexes no sentido
de como mudar um status da posio (i) para a posio (i+1), como apresentado no modelo da
Teoria da Liberdade Ordenada. A velocidade desta trajetria pode ser lenta, pode levar uma
gerao, mas tem que ser implementada se a parte
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1 INTRODUO
Na atual conjuntura em que vive a humanidade (sculo XXI), onde um dos principais
focos da preocupao mundial est voltado para a preservao do meio ambiente, faz-se mister
analisar a barreira mxima que o ecossistema pode atingir, desde que seja garantida que haja
uma margem de segurana. A relao que a atividade humana tem sobre as mudanas na
natureza deu origem a diversas discusses e debates sobre as possveis causas, e o que pode ser
feito para amenizar estes danos.
O quanto s presses humanas afetaram o planeta, se possvel continuar desenvolvendose sem causar danos maiores, so algumas das questes levantadas. O fato que as mudanas no
planeta esto ganhando um destaque cada vez maior nos meios cientficos, acadmicos e
principalmente na mdia internacional.
Encontrar meios para amenizar as catstrofes e formas sustentveis na utilizao de
recursos, no apenas questo de necessidade, a forma de garantir a sobrevivncia de vrias
espcies e ainda evitar o esgotamento de fontes naturais importantes antes que seja tarde.
Neste sentido, a pesquisa comea destacando, na segunda seo, a origem do termo, as
sees seguintes, destacam-se as definies de cada um destes limites, aps, detalha-se como foi
possvel chegar ao clculo do limite, bem como as consequncias na ultrapassagem dos mesmos,
em seguida apresenta-se as consideraes finais.
Para o desenvolvimento do estudo a metodologia utilizada para a elaborao do artigo foi
a pesquisa bibliogrfica a partir da reviso de literatura sob a temtica abrangendo livros, artigos,
revistas, meios eletrnicos, a fim de obter conhecimento sobre a natureza terica dos limites
planetrios.
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2. REFERENCIAL TERICO
A discurso sobre estes limites iniciou-se em meados de 2009, onde aproximadamente 30
cientistas liderados por Johan Rockstrm, pertencentes Universidade de Estocolmo, institutos
europeus, norte-americanos e australianos, reuniram-se para divulgar uma nova proposta a
humanidade, qual seja: estabelecer nove limites planetrios que devem rigorosamente ser
acatados, para que no futuro os sistemas terrestres essenciais para a sobrevivncia humana no
sejam desregulados atravs de catstrofes e alteraes climticas severas (GHIONE, 2009).
Segundo estes cientistas os limites planetrios estabelecidos so: o aquecimento global; a
extino de espcies; o ciclo do nitrognio; o uso da gua doce; a converso de florestas em
plantaes; a acidificao dos oceanos; o ciclo do fsforo; e a contaminao qumica.
Estes limites so responsveis por assegurar o nvel de segurana das atividades do
homem. Ao trmino da ltima era glacial, mais conhecida como idade do gelo, a
aproximadamente 12 milhes de anos foi que iniciou o Holoceno.
Em princpio, este perodo foi marcado pela existncia do equilbrio do ecossistema,
ainda no existiam preocupaes com a extino de espcies, catstrofes ou at mesmo
mudanas climticas bruscas, pode-se dizer que as terras e os seres existentes nela viviam em
perfeita harmonia. (GHIONE, 2009; ROCKSTRM, 2009)
Porm, ao longo do tempo houve muitas mudanas em todo o mundo, onde possvel
citar o aumento populacional, desmatamento, poluio, expanso das indstrias, efeito estufa, as
quais desencadearam a preocupao de cientistas em estabelecer limites planetrios no intuito de
inibir ou pelo menos amenizar os efeitos delas na humanidade e na natureza. (GHIONE, 2009)
De acordo com Franchini e Viola (2012, pg. 02):
A noo de fronteiras planetrias aparece como uma nova forma de abordar a
sustentabilidade, no j de forma isolada e localizada (anlises setoriais de limites ao
crescimento e minimizao de externalidades negativas) como a abordagem ambiental
clssica, mas de forma global, sistmica. Nesse sentido, a discusso sobre o espao de
operao segura da humanidade relaciona-se de forma muito prxima com o debate
clssico da ecologia global, a respeito do impacto da dinmica populacional sobre o
futuro do planeta. Esse impacto medido por meio de uma equao que relaciona o
nmero de humanos vivos, o nvel de consumo e o carter da tecnologia (destrutiva ou
benigna). Com nveis moderados de consumo e disseminao generalizada de
tecnologias sustentveis, o sistema terrestre capaz de suportar crescentes nmeros de
habitantes. No entanto, a atual progresso dessa equao crescimento populacional,
crescimento do consumo per capita e predomnio de tecnologias no sustentveis
(poluentes, carbonizantes e intensivas em uso de gua e recursos naturais)
incompatvel com a manuteno dos parmetros estveis do Holoceno.
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espao seguro para a vida na Terra, a qual est demonstrada na figura a seguir:
Figura 1 Os limites planetrios
Com isso, possvel descrever cada um dos limites planetrios propostos, conforme
abaixo colocado:
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Os impactos por causa das mudanas climticas j podem ser observados em diversas
reas, tais como, abastecimento de gua, agricultura, sade humana, economia, biodiversidades,
ecossistema terrestre e marinho dentre outras.
Segundo o relatrio essas alteraes no clima ocorrem principalmente pelo desmatamento
e emisso de gases por meio da queima de combustveis fsseis, fazendo com que haja o
aquecimento global, que segundo eles a maior causa nas mudanas climticas.
O relatrio tambm afirma que como consequncia os impactos ambientais ocorrem no
derretimento das geleiras e elevao do nvel do mar, mudanas nas temperaturas, perodo de
chuvas mais extensas, estiagens mais severas dentre outras.
Conforme afirma Barros (2014)41, co-presidente do Grupo de Trabalho II do IPCC:
"Vivemos numa era de mudanas climticas provocadas pelo homem. Em muitos casos,
no estamos preparados para os riscos relacionados com o clima que j enfrentamos.
Investimentos num melhor preparo podem melhorar os resultados, tanto para o presente
e para o futuro.
Relatrio do IPCC aponta riscos e oportunidades para respostas. Disponvel em: <
http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2014/04/relatorio-do-ipcc-aponta-riscos-e-oportunidades-pararespostas> Acesso em: 16 de novembro de 2014
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terrestres;
Poluio das guas, solo e ar - estressam os ecossistemas e matam os organismos;
Introduo de espcies exticas - ameaam os locais por predao, competio ou
alterao do habitat natural".
c) Ciclo do Nitrognio
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Alguns fatores so cruciais para a escassez da gua nos tempos atuais, tais fatores esto
relacionados abaixo:
Aumento da populao;
Poluio da hidrografia;
Outros fatores que influenciam na escassez da gua que alguns lugares so mais
favorecidos que outros, e aqueles que tm esse bem natural em abundncia no a conservam.
As maiores consequncias do uso inadequado da gua no afetam somente os seres
humanos e sim todos os seres vivos pertencentes ao nosso ecossistema, que sofrero tambm os
impactos da poluio, o uso em excesso e todo o desperdcio ocasionado pela humanidade. Isso
demonstra que existe possibilidade de acontecer em um futuro no muito distante uma catstrofe,
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onde h riscos iminentes de perdas irreparveis que podero afetar no s a humanidade, mas
tambm todos os seres vivos do planeta.
Populao
1 bilho
2 bilhes
3 bilhes
4 bilhes
5 bilhes
6 bilhes
7 bilhes
Estima-se que em 2025 a populao atinja aos oito bilhes de habitantes, considerando a
taxa de crescimento anual.
A forma como a terra vem sendo utilizada pela humanidade tem gerado impactos sobre o
ecossistema e os recursos naturais, principalmente o solo e a gua. Fatores como a ocupao
desorganizada do solo tem motivado a degradao exacerbada do meio ambiente em que
vivemos, corroborando principalmente nos processos de eroso, enchentes e assoreamento de
reservatrios de gua, alm dos problemas de alterao no curso da gua, conforme demonstrado
na figura abaixo:
Figura 3 As relaes e interdependncias entre a biosfera e segurana alimentar, hdrica
e energtica.
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42
Acidificao dos oceanos cresce 26% nos ltimos 200 anos, diz relatrio. Disponvel em:
<http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/10/acidificacao-dos-oceanos-cresce-26-nos-ultimos-200-anos-dizrelatorio.html> Acesso em 15 de Novembro de 2014.
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o elevado nvel de CO2, levou a reduo do pH da gua e a alterao entre ons de carbonato e
bicarbonato (resultantes da interao do CO2 com gua). Em contanto com a gua, o dixido de
carbono (CO2), forma o cido carbnico (H2CO3), este que libera, ons de hidrognio (H+),
bicarbonato (HCO3-1) e carbonato (CO3-2). Quanto maior a concentrao desses ons, menor o
pH da gua e consequentemente, maior o nvel de acidez.
Estas alteraes provocam mudanas na estrutura da cadeia alimentar e ainda
dificuldades na vida de corais e outros seres marinhos que so sensveis a acidez, ou precisam
dos ons de carbonato para a formao de conchas e esqueletos. Acredita-se que em longo prazo
este processo de acidificao possa levar a extino de vrias espcies marinhas.
evidenciado no relatrio que, Secretariat of the Convention on Biological Diversity
(2014, p. 07):
" inevitvel que entre 50 e 100 anos as emisses antropognicas de dixido de carbono
elevem a acidez dos oceanos a nveis que tero um impacto enorme, quase sempre negativo,
sobre os organismos marinhos e os ecossistemas, assim como sobre os bens e servios que
proporcionam".
mais um dos diversos alertas sobre uma diminuio ou controle das emisses de Carbono na
atmosfera. Objetiva-se que estas emisses sejam reduzidas, de forma que evitem catstrofes ainda
maiores.
g) Ciclo do Fsforo
O Fsforo um elemento essencial para o funcionamento do sistema de todos os seres vivos,
sendo vital para o crescimento das plantas, principalmente as aquticas. No meio industrial utilizado
na fabricao de produtos como detergentes. Suas fontes naturais so as rochas, e o ciclo comea a
partir da sua liberao por meio da eroso. Em suma, absorvido pelas plantas, e atravs da cadeia
alimentar, chega aos animais e o homem, regressando por meio da decomposio da matria orgnica.
Porm, a ao antropognica vem alterando significativamente a quantidade natural deste
elemento na natureza. De acordo com Quevedo & Paganini (2010, p. 3530):
A ao predadora do homem sobre os animais marinhos, aliada crescente explorao das
fontes de fsforo pela minerao, pela ocupao desordenada do solo, pelo desmatamento e,
principalmente, pelo incremento das atividades industrial e agrcola, tem ocasionado a
alterao da dinmica deste nutriente no meio ambiente.
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h) Poluio Qumica
Em meados do sculo XX, deu-se incio a estudos voltados para a Industria Qumica, no
intuito de acompanhar o desenvolvimento industrial, tecnolgico e auxiliar na qualidade da vida
humana, e em seus resultados econmicos e sociais.
Ao longo dos ltimos 200 (duzentos anos) vrias descobertas foram feitas atravs do uso
de componentes qumicos que ajudaram a prevenir inmeras doenas, pragas nas plantaes,
avanos tcnico-cientficos. Porm junto com esses avanos tambm vieram os problemas, tais
como: Poluio do meio ambiente, doenas resultantes da exposio aos produtos qumicos,
reduo dos predadores naturais, resistncias de bactrias aos antibiticos com uso laxo.
A sociedade sempre conviveu com os riscos de fenmenos fsicos naturais e biolgicos,
porm as temeridades da atualidade esto fortemente adjuntas do avano de novas tecnologias
com potencial maligno sade e ao meio ambiente.
A contaminao qumica dar-se-: contaminao por agrotxico, grande causador de
doenas adquiridas principalmente nas zonas rurais; contaminao dos recursos hdricos por
diversos componentes qumicos, tais como mercrio, enxofre, resduos de agrotxicos, etc.;
contaminao pela chuva cida que se forma atravs de queima de combustveis fsseis e
poluentes jogados pelas indstrias, que se transformam nos gases SO2 (dixido de enxofre) e o
NO2 (monxido de nitrognio), que com a ajuda do oznio oxidam e formam a chuva cida,
como mostra a figura a seguir.
Figura 4 - Formao da chuva cida
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retenha o calor, tornando a Terra prpria vida. Da mesma forma o vapor dgua um
eficiente absorvedor da radiao de onda longa emitida pela Terra e tambm de alguma
energia solar. um dos mais variveis gases na atmosfera e junto com o dixido de
carbono, o vapor dgua atua como uma espcie de manta para reter o calor na baixa
atmosfera, o que conhecemos como efeito estufa natural.
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3 METODOLOGIA
Para chegar ao clculo de cada um dos nove limites planetrios precisa-se avaliar o tempo
necessrio para que ocorresse um holocausto sbito dentro de um espao de tempo especfico,
sendo que este dever ser retrado o suficiente para implicar decises imediatas; precisamente
amplo para suprir o alicerce voltado a sustentabilidade de geraes futuras; onde essas decises
podem interferir quando um limite est sendo ultrapassado ou no.
Conforme exposto por Ghione (2009, pg. 02):
El enfoque (para el establecimiento de los lmites planetarios) se basa en tres ramas de
la investigacin cientfica. La primera se refiere a la escala de accin humana en
relacin a la capacidade de la Tierra para sustentarla. Esta es una importante
caracterstica de la agenda de investigacin de la economa ecolgica, basndose en el
conocimiento del papel esencial de las propriedades del ambiente para soportar la vida
que permiten el bienestar humano y las restricciones biofsicas para el crecimiento de la
economa. El segundo es el trabajo en la comprensin de procesos terrestres esenciales
incluyendo acciones humanas, reunidas en los campos de la investigacin del cambio
global y la ciencia de la sustentabilidad. La tercera rama es la investigacin sobre la
resiliencia y sus vnculos con los complejos dinmicos y la autorregulacin de los
sistemas vivientes, enfatizando los umbrales y los cambios entre estados.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Ao longo dos anos 2000 (dois mil) para c, foi possvel perceber diversos tipos de
catstrofes no mundo, as quais esto acontecendo constantemente, entre elas, pode-se citar o
desmoronamento de terra na ndia e nos Estados Unidos, tempestades como o Fung Wong,
erupo de vulces, passagens de tsunamis, o acidente nuclear em Fukushima, entre outros.
Fatores como estes podem ser considerados como consequncias da ultrapassagem dos limites
planetrios.
Ressalta-se que, de acordo com a pesquisa apresentada pelos cientistas, trs dos nove
limites planetrios j foram ultrapassados, sendo eles: o aquecimento global, a extino de
espcies e do ciclo do nitrognio. E, provavelmente, daqui alguns anos outros quatro destes
limites podero ser atingidos, quais sejam: a converso de florestas em plantaes, o ciclo do
fsforo, a acidificao dos oceanos e o uso da gua doce.
Um dos fatores que tem corroborado para este acontecimento a elevao da presso do
homem sobre seu habitat, o qual est desestruturando o ecossistema, com isso, faz-se necessrio
reavaliar o rumo que o crescimento da humanidade tem provocado e que ainda pode provocar no
mundo, caso no sejam tomadas as atitudes necessrias para a melhoria dos limites planetrios.
Conforme dispe Ghione (2009, pg. 01):
El concepto de Lmite Planetario surgi de reconocer que la humanidad se ha
convertido en la principal fuerza que dirige el cambio en la Tierra; hemos entrado en
una nueva era geolgica: el Antropoceno, explic Rocktrm en un video publicado en
la pgina del Centro de Resiliencia de la Universidad de Estocolmo. El Antropoceno, se
caracteriza por una incrementada presin ejercida por las atividades humanas sobre los
procesos terrestres; situacin que compromete el futuro de las civilizaciones tal cual las
conocemos.
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5. CONCLUSES
Conforme exposto neste artigo, pode-se constatar que a existncia dos limites planetrios
esta diretamente relacionada com a ao humana. Isto ocorre principalmente pelo desejo
insacivel de desenvolvimento econmico, social e o aumento populacional desmedido sem
observar as consequncias presentes e futuras. Baseado nessa premissa pode-se concluir que
existe a possibilidade do planeta estar prximo de entrar em colapso. Se no houver uma
interferncia governamental e at mesmo populacional, catstrofes no podero ser evitadas,
pondo em risco a existncia do ecossistema, das biodiversidades e at mesmo dos seres
humanos.
Medidas urgentes devem ser tomadas para que no ocorra maior degradao do planeta, e
que este sistema econmico se torne sustentvel, para que o progresso no destrua ainda mais
essas riquezas naturais que tanto tempo levou para se formar, e que pela ambio do homem est
sendo cada vez mais destruda to facilmente.
Com base em todos os dados coletados conclui-se ento que os seres dependem dos
recursos naturais, e a manuteno dos recursos naturais depende da ao humana para sua
existncia.
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1 INTRODUO
Na segunda metade dos anos 1980, a discusso ambiental passou a fazer parte da agenda
poltica no Brasil, demonstrando o carter problemtico da relao sociedade e meio ambiente
em suas dimenses poltica, econmica, social e cultural. A relao economia e meio ambiente
se tornou motivo de grandes debates no pas e no mundo, e as discusses acerca do quanto o
crescimento econmico impactava o ambiente natural e qual o limite para esse crescimento
econmico passou a ser alvo de constantes noticirios e estudos na rea acadmica e cientfica.
A questo ambiental se define como um conjunto de contradies resultantes das
interaes internas no sistema social e deste com o meio ambiente, o que tem caracterizado com
o uso irracional e a reduo dos recursos naturais, como consequncia da expanso da vida
urbana e do crescimento acentuado das desigualdades socioeconmicas.
Grande parte do bem estar econmico de uma regio tem maior dependncia dos recursos
naturais, o que requer que esses recursos sejam utilizados de forma sustentvel (ABEL,
BERNANKE e CROUSHORE, 2008), o que dificilmente ocorre, dado que as aes humanas no
uso dos recursos naturais para o processo produtivo normalmente ocorre com o emprego de
tcnicas que impactam negativamente o ambiente natural.
Essa uma situao bastante presente nos centros urbanos, onde o modo de produo
capitalista encontra sua principal atividade acumuladora de riqueza e explorao, o setor
industrial da economia. Esta pesquisa objetiva compreender os saberes econmicos e ecolgicos
de populaes ribeirinhas no municpio Porto Velho-RO, onde foram analisadas a lgica de
preservao e conservao e a forma de organizao da comunidade por meio do exerccio de
atividades econmicas e sua relao com o ambiente, levando em conta que esses povos
tradicionais possuem saberes, tcnicas e estratgias de produo agrcola e outras formas de
produo de maneira que podem resultar numa reorganizao dos sistemas de produo de modo
mais sustentvel do ponto de vista socioeconmico, cultural e ecolgico.
Em Porto Velho, h comunidades localizadas s margens do Rio Madeira, principal bacia
hidrogrfica do estado de Rondnia. Essas comunidades so habitadas por pessoas que l
residem h muito tempo, a maioria desde quando nasceram, herdando as terras, a cultura e os
costumes de seus antepassados. Essas comunidades so consideradas populaes tradicionais,
que possuem caractersticas especficas com profundas conexes com o meio natural em que
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vivem e com o qual ocorre seu contato com o mundo (CARVALHO, CARVALHO e GOMES,
2012). Diante da existncia de um nmero relativamente elevado de comunidades ribeirinhas em
Porto Velho, esta pesquisa est restrita s comunidades mais prximas da rea urbana da capital,
como o Distrito de So Carlos e a Vila Nova de Teotnio.
Esta pesquisa teve como objetivo conhecer a lgica econmica predominante nas
comunidades pesquisadas por meio de uma pesquisa aplicada a lideranas locais. Tambm
buscou descrever a base de sustentao econmica das comunidades pesquisadas e caracterizar
os principais conhecimentos econmicos e ecolgicos dos atores pesquisados.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 POPULAES TRADICIONAIS
O que vem se convencionando tratar de povos, populaes ou comunidades tradicionais
no Brasil compreende uma diversidade de grupos sociais que se caracterizam pelo estilo de vida
diferenciado das populaes tpicas dos meios urbanos (CARVALHO, CARVALHO, GOMES,
2012). Esses grupos humanos podem ser compostos por indgenas, aorianos, quilombolas,
ribeirinhos, pantaneiros, caiaras, entre outros grupos sociais que utilizam conhecimentos,
inovaes e prticas gerados e transmitidos pela tradio.
O Decreto n 6.040, da Presidncia da Repblica do Brasil, de 07 de fevereiro de 2007,
que institui a Poltica Nacional de Desenvolvimento Sustentvel dos Povos e Comunidades
Tradicionais, em seu artigo 3, pargrafo I, conceitua povos e comunidades tradicionais como:
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torna-se necessria uma lgica econmica a partir da reafirmao de uma outra racionalidade,
que intrnseca ao prprio tecido social formado por estas comunidades.
Segundo Marques (2001), no mbito do desenvolvimento econmico existem sistemas
humanos que preservaram seus menores pedaos de informao cultural e estabeleceram suas
relaes sociais baseadas em uma forte dependncia do uso de recursos naturais renovveis,
permeados por arranjos e extensas teias de relaes de parentesco, compadrio, ajuda mtua e
normas e valores sociais que privilegiam a solidariedade intra-grupal (MARQUES, 2001).
Estando a lgica de organizao produtiva envolvida nesse universo e entender esse modo de
vida nos ajudar muito a interpretar o ciclo recproco da relao sociedade-cultura-natureza.
Entretanto, ressaltar o modo de vida particularizado de determinadas comunidades
tradicionais no significa exclu-las da insero no desenvolvimento econmico, nem to pouco,
dos meandros do mundo moderno. Significar enfatizar que essa maneira de viver com atuao
em espaos e recursos de uso comum tem contribudo na manuteno das relaes entre os seres
vivos e o meio ambiente, pois est inserida numa perspectiva dinmica pautada na
sustentabilidade social, cultural, econmica e ambiental (SACHS,1993) no enfoque de
desenvolvimento local.
Para criao e desenvolvimento de uma lgica sustentvel, aponta-se como importante
mecanismo as assessorias tcnicas especializadas e o estabelecimento de parcerias constituem
importantes estratgias para enfrentar todas essas dificuldades de implementao de projetos
produtivos e iniciativas de gerao de renda indgena. Consideradas importantes para trazer
aportes tcnicos e tecnolgicos que ajudam as iniciativas indgenas a se fortalecer e ganhar em
qualidade de produo e eficincia comercial. As parcerias e arranjos interinstitucionais
(sociedade civil, governo, mercado), por sua vez, ampliam os horizontes do empreendimento
indgena, facilitando seu acesso ao mercado (MMA, PDPI, GIZ, 2011, p.57).
Destaca-se a importncia de promover o intercmbio entre indgenas e tcnicos com o
objetivo de implementar de fato a troca de experincias e saberes, bem como a transferncia
tecnolgica em diversas temticas especficas, como a gesto organizacional, planejamento e
formas de funcionamento de mercados, proporcionado o crescimento sustentvel. E desta forma,
garantindo o equilbrio entre conhecimento local e de fora das comunidades tradicionais.
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3 METODOLOGIA
A pesquisa se caracteriza por ser uma pesquisa bsica, qualitativa, de carter exploratrio
e descritivo. Tambm se trata de uma pesquisa exploratria e descritiva. Exploratria por buscar
maiores informaes sobre determinado fenmeno e descritiva por buscar descrever
determinadas caractersticas de um fenmeno ou populao (MARTINS, 2002).
Foi realizada pesquisa de campo, onde a autora se deslocou at as comunidades
tradicionais para aplicar a pesquisa, a partir de um roteiro de entrevista semiestruturada
previamente elaborada pela autora.
A pesquisa delimitou como unidade de anlise os conhecimentos ambientais e
econmicos das populaes tradicionais pesquisadas e como essas comunidades obtm esse
conhecimento. As comunidades pesquisadas foram a Vila Nova de Teotnio (antiga Vila de
Teotnio onde se localizava a cachoeira de Teotnio), localizada cerca de 40 km da capital e So
Carlos, distrito distante 100 km de Porto Velho.
A Vila Nova de Teotnio surgiu em 2010 em decorrncia da implantao das duas usinas
do Rio Madeira (Jirau e Santo Antnio), uma vez que, a partir da construo das usinas, a antiga
Cachoeira de Teotnio desapareceu em razo por causa da elevao do nvel do rio, conforme
consta no Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA) das Usinas Hidreltricas de Santo Antnio e
Jirau (FURNAS, 2005). A antiga comunidade da Vila de Teotnio, localizada cerca de 40 km da
capital Porto Velho, era um local de grande fluxo de turistas, que se deslocavam para essa
localidade para a prtica da pesca, para banhos em finais de semanas e outras atividades.
A antiga Vila de Teotnio surgiu na dcada de 1940, sua estrutura era deficiente e as
moradias simples, configurando-se uma comunidade envolto floresta e o rio, tpico de
comunidades ribeirinhas. Com a construo das usinas do Rio Madeira, a partir de 2008,
necessrio se fez retirar a comunidade de suas antigas moradias para outra rea, tambm envolto
floresta e ao rio, com uma estrutura superior presenciada na antiga vila e com residncias
apropriadas, construdas pelo consrcio da Usina Hidreltrica de Santo Antnio, como
compensao social.
Atualmente existe uma associao dos moradores da Vila Nova de Teotnio, que busca
melhorar as condies de vidas dos moradores da localidade por meio de vrias atividades
econmicas, como produo de artesanato (biojias, papel reciclado, tecidos bordados, pinturas
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4 RESULTADOS
4.1 VILA NOVA DE TEOTNIO
A visita Vila Nova de Teotnio foi realizada em fevereiro de 2013. Chegando na
localidade, foram realizados os primeiros contatos com alguns moradores, que tambm eram
moradores da antiga comunidade. Numa primeira abordagem, foi possvel identificar um
sentimento de preocupao em relao ao futuro da comunidade por parte dos moradores.
Um pensamento comum observado nos entrevistados e dos moradores abordados que,
apesar das melhorias realizadas na nova comunidade, sobretudo em relao s residncias, a
comunidade manifesta clara preferncia pelo estilo de vida que levavam na antiga vila.
Boa parte dessa preferncia vem da atividade econmica principal que a maioria dos
moradores exercia anteriormente: a pesca artesanal. Muitos, tambm, exerciam a atividade
agrcola e com transporte de passageiros em embarcaes conhecida pela comunidade como
voadeira. Como era uma comunidade que recebia turistas de vrias regies, principalmente
para a atividade de pesca, o comrcio local era bastante movimentado.
A transposio dos moradores para outra rea, mantendo comunidade s margens do
Rio Madeira, e o desaparecimento da antiga cachoeira de Teotnio pela elevao das guas do
rio em virtude das barragens da usina hidreltrica de Santo Antnio, resultaram em uma reduo
no quantitativo de peixes, prejudicando a pesca, reduzindo o nmero de turistas que se
deslocavam comunidade e consumiam produtos do comrcio local, principalmente peixes.
Cabe ressaltar que as usinas, at o momento da pesquisa, vinham cumprindo, em parte,
com as obrigaes assumidas em virtude dos impactos ambientais e sociais ocasionados pelas
obras, como a construo de novas moradias para os moradores afetados, construo de escola e
posto de sade, urbanizao, alm de reinserir os moradores em novas atividades econmicas,
como produo de artesanato, produo de hortalias, construo de tanques para piscicultura,
construo de quiosques para atendimento de turistas, entre outras benfeitorias. Tambm houve
capacitao da comunidade para que os mesmos pudessem exercer essas atividades.
Muito embora tenham ocorrido melhorias, essas atividades em pouco ou nada se
assemelham ao que os moradores estavam acostumados a praticar, conforme foi possvel
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observar na pesquisa e das abordagens realizadas aos moradores. Parece ser uma difcil transio
para uma nova realidade social e econmica, para uma nova forma de vida.
Apesar do relativo descontentamento de alguns moradores, muito deles no pensam em
se mudar da comunidade, no tem intenso de venderem suas residncias e se mudarem para a
cidade, pois se sentem mais seguros na regio onde moram, afirmam no se adaptar vida na
cidade, devido ao trnsito, violncia, aos preos dos produtos nos mercados da cidade, entre
outras caractersticas que diferenciam a vida dos ribeirinhos da vida nos meios urbanos.
Alm das abordagens realizadas junto aos moradores, foram realizadas entrevistas com
trs moradores da comunidade, todos ex-moradores da antiga Vila de Teotnio e que exercem
liderana na atual Vila Nova de Teotnio. As trs lideranas pesquisadas residem na regio
desde que nasceram, so pessoas com idade acima de 50 anos.
Para uma moradora, que fez parte da pesquisa, um dos benefcios que a comunidade teve
foi a propriedade de suas terras, tendo em vista a compensao da usina hidreltrica de Santo
Antnio, que deslocou os moradores para a nova localidade, sendo que os moradores acabaram
sendo indenizados pela empresa recebendo uma residncia com documentao.
A moradora pesquisada afirma que os moradores tinham a opo de serem indenizados de
duas formas: receber uma residncia e ser realocado em uma atividade econmica ou receber
uma indenizao em dinheiro, tendo como base a remunerao recebida pela atividade exercida
pelo morador e o valor de mercado da antiga residncia. Segundo a pesquisada, a maioria dos
moradores da comunidade preferiu ficar na comunidade.
Ainda segundo essa moradora, a usina de Santo Antnio vem contribuindo divulgando a
comunidade local e seus empreendimentos: produo e comercializao de artesanato, prtica do
turismo, piscicultura entre outros. Tambm a comunidade vem recebendo ajuda de outras
organizaes, principalmente em relao ao apoio na comercializao dos produtos, como o
caso do apoio da Associao de Assistncia Tcnica e Extenso Rural de Rondnia
EMATER/RO, na promoo de feiras para a venda de seus produtos. Destaca ainda o trabalho
realizado pelo instituto IEPAGRO, nos treinamentos para a produo de hortalias
agroecolgicas nas hortas comunitrias.
Contudo, segundo a moradora pesquisada, os moradores da comunidade consideram que
h pouca divulgao do local e de seus empreendimentos, poucos moradores da capital Porto
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Velho tm conhecimento acerca da estrutura que a atual Vila Nova de Teotnio possui, dos
produtos que produzem e ofertam e dos servios oferecidos, principalmente para a rea do
turismo. Reclamam ainda que a nova dinmica econmica da comunidade bem diferente da
realidade anterior, sendo que atualmente os moradores sentem dificuldades em relao a
comercializao de seus produtos, sobretudo, com relao a formao de preos ao mercado.
Destaca que vem recebendo treinamento e informaes de boas prticas de fabricao, na
produo rural de horta comunitria e na produo de artesanato.
Para os lderes pesquisados, at o momento em que residiam na antiga comunidade, havia
um respeito, por parte da comunidade local, ao meio ambiente, reconhecia a importncia do meio
ambiente para a manuteno das atividades desenvolvidas pelos moradores, a comunidade
buscava preservar a mata na beira do rio, reconheciam a importncia das rvores para a
manuteno do volume de gua dos rios que cercam a comunidade, reconheciam a necessidade
da manuteno da floresta para a manuteno da quantidade de animais selvagens que viviam na
regio, reconhecem tambm a importncia das rvores para a alimentao de alguns peixes, que
se alimentavam de frutos e sementes dessas rvores localizadas s margens dos rios.
Porm, com a instalao das usinas hidreltricas, muito da diversidade ambiental
existente no local se perdeu, relatam os pesquisados. A elevao do nvel do Rio Madeira
reduziu a quantidade de peixe na localidade, segundo uma das pesquisadas, havia poca em que
um grupo de 2 ou 3 pescadores saiam para a pesca pela manh e, a tarde, voltavam com cerca de
2.000 quilos de peixe. Atualmente, essa quantidade no chega a 200 quilos de pescado, sendo
que vem ocorrendo bastante alterao nas espcies de peixe que antes eram comuns na regio.
Percebem hoje que vem reduzindo significativamente a quantidade de rvores nas
margens dos rios e em terra firme e que muito dessa reduo resultado das usinas hidreltricas.
Consideram que a comunidade local sempre conviveu em harmonia com o ambiente natural,
contudo, aps as usinas a percepo de mudanas significativas na fauna e na flora, destacando
sempre a reduo dos peixes e o comprometimento da pesca, principal atividade econmica da
comunidade antes das usinas.
Atualmente a comunidade vem buscando plantar rvores frutferas e sementeiras s
margens do rio, com o objetivo de aumentar o nmero de peixes na regio. Essa viso da
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comunidade, mesmo sob alertas de novas cheias, retirando o aterro e fazendo reparos nas
residncias e demais estabelecimentos que resistiram a enchente histrica.
As entrevistas foram realizadas com dois moradores da comunidade. Os pesquisados
residem na regio entre 10 a 20 anos, sendo eles um morador na faixa dos 30 anos e uma
moradora na faixa dos 60 anos. Para a moradora, um dos benefcios da comunidade o
documento da Prefeitura de Porto Velho dando a posse das terras aos moradores locais, com
escritura dos terrenos.
De acordo com as lideranas comunitrias pesquisadas, a base econmica da comunidade
a produo primria e manufatura na comunidade: produo primria de macaxeira e
fabricao de farinha a partir da macaxeira, de forma rstica, extraindo-se, alm da farinha de
mandioca, a goma de tapioca e o tucupi, que so vendidos a atravessadores para comercializao
em Porto Velho. A pesca se destaca como segunda atividade econmica desenvolvida na
comunidade, com destaque tambm para outras atividades agrcolas.
A comunidade vinha recebendo ajuda de organizaes como a Agncia IDARON e a
Emater/RO, com oferta de minicursos sobre plantio de melancia, com indicao do produto
agrotxico aproximado para reduzir pragas na produo agrcola. Alm disso, tinham apoio
principalmente na produo, planejamento e custos de produo com o apoio da Associao de
Assistncia Tcnica e Extenso Rural de Rondnia EMATER/RO. A IDARON fornecia para a
comunidade treinamentos e capacitao na produo acerca do plantio do pasto e da vacinao
do rebanho bovino. Contudo, segundo os moradores pesquisados, a comunidade considera
regular a qualidade no treinamento e capacitao.
Os morados afirmaram que a comunidade reconhece a importncia do meio ambiente
para a manuteno das atividades desenvolvidas pelos moradores locais. Segundo eles, existem
trabalhos como o da coleta seletiva do lixo no Distrito de So Carlos, sendo que o lixo coletado
de forma separada e enviada para o municpio de Porto Velho, percebem que h uma grande
preocupao com relao questo do lixo na comunidade. Alm disso, a comunidade evita
desmatar e considera relevante o perodo de defeso na pesca, para a manuteno da quantidade e
qualidade dos peixes nos rios que banha a comunidade, principalmente no Rio Madeira.
Destacam que a pesca uma das atividades econmicas da comunidade.
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manter/preservar o meio ambiente, por que com a chegada de pessoas e turistas, acabam
destruindo a natureza, com desmatamentos e lixos na comunidade.
O lder comunitrio vem percebendo alteraes no meio ambiente no entorno da
comunidade, observa que a floresta vem diminuindo e a enchente do Rio Madeira com a chegada
das usinas vem trazendo prejuzos. Ainda segundo essa liderana, a comunidade tem
comunicado as autoridades para evitar derrubadas e queimadas, sendo essa a principal
preocupao da comunidade para reduzir as condies do meio ambiente no entorno. Outra ao
da comunidade de grande preocupao a coleta do lixo e o envio do lixo coletado para Porto
Velho, que consideram como principal preocupao.
Contudo, para a outra lder comunitria pesquisada, a comunidade vem conseguindo
manter o ambiente natural, por meio de replantio, caso precisem de rvores para alguma
atividade ou caso ocorra a queda ou derrubada de rvores, como ocorre na beira do rio todos os
anos (terras cadas), a populao busca plantar novas rvores para repor as perdas. No obstante
a ao da comunidade, a lder comunitria vem percebendo mudanas no meio ambiente,
principalmente com relao ao Rio Madeira, que avana rumo a rea de moradia das famlias.
Para essa mesma lder, a comunidade no tem como fazer melhorias, como realizar
atividades para melhorar as condies do meio ambiente local. Sabem viver em harmonia com o
ambiente natural, mas no conseguem recuperar o meio ambiente na mesma proporo em que a
prpria comunidade destri a natureza. Tambm considera que a populao local no consegue
inovar nos conhecimentos para melhorar as condies ambientais locais ou para preservar o
ambiente natural, apenas usam o conhecimento tradicional, passado por seus pais e avs.
Para as lideranas, a comunidade tem como objetivos montar uma cooperativa para
negociar produo e preos diretamente com os supermercados e feirantes, retirando a figura do
intermedirio. Outro objetivo montar uma fbrica de farinha para facilitar o processo produtivo
do produto que hoje realizado de forma arcaica, ampliando o processo produtivo.
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5 CONCLUSO
Como j observado nesta pesquisa, historicamente, as populaes tradicionais, em
especial as comunidades tradicionais amaznicas, convivem em harmonia com o ambiente
natural, extraindo do ambiente o suficiente para sua subsistncia e mantendo preservadas as
condies naturais, uma vez que essas comunidades dependem da fauna, da flora e dos recursos
hdricos para sua sobrevivncia.
A par dessa perspectiva histrica, pode-se afirmar que as populaes tradicionais
estariam usando de prticas e comportamentos que aproximam a lgica econmica dessas
comunidades para a lgica econmica solidria, de subsistncia e, dentro da perspectiva da
Economia Poltica do Meio Ambiente, deve prevalecer a corrente da Economia Ecolgica.
Contudo, esta pesquisa identificou que, para as comunidades pesquisadas, ainda que haja
fortes traos da economia solidria por parte de suas prticas, a lgica que prevalece da
economia de mercado, uma vez que essas populaes vm, aos poucos, focando sua produo
para o mercado, e, no, para a sua subsistncia. Tambm predomina uma lgica ambiental da
corrente do pensamento da Economia Ecolgica, muito embora ser possvel verificar, a partir da
pesquisa realizada, uma reduo do ativo ambiental das comunidades pesquisadas.
Os prprios atores pesquisados confirmam que observam uma reduo, nos ltimos anos,
do ambiente natural onde residem, destacando-se a reduo do adensamento florestal e a queda
de do volume de recursos hdricos e de peixes nos rios que cercam seus habitat.
As atividades econmicas desenvolvidas pelas comunidades pesquisadas so tpicas de
populaes tradicionais: agricultura, extrativismo e pesca. No caso das duas comunidades
pesquisadas, destacam-se a pesca e a agricultura, com relao a esta ltima atividade, destaca-se
a produo de mandioca e a fabricao de farinha de mandioca, goma de tapioca e tucupi.
Com relao Vila Nova de Teotnio, foi possvel perceber que a construo das usinas
do Rio Madeira desorganizou e desestruturou as relaes econmicas, sociais e culturais da
comunidade, quebrando uma relativa harmonia que existia entre as formas de viver e produzir da
comunidade com o ambiente natural. Antes desenvolviam atividades econmicas com o uso dos
recursos naturais que o ambiente propiciava, principalmente peixes. Hoje a realidade mudou
significativamente, sobretudo em relao produo para manuteno da comunidade, onde
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novas atividades foram postas populao local, atividades esses diferentes daquelas que,
historicamente, estavam habituados a realizar.
So comunidades que, historicamente, sempre conviveram em harmonia com o ambiente
natural, utilizando os conhecimentos transmitidos pelos pais e avs dos atuais moradores,
configurando-se em um conhecimento tradicional. Nas relaes econmicas o pouco
conhecimento em relao s prticas de mercado levam os moradores das comunidades a
venderem suas produes para atravessadores ou comercializarem seus produtos nas prprias
comunidades, com baixo valor agregado.
Apesar das dificuldades e do pouco conhecimento dessas comunidades, sobretudo o
conhecimento econmico, tais moradores no pensam em deixar a comunidade, apenas em
melhorar as condies de vida e de seus filhos.
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1 INTRODUO
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Considerando os aspectos ressaltados em relao produo extrativa da castanha-daamaznia em comunidade rural, o presente estudo objetiva avaliar a qualidade de vida, ambiente
e liberdade substantiva, dimenses do Macromarketing Expandido, baseado em Kilbourne
(2004), em uma comunidade extrativa da castanha-da-Amaznia no Estado de Rondnia, no
perodo compreendido entre 2003 a 2013.
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1. REFERENCIAL TERICO
1.2 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
A definio mais difundida sobre desenvolvimento econmico refere-se ao crescimento
econmico com melhoria no padro de vida da populao e transformaes fundamentais na
estrutura de sua economia, esta definio inerente ao processo de industrializao do sistema
capitalista, pela teoria econmica tradicional considerado o padro universal almejado por
todos os povos, est estreitamente vinculada acumulao, entendida como a necessidade de
concentrao e reproduo contnua do capital, retorno do lucro esfera produtiva (FISHER,
PINHO, 2006).
Para Sen (1979; 1999) o conceito de desenvolvimento de Smith era voltado para o bem
estar, e que os esforos individuais e a capacitao eram colocados, pelo estado, como
necessrios ao bem estar coletivo. Segundo Sen, a negao de oportunidades de transaes
econmicas uma forma de privao de liberdade, uma vez que todas as pessoas possuem a
necessidade de troca e transao, ele no a favor do argumento no qual apenas os mercados
expandem a renda, a riqueza e as oportunidades econmicas das pessoas (SANTOS, 2013).
Continuando, Sem pondera que a globalizao possibilitou a ligao entre diferentes
regies, tanto no mbito do comrcio e da comunicao, quanto na propagao de ideias, porm,
o mundo composto de privaes e problemas sociais, para ele o principal desafio
globalizao est na desigualdade representada pelas disparidades de riqueza, poder e
oportunidades polticas, sociais e econmicas (SEN, 2010, SANTOS, 2013).
Neste sentido, Kilbourne (2004) enfatiza que a globalizao se refere ao processo atravs
do qual os Estados-Nao se tornam mais economicamente, financeiramente e culturalmente
integrada pelas aes econmicas dos atores transnacionais. O processo de globalizao est
levando a desterritorializao, ou seja, a separao de laos culturais do local. Ele analisa que o
crescimento econmico e o desenvolvimento so fundamentais para melhorar a qualidade de
vida dos pases menos desenvolvidos, porm, o argumento de que um nico modelo de
desenvolvimento ter sucesso em todos os casos infundado. Afirma tambm que o caminho
para o desenvolvimento ir variar de pas para pas e vai depender tambm de sua histria,
cultura, infraestrutura, estrutura poltica e base tecnolgica.
Para Sen (1999) fundamental a compreenso das discusses acerca do
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desenvolvimento, que consiste na concepo de que este deve ser entendido como um processo
de expanso de liberdades e que uma concepo adequada do desenvolvimento deve ir muito
alm da acumulao de riqueza e do crescimento do Produto Nacional Bruto e de outras
variveis relacionadas renda.
Em sua teoria Sen reconhece a importncia da expanso da renda per capita para o
desenvolvimento, porm, considera que mais adequado avaliar as liberdades que a renda pode
gerar. Na sua viso, a renda perde importncia em si mesma e sua relevncia est relacionada
capacidade dos indivduos para convert-la em condies de vida desejveis.
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para sistemas de conceituao e pesquisa. Mais recentemente Nason (2004) destacou cinco
pontos que justificam a aplicao do sistema de macromarketing: (1) compatvel com a
natureza global dos sistemas de cincia; (2) apropriado usar ideais explicativas da teoria de
sistemas como conceitos analticos em macromarketing; (3) o "equilbrio de foras" conceito de
sistemas fsicos til; (4) sistemas abertos so estruturalmente instveis e vo esgotar entrada ou
potenciais de produo; (5) com macromarketing sistemas fechados precisam ser enquadradas
nesses termos.
Portanto, desde o surgimento do macromarketing estudiosos tericos tm colocado como
desafio a criao de teorias que incorporem adequadamente os assuntos volteis e subjetivos que
envolvem o relacionamento entre marketing e a sociedade (SANTOS, 2004).
Neste contexto, Schmitz e Peres (2006) destacam que por meio de um sistema eficaz de
macromarketing pode-se gerar o desenvolvimento econmico principalmente das naes menos
desenvolvidas, pois sem ele as mesmas no conseguem escapar do ciclo vicioso da pobreza,
devido o mesmo ser um processo social que dirige o fluxo econmico de bens e servios dos
produtores aos consumidores proporcionando a aproximao da globalizao e o
desenvolvimento para essas sociedades.
Segundo Sen (2002) o atual capitalismo global uma abordagem inadequada para o
desenvolvimento por causa de seu foco principal sobre as relaes econmicas de mercado. No
modelo de macromarketing tradicional a globalizao o ponto inicial para que se possa
alcanar o desenvolvimento, no entanto, para Kilbourne (2004) a avaliao da globalizao
como um processo deve comear com a suposio de que ele mais do que mera
internacionalizao da estratgia de marketing de grandes empresas. Trata-se de um projeto
complexo e multidimensional que tem aspectos econmicos, financeiros, culturais e ambientais,
os quais devem ser considerados em sua abordagem.
Continuando, Kilbourne diz que o macromarketing aproxima a globalizao ao
desenvolvimento, porm, no modelo tradicional os resultados pretendidos com a globalizao e
as instituies de mercado nem sempre iro alcanar o desenvolvimento, que o foco principal
desse modelo, porque o processo de desenvolvimento instvel e pode ser problemtico se for
um modelo nico, pois atualmente a globalizao incompatvel com as instituies existentes
em pases menos desenvolvidos, posteriormente, os resultados tornam-se imprevisvel e instvel.
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O modelo Expandido sugere que qualidade de vida (QV), sade, educao, alimentao,
renda satisfatria, seja o ponto inicial a ser considerada juntamente com o ambiente, saneamento
bsico, gua de boa qualidade, moradia, energia, segurana, e liberdades substantivas, cultura,
igualdade entre os sexos, igualdade social, econmica e religiosa, direitos polticos e civis, dentre
outros, para obteno de melhorias em consequncia do desenvolvimento econmico e de
mercado.
O processo de desenvolvimento como liberdade antes de mais nada o desenvolvimento
do bem estar dos indivduos, processo esse que deve ser difundido na liberdade, tais como
possuir condies sociais e econmicas como servios de educao e sade e os direitos civis
representados por liberdade de participar de discusses e averiguaes pblicas (SEN, 2010).
A perspectiva de liberdade significa o conjunto de possibilidades reais de escolha que
possuem os indivduos, atravs desse conceito Sem (2010) desenvolveu outro, que a liberdade
substantiva, que trata justamente dessa liberdade potencial que possuem os indivduos (SEN,
2010).
Portanto, os elementos que compem as liberdades substantivas so considerados a
essncia do desenvolvimento, e de acordo com o modelo tradicional QV, ambiente ou liberdades
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2. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa quantitativa, qualitativa e exploratria descritiva, com pesquisa
de campo para obteno de dados primrios, bem como, consulta a dados secundrios e aporte
terico-emprico. O instrumento adotado para a realizao das entrevistas foi um formulrio com
questes semi-estruturadas contendo perguntas abertas e fechadas. O roteiro de entrevista
continha questes onde a resposta foi descrita por meio de observao das caractersticas e
comportamento das famlias durante as entrevistas.
A rea de estudo a uma Comunidade localizada no Assentamento Cana, Linha C19
Km 82 municpio de Ariquemes - Rondnia, estando aproximadamente 90 km da cidade de
Ariquemes e 50 Km do Municipio de Jaru. Esta Comunidade iniciou sua organizao neste local
em maio de 2003, com 98 famlias onde cada uma ganhou um lote com 10 alqueires que
equivale a aproximadamente 25 hectares. Na Comunidade est localizada a Associao dos
Produtores Rurais de Cana (ASPROCAN) Lat 1006579S Long 6236785W, e de acordo
com informaes do presidente da mesma existem nesta localidade sete famlias coletoras de
castanha-da-Amaznia, essas que foram selecionadas para o presente estudo.
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6.0 e Epi Info 7.0, para as anlises estatsticas, onde foram aplicados os seguintes testes: T de
Student, Anova (Tukey) e Qui-quadrado
3. RESULTADOS E DISCUSSO
3.1 CARACTERSTICAS DA COMUNIDADE EXTRATIVISTA
Dentre os entrevistados 57,1% tinham idade superior a 60 anos e 42,9% entre 32 a 40
anos, 71,4% so do gnero masculino e 28,6% do feminino. 85,7% tm como escolaridade o
Ensino Fundamental incompleto e 14,3% no so alfabetizados. A procedncia dos entrevistados
so diversas, sendo 42,9% da regio Sudeste, 28,6% do Sul, 14,3% do Centro-Oeste e 14,3% do
Norte. O tempo de residncia na Comunidade variado com 28,6% residindo a mais de 10 anos,
28,6% de 7 a 9 anos, 28,6% de 4 a 6 anos e 14,3% de 1 a 3 anos. O nmero de filhos de 3,4 por
casal, mdia que est acima da nacional que 1,9 filhos por casal, e da regio norte que 2,5
filhos, que a regio com maior mdia do Brasil (IBGE, 2014).
No ano em que as famlias foram assentadas, o extrativismo da castanha-da-Amaznia e a
banana eram os principais produtos usufrudos pelos assentados, respectivamente. De acordo
com os entrevistados a castanha constitua-se em uma tima alternativa, visto que as lavouras
ainda estavam sendo plantadas, e havia uma grande quantidade de castanheiras na floresta, pois a
regio ainda era pouco desmatada.
O nmero de famlias que coletam a castanha-da-Amaznia foi reduzido, a explicao
dada pelos entrevistados a diminuio das arvores prximas as residncias, que ocorreu devido
ao avano da lavoura e ao aumento do desmatamento, e de outras culturas produzidas pelos
assentados o que necessita de um maior envolvimento nas atividades, alm do baixo preo do
produto, o que desmotivou algumas famlias a continuarem coletando. Um estudo realizado no
municpio de Manicor estado do Amazonas, tambm descreve a diminuio de coletores da
castanha-da-Amaznia por dois motivos semelhantes aos do presente estudo, como o aumento na
renda de outras atividades produtivas, que corresponde a uma reduo no esforo de coleta da
castanha-da-Amaznia e a distncia dos castanhais (CORTEZ, 2011), que vem aumentando
provavelmente pelo desmatamento de regies prximas as residncias. A questo do baixo preo
pago pela castanha-da-Amaznia tambm j foi relatado em outro estudo realizado em
Rondnia, que descreve que os coletores enfrentam um grande problema, o baixo preo pago
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pelos atravessadores e a centenria falta de apoio e motivao por parte das instituies do
governo (SOUZA-FILHO et al., 2010) que ainda apresenta um mercado interno pouco
desenvolvido (ENRQUEZ, 2009).
Essa reduo da coleta da castanha-da-Amaznia tambm pode ser percebida no cenrio
nacional, pois at 1990 o Brasil produzia cerca de 50 mil toneladas e era considerado o lder no
mercado mundial, com aproximadamente 80% da produo, esta que vem diminuindo (cerca de
30 mil toneladas anuais) e a Bolvia passou liderana com uma produo anual de cerca de 50
mil toneladas (TAVARES; FISCHER; TONETTE, 2010).
Os entrevistados tambm relatam que a coleta da castanha-da-Amaznia um trabalho
pesado e o aumento da idade dificulta essa atividade, em contrapartida o nmero de pessoas que
participam da coleta nessas famlias aumentou de 2,1 para 3 pessoas por famlia. A idade elevada
considerada uma desvantagem para esse tipo de trabalho, visto que reduz o potencial do
indivduo para auferir renda e converter renda em capacidade (CRESPO; GUROVITZ, 2002).
No incio do assentamento a castanha coletada era utilizada para consumo prprio e
vendida no comrcio de cereais nos municpios de Ouro Preto do Oeste e Jaru, Rondnia, j
atualmente a venda diretamente ao consumidor, principalmente por meio de encomendas e
tambm pelo repasse para uma integrante da Comunidade que possui uma banca na feira
municipal de Jaru. Essa mudana de comercializao da castanha, sendo hoje diretamente aos
consumidores ocorreu devido ao baixo preo pago pelas cerealistas, e consequentemente a
diminuio em relao a satisfao com o preo da mesma, no incio 85,7% consideravam a
renda com a castanha-da-Amaznia muito boa ou boa, e no ano de 2013 apenas 42,9%
continuam considerando boa, alm de outros 42,9% que optaram por no mais coletar. Os
entrevistados tambm descrevem que atualmente a participao da castanha-da-Amaznia na
renda mensal auxilia nas pequenas despesas, durante os meses de Novembro a Janeiro.
A
mdia
do
nmero
de
produtos
usufrudos
pela
Comunidade
aumentou
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Teste T de Student: significativo para: * (p<0,05) ** (p<0,01) *** (p<0,001).Legenda: NCI = Mdia do nmero de
cultuas no incio no ano de 2003; NCA = Mdia do nmero de culturas no ano de 2013.
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Anova e Tukey: significativo para: * (p<0,05) ** (p<0,01) *** (p<0,001).Legenda: RMFI = Renda mensal familiar
no incio; RMFA = Renda mensal familiar ano de 2013; RPCFI = Renda per capita familiar no incio; RPCFA =
Renda per capita familiar no ano de 2013.
A renda mensal e per capita familiar do ano de 2013 tiveram diferena significativa em
relao ao ano em que as famlias foram assentadas com respectivamente (p<0,001) e (p<0,05),
estando tambm acima da renda gerada em assentamentos rurais do Rio Grande do Norte, onde
apenas 9,3% recebem acima de dois salrios mnimos (R$1.448,00 reais) (LIMA; LOPES,
2012), por outro lado ficou abaixo da renda do assentamento Loroty no estado de Tocantins com
uma renda familiar mensal de R$10.474,48 reais e a renda per capita de R$2.355,44 reais,
porm, nesse assentamento os moradores tambm desenvolvem atividades no agrcolas
(VIEGAS, 2005),
diferentemente das
famlias
entrevistadas,
onde todos
trabalham
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como est de posse da prpria terra e dos bens adquiridos em decorrncia disso. Pois o que as
pessoas conseguem realizar influenciado por oportunidades econmicas, liberdades polticas,
poderes sociais e por condies habilitadoras (MARQUES, 2010).
Sen (1985) acredita que uma vida boa est liga a escolhas genunas, de modo que
ningum seja obrigado a viver de alguma forma especfica. Assim a liberdade pode ser vista
como intrinsecamente importante para uma boa estrutura social, pois uma boa sociedade tambm
, nesta concepo, uma sociedade de liberdade (SEN, 2001).
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as regies brasileiras como o Norte em Roraima (FOLHABV, 2010), Par (HAGE; ALMEIDA,
2011); no Nordeste em Alagoas (CAVALCANTI; BARROS, 2006) no Centro-Oeste no Mato
Grosso (G1, 2013; RNATV, 2014), entre outros.
No incio o transporte era feito apenas por nibus e bicicleta, e alguns moradores relatam
que tinham que andar at 15 Km para ter acesso aos nibus, atualmente os meios de transportes
dos moradores aumentaram, tendo apenas 28,6% dos entrevistados utilizando apenas nibus, e
todos os demais possuem motocicleta ou automvel, o que de acordo com os moradores no tem
muita diferena devido as pssimas condies das estradas.
Atualmente os moradores tambm no possuem atendimento no posto de sade do
assentamento, apenas a visita quinzenal do agente de sade da Superintendncia de Campanhas
da Sade Pblica (SUCAM) da Fundao Nacional de Sade (FUNASA) para a profilaxia da
malria, que no incio era um grande problema no assentamento, sendo relado por todos os
entrevistados residentes no local a mais de quatro anos.
Mesmo com a reduo, a malria ainda uma enfermidade que preocupa os moradores,
devido os efeitos debilitantes, sendo essa enfermidade a que mais prejudica o homem da regio
Amaznica, reduzindo seus esforos, sua capacidade produtiva, com isso prejudicando sua
condio de vida, e o desenvolvimento socioeconmico da regio (RENAULT et al., 2007),
tendo tambm uma relao direta com a pobreza (WAGSTAFF, 2002). Acreditasse que dois
fatores foram responsveis pela reduo da malria: 1 melhoria na moradia, pois atualmente
nenhuma das famlias entrevistadas mora em barracos de lona, trazendo uma maior proteo
contra os vetores; 2 atualmente no ocorre desmatamento nas propriedades dos entrevistados,
pois o desmatamento influencia no aumento do nmero de casos da malria, a gua parada
propicia a proliferao dos vetores (FERREIRA et al., 2012).
Outra necessidade de qualidade de vida o saneamento bsico que tem como objetivo
proporcionar uma situao de higiene saudvel para os habitantes, por meio de atividades
relacionadas com o abastecimento de gua potvel ou manejo de gua pluviais, coleta e
transporte de esgoto, manejo de resduos slidos e controle de pragas que podem levar a
populao a uma determinada enfermidade (CESAMA, 2014). Em relao ao saneamento bsico
foi possvel constatar que 100% dos entrevistados tanto no incio do assentamento no ano de
2013, no houve melhoria na qualidade de vida todos os moradores disseram no possuir
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saneamento bsico, com ausncia de gua encanada e tratada, sendo consumida gua de poos,
todas as famlias utilizam mictrio com fossas negras, que podem estar influenciando a
qualidade da gua consumida pelos moradores, isso que j foi observado em estudo realizado por
Zan et al. (2012).
A ausncia de infraestrutura bsica como: estradas em boas condies, transporte e gua
tratada, emerge como uma preocupao importante, assim como a falta de energia eltrica que
cada vez mais indispensvel. Para Kilbourne (2004) as infraestruturas de transporte, educao,
energia, so propcias para mltiplas atividades e deve estar disponvel para que ocorra o bom
desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida.
O bem estar dos entrevistados pode ser agrupado em cinco dimenses: bem estar
material, bem estar fsico, segurana protetora, liberdade de escolha e boas relaes sociais, esses
que podem ser sintetizados em qualidade de vida, ambiente e liberdade substantiva que so as
dimenses do modelo de Macromarketing Expandido descrito por Kilbourne (2004). Nesse
mesmo sentido Crespo e Gurovitz (2002), descrevem uma correlao entre pobreza, qualidade de
vida, liberdade substantiva e ambiente, trazendo a seguintes definies: Pobreza fome, falta
de abrigo. Pobreza estar doente e no poder ir ao mdico. Pobreza no poder ir escola e no
saber ler. Pobreza no ter emprego, temer o futuro, viver um dia de cada vez. Pobreza
perder o seu filho para uma doena trazida pela gua no tratada. Pobreza falta de poder, falta
de representao e liberdade. Nesta correlao pode-se concluir que a pobreza no est
relacionada a ausncia unicamente de recursos financeiro e sim a mltiplos padres sociais que
podem privar as pessoas de suas necessidades fundamentais, essas que so indispensveis para
uma vida digna.
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substantiva, pois esse comportamento gera excluso dos afetados no convvio social e
consequentemente compromete seus direitos como cidado.
Em relao a participao dos moradores em partidos e discusses polticas, 57,1%
relatam no participarem por no acreditarem mais em promessas, 28,6% descrevem que
participam de campanhas polticas e de reunies referentes aos conflitos no assentamento e
14,3% somente no que se refere a assuntos do assentamento. Essa participao parcial em
escolhas sociais e de tomada de decises pblicas est de acordo com a liberdade substantiva,
pois o sistema poltico democrtico, pode, por si s, fortalecer demais tipos de liberdades (SEN,
2010; MARQUES, 2010), porm, como mais da metade dos entrevistados no participa e os
demais relatam que os acordos e promessas realizados pela lideranas polticas no so
realizados, entende-se que a liberdade substantiva tambm no atingida nesse contexto.
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.Fonte: Dados da Pesquisa. Legenda: (*) Melhorou, (#) Piorou e (=) Continua igual.
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4 CONSIDERAES FINAIS
Comparando os resultados declarados pelos entrevistados em relao ao ano de 2003 com
o ano de 2013, foi constatado que ocorreu uma relativa evoluo das dimenses do modelo
Macromarketing Expandido, tendo uma leve melhoria na qualidade de vida em relao renda e
alimentao, o que no foi observado na educao e sade. Perfil no muito diferente foi
verificado para o ambiente, ocorrendo melhoria na moradia e energia, no sendo evidenciada
nenhuma evoluo em relao ao saneamento bsico e as demais variveis.
Situao ainda mais desfavorvel foi averiguada para liberdade substantiva, onde requer
que se removem as principais fontes de privao de liberdade como: pobreza, tirania, carncia de
oportunidades econmicas, destituio social sistemtica, negligncia dos servios pblicos e
intolerncia ou interferncia excessiva de estados repressivos, fatores que tambm no foi
observado no presente estudo.
importante ressaltar que mesmo no ocorrendo uma evoluo considervel das
dimenses do Macromarketing Expandido, foi observado algumas melhorias, sendo necessrio
uma maior ateno a essas famlias pelas autoridades competentes, a fim de propiciar uma vida
com o mnimo de dignidade, tendo acesso aos servios essenciais como: gua tratada, sade,
educao e saneamento bsico.
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1 INTRODUO
Algumas organizaes pblicas, como universidades, possuem contexto caracterstico,
com processos descentralizados, poder ambguo e disperso, entre outros elementos (ARAJO,
1996), onde no cabem processos ou ferramentas com a racionalidade do contexto privado.
Portanto, gerir equipes universitrias traz consigo uma necessidade de qualificar a tomada de
deciso e legitim-la com o apoio de seus membros.
No obstante, Habermas (1984), critica a Racionalidade Instrumental, seja ela coletiva ou
individual, e prope uma Racionalidade Comunicativa, na qual os atores, atravs de um processo
dialgico, cheguem a consensos ou acordos por uma argumentao no impositiva e tampouco
manipuladora. Desta maneira, a questo central o entendimento, motivado por razes e que se
d por uma interao intersubjetiva entre sujeitos capazes de linguagem e de ao (URIBE
RIVIERA, 1995), ou seja, a forma como se d o dilogo que o justifica como legtimo
(SOUTO-MAIOR, 2012), sendo que essa Racionalidade Comunicativa pode se constituir na
soluo para os principais desafios enfrentados na busca pela efetividade e sustentabilidade.
A efetividade especialmente relevante para as organizaes pblicas, pois est
relacionada sua misso (BRASIL, 2009), entendida como o impacto da relao entre a
implantao de uma poltica ou ao e seus resultados nas condies sociais em tela
(FIGUEIREDO; FIGUEIREDO, 1986; ARRETCHE, 1998). J a sustentabilidade discutida
especialmente na sua dimenso social, pois nenhum desenvolvimento possvel se no for
socialmente sustentado (SACHS, 1995). Nesse sentido, Souto-Maior (2012, 2013) discute esses
conceitos para organizaes de natureza pblica, reafirmando a necessidade de no se guiarem
por uma Racionalidade Instrumental, entretanto no deixando de se valer de estratgias
organizacionais para no atuar de forma improvisada (COSTA, 2013).
Portanto, diante dessas perspectivas importante questionar como o processo decisrio
pode ser comunicativo? E, como evitar que as aes no sejam instrumentais, tampouco
improvisadas, mas efetivas e sustentadas? Nesse sentido, a Metodologia de Mapas
Cognitivos (EDEN, 1988, 2004) parece responder bem a esses questionamentos. Contudo,
existem vrios tipos de mapas cognitivos. Em um estudo, Bastos (2002) os identificou em:
mapas de identidade, mapas de categorizao e mapas causais. Interessa para este trabalho os
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mapas cognitivos causais, que podem ser aplicados para o processo decisrio e podem ser
representados atravs de um fluxograma, como no exemplo da Figura 1 mais adiante.
E, em relao administrao universitria, destaca-se o estudo de Rieg e Arajo Filho
(2003), que avaliaram a utilizao de mapas cognitivos na Pr-Reitoria de Extenso da UFSCar
como ferramenta de diagnstico e resoluo de problemas. Neste caso, a metodologia foi
empregada pelo prprio Pr-Reitor como ferramenta para tomada de deciso. Entretanto, os
autores no empregaram em seu estudo o uso de mapas cognitivos em equipes, uma vez que o
contexto universitrio democrtico, socialmente construdo. Com este intuito, nesse artigo,
busca-se responder a seguinte questo. Quais as vantagens da utilizao da metodologia de
mapas cognitivos para a tomada de deciso em uma equipe de uma organizao universitria?
Para tanto, foi realizado um estudo em uma biblioteca setorial de um Campus da
Fundao Universidade Federal de Rondnia (UNIR), buscando analisar como os atores
visualizam e do resoluo aos problemas de sua unidade, em dois momentos: antes da utilizao
da metodologia e depois, com sua aplicao. Logo, espera-se contribuir para o estudo de mapas
cognitivos e colaborar com as universidades, e instituies afins, apresentando uma metodologia
para melhorar a tomada de deciso, favorecendo a efetividade e a sustentabilidade das aes.
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2 REVISO TERICA
Apresenta-se nesta seo os principais aspectos da Metodologia de Mapas Cognitivos e
como se d sua aplicao para a tomada de deciso, favorecendo o Agir Comunicativo.
No que diz respeito Racionalidade Comunicativa, foco deste estudo, importante
resgatar o que afirma Serva (2007, p. 133), quando considera que [...] trabalhar a racionalidade
nas organizaes , sobretudo, agir em prol da emancipao do homem no espao social do
trabalho, ajudando a teoria das organizaes a se reposicionar face aos reais desafios de nosso
tempo. Portanto, os Mapas cognitivos so utilizados para a construo de diagnstico
situacional, seja para um planejamento estratgico situacional, seja para a tomada de deciso;
onde se constitui em construir um fluxograma que explicite as causas dos problemas. Onde deve
constar [...] causas (o problema se deve a); descrio (se verifica atravs de); consequncias
(produz um impacto em) [...] (COSTA, 2013, p. 214). A partir dessa perspectiva, se constri um
modelo explicativo (Figura 1), com relaes entre causa e efeito das variveis.
A vantagem desta metodologia est em clarificar os problemas por um modelo
explicativo, solicitando uma sntese rigorosa da equipe que o construiu, modelizando uma
situao e facilitando a apreenso de suas causas e consequncias (COSTA, 2013). Nesta
acepo, Eden (1988, 2004) contribui com alguns conceitos importantes da metodologia, como
clusters e tails, ou aglomerados e caudas, e likely central statement, traduzido conceitualmente
por ns crticos (NC), onde ao se construir fluxogramas causais, percebem-se aglomerados e
caudas que se agrupam em torno de um n crtico.
Ns crticos precisam ser centros prticos de ao, favorecendo, em sua resoluo, alto
impacto sobre o problema e, diante do jogo social, devero ser os mais oportunos possveis.
Dagnino (2009, p. 121) alega que um mapa cognitivo bem elaborado deve atender a duas
perguntas (1) Como e onde atuar para mudar a descrio de um problema? (2) A mudana
provocada ser suficiente para alcanar os objetivos perseguidos?.
No exemplo da Figura 1, percebe-se que h 3 aglomerados com respectivas causas: um
aglomerado o composto pelas sentenas 5, 6, 14 e 15; outro pelas sentenas 2, 3, 7, 8, 9, 11 e
16; tambm outro pelas sentenas 4, 10, 12, 13, 17, 18 e 19. Estes aglomerados se formam em
torno de ns crticos. No exemplo da Figura 1 s h ns crticos para dois aglomerados, pois
nestes
governabilidade:
NC
NC
2.
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CAUSAS
DESCRITOR
14
Baixo investimento em
capacitao dos
servidores
Ator:
Prefeitura Municipal
CONSEQUNCIAS
5
Ineficincia no atendimento
ao contribuinte e erros nas
decises e manifestaes
15
6
Dificuldade no cumprimento
e na interpretao dos
dispositivos
Legislao obsoleta,
dispersa e complexa
NC 1
7
Sobrecarga de processos de
cobranas no departamento
jurdico
11
16
Insuficincia na
estrutura de cobrana e
fiscalizao
Investimento ineficaz em
tecnologia da informao
Alta
Governabilidade
Aumento da inadimplncia
no pagamento de tributos
Sistema informatizado
ineficaz para cobrana de
crditos tributrios
1
3
Reduo da arrecadao
de tributos (receita
prpria)
NC 2
Desgaste da imagem da
administrao
D1
9
No cumprimento das
promessas de campanha
Dados imprecisos e
insuficientes para gerar
cobranas eficazes
12
17
Mdia
Governabilidade
Forte clientelismo na
poltica municipal
10
Desaquecimento da
economia nacional
Baixa
Governabilidade
Desaquecimento da
economia local
19
Omisso da Legislao
nacional
4
Aumento do mercado
informal
13
Guerra fiscal entre
municpios
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No se pode deixar de conceber que tudo ocorre dentro de um jogo social, permeado de
atores sociais. Costa (2013, p. 206) define ator social como a pessoa, grupo ou organizao que
[...] participa de algum jogo social; possui um projeto ou controla algum recurso relevante para
o jogo; tem ou acumula (ou desacumula) foras, portanto, possuindo capacidade de produzir
fatos no jogo. Neste sentido, importante ressaltar que o jogo social caracteriza-se como sendo
de natureza conflitiva ou cooperativa e traz as perspectivas dos atores envolvidos; recursos
destes; o contexto, entendido como um sistema social, onde h regras (COSTA, 2013).
Para a ao de governo, entretanto, Costa (2013) lista que necessrio a identificao dos
problemas, assim como o jogo social na qual se est envolvido; determinar as relaes entre
estes; monitorar se a atuao do governo est operando sobre o sistema, solucionando-o ou
agravando-o; e diferenciar as causas e consequncias destes problemas no jogo.
O pressuposto para a definio do problema que ele seja manifesto, podendo ser
estruturado ou quase estruturado. estruturado quando possvel definir todas as variveis que o
compe, as relaes entre elas e h consenso entre os jogadores acerca da soluo ao problema.
quase estruturado quando isto no perfeitamente possvel, havendo alguma precariedade
nestes elementos. Os problemas quase estruturados podem conter em si problemas estruturados,
mas quase toda ao de governo se d em problemas quase estruturados. Os problemas, ainda,
podem ser ameaas, oportunidades ou obstculos, e ser classificados quanto ao tempo,
governabilidade, a abrangncia e a estruturao (DAGNINO, 2012; COSTA, 2013).
Para a metodologia, devem-se formular os problemas como condies negativas e como
um elemento atual. No se pode formular como uma ausncia de soluo, tampouco nomear
temas gerais, nem listar na descrio dos problemas j os objetivos (DAGNINO, 2012). A Figura
2 ilustra bem isso, rearranjando a sentena de forma que se torne um problema equacionvel.
Naturalmente, a ao estratgica se dar sobre o conjunto de problemas e no problema a
problema.
Outro fator importante a descrio dos problemas. Afinal, um problema relativo a um
ator que o declara e quanto mais claro for, mais fcil ser sua interpretao pelos demais atores,
alm de ser mais bem aceito, a fim de serem validados. Como est exemplificado no O Quadro
1, abaixo.
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3 METODOLOGIA
Este trabalho utiliza abordagem qualitativa, com aplicao na biblioteca setorial de um
Campus da Fundao Universidade Federal de Rondnia (UNIR). A biblioteca em questo
possui seis servidores em exerccio e um em afastamento para estudos. A equipe se organiza
como uma unidade administrativa. Os trabalhos da equipe so gerir o acervo da biblioteca e
atender ao pblico acadmico no emprstimo de obras, utilizao local do acervo e atendimento
especializado, entre outras demandas. O atendimento das 8h s 22h, de segunda sexta-feira,
com turnos contnuos entre os servidores que perfazem seis horas de trabalho cada um.
Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, visando
compreender como os problemas so estruturados e resolvidos, e confeccionados mapas
cognitivos, individuais e coletivamente. Essas entrevistas foram realizadas com os seis
servidores, individualmente, com durao mnima de 8min43seg e mxima de 45min44seg,
foram gravadas, integralmente transcritas e analisadas atravs da tcnica de anlise de
contedo.
Num segundo momento foi escolhida uma questo que a maioria dos participantes
considerasse um problema, e para estrutur-la foram construdos mapas cognitivos individuais.
Em seguida, foi realizada uma comparao destes, atravs do seu respectivo cruzamento,
confeccionando um mapa cognitivo coletivo (Para a confeco dos mapas foi utilizado o
Microsoft Visio).
Os mapas individuais e coletivo, prvios, foram entregues aos servidores para
verificao, permitindo uma reviso com respectivas correes, para ento serem finalizados.
Esta checagem pelos participantes inclusive um critrio de qualidade da pesquisa qualitativa
que se procurou seguir, entre outros aspectos (GODOY, 2005). Na prxima seo sero
apresentados os resultados das entrevistas e suas implicaes, bem como alguns mapas
cognitivos individuais e por fim o mapa cognitivo coletivo.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Esta seo est organizada em duas partes. No primeiro subitem so apresentados e
discutidos os dados das entrevistas que apontam como os servidores atuam na tomada de
deciso. J no segundo subitem sero apresentados e discutidos alguns mapas cognitivos
individuais e o mapa cognitivo coletivo.
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possvel perceber que cada servidor tem uma viso do problema. Estas vises no so
contraditrias, mas complementares (Figura 6). E o mapa coletivo tem a vantagem de propiciar
uma viso mltipla, mais rica, e com mais potencialidades diante do problema. Inclusive, v-se 4
(quatro) ns crticos com (1) Servidores no tm formao ao entrar na funo, (2) Falta uma
organizao comum para a rede de bibliotecas, (3) Raramente atrasos so punidos e (4)
Usurios no recebem orientao. Portanto as solues poderiam ser respectivamente:
capacitar os servidores, organizar uma rede de bibliotecas com regras comuns, punir atrasos e
dar orientaes aos usurios.
interessante perceber como cada servidor apresenta ponto de vista distinto em relao
aos demais. Reafirmando a Racionalidade Comunicativa, percebe-se como estes pontos de vista
convergem para otimizar uma ao mais efetiva e sustentada, como se pode observar no mapa
cognitivo
coletivo,
ilustrado
na
Figura
6.
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2.
Fonte: Dados da pesquisa.
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Uma vez que a estruturao do problema construda contando com as vises dos atores
envolvidos, a resoluo do problema tem maior possibilidade de contar com o apoio destes.
Portanto, o mapa cognitivo coletivo, como se percebe, favoreceu o agir comunicativo para sanar
o problema. Esta a vantagem de usar a metodologia, uma vez que os problemas ficaram
explicitados, organizados pela interpretao dos atores, e em uma modelizao de fcil
compreenso (COSTA, 2013). E, em se tratando do mapa coletivo, convergiram
comunicativamente as vises dos vrios atores na estruturao e resoluo do problema.
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5 CONSIDERAES FINAIS
Neste estudo foi possvel verificar as mltiplas possibilidades de resoluo de um
problema e quais as mais efetivas, pois mapas cognitivos levam s causas dos problemas, s
razes da arvore causal. Ao convergirem, as vrias vises, num mapa coletivo foram possveis
demonstrar tambm as potencialidades que um processo comunicativo.
Mapas cognitivos uma metodologia relativamente simples e potencializam a tomada de
deciso para que ela se d por um processo comunicativo. E, em um contexto multifacetado,
composto por diversos atores, como nas universidades, essa metodologia uma ferramenta com
grande potencial para favorecer a efetividade e a sustentabilidade da organizao.
Apesar da utilizao de software de construo de diagramas neste estudo, mapas
cognitivos podem ser construdos livremente, pois o que importa so as possibilidades de insight
que sua construo apresenta e a Racionalidade Comunicativa que propicia.
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1 INTRODUO
No final do sculo XX a economia mundial foi marcada por uma transformao da
transio do modelo Fordista-keynesiano para um novo modelo capaz de incluir as aglomeraes
de pequenas e mdias empresas no centro da questo do planejamento regional e urbano. Nesse
contexto o Brasil passa a dar um novo enfoque para os novos espaos produtivos, difusores de
novas tecnologias capazes de reconfigurar os territrios atravs de fatores endgenos das
aglomeraes. Variveis que antes no eram consideradas nos modelos, passam a ser relevantes
nessa nova tica, tais como: Fatores culturais, polticos e sociais locais, capital social, capacidade
de governana, relao entre os agentes regionais, infra estrutura logstica, e, de ensino e
pesquisa dentre outras.
Esse novo padro passou a adotar maior relevncia nos processos de integrao
horizontal de empresas, aproveitando fatores histricos, culturais e institucionais para aumentar a
eficincia competitiva. E, nessas circunstancias o termo Arranjo Produtivo Local, APL, surge
como importante instrumento de poltica econmica e passa a ter a finalidade de apoio ao
desenvolvimento regional, no tendo relevncia o tamanho da escala a ser conduzida nem a
natureza da estrutura espacial objeto de mediao.
No entanto com a disseminao do termo APL, quase tudo constitui-se como um arranjo
produtivo, excluindo-se as variveis que so capazes de garantir um ciclo virtuoso de
desenvolvimento: a presena de capital social e a aptido de governana dos atores locais.
COSTA (2010) argumenta que os APLs se estabelecem como um promissor instrumento de
poltica econmica.
A concorrncia e a competitividade promovem a eficincia alocativa, no entanto o
crescimento ocorre de forma desigual, gerando disparidade social entre as regies de um pas.
Esse reflexo notado principalmente em economias em processo de desenvolvimento, como o
caso do Brasil.
De acordo com Comisso Econmica para a Amrica Latina-CEPAL (2007), as
economias dos pases latino-americanos se distinguem das economias de pases desenvolvidos
por duas caractersticas: Assimetrias nas capacidades tecnolgicas diante da fronteira
internacional e diferenciais produtivos que existem em cada setor, no interior dos setores e entre
as empresas.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 AGLOMERAES E APLS
Encontra-se na literatura econmica um amplo material acerca das atividades produtivas
localizadas em uma mesma regio geogrfica, entre elas a que tem maior evidncia so os
distritos industriais Marshallianos, os polos de desenvolvimento de Perroux e a Teoria dos
clusters de Porter.
Uma das teorias que mais se destaca a de Alfred Marshall (1982) que j destacava a
concentrao de indstrias especializadas em certas localidades, conhecidas por indstria
localizada ou como distritos industriais Marshallianos. O autor destaca as vantagens da
indstria localizada, o fator locacional, fatores fsicos que trazem benefcio a essa localidade
como, clima, existncia de minas ou pedreiras prximas, fcil acesso por terra ou por mar. Alm
de outros fatores que favorecem a concentrao da indstria, como patrocnio de uma corte e dos
indivduos que a compem e afirma que a partir do momento em que uma indstria se instala em
uma localidade, acaba por surgir atividades subsidirias nesse local que podem abastecer a
indstria com insumos necessrios a produo. O autor tambm destaca algumas desvantagens,
como o mercado de trabalho, onde a realizao de determinado servio dependa de apenas uma
classe de trabalhadores, ou, dependncia de determinado insumo, deixando essa indstria sujeita
a oscilaes de mercado; fatores locacionais, barateamento nos meios de comunicao, a
facilidade de troca de informao entre as regies afastadas altera as foras que agem sobre a
localizao da indstria.
Perroux (1967) evidencia que o crescimento no ocorre de maneira homognea, mas
atravs de polos de crescimento, com intensidade variada causando diferentes resultados na
economia. Para o autor as economias externas so as causas do crescimento e expanso das
aglomeraes industriais, exercidas pela indstria motriz, que se distingue por se desenvolver de
acordo com o modelo fordista de produo. Essa indstria tem papel de impulsionar as demais
indstrias, se relacionando pela troca de bens e servios, e, pela compra de fatores e tcnicas de
produo.
Ainda, de acordo com Perroux (1967) a indstria motriz definida por caractersticas de
uma grande e moderna indstria, que ao se desenvolver, acaba reforando as indstrias nascentes
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para desenvolver atividades do mesmo segmento produtivo e essas combinaes podem dar
origem a polos de crescimento, capazes de modificar consideravelmente a regio onde se
encontram. essencial destacar que, para o autor, o polo de desenvolvimento s passa a existir
quando este se torna um instrumento de anlise exigente e um meio de ao poltica. O autor
ainda v a existncia de foras centrpetas (que tendem a ir ao centro) e centrfugas (que tendem
a sair do centro) interagindo nesse espao econmico.
Nesse contexto fica claro que o APL possui semelhana com as formas de aglomerao e
concentrao espacial, articulao de atores sociais, a integrao de empresas, o intercmbio de
conhecimento e tecnologia, dando origem a novas formas de organizao. Regies menos
desenvolvidas devem dar ateno para identificar potenciais atividades econmicas e formular
polticas pblicas para estruturar essas atividades em APLs, como forma de promover o
desenvolvimento econmico e social local.
Costa (2010) reitera que os APLs se constituem como um promissor instrumento de
poltica econmica medida que desenvolvem todo o sistema scio produtivo de regies nas
quais esto inseridos. Os APLs devem ser direcionados a explorao das potencialidades
regionais, atuando como alternativa ao desenvolvimento econmico e regional, apoiados pela
estrutura governamental e de pesquisadores, devendo proporcionar a gerao de riquezas atravs
dos recursos existentes de maneira autossustentvel (OLIVEIRA, 2009).
O atributo que define um APL a existncia de mais de um segmento produtivo no
mesmo setor cuja localizao fique prxima do espao geogrfico e que seus atores realizem um
objetivo comum. Essa organizao visa aumentar a cooperao entre os autores para que exista o
desenvolvimento respeitando a cultura, a histria e os costumes da sociedade local, fortalecendo
a produo e inovao local. Esses atores devem possuir forte ligao com os atributos sociais,
culturais e histricos sendo fatores decisivos para o fortalecimento dessa cooperao. Silva et al.
(2013) reiteram que os APLs visam melhoria das condies de vida dentro de uma economia
sustentvel, baseada na confiana, interao, parcerias e cooperao gerando assim expectativas
para os membros envolvidos.
Por fim, o estado tambm ganha com a promoo do desenvolvimento econmico local e
regional, com o aumento da receita com exportaes, com o incremento da receita tributria e
com o estreitamento de canais diretos com os agentes empresariais e com a comunidade local
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(COSTA, 2010).
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econmico, medido pelos indicadores de renda, renda per capita, PIB e PIB per capita, de
reduo dos nveis de pobreza, desemprego e desigualdade e melhoria dos nveis de sade,
nutrio, educao, moradia e transporte.
Em virtude da preocupao ao redor das questes de cunho ambiental, a partir da dcada
de 90, o conceito de desenvolvimento econmico foi ampliado e passou a ser tratado como
desenvolvimento sustentvel. Nesta viso, a ideia de desenvolvimento est focada na
necessidade de promover o desenvolvimento econmico satisfazendo os interesses da gerao
atual sem comprometer a gerao futura (WCED, 1987).
A partir desses conceitos, possvel fazer a anlise do modelo de desenvolvimento, e
constatar atravs da anlise se os planos de desenvolvimento preliminar, PDPs , se os APLs
tendem ao desenvolvimento regional ou desenvolvimento tradicional.
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3 METODOLOGIA
O estudo caracterizado por ser uma pesquisa bibliogrfica a partir de reviso de
literatura para entender a natureza terica do desenvolvimento regional e desenvolvimento
tradicional. uma pesquisa de anlise de contedo, tendo como base a leitura flutuante e
intensiva, bem como comparativa, entre as duas correntes do desenvolvimento a fim de analisar
os PDPs oficiais dos APLs Madeira Mveis do Amazonas, Rondnia e Roraima. Segundo
Bardin (2011, p. 47), a anlise de contedo :
[...] um conjunto de tcnicas de anlise das comunicaes visando a obter, por
procedimentos sistemticos e objetivos de descrio do contedo das mensagens,
indicadores (quantitativos ou no) que permitam a inferncia de conhecimentos
relativos s condies de produo/recepo (variveis inferidas) destas mensagens.
A anlise de contedo, a partir dos conceitos de autores que estudam essa tcnica, uma
metodologia que possibilita, a partir da leitura e interpretao de contedos (livros, jornais,
peridicos, dissertaes, teses, entre outros documentos que versem sobre o mesmo assunto),
buscando ter o entendimento do que se est abordando sobre determinado tema, como o caso
dos contedos expostos nos APLs Madeiras Mveis dos estados da Amaznia Ocidental.
Ela possui tcnicas e procedimentos prprios, com destaque para as seguintes etapas:
escolhas dos materiais a serem analisados; leitura flutuante; explorao dos materiais, entre
outros procedimentos.
Para as anlise tomou-se como base o Quadro 1, confeccionado a partir dos trabalhos de
Cima e Amorin (2007), Ribeiro e Santos (2007), Fochezzato (2010), Diniz (2001), Luna et al.
(2012), Muls (2008) e Pecquer (2005).
QUADRO 1: Diferenas entre Desenvolvimento Regional x Desenvolvimento Tradicional
Ordem
Desenvolvimento regional
Desenvolvimento Tradicional
1
Arranjo Cooperativo/
Polos de Crescimento/Lugares Centrais
2
Difuso tecnolgica
Inovao tecnolgica
3
Recursos Humanos/Recursos Locais
Recursos Financeiros
4
Mercado Local
Mercado Global
5
Cooperao
Competio
6
Capital social
Capital Econmico
7
Relaes sociais do tipo rede
Relaes econmicas do tipo aparelho
8
Coletivismo
Individualismo
9
Distribuio/Diviso de Resultados
Acumulao
10
Manuteno e Melhorias das Condies Expanso e Gerao de Riqueza
Fonte: Elaborao Prpria dos autores, 2015.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Como pode ser observado no Grfico 1, referente a anlise de contedo do APL Madeira
Mveis de Ariquemes/RO, observa-se que predomina, a partir da anlise das citaes dos
objetivos, metas, indicadores e resultados, a viso de um Desenvolvimento Tradicional, com 22
citaes, contra 19 citaes relacionados lgica do Desenvolvimento Regional, o maior nmero
de citaes est relacionado com a varivel de numero dez, Expanso e Gerao de Riqueza, nos
objetivos em destaque para a citao "5.2. Aumentar a produo e a produtividade em 30% e
melhorar a qualidade dos produtos do APL at 2011"; em indicadores de resultado: "6.2 Porcentagem do aumento da produo" e em aes realizadas e em andamento: "7.3 Projeto
voltado ao aumento do faturamento das micro e pequenas empresas".
Grfico 1. Anlise comparativa entre as correntes do Desenvolvimento Regional x
Desenvolvimento Tradicional do APL Madeira Mveis de Ariquemes, Rondnia.
Por seu turno, a anlise de contedo do PDP do APL Madeira e Mveis de Boa Vista,
Roraima, apresenta uma relativa predominncia da viso do Desenvolvimento Regional,
observado no Grfico 2,
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na formao do capital social pode ser notado nos resultados de projetos em andamento o qual se
referem a resultados envolvendo a formao e capacitao. A preocupao com o mercado local
destacado principalmente nos enunciados das aes previstas, os resultados esperados
demonstram uma grande preocupao em atender o mercado local em citaes como: "Promoo
e Mercado interno", como essa citao se refere a uma ao de resultado, evidente a
preocupao dos atores em se voltarem em mercados internos para o fortalecimento das relaes.
Por fim a nota-se a preocupao com os recursos humanos/locais tanto na tentativa de integrao
dos indivduos na dinmica das potencialidades da regio como na preocupao com a
disposio dos recursos locais utilizados, destaque para as citaes: "Aquisio de matria prima
certificada" e em "Valorizao da Identidade Local".
Por fim na anlise do ultimo PDP do APL de Madeira, Mveis e artefatos de Manaus Amazonas, acentua-se a perspectiva - a partir da reviso das citaes dos resultados esperados,
indicadores de resultado e aes realizadas do Desenvolvimento Tradicional, como se nota no
Grfico 3. Houve a incidncia de 173 citaes relacionadas ao desenvolvimento tradicional e 119
citaes relacionadas ao desenvolvimento regional.
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5 CONCLUSO
Embora os APLs se constituam de importantes instrumentos de polticas econmicas para
promoo do desenvolvimento, nem todos foram constitudos sob a tica do desenvolvimento
regional. Apenas um APL foi projetado com a importncia da promoo do desenvolvimento
regional, outros dois restantes, ficaram sob o modelo do desenvolvimento tradicional,
embasados, principalmente, nas contribuies do economista Joseph Alois Schumpeter.
Os APLs enfrentam problemas na implementao de aes que dinamizem a formao de
recursos humanos com capacitao necessria para gerir os processos de capacitao e
cooperao do aprendizado, ficando longe da articulao dos atores locais. No entanto essa
diferena nos modelos de desenvolvimento dos APLs no pode ser abandonada, afinal so
polticas novas e devem ser alvo de mais estudos devidos complexidade de sua natureza,
orquestrando as agencias pblicas, empresrios privados e o governo para que as aes de
desenvolvimento endgeno sejam definidas de maneira clara e que trabalhem com objetivos bem
definidos.
Por fim necessrio que os elementos do desenvolvimento regional se articulem de
maneira coletiva e inteligente atravs de boas polticas regionais, capazes de gerar o processo de
desenvolvimento necessrio para estabelecer reais processos de desenvolvimento que
consolidem as polticas de cunho endgenas.
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1 INTRODUO
Quando se inicia um trabalho principalmente no que tange a agroindstria brasileira, logo
se pensa na pecuria de corte bovino e leite, sem levarmos em considerao 8.514.215,3 Km de
recursos naturais, entre eles a gua, e cerca de 190.732.694 de habitantes (IBGE, 2010) de
diferentes regies e descendncias, de uma diversificao cultural e climtica mpar, trazendo as
diferenas sociopolticas-econmicas como uma barreira ao desenvolvimento. Nesse sentido,
importante destacar que o Brasil um pas com planejamento desenvolvimentista centralizado e
uniforme para todas as regies, algo que de acordo com Furtado (1974) deveria ser evitado, uma
vez que modelos de desenvolvimento devem considerar principalmente as necessidades
fundamentais e sociais de cada territrio.
Durante a histria, o agronegcio sempre se mostrou atraente para a economia brasileira,
sendo um setor voltado explorao de recursos naturais de um territrio, sem levar em
considerao fatores futuros como o desmatamento ou queimadas, que tendem a crescer devido
necessidade do aumento da produo para atender tanto o mercado interno quanto para expanso
do comercio agrcola, com estratgias que levem a conquistas de mercados consumidores
externos.
Dentro dessa temtica a piscicultura se apresenta como uma alternativa vivel a
agropecuria, sob uma viso sustentvel no mbito ambiental econmico e social, sendo uma
atividade operacionalizada e priorizada em alguns municpios de Rondnia desde 2005 pelo
Governo do Estado atravs da extinta SEAPES (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuria e
Desenvolvimento Econmico e Social) atualmente SEAGRI (Secretaria de Estado da
Agricultura), a extinta SEPLAN (Secretria de Estado de Planejamento) hoje SEPOG (Secretaria
de Estado de Planejamento, Oramento e Gesto) e a EMATER-RO (Associao de Assistncia
Tcnica e Extenso Rural do Estado de Rondnia).
Sabe-se que a piscicultura tem um vasto potencial de desenvolvimento econmico e
social na regio norte, bem como necessidade local e regional por pescado. Alm disso, h uma
posio estratgica do Estado em relao ao escoamento de sua produo, atravs de sua malha
hidroviria do Rio Madeira e rodoviria pela BR 364, com sada para o Estado de Cuiab.
Sendo assim, este trabalho tem como objetivo discorrer sobre a questo do
desenvolvimento regional local e da agroindstria com foco na piscicultura, utilizando os
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 TEORIA NEOCLSSICA DA LOCALIZAO
O primeiro terico a mencionar a importncia de ser ter um espao adequado para
desenvolver determinada atividade econmica foi o economista alemo Friedrich List em 1840.
Segundo List para a formao de um sistema produtivo nacional eficiente era determinante,
dentre outros fatores, a dotao de um territrio adequado para um desenvolvimento eficiente s
novas indstrias, o que para ele em grande parte dos casos poderiam ser resolvidos por meio de
instalaes de unies alfandegrias.
Como argumento List tinha como pressuposto que as novas indstrias no possuam
inicialmente condies de competirem em igualdade contra as indstrias estrangeiras, j
estabelecidas e experientes no mercado, devido a questes de tecnologias ou produo em
escala. Como soluo, ele defendia que as indstrias nacionais deveriam ser protegidas contra os
preos e a produo das indstrias estrangeiras atravs de fortes barreiras alfandegarias, at que a
produo nacional estivesse em pleno desenvolvimento e com tecnologias equivalentes,
tornando-se assim competitivas (COSTA, 2010).
Outros tericos aps List tambm desenvolveram seus pensamentos no que tangia a
importncia da localizao como fator de desenvolvimento de atividades econmicas, sendo um
dos mais importantes o alemo Johann Heinrich Von Thunen, que ainda no sculo XIX,
desenvolveu um estudo que tentava explicar o padro da localizao e as especializaes subregionais das atividades agrarias na Alemanha. No seu estudo, o autor adota como pressuposto
uma regio agrcola em torno de um ncleo urbano, onde a pesquisa se decorria da combinao
da produtividade da terra, da distncia entre a produo e o comrcio e dos custos referentes ao
transporte dessa produo, surgindo assim os Anis de Von Thunen, demonstrando de forma
simples a otimizao entre a produo e a distribuio, minimizando os custos da produo e
transporte (COSTA, 2010).
Von Thunen foi o primeiro pensador do que viria a se tornar o corpo terico
denominado de Teoria Neoclssica da Localizao, onde fizeram parte tericos importantes
como Alfred Weber, Walter Christaller, August Lsch e Walter Isard, que na metade do sculo
XIX e incio da metade do sculo XX passaram a refletir sobre a disperso geogrfica da
produo industrial, como forma de minimizao dos custos operacionais e dos custos de
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mesma malha produtiva acabava por confundir e dificultar a escolha de polticas pblicas
econmicas voltadas a auxiliar e estruturar aglomeraes de pequenas e mdias empresas.
Dentro desse debate, no final da dcada de 1990, surge o termo APL, como uma espcie de
teoria ampla, que abriga uma diversidade do fenmeno das aglomeraes, porm com um
elemento de coeso, com intuito de se constituir como instrumento de poltica econmica
(COSTA, 2010).
Assim, que pese no Brasil a diversificao conceitual, morfolgica ou de nomenclatura
das diversas experincias externas, passou-se no final da dcada de 1990, a se utilizar com mais
frequncia o termo APL, sendo ele um espao social, econmico e histrico construdo atravs
aglomeraes de empresas (ou produtores) similares e/ou fortemente inter-relacionadas
(MYTELKA; FARINELLI, 2000).
Segundo Garcia e Costa (2005) os arranjos produtivos locais so definidos como a
integrao ou organizao entre pequenas e mdias empresas (produtores) e/ou a presena de
cooperao relacionada a atividade principal do conjunto dessas empresas. Para a caracterizao
de uma APL so considerados fatores como histria da atividade na regio, evoluo,
organizao institucional, contexto social e cultural, estrutura produtiva, organizao das
empresas, formas de governana, logstica, associativismo, cooperao entre os agentes, formas
de aprendizado e grau de conhecimento especializado local.
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3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a formulao deste trabalho tem como base a anlise quanto
aos estudos realizados de 2003 a 2013 pelos rgos competentes pelo fomento da atividade
dentro do estado de Rondnia (SEAGRI, SEDAM, EMATER-RO, SEBRAE), junto a visitas
tcnicas aos rgos, percebendo os diferentes nveis de prioridades das polticas pblicas para o
desenvolvimento da cadeia produtiva da Piscicultura com o decorrer do tempo, alm de uma
anlise conceitual de APL, teorias pertinentes ao desenvolvimento regional e estudos referentes
as novas barreiras impostas a atividade da aquicultura no Brasil, e especificadamente em
Rondnia, com demonstrativo de impacto as atividades.
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Fonte: FIBGE/SUFRAMA
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No mesmo estudo foram apresentadas as regies dentro do estado com potencial para o
desenvolvimento da atividade, levando em considerao principalmente os fatores como situao
geogrfica do solo, e o fcil acesso a hidrovias como mostra a teoria do desenvolvimento
endgeno de Harvey. Essas peculiaridades locais fazem com que os agentes econmicos internos
passem a visualizar potencialidades econmicas para a atividade com o intuito de trazer
financiamentos externos, contemplando outras regies que no fossem as que j possuam
experincia na piscicultura, sendo includos os municpios de Pimenta Bueno, Cacoal e Ji-Paran
(Figura 2).
Figura 2 Mapa de Potencialidades da Piscicultura em 2003
Fonte: FIBGE/SUFRAMA
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Quadro 01. Comparativo de tpicos: Cdigo Florestal antigo x Novo Cdigo Florestal.
Cdigo Florestal Antigo (Lei 4.771 de 1965)
No clculo das reas a serem mantidas como
Reserva Legal eram excludas aquelas
destinadas s APPs. A sobreposio
permitida somente em casos particulares,
regidos pelo pargrafo 6 do art. 16.
O referencial para computo das APPs riprias
era o nvel mais alto dos recursos dagua.
No h imveis rurais dispensados de cumprir
as exigncias da Reserva Legal
Fonte: Elaborado pelos autores com base nas legislaes ambientais (1965; 2012)
O novo Cdigo Florestal ficou anos em debate no Congresso e foi aprovado na Cmara
em 25 de maio de 2012 (lei 12.651), aps uma batalha envolvendo produtores rurais, ONGs,
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5 CONCLUSO
A Aquicultura tem se apresentado como uma grande alternativa para a falta de produtos
provindos da extrao pela pesca, num mercado em crescimento, e com potencial de alto
sustentao, possuindo uma gama de oportunidades tanto para agentes industriais quanto para
cultivos familiares, se tornando, portanto, de grande importncia para economia do Brasil e
mundo.
No que tange o desenvolvimento econmico endgeno, o estado de Rondnia apresenta
uma gama sustentvel de solues, tendo em vista polticas pblicas que fomentem o interesse
privado, em especial, na atividade da Piscicultura. Tendo como base a teoria de Harvey, onde se
nota que cada regio atravs de suas peculiaridades capaz de explorar com grande habilidade
diversas circunstncias geogrficas, que a deixariam aparentemente isoladas, reconstruindo-as
como elementos internos nicos e estruturando sua prpria lgica de produo, dando atributos a
cada necessidade localizacional.
A piscicultura uma atividade que vem crescendo na regio norte, principalmente na
Amaznia Ocidental, de forma significativa, em parte, devido alta demanda, uma vez que o
peixe uma das principais fontes de abastecimento alimentar, criando uma oferta histrica e
cultural, em contraponto a baixa da oferta do produto de fonte extrativista devido as Leis de
manejo. Se mostrando como uma atividade benfica, uma vez que tende a uma produo
uniforme durante todo o ano, influencia positivamente na estabilizao da oferta e dos preos
que tendem a variar devido a aes sazonais, bem como os baixos impactos ambientais para o
seu desenvolvimento. E, apesar do pouco tempo em que se passa a priorizar a piscicultura em
Rondnia, a atividade tem se desenvolvido bem diante dos problemas como as novas normas
legais (apresentadas neste artigo), e a quebra de elos importantes na cadeia produtiva quanto ao
beneficiamento do peixe.
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1 INTRODUO
A gua um lquido incolor, inodoro e inspido tendo sua composio qumica formada
por dois tomos de hidrognio e um tomo de oxignio (H2O), e pode ser encontrada,
provavelmente, em qualquer lugar no mundo. A gua possui algumas peculiaridades como, por
exemplo, um alto calor especfico e o poder de dissolver muitas substncias o que possibilitou a
criao da vida na terra. Contudo, sua distribuio no uniforme, o que faz com que diversas
regies sofram de escassez hdrica (GRASSI, 2001).
As atividades humanas, principalmente a agricultura, possuem grandes necessidades de
retirada de gua de seu leito natural, o que tem afetado negativamente sua distribuio sobre os
continentes, bem como da gua subterrnea. A gua de fundamental importncia para os seres
vivos na natureza (BACCI e PATACA, 2008) e, este fato reside na sua capacidade de mediar
reaes bioqumicas tanto no interior quanto entre as clulas dos organismos. Para todas essas
atividades a gua deve ter pH (potencial hidrogeninico) equilibrado para seu consumo e a
manuteno da vida (SALES, 2013). E nesse sentido, busca-se uma reflexo para a regio de
Rondnia, mais precisamente para o Rio Madeira que vital com suas guas para a agricultura,
para o consumo humano e a manuteno da vida e a biodiversidade.
Portanto, diante disso, o objetivo deste trabalho conhecer o potencial hidrogeninico
(pH) das guas do Rio Madeira e sua reta de tendncia, tomando como base dados secundrios
obtidos em pesquisas cientficas publicadas e divulgadas na rede mundial de computadores
(Internet) e de acesso pblico.
A importncia desse estudo, alm do que j foi elencado acima, se d pelo fato de que o
controle do pH da gua tem um papel importante para a sade, e seu consumo deve conter um
pH entre 7,0 a 7,5 para que ela seja capaz de neutralizar a acidez causada por alimentos
industrializados. Uma gua sem controle do pH pode fazer com que o sangue humano fique
cido, proporcionando a proliferao de alguns fungos e bactrias.
importante ressaltar que o Rio Madeira e seus afluentes so de suma importncia para o
estado de Rondnia, pois sua gua utilizada para vrias atividades como abastecimento das
cidades, agricultura, pecuria e, como no poderia deixar de constar, o transporte de gros e
minerais da regio para o estado do Amazonas pela sua Hidrovia.
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Para discutir e buscar esclarecer alguns desses pontos sobre a o pH das guas do Rio
Madeira, esse trabalho, por conseguinte, encontra-se estruturado em cinco sees alm dessa
introduo. A segunda seo trata da fundamentao terica acerca do pH, uma viso breve
sobre as guas e o Rio Madeira. Na terceira seo apresenta-se a metodologia empregada, e em
seguida feita a anlise dos resultados na quarta seo. E, por fim apresentam-se as concluses.
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2 REFERENCIAL TERICO
A fundamentao terica desse trabalho no primeiro momento busca apresentar o pH da
gua com suas principais definies e importncia. E na sequncia apresentado, brevemente, os
aspectos gerais da gua, sua importncia e o Rio Madeira em maiores detalhes.
2.1 PH DA GUA
O Brasil um pas com diversidade em vrios aspectos, como o ambiental, privilegiado
em termos de disponibilidade hdrica total, com aproximadamente 12% das reservas mundiais de
gua doce. Em estudos mais detalhados, no entanto, observam-se situaes extremas que variam
da abundncia escassez de gua. Outro aspecto diz respeito qualidade da gua, o que torna
imprescindvel, cada vez mais, o envolvimento da sociedade civil, dos usurios e do governo no
planejamento e na gesto dos recursos hdricos (BRASIL 2005).
O conceito pH (Potencial Hidrogeninico) foi introduzido pelo qumico dinamarqus
Soren Peter Lauritz Sorensen em 1909. O pH um smbolo para a grandeza fsico-qumica
potencial de hidrognio ou potencial hidrogeninico que indica a acidez, neutralidade e
alcalinidade de uma soluo. Ele pode sofrer variao de acordo com a temperatura e a
composio de cada substncia e sua escala pode variar de valores que vo de 0 14, sendo o
valor 7 considerado neutro. Em termos matemticos, pode-se usar a expresso:
pH = - log10 [H+]
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Na sade a gua detm o papel principal no consumo humano, pois o sangue humano tem
pH igual 7,0 e para manter a neutralidade sangunea a gua exerce o papel principal. Quando o
pH do sangue foge da neutralidade dois fatores podem ocorrer, primeiro que, se o sangue ficar
cido ocorrer o que se chama de acidose, um amento de CO2 na corrente sangunea diminuindo
o pH e quando h uma diminuio do CO2 o pH aumenta no qual ficar bsico ocasionando a
alcalose (FOGAA, 2013).
O Brasil um pas privilegiado quando o assunto disponibilidade de gua. Detm 53%
do manancial de gua doce disponvel na Amrica do Sul e possui a maior bacia hidrogrfica do
planeta: a Bacia Amaznica. Os climas equatorial, tropical e subtropical que atuam sobre o
territrio proporcionam elevados ndices pluviomtricos. Dentro dessa diversidade de rios, na
regio norte, se destaca o Rio Madeira que tem uma importncia primordial para a regio e seus
habitantes.
O Rio Madeira desde suas nascentes nos Andes Bolivianos tem uma extenso total de
3.400 km, onde 1.500 km esto territrio brasileiro (conforme Figura 1). Sendo o principal
afluente da Bacia Amaznica corta uma poro do sudoeste e nordeste dos estados do Amazonas
e Rondnia. Tem nascente na Bolvia, a partir da confluncia dos rios Guapor, Mamor, Beni e
Madre de Dios e identificado como de gua branca. devido grande carga de sedimentos em
suspenso.
Suas guas escoam sobre rochas da Cordilheira dos Andes, do Crton Amaznico e da
Bacia do Amazonas e, ao longo das suas margens desenvolvem-se vastas plancies aluviais
formadas a partir da deposio de sedimentos carregados pelas guas. Possui uma rea de
drenagem total de 1.420.000 de Km ou cerca de 1/5 da totalidade da Bacia Amaznica.
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Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Madeira
Em 1995 foi construdo o Porto Graneleiro, na capital Porto Velho e feita a abertura da
Hidrovia do Madeira no ano de 1997, ligando Porto Velho (RO) Itacoatiara (AM), com
extenso de 1.115 km, por onde circula grande parte da produo de gros e minrio da regio, o
que fez com que o custo do transporte agrcola ficasse mais barato.
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3 METODOLOGIA
Buscando a construo deste trabalho com o intuito de conhecer o potencial
hidrogeninico (pH) das guas do Rio Madeira e sua reta de tendncia, pode-se dizer, de acordo
com Gil (2008) que se trata de uma pesquisa bsica quanto a sua natureza, do tipo exploratria
em relao aos seus objetivos, e com uma abordagem quantitativa.
Para a coleta das informaes para a realizao desse trabalho buscou-se na rede mundial
de computadores (Internet) pesquisas cientficas (artigos, dissertaes, teses, etc.) que em seu
contedo apresentam dados relativos ao pH das guas do Rio Madeira. Para tal, a pesquisa foi
feita pelo buscador Google utilizando como argumentos: guas Rio Madeira; pH guas
Rio Madeira; guas em Rondnia; Recursos Hidrolgicos Rondnia; e Hidrologia Rio
Madeira. E os dados foram analisados atravs de grfico de disperso, e pela linha de
tendncia.
A grande surpresa foi a pouca quantidade de trabalhos cientficos que abordam a questo
das guas, e em especial, das guas do Rio Madeira e seu pH. Os trabalhos se concentram mais
nas pesquisas realizadas por alguns pesquisadores em conjunto com a Professora Ktia Zuffo
(2009; 2012), contudo os dados basicamente so de 1995 a 1997; e uma dissertao com dados
mais expressivos de Gisele Antunes Ayres (2004).
Portanto, para alcanar o objetivo dessa pesquisa optou-se por analisar os dados
secundrios das pesquisas realizadas por Ayres (2004) e com eles traar uma reta de tendncia
comparando a variao dos dados de 17 observaes (conforme Figura 2) em 1997 e 2002, como
tambm a distino do pH do Rio Madeira com outros rios da regio incorporando os dados de
Zuffo (2009).
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Como explicado na seo anterior, apropriou-se dos dados das pesquisas de campo
realizadas por Ayres (2004) e Zuffo et al. (2009) para se realizar a anlise do pH das guas do
Rio Madeira. Na Tabela 1, abaixo, esto demonstrados os valores mdios do pH das guas do
Rio Madeira coletados em 17 estaes; a primeira coleta se deu em 1997 e a outra em 2002.
Tabela 1. Valores mdios do pH nas guas do Rio Madeira
ESTAES
pH 1997
pH 2002
1
6,50
6,89
6,60
6,76
6,60
6,67
6,35
6,78
6,50
6,70
6,30
6,73
6,30
6,67
6,26
6,62
6,20
6,60
10
6,15
6,56
11
6,28
6,62
12
6,10
6,73
13
5,91
6,73
14
6,02
6,76
15
6,05
6,76
16
6,15
6,79
17
5,71
6,76
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y = -0,0011x + 6,723
R = 0,0042
7,00
6,00
y = -0,043x + 6,6208
R = 0,8127
5,00
pH 1997
4,00
pH 2002
3,00
p 2,00
H
1,00
0,00
0
10
15
20
Estaes
Fonte: Elaborado pelo prprio autor.
Pode-se observar, atravs do grfico acima, que houve um aumento do pH das guas do
Rio Madeira de 1997 a 2002, ou seja, houve uma melhora para o consumo humano (consumo
deve conter um pH entre 7,0 a 7,5), bem como para a agricultura e atividades produtivas que
necessitam que o pH seja prximo da alcalinidade.
Quando se verifica a linha de tendncia (R), observa-se que a amostragem do ano de
1997 se apresenta mais explicativa e melhor ele se ajusta amostra em relao ao ano de 2002.
Nesse trabalho, tambm se observou os dados de Zuffo et al. (2009) que pesquisou alm
do Rio Madeira, os rios Mamor, Abun, Jamari, e Machado, onde se focalizam somente os
dados do pH para fazer um comparativo do Rio Madeira com os demais rios da Regio, ao
mesmo tempo que se cruzam as mdias obtidas por Ayres (2004), conforme apresentado no
Grfico 2 abaixo.
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Percebe-se que os rios da regio ainda tm um pH cido (necessita atingir 7 para ser
neutro), e o Rio Madeira, pelos dados de Ayres (2004), apresenta os melhores dos demais
chegando a um nvel prximo de neutro, ou seja, um nvel de acidez mais baixo.
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5 CONCLUSES
Pode-se concluir que de muita importncia a preservao dos rios e o controle sobre seu
pH, pois dele depende a vida da biodiversidade. Foram analisados os dados do Rio Madeira,
maior afluente da Bacia Hidrogrfica da Amaznia, que detm a maior parte da gua doce
encontrada no mundo. Observando dados de alguns pesquisadores (Ayres, 2004; e Zuffo et
al.,2009), notou-se que com o passar dos anos as guas do Rio Madeira vm ficando mais
alcalinas, o que pode ser um ponto positivo se comparadas com a potabilidade da gua para o
consumo humano.
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REFERNCIAS
AYRES, Gisele Antunes. Distribuio do mercrio nas guas superficiais do rio madeira.
Dissertao (Mestrado). Universidade Federal Fluminense UFF. Niteri, 2004.
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Edio
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2001.
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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1 INTRODUO
Nos moldes do capitalismo, as empresas de pequeno porte so constitudas para gerarem
resultados em curto prazo, atendendo s necessidades e expectativas das pessoas que tm
interesse em seu sucesso. As empresas no podem desperdiar as oportunidades que o mercado
oferece, uma vez que so escassas, com isso surge a necessidade de tomar decises racionais de
forma oportuna, para se tornarem competitivas, obtendo ganhos mais significativos e diminuindo
o percentual de perdas.
Para Frigeri, Bianchi e Backes, (2000, p. 2):
Com os resultados regulados pela livre concorrncia, o ambiente empresarial estabelece
um cenrio de luta pela sobrevivncia, que exige a ateno redobrada e a correta
administrao dos recursos disponveis, na transformao destes em produtos, e estes
em resultados para a empresa e benefcios para os clientes.
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1. REFENCIAL TERICO
2.1 A IMPORTNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL
A Contabilidade bem elaborada proporcionar um planejamento estratgico e
operacional, podendo ser utilizada para melhorar a capacidade de anlise e deciso do gestor,
sendo um diferencial de mercado. Ela deve auxiliar os administradores com o maior nmero
possvel de informaes teis para tomada de deciso. Padoveze et al. (2007, p. 35-36) dizem
que:
Incorpora como funo da Contabilidade Gerencial as atividades de disponibilizao e
controle de sistemas de informaes para monitoramento da estratgia, com: (a)
implementao de sistemas de informaes para anlise do ambiente empresarial,
interno e externo, para o processo de planejamento estratgico, identificando
oportunidades e ameaas e confrontando-as com os pontos fortes e fracos da entidade,
(b) o desenvolvimento de cenrios, (c) o controle de metas estratgicas por meio do
Balanced Scorecard e (d) o desenvolvimento e implementao de um sistema global de
gesto de riscos.
A ideia dos autores de que a contabilidade gerencial uma forte ferramenta que os
gestores possuem para administrao de seus negcios, porquanto abrange reas como
desenvolvimento, planejamento e controle.
Atkinson et al. (2007, p.67) trazem em sua obra a definio de Contabilidade Gerencial
dada pelo Instituto de Contadores Gerenciais Americano (Institute of Management Accounting)
como sendo o processo de identificao, mensurao, acumulao, anlise, preparao,
interpretao e comunicao de informaes financeiras usadas pela administrao para planejar,
avaliar e controlar dentro de uma empresa e assegurar uso apropriado e responsvel de seus
recursos. E ainda trazem sua prpria definio (p.36):
Processo de produzir informao operacional e financeira para funcionrios e
administradores. O processo deve ser direcionado pelas necessidades informacionais
dos indivduos internos da empresa e deve orientar suas decises operacionais e de
investimentos.
A contabilidade gerencial pode fornecer a informao gerencial contbil, que uma das
fontes informacionais primrias para a tomada de deciso e controle nas empresas, como por
exemplo:
a) relatrio de despesas de uma seo operacional, tal como a seo de padaria dentro de
um supermercado;
b) clculos de custos de se produzir os pes.
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854
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Definio do problema;
2-
3-
4-
Ponderao e deciso.
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PLANEJAR
ORGANIZAR
DIRIGIR
CONTROLAR
Definir misso
Dividir o trabalho
Designar as pessoas
Definir padres
Formular
objetivos
Designar as atividades
Coordenar os esforos
Motivar o
desempenho
Agrupar as atividades
em rgo e cargos
Comunicar
Definir planos
para alcanar
objetivos
Motivar
Alocar recursos
Liderar
Programar as
atividades
Avaliar o
desempenho
Definir autoridade
Aplicar aes
corretivas
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O sistema de informao contbil (Figura 2) deve ser analisado na relao custobenefcio para empresa e deve apresentar custos baixos em relao aos benefcios
proporcionados empresa. Com a utilizao da Tecnologia da Informao com recursos
computacionais entende-se que todas as entidades, de microempresa a grandes corporaes, tm
condies de manter um sistema contbil de informao integrado.
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Contabilidade em
Anlise
Outras Moedas
de
Balano
Acompanhamento do Negcio
Balanced Scorecard e Gesto de
Correo
Monetria Integral
etc.)
Contabilidade
Sistema de Custos
Anlise
Societria e Fiscal
Sistema
de Fluxo
Consolidao de
Oramentri
de Caixa
Balanos
Preo de Venda
Anlise de Custos
Contabilidade
Controle
Patrimonial
por
Responsabilidad
e
Centros de
Lucros
Gesto de
Unidades de
Tributos
Negcios
Sistema de
Valorizao de
Inventrios
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Sistema de Execuo
Financeira
Contas a Receber
Contas a Pagar
Sistemas de
Inventrio e
Produo
Processo
Engenharia
Sistema de
Sadas
Faturamento
Comercializao
Escritura Fiscal
Sistema de
Planejamento
Financeiro
Financiamentos
Excedentes de
Caixa
Sistema de
Recursos
Humanos
Folha de
Pagamento
Essas reas abrangidas pelo sistema passa pela contabilidade financeira, contabilidade
tributria, contabilidade de custos, contabilidade estratgica, administrao financeira e
oramentria. Alm disso, existem dados no contbeis como os estatsticos. Sobre o assunto
Padoveze et al. (2007, p.21) acrescentam que no se pode mais conceber a arquitetura de um
sistema de informao contbil sem a coleta, armazenamento e processamento dos dados
quantitativos. Juntamente com isso, deve ser incorporado o subsistema de anlises estatsticas e
de acompanhamento.
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Por conseguinte, Mitchell, Reid, Smith (2000 apud Silva, Miranda e Freire, 2009)
afirmam que a pequena empresa um componente importante de uma economia de mercado
moderna e, de grande relevncia para o desempenho da economia nacional. Apesar da
diversidade de motivos, o talento natural ou uma situao de contingncia como a perda do
emprego, so na maioria dos casos os fatores que estimulam a criao de uma pequena empresa.
Infere-se ento que a falta de planejamento algo bastante comum. Pesquisas de mercado, um
plano de negcios certamente no sero facilmente encontrados naquelas empresas.
Em relao s pequenas empresas, segundo Leone (1991 apud Stroeher, 2005)
necessrio classificar as empresas pelo porte porque, dependendo desse porte, elas revelam
comportamento econmico e social significativo, cujas anlises particulares podero apontar
solues mais adequadas aos problemas apresentados por essas empresas de pequeno porte.
Segundo a autora, um critrio amplamente utilizado o do nmero de empregados. um critrio
quantitativo, tanto econmico como social, e mostra-se perfeitamente homogneo pela sua
aceitao corrente. Por outro lado, o faturamento (ou vendas) um critrio quantitativo de uso
corrente em vrios pases, pois, sendo um critrio econmico, indica o movimento operacional
da empresa, sendo tambm um critrio contbil. No obstante, quaisquer que sejam os critrios
para definir o tamanho das empresas, o que se deseja tirar concluses quanto ao
comportamento dessas unidades empresariais.
Conforme o pensamento de Pinheiro apud Kassai, Silvia (2207). A definio de pequena
empresa passa pelos seguintes critrios (Figura 3): (1) sua posio no comrcio e indstria da
qual faz parte e no seja dominante; (2) o nmero de empregados no seja superior a 500; e (3)
seja possuda e operada independentemente.
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b) Comrcio
Micro at 9 pessoas
Pequena de 10 a 49 pessoas
Mdia de 50 a 99 pessoas
Grande acima de 100 pessoas
Nmero de pessoas ocupadas
Micro at 19 pessoas
Instituto Brasileiro de Geografia e
Pequena de 20 a 99 pessoas
Estatstica IBGE
Pequena de 10 a 99 pessoas
Mdia de 100 a 499 pessoas
Grande acima de 500 pessoas
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3. MTODO DE PESQUISA
A presente pesquisa caracteriza-se por um estudo do tipo descritivo exploratrio com
abordagem do mtodo quantitativo, com uma pesquisa de campo junto aos gestores de pequenas
empresas do comrcio de Vilhena, onde foram questionados sobre a utilizao das ferramentas
contbeis e qual o nvel de utilizao dentro do seu negcio. O mtodo utilizado foi o indutivo
colhendo informaes individuais para anlise e concluses gerais.
O desenho da pesquisa foi fundamentado em pesquisa bibliogrfica, realizada em livros,
artigos de peridicos cientficos, alm de pesquisa na Internet. Foi utilizado questionrio com
questes de mltipla escolha e questes fechadas, bem como de formulrio. Selltiz, Wrightsman
e Cook (2004, apud Osmar Siena, 2007, p.37) explicam que:
Muitas vezes difcil, ou at mesmo impossvel, coletar dados sobre as pessoas
simplesmente por meio da observao, justificando-se a elaborao de questionrios e
formulrios de pesquisa. Segundo o referido autor, no questionrio, a informao que se
obtm limitada s respostas escritas dos sujeitos a questes pr-laboradas.
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Como podem ser observadas na Tabela 2, as informaes que aparecem com maior
frequncia so respectivamente: Controle das Receitas Recebidas, Controle de pagamentos
executados, Conciliao bancria real, controle de pagamentos previstos e fluxo de caixa real.
Chama a ateno o fato de que excluindo o item controle de pagamentos previstos - os quatro
itens restantes referem-se a movimentaes financeiras, ou seja, preocupao com as
movimentaes no caixa. Observa-se ainda que informaes sobre projees tais como:
Demonstrao do Resultado do Exerccio Projetada, Balano Patrimonial Projetado, Fluxo de
Caixa Projetado, Estoque Previsto e Conciliao Bancaria Prevista so poucos utilizadas,
confirmando a preocupao com o caixa. Outra observao a fazer diz respeito ao controle de
estoques, no qual 68% das empresas demonstraram ter um controle real sobre os mesmos.
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06
10
24%
40%
05
18
20%
72%
09
22
36%
88%
Estoque Previsto
Estoque Real
06
17
24%
68%
13
24
52%
96%
19
22
76%
88%
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Freq/% Freq/%
01/04% 11/44%
09/36%
15/60% 05/20%
12/48% 12/48%
Freq/%
01/04%
-
Freq/%
02/08%
-
Anual
Freq/%
05/20%
07/28%
-
No
Utiliza
Freq/%
08/32%
06/24%
05/20%
01/04%
SIM
NO
19
06
16
09
11
14
15
10
Em relao utilizao da informao contbil na empresa (Tabela 5), o item com maior
ndice foi o de atender solicitaes bancrias com 76%, este ndice se justifica pelas inmeras
possibilidades que os empresrios esto tendo para adquirir crditos junto a instituies
financeiras de fomento ao desenvolvimento da regio norte do Brasil. Entretanto, os ndices de
desempenho, acompanhamento de metas e avaliao de impactos financeiros so poucos
utilizados.
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ITENS
TOTAL
Freq/%
Freq/%
Freq/%
Medir desempenho
13/52%
12/48%
25/100%
Acompanhamento de metas
09/36%
16/74%
25/100%
Avaliar impactos
14/56%
11/44%
25/100%
19/76%
06/24%
25/100%
financeiros
Atender solicitaes
bancrias
Fonte: Dados pesquisados
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5 CONCLUSES
Este estudo investigou como as informaes contbeis esto sendo utilizadas pelas
pequenas empresas. A anlise dos dados revelou que os gestores esto utilizando as informaes
para atender as necessidades dirias, ou seja, controles de caixa, e movimentaes financeiras. J
os itens relacionados com planejamentos futuros como as demonstraes projetadas esto sendo
poucos utilizados. Quase a totalidade das empresas conta com os servios de um profissional de
contabilidade, mas as demonstraes mais sofisticadas como Demonstrao do Resultado do
Exerccio e Balano Patrimonial tanto Real como Projetado, na maioria dos casos, no esto
sendo utilizadas na tomada de deciso. As demonstraes frequentemente disponibilizadas nas
empresas so as mais conhecidas e menos sofisticadas, informaes estas muitas vezes
produzidas pelos prprios empresrios com auxlio de softwares e controles internos. Constatouse ainda que a maioria das empresas (mais de 75%) utiliza planilhas eletrnicas e softwares para
processar as suas informaes, o que um indicativo de que os empresrios mesmos produzem
essas informaes.
O estudo constatou ainda que a maioria dos respondentes (64%) confia nas informaes
contbeis fornecidas, sendo este um dos primeiros passos para que a contabilidade passe a ser
usada no processo decisrio. Por outro lado, preocupante o fato de que parcela significativa,
56%, tem dificuldade em fazer uso dessas informaes. Finalmente, o estudo revelou que a
contabilidade no usada por grande parte dos gestores para medir desempenho, acompanhar
metas e avaliar impactos financeiros em suas organizaes. Pode-se deduzir que necessria
uma mudana de postura por parte de quem prepara as informaes contbeis para os diversos
tipos de empresa, uma vez que pela alta frequncia das demonstraes mais simplistas,
aparentemente a contabilidade mantida pelo carter legal e tradicionalista. Deve-se perseguir
uma inverso nos resultados que dizem respeito ao uso da informao pelos gestores e alar a
informao contbil a um status privilegiado na tomada de deciso e acompanhamento de
resultados nas empresas.
Apesar da forma criteriosa com que foram selecionados os participantes e do cuidadoso
trabalho realizado na aplicao dos questionrios, os resultados no podem ser extrapolados para
a populao de MPMEs brasileiras, devido limitao que a amostra intencional impe sobre os
resultados. No entanto, no se pode deixar de considerar como vlidas as inferncias.
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REFERNCIAS
ALVES, N. F.; ARIMA, C. H. Relevncia da Contabilidade Financeira para o processo
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STROEHER, ngela Maria. Identificao das caractersticas das informaes contbeis e a
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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1 INTRODUO
Os hbitos dos jovens alteraram-se ao passo que a tecnologia ganhou espao na
sociedade. Nesse momento, qual o papel da instituio de ensino na formao da juventude da
era digital? O que faz o uso da internet, como alternativa metodolgica nas aulas de Lngua
Portuguesa, ser to valioso para a formao dos educandos? E em que medida nossa proposta
metodolgica de ensino de Lngua Portuguesa, com a utilizao da internet, torna-se relevante na
aprendizagem dos alunos no ensino fundamental?
A escola, como um todo, tem a funo de formar novos cidados. Pessoas capazes de
viver em sociedade e que possam desfrutar de tudo o que nela se encontra de forma saudvel.
Para tanto, ela no deve ignorar as mudanas oriundas da globalizao. Os adolescentes
convivem com a tecnologia em todos os ambientes que frequentam e gostam disso. O educador
deve tambm utilizar-se do apreo que os jovens tm pela tecnologia como uma forma mais
atrativa e interativa de vincular a educao e a vida em sociedade e a interatividade que o
ambiente digital dispe motivadora. Os alunos tm a autonomia que precisam para buscar os
contedos existentes e criar suas interpretaes de forma mais agradvel, sempre com a
orientao do professor para que cada atividade proposta surta o efeito de aprendizagem
desejado.
A presente pesquisa tem por finalidade destacar a importncia de utilizarem-se novas
metodologias de ensino de Lngua Portuguesa, visto que, elas podem refletir, junto aos alunos,
melhores condies de aprendizagem; bem como junto aos professores melhorar a qualidade do
ensino, no sentido de que passam a rever, reformular e atualizar sua maneira de ensino. Para
tanto, tem-se como objetivo apresentar os resultados de uma proposta metodolgica para o
ensino de Lngua Portuguesa, utilizando a internet como ferramenta nesse processo. Tendo como
base uma pesquisa realizada com os alunos do 9 ano, da escola X43 da rede pblica estadual de
ensino no municpio de Cacoal, Rondnia. Alm de, apresentar as propostas dos PCNS de
Lngua Portuguesa quanto importncia do uso de novas metodologias de ensino no mbito da
educao bsica.
43
O nome da escola foi deixado em sigilo para preservar a integridade da instituio devido aos eventuais
contratempos descritos nessa pesquisa.
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
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Tendo em vista a escola como uma organizao social que tem a funo de formar
indivduos aptos ao mundo do trabalho e a cidadania impossvel pensar em educao hoje sem
a utilizao da tecnologia pelos docentes. Se a escola no oferecer um suporte aos alunos que
talvez no tenham acesso a um computador com internet frequente, como ela pode se
autodenominar formadora de novos cidados aptos ao mercado de trabalho, se no instrui seus
alunos com relao s novas demandas sociais? Vincular a internet nas aulas de Lngua
Portuguesa implica melhorar a qualidade do ensino, trazer prazer a um ambiente taxado rgido e
motivar os alunos a interagirem com o conhecimento, trazendo a realidade social para dentro da
escola criando sentido ao que se aprende.
Para que se alcanasse o objetivo desta pesquisa, foi utilizado o mtodo exploratriodescritivo que segundo LAKATOS (2003, p. 188) consiste e [...] estudos exploratrios que tm
por objetivo descrever completamente determinado fenmeno, como, por exemplo, o estudo de
um caso para o qual so realizadas anlises empricas e tericas. [...] obtidas por intermdio da
observao participante [...].
Aps a estruturao do cabedal terico, por meio de pesquisa bibliogrfica, procedeu-se
pesquisa de campo para a coleta de dados necessrios construo da anlise acerca da
utilizao da internet nas aulas de lngua portuguesa, uma prtica muito importante, pois, [...]
Com a pesquisa ao os pesquisadores pretendem desempenhar um papel na prpria realidade
dos fatos observados (THIOLLENT, 2011, p. 22). Foi utilizado como meio a plataforma online
do blog Supertarefas, onde foram propostas aos alunos atividades prticas que envolviam
leitura e produo de textos de diversos gneros. Estas atividades serviram para que fossem
analisadas as competncias e habilidades deles, no tocante, leitura e produo textual, assim
como para que fosse medido o grau de interesse deles ao participarem das atividades solicitadas.
As atividades foram postadas previamente e os alunos responderam na prpria pgina
online; ao final dos trabalhos, eles as enviaram, clicando no menu enviar. Os professores
pesquisadores nesse trabalho receberam em seus endereos de e-mails os resultados dessas
atividades, para que fossem corrigidas e analisadas s competncias e habilidades dos alunos.
Tambm foram utilizados questionrios com os educandos, a saber, o seu grau de contentamento
em relao ao uso da internet nas aulas de lngua portuguesa.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 EDUCAO E TECNOLOGIA
A internet tornou-se comercial em 1995. A partir de ento, ela est presente em diversas
reas da atividade humana, alterando profundamente as relaes tanto pessoais quanto
profissionais e gerando uma nova demanda de formao para os indivduos ingressantes vida
adulta. A escola, como uma organizao social, no est desvinculada a esse processo evolutivo.
Os objetivos da educao moderna devem se apoiar nas necessidades e realidades do aluno
moderno, em cada poca deve-se fazer um ensino apropriado e visando o melhor aprendizado do
aluno (TEIXEIRA; CAMILO; LIMA, 2014).
A importncia quanto ao uso da tecnologia na educao pode ser notada a partir dos
Parmetros Curriculares Nacionais, Brasil (1997), que trazem em seus princpios o papel da
educao no mundo contemporneo como fomentadora de conhecimentos e responsvel por
capacitar uma nova demanda de profissionais capazes quanto utilizao da tecnologia e das
linguagens de forma criativa e competente.
O processo de atualizao e incorporao da tecnologia no mbito educacional deve ser
feito de maneira planejada, ou seja, os computadores devem ser incorporados vida educacional
de forma pedaggica e no como mera fonte de informaes, at porque se sabe que [...] obter
informao no significa necessariamente obter conhecimento [...] (ABREU, 2009, p. 45).
Quando se fala em educao impossvel no pensar no papel do docente. No contexto
em que se vive atualmente o professor e a escola como um todo, devem se apoiar e fornecer ao
aluno mais que um espao agradvel, um ambiente favorvel ao aprendizado onde ele tenha
autonomia e possa desenvolver seu pensamento crtico.
Quando se est em um ambiente convidativo, harmnico, criativo e principalmente que te
d liberdade para criar e aprender, o processo de ensino e aprendizagem certamente ser muito
mais proveitoso aos alunos e aos profissionais da educao, pois, conforme Bonilla (2009)
acredita-se que a escola (e quando se refere a ela trata-se de todos os componentes, sejam eles
alunos, professores, diretores, orientadores ou funcionrios em geral) deve se transformar em
uma escola aprendente que deixa de ser a transmissora do saber a detentora da razo presa
a regras tradicionalistas e passa a tambm aprender com os saberes dos outros; mantendo-se
sempre em contnua transformao a fim de melhorar sua qualidade de ensino e alcanar seus
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
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objetivos quando a formao de um cidado. A educao tem poder revolucionrio. Ela deve ser
um instrumento de libertao e possibilitar ao estudante refletir sobre sua existncia, ser crtico e
criativo e no simplesmente aceitar o que lhe imposto. Quando qualquer sistema, metodologia
ou tecnologia de educao nos imagina apenas como consumidores de algo j mastigado,
deglutido e digerido, boa parte de seu poder revolucionrio se perdeu (BLIKSTEN; ZUFFO,
2001). E o papel da educao nesse mbito justamente no deixar que o poder revolucionrio
da tecnologia se perca.
Com toda a empolgao que a tecnologia trouxe ao ambiente educacional as instituies
de ensino mais do que nunca precisam se preparar para saber utiliz-las, pois, o uso errneo dos
computares e da internet na escola muito prejudicial aos alunos. Em primeiro lugar, perde-se
todo o potencial que esse instrumento traz aos docentes e em segundo, ele acaba transformandose em mais uma forma de transmisso de informaes maantes e cansativas.
Assim como toda mudana que a estrutura educacional sofreu at o momento, a insero
da tecnologia tambm enfrenta crticas. De acordo com Freitas (2009) muitos profissionais da
educao criticam as possibilidades de leitura e escrita que os alunos possuem online, mesmo
que se comprove que a leitura e a escrita dos jovens aumentaram significativamente aps o
advento da internet.
Nesse momento fica claro que a educao deve aliar-se as vantagens e possibilidades que
a internet traz a ela. A atrao que os jovens sentem por esse recurso uma ferramenta valiosa
que o docente deve utilizar ao planejar suas aulas. Com o dinamismo e a interao que o espao
virtual possibilita, a busca voluntria pelo conhecimento surge de forma natural nos alunos, de
modo que eles, inconscientemente iro aprender com mais facilidade e prazer os contedos
trabalhados na escola.
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construda socialmente. [...] o ideal no fazer tudo online, mas misturar o melhor da educao
presencial com o melhor da sua verso online, constituindo cursos hbridos. [...] (BLIKSTEN;
ZUFFO, 2001, p. 56).
Nesse processo de readaptao do contexto escolar tem-se que no s a formao docente
deve manter-se em contnuo processo de aprendizagem, tambm a escola e a sociedade precisam
agora, ainda mais, manterem-se atualizados, conforme discorre Bonilla (2009).
A utilizao da internet como alternativa pedaggica pede que o profissional envolvido
na educao saiba utilizar a tecnologia e utilizar-se dela para orientar seus educandos. Para isso
ele deve organizar seu plano de aula, selecionar contedos adequados a cada faixa etria e
contexto social, de forma contextualizada de modo que haja um real interesse dos alunos e
consequentemente resulte em aprendizado.
Assim como toda evoluo, a da tecnologia na educao, tambm passa por dificuldades.
Nunca se falou tanto no assunto. Muitos estudos sobre a utilizao da internet como ferramenta
pedaggica esto sendo elaborados algo recorrente em palestras e convenes relacionadas ao
tema; de acordo com Bliksten; Zuffo (2009) o descontentamento quanto a falta de contedos.
Nesse momento fica evidente que [...] obter informao no significa necessariamente obter
conhecimento [...] (ABREU, 2009, p. 45) e o papel do docente nesse processo saber filtrar
as informaes dispostas em rede, conseguir criar possibilidades para que haja fruio, ser
criativo e dinmico e conceder ao aluno a oportunidade de desenvolver sua autonomia
intelectual.
Espera-se que o ambiente escolar seja estimulador, libertrio, mas j so conhecidas por
muitas regras que norteiam esse contexto. De que adianta ser equipada com o melhor da
tecnologia se o uso dela baseado em regras restritivas que muitas vezes acabam por
desestimular os alunos. BLIKSTEN; ZUFFO (2001) trazem que em [...] vez de criar proibies,
estimular as possibilidades e a responsabilidade cidad de cada aprendiz. [...], a utilizao da
internet com intuito pedaggico tem como aliado o fascnio que os alunos sentem por ela e ao
passo que esse encantamento sufocado com restries o uso da internet na escola deixa de ser
um aliado e passa a ser mais uma metodologia tradicionalista.
Produes textuais, interpretaes, snteses, leituras de textos verbais e no verbais so
algumas atividades que, aplicadas de forma contextualizada e de forma coerente ao contexto em
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que os educandos esto inseridos, proporcionam aos alunos maiores estmulos cognitivos e
consequentemente a oportunidade de desenvolverem seu potencial autnomo evitando o
copiar/colar que tanto prejudica seu desenvolvimento.
No h uma metodologia pronta nem tampouco uma soluo para os dilemas escolares.
O advento de novas formas de conduzir a aprendizagem foi e trabalhada de maneira distinta em
cada contexto. O uso da internet mais um caminho pelo qual os docentes podem encontrar
inmeras possibilidades de trabalhar com diversos contedos de forma atraente e dinmica. Para
a escola mais proveitoso que a internet seja utilizada para estimular os alunos e no para
mant-los em ambientes pr-construdos, de forma que eles, com autonomia, construam seu
prprio ambiente, mas, sempre com a mediao de um educador.
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internet. papel do profissional da educao guiar seu aluno e mostr-lo o melhor caminho
quanto utilizao da internet para que ele desenvolva as competncias e habilidades que se
estima na educao bsica.
Outro ponto que atinge parte dos docentes que [...] ter de dividir com a mquina o
lugar de provedor de informao e saber que os alunos podem criar outras formas de aprender
que independem de sua ajuda tambm desarruma o que eles entendem como sua funo [...]
(ABREU, 2009, p 54), todavia, apenas a possibilidade de construo autnoma de conhecimento
pelo aluno advinda da utilizao da internet j deve ser tida como um benefcio enorme ao
trabalho docente tendo em vista que, segundo Bruno (2009) a principal funo da educao
formar indivduos autnomos intelectualmente, aptos vida em sociedade e a fase adulta.
A formao continuada indispensvel vida do educador visto que ela permite a ele
sempre se renovar, tanto em relao a seus prprios conhecimentos quanto a suas estratgias de
ensino. [...] Os meios digitais redimensionam as prticas educacionais [...], e nesse cenrio a
formao profissional assume diversos formatos, incorporando as tecnologias ao seu contexto
educacional para aprendizagens contextualizadas [...] (BRUNO, 2009, p. 99).
Alguns educadores renovadores j utilizam a internet como ponte entre o conhecimento e
o aluno. As chamadas Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs) esto revolucionando
a maneira de educar. Os professores que atuam nos chamados cursos distncia defendem de
acordo com Bruno (2009) a proposio de que quanto mais rico for o ambiente maior ser o
aproveitamento que os alunos tero e a internet possui essa caracterstica.
As TICs possibilitam ao docente a praticidade de ministrar uma aula para milhares de
alunos em diversas partes do mundo de forma rpida e interativa, sem ter de repeti-la vrias e
vrias vezes e permite ao aluno acessar essa mesma aula quantas vezes forem necessrias para
que se fixem nele os conhecimentos oriundos dela. E, de acordo com Bruno (2009) para que a
educao a distncia surta efeito preciso, assim como em ambientes presenciais, o empenho e a
interao de ambas as partes: professor e aluno.
Pensando agora na formao do profissional que pretende ingressar na rea da educao
de extrema importncia que se construa uma mentalidade renovadora que forme um profissional
estimulado e capacitado de modo que este futuro professor saiba utilizar a tecnologia a seu favor,
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ensino de lngua portuguesa desvinculado da gramtica que a rege, muito menos desvalorizar
quem a preza, mas, valorizar e fomentar o ensino contextualizado da gramtica, de modo que o
aluno garanta a aprendizagem efetiva, assim como pressupe os Parmetros Curriculares
Nacionais: [...] Organizar situaes de aprendizado, nessa perspectiva, supe: planejar situaes
de interao nas quais esses conhecimentos sejam construdos [...] e orientar o esforo de ao e
reflexo do aluno, procurando garantir aprendizagem efetiva (BRASIL, 1998, p. 22).
Os Parmetros Curriculares Nacionais, Brasil (1998), traam os objetivos quanto ao
ensino de lngua portuguesa para a primeira e a segunda fase da educao bsica. O objetivo do
ensino, em geral, baseia-se em fazer com que o aluno consiga utilizar a lngua em suas diversas
modalidades de forma coerente e coesa; que ele saiba ler, interpretar e fazer uso dessa leitura;
que seja crtico e tenha ambio intelectual.
Para tanto, os educadores devem selecionar os contedos de acordo com cada objetivo,
levado em considerao todo o contexto que envolve o aluno. medida que o educando vai
amadurecendo na aprendizagem, vo tambm amadurecendo os contedos, alternando-se as
metodologias e as ferramentas pedaggicas, enfim, todo o processo se renova.
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3 METODOLOGIA
Para efetivao desta pesquisa foi realizada uma srie de atividades vinculadas ao uso da
internet nas aulas de lngua portuguesa com 16 alunos do 9 ano da rede pblica de ensino,
dispostas em nove aulas. As atividades foram compostas por interpretaes e produes textuais
feitas diretamente na pgina44 da plataforma digital, leitura de textos verbais e no verbais e
jogos educativos com nfase em gramtica, seguidas de um questionrio avaliativo sobre o
contentamento dos educados.
A anlise dos dados tem por base o mtodo descritivo, pois visa descrever os fatos
observados de forma a apontar os pontos negativos e positivos quanto ao uso da internet como
ferramenta pedaggica na escola e enfatizar a partir da pesquisa-ao se essa utilizao
relevante ou no ao ensino de lngua materna.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
O primeiro desafio que o docente enfrenta ao elaborar uma atividade utilizando a internet
como recurso pedaggico faz meno justamente aos suportes. Na escola pesquisada h 22
computadores, porm, durante a primeira aula em que os alunos foram submetidos pesquisa
apenas cinco computadores possuam acesso mediano internet.
Outro problema enfrentado durante a pesquisa refere-se a incompatibilidade de software.
As atividades foram elaboradas previamente pelos pesquisadores, porm, ao serem solicitadas na
escola no puderam ser realizadas, pois os softwares instalados nos computadores no
correspondiam ao formato das atividades, sendo necessria uma segunda alternativa passa aquele
momento.
Em contrapartida aos problemas enfrentados, foi observado que, mesmo aqueles alunos,
considerados, mais relapsos e agitados mantiveram sua ateno voltada s atividades. Durante a
realizao dos exerccios propostos, todos os alunos, ao menos uma vez, solicitaram auxilio e/ou
explicaes acerca do contedo trabalhado. O questionrio final foi composto por 14 questes,
sendo 11 alternativas e trs discursivas, das quais, as mais relevantes a essa pesquisa estaro
dispostas no Quadro 1 abaixo. Dos 16 alunos submetidos pesquisa, apenas 12 participaram da
resoluo do questionrio.
Quadro 1: Opinio dos alunos quanto ao uso da internet em sala de aula.
Questes
Opes
Sim
Voc j havia estudado usando a internet como suporte?
No
Voc se sente motivado a aprender quando usa a internet
Sim
nas aulas de lngua portuguesa?
No
Voc considera o uso da internet importante para as aulas
de lngua portuguesa?
Nos dias atuais voc considera possvel estudar sem utilizar
a internet e seus recursos?
Sim
No
Sim
No
Por prazer
Apenas quando
o
professor
orienta.
No respondeu
a questo
11
01
11
01
12
0
02
10
03
08
01
Fonte: Elaborada pelos prprios autores com base na pesquisa realizada em abril de 2015.
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Com base nos dados acima mencionados possvel afirmar que a internet exerce um
papel importante na formao discente e que os professores esto enfrentando agora uma nova
demanda de formao, tanto para si quanto para o que se almeja alcanar em seus alunos. Algo a
salientar refere-se necessidade de serem tomadas algumas precaues quanto elaborao e
proposta de exerccios em sala, pois, como j relatado, importante saber qual o software que a
escola utiliza para que as atividades sejam compatveis alm de testar as mquinas com
antecedncia para conferir se todas esto com acesso adequado rede.
Por fim, fica evidente a importncia que o professor exerce na formao dos alunos, visto
que a maioria deles afirmou que s estudam quando so estimulados pelo docente. Dessa forma,
o mediador entre aluno e conhecimento deve utilizar-se de todos os meios para que seus
educados alcancem os objetivos planejados e com base nos dados oriundos desta pesquisa tem-se
que o discente se sente atrado por essa ferramenta e principalmente ele se sente motivado a
realizar as atividades propostas quando o professor vincula a tecnologia sua aula. O que leva a
crer que talvez, se a mesma atividade realizada virtualmente fosse sugerida em sua verso
impressa, menos da metade a realizaria com a mesma dedicao com que a realizou pela internet.
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5 CONCLUSO
A escola como uma organizao social tambm sofreu alteraes ao longo do tempo e a
cada nova demanda da sociedade outras metodologias foram aplicadas pelos docentes ao passo
que iam surgindo necessidades de aprendizagem distintas. Durante essa transformao o mesmo
propsito se manteve na escola, portanto, o papel da instituio de ensino na formao da
juventude moderna mantem-se voltado vida social, o que implica faz-los autnomos, crticos e
aptos ao mundo do trabalho, sendo capazes de utilizar todas as ferramentas necessrias para
integrao a esse universo.
O papel do docente na formao do aluno de extrema importncia, pois ele quem
nortear o conhecimento dos educandos durante a escolarizao deles e medida que a
tecnologia foi conquistando seu espao na sociedade, os hbitos dos jovens se alteraram tanto em
relao aprendizagem quanto na prpria convivncia social. Logo, o professor precisa usar
todos os atrativos, estratgias e possibilidades para construo de conhecimento, ento, a
utilizao da internet como ferramenta pedaggica fundamental para que o docente possa
despertar no aluno o desejo de aprender.
Os resultados da proposta metodolgica exposta nessa pesquisa mostram que o uso da
internet vinculado aprendizagem eficaz, porque apesar de todas as eventuais dificuldades
enfrentadas, todos os alunos realizaram as atividades propostas de forma explicitamente
prazerosa e voluntria, o que leva a concluir que a tecnologia quando utilizada pelos docentes,
torna o processo de ensino/aprendizagem menos maante para o aluno e o aproxima de sua
realidade o que possibilita a ele a construo de novos conhecimentos de forma autnoma e
efetiva.
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REFERNCIAS
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1 INTRODUO
A Administrao Pblica brasileira ainda est longe de ser considerada como exemplo de
excelncia em servios pblicos, mas caminha a passos lentos para este objetivo. notrio que
houve uma acelerao considervel e significativa nos ltimos quinze anos, proporcionada pelo
marco regulatrio a partir do incio do sculo XXI, destacando-se a Lei Complementar 101/2000,
Medida Provisria 2.026 de 04 de maio de 2000, que posteriormente se transformou na Lei
10.520/2002, alm de novos mecanismos de gesto e controle proporcionados pela melhora da
infraestrutura tecnolgica.
A elaborao do Termo de Referncia ou Projeto Bsico (como tambm conhecido)
algo que merece ateno especial da gesto, visto que se trata de atividade administrativa plural e
complexa, sendo assim, os colaboradores imbudos na elaborao (que denominaremos de
atores) igualmente devem receber considerao especial.
A expresso Termo de Referncia mencionada nos Decretos Federais que
regulamentam a modalidade Prego (n 3.555/2000 e n 5.450/2005). um instrumento usado na
modalidade prego, seja na forma presencial ou eletrnica, que nas outras modalidades, previstas
na Lei Federal n. 8666/93 (concorrncia, tomada de preo, convite), equivale ao projeto bsico
para obras e servios.
Com certa frequncia, ouve-se em reparties pblicas reclamaes acerca dos bens,
produtos ou servios que no atendem as necessidades para as quais foram adquiridos. Canetas
que no escrevem (ou escrevem somente por algumas linhas), grampeadores que no
grampeiam, cartuchos ou tonner de impressores que borram ou tem durao aqum do esperado,
obras inteis, no funcionais ou que esto por desabar, enfim, poderia dedicar um artigo inteiro
relatando mais problemas. Com base nesses apontamentos, questiona-se o que leva
Administrao Pblica a continuar cometendo falhas nos processos de compras? Quais so as
causas e o que poderia ser mudado para melhor?
Com a observncia de tantos problemas surgiu o interesse em fazer uma reviso
bibliogrfica sobre o assunto e apontar as causas mais comuns e frequentes que acabam gerando
estas intempries, com base em uma pesquisa no setor de licitaes de uma Universidade Pblica
Estadual no Centro Oeste do Brasil.
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A pesquisa teve por objetivo geral caracterizar os erros mais comuns na elaborao de um
termo de referncia/projeto bsico e as principais consequncias para a gesto pblica, buscando
ao final, apresentar uma proposta de melhoria. Para tanto, foi necessrio revisar a bibliografia
atual quanto aos conceitos bsicos sobre termo de referncia/projeto bsico, identificar os
problemas mais comuns na elaborao do termo de referncia/projeto bsico, realizar uma
anlise dos dados encontrados com o referencial terico e por fim, propor sugestes visando
reduzir os erros na elaborao do termo de referncia/projeto bsico contribuindo para uma
melhoria na eficincia nas contrataes pblicas no rgo pesquisado.
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Pode-se verificar que o procedimento licitatrio tem dois objetivos bem claros: garantir a
observncia do princpio constitucional da isonomia e selecionar a proposta mais vantajosa para
a Administrao Pblica. Para que estes objetivos sejam alcanados, necessria a construo de
um bom termo de referncia (no caso de Prego) ou um bom projeto bsico (no caso das
modalidades previstas na Lei 8.666/1993).
O projeto bsico o componente importante para guiar a realizao de todos os
procedimentos administrativos de compras e contratao. Em qualquer licitao, se o projeto
bsico for falho ou incompleto, a licitao estar viciada ou fracassada e a contratao no
atender aos objetivos da Administrao.
O termo de referncia a pea imperativa de todo e qualquer processo aquisitivo na
modalidade de prego, quer seja na sua forma presencial ou eletrnica. o documento da fase
interna do prego, em que o demandante esclarece aquilo que realmente necessita, trazendo a
definio do objeto e os demais elementos necessrios sua ideal contratao e execuo.
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Em sintonia com o projeto bsico, o termo de referncia deve conter todos os elementos e
informaes necessrias seleo do contratado e execuo do objeto da licitao. Qual seja a
opo, fundamental que a Administrao disponha de um instrumento que rena todas as
informaes necessrias fiel execuo do objeto do certame.
O art. 6 da Lei Federal n 8.666, de 21 de junho de 1993, define projeto bsico como:
Conjunto de elementos necessrios e suficientes, com nvel de preciso adequado, para
caracterizar a obra ou servio, ou complexo de obras ou servios objeto da licitao,
elaborado com base nas indicaes dos estudos tcnicos preliminares, que assegurem a
viabilidade tcnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento,
e que possibilite a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos e do prazo de
execuo.
O cuidado que a Administrao Pblica deve ter quando for definir o objeto
fundamental para que no contrate algo que no queira ou no precise, bem como para concluso
do processo, de forma a no tornar o certame deserto ou fracassado. O objeto caracteriza aquilo
que a organizao deseja adquirir em bens e servios. O art. 7, 2 e 9 da Lei 8.666/93
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Na definio do objeto, deve-se expressar um encargo que algum ter de cumprir como
condio para que a necessidade possa ser satisfeita. Para tanto, devem ser observadas algumas
condies como: adequao necessidade, fomento competitividade e economicidade. Na
definio do objeto deve-se observar o que dispe a lei, que visa coibir exigncias excessivas,
insuficientes, desnecessrias e imprecisas, que trazem como consequncia aos que no se
atentam punies administrativas, civis e criminais ao servidor que elaborou o documento.
O Gestor deve observar o que dispe os art. 14, 59 e 82 da Lei 8.666/93 sobre projeto
bsico ou termo de referncia, pois a contratao decorrentes de planejamento falho ou
inexistente podem ser antieconmicas e acarretam a possibilidade de responsabilizao do gestor
que lhes deu causa e no caso de dano ao errio, o rgo deve entrar com ao de regresso contra
o servidor que deu causa para ressarcir, como dispe o 5 do artigo 37 da Lei 8.666/93 c/c com
art. 43 do Cdigo Civil Brasileiro.
Muitas vezes, so exigidos estudos tcnicos para auxiliarem na comprovao da
justificativa. O simples fato do elaborador denotar que algo necessrio ou que deva ser de uma
forma, no respalda e nem justifica o objeto a ser contratado. Para se determinar e apresentar
propiciamente o objeto e garantir a adequada satisfao da necessidade indispensvel conhecer
a realidade do mercado e as solues que ele possibilita. preciso ter muita ateno em relao
descrio das especificaes tcnicas que individualizaro o objeto.
O art. 3 da Lei 8.666/93 dispe que deve-se tomar cuidado com a restrio ou
direcionamento durante a especificao do objeto, pois o elaborador do Termo de referncia ou
projeto bsico pode descrever um objeto inexistente ou restringir a competitividade, podendo o
servidor ser punido administrativa, civil e criminalmente se denotar favorecimento ou
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direcionamento ilegal. O fato de haver restrio disputa no significa que haja ilegalidade. O
que configura a ilegalidade no a restrio em si, mas a existncia de uma ou mais exigncias
na descrio do objeto que afastam interessados e no se justificam em razo da necessidade.
O Art. 7, 5, Lei n 8.666/93 traz a Vedao de licitao de bens e servios sem
similaridade ou de marcas, caractersticas e especificaes exclusivas, salvo justificativa tcnica
(...). Porm a Deciso n 1.196/2002 do TCU - Plenrio encampou a concepo de que a
indicao da marca admissvel para fins de padronizao, se acompanhada por razes de ordem
tcnica em consonncia com o inciso I, do artigo 15 da Lei 8.666/93.
Quanto responsabilidade das partes envolvidas no certame, tanto o Termo de referncia
quanto o projeto bsico devero detalhar e especificar o mximo possvel as obrigaes, direitos
e deveres (ainda que acessrios) de cada uma das partes. Essa descrio nortear a minuta e
posteriormente a celebrao do contrato. A ausncia ou falta de definio acertada de
responsabilidades pode gerar prejuzos para as partes e principalmente no atendimento do
objeto/necessidade da Administrao Pblica.
Outra parte relevante do Termo de referncia e Projeto bsico a estimativa de custos,
tambm conhecida como Pesquisa de Mercado, 1 do artigo 15 da Lei 8.666/93, art. 15, XII,
b IN SLTI/MPOG 02/2008. Por Lei, a pesquisa deve conter pelo menos trs oramentos que
embase o item desejado. Porm, quanto maior o nmero de cotaes, mais aproximado do preo
de mercado estar pesquisa.
Os principais objetivos da pesquisa so: fornecer subsdio para anlise e julgamento das
propostas; auxiliar na definio da escolha da modalidade de licitao; apontar indcio de preo
inexequvel ou superfaturamento; demonstrar a estimativa da despesa a ser suportada, justamente
para saber se h recursos disponveis ou no. relevante demonstrar na pesquisa de preos,
como ser feita a entrega e como sero feitos os pagamentos. Entregas parceladas podem gerar
um custo diferenciado de entrega e possivelmente aumentar o custo do item. Alm disso,
entregas parceladas podem influenciar as etapas de pagamento. Para isso importante destacar
no pedido de cotao de preos, um cronograma fsico-financeiro.
A IN SLTI/MPOG 04/2014 refere-se ao cronograma fsico-financeiro, que ser elaborado
pelos integrantes requisitantes e tcnico, e aos mesmos indivduos, a atribuio de demonstrar a
adequao oramentria, devendo conter (art. 23, I) a estimativa do impacto econmicofinanceiro no oramento do rgo ou entidade, com indicao da fonte de recurso e (art. 23, II)
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3 METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida nas trs etapas, sendo iniciada com a reviso bibliogrfica,
com o objetivo de levantar as produes acadmicas que tm sido desenvolvidas e movido pela
busca do conhecimento j construdo relacionado ao tema deste estudo, foi realizado um
levantamento bibliogrfico junto ao Banco de Teses e Dissertaes da Coordenao de
Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES) atravs da utilizao das palavraschave: Termo de Referncia, Licitaes, Prego, Projeto Bsico e Ineficincia nas
Compras Governamentais. A etapa seguinte foi da aplicao do formulrio semiestruturado. Tal
instrumento tem por objetivo coletar informaes de cunho pessoal-profissional, com base na
experincia e vivncia dos entrevistados, que certamente auxiliaro ou ratificaro as hipteses
sobre os erros e acertos na elaborao do Termo de referncia. Na ltima etapa, foi analisado o
processo de aquisio de materiais com maior nmero de itens descritos com certame realizado
no ano de 2014, bem como entrevistas com servidores lotados no setor de Licitaes da
Universidade Estadual localizada na regio Centro Oeste.
Dessa forma, a pesquisa foi desenvolvida a partir da perspectiva qualitativa com anlise
documental, sustentada nos pressupostos epistemolgicos da abordagem crtico-dialtico descrita
por Gamboa (2007). Nessa perspectiva os aspectos contextuais explicam os fenmenos,
considerando a objetividade e trabalhando a correlao entre variveis, entendendo que as
variantes no podem ser interpretadas independentemente das consideraes qualitativas extra
observao e extra teoria e, ainda, considerando que a pesquisa social deve estar orientada
melhoria das condies de vida de uma sociedade.
A pesquisa qualitativa no emprega instrumentais estatsticos como base da anlise de um
problema, no pretende medir unidades ou categorias homogneas (RICHARDSON, 1985 p.
35). Est voltada para os aspectos mais subjetivos dos fenmenos. A anlise documental
constitui uma tcnica importante na pesquisa qualitativa, seja complementando informaes
obtidas por outras tcnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema (Ludke e
Andr, 1986: 38). A tcnica documental vale-se de documentos originais, que ainda no
receberam tratamento analtico por nenhum autor. [...] uma das tcnicas decisivas para a
pesquisa em cincias sociais e humanas (HELDER, 2006:1-2).
Para S-SILVA, J. R.; ALMEIDA, C. D. de; GUINDANI, J. F (2009):
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regra
mandamental, o protocolo tico foi respeitado ao longo desta tarefa, envolvendo dentre outros, o
esclarecimento, a beneficncia e a autorizao.
46
Unidade Gestora: A instituio caracterizada como multicampi. Possui um CNPJ nico e a fragmentao da
utilizao do errio pblico se d pela diviso em Unidades Gestoras (UG) que corresponde a uma Unidade
oramentria ou administrativa investida do poder de gerir recursos oramentrios e financeiros, prprios ou sob
descentralizao. Cada Unidade Gestora possui obrigatoriamente um Ordenador de Despesas.
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4. RESULTADOS E DISCUSSO
Nesta seo, apresentam-se a caracterizao da organizao objeto de estudo e os
resultados encontrados com a pesquisa. Buscou-se demonstrar o resultado obtido com a
entrevista semiestruturada, aplicada aos servidores lotados no setor de Licitaes, no que se
refere ao objeto de pesquisa onde se procurou verificar tempo de trabalho na Instituio e no
setor, participao em treinamento, erros mais comuns e frequentes encontrados nos termos de
referencias/projetos bsicos, as principais consequncias para a Instituio, e por fim o que
poderia melhorar no sentido de reduzir os erros que ocorrem.
O estudo ocorreu em uma Universidade Estadual localizada na regio Centro-Oeste do
Brasil. Trata-se de uma instituio multidisciplinar de formao dos quadros de profissionais de
nvel superior, compreendendo Ensino, Pesquisa e Extenso, de domnio e cultivo do saber
humano. A Universidade multicampi gerida por uma unidade central (Reitoria) e vrias
subunidades, normalmente chamadas de Unidades Gestoras e pedagogicamente de Campus.
Na instituio objeto de estudo, a sistemtica de aquisies complexa e pouco eficiente.
O Decreto Estadual 7.217/2006 regulamenta a nvel estadual as aquisies de bens, contratao
de servios e locao de bens mveis no Poder Executivo, e especialmente em seu artigo 6,
determina que As licitaes para registro de preos de bens, servios e locao de bens mveis,
sero realizados, exclusivamente, pela Secretaria de Estado de Administrao, ou seja, o rgo
em estudo no possui autonomia para realizar registro de preos, ficando vinculado Secretaria
de Estado de Administrao, entidade esta que acumula todos os processos de registro de preos
de todos os rgos pblicos de mbito estadual.
O setor de licitaes da Universidade recebe as mais diversas e variadas demandas das
Unidades Gestoras. Quase todas as modalidades de licitao devem ser executadas pelo setor, a
nica exceo se refere s compras diretas, que so feitas pelas Unidades Gestoras. Com apenas
cinco servidores, possui um desafio enorme de atender as demandas por aquisies de todos os
campi e reitoria, alm dos projetos de pesquisa que so vinculados aos campi e que dificilmente
participam das reunies de planejamento de aquisies.
Em resposta a entrevista semiestruturada obteve-se como resultado que o Setor de
Licitaes composto por cinco colaboradores, sendo que quatro participaram da pesquisa e um
se encontrava em gozo de frias. Quanto aos participantes, dois esto na instituio h mais de
10 (dez) anos e os outros dois esto a menos de dois anos. Quanto ao tempo de atuao no setor
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de licitaes, um est lotado no setor h 10 anos, um est h quatro anos e dois esto h menos
de dois anos. Dos quatro servidores, trs sempre trabalharam no setor desde que tomaram posse.
Estes dados demonstram que h certa solidez no setor e pouca rotatividade.
Quando questionados os entrevistados se receberam treinamento para exercerem as suas
funes, verificou-se que somente trs receberam treinamento parcial, ou seja, receberam
treinamento apenas para a funo que exercem. Tal fato relevante, pois denota-se interesse dos
servidores em aprender outras funes dentro do setor, mediante capacitaes e cursos de
aperfeioamento. Alm disso, como o setor apresenta baixa rotatividade, vantajoso para a
instituio investir em treinamento da equipe. Notou-se ainda, a prtica de ensino atravs do
erro-aprendizagem, ou seja, se no foram apontados problemas nos processos, representa para os
servidores lotados, que est correto.
Outro ponto abordado foram erros mais comuns e frequentes encontrados coletados para
esta pesquisa, dados sobre os problemas mais comuns encontrados no setor de licitaes. Alguns
problemas se repetiram e organizamos a seguir, em ordem de frequncia de apontamento, sendo
os primeiros itens, aqueles que foram mais apontados. Os erros apontados pelos entrevistados
corroboram com a anlise documental de um processo de aquisio de materiais e equipamentos
para um curso de graduao na rea da sade. Dos 110 itens necessrios para aquisio, cinco
itens (correspondentes a 4,54%) j se encontravam defasados e no seriam mais encontrados no
mercado, por possurem tecnologia antiga. A Equipe Tcnica foi formada por professores da rea
e mesmo assim foram descritos itens que j no existiam no mercado ou estavam com a
tecnologia defasada. A escolha de uma equipe tcnica atualizada fundamental para auxiliar na
descrio e atesto das especificaes tcnicas do(s) objeto(s).
Outra observao frequente foi diagnosticada na descrio do objeto: descries
imprecisas, desnecessrias, irrelevantes, excessivas, que acabam por contaminar toda a
contratao. Os itens so descritos superficialmente, sem exigncia de padres mnimos
aceitveis de qualidade e funcionamento/adequao s necessidades, podendo participar
empresas que vendem produtos de qualidade inferior.
Dos 110 itens descritos, trs eram imprecisos (no se sabia ao certo qual era o item a ser
adquirido), dois continham descrio desnecessria ou irrelevante (citando como exemplo
balana eletrnica digital com display digital, ora no existe no mercado uma balana eletrnica
digital que contenha display analgico), 11 eram excessivas (descreveram um produto que reunia
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caractersticas de dois ou mais produtos e com isso criaram uma descrio que no era
atendido por nenhum outro. Detectou-se tambm a descrio de oito produtos que apenas um
fabricante atenderia e, portanto, deveria haver um processo de inexigibilidade.
Dos equipamentos descritos, seis eram importados e tiveram seu levantamento de preos
feito em uma poca que o dlar operava em um patamar inferior ao dia do certame. Por isso, os
preos ofertados foram acima dos estimados. Para completar a anlise, dois itens de um
fabricante estrangeiro j no era mais comercializado no Brasil.
Outro ponto tambm observado foi falha na definio das regras da disputa (Edital).
Analisando o mesmo processo, todos os itens foram descritos em lotes separados, onde cada item
corresponderia a um lote. Alguns itens eram materiais de consumo e outros eram equipamentos.
Na especificao da garantia, hora foi mencionado que a mesma deveria ser on site47 prestada
no local de entrega dos materiais e equipamentos e em outro momento mencionava que a
garantia deveria ser de balco48. Esta indefinio gera o clculo diferenciado de preos ente
concorrentes, podendo apresentar um oramento superior em que o licitante fique desclassificado
ou inferior em que o licitante no tenha condio de viabilidade econmica para atender.
Na Ata da Sesso, foram observadas algumas reclamaes por parte dos licitantes quanto
s restries excessivas. Estas falhas so causadas por erro da unidade demandante, em querer
escolher antecipadamente um produto ou servio especfico. A unidade demandante descreve
o produto/servio e no um produto/servio. As caractersticas so excessivas a ponto de
apenas um tipo/marca de produto/servio se adequar ao instrumento convocatrio. Isso acaba
restringindo a competitividade e fere o princpio da isonomia.
Pelo menos dois itens que foram descritos, foram questionados pelos participantes do
certame quanto restrio excessiva. Os itens descreviam um determinado produto de uma
determinada marca, direcionando a licitao, o que proibido por lei. Na descrio de ambos foi
exigida uma especificao irrelevante, que restringia a apenas um produto, sendo que pelo menos
mais trs marcas poderiam participar da disputa de preos. No caso analisado, o prejuzo s no
foi maior, porque o pregoeiro aceitou a reclamao dos excludos e liberou a participao das
outras trs marcas, visando a finalidade do resultado esperado.
47
Modalidade de garantia On Site: Modalidade em que o cliente ser atendido no local (endereo onde foi entregue
o equipamento).
48
Modalidade de garantia balco: Modalidade em que o cliente leva o equipamento at a sede da assistncia tcnica
para atendimento.
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licitao; inverso das fases da sesso da Lei 8.666/1993 para adequao igual ao Prego e
reviso dos valores da dispensa de licitao; e extino da modalidade convite.
5. CONCLUSO
A Administrao Pblica veio evoluindo lentamente do modelo patrimonialista ao
gerencial no decorrer do tempo. Essa evoluo em passos curtos, se compararmos com os pases
considerados mais desenvolvidos economicamente, proporcionou avanos em diversas reas da
gesto, em especial na gesto das aquisies governamentais.
A malemolncia na elaborao de um termo de referncia ou projeto bsico causou
diversos erros (ou possvel fraude) durante o certame licitatrio, causando dvidas, incertezas e
possveis prejuzos aos licitantes e ao Errio, ficando os responsveis pela gesto, sujeitos a
processos administrativos, cveis e criminais.
Para que as boas prticas sejam almejadas, sugere-se primeiramente um recrutamento e a
seleo de colaboradores que estejam cientes e comprometidos com a excelncia da Gesto
Pblica, em especial na rea de aquisies. Pelo fato da legislao evoluir ao longo do tempo,
recomenda-se aos gestores que mantenham a capacitao/para qualificao constante dos
servidores da rea, com isso evitando danos futuros.
Dependendo do tamanho e complexidade do rgo (como este em estudo), sugere-se
tambm a criao de um setor especfico que possa orientar os setores demandantes na
elaborao de termo de referncia ou projeto bsico, que fazendo intermediao entre unidade
demandante e unidade de licitao. Espera-se com isso a reduo de vrios problemas pontuais,
em especial, os vinculados descrio do objeto, pesquisa de preos, prazos e condies
especiais. Por fim, recomenda-se a aquisio de sistema e mudanas internas para a prtica da
virtualizao de processos, a fim de dar celeridade e transparncia no certame.
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REFERNCIAS
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11
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Julho de 2002. Disponvel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10520.htm>.
Acesso em 13 Jan. 2015.
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1 INTRODUO
Com o passar dos anos, o Estado percebeu que as disfunes do modelo burocrtico de
gesto comearam a engessar o funcionamento da mquina pblica, levando os governantes a
buscarem novas e adaptveis estratgias advindas das organizaes privadas, visto que estas
transmitem a imagem do pice da eficincia, eficcia e efetividade. Adotou-se ento o
gerencialismo na Administrao Pblica, visando extirpao do modelo patrimonialista ainda
existente e o reajuste das intercorrncias do modelo burocrtico, bem como prestao de um
servio efetivo e de qualidade para toda a sociedade.
Assim, mediante a adoo de novas polticas em prol da coletiva, os gestores pblicos
vislumbraram nas Parcerias Pblico-Privadas, uma opo para a efetivao de melhorias no
sistema pblico de prestao de servio. As PPPs surgiram no Brasil h pouco tempo, sendo
Minas Gerais o estado precursor deste modelo, por meio da Lei Estadual n 14.686, de Dezembro
de 2003. No entanto, tais parcerias s foram mais adiante a partir da Lei n 11.079, de 30 de
Dezembro de 2004, decorrente do governo federal. Rondnia tambm se compatibilizou com
esse cenrio atravs da Lei Complementar n 609, de 18 de fevereiro de 2011, que institui as
PPPs. Com base nessa perspectiva, o objetivo geral desta pesquisa estudar a gesto da Parceria
Pblico-Privada da atividade porturia rondoniense, identificando os critrios utilizados para a
parceria pblico-privada e efetuando a anlise TOWS (Threats, Opportunities, Weaknesses and
Strenghts) referente aos critrios identificados, para propor um mtodo inovador visando a
maximizao da eficincia na Parceria estabelecida.
Para discutir e alcanar esses objetivos sobre a parceria pblico-privada, esse artigo, por
conseguinte, encontra-se estruturado em cinco sees alm dessa introduo. A segunda seo
trata da fundamentao terica e conceitual sobre o modelo burocrtico, o gerencialismo na
administrao pblica, a legislao aplicvel e a anlise TOWS. Na terceira seo apresenta-se a
metodologia empregada com a coleta de dados in loco e entrevistas com o gestor responsvel, no
mbito porturio de Rondnia, e em seguida so realizadas as anlises dos resultados
possibilitando o confronto entre os elementos analisados na organizao em estudo com as
teorias apresentadas na reviso terica e conceitual, na quarta seo. E, por fim apresentam-se as
consideraes finais.
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Meritocracia
Eficincia
Foco nos processos,
nos meios
Descrio
Gerencialismo
Caracterstica
Descrio
Controle
interno
e
externo
efetuados aps a efetivao da
ao; Confiana parcial.
Reconhecimento
do
bom
desempenho a partir de critrios
objetivos e pr-estabelecidos.
Total consecuo dos objetivos
atravs da menor utilizao
possvel de recursos.
Viso voltada para o resultado final
oferecido de um processo bem
desenvolvido.
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3. METODOLOGIA
Adotou-se a metodologia de estudo de caso para esta pesquisa, embasando-se no descrito
por Veda, Arajo e Garcia (2014) de que o estudo de caso envolve uma anlise emprica que
investiga um determinado fenmeno, geralmente contemporneo, quando as fronteiras entre o
fenmeno e o contexto que ele se insere no so claramente definidas. Destarte, foi efetuada uma
pesquisa de campo para visualizar as possveis parcerias pblico-privadas PPPs, e
compreender qual o papel desenvolvido pela organizao responsvel pela atividade porturia
rondoniense, alm de entrevista com o gestor da Unidade e posteriores visitas para
aprofundamento e esclarecimento de alguns questionamentos.
No que diz respeito aos procedimentos metodolgicos (Figura 1) condizentes ao estudo, a
pesquisa bibliogrfica implantada foi discorrida atravs do levantamento de informaes em
artigos cientficos, pesquisas recentes com temas e objetos anlogos e nas legislaes
regulamentadoras e pertinentes aos procedimentos de PPPs, uma vez que a pesquisa
bibliogrfica possibilita o pesquisador estar em contato com outros tericos e pesquisas j
realizadas sobre o assunto (OLIVEIRA et. al., 2014).
Figura 1: Procedimento Metodolgico.
Coleta de Dados
Entrevistas
Leitura e Seleo
dos Contedos
Elaborao da
Reviso Terica
2. Estudo de Caso
1. Levantamento Bibliogrfico
Busca de
Referncias
Visitas de
Observao
Anlise de
Informaes
Crtica e
Relatrio
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Levantamento
Bibliogrfico
Busca de
Referncias
Leitura e Seleo
dos Contedos
Elaborao da
Reviso Terica
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4. RESULTADOS
Os resultados obtidos foram pesquisados em uma empresa pblica, criada em 14 de julho
de 1997 atravs da Lei n 729 com personalidade jurdica de direito privado, autonomia
administrativa, tcnica, patrimonial e financeira, que tem por finalidade executar a poltica
estadual de transporte aquavirio, abrangendo a implantao, construo, manuteno e
melhorias de portos, hidrovias e vias navegveis.
4.1 IDENTIFICAO DOS CRITRIOS UTILIZADOS PARA A PARCERIA PBLICOPRIVADA PORTURIA RONDONIENSE
Considerando que a Administrao Pblica, independente de ser direta ou indireta, regese pela estrita legalidade, podendo desenvolver somente o que est expresso em norma legal,
com os critrios utilizados para a parceria pblico-privada porturia rondoniense no seria
diferente, como pode ser constado no Quadro 3, abaixo:
Lei n 11.079/04
Critrios
Os critrios estabelecidos nas leis que tratam sobre as concesses e a parceria pblicoprivada no so taxativos, tendo em vista que so leis de carter geral, onde cada Estado
determinar lei especfica para tratar do tema, a exemplo da Lei Complementar n 609, de 18 de
fevereiro de 2011, a qual institui no mbito do Estado de Rondnia o Programa de Parcerias
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Justificativa para o
projeto.
02
Prioridade do projeto.
03
Delimitao do escopo
do projeto.
04
05
06
07
08
09
10
Descrio
Descrever a justificativa da convenincia e da oportunidade do
lanamento do projeto por meio de PPP, indicando qual estudo
apresentou a justificativa mais abrangente do ponto de vista
tcnico, legal e econmico-financeiro.
Descrever as razes governamentais que levaram contratao
por meio de PPP, indicando qual estudo abordou o assunto em
linha com as prioridades governamentais.
Indicar qual estudo delimitou de modo mais adequado o escopo
do projeto, observando que o contrato de PPP uma contratao
por resultados, ou seja, verificando se a modelagem apresentada
mostra qual escopo desdobrado.
Mostrar qual estudo apresentou com mais detalhes e
aprofundamento os servios e atividades associadas ao projeto,
com a criao de Caderno de Encargos da Concessionria.
Apontar qual estudo trouxe a mais clara definio do padro de
qualidade dos servios requeridos no projeto, com a criao de
um Quadro de Indicadores de Desempenho e Sistema de
Mensurao do Desempenho do parceiro privado, para
mensurao peridica, mtricas de adequao.
Indicar se, com a modelagem escolhida haver potenciais
interessados pelo projeto, observando que a atratividade do
projeto resulta de diversos fatores, entre eles, a razovel certeza
jurdica, a transferncia de risco justa para a remunerao
sugerida, a viabilidade tcnica da prestao.
Identificao dos
servios e atividades
associadas ao projeto.
Definio do padro de
qualidade dos servios
e de critrios objetivos
de mensurao do
desempenho.
Competio para
acesso ao mercado.
Viabilidade jurdica da
delegao dos servios
particulares e
necessidade de
proposio de novos
instrumentos legais.
Considerao dos
requisitos ambientais e
indicao das diretrizes
para o licenciamento do
projeto.
Estimativa da
contraprestao que
viabiliza o projeto e
suporta a captao de
financiamentos.
Projeo do impacto
oramentriofinanceiro nos
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exerccios em que
vigorar o contrato de
PPP.
11
Parecer sobre a
consolidao do
contrato de PPP nas
contas pblicas.
12
Planejamento do
processo licitatrio.
Percebe-se, ento, que so doze os critrios identificados que devem ser utilizados para a
consecuo de uma PPP no mbito da atividade porturia rondoniense, sendo que primeiramente
a instituio deve elaborar o Procedimento da Manifestao de Interesse.
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Essencialmente,
compreende-se
que
os
critrios
estabelecidos
mediante
as
Elementos Externos
Oportunidades
(O)
Ameaas (T)
Foras (S)
Fraquezas (W)
Buscar auxlios de
instituies que so
referncias mundiais para
amadurecer a legislao
do Estado de Rondnia
em consonncia com o
cenrio efetivo de
implantao de uma PPP.
Solicitar
acompanhamento dos
rgos de controle para
avaliao do
estabelecimento das
Parcerias PblicoPrivadas com o intuito de
definir polticas para
combater os riscos.
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( )Probabilidade de
Ocorrncia ( + )
4
2
1
( ) Impacto ( + )
Em consonncia com Joel (2014), a matriz auxilia na tomada de deciso em relao aos
riscos, que dever priorizar os riscos positivos e negativos de maior severidade. Ademais,
existem quatro reas na matriz correspondentes s aes que devem ser tomadas, que foram
sintetizadas no Quadro 6 a seguir.
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Ao
Descrio
01
Aceitar
02
Mitigar
03
Transferir
/Compartilhar
04
Eliminar /Evitar
O clculo que dever ser efetuado para verificao da rea correspondente ao risco de
acordo com a atribuio numrica relativa probabilidade e ao impacto, ou seja, a critrio do
usurio desta ferramenta. Suponha-se que as notas dos riscos vo de um a quatro,
correspondendo o nmero um ao menor impacto e baixa probabilidade de ocorrncia enquanto
o nmero quatro est se referindo ao mximo de impacto e probabilidade de ocorrncia.
Desta forma, o estopim da multiplicao entre os dois fatores ser dezesseis e o menor
resultado ser um. Ento caso seja atribudo nota quatro s duas variveis consideradas para
elaborao da matriz do risco, a rea de abrangncia ser a quarta, em que o risco dever ser
eliminado ou evitado, por haver uma grande probabilidade de ocorrncia e um alto impacto se
ele vier a efetivar-se. De outro modo, se o resultado for um, a rea de classificao desse risco
ser a primeira, em que no possvel ou no h interesse em implementar uma ao especfica
de combate ao risco, por ser tanto a ao preventiva quanto corretiva mais dispendiosa que o
prprio fator de risco.
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5. CONCLUSO
inegvel que o instrumento gerencial denominado Parceiro Pblico-Privada ainda est
tendo suas nuances observadas e desvendadas pela Administrao Pblica Rondoniense, basta
verificar as datas em que a legislao estadual que rege essa concesso foi publicada. No que
condiz efetivao dessas parcerias na atividade porturia de Rondnia, pode-se afirmar que
ainda no houve a sua consolidao.
Por outro lado, durante a entrevista e as visitas, ficou evidenciado que est sendo
desenvolvido e estudado um Procedimento da Manifestao de Interesse para a construo de um
Porto Hidrovirio, o qual se encaixar em todos os requisitos exigidos para que ocorra uma PPP.
Porm, o que foi verificado in loco que grande parte das concesses, so na verdade
permisses e acordos sui generis que beneficiam mais a Administrao que o particular
envolvido, com valores de baixo vulto quando assemelhados aos valores da PPP.
No que concerne ao objetivo geral de estudar a gesto da Parceria Pblico-Privada da
atividade porturia rondoniense, conclui-se que ele foi alcanado, apesar de no existir uma PPP
no escopo estabelecido nas legislaes estaduais e federais, e sim meros prospectos de parcerias
pblico-privadas. Contudo, ressaltou-se a identificao dos critrios utilizados para a consecuo
de PPPs, mesmo que pautado somente no mundo jurdico.
Mediante a Anlise TOWS efetuada, depreendeu-se que o escopo de uma estratgia
adequada para o Poder Pblico engloba termos de cooperao e demais parcerias para o
compartilhamento de conhecimentos e boas prticas adotadas no gerenciamento dos interesses
coletivos. Por fim, grande xito se obteve na proposta de um mtodo inovador para maximizar a
eficincia das PPPs, haja vista que o ciclo de aes que combatam os possveis riscos durante o
desenrolar da Parceria Pblico-Privada se encaixa com a metodologia implementada para o seu
planejamento, a qual a utilizao de projetos que so esforos temporrios empreendidos para
criar um produto, servio ou resultado exclusivo assim como tende a resguardar os gestores e a
manter a probidade administrativa.
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1 INTRODUO
Desde a pr-histria, de acordo com registros arqueolgicos, existe o hbito de se enterrar
os mortos, ou cobri-los com pedras. H evidncias de que comunidades neandertais enterravam
seus mortos. Os terrenos destinados apenas ao sepultamento dos mortos teriam sido
implementados pelos primeiros cristos. O costume de enterrar os cristos mortos nas igrejas ou
em suas imediaes comeou durante a Idade Mdia (SILVA & FILHO, 2009). Assim como o
nascer, a morte faz parte do processo de vida do ser humano. Portanto, algo extremamente
natural do ponto de vista biolgico (COMBINATO & QUEIROZ, 2006). Entretanto, alguns
requisitos so necessrios para a prtica de enterramentos dos corpos, conforme as Resolues
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n 335, n368 e n 402 (BRASIL, 2003,
2006, 2008).
Os cemitrios so fontes potenciais de contaminao ambiental, principalmente, quanto
ao risco de contaminao das guas subterrneas e superficiais proveniente dos processos de
decomposio dos corpos. Esta gua contaminada frequentemente acaba sendo utilizada pela
populao vizinha s necrpoles (PACHECO, 2007). Devido ao um processo de urbanizao
intenso e descontrolado, atualmente comum encontrar cemitrios totalmente integrados
malha urbana. As Resolues CONAMA n 335, n. 368 e n. 402 (BRASIL, 2003, 2006, 2008),
regulamentam e estabelecem critrios mnimos que devem ser integralmente cumpridos na
confeco dos projetos de sua implantao, como forma de garantir a decomposio normal do
corpo e proteger as guas subterrneas da infiltrao do necrochorume e consequente
contaminao do solo.
As pesquisas relacionadas a contaminao por necrochorume e suas propriedades fsicoqumicas so muito escassas o que dificulta a melhor compreenso do fenmeno, principalmente
para a populao que no relaciona esse fato como um impacto negativo. Diante desta realidade,
torna-se necessrio um estudo que avalie o impacto gerado por estas fontes poluidoras.
A populao guajaramirense carece de informaes sobre os impactos do necrochorume
para o solo e para a gua. Segundo a Prefeitura Municipal Guajar-Mirim, a rea do cemitrio
de 22.500 m2 (GUAJAR-MIRIM, 2015). No entorno residem muitas famlias de classe baixa e
todos utilizam de poos residenciais rasos, que podem estar contaminados pela proximidade do
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cemitrio. O cenrio atual de uma pequena rea onde atualmente no h mais espao para o
sepultamento. Alm disso, apresenta mau cheiro em alguns perodos do ano.
No ano de 2007, a Justia, ingressou com Ao Civil Pblica Ambiental Cautelar, para
cessar os sepultamentos no Cemitrio Santa Cruz, em Guajar-Mirim. Foi fixada uma multa de
R$ 5.000,00 (Cinco mil reais) para cada sepultamento realizado, em caso de descumprimento da
determinao; tendo como o objetivo prevenir o agravamento da degradao ambiental j
verificada, em virtude do abandono e da superlotao do nico cemitrio do municpio
(Rondonoticias, 2012). De acordo com o laudo pericial, as covas do cemitrio no apresentam
dimenso e profundidade adequadas, sendo abertas com um metro de largura e dois metros de
comprimento. Segundo a legislao do Art. 5, no inciso e IV das Resolues CONAMA 335/03
determinam que devero ser atendidas, entre outras, as seguintes exigncias para os cemitrios
Horizontais: [...] IV - a rea de sepultamento dever manter um recuo mnimo de cinco metros
em relao ao permetro do cemitrio, recuo que dever ser ampliado, caso necessrio, em
funo da caracterizao hidrogeologia da rea.
Ao analisar as exigncias e dimenses atual do cemitrio Santa Cruz, constatou-se que
comportariam cerca de 3.600 sepulturas, porm conta atualmente com 5.061 tmulos. Para
solucionar o problema, a Prefeitura adquiriu uma rea de terra onde ser construdo o novo
cemitrio, porm at a presente data as obras no tiveram incio. O novo cemitrio ficar
localizado numa rea na Rodovia BR 425, prximo ao Campus da Universidade Federal de
Rondnia (UNIR), campus local. O terreno foi doado pela Prefeitura e possui rea total
equivalente a 48.400 m2 (GUAJAR-MIRIM, 2012).
Com base nesse cenrio, esta pesquisa foi norteada pela problematizao que ocorre no
nico cemitrio existente na cidade e que desde 192349 est em atividade. Portanto, o objetivo
geral deste estudo foi realizar um levantamento sobre os possveis impactos gerados por essa
atividade de sepultamento ou enterramento dos corpos e como objetivo especfico, verificar qual
a percepo da populao no entorno do Cemitrio Municipal de Guajar Mirim sobre os riscos
ambientais, e analisar a percepo de qualidade de vida e do meio ambiente, ecologicamente
49
Tomou-se como referncia essa data, conforme descrito na sepultura mais antiga. H informaes de que esse cemitrio exista
desde a poca das primeiras tentativas da construo da Estrada de Ferro Madeira Mamor (1878) (Comunicao Pessoal),
quando o mesmo ficava distante da rea urbana da cidade.
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BREVE
HISTRICO
DO
MUNICPIO
DE
GUAJAR-MIRIM/RONDNIA:
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Nesse perodo foram realizados 5.956 sepultamentos. Esse total pode variar ainda mais,
uma vez que muitas pessoas realizam o sepultamento sem pagar a guia de recolhimento, por isso
no so registrados. A partir de 2007, o Ministrio Pblico Estadual comeou a cobrar o controle
da Prefeitura Municipal.
Localizada a sudoeste do Estado de Rondnia, fronteira com a Bolvia, a cidade apresenta
dois tipos de clima, o equatorial supermido e a transio tropical continental. A rea da unidade
territorial Km2 e de 24.855,724 (IBGE, 2013). A Figura 1 apresenta a cidade de Guajar-Mirim e
de sua localizao no mapa brasileiro.
At o incio do sculo XIX, Guajar-Mirim era apenas uma indicao geogrfica para
designar o ponto brasileiro povoao boliviana de Guayaramerin (HUGO, 1991). Naquela
poca, a povoao era conhecida como Esperidio Marques (GUAJAR MIRIM, 2011).
Segundo a mesma fonte, em 17 de novembro de 1903, com a assinatura do Tratado de Petrpolis
com a Bolvia, o Brasil se comprometia a construir uma estrada de ferro, ligando os portos de
Santo Antnio do Rio Madeira, em Porto Velho, ao de Guajar-Mirim, no Rio Mamor,
destinada ao escoamento dos produtos bolivianos.
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sepulturas deve manter uma distncia mnima de 1,5m do lenol fretico e, se no for
possvel manter essa distncia ou se as condies do solo no forem apropriadas, os
sepultamentos devem ser feitos acima do nvel natural do terreno, para reduzir o risco
de contaminao entre outras exigncias. (BRASIL, 2003).
Alm das substncias liberadas pelo corpo humano, existem tambm as substncias
qumicas liberadas pelos caixes que so utilizadas para conservao dos corpos.
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3 METODOLOGIA
A natureza da pesquisa bsica, visto que objetiva gerar conhecimentos novos para
avano da cincia, sem aplicao prtica prevista. A forma de abordagem considerada qualiquanti, visto que a pesquisa quantitativa: considera que tudo quantificvel, o que significa
traduzir opinies e nmeros em informaes as quais sero classificadas e analisadas. Pesquisa
qualitativa: considera que existe uma relao entre o mundo e o sujeito que no pode ser
traduzida em nmeros; a pesquisa descritiva, o pesquisador tende a analisar seus dados
indutivamente.
Do ponto de vista dos objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva: objetiva descrever as
caractersticas de certa populao ou fenmeno, ou estabelecer relaes entre variveis;
envolvem tcnicas de coleta de dados padronizadas (questionrio, observao); assume em geral
a forma de levantamento. Quanto aos procedimentos tcnicos bibliogrfica e de levantamento,
visto que pesquisa que envolve questionamento direto das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer (GIL, 2003).
A pesquisa foi realizada no bairro Tamandar, com os moradores do entorno do
Cemitrio Municipal Santa Cruz, no Municpio de Guajar-Mirim, situado na zona oeste, e est
localizado na rea urbana, entre as avenidas Quintino Bocaiva e Pimenta Bueno. Importante
ressaltar que o Cemitrio Santa Cruz pblico, e atualmente funciona operando h
aproximadamente 90 anos, somente h 6 anos foi considerado como problemtica social devido
a lotao e pela falta de espao para novos enterramentos (Ao Civil Pblica Ambiental
Cautelar/2007).
A pesquisa foi realizada com 80 moradores, os critrios de escolha dos participantes
foram os residentes no entorno do cemitrio Santa Cruz de Guajar-Mirim com a participao de
pessoas com idade de 18 a 60 anos, de ambos os sexos. Essa amostra representa 2,37% da
populao do bairro Tamandar.
Na Figura 1A, apresenta a localizao do Cemitrio Municipal na referida cidade e na
Figura 1B, apresenta-se o mapa de Rondnia, e a localizao do Municpio.
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Municpio.
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4 ANLISE E DISCUSSO
A populao consultada foi composta por 80 moradores no entorno do Cemitrio
Municipal Santa Cruz, sendo aproximadamente 61% de mulheres e 39% de homens, distribudos
na faixa etria de 18 a 60 anos (Tabela 1).
Tabela 1- Dados Populacionais por Gnero e Faixa Etria no Entorno do Cemitrio Santa Cruz.
Idade
Homens
Mulheres
Total
Frequncia %
18 a 30
06
15
21
26
31 a 40
08
11
19
24
41 a 50
09
12
21
26
51 a 59
06
08
14
18
Acima de 60
02
03
05
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Quanto ao grau de instruo, no total tm-se 60% os que esto na faixa entre o
analfabetismo e o ensino fundamental, sendo que 11% com ensino mdio incompleto e 29% dos
moradores possuem ensino mdio ou completo superior completo (Grfico 3).
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entorno do cemitrio, 10% est h menos de 1 ano, 20% entre 1 e 5 anos, 24% entre 5 e 10 anos
e 46% acima de 10 anos.
Durante a visitao ao local de estudo foram levantadas algumas possibilidades de
impactos na qualidade do ar. Segundo relatos dos moradores, a rea do Cemitrio Municipal
exala um mau cheiro decorrente das atividades na exumao e decomposio dos corpos. Os
moradores do entorno no Cemitrio Municipal Santa Cruz afirmam que o odor ftido pode ser
sentido quando a temperatura est alta e quando h vento. Quanto forma de abastecimento de
gua potvel da populao consultada no entorno do cemitrio fica distribudo da seguinte
forma: 64% utilizam poos residenciais rasos e 36% utilizam o Abastecimento da Companhia de
guas e Esgotos do Estado de Rondnia.
A competncia para legislar sobre os cemitrios do municpio que cabe legislar sobre os
assuntos de interesse local (art. 30, I, BRASIL 1988). Portanto, cabe aos municpios estabelecer
normas disciplinando toda matria referente aos cemitrios. Sabe-se que os cemitrios so fontes
potenciais de contaminao do lenol fretico e, como tal, grande agente propagador de doenas
atravs do necrochorume.
Observa-se que o Poder Pblico local ainda no se adequou legislao ambiental do
cemitrio existente, e tambm no divulgou estudos sobre a rea da futura instalao; sendo que
o novo cenrio poder estar no mesmo nvel de impacto social e ambiental. A implantao desse
novo cemitrio dever ser realizada de forma criteriosa para garantir a manuteno da qualidade
ambiental sendo necessrio estudos geolgicos e sanitrios da nova rea e a verificao das
possibilidades de contaminao do solo e da gua.
Aps a visita in loco (2015) juntamente com o conhecimento adquirido previamente
atravs de estudos e pesquisas sobre o assunto, pode-se concluir que o Cemitrio Municipal
Santa Cruz ainda no est de acordo s novas normas e exigncias legais e ambientais do
CONAMA. Contudo, apesar da sua localizao e da proximidade junto populao do entorno,
a percepo desses moradores quanto a essa atividade de sepultamento de um local como outro
qualquer, apesar de ser caracterizado como uma atividade altamente contaminante.
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5 CONCLUSO
Este artigo buscou estabelecer comentrios preliminares sobre os problemas ambientais
ocasionados pelos cemitrios e apontar os impactos ocasionados ao meio ambiente e a sociedade
que pode contrair diversas doenas atravs da contaminao do lenol fretico por
necrochorume. Procurou-se caracterizar de forma efetiva o Cemitrio Municipal Santa Cruz em
Guajar-Mirim, a fim de que se possa identificar e analisar os problemas ambientais que esto
acontecendo tanto no meio social como ambiental.
Importante dizer que existe a necessidade do monitoramento contnuo do solo, da gua de
superfcie e subsuperfcie do referido cemitrio, pois o mesmo configura como fonte potencial de
contaminao. H necessidade em se fazer anlises da gua dos poos, principalmente os que
ficam na divisa do cemitrio. No foi possvel fazer a anlise fsica, qumica e biolgica e a falta
dela no permiti estabelecer um vnculo preciso quanto qualidade do solo e da gua.
Assim, imprescindvel que se considere a implementao de um monitoramento sob o
aspecto legal do tema, mas para tal, faz-se necessrio uma investigao que oferea resposta a
toda a sociedade, e que o Poder Pblico possa fazer cumprir a legislao para que no continue
impactando de forma negativa o meio ambiente.
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1 INTRODUO
Os produtos naturais so utilizados pela humanidade desde tempos imemorveis. A busca
por alivio e cura de uma doena pela ingesto de ervas e folha talvez tenha sido uma das
primeiras formas de utilizao dos produtos naturais. A histria do desenvolvimento das
civilizaes Oriental e Ocidental rica em exemplos da utilizao de recursos naturais na
medicina, no controle de pragas e em mecanismo de defesa, merecendo destaque a civilizao
Egpcia, Greco-romana e Chinesa. A medicina tradicional chinesa desenvolveu-se com tal
grandiosidade e eficincia que at hoje muitas espcies e preparados vegetais medicinais so
estudados na busca pelo entendimento de seu mecanismo de ao e no isolamento dos princpios
ativos (VIEGAS et al., 2006).
O uso de plantas no tratamento e na cura de enfermidades to antigo quanto espcie
humana, tendo o conhecimento popular grande contribuio para divulgao das virtudes
teraputicas obtidas a partir do uso destas plantas. Assim, esse conhecimento representa, muitas
vezes, um recurso teraputico para muitas comunidades e grupos tnicos que no dispem de
acesso a outros tratamentos disponveis pela medicina ou que a preferem em relao medicina
tradicional por questes culturais (MACIEL et al., 2002).
A famlia Solanaceae uma das maiores entre as Angiospermas existentes, com cerca de
2.300 espcies subordinadas a 96 gneros. Sua distribuio geogrfica est concentrada
principalmente na Amrica do Sul. No Brasil, ela apresenta grande diversidade e endemismo
tendo sua ocorrncia desde a Amaznia ao Sul do pas, alm de possuir vrias espcies com
atribuies ornamentais, medicinais e nutricionais (SOARES et al., 2007).
O principal gnero da famlia Solanaceae o gnero Solanum, considerado um dos mais
amplos e complexos entre as Angiospermas, sendo constitudos por cerca de 1.500 espcies e
pelo menos 5.000 eptetos j descritos (SILVA et al., 2005). Este gnero bem representado no
Brasil com cerca de 350 espcies (SILVA et al., 2008), amplamente distribudo do Norte ao
Sul em vrios tipos de ecossistemas (SILVA et.al., 2005).
A Solanum palinacanthum Dunal, planta anual, herbcea, ramificada, caule, densamente
armados de acleos verdes-amarelados, com 50-80 cm de altura, frutos txicos, flores de
colorao lils, nativa do Brasil (SOARES, 2009). Espcie exclusiva da Amrica do Sul, com
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distribuio no Brasil (com distribuio ampla, ocorrendo desde o norte at o sul do pas),
Bolvia, Paraguai e Argentina, em altitudes abaixo 1.200 m (NEE, 1991).
Estudos comprovam que o Brasil possui uma grande biodiversidade mundial, com mais
56.000 espcies de plantas, quase 19% da flora mundial se encontra, principalmente na Floresta
Amaznica, que apresenta uma das mais ricas e diversificadas do mundo, das quais muitas destas
plantas so pouco conhecidas em todos os seus aspectos (GIULIETTI et al., 2005).
Os fungos so seres encontrados nos mais diversos ambientes, tais como: vegetais, ar
atmosfrico, solo e gua. As leveduras do gnero Candida so normalmente encontradas como
membros da microbiota normal humana, podendo estar presentes nas mucosas da boca e dos
tratos digestivo, no genital urinrio de indivduos sadios, sendo capazes de desencadear o
aparecimento de infeces, chamadas candidases, principalmente em pessoas com fatores
predisponentes (COWEN et al., 2002).
Candida albicans o patgeno mais comum nas candidases cutneas e da orofaringe,
porm as espcies no albicans tm aumentado em nmero e em importncia nas candidases
vaginal e sistmica (REX et al., 2000). E, considerando essa realidade, este trabalho teve como
objetivo verificar a presena de metablitos secundrios no extrato etnolico de S.
palinacanthum e avaliar a atividade antifngica sobre C. albicans in vitro.
2 MATERIAL E MTODOS
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durante seis dias. A avaliao consistiu em medir o dimetro das colnias (mdia de duas
medidas diametralmente opostas) iniciadas aps 24 horas de incubao, perdurando os seis dias,
ou seja, at o momento em que as colnias fngicas do tratamento testemunha atingiram toda a
superfcie da placa. O delineamento estatstico utilizado foi o inteiramente casualizado, com trs
repeties por tratamento.
O produto qumico emulsificante Kasumin, um surfactante no inico, fungicida,
bactericida e antibitico sistmico vem sendo muito empregado como agente dispersante na
preparao de solues, produzindo um procedimento mais confivel na preparao do inculo.
Contudo, os surfactantes podem interagir com organismos e drogas afetando a atividade in vitro
de agentes antimicrobianos. Nenhuma quantidade padro desse agente tem sido empregada na
maioria das publicaes at agora (NASCIMENTO et al., 2008).
Os dados obtidos foram submetidos anlise de varincia e as mdias comparadas pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
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4 RESULTADOS E DISCUSSO
Verificou-se que o extrato etanlico dos caules de S. palinacanthum, apresentaram
resultados positivos utilizando os reagentes especficos para reconhecimento de alcaloides
(Mayer, Wagner e Dragendorff), glicosdeos cardiotnicos (Baljet, Raymondh, Salkowski,
Kedde, Keller-Killiani e Liebermann Burchard), de cumarinas volteis, flavonoides (acetato de
chumbo e cloreto de ferro III) saponinas, triterpenos (Liebermann-Burchard e Salkowski) e
derivados antracnicos livres (Brntraeger). Porm no foram encontrados taninos no extrato
etanolico do caule de S. palinacanthum (Tabela 1).
TABELA 1. Reconhecimento de metablitos secundrios no extrato etanlico dos caules de S.
palinacanthum.
Metablitos Secundrios
Presena/
Colorao/
Ausncia
Precipitao
Laranja
Glicosdeos Cardiotnicos
Laranja
Florescncia Rosa
Verde
Marrom
Formao de espuma
Marrom
Roxo
Com a identificao dos componentes presentes no extrato etanlico dos caules utilizando
reagentes especficos, e conclui-se que o mesmo apresenta metablitos secundrios (que so
compostos de grande interesse na medicina tradicional). Um importante fator a ser considerado
quando se realiza qualquer pesquisa envolvendo plantas medicinais e se tenta extrapolar os
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48
72
96
120
144
Mdias
Extrato vegetal
1,0a
1,2
1,4
1,7a
2,1
2,4
1,63
Produto qumico
1,2
1,6
1,9
2,4a
2,9
3,4aB
2,23
gua destilada
1,5
2,4
2,7
3,3aB
3,7aB
4,6aB
3,03aB
*Mdias seguidas de mesma letra maiscula, na coluna, e mesma letra minscula, na linha, no
diferem entre si pelo teste de Tukey (p 0,05).
Fonte: Dados obtidos atravs da aplicao da pesquisa.
Resultados semelhantes foram encontrados por Alves et al. (2005) ao testarem extratos
brutos etnlicos das folhas e frutos verdes e maduros de S. palinacanthum, observando uma
inibio do crescimento da levedura C. albicans. Alm disso, Nascimento et al. (2006) relataram
a atividade antimicrobiana in vitro de extratos vegetais de S. paniculatum Lam., sobre o
crescimento da bactria Ralstonia solanacearum.
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5 CONSIDERAES FINAIS
De acordo com o reconhecimento de metablitos secundrios os resultados demonstraram
que a espcie em estudo apresenta alcaloides, glicosdeos cardiotnicos, cumarinas volteis,
flavonoides, saponinas, triterpenos e derivados antracntricos livres. O extrato do caule de S.
palinacanthum foi eficiente sobre a inibio de crecimento de C. albicans. Tal resultado mostra a
importncia de se usar recursos naturais no combate a fungos. Porm novas metodologias e
concentraes devem ser testadas para verificar a eficcia in vivo.
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1 INTRODUO
Atualmente, a Administrao Pblica tem buscado meios mais eficientes e eficazes para
atender as demandas crescentes da sociedade. Com a administrao gerencial, novas aes tm
sido desenvolvidas para melhor satisfazer as necessidades coletivas como segurana, sade,
educao e cultura. Para isso, o gestor pblico deve, alm de agir de forma tica e transparente,
estar revestido de boa capacidade tcnica para agir com o objetivo de otimizar e expandir os
servios pblicos com nfase na eficincia, na qualidade e no efetivo desenvolvimento da
democracia. Ou seja, deve estar preparado para oferecer bens e servios com qualidade, com os
menores custos possveis e sempre visando o bem comum da sociedade.
Com a atribuio constitucional do Estado democrtico de Direito, o TJRO uma
instituio que tem como finalidade julgar as demandas sociais sob sua jurisdio e competncia,
que abarca todas as causas de natureza cvel, criminal, penal-militar, tributria, familiar,
sucessria, e, ainda, causas de natureza trabalhista, nas comarcas onde a Justia do Trabalho no
se faz presente. O TJRO, atravs do seu Planejamento Estratgico50, que abarca o horizonte
temporal de 2010 at 2018, aprovado atravs da Resoluo n. 014/2009-PR, publicada do Dirio
da Justia n. 234/2009, de 18/12/2009, declara que tem por Misso enquanto Instituio
oferecer sociedade efetivo acesso Justia, e para o cumprimento desta misso, o TJRO est
norteado pela seguinte Viso de Futuro: Ser uma Instituio acessvel, que promova Justia
com celeridade, qualidade e transparncia. Alm disso, o TJRO mantm como Valores os
seguintes elementos: acessibilidade; tica; imparcialidade; modernidade; probidade; e
responsabilidade social e ambiental.
Na busca constante pela excelncia na prestao de servios jurisdicionais, o Tribunal de
Justia do Estado de Rondnia enfrenta inmeras dificuldades, tais como a quantidade deficitria
de serventurios e, ainda, a limitao de recursos oramentrios, razo pela qual se fazem
necessrias a racionalizao e otimizao dos esforos da Administrao para atender, de
maneira clere, a toda a nova demanda que s aumenta a cada dia.
Dessa forma, no h como oferecer bens e servios com eficincia e qualidade sem que
se proceda a um bom planejamento para garantir melhor alinhamento de toda a organizao,
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gerir seus recursos disponveis, alcanar resultados mais eficazes e desenvolver meios para
mensurar esses resultados. Assim, em uma fase de planejamento da contratao, conhecida
tambm como fase interna da licitao, que se analisa a viabilidade das solues que se pretende
adquirir para atendimento das demandas sociais pela Administrao Pblica, identificando e
definindo claramente a necessidade a ser satisfeita, verificando as reais possibilidades de atendla, identificando os riscos potenciais que porventura possam afetar a contratao e garantindo
que os resultados esperados sejam vantajosos economicamente para a Administrao.
Dessa maneira, a anlise da viabilidade do contrato administrativo envolve avaliar os
benefcios do fornecimento do bem ou servio, da forma como ocorrer esse fornecimento, dos
aspectos qualitativos e quantitativos do objeto da contratao, da viabilidade econmica tendo
em vista o melhor aproveitamento dos recursos disponveis, bem como ampliar a
competitividade para que se possa decidir sobre a melhor proposta a ser apresentada no processo
licitatrio.
Um estudo de viabilidade deficiente pode implicar em perdas de recursos, devido a uma
srie de problemas na licitao ou no contrato, sujeitando at mesmo os gestores e demais
responsveis pelo planejamento da contratao a processos administrativos e penalidades
previstas em lei. Para se evitar isso, preciso que os gestores e demais tcnicos responsveis
tenham conhecimentos dos problemas e pontos de carncia que envolvem o planejamento da
contratao ou, especialmente, da anlise da viabilidade da contratao para que, com base
nessas informaes, seja possvel a tomada de medidas corretivas ou minimizadoras das
dificuldades que obstam o desenvolvimento dos planejamentos das licitaes ou das contrataes
pelo poder pblico.
com essa motivao que este estudo buscou identificar e analisar os problemas e
dificuldades na anlise da viabilidade das contrataes no Tribunal de Justia do Estado de
Rondnia (TJRO), de modo que se evidenciem pontos negativos relacionados s suas
necessidades de contratao, ao alinhamento entre os planejamentos das aquisies e seu
planejamento institucional, aos aspectos quantitativos e qualitativos para atendimento de suas
demandas, aos requisitos da contratao, s estimativas dos preos, s definies e tratamentos
dos riscos, s justificativas de escolha da soluo a ser contratada, bem como aos resultados que
se pretende obter. A partir disso, possvel desenvolver aes para uma administrao mais
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eficiente, eficaz e econmica, que gasta com responsabilidade seus recursos e que busca os
melhores resultados para seus administrados.
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2 REFERENCIAL TERICO
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O processo serve para possibilitar que a Administrao selecione uma pessoa capaz de
viabilizar a soluo que ela deseja satisfazer a sua necessidade. A seleo necessria porque,
para que a Administrao possa resolver seu problema, depender de um terceiro; para tanto,
precisar identificar qual o problema, definir a soluo para resolv-lo e encontrar um terceiro
capaz de viabilizar tal soluo. Como os recursos pblicos so gerados por toda a sociedade e a
todos pertence, a obteno de bens, obras e servios, com a sua utilizao exige que sejam
asseguradas iguais oportunidades a todos os membros da sociedade.
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viciados, ou a reabertura de outro processo, aes que nos afiguram, paralelamente aos
aspectos jurdicos envolvidos, vinculadas a objetivos institucionais, extrapolando a fase
externa da licitao.
Definir o objeto a ser licitado no tarefa fcil ao Administrador, tendo em vista que a
Lei n 8.666/1993, em seus artigos 14, 38, caput e 40, inciso I, dispe que o objeto da licitao
deve ser descrito de forma adequada e condensada. Outrossim, o objeto deve ser caracterizado de
forma a restar demonstrada a real necessidade da Administrao, com todos os atributos
indispensveis, evitando-se aqueles que sejam irrelevantes ou desnecessrios, que se reduzem
finalidade de restringir a competio. (COSTA et al., 2013, apud TOLOSA FILHO, 2010).
Com o advento da Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000, que ficou conhecida
como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabeleceu normas de finanas pblicas
voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal, muitas outras exigncias foram impostas ao
gestor pblico na conduo de processos de licitao, em especial quando existe a criao, a
expanso ou o aperfeioamento de uma ao governamental que acarrete aumento de despesa.
Nesse caso, so condies necessrias para a realizao do procedimento licitatrio: a emisso
de nota de empenho; a existncia de estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio
em que deva entrar em vigor a despesa e nos dois subsequentes; declarao do ordenador de
despesa de que o aumento tem adequao oramentria e financeira com a lei oramentria anual
(LOA), compatibilidade com o plano plurianual (PPA) e com a lei de diretrizes oramentarias
(LDO).
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Neste nterim, Vareschini (2013)52 delineia algumas razes para que se realize de maneira
estratgica o planejamento das contrataes por parte da gesto pblica, bem como enumera os
requisitos que devem ser implementados na fase de planejamento:
[...] Com efeito, as principais falhas nas contrataes decorrem da falta de
planejamento, culminado com dispensas em razo do valor fracionadas, contrataes
emergenciais por desdia, alteraes contratuais desnecessrias, dentre outros problemas
que podem ensejar a responsabilizao do gestor e de todos os envolvidos no processo.
Ainda segundo Vareschini (2013), a melhor forma de evitar esses problemas por meio
de um acurado planejamento, que permita entidade: identificar suas principais necessidades,
englobando objetos de mesma natureza que possam ser licitados conjuntamente; definir
adequadamente os quantitativos que sero necessrios para atender a demanda, primando-se pela
economia de escala e evitando-se tanto o excesso quanto a falta; constatar o cabimento do
Sistema de Registro de Preos, em face do objeto, da periodicidade da contratao e das
condies de fornecimento e/ou execuo, luz dos parmetros definidos nos arts. 4, VII e 33
do Regulamento de Licitaes e Contratos; delimitar adequadamente o objeto, definindo as
caractersticas mnimas que atendam a necessidade, sem restringir indevidamente a
competitividade; realizar ampla pesquisa de mercado para estimar o preo da contratao, a fim
de se constatar a existncia de recursos oramentrios, bem como para que a Comisso de
Licitao tenha parmetros para desclassificar propostas excessivas ou inexequveis; (...)
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controles para o planejamento da contratao.
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3 METODOLOGIA
O estudo ora relatado foi conduzido a partir de uma abordagem qualitativa, utilizando-se
como amostra quatro setores administrativos do Tribunal de Justia de Rondnia. Utilizou-se
como procedimento o levantamento de dados mediante a aplicao de um questionrio contendo
seis perguntas acerca dos problemas e dificuldades no processo de contratao. Destarte, os
questionrios de mltipla escolha, foram aplicados a gestores e servidores que trabalham com o
planejamento da contratao, fase em que se analisa a viabilidade da contratao, de acordo com
as necessidades de suas respectivas unidades. As perguntas foram elaboradas de maneira a
possibilitar um grau de uniformidade das respostas, mas permitindo que os respondentes
pudessem emitir comentrios acerca da questo com a qual no se identificasse com nenhuma
das opes de respostas.
Buscou-se por meio dos questionrios conhecer quais as dificuldades percebidas pelos
envolvidos na fase de planejamento das contrataes e, com isso, verificar possveis relaes
entre esses problemas identificados durante a anlise da viabilidade da contratao. Por isso, o
estudo objetivou identificar os obstculos percebidos, por gestores e demais setores responsveis,
durante a anlise da viabilidade das contrataes no mbito do TJRO.
Foram analisados aspectos como conhecimento das normas e jurisprudncias sobre
licitaes e contratos, de experincia dos gestores e das equipes sobre o ramo ou mercado do que
se pretende contratar, sobre a definio das necessidades do rgo a serem satisfeitas com a
contratao, sobre se h dificuldade em perceber, levantar informaes e identificar as solues
disponveis no mercado sobre solues praticadas por outros rgos e, ainda, sobre as condies
impostas pelos rgos de controle e gesto (Tribunais de Contas, Conselho Nacional de Justia e
controles internos) para contratar.
Alm disso, tentou-se identificar os obstculos na identificao, na anlise e no clculo
das probabilidades de ocorrncia de riscos que possam afetar os resultados e, da mesma forma,
identificar se h impedimentos em se definir e aes preventivas ou repressivas que possam
minimizar ou eliminar os riscos. Outras questes sobre pesquisa de mercado para melhor
definio do oramento da contratao, capacitao tcnica e profissional da equipe, atualizao
dos conhecimentos sobre normas e procedimentos aplicados ao planejamento, bem como a
relao de alinhamento entre o planejamento das contrataes e o planejamento estratgico do
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TJRO tambm foram abordadas durante a pesquisa. Dessa forma, os dados foram sintetizados de
modo que possibilitassem o fornecimento de respostas ao problema proposto para a investigao,
concomitantemente, visando proporcionar o alcance dos objetivos deste estudo.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
O estudo procurou identificar problemas e dificuldades na anlise da viabilidade da
contratao de responsabilidade dos gestores dos contratos durante a fase de planejamento da
contratao, nos setores da Diviso de Servios Gerais (DISEG), Coordenadoria de Informtica
(COINF), Diviso de Patrimnio (DIPAT) e Servio de Transportes (SET), todos setores da
atividade meio do TJRO.
Dos quatro setores pesquisados apenas o DIPAT no respondeu ao questionrio. Os
resultados obtidos identificaram que, durante a anlise da viabilidade da contratao, apenas o
SET apontou que h dificuldade em se descrever, de forma pormenorizada, as caractersticas do
objeto da contratao.
Na identificao das solues a serem contratadas para satisfao das necessidades do
rgo, o SET, a COINF e a DISEG afirmaram sofrerem problemas com imposies de condies
excessivas para contratar aplicada por outros rgos de controle e gesto como o Tribunal de
Contas e o Conselho Nacional de Justia (CNJ), sendo que, nesse caso, apenas a DISEG
especificou que essas imposies partem da Coordenadoria de Controle Interno do TJRO. A
COINF apontou ainda que, nessa fase, h a grande dificuldade em se fazer um levantamento
sobre o que outros rgos esto fazendo para satisfazer a mesma necessidade e, ainda, que no
encontram facilmente informaes de banco de dados com preos de contratos j realizados. A
DISEG percebe que outra dificuldade na identificao das solues a serem contratadas est na
deficincia do mercado em fornecer o bem ou servio de maneira satisfatria que atenda s
necessidades do rgo.
A percepo do SET, da COINF e da DISEG, durante a anlise dos riscos da contratao,
apontou que h dificuldade em se verificar possveis pontos negativos que afetem o alcance dos
resultados. Ainda nesse quesito de anlise de riscos, somente a COINF afirmou existir
dificuldades em se calcular a probabilidade de ocorrncia dos riscos encontrados, j a DISEG
assinalou as dificuldades em se definir aes preventivas a serem tomadas para reduzir ou
eliminar os pontos negativos encontrados.
Para se definir o oramento da contratao, o SET afirmou no fazer pesquisa de
mercado para auxiliar na estimativa das despesas oramentrias. A COINF e a DISEG disseram
fazer ampla pesquisa de mercado antes de definir o oramento. E, em relao capacidade
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tcnica e profissional para analisar a viabilidade das contrataes, os trs setores reconheceram a
necessidade de se atualizarem sobre as normas e procedimentos aplicados nessa fase. Porm,
apesar disso, a COINF assinalou que tem uma equipe com boa capacidade tcnica e profissional
para o tratamento da viabilidade da contratao.
No que se refere ao alinhamento do planejamento das contrataes com o planejamento
estratgico do TJRO, o SET e a DISEG percebem que apenas algumas vezes h relao entre o
planejamento da contratao e o planejamento estratgico do rgo, sendo que a DISEG ainda v
que, apesar da falta de relao entre os planejamentos, a contratao ainda agrega valor ao rgo.
A COINF informou que sempre procura alinhar o planejamento da contratao ao planejamento
estratgico do TJRO.
Dentre os problemas apontados que prejudicam a anlise da viabilidade da contratao,
destacamos os mais relevantes: a dificuldade de se proceder a uma descrio, pormenorizada, das
caractersticas do objeto a ser contratado; dificuldades de se conhecer e interpretar as normas
sobre licitaes e contratos; dificuldades para identificar as solues a serem contratadas,
principalmente a respeito da insuficincia de informaes em banco de dados sobre contratos j
realizados, dos obstculos de se levantar o que outros rgos esto fazendo para satisfazer a
mesma necessidade; problemas em se identificar, analisar e estimar a probabilidade dos riscos
dos contratos, assim como agir preventivamente sobre essas possveis ameaas; e deficincia ou
falta de alinhamento entre o planejamento da contratao e o planejamento estratgico do TJRO.
Como limitaes da pesquisa pode-se citar a quantidade de setores abrangidos pela
pesquisa. Dos 09 (nove) setores do TJRO que so responsveis pelo planejamento da contratao
e, assim, proceder a anlise da viabilidade dos contratos, apenas 04 (quatro) foram consultados,
sendo que, destes, somente 03 (trs) responderam ao questionrio. Aplicar um nico questionrio
de 06 (seis) questes, com servidores atarefados com atividades laborais e reunies do rgo
tambm outro fator que pode prejudicar os resultados da pesquisa, j que o tempo limitado para
responder s questes pode ter impedido que eles descrevessem outros problemas ou
dificuldades enfrentadas, mas que no foram previstos no questionrio. No foram identificados
tambm os bens e servios que cada setor costuma contratar, de forma que no foi possvel
verificar alguma relao entre os problemas enfrentados por eles e a complexidade tcnica das
contrataes.
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No caso das dificuldades apontadas pela COINF na identificao das solues a serem
contratadas, especialmente em relao falta ou insuficincia de informaes em banco de dados
acerca de preos de contratos j efetivados e realizao de levantamentos sobre o que outros
rgos esto fazendo para satisfazer a mesma necessidade; o TCU assinala que, para um bom
levantamento de mercado, preciso identificar a forma com que os fornecedores normalmente
implantam a soluo de TI a contratar, de modo que essa informao sirva na hora de se elaborar
o modelo de execuo do objeto, parte integrante da elaborao do termo de referncia ou do
projeto bsico (BRASIL, 2012).
Na anlise do risco, os problemas apontados pelos trs setores foram na verificao de
possveis pontos negativos que possam afetar o alcance dos resultados, na atividade de clculo
das probabilidades de ocorrncia dos riscos e na definio de aes preventivas para reduzir ou
eliminar esses riscos. A dificuldade de se identificar os riscos para o planejamento da licitao e
para o contrato j compromete as outras aes, uma vez que a partir da identificao que se faz
a descrio dos riscos para se proceder s estimativas das probabilidades de ocorrncia e dos
impactos potenciais. Aps isso, definem-se as aes preventivas, os responsveis por cada ao e
os perodos de execuo das aes de mitigao das probabilidades de ocorrncia ou impacto,
caso se concretize (BRASIL, 2012).
Esse problema normalmente est relacionado com a falta ou insuficincia de capacitao
tcnica e profissional, ou mesmo com a quantidade limitada de profissionais para promover esses
estudos. Entretanto, o estudo no identificou precisamente as causas desses problemas. Sem
definir, analisar e estimar a ocorrncia dos riscos do contrato, o contrato fica sujeito a
imprevistos que podem oner-lo, mesmo que se faa ampla pesquisa de mercado, fazendo com
que o processo licitatrio esteja sujeito a possveis recursos e nulidades, ou a execuo do
contrato sofra com constantes aditivos que acabam por comprometer todo o oramento.
Na relao entre o planejamento estratgico do TJRO e o planejamento da contratao,
observou-se que o SET e a DISEG percebem que algumas vezes existe alinhamento entre esses
dois instrumentos. J a COINF, afirmou que sempre procura alinh-los. Neste caso, a Instruo
Normativa 04/2010, em seu artigo 4, prev que os contratos devero ser precedidos de
planejamento, elaborado em harmonia com o Plano Diretor de Tecnologia da Informao,
alinhado ao planejamento estratgico do rgo ou entidade.
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5 CONCLUSES
A Administrao Pblica est adstrita aos princpios da legalidade e da eficincia,
norteadores de suas atividades precpuas no que tange ao implemento de sua misso de oferecer
sociedade a efetivao de seus direitos, contribuindo assim para o bem comum e para o
interesse pblico. Tendo como parmetros os princpios citados, cabe ao gestor pblico agir em
suas atribuies institucionais estritamente dentro das previses legais, ao mesmo tempo em que
suas aes devem atingir os objetivos para os quais foram planejadas.
Neste nterim, destaca-se a importncia de as entidades pblicas definirem o seu
planejamento estratgico como padro de conduta de suas aes institucionais, bem como
delinearem o planejamento de suas atividades operacionais de maneira alinhada com a sua
misso, viso de futuro e valores. Como observado nessa pesquisa, o Tribunal de Justia de
Rondnia definiu como valores a tica, probidade e modernidade, que so considerados
relevantes quando se planeja a contratao e, especificamente, se analisa a viabilidade dessas
contrataes.
Com isso, restou evidente que, para realizar o estudo da viabilidade da contratao, h
grande necessidade de melhor capacitao tcnica e profissional, bem como atualizao sobre
normas e procedimentos por todos os setores que responderam pesquisa, condio que
influencia fortemente em todas as atividades relacionadas identificao das solues,
descrio das caractersticas do objeto da licitao, identificao, anlise e estimativa
probabilstica dos riscos, implicando tambm em problemas ou obstculos consecuo do
planejamento da contratao de forma alinhada ao planejamento estratgico, dificultando que a
instituio alcance seus resultados.
Assim, aes de capacitao tcnica e profissional e atualizao sobre normas e novas
prticas utilizadas na fase de planejamento das contrataes, em especial na anlise da
viabilidade dos contratos, so de extrema necessidade para o sucesso da organizao. preciso
fomentar treinamentos que desenvolvam a competncia das equipes de planejamento da
contratao para a formulao de procedimentos ou implementao de boas prticas utilizadas
por outros rgos. Portanto, deve o Poder Judicirio concentrar esforos no sentido de aprimorar
seus processos de gesto e planejamento de suas contrataes.
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1 INTRODUO
O Conselho Escolar (CE) considerado rgo mximo de deliberao dentro da estrutura
de poder, responsvel por refletir e decidir as demandas da escola, seja elas de natureza
pedaggica, administrativa ou financeira. Objetivamente, o contexto a ser enfatizado neste
estudo tem como corte temporal o ano de 1993, momento em que assume a administrao de Rio
Branco uma Frente Popular, a qual procura implementar uma reforma educacional, intitulada de
descentralizadora e democrtica.
Sabe-se que com os movimentos pela democratizao da sociedade brasileira, entra em
pauta a defesa pela participao da sociedade civil na administrao pblica, inspirando as lutas
em favor de uma gesto democrtica, se contrapondo ao modelo de direo centralizada, que por
sua vez, favorecia aos interesses do prprio gestor ou de seu grupo, desconsiderando os demais
agentes escolares. As lutas pelas liberdades democrticas; os primeiros grandes movimentos
grevistas; o surgimento de novos movimentos sociais; a campanha pelas eleies Diretas J; a
conquista da liberdade de organizao partidria (MELO 2010, p. 96) etc., foram instrumentos
balizadores para favorecer a participao dos trabalhadores nas vrias instncias administrativas
do Estado.
Essas lutas culminaram na aprovao da Constituio Federal de 1988, que garantiu o
princpio da gesto democrtica do ensino pblico. Este princpio foi tambm ressaltado na Carta
Magna da Educao, Lei n 9394/96, explicito no Art. 14, acrescentando a participao dos
profissionais da educao na elaborao do projeto pedaggico da escola e a participao das
comunidades escolar e local nos CE ou equivalentes, podendo-se almejar uma gesto que
proporcionasse o fortalecimento da autonomia da escola e participao de seus agentes. Nesta
perspectiva, o CE est inserido no princpio da Gesto Democrtica (GD), entendendo que a
escola parte da sociedade e, mesmo tendo um gestor frente, deve ser administrada e de
responsabilidade de todos os envolvidos no processo escolar. Portanto, os conselhos de escola
so, em tese, os locais onde capaz de se dar voz a quem no tem voz (CAMARGO, 1997, p.
291).
Neste mesmo contexto, as polticas pblicas pensadas em defesa da escola pblica
brasileira so fortemente influenciadas por organismos e agncias internacionais de enfoque
neoliberal que levantou novas expectativas para a educao com a aplicao de investimentos e
orientaes que ajudasse aos pases da Amrica Latina alcanar um nvel de competitividade
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(PMRB),
procurando
organizar
uma
reforma
educacional,
intitulada
de
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 BREVE HISTRICO SOBRE O CONSELHO ESCOLAR NO BRASIL
O Conselho Escolar est inserido no contexto da Gesto Democrtica (GD) a partir,
sobretudo, dos anos de 1990, que passou a envolver a participao da comunidade nas tomadas
de decises da escola visando superar o ento conceito de Administrao Escolar. O princpio da
GD foi assegurado na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB n 9394/96,
estabelecendo no Art. 14 que:
Os sistemas de ensino definiro as normas de gesto democrtica do ensino pblico na
educao bsica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes
princpios:
I Participao dos profissionais da educao na elaborao do projeto pedaggico da
escola;
II participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares equivalentes
BRASIL, 1996.
O texto legal aqui expresso reitera o princpio constitucional ao enfatizar uma gesto que
garanta a participao da comunidade escolar e local na gesto da escola, de maneira que,
coletivamente, possam se organizar para planejar, sistematizar, executar e avaliar o processo
escolar/educacional nas suas dimenses administrativas, pedaggicas, financeira e de recursos
materiais e humanos.
Esta participao garantida pelo princpio da autonomia expressa no Art. 17 da LDB ao
afirmar que os sistemas de ensino asseguraro s unidades escolares pblicas de educao
bsica que os integram, progressivos graus de autonomia pedaggica e administrativa e de gesto
financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro pblico. Neste sentido, numa GD,
uma das formas mais concretas para que a escola vivencie essa autonomia por meio de rgos
colegiados, com a participao dos profissionais da educao na sua atuao, evidenciado como
um importante instrumento da democracia, que poder favorecer maior autonomia e participao
dos indivduos que fazem parte do processo educativo.
O novo Plano Nacional de Educao (PNE), Lei n 13.005, de 25 de junho de 2014,
aprovado para o decnio 2014-2024, dispe como uma das estratgias que iro assegurar
condies de efetivao da GD da educao (agregada a critrios tcnicos de mrito e
desempenho), estimular a constituio e o fortalecimento de CE como instrumentos de
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2009, p. 43; 45). Contudo, no atua completamente dentro da estrutura de poder escolar, tendo
em vista que no tem personalidade jurdica. Assim sendo, foram criadas Unidades Executoras
Prprias (UEx) responsveis pela administrao e gerenciamento dos recursos financeiros da
escola que em muitos estados tem se confundido com a prpria atuao do CE.
Taborda (2009, p. 133), ao analisar os CE como unidades executoras no processo de
construo da GD nas escolas municipais de Juara-MT, identificou que na atual poltica o CE
assume a funo de UEx, ou seja, realiza apenas atividades procedimentais de comparao de
tomada de preos, de emisso de pareceres acerca das necessidades apontadas pela equipe da
escola e depois com relao prestao de contas. Neste sentido, o conselho acaba por ter suas
aes limitadas enquanto instncia de deliberao, reduzindo-se a mero rgo executor de
polticas e aes deliberadas por outras pessoas.
Muitos so, porm, os aspectos que perpassam as discusses voltadas ao CE. Observa-se
aqui a importncia da anlise de Paro (2007) quando discorre acerca do desafio da
democratizao da escola pblica, elegendo a participao coletiva nas tomadas de deciso,
atravs do CE. Segundo o autor, uma das maiores dificuldades encontradas pelo conselho, est
relacionada figura do Diretor de escola, pois, este permanece investido da autoridade mxima,
tendo em vista que a pessoa responsvel pela escola mediante ao Estado, exercendo assim
funes executivas.
Ao problematizar essa discusso, pode-se identificar que o Diretor caminha em uma linha
tnue, tornando-o vulnervel a obedecer s decises advindas do Estado, fazendo com que a
atuao do conselho se torne limitada e/ou comprometida. Neste sentido, Paro (2007, p. 7)
explicita que muitos diretores se preocupam com a composio do conselho de escola,
procurando usar sua autoridade para influir na escolha dos representantes, com receio de que
esse colegiado delibere de forma a contrariar aquilo que ele considera a vontade dos rgos
superiores.
Ressalta-se a importncia de, tanto o diretor como professores e funcionrios se disporem
a tornar as reunies um espao de discusso realmente democrtico, assumindo uma atitude
transparente junto aos membros participantes, em que todos estejam cientes, por exemplo, que a
autonomia da escola relativa, ou seja, existem possibilidades, mas tambm limites, uma vez
que esta pertence ao Estado. Neste sentido, algumas das decises do conselho, embora decididas
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Para uma traduo mais prxima de Accountability: avaliao, prestao de contas e responsabilizao. Consultar
AFONSO, Almerindo Janela (2009).
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diante de uma nova regulao em que a gesto democrtica da educao tem sido subsumida
gesto gerencial da educao.
A partir de ento, a organizao do CE est definida na base da atual lei de gesto
municipal, basicamente atendendo as coordenadas descritas no Manual de orientao para
constituio da Uex, material produzido pelo MEC, que confere s UEx a funo tambm
deliberativa. Um dos aspectos que indicam a assertiva da nossa reflexo que a lei em questo,
praticamente no separa as funes de cada colegiado e, da forma como est posta, delega (Art.
8) a escolha dos membros do CE/UEx em assembleia Geral56, conforme definido no Estatuto
Prprio.
Muitas iniciativas j se posicionam a favor do fortalecimento do CE do Acre, mas, em
que medida o conselho escolar est sendo efetivado a favor da democracia em meio a este
emaranhado de subsdios em contexto geral e local?
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No manual de orientao para constituio de UEX, uma das funes que cabe Assembleia Geral eleger e dar
posse Diretoria, ao Conselho Deliberativo e ao Conselho Fiscal.
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3 METODOLOGIA
A presente pesquisa (em andamento) adota uma abordagem de natureza qualitativa, a
qual, segundo Minayo (1994), se preocupa em compreender a realidade humana no contexto
vivido socialmente, buscando refletir os fenmenos a partir das relaes que o sujeito estabelece
consigo e com o mundo que o cerca, levando em considerao as experincias e significados que
cada um d aos fatos vividos.
Assim sendo, esta abordagem se insere no universo de significados da realidade escolar,
observando e analisando os motivos, aspiraes, crenas, valores e atitudes correspondentes s
aes e relaes dos sujeitos nos contextos que no podem ser apenas quantificados (MINAYO,
1994, p. 21).
O primeiro momento da pesquisa tem adotado uma natureza mais terica, na qual
buscamos diversas fontes, como por exemplo, as legislaes nacional e municipal, banco de
teses da capes, matrias jornalsticas, materiais produzidos pelo MEC, materiais e documentos
elaborados pela Secretaria Municipal de Educao, obras referentes temtica, dentre outras
fontes, buscando compreender os aspectos histricos e legais que objetivam o desenvolvimento
da participao da comunidade nas tomadas de decises da escola, no contexto da gesto
democrtica, no Brasil e em Rio Branco-Acre. No segundo momento, a pesquisa vem assumindo
um carter emprico, atravs de visitas feitas s escolas observadas e participao nas reunies
do CE.
A pesquisa envolve os membros que fazem parte do CE em duas escolas de sries iniciais
do Ensino Fundamental, do Sistema de Ensino Municipal (localizadas no permetro urbano) que
obtiveram o melhor e o mais baixo ndice nos ltimos IDEBs. Utilizamos este critrio de seleo
em virtude de tambm ser do nosso interesse conhecer se a atuao do CE tem contribudo
positivamente nestes ndices, tendo em vista que as aes prioritrias do CE devem ir de
encontro ao desenvolvimento do que foi designado atravs do PPP, primando pela qualidade de
ensino e aprendizagem dos alunos e ainda atendendo as exigncias postas nas novas formas de
regulao das polticas educacionais.
Assim sendo, os sujeitos da pesquisa, so os representantes de cada segmento das
comunidades escolar e local que integram o CE dessas escolas. A coleta de dados est sendo
feita por meio da observao (como) participante, combinada a anlise documental e precedidas
de entrevista semiestruturadas e questionrios.
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Esto sendo feitos registros por meio de anotaes, gravaes em udio, desde julho do
ano corrente. Com relao anlise e interpretao dos resultados esto sendo realizadas a partir
da contextualizao dos dados empricos, combinada a anlise documental que sero brevemente
sistematizados com vistas elaborao do estudo em sua verso final.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Em linhas gerais, os resultados da pesquisa ainda so incipientes e parciais. Ainda
precisamos de um tempo maior para fazer uma anlise detalhada, tendo em vista que o CE das duas
escolas passou por processo de mudana de membros e os trmites finais esto sendo oficializados em
cartrio. Isso ocasionou certa inrcia com relao a todas as movimentaes feitas pelo conselho.
O que se pode observar que a direo da escola de maior IDEB no Estado do Acre
atribui ao trabalho em equipe o motivo do bom resultado 6,8. Nas visitas feitas escola
encontramos uma equipe organizada e empenhada em manter e, elevar nos prximos anos os
ndices de qualidade. O CE desta escola funciona com a participao de todos os segmentos da
comunidade escolar, conforme diretrizes apontadas em nvel macro e micro, na qual se estimula o
trabalho em equipe e a cooperao de todos em uma nica causa: o aluno. A escola teve seu PPP
aprovado, aguardando apenas os trmites burocrticos para ser liberado se constituindo como
referncia para outras escolas em meio SEME.
Em linhas gerais, percebe-se que as reunies do CE/UEx caminham juntas para atender a
proposta da gesto em melhorar o desempenho dos alunos e garantir o padro de qualidade.
Em contrapartida, a escola com 4.6 pontos no IBED est com o seu PPP em fase de
construo e o trabalho em equipe caminha de forma lenta. Os problemas com funcionrios e alunos
so constantes e o CE/UEx s se rene quando precisa resolver alguma situao.
A pesquisa est em andamento. Mas, j se pode pensar em alguns aspectos considerados
relevantes at ento. Ao que tudo indica o sistema municipal de Rio Branco tem adotado as
proposies que tem caracterizado as polticas educacionais em curso no pas, onde a questo da
meritocracia, da ideia de eficincia, confunde-se com a busca da qualidade do ensino.
Vimos neste cenrio a qualidade de ensino sendo mensurada atravs dos resultados das
avaliaes externas, o qual nos reporta s crticas levantadas por Freitas (2013), ao afirmar que a
meritocracia est na base da poltica liberal que d oportunidade a todos, mas os resultados so
de acordo com o esforo de cada indivduo. As discusses acerca dos resultados sero melhor
discutidas e ao concluirmos a pesquisa.
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5 CONCLUSES
possvel pensar com base na legislao e polticas criadas para a consolidao do CE e
a partir dos resultados preliminares do presente estudo que embora o conselho tenha suas bases
assentadas legalmente, existem muitos outros fatores sua volta que determinaro a sua atuao.
O CE, ao mesmo tempo em que envolve a comunidade escolar se constituindo em um
avano, advogando a presena de uma gesto atuante e democrtica, carrega um discurso
extremamente forte e decisivo do gestor na hora de tomar as decises. Portanto, mesmo quando
as reunies dos conselhos se tornam um terreno frtil de instrumento da democracia, poder est
fortemente movido pelo discurso de qualidade e eficcia que por sua vez segue a lgica
mercantilista, na qual a principal preocupao ao que parece est voltada em ter sua qualidade
atestada pelos testes padronizados e gerir com eficincia os recursos que a escola recebe.
O Conselho Escolar atua como regulador dessas polticas e assume junto com a gesto a
gerencia da escola, legitimando as propostas atuais presentes na educao que incentivam o
individualismo, a competitividade, a eficincia de resultados, o estreitamento do currculo, a
presso por melhores resultados, a competio entre os profissionais e escolas, enfim, como
menciona Freitas (2012), legitimando a destruio do sistema pblico de ensino. Assim sendo,
em que medida a democracia est presente no CE se a percepo e o discurso dos sujeitos
responsveis pela sua gesto sofrem influncia destas polticas e do seu modus operandi?
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REFERNCIAS
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_____. Lei n. 1.690 que Altera a Lei 1.537 De 04 de julho de 2005 e a Lei 1.554 de 02 de
dezembro de 2005, que trata da Gesto Democrtica do ensino municipal, adotando o sistema
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Municipal de Rio Branco, Acre, 10 de jan. 2008.
_____. Lei n. 1.888 que Altera a Lei 1.690 de 09 de janeiro de 2008, Lei 1.537 de 04 de julho
de 2005, a Lei 1.554 de 02 de dezembro de 2005, que trata da Gesto Democrtica do Ensino
Municipal, adotando o sistema seletivo para a escolha de gestores de unidades escolares e d
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1 INTRODUO
fundamental para que haja transparncia e lisura na gesto dos recursos pblicos de
forma eficaz que seja respeitada a legislao que regem as instituies pblicas e seguidos os
princpios que norteiam administrao pblica legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficincia, alm dos princpios que o gestor pblico deve respeitar nas contrataes
pblicas como: isonomia, igualdade, publicidade, probidade administrativa e vinculao ao
instrumento convocatrio. Com a finalidade de garantir que esses princpios sejam observados
foi instituda a Lei Federal 8.666/93, denominada Lei de Licitaes, na qual esto estabelecidas
as normas gerais sobre licitaes e contratos administrativos no mbito de todos os poderes da
Unio, Estados, Distrito federal e Municpios.
Um dos propsitos da Lei 8.666/93, segundo Rigolin e Bottino (2002, p.38), impedir
aventuras, liberalidades ou abusos com o dinheiro pblico. E para isso, a lei estabelece
modalidades de licitao, as quais so: concurso, concorrncia, leilo, tomada de preos e
convite, que sero utilizadas para as contrataes com base em limites baseados no objeto e o
valor estimado para contratao.
Contudo, a fim de proporcionar economia e maior rapidez foi posteriormente instituda
uma nova modalidade licitatria conhecida como Prego, que pode existir na forma presencial
ou eletrnica. Diante desta perspectiva, o objetivo principal deste trabalho apresentar algumas
caractersticas do Prego, expondo suas principais vantagens ou desvantagens como modalidade
licitatria.
Para atingir esse objetivo, foi realizada uma pesquisa, com a equipe da Comisso
Permanente de Licitaes da 21 Superintendncia Regional de Polcia Rodoviria Federal
(21SRPRF) apontando aspectos sobre essa modalidade de licitao de forma a embasar a
anlise proposta sob uma viso crtica da prtica do prego, no sentido de identificar vantagens e
desvantagens de sua aplicao.
A 21 Superintendncia Regional de Polcia Rodoviria Federal (21 SRPRF), rgo
executivo do Ministrio da Justia, responsvel por promover a segurana pblica de forma
ostensiva, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimnio da
Unio e o de terceiros.
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2 REFERENCIAL TERICO
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Podemos entender que esses preceitos so princpios norteadores para o gestor pblico,
que favorecem que a licitao ocorra de forma isonmica e transparente, em qualquer
modalidade.
Com o sancionamento da Lei 8.666/93, o artigo 37 da CF/88 foi regulamentado e
estabeleceu-se um rol de modalidades licitatrias: concurso, concorrncia, leilo, tomada de
preos e convite. O que diferencia uma modalidade da outra a estruturao procedimental, a
forma de elaborao de propostas e o universo de possveis participantes. De maneira ampla, a
legislao define as modalidades de acordo com o objeto a ser contratado e/ou conforme o valor
de referncia.
Como nova modalidade de Licitao, aps a publicao da Lei 8.666/1993, foi criada
uma nova modalidade, denominada de Prego. A modalidade prego foi instituda pela Lei
10.520/02. Alguns anos aps, ao Decreto5.450/2005, que estabeleceu a obrigatoriedade da
utilizao do prego, preferencialmente na forma eletrnica, para os rgos da administrao
pblica federal direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundaes pblicas, as empresas
pblicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela Unio.
De acordo com Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto - MPOG (2000, p. 8)57,
O prego a modalidade de licitao para aquisio de bens e servios comuns em que
a disputa pelo fornecimento feita em sesso pblica, por meio de propostas e lances,
para classificao e habilitao do licitante com a proposta de menor preo. [] Bens e
servios comuns so aqueles cujos padres de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificaes usuais no mercado.
Trata-se, portanto, de bens e servios geralmente oferecidos por diversos fornecedores e
facilmente comparveis entre si, de modo a permitir a deciso de compra com base no
menor preo.
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limitem a competio; deve constar dos autos a justificativa das definies do objeto e os
indispensveis elementos tcnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o oramento,
elaborado pelo rgo ou entidade promotora da licitao, dos bens ou servios a serem licitados;
e a autoridade competente designa o pregoeiro e respectiva equipe de apoio.
Definida a fase preparatria do prego, inicia-se a fase externa do processo, que dando
inicio com a convocao dos interessados por meio de publicao de aviso em Dirio Oficial, no
stio oficial da Administrao, em jornal de grande circulao local ou em jornal de grande
circulao nacional, conforme o valor da compra;
Na sequncia, so realizadas as demais etapas da fase externa do prego: etapa
competitiva, credenciamento dos interessados, recebimento dos envelopes com a proposta e a
documentao de habilitao, abertura das propostas, classificao dos licitantes de melhor
oferta, lances verbais, julgamento e classificao final, abertura dos documentos, declarado
vencedor, recurso adjudicao do licitante vencedor.
O prego pode ser realizado na forma presencial e eletrnica. O prego presencial
realizado em sesso pblica, na qual os licitantes entregam os envelopes com as propostas e
documentos de habilitao, e seguem com lances verbais (REIS, 2008, p.38). No prego
eletrnico, o licitante deve estar cadastrado antes da sesso, o que configura uma inverso das
fases da licitao e agiliza o processo.
Aps o encerramento dos lances, as empresas vencedoras devem encaminhar sua
documentao de habilitao para a instituio licitante, que segue os mesmos trmites do
prego presencial, findando com a homologao divulgada no cenrio eletrnico.
A modalidade prego, que comeou a ser usada por imposio do decreto, hoje, na forma
eletrnica, tem sido cada vez mais aceita e utilizada, tanto por causa da popularizao da
internet, que est mais acessvel a rgos pblicos e entidades privadas, quanto pelas vantagens
operacionais em sua utilizao, celeridade, fazendo com que as outras modalidades licitatrias, e
at mesmo o prego presencial, sejam utilizados com menor frequncia, ou apenas quando no
se tratar de aquisio de bens e servios comuns.
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3 METODOLOGIA
O tipo da pesquisa qualitativa quanto a abordagem, e exploratria quanto aos fins.
Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.188) uma pesquisa exploratria quando [...] o objetivo
a formulao de questes ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipteses,
aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenmeno, para a realizao
de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos.
Na primeira fase da pesquisa fez-se um levantamento de dados, objetivando o
aprofundamento sobre a legislao, as normas que regem a atividade do pregoeiro, os
procedimentos licitatrios e o prego eletrnico. Na fase seguinte foram coletados dados por
meio de observao participante natural e entrevistas semiestruturada com os servidores da
Comisso Permanente de Licitao (CPL) da 21 SRPRF.
Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.194), a observao participante porque consiste
na participao real do pesquisador com a comunidade ou grupo, e natural, pois o observador
pertence mesma comunidade ou grupo que investiga.
As entrevistas eram compostas de sete perguntas, pr-definidas, para as quais todos os
entrevistados deveriam responder se o pregoeiro e a equipe de apoio em exerccio possuem
treinamento e capacitao constantes para o exerccio de suas funes, se o material adquirido
atende o rgo por tempo suficiente at uma nova aquisio, em mdia qual o percentual de
utilizao do prego eletrnico na 21 SRPRF, se existe economia de preo com relao aos
bens/servios adquiridos por meio do prego eletrnico quando comparado com outras
modalidades licitatrias, qual a principal vantagem do prego eletrnico em relao a outras
modalidades de licitao, qual a principal desvantagem do prego eletrnico em relao s outras
modalidades licitatrias, e quais as principais vantagem para o pregoeiro com o prego
eletrnico?
Dessa forma, os dados foram sintetizados de modo que possibilitassem o fornecimento de
respostas ao problema proposto para a investigao, concomitantemente, visando proporcionar o
alcance dos objetivos deste estudo. Como regra mandamental, o protocolo tico foi respeitado
ao longo desta tarefa, envolvendo dentre outros, o esclarecimento, a beneficncia e a autorizao.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
A anlise retrata a percepo dos servidores pesquisados e da percepo particular dos
autores deste trabalho, baseada na prpria atuao profissional.
A primeira questo da entrevista visava verificar se o pregoeiro e a equipe de apoio
recebiam capacitao continuada para o exerccio de suas funes. Como resultado, 75% dos
entrevistados responderam raramente e 25% afirmaram que eventualmente o pregoeiro e a
equipe de apoio recebem capacitao continuada para o exerccio de suas funes. Apesar disso,
se o servidor sentir interesse em se qualificar ou reciclar, pode solicitar junto ao setor de
capacitao a participao em cursos da rea, que depender de disponibilidade oramentria
para realiz-los.
Verificamos que no rgo lcus da pesquisa, a capacitao ocorria somente para
qualificar o servidor para exercer a funo de pregoeiro, em cumprimento ao Decreto 3.555/00,
que em seu art.7 que dispe somente poder atuar como pregoeiro o servidor que tenha
realizado capacitao especfica para exercer a atribuio.
Embora o decreto no se refira a capacitao continuada, a falta de atualizao poder
abrir margens para falhas no desempenho do pregoeiro e desenvolvimento da licitao. A
capacitao permanente dos pregoeiros a respeito das normas e dos procedimentos para a
realizao do prego presencial constitui fator importante que deve ser considerado pela
organizao.
Predominaram as opinies com relao adequao do volume de material licitado. Em
geral as quantidades planejadas esto atendendo a necessidade do rgo por tempo suficiente at
a realizao de um novo prego, indicando que a atividade do pregoeiro no tem sido
sobrecarregada por equvoco no planejamento em relao s quantidades e periodicidade das
solicitaes de compra,
Dessa forma, o planejamento tem minimizado os erros na elaborao do termo de
referencia ou projeto bsico, atendendo as expectativas de forma satisfatria nos aspectos
quantitativos e qualitativos.
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5 CONCLUSO
Os resultados encontrados neste trabalho permitem constatar que a modalidade licitatria
prego, na forma eletrnica, rene caractersticas que trazem diversas vantagens Administrao
Pblica nas aquisies de bens e servios comuns. Essa modalidade, alm de simplificar todo o
processo administrativo, permite considervel economia de recursos e amplia a concorrncia,
podendo alcanar fornecedores de grande parte do territrio nacional uma vez que a participao
ocorre por meio de um sistema online. O prego eletrnico constituiu um avano na rea de
licitaes e contratos pblicos, representando um avano no que se refere ao uso adequado e
eficiente dos recursos pblicos para a compra de bens e servios comuns.
Este estudo preliminar cumpre seu papel de revelar atores para anlise do fenmeno
permitindo compreender o processo da aquisio de bens ou servios com utilizao do prego
eletrnico. A pesquisa realizada destaca alguns pontos fortes do prego eletrnico no que se
refere gesto de compras no rgo federal estudado: a economia de recursos que advm da
possibilidade dos participantes efetuarem rodadas de lances cada vez menores, reduzindo o preo
de compra; favorece a participao de fornecedores de outras regies propiciando o aumento da
competitividade; agilidade/simplificao na licitao obtida com inverso das fases e com a
automatizao de algumas tarefas do pregoeiro; maior transparncia do processo ao possibilitar
sociedade o acompanhamento de informaes disponibilizadas online;
Contudo, um ponto fraco a ser destacado a necessidade de capacitao contnua do
servidor pregoeiro, para operar corretamente com as tecnologias do prego e atuar corretamente
em situaes difceis que necessitam conhecimento profundo da legislao de licitaes e
contratos. Porm, os problemas relacionados qualificao inadequada ou falta de
aperfeioamento no acometem apenas o pregoeiro e sua equipe de apoio, sendo interessante que
fornecedores tambm busquem a capacitao, pois muitas aquisies so prejudicadas por
desconhecimento ou falta de familiaridade dos fornecedores com o sistema eletrnico, podendo
gerar resultados desfavorveis tanto a Administrao quanto para os prprios licitantes.
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REFERNCIAS
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Federal, institui normas para licitaes e contratos da Administrao Pblica e d outras
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Administrao
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Federal.
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______. Lei Complementar 101 de 04 de maio de 2000. Estabelece normas de finanas
pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal e d outras providncias. Disponvel
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em: 15 fev. 2015.
______. Decreto N 3.555, de 8 de agosto de 2000. Aprova o Regulamento para a modalidade
de licitao denominada prego, para aquisio de bens e servios comuns. Disponvel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3555.htm>. Acesso em: 15 fev. 2015.
______. Lei No 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no mbito da Unio, Estados, Distrito
Federal e Municpios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituio Federal, modalidade de
licitao denominada prego, para aquisio de bens e servios comuns, e d outras
providncias. Disponvel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10520.htm>.
Acesso em: 15 fev. 2015.
______. Decreto N 5.450, de 31 de maio de 2005. Regulamenta o prego, na forma eletrnica,
para aquisio de bens e servios comuns, e d outras providncias. Disponvel em:
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ISBN: 978-85-61320-14-0
ISBN: 978-85-61320-14-0
1 INTRODUO
Com uma extenso territorial de 1.758 km2, o municpio de Presidente Mdici, ocupa
posio geogrfica praticamente no centro do Estado de Rondnia, fazendo parte da regio
denominada Territrio Central de Rondnia, composta no total por 13 municpios
(TERRITRIOS, 2013).
No Estado de Rondnia h sete bacias hidrogrficas (Figura 1) (SEDAM, 2013; ZUFFO
et al., 2009). Presidente Mdici pertence bacia hidrogrfica do rio Machado, tambm
denominado Ji-Paran. Toda sua estrutura abundante em pequenos crregos de gua com
caractersticas perenes. A abundncia de pequenos cursos de gua pode ser comprovada pelo fato
de a maior parte de seus limites com outros municpios ter como elementos demarcadores rios ou
crregos (SECRETARIA, 2013).
A bacia hidrogrfica do rio Machado no estado de Rondnia tem cerca de 75.400 km,
atravessando o estado no sentido sul-norte e desembocando no rio Madeira (VICTRIA et al.,
2005). Esta bacia tem suas nascentes formadas por dois rios: Comemorao e Pimenta Bueno. A
confluncia destes dois rios resulta no rio Machado que, ao longo do seu curso, recebe a
contribuio de outros tributrios.
Figura 1. Bacias hidrogrficas do estado de Rondnia
Fonte: SEDAM/2013
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
1000
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Cerca de 60% da rea da referida bacia formada por solos eutrficos, com
caractersticas favorveis para o desenvolvimento de atividades agrcolas (KRUSCH et al.,
2005). Dentro desta bacia, h um grande nmero propriedades rurais onde predominam
atividades agropecurias. Segundo Moreira et al. (2009), que estudou o impacto desta atividade
sobre o rio Machado, o uso das guas para fornecimento ao gado causa enormes prejuzos mata
ciliar e potencializa ainda mais o processo de eroso e contaminao dos cursos dgua atravs
de pastos superlotados. Nbrega (2008) destaca: para as populaes ribeirinhas originadas
principalmente dos ciclos extrativistas, o rio Machado garante a pesca e a agricultura de
vazante. A atividade de pesca praticada tambm no municpio de Presidente Mdici.
Um uso potencial do rio Machado foi citado recentemente no portal do MPA (Ministrio
da Pesca e Aquicultura): a colocao de tanques-rede para a produo de peixes. Esta estratgia,
dentre outras mencionadas na matria, pode contribuir para aumentar a produo de pescado no
Estado de Rondnia (MPA, 2014). No se pode deixar de mencionar ainda o emprego das guas
do rio Machado para o abastecimento de diversos municpios no Estado, dentre eles, Presidente
Mdici (BONILHA, 2014).
Pelo exposto, o presente trabalho objetivou avaliar a qualidade da gua do rio Machado
na regio do municpio de Presidente Mdici atravs da anlise de variveis biticas, a saber,
coliformes totais e termotolerantes, ao longo de 10 meses.
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2 REFERENCIAL TERICO
Atualmente a gua tem sido alvo de discusses sobre a poluio, escassez e suas formas
de uso. A utilizao da gua para um determinado propsito no deve prejudicar os diversos usos
possveis, entre os quais figuram aspectos culturais, atividades recreativas e a preservao da
diversidade biolgica. Em consequncia, surge a necessidade de monitorar os cursos hdricos a
fim de disponibilizar informaes que permitam propor medidas adequadas de manejo para
manter os ambientes aquticos com qualidade ecolgica (STRIEDER et al., 2003).
Olhando sob um ngulo macroscpico, a qualidade da gua tem importncia
fundamental, pois ela parte essencial de todo um ecossistema, seja ele terrestre ou aqutico.
imprescindvel para o desenvolvimento das atividades humanas, sejam de carter urbano,
agropecurio ou industrial. Indicadores microbiolgicos tm sido utilizados mundialmente para
verificar a contaminao de corpos dgua. Tipicamente so utilizados organismos que so encontrados
em elevadas concentraes em fezes humanas (SHIBATA et al., 2004).
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3 METODOLOGIA
3.1 LOCAIS DE COLETA
A Cachoeira dos Patos (P1) (Figura 2) um local mais afastado da rea urbana de
Presidente Mdici, com mata ciliar preservada; o igarap Taboca (P2), tambm tem mata ciliar
preservada, porm h atividade agropecuria aos redores, assim como os igaraps Primavera
(P4) e Leito (P5); nas proximidades da estao de captao para tratamento (CAERD) (P3), as
guas j esto dentro da rea urbana e uma regio de fcil acesso frequentada por banhistas; os
pontos (P6) e (P7) so prximos s empresas: fbrica de heparina e curtume, respectivamente.
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4 RESULTADOS E DISCUSSES
Segundo a Resoluo do CONAMA 357/2005 os corpos dgua devem ser categorizados
em classes de qualidade, conforme o seu uso preponderante e suas caractersticas fsicoqumicas e biolgicas (BRASIL, 2005). Neste contexto, esto definidas em legislao treze
classes de qualidade entre as guas salobra, salina e doce. Seguindo esta vertente, o rio
Machado est enquadrado na Classe 2 de guas doces. Desse modo, este manancial pode ser
utilizado para os seguintes fins:
a) abastecimento para consumo humano, aps tratamento convencional;
b) proteo das comunidades aquticas;
c) recreao de contato primrio, tais como natao, esqui aqutico e mergulho, desde
que atendidas s exigncias da Resoluo CONAMA 274 de 2000;
d) irrigao de hortalias, plantas frutferas e de parques, jardins, campos de esporte e
lazer, com os quais o pblico possa vir a ter contato direto;
e) aquicultura e atividade de pesca.
Os ndices pluviomtricos foram acompanhados durante o estudo, e foram fornecidos
pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA), localizada em Presidente
Mdici. No presente estudo o ms de setembro foi includo no perodo de seca devido
similaridade de seu ndice pluviomtrico com o de outros meses desse perodo, e o ms de maio
como pertencente ao perodo chuvoso devido ao elevado ndice de pluviosidade observado,
chegando a ser maior que o de meses tipicamente desse perodo (Figura 3).
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Pluviosidade (mm)
350
300
250
200
150
100
50
0
Ago.
Set.
Out.
Nov.
2014
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
2015
Meses
Fonte: EMBRAPA
Os dados de coliformes totais (CT) variaram de 1,0 x103 a 1,5 x 106 NMP/100 mL
(Figura 4). Ao se aplicar a Anlise de Varincia (ANOVA) fator nico, no foi encontrada
diferena significativa (p>0,05) ao se comparar os pontos entre si quanto os valores desse grupo.
Figura 4. Valores de coliformes totais nos pontos de amostragem.
1600000
CAERD
Igarap Primavera
1400000
Igarap Leito
Heparina
1200000
Curtume
1000000
800000
600000
400000
200000
0
Set.
Out.
Nov.
2014
Dez.
Jan.
Meses
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
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Figura 5. Comparao dos valores mdios de CT por ponto de amostragem nos perodo de seca
e cheia.
Seca
Cheia
250000
200000
150000
100000
50000
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
Ponto 5
Ponto 6
Ponto 7
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400000
CAERD
Igarap Primavera
350000
Igarap Leito
Heparina
300000
Curtume
250000
200000
150000
100000
50000
0
Set.
Out.
Nov.
2014
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Meses
Abr.
Mai.
Jun.
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ser considerada imprpria quando no trecho avaliado, for verificada uma das seguintes
ocorrncias: valor obtido na ltima amostragem for superior a 2500 coliformes fecais
(termotolerantes). Desta forma, 36 das 70 amostras analisadas estavam acima dos valores
permissveis para CTo.
Comparou-se os perodos de seca e cheia, constatando diferena significativa (p<0,05),
atravs do teste de Tuckey. Ficou caracterizado que no perodo de cheia a incidncia de
coliformes termotolerantes maior em todos os pontos de amostragem (Figura 7). Alguns
estudos mostraram que durante a estao chuvosa h um aumento na quantidade de coliformes,
principalmente os termotolerantes, pois guas pluviais, ao escoarem pelo solo, podem carrear
impurezas para os corpos hdricos superficiais, comprometendo, dessa maneira, a qualidade das
guas (MORAIS; SILVA, 2012; LOPES; MAGALHES JR, 2011).
O rio Machado percorre seu curso pelo centro do estado de Rondnia e corta alguns de
seus municpios, como Pimenta Bueno, sendo este o primeiro, seguido de Cacoal, Presidente
Mdici e Ji-Paran, sendo que todos usam suas guas para abastecimento da populao e para
sustento de uma pequena comunidade de ribeirinhos da cidade de Pimenta Bueno. Segundo
Mattos e Silva (2002), a falta de estrutura sanitria e principalmente o manejo inadequado de
dejees humanas e de animais incorporadas ao solo so os fatores mais importantes de
contaminao dos recursos hdricos.
De acordo com Motta et al. (2000), o grupo dos coliformes termotolerantes, cujo habitat
geralmente o trato intestinal do homem, indica contaminao de origem ambiental e fecal do
produto. Alessio (2009) acredita que a adoo de medidas preventivas visando a preservao de
fontes de utilizao pblica, assim como as atividades de vigilncia da qualidade dessas guas
por parte da Secretaria Municipal de Sade, pode colaborar no sentido da diminuio da
contaminao.
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Figura 7. Comparao dos valores mdios de coliformes termotolerantes (CTo) por ponto de
amostragem nos perodo de seca e cheia.
Seca
Cheia
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
Ponto 5
Ponto 6
Ponto 7
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5 CONCLUSES
A qualidade microbiolgica, em geral, est de acordo com o recomendado pela resoluo
CONAMA 357/2005 para guas doces de classe 2.
O igarap Taboca mostrou-se mais impactado quanto aos coliformes termotolerantes,
provavelmente por causa de pastagens ao redor do mesmo.
No perodo chuvoso houve maior teor de ambos os grupos de coliformes em todos os pontos.
indispensvel, no municpio em questo, o desenvolvimento de polticas pblicas que visem ao
monitoramento, preservao das guas dos seus corpos hdricos, assim como o
desenvolvimento de trabalhos de educao ambiental que abordem a importncia destes
ambientes quanto ao desenvolvimento socioeconmico, sade pblica, preveno de doenas e
qualidade de vida como um todo.
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REFERNCIAS
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WILBERS, G. J. et al Spatial and temporal variability of surface water pollution in the Mekong
Delta, Vietnam. Sci. Total Environ., v. 485-486, p. 653-665, 2014.
ISBN: 978-85-61320-14-0
RESUMOS EXPANDIDOS
A ALFABETIZAO ECOLGICA COMO CONTRIBUIO PARA UM OLHAR SISTMICO E
MULTIDISCIPLINAR EM EDUCAO AMBIENTAL
Leandro dos Santos, SEDUC/RO.
RESUMO: Sabe-se que o meio ambiente se constitui hoje um dos temas essenciais de poltica governamental e uma
das maiores preocupaes dos cidados, seja nos pases industrializados ou no. Utilizou-se de reviso bibliogrfica
para a produo deste artigo. Ser ecologicamente alfabetizado, ou ecoalfabetizado, significa compreender os
princpios bsicos de organizao das comunidades ecolgicas (isto , ecossistemas) e ser capaz de inclu-los na
vida diria das comunidades humanas. Ensinar este conhecimento ecolgico que pode ser chamado princpios de
ecologia, princpios de sustentabilidade, princpios de comunidade ou, at mesmo, fatos bsicos da vida
ser o papel mais importante de educao no prximo sculo. Ser ecologicamente alfabetizado requer uma nova
forma de ver o mundo e uma nova forma de pensar, conhecida como concepo de sistemas ou conceitos sistmicos.
Significa pensar em termos de relacionamentos, encadeamento lgico e contexto. De acordo com esta viso, as
propriedades essenciais, ou sistmicas, de um organismo ou sistema vivo, so propriedades do sistema inteiro que
s existem no todo. A partir da importncia da ecoalfabetizao e suas prticas pedaggicas como alternativa para o
fortalecimento da Educao Ambiental nos ambientes educacionais e outros, sugerimos a criao de um - Centro
para Ecoalfabetizao - dedicado ao processo de alimentar a compreenso e experincia do mundo natural. O Centro
trabalharia com uma rede de escolas, com currculos ecologicamente orientados, ensinando as crianas sobre estes
conceitos, imergindo-as no seu prprio ecossistema local.
Palavras-chave: Ecoalfabetizao. Educao Ambiental. Currculos Ecologicamente Orientados.
INTRODUO
Sabe-se que o meio ambiente se constitui hoje um dos temas essenciais de poltica governamental e uma
das maiores preocupaes dos cidados, seja nos pases industrializados ou no. A conscincia poltica e social neste
assunto um fato. Cada vez mais um nmero maior de pessoas v na degradao ambiental uma ameaa sade e
ao bem-estar social. Todos os membros de um ecossistema esto interconectados em uma vasta e complicada rede
de relaes, a teia da vida. Eles s so o que so por causa das relaes que estabelecem com outras coisas
METODOLOGIA
Utilizou-se de reviso bibliogrfica como metodologia de estudo para a produo do presente artigo, que de
acordo com GIL (2002), desenvolvida como base em material j elaborado, constitudo principalmente de livros e
artigos cientficos.
RESULTADOS E DISCUSSES
Sabedoria da natureza
Ser ecologicamente alfabetizado, ou ecoalfabetizado, significa compreender os princpios bsicos de
organizao das comunidades ecolgicas (isto , ecossistemas) e ser capaz de inclu-los na vida diria das
comunidades humanas. Ensinar este conhecimento ecolgico que pode ser chamado princpios de ecologia,
princpios de sustentabilidade, princpios de comunidade ou, at mesmo, fatos bsicos da vida ser o papel
mais importante de educao no prximo sculo. Ns precisamos de um currculo que ensine para nossas crianas
estes conceitos fundamentais:
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Atravs da natureza, ns encontramos vrios nveis de estruturas de sistemas aninhados dentro de outros
sistemas. Cada sistema forma um todo integrado com uma fronteira, ao mesmo tempo em que cada um faz parte de
um todo maior (Sistemas Aninhados).
As interaes entre membros de uma comunidade ecolgica envolvem a troca de recursos em ciclos
contnuos, de forma que todo resduo reciclado por cooperao generalizada e incontveis formas de parcerias.
(Ciclos)
O fluxo constante de energia solar sustenta a vida e dirige os ciclos ecolgicos. (Fluxos)
Todos os ciclos ecolgicos agem como um crculo de realimentao, de forma que a comunidade
ecolgica continuamente regula e organiza a si prpria. (Equilbrio dinmico)
O ncleo intelectual
Ser ecologicamente alfabetizado requer uma nova forma de ver o mundo e uma nova forma de pensar,
conhecida como concepo de sistemas ou conceitos sistmicos. Significa pensar em termos de relacionamentos,
encadeamento lgico e contexto. De acordo com esta viso, as propriedades essenciais, ou sistmicas, de um
organismo ou sistema vivo, so propriedades do sistema inteiro que s existem no todo. Apesar de que esta teoria
somente agora est emergindo completamente, ela tem suas razes em vrios campos cientficos, surgidos durante a
primeira metade do sculo XX. Foi iniciada por bilogos, que enfatizaram a viso de organismos vivos, integrados
como um todo, cujas propriedades no podem ser reduzidas s propriedades das partes menores. A concepo de
Sistemas foi posteriormente enriquecida por psiclogos na nova escola de psicologia da gestalt. Na realidade, foi
Christian von Ehrenfels, um filsofo da virada do sculo XIX, que primeiro disse: O todo mais que a soma de
suas partes.
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A alfabetizao ecolgica, atravs de sua prtica pedaggica, utilizando os princpios da ecologia como
instrumento na construo de cidades humanas sustentveis, contribui para a afirmao das polticas pblicas
educacionais e ambientais, bem como para a cultura constitucional, viabilizando que os cidados exeram sua
cidadania em sua plenitude.
JUNGES (2010) afirma que nossa mentalidade cultural transformou-nos em analfabetos ecolgicos, pois
no sabemos mais viver em harmonia com a natureza e agir em consonncia com os ritmos da natureza. Assim,
tem-se uma pedagogia que pode ser aplicada desde a educao infantil at a universidade, permitindo uma
compreenso sistmica da vida, bem como o engajamento de todos os indivduos, num sistema de cooperao na
busca por solues nos problemas locais e globais.
Nesse sentido, MARIN e LUNELLI (2010) ensinam que:
O processo de educar, ou alfabetizar ecologicamente, com fundamento nos
princpios da ecologia profunda de forma sistmica e multidisciplinar envolve
conhecer a natureza e seus sistemas, a ao antrpica no meio ambiente e suas
consequncias, redesenhando a rede para a sustentabilidade, promovendo
mudana de paradigma de uma cultura agressora para uma cultura harmnica e
sustentvel, extraindo conhecimento da natureza, uma nova maneira de ver o
mundo como um todo integrado.
Para FONSECA e GURGEL (2012, p.1), estudiosos da obra de CAPRA:
Uma educao que se autodenomina ambiental deve ser pautada por uma viso
de todo, onde todas as formas de vida e sistemas esto interligadas e
interdependentes. a viso dos sistemas ou viso sistmica. Essa viso de Capra
gerou o conceito de Ecoalfabetizao, considerado um caminho muito bem
concebido tanto no mbito educacional quanto poltico, social, econmico e
cognitivo.
A educao tem de ser a atividadede um sujeito que, ao enfrentar o desafio de mudar o mundo,
enfrenta tambm o desafio de promover sua prpria transformao (KONDER, 1992, p. 117). A fora
educativa inovadora est na capacidade de trabalhar com a racionalidade e com as paixes, com a escolha
e com a necessidade, com o fato objetivo e com as crenas, refletindo e agindo.
De acordo com LOUREIRO (2006):
A educao um dos meios humanos que garantem aos sujeitos, por maior que
seja o estado de misria material e espiritual e os limites de opes dados pelas
condies de vida, o sentido de realizao ao atuar na Histria modificando-a e
sendo modificado no processo de construo de alternativas ao modo como nos
organizamos e vivemos em sociedade.
ORR (1992) contribui com essas ideias, ao expor que uma pessoa ecologicamente alfabetizada seria aquela
que possui o senso esttico de encantamento com o mundo natural e com a teia da vida, e a condio essencial para
a Alfabetizao Ecolgica a necessidade da experincia direta com a natureza, tambm conhecida como educao
ao ar livre, que corresponde a uma estratgia pedaggica, na qual se procura aprender atravs do contato com a
natureza.
Assim, a Alfabetizao Ecolgica torna-se um movimento educacional desencadeado por professores e
especialistas em meio ambiente e educao, os que percebem a necessidade de educar as crianas, tendo como
referncia o mundo natural, evidenciando prticas sustentveis em que a atitude humana no ponha em risco a vida
futura.
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CONCLUSES
A partir da importncia da ecoalfabetizao e suas prticas pedaggicas como alternativa para o
fortalecimento da Educao Ambiental nos ambientes educacionais e outros, sugerimos a criao de um - Centro
para Ecoalfabetizao - dedicado ao processo de alimentar a compreenso e experincia do mundo natural para
uma viso sistmica. O Centro trabalharia com uma rede de escolas, com currculos ecologicamente orientados,
ensinando as crianas sobre estes conceitos, imergindo-as no seu prprio ecossistema local.
REFERNCIAS
CAPRA. F. Alfabetizao Ecolgica. A educao das crianas para um mundo sustentvel. So Paulo. Cultrix.
2006.
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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Ademilde dos Santos Paula, Maria Celene Machado e Silva Rebouas, Natsue Andritta Vigiato Kosin Gamarra,
Reginaldo Clio da Silva e Uiliam Barros de Andrade, dentre outros.
METODOLOGIA
Para o alcance do objetivo proposto so realizados estudos de carter descritivo, agregando a pesquisa
bibliogrfica e a pesquisa de campo para a identificao, registro e anlise das variveis que se relacionam com o
processo de aprendizagem, tendo em vista o funcionamento no presente.
A pesquisa bibliogrfica desenvolvida com base em material j elaborado, constitudo
principalmente de livros e artigos cientficos. (GIL, 2002, p.44).
A partir da compreenso dos fundamentos conceituais e da sensibilizao, receptividade e compreenso da relao
direta entre os aspectos conceituais e prticos para a mudana na prxis educativa, se desperta o interesse na
aplicabilidade da metodologia diferenciada, ou seja, de ir a campo.
A pesquisa de campo tem por finalidade coletar dados para posterior anlise, contudo
permite a insero do pesquisador no contexto de estudo. (JUNG, 2004, p.160).
As aes de formao continuada ocorrem no ambiente escolar, atravs de encontros pedaggicos quinzenais,
sesses de estudos e debates para fundamentar a compreenso do modelo supracitado, do plano de curso
padronizado nacionalmente e a elaborao coletiva do Plano de Trabalho Docente PTD com foco no princpio da
ao reflexo ao, onde o aluno ocupa o centro do processo de aprendizagem e o docente o mediador,
inovador que reinventa suas prticas pedaggicas e planeja de forma a criar ambientes e situaes de aprendizagem
favorveis ao protagonista dos alunos e ao desenvolvimento de uma ou mais competncias.
Indicadores Situaes de
(1)
Aprendizagem
(2)
Elementos de
Competncia
(3)
Recursos
Durao
Avaliao
Didticos
(6)
(5)
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mobilidade reduzida, estratgias para a formao das identidades sociais dos alunos livre de preconceitos
relacionados a gnero, racismo, religiosidade e outros para a mudana de postura diante dos contextos sociais e do
mundo. Prosseguindo se envia ao Departamento Nacional do SENAC DN, no Rio de Janeiro, a fim das
contribuies e posterior publicao na Comunidade de Prtica portal do educador do SENAC Nacional.
Figura 3 e 4: Eliana Alves da Silva Lima (Assessora Pedaggica da Diretora de Educao Profissional) em sala de
aula do SENAC Esplanada, coordenando o encontro pedaggico.
Para o entendimento do desenvolvimento de competncias o Novo dicionrio da lngua portuguesa (FERREIRA,
1986) apresenta o significado da palavra competncia associado qualidade de quem capaz de apreciar e resolver
determinado assunto; capacidade, habilidade, aptido, idoneidade. Nas escolas profissionalizantes os currculos
voltados para o desenvolvimento de competncias esto concentrados nos eixos referentes valorizao para o
trabalho, vida social e profissional, por considerar que esse desenvolvimento ocorre na prtica, em situaes
problemas que exigem a associao de saberes para a tomada de deciso e resoluo. Em face desse contexto o
trabalho entendido como princpio educativo (KLLER, 2013).
RESULTADOS E DISCUSSES
No DR/SENAC/RO a implantao do modelo pedaggico teve incio no ms de Maro de 2015, contemplando
cinco cursos, a saber: Aprendizagem em Servios Administrativos, Assistente Administrativo, Assistente de Pessoal,
Cabeleireiro e Operador de Computador, visando o alcance dos seguintes resultados:
O curso de Operador de Computador foi concludo e avaliado, inclusive pelo Departamento Nacional,
representado pela Tcnica Paula Ferreira, no perodo de 26 a 28/05/2015, onde realizou visita aos
ambientes pedaggicos, observao em laboratrio de aprendizagem, entrevista com docentes, estudantes e
equipe tcnico-pedaggica. Essa ao foi de suma importncia para o aprimoramento dos processos de
trabalho, especialmente no que diz respeito validao dos PTD, criao de instrumentais de avaliao
diferenciados, a exemplo dos mapas conceituais, anlise do aproveitamento escolar e das causas de evaso,
dentre outros;
O curso de Cabeleireiro teve incio em 20/07/2015 e, portanto, est em fase de acompanhamento;
Os cursos de Assistente Administrativo e Assistente de Pessoal esto previstos para incio em 24/11/2015 e
o de Aprendizagem em Servios Administrativos tem previso de incio para 30/11/2015.
A formao de profissionais com perfil profissional diferenciado, por considerar o foco no
desenvolvimento das marcas formativas do SENAC que se constituem de viso empreendedora, ao
crtica reflexiva e prticas sustentveis, dentre outras, a fim de corresponder s exigncias do mercado de
trabalho, com viso global e ao local, com autonomia para tomada de decises face aos impactos sociais
e organizacionais produzidos nas organizaes e no meio comunitrio.
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Resumo
Com o passar dos anos os Sistemas de Informao tornaram-se a cada dia mais presentes em organizaes de todos
os portes, sendo ainda mais determinantes na tomada de deciso. Na sociedade da informao, convive-se
permanentemente com um grande volume de dados disponibilizados por meio das tecnologias de informao.
Verifica-se que tais dados necessitam de tratamento prtico e de bom senso que os transformem em informao
pertinente. Assim o uso adequado dos computadores no dia a dia de uma organizao pblica necessrio, alm de
aparato tecnolgico e recursos humanos qualificados, metodologias de planejamento e de desenvolvimento de
sistemas que atendam s expectativas deste tipo de organizao. Assim surge a necessidade de se saber qual a
contribuio que a gesto da informao na administrao e controle aplicado ao servio pblico municipal pode
oferecer ao tomador de deciso? Para tanto se toma como objetivo geral avaliar como a correta gesto da
informao, contida nos sistemas de informao de auxilio e controle governamental, podem auxiliar o tomador de
deciso no mbito do servio pblico em cidades amaznicas. Sendo os objetivos especficos compreender a
importncia da correta gesto dos sistemas de informao; verificar os possveis problemas de governana
acarretados pela m gesto da informao; analisar quais aspectos da informao valiosa so relevantes para a
tomador de deciso no mbito dos municpios em estudo; e mensurar as contribuies da correta gesto da
informao na tomada de deciso. Neste sentido esta pesquisa tem finalidade descritiva com abordagem qualitativa,
o mtodo aplicado o dedutivo com natureza aplicada. Utiliza o procedimento tcnico de estudo de caso nas
prefeituras dos municpios da microrregio de Cacoal- RO. As tcnicas de coletas de dados so: Observao direta,
entrevista e pesquisa documental. Toda a pesquisa ser desenvolvida entre abril de 2015 e maio de 2016.
Palavras-chave: Informao. Tomada de Deciso. Amaznia.
INTRODUO
Aps a segunda grande guerra mundial, a informao ganhou destaque empresarial, e neste momento onde
a economia assume tendncias globais, a informao passou a ser considerada um capital precioso equiparando-se
aos recursos de produo, materiais e financeiros (FREIRE, 2006). Agora a informao no apenas um recurso,
mas o recurso (MORESI, 2000, p. 14). A aceitao desta ideia a coloca como o recurso chave de competitividade
efetiva, de diferencial de mercado e de lucratividade nesta nova sociedade. E ao se observar o entorno percebe-se
que informao e tecnologia se inter-relacionam, tornando impossvel que esta informao se propague, ou seja
armazenada em algum meio que no seja um sistema computacional.
No princpio da utilizao de computadores para controlar fluxo de dados, e a gerao de informaes,
estas aplicaes eram desenvolvidas e executadas de forma isolada. Ainda no existia a preocupao com a
duplicidade de processos e dados. Com o aparecimento das novas tecnologias, e o surgimento da abordagem
sistmica da informao, surge ento, o conceito de sistemas de informao (TAIT, 2000). Os sistemas de
informao vieram dar ao computador uma nova dimenso, transformando-o de mero processador de dados em
elemento preponderante na racionalizao e na dinamizao do trabalho na empresa, implementando sua
importncia gerencial (DIAS e GAZZANEO, 1975).
Com o passar dos anos os Sistemas de Informao tornaram-se cada vez mais presentes em organizaes de
todos os portes, transformando-se em elementos determinantes na tomada de deciso. As decises so consideradas
como um processo de escolha entre alternativas, obedecendo-se critrios preestabelecidos, em que indiscutvel a
importncia das informaes adequadas e oportunas e, de relevncia capital para sua eficcia (REZENDE; ABREU,
2003). Observa-se ainda que se convive permanentemente com um grande volume de dados disponibilizados atravs
das tecnologias de informao. Verifica-se que tais dados necessitam de um tratamento prtico e de bom senso que
os transformem em informao pertinente (FREITAS; MOSCAROLA, 2002).
Rezende e Abreu (2003), ainda lembram que quanto maior o a qualidade da informao, maior a
probabilidade de acerto na tomada de deciso. Assim, importante observar que os dados de baixa qualidade
contidos nos sistemas de informaes, podem fazer com que raramente esses sistemas dem subsdios para auxiliar
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o administrador na tomada de deciso. No servio pblico o processo de tomada de deciso no difere do processo
adotado na iniciativa privada, contudo a composio do setor pblico, com seus diversos rgos e setores, j
consolidada como uma estrutura burocratizada, implica em demora na resposta determinadas situaes. Fato este
que pode contribuir para a m gesto da informao, acarretando dificuldades na tomada de deciso por parte dos
gestores pblicos (TAIT, 2000, p. 117).
A Era da Tecnologia da Informao (TI) transformou os sistemas computacionais no grande pilar dos
negcios das organizaes, sejam estas organizaes pertencentes iniciativa privada ou ao setor pblico. Junte-se a
isso o fato da informao ser algo essencial para qualquer administrador, seja este um gestor pblico, sem formao
especfica, ou um renomado executivo com carreira acadmica invejvel. Imprescindvel tambm apontar que o uso
de tcnicas inovadoras em todas as reas, tem auxiliado relevncia da tecnologia de informao para garantir a
confiabilidade da informao. Esta situao no poderia ser diferente visto que as organizaes no conseguem
sobreviver no mercado competitivo sem o uso de tecnologia de informao. Vale apontar que a tecnologia de
informao compreende a utilizao de computadores como ferramentas para auxiliar tanto no desenvolvimento das
tarefas bsicas da organizao como no alcance da vantagem competitiva (TAIT, 2000).
Soma-se a estes o fato de os membros da organizao ficarem merc da norma burocrtica aplicada ao
servio pblico, tendendo a um processo de acomodao de interesses. Como consequncia, surgem os sentimentos
de desestmulo, de estabilidade e de resistncia a mudanas, que, aliados isonomia salarial e falta de preocupao
com os resultados, so algumas das caractersticas que permeiam a maior parte das organizaes, em particular as
organizaes pblicas (SARAIVA, 2002).
Para o uso adequado dos computadores no dia a dia de uma organizao pblica necessrio, alm de
aparato tecnolgico e recursos humanos qualificados, metodologias de planejamento e de desenvolvimento de
sistemas que atendam s expectativas deste tipo de organizao. Neste sentido surge a necessidade de se saber qual a
contribuio que a gesto da informao na administrao e controle aplicado ao servio pblico municipal pode
oferecer ao tomador de deciso?
O objetivo geral deste trabalho : Avaliar como a correta gesto da informao, contida nos sistemas de
informao de apoio e controle governamental podem auxiliar ao tomador de deciso no mbito do servio pblico.
J os objetivos especficos deste trabalho so: Compreender a importncia da correta gesto dos sistemas de
informao; Verificar os possveis problemas de governana acarretados pela m gesto da informao; Analisar
quais aspectos da informao valiosa so relevantes para o tomador de deciso, no mbito dos municpios em
estudo; E tambm mensurar as contribuies da correta gesto da informao na tomada de deciso.
METODOLOGIA
Este trabalho ter finalidade descritiva com abordagem qualitativa. O mtodo a ser utilizado ser o dedutivo
com natureza aplicada. O estudo proposto se utilizar do procedimento tcnico de estudo de caso nas prefeituras dos
municpios da microrregio da Cacoal-RO. Para tal utilizar os seguintes instrumentos de pesquisa: observao
direta, entrevista e pesquisa documental.
A populao a ser considerada na pesquisa refere-se aos tomadores de deciso que atuam nas prefeituras
dos municpios da microrregio de Cacoal-RO. As Microrregies Geogrficas so conjuntos de municpios
contguos e foram definidas como partes das mesorregies que apresentam especificidades, quanto organizao do
seu espao (IBGE, 2002). A Microrregio de Cacoal uma das oito microrregies do estado de Rondnia e compe
a Mesorregio do Leste Rondoniense. Esta formada por nove municpios, vide Quadro 1 (IBGE, 2002). Para efeito
da amostra, sero escolhidos aleatoriamente dois tomadores de deciso que estiverem exercendo as suas funes na
data designada para a visita em cada municpio. Os tomadores de deciso envolvidos na pesquisa sero selecionados
por convenincia, entre os funcionrios que exercem funes de secretrio municipal ou equivalente. Os mesmos
ainda passaro pelo processo de observao direta.
Quadro 1-Municpios que compem a Microrregio de Cacoal - RO
Alta Floresta d'Oeste
Castanheiras
Novo Horizonte do Oeste
Alto Alegre dos Parecis
Espigo d'Oeste
Rolim de Moura
Cacoal
Ministro Andreazza
Santa Luzia d'Oeste
Fonte: Adaptado de IBGE (2002)
As tcnicas de coletas de dados a serem utilizadas sero: Observao direta, entrevista e pesquisa
documental. O mtodos de coleta de dados de observao direta, d ao pesquisador a oportunidade de registrar os
acontecimentos em tempo real e de retratar o contexto de um evento. As evidncias observacionais so, em geral,
teis para fornecer informaes adicionais sobre o tpico que est sendo estudado (YIN, 2003). Neste trabalho a
observao direta auxiliar na compreenso de como as informaes extradas dos sistemas de informao, so
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utilizadas na tomada de deciso. Para tal sero acompanhados os trabalhos dos secretrios municipais selecionados
para a pesquisa, durante um perodo mnimo de dois dias, a fim de que se observe a forma com que o mesmo utiliza
os dados extrados dos sistemas de informao em sua tomada de deciso rotineira, e tambm na tomada de decises
complexas. Outro foco da observao direta a identificao de quais os aspectos da informao valiosa, so
importantes para o referido observado.
E ainda, ser utilizado como tcnica de coleta de dados a entrevista, que trata-se de uma forma de
investigao onde o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe faz perguntas com o objetivo de obter
dados que interessam investigao (GIL, 1999). Este estudo se utilizar da entrevista por pautas, a mesma
estruturada por meio de uma relao de pontos de interesse do entrevistador, onde o mesmo faz poucas perguntas
diretas e deixa o entrevistado falar livremente (SIENA, 2007). A entrevista coletar informaes acerca de como os
dados so geridos, a sua importncia na tomada de deciso, medir quais as caractersticas de uma informao
valiosa so inerentes a estas informaes e como o tomador de deciso utiliza as informaes na tomada de deciso.
A outra tcnica de coleta a ser utilizada trata-se de pesquisa documental que aquela onde so utilizados
documentos e outros tipos de material, escritos ou no, que ainda no receberam tratamento. Estas podem ser
recolhidas no momento que o fato ocorreu ou posteriormente e se caracterizam por serem denominadas como fontes
primrias (MARCONI; LAKATOS, 2002). Este tipo de tcnica de coleta contribuir com o estudo em questo visto
que os documentos das organizaes estudadas podero fornecer ao pesquisador dados referentes forma de tomada
de deciso empregada na organizao, que no puderam ser identificadas nas duas outras tcnicas de coleta j
citadas.
A observao direta se dar em perodo pr-estabelecido, junto aos tomadores de deciso das prefeituras
municipais descritas na amostra. A entrevista ser realizada no momento posterior a observao direta e ser
conduzida de forma no estruturada. J a pesquisa documental ocorrer longitudinalmente na pesquisa, visto que a
mesma ser utilizada sempre que se fizer necessrio para sanar lacunas no observadas nos demais procedimentos
de coleta, servindo assim como uma forma de triangulao dos dados coletados.
A avaliao e anlise dos dados coletados se dar por meio de tcnicas qualitativas, tais como a analise de
contedo, que ser aplicada nas respostas verificadas durante as entrevistas no estruturadas e tambm nos
documentos selecionados para a pesquisa documental. Esta anlise buscar por padres que remetam importncia
da informao para o processo de tomada de deciso, e como as informaes so utilizadas neste processo.
CONCLUSES
Embora bastante incipiente ainda, visto o carter intermedirio do estgio em que se encontra, esta pesquisa
pode apresentar preliminarmente que o estudo de como se utiliza as informaes extradas de um sistema de
informao, no mbito do servio pblico municipal na Amaznia, de extrema importncia para o
desenvolvimento regional, ante a ausncia de pesquisas deste porte na Amaznia e a ampla necessidade de se
desenvolver de forma sustentvel a regio.
REFERNCIAS
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INTRODUO
Nas ltimas dcadas houve um aumento da preocupao com o meio ambiente e a qualidade dos alimentos,
neste contexto, a biotecnologia proporciona alternativas para prticas agrcolas sustentveis (RIOS, 2002). Estudos
relativos s substncias vegetais e sua utilizao na agricultura como defensivos se mostram viveis para solucionar
problemas ambientais.
O crescimento de calos desejado para induzir variaes somaclonais e realizar estudos fisiolgicos,
principalmente quando se deseja relacionar a presena de produtos secundrios com o crescimento celular (DIXON
e PAIVA, 1995; RODRIGUES e ALMEIDA, 2010). Para ocorrer a calognese, o explante deve ser inoculado em
meio de cultura que contenha reguladores de crescimento, os quais alteram o metabolismo celular, ocorrendo a
diferenciao, tendo influncia o tipo de explante, a composio do meio nutritivo e as condies fsicas de
incubao, como luz e temperatura (GEORGE et al., 2008). A determinao do meio de cultura mais adequado para
o explante desenvolver calos deve ser especifico para cada espcie (SIQUEIRA e INOUE, 1992).
Na literatura atual, no h trabalhos que descrevam protocolos para a induo de calos em
Capsicum annuum var. annuum cv. Iberaba Jalapeo. A determinao de um protocolo para calognese possibilitar
o estudo da sua curva de crescimento fornecendo subsdios para futuros trabalhos em relao aos seus aspectos
fitoqumicos e bioatividade dos seus metablitos secundrios. O foco desse experimento o estabelecimento de
um protocolo para calognese a partir de explantes foliares, nodais e internodais de Capsicum annuum variedade
annuum cultivar Iberaba Jalapeo, avaliando diferentes concentraes dos reguladores de crescimento 2,4-D e BAP
para o estudo de sua curva de crescimento e estabelecimento de suspenses celulares e posterior produo de
metablitos secundrios de interesse agronmico e pecurio.
METODOLOGIA
Os experimentos foram desenvolvidos no Laboratrio de Cultura de Tecidos Vegetais da Embrapa
Rondnia, em Porto Velho, Rondnia.
As sementes de Capsicum annuum var annuum cv. Iberaba Jalapeo, adquiridas no comrcio local, foram
inoculadas em meio de cultura MS (MURASHIGE e SKOOG,1962), com 30 g L-1 de sacarose e 6 g L-1 de gar, pH
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5,8, autoclavado a 121C durante 20 minutos. Em uma cmara de fluxo horizontal, as sementes foram submetidas a
uma desinfestao. As sementes foram inoculadas em tubos de ensaio, sendo uma semente por tubo. Aps 45 dias
de cultivo, as plantas foram levadas para a cmara de fluxo, onde foram retirados os explantes: as folhas
segmentadas em explantes de aproximadamente 1 cm2, os segmentos internodais em explantes de 1 cm de
comprimento e os segmentos nodais em explantes de 0,03 cm3, utilizando placa de Petri, papel filtro, pina e bisturi
autoclavados.
Os explantes foram inoculados individualmente, com a superfcie adaxial em contato com o meio de
cultivo, em tubos de ensaio contendo 10 mL de meio MS com 3% (p/v) de sacarose e 0,6% (p/v) de gar. O pH do
meio foi ajustado para 5,8 antes da adio de gar, seguido por autoclavagem a 121C durante 20 minutos. O meio
foi suplementado com BAP (0,0; 0,1; 0,5 e 2,5 mg L -1) e 2,4-D (0,0; 1,0 2,0 e 4,0 mg L-1), em combinao fatorial.
Todos os explantes foram mantidos em sala de crescimento sob fotoperodo de 16 horas a 261C.
Os experimentos foram avaliados a cada sete dias para observar a formao de calos nos explantes. Os
tratamentos foram dispostos em um delineamento inteiramente casualizado, com trs repeties de cinco tubos de
ensaio por tratamento, cada tubo contendo um explante (folha, segmento nodal ou internodal). Foi avaliada tambm
a porcentagem da rea do explante coberta por clulas de calo, de acordo com Mendona, et al. (2013). Os
resultados foram submetidos anlise de varincia pelo teste F aos nveis de 5% de probabilidade; as mdias
comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa Assistat 7.5.
RESULTADOS E DISCUSSES
O efeito da BAP e 2,4-D na induo de calo e ACCC foram altamente significativas nos trs tipos de
explantes, bem como a sua interaco. Anlises de varincia para percentagem de IC e ACCC esto resumidos nas
Tabelas 1.
Tabela 1 Resultado da anlise de varincia da induo de calos (IC) e da rea foliar coberta por clulas (ACCC)
de calos de explantes de plantas de Jalapeo submetido a diferentes combinaes de BAP e 2,4-D em meio de
cultura com 28 dias de inoculao.
Explantes
Fator
GL
QM(IC)
QM (ACCC)
F (IC)
F (ACCC)
Folhas
14.40**
48.22**
BAP
3
6.67
13.5
19.73**
9.70**
2,4-D
3
13.24
18.50
4,26**
10.67
BAPx2,4-D
9
1.47
4.00
9,39**
35.18
Tratamento
15
4.87
8.80
Resduo
32
0.14
0.94
Total
47
Segmentos BAP
11.11**
13.20**
3
2.85
6.25
internodais 2,4-D
18.22**
39.43**
3
8.51
10.25
12.59**
18.06**
BAPx2,4-D
9
3.89
7.08
13.42**
21.36**
Tratamento
15
4.61
7.55
Resduo
32
0.21
0.56
Total
47
Segmentos BAP
5.93**
7.98**
3
2.02
3.83
nodais
13.03**
31.87**
2,4-D
3
8.05
9.00
7.31**
10.02**
BAPx2,4-D
9
2.53
4.72
8.36**
13.98**
Tratamento
15
3.53
5.40
Resduo
32
0.25
0.64
Total
47
** significativo ao nvel de 1% de probabilidade (p < .01)
Avaliando as duas variveis, IC e ACCC os tratamentos com maiores porcentagens foram as combinaes
de 4 mg L-1 de 2,4-D + 0,5 mg L-1 BAP para explantes foliares e internodais e 2 mg L-1 de 2,4-D + 0,5 mg L-1 BAP
para o explante nodal. Ocorreu calognese na ausncia de reguladores nos explantes nodais, todavia a rea coberta
por clulas de calos teve as menores porcentagens nesse tratamento, evidenciando a necessidade de combinao
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destes reguladores de crescimento para uma efetiva proliferao de clulas de calos. O balano hormonal entre
citocininas e auxinas induz a produo de calos (ANDRADE, 2006).
Houve brotao nos explantes nodais, na concentrao de 2,5 mg L-1 de BAP, Otroshy et al. (2011)
observou em C. annuum brotaes, as quais regeneraram plntulas, a partir de explantes nodais utilizando 2,5 mg L1
de BAP. Ebida e Hu (1993) obtiveram brotaes em C. annuum L. cv. Early California Wonder utilizando
variaes de 1,0 a 10,0 mg L-1 de BAP em combinao com 0,1 mg L-1 de ANA. Em geral, a presena de uma
citocinina essencial para a produo de brotos.
CONCLUSES
Para a induo de calos em explantes foliares e internodais de C. annuum var. annuum cv. Iberaba Jalapeo
recomenda-se a utilizao de meio de cultura MS suplementado com a combinao de 0,5 mg L -1 de BAP + 4,0 mg
L-1 de 2,4-D e para explantes nodais indica-se a utilizao da combinao de 0,5 mg L-1 de BAP + 2,0 mg L-1 de 2,4D, as quais resultam em calognese, em todos os explantes, com 100% da sua rea coberta por clulas de calos.
REFERNCIAS
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INTRODUO
O poder poltico exercido por aqueles que lideram os membros de uma sociedade est intimamente ligado
ao domnio de informaes (CLASTRES, 2014). As mudanas na forma de produzir e transmitir informaes
ocorridas nas ltimas dcadas desencadearam o debate, nas cincias polticas, a respeito de formas de democracia
que privilegiem a participao popular (PINHO, 2011).
Influenciado pela nova maneira de repensar a democracia com nfase na participao popular, mas
deixando de lado as grandes revolues na organizao social , Archon Fung sugere enfocar projetos mais
modestos de participao, referindo-se queles que so, geralmente, mantidos pelas instituies polticas formais.
Segundo o autor, eles esto entre os atuais esforos construtivos mais promissores para o engajamento cvico e a
deliberao pblica na poltica contempornea (FUNG, 2004, p. 174). Para a aplicabilidade destes projetos, de
grande importncia discutir o desenho institucional: nele est contida a forma como a instituio incentivar a
participao dos cidados, alm de fatores como o empoderamento dos participantes, a abrangncia das
deliberaes, a forma do recrutamento, a frequncia das reunies e o monitoramento da execuo das decises finais
(FUNG, 2012).
Oramento participativo um formato de instituio no qual a populao apresenta suas demandas e
participa do debate que define a destinao dos recursos pblicos, de acordo com o que permitido por lei; fruto
desta tendncia de incluso da populao no planejamento governamental. Sua efetiva utilizao insere o cidado
nas mudanas que a gesto pblica pode promover na sua cidade, no seu estado e no seu pas. Por meio dele, a
populao decide as prioridades de investimentos em obras e a execuo de servios a serem realizados anualmente.
Trata-se de um estmulo ao exerccio da cidadania, um compromisso da populao com o bem pblico e do
fortalecimento do pacto social entre governo e sociedade sobre a gesto das esferas de governo (SAMPAIO; MAIA;
MARQUES, 2011).
A implementao do oramento participativo no Brasil ocorre no contexto do processo de
redemocratizao cujo evento de destaque a promulgao da Constituio Federal de 1988, apesar de algumas
experincias terem sido observadas antes desta data. A Constituio determinou a criao de Conselhos Setoriais de
Polticas Pblicas, trazendo para o ordenamento jurdico uma instituio cuja funo chamar a populao para
participar das formulaes de polticas pblicas e da consequente distribuio de recursos oramentrios que
custeiam estas polticas (RIBEIRO, 2014).
J no ano seguinte promulgao da Constituio, em 1989, o municpio de Porto Alegre inicia as
assembleias pblicas para definir a proposta da lei oramentria do ano seguinte. Nestas assembleias, ocorre uma
negociao direta entre os cidados e os membros do governo, e cada cidado presente tem direito a votar nas
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prioridades das aes pblicas a serem desenvolvidas no mbito municipal. Desenvolveu-se uma metodologia para
ponderar o peso destes votos, de acordo com a representatividade de cada regio do municpio (MARQUETTI et al,
2012). A metodologia ganhou notoriedade aps a homenagem prestada pela ONU (Organizao das Naes
Unidas), que, em 1996, reconheceu o oramento participativo de Porto Alegre como uma Prtica Bem-Sucedida de
Gesto Local. Desde ento, tornou-se um modelo adotado por outros municpios no Brasil e no mundo (PIRES e
MARTINS, 2012).
Com o processo de modernizao do setor pblico e a transparncia das aes pblicas, a informatizao
passa a fazer parte do oramento participativo. Em 2006, a prefeitura de Belo Horizonte (MG) adota o oramento
participativo digital. Este um marco inicial de um novo processo, a partir do qual demais esferas da administrao
pblica tambm passam a adotar, em diferentes nveis, esta modalidade de participao popular. A defesa da
utilizao desta ferramenta est pautada nos argumentos da pluralidade de aes e da abertura de um novo canal de
debate. Conforme afirma Sampaio (2010, p. 446):
Uma vez que a internet permitiria s pessoas conversarem entre si e ouvirem vrios
pontos de vista, no havendo limitaes de tempo ou espao, ela poderia ser usada para
expresso poltica, deliberao e at para a tomada de decises.
Desde a implementao do oramento participativo, diferentes modelos foram adotados pelos entes da
federao, a exemplo das audincias pblicas que podem ser realizadas em sub-regies municipais, bairros ou
distritos, em discusses temticas ou de acordo com a distribuio geogrfica; pode haver, tambm, a designao de
delegados que representam uma demanda social ou territorial nas rodadas de negociaes com o governo. Estas
diferenas decorrem da ausncia de uma estrutura normativa que descreva, detalhadamente, como deve ser feito o
processo de participao popular nas decises oramentrias, permitindo a pluralidade de modelos, que uma
caracterstica do federalismo. A mesma caracterstica se manifesta no oramento participativo digital, com sua
pluralidade de formas e ferramentas, formando diferentes modelos de participao social.
A internet oferece uma plataforma de custo relativamente baixo, com uma estrutura eficiente para os
debates exigidos pelo processo de participao popular na formao do oramento. Como no h uma legislao que
especifica a forma do processo do oramento participativo, ele assume diferentes verses, tanto em sua forma digital
como na no digital. Alguns problemas so prprios desse novo ambiente; por outro lado, modelos que no seriam
possveis sem a internet tornam-se viveis. A questo que se apresenta a importncia de debater os modelos de
oramento participativo digital, compreender suas vantagens e desvantagens, analisando suas ferramentas.
A evoluo do debate oramentrio e a modernizao do setor pblico, somadas s notas tecnologias da
informao, possibilitaram a adoo de ferramentas de participao popular digital. No entanto, h uma escassez de
pesquisas sobre o tema, que de suma importncia para a conscincia dos limites e dos desafios caractersticos aos
modelos adotados, previamente, na gesto dos municpios no Brasil. A aplicao de uma metodologia de avaliao
destes modelos possibilitar identificar e classificar os itens que caracterizam questes essenciais a um modelo de
oramento participativo digital.
Neste trabalho, o objetivo geral avaliar os modelos de oramento participativo digital do Brasil, no
perodo de 2006 a 2015. O perodo da pesquisa foi assim demarcado porque o primeiro relato de um oramento
participativo digital no pas data do ano de 2006, na experincia de Belo Horizonte. A hiptese aqui apresentada
que este processo tem sido realizado de maneira distinta nos diferentes municpios do Brasil e suas peculiaridades
apresentam vantagens e desvantagens distintas.
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METODOLOGIA
A pesquisa proposta visa analisar os modelos de implantao do oramento participativo digital nos
municpios do Brasil, apresentando suas limitaes, suas vantagens e desvantagens. A hiptese aqui apresentada
de que este processo tem sido realizado de maneira distinta nos diferentes municpios brasileiros e suas
peculiaridades apresentam vantagens e desvantagens distintas; trata-se de uma pesquisa qualitativa. Algumas
caractersticas comuns s pesquisas qualitativas so a intenso de analisar o mundo fora do ambiente controlado de
um laboratrio e a inteno de entender, descrever e s vezes explicar os fenmenos sociais a partir do cerne do
acontecimento do fenmeno (FLICK, 2009).
A pesquisa de natureza aplicada e o tipo de estratgia qualitativa a ser utilizada no estudo a avaliao de
polticas pblicas. Esta uma metodologia que objetiva contribuir como uma forma de prestao de contas
sociedade, buscando transparncia e anlise imparcial dos resultados da pesquisa (SILVA, 2008).
A primeira etapa ser desenvolver um formulrio de coleta de dados para avaliar processos participativos
digitais. Sero debatidas as principais teorias que envolvem a avaliao de polticas pblicas. A teoria utilizada para
a coleta de dados ser a de avaliao ex-post, somativa e formativa, por buscar identificar o resultado do programa
em relao aos seus objetivos (SILVA, 2008). Esta teoria busca identificar se o resultado alcanado pela ao da
poltica pblica aquele esperado e/ou planejado, medindo, assim, o sucesso da poltica pblica.
Na segunda etapa da pesquisa ser realizado o levantamento de dados estruturados. O mtodo de coleta de
dados a observao direta. Sero realizadas observaes especficas, organizadas por meio do preenchimento de
formulrios, que iro mensurar os conceitos sintetizados na primeira etapa da pesquisa. Por no haver seleo de
amostra, e sim o uso de toda a populao, a pesquisa caracteriza um censo.
A terceira etapa do trabalho ser identificar os objetivos da implementao e as caractersticas dos
oramentos participativos online. Sero analisados os relatrios tcnicos e documentos oficiais que regulamentam
este formato de oramento participativo, em todo o Brasil, no perodo de 2006 a 2015. A funo desta etapa
identificar os objetivos das polticas pbicas, o que ser utilizado como parmetro para medir o sucesso da
implementao da poltica, por meio da avaliao realizada.
A quarta etapa consiste na avaliao propriamente dita, por meio dos dados coletados tendo, como
parmetro, os objetivos e metas autoimpostos e, como mtodo, a teoria de avaliao de polticas pblicas somativa e
formativa.
Ao final do processo, os dados sero apresentados num quadro, indicando os modelos de classificao
observados, organizados conforme os modelos identificados, as vantagens e as desvantagens do modelo adotado.
RESULTADOS E DISCUSSES
Valendo da metodologia de avaliao de polticas pblicas, tendo como parmetro os objetivos das
polticas, o resultado da avaliao uma ferramenta que auxilia o gestor pblico a tomar decises embasadas em
resultados conhecidos. Isso possibilita monitorar o desenvolvimento, conforme o planejado, e promover ajustes ao
longo do caminho no processo de correo de falhas identificadas (WORTHEN, SANDERS E FITZPATRICK,
2004).
Como resultado para este trabalho esperado identificar as caractersticas dos diferentes modelos de
oramento participativo online no Brasil.
CONCLUSES
Na concluso ser debatido o empoderamento propiciado nos diferentes modelos de oramento
participativo digital e as caractersticas dos oramentos participativos digitais do Brasil.
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REFERNCIAS
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INTRODUO
O agro-extrativismo uma das estratgias de sobrevivncia que est presente nos diferentes tipos sistemas
de produo das populaes locais na Amaznia, podendo ser a agricultura, a caa, a pesca, a extrao de leos
vegetais, a coleta de frutos ou mesmo a extrao de razes para fabricao de remdios caseiros (PEREIRA et al.,
2009). Por isso a floresta fonte de renda bsica de trabalho e de subsistncia e contribui para o sustento e bem-estar
das populaes que vivem em reas florestais.
Encontrada nas matas de terras firmes em vrios pases da regio Amaznica Continental, em especial no
Brasil, na Bolvia e no Peru, a castanha-do- Amaznia (Bertholletia excelsa H.&B. Lecythidaceae) conhecida
tambm como castanha-do-Par ou castanha-da-Brasil uma rvore que est ligada com a cultura dos povos
tradicionais da Amaznia, no qual os produtos e subprodutos desta rvore so utilizadas h vrias geraes como
fonte de renda e alimentao (GOVERNO DO AMAZONAS, 2005).
Na regio Amaznica, a explorao da castanha constitui uma atividade econmica realizada basicamente
pelas comunidades rurais e um dos mais importantes produtos exportados pelo Estado do Amazonas (GOVERNO
DO AMAZONAS, 2005). Assim, a Cadeia Produtiva da Castanha-da-Amaznia no Estado do Amazonas tem sido
subsidiada pelo Governo do Estado do Amazonas para atender ao Programa de Regionalizao da Merenda Escolar
PREME. A abordagem terica considera, cadeia produtiva de produtos florestais no-madeirveis uma sequncia
de atividades, da coleta a distribuio de um dado produto, que estabelece relacionamentos entre sistemas
econmicos e ecolgicos dinmicos.
Neste sentido, as cooperativas so importantes para o desenvolvimento social e sustentvel da regio, uma
vez contribuem para a gerao de renda para os municpios e comunidades de povos tradicionais. Na cadeia
produtiva da castanha-da-Amaznia possvel identificar a Cooperativa Mista Agroextrativista da Sardinha
(COOPMAS) que tem um papel importante nesta cadeia e vem participando ativamente na poltica pblica do
PREME com o fornecimento de castanha-da-Amaznia para que o Estado possa inserir o produto na merenda
escolar.
A poltica pblica do Programa de Regionalizao da Merenda Escolar PREME foi implantada no
Amazonas por meio da Lei Ordinria Estadual n 3.454/2009. Conforme dispositivos legais da referida lei, haver
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entre outros objetivos um estimulo ao aumento da produo hortifrutigranjeira, florestal, extrativista e agroindustrial
regionais coordenados pela Secretaria de Estado de Educao e Qualidade do Ensino (SEDUC) com o auxlio da
Agncia de Desenvolvimento Sustentvel do Amazonas (ADS) para que a merenda escolar distribuda na rede
pblica estadual de ensino seja composta, preferencialmente, por produtos hortifrutigranjeiros, florestais,
extrativistas e agroindustrial regionais, pesqueiros de cultivo e extrativistas, produzidos no Estado do Amazonas,
respeitando-se a sazonalidade. A merenda regionalizada nas escolas pblicas estaduais do Amazonas composta,
atualmente, por 50 produtos locais (SEDUC-AM, 2015).
METODOLOGIA
A metodologia qualitativa com pesquisa exploratrio-descritiva, com pesquisas documentais e
bibliogrficas, utilizando base de dados secundrios do projeto Mudana na Rota-da-Castanha, financiado pelo
CNPq e dados de documentos pblicos e o levantamento de dados primrios na comunidade obtidos por meio de
entrevistas e observao, conforme figura a seguir:
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os autores, ainda, apresentam um grfico demonstrado como a COOPMAS est inserida na cadeira produtiva da
Castanha-da-Amaznia no Estado do Amazonas.
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INTRODUO
Durante a formao e desenvolvimento histrico-econmico do Estado de Rondnia ocorreram dois
processos de mudanas institucionais diferentes, que acabaram por determinar os costumes, as tradies e tambm a
populao desta regio e economia. O Estado de Rondnia apresentou dois contextos histricos que moldaram a
sociedade rondoniense de forma distinta, o primeiro e mais antigo, com forte impacto na mesorregio MadeiraGuapor por intermdio da Construo da Estrada de Ferro Madeira-Mamor, que caracterizou a primeira mudana
institucional de Rondnia com tendncia extrativista. A segunda, mais tardia, foi decorrente da construo da BR364 que teve forte impacto na mesorregio Leste Rondoniense, o que foi visto como a segunda mudana
institucional, esta tendo como tendncia a agropecuria. O segundo processo de mudana institucional possibilitou a
ligao do Centro-Sul do Brasil com a Amaznia Ocidental e fez com que vrios municpios fossem criados s
margens da BR-364. A mesorregio Leste Rondoniense composta pela Microrregio Alvorada D'Oeste,
Microrregio Ariquemes, Microrregio Cacoal, Microrregio Colorado do Oeste, Microrregio Vilhena e
Microrregio Ji-Paran; (CAVALCANTE, 2011).
Dentre os municpios criados temos Presidente Mdici e Ouro Preto do Oeste que fazem parte da
Microrregio de Ji-Paran e foram elevados categoria de municpio por meio da Lei n 6.921, de 16/6/1981, ambos
desmembrados do municpio de Ji-Paran (IBGE, 2015). O municpio de Presidente Mdici teve seu primeiro
indcio de registro em 1915 com a passagem da comisso Rondon, sendo a regio habitada por seringueiros e
trabalhadores do seringal So Pedro do Muqui. Seus primeiros colonos chegaram regio na dcada de 60,
instalando-se beira da estrada. J o municpio de Ouro Preto do Oeste teve seu incio de criao marcado com a
implantao do Projeto Integrado de Colonizao Outro Preto, onde foi escolhido um local s margens do igarap
Ouro Preto, por conta das suas terras de solo frtil s margens do igarap Ouro Preto, na BR-364, distante 40 km da
atual cidade de Ji-Paran (IBGE, 2015).
Salienta-se que ambos os municpios descritos tiveram a intensificao de imigrantes a partir da dcada de
70, outra caracterstica o fato de ambos pertencerem a esta ltima mesorregio Leste Rondoniense, portanto, se
caracterizam pela formao histrica a partir da colonizao de Rondnia.
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Apesar das caractersticas em comum, os municpios de Presidente Mdici e Ouro Preto do Oeste com o
passar dos anos comearam e ter processo de desenvolvimento diferente. Ao tratarmos dos ndices relacionamos ao
municpio de Presidente Mdici, temos o ndice de Desenvolvimento Econmico Regional (IDRE) que retrata que
no ano 2000 a cidade estava em 14 lugar com um ndice de 0,3247 (Escala de 0 a 1,0), j em 2009 a mesma caiu
para a 28 posio com 0,2587 na mesma escala. J o municpio de Ouro Preto do Oeste apresentou um IDRE de
0,2897 em 1990, 5 lugar, 0,3832 em 2000, 6 lugar e 0,3519 em 2009, 7 lugar. (CAVALCANTE, 2011).
Assim, mesmo com uma leve queda no ndice IDRE para o municpio de Ouro Preto em 2009 em relao
ao de 2000, este ndice ainda superior ao de Presidente Mdici e ao analisarmos a posio no ranking dos
municpios essa diferena se torna ainda maior.
Analisar regies que tenham caractersticas em comum um tema abordado por Robert Putnam, no qual o
mesmo parte de um problema central: por que alguns governos democrticos tm bom desempenho e outros no?
Putnam resgata uma questo antiga, porm, com vitalidade o suficiente para provoc-lo e instig-lo a encontrar uma
explicao para tal discrepncia. Pois os aspectos do capital social podem explicar o porqu de regies possurem os
mesmos desenhos institucionais, ou seja, as mesmas matrizes institucionais e tenham desempenho muito diferente.
(CAVALCANTE & SILVA, 2008; CAVALCANTE, 2011).
Neste contexto, o terico Douglas North, preocupa-se com a anlise da mudana institucional e com o
desempenho das economias a longo prazo, destacando que as instituies reduzem as incertezas e estruturam os
incentivos que formam o caminho do desenvolvimento das economias, tornando as favorveis, colocando as
instituies em uma situao em que elas podem figurar como impulsionadoras do crescimento ou limitadoras deste
CAVALCANTE, 2011).
Diante do exposto, verifica-se que os municpios em questo apresentam caractersticas de
desenvolvimento diferente. Assim, se insere a questo epistemolgica da pesquisa, isto , se os dois municpios
apresentam a mesma formao histrica, de um ponto de vista macrorregional, o que leva um municpio ser mais
pujante do que o outro?
2 METODOLOGIA
Ser realizada uma abordagem de pesquisa classificada como quantitativa onde os estudos tratam de
descrever e explicar os fatos sociais a partir de suas manifestaes externas, como os indicadores, assim os
fenmenos e situaes sociais so descritos em termos matemticos e estatsticos. (RUBIO & VARAS, 1999).
Ser empregado o mtodo de Pesquisa Hipottico-Dedutivo que ressalta que qualquer discusso cientfica
parte de um problema, ao qual se oferecesse uma espcie de soluo provisria, uma teoria-tentativa, passandose depois a criticar a soluo, com vista eliminao do erro e, tal como no caso da dialtica, esse processo se
renovaria a si mesmo, dando surgimento a novos problemas. Assim, a cincia comea com problemas e termina com
problemas. (POPPER, 2008)
Pois atravs do mtodo hipottico-dedutivo, Popper sugeriu a condio transitria da validade de uma
teoria, ou seja, uma teoria vlida at o momento que refutada, para assim comprovar sua falsidade, pois somente
a falsidade de uma teoria pode ser provada, mas nunca sua veracidade. Outro aspecto defendido por Popper que
no existe observao pura, pois toda a observao realizada tendo como base pressupostos e teorias prvias que o
cientista traz consigo, e estas se confirmam ou no a partir de observaes (COTRIM, 2000).
Em relao ao planejamento e execuo da pesquisa, a mesma ser realizada em 3 etapas. Sendo que a
primeira etapa ser realizada a reviso terica, visando identificar as contribuies cientficas prvias, nesta fase
sero realizadas as pesquisas bibliogrficas, bem como pesquisas documentais. J a segunda etapa ser a fase de
coleta de dados por meio da aplicao do questionrio da amostra da populao e levantamento de dados
secundrios para construo de ndices. A terceira, e ltima, etapa da pesquisa ser a anlise dos dados coletados a
partir das tabulaes realizadas. Ser realizado tambm a anlise comparativa dos dados levantados e a redao final
contendo os resultados da pesquisa.
Quanto s tcnicas e anlise dos dados, ser aplicado o questionrio Integrado para Medir o Capital Social
nos municpios de Presidente Mdici e Ouro Preto do Oeste, o referido questionrio ser aplicado com os muncipes
e os empresrios. Segundo Siena (2011, p. 107) questionrio um instrumento contendo questes para respostas
escritas pelo informante sem a presena do pesquisador. Em relao ao questionrio integrado para medir o capital
social, o mesmo classificado, conforme Banco Mundial (2003, p. 3), como tendo:
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O objetivo do Questionrio Integrado para Medir Capital Social (QI-MCS), prover um conjunto
de questes essenciais do tipo survey para todos aqueles interessados em gerar dados quantitativos
sobre vrias dimenses do capital social, como parte de surveys domiciliares mais amplos, (tais
como as Pesquisas de Padro de Vida PPV).
No haver pr-teste em virtude de o questionrio ter ser aplicado mundialmente e a sua confiabilidade j
foi comprovada.
A anlise ser realizada por meio de indicadores bsicos de capital social obtidos com a aplicao deste
questionrio: participao em associaes e redes (capital social estrutural), confiana e adeso a normas (capital
social cognitivo) e ao coletiva (uma medida de resultado). Segundo o Banco Mundial (2003, p. 14) anlise de
frequncias uma maneira simples e conveniente de organizar os dados e extrair mensagens bsicas que os dados
contm.
Para levantamento da taxa de empreendedorismo, ser levantado o nmero de empresas abertas nos
municpios pesquisados no perodo de 10 anos e seu tempo de durao mdia e a partir desses dados ser extrada a
taxa de empreendedorismo.
Em relao ferramenta de anlise, ser utilizado o programa SPSS58, em sua verso 17, que possibilitar a
aplicao dos conhecimentos matemticos e permitir a construo dos ndices. J quanto aos nveis de escalas que
sero adotados para expressar os dados levantados, sero utilizados as seguintes, conforme a Tabela 1.
Tabela 1: Escala de anlise adotada pela pesquisa.
ESCALA
0,000 a 0,300
0,301 a 0,500
0,501 a 0,700
0,701 a 0,900
0,901 a 1,000
Fonte: Elaborao prpria
DESCRIO
Muito Baixo
Baixo
Regular
Alto
Muito Alto
REFERNCIAS
BANCO MUNDIAL. Questionrio Integrado para Medir Capital Social (QI-MCS) (Integrated Questionnaire
for the Measurement of Social Capital) (SC-IQ). Grupo Temtico sobre Capital Social, 2003.
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acesso em junho de 2015.
COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: Histria e grandes temas. 15.ed. So Paulo: Saraiva, 2000.
58
O pacote estatstico SPSS foi o software utilizado pela pesquisa, mais precisamente, atravs de sua verso 17.0;
este programa estatstico grandemente aplicado para anlise de dados em cincias sociais, o que possibilitou a
anlise fatorial dos dados e a gerao dos ndices de desempenho, que subsidiaram as discusses e s principais
concluses deste trabalho.
Porto Velho, 02 a 05 de dezembro de 2015
1041
ISBN: 978-85-61320-14-0
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Cidades 2014. Disponvel
http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun= 110025 Acesso em julho de 2015.
em:
ISBN: 978-85-61320-14-0
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mxima, umidade tima, expanso, IG, ISG e classificao HRB, diferenciando-se materiais consolidados e
inconsolidados.
Os resultados foram interpretados atribuindo-se um significado fsico s estatsticas encontradas, considerando a
natureza geolgica e as caractersticas geotcnicas das formaes laterticas de Porto Velho. Posteriormente,
utilizando o software de planilhas eletrnicas, foram elaborados grficos de intervalo de confiana para os
parmetros LL, LP, umidade tima, IG, ISG, densidade mxima e expanso, alm de grficos de pizza para
granulometria.
RESULTADOS E DISCUSSES
Devido extenso da tabela de dados utilizados, para o presente no oportuno sua apresentao, assim os
autores optam por apresentar somente os resultados das anlises estatsticas, que podem ser observados nas figuras
que se seguem.
Tabela 01 Estatstica descritiva das amostras de lateritos mosqueados inconsolidados. Unidade NQclm.
LL
LP
IP
IG
Umidade tima (%)
Densidade mxima
(kg/m3)
Expanso
ISG
MEDIANA
MODA
MDIA
MNIMO
MXIMO
AMPLITUDE
43,9
21,3
22,6
13,8
21,7
1625,6
DESVIO
PADRO
4,02
2,72
2,47
2,31
4,49
98,04
43,7
21,1
22,4
14,0
21,5
1637,5
43,2
20,6
22
14,0
21,4
1555
29,1
11
10,9
8
13,1
1365
69,2
39
30,6
20
32,2
1897
40,1
28
19,7
12
19,1
532
0,7
7,6
0,7
9
0,9
8,0
0,77
2,90
0
2,6
3,4
15,6
3,4
13
Figura 01 Intervalo de confiana dos parmetros geotcnicos para amostras de lateritos mosqueados
inconsolidados.
Tabela 02 Estatstica descritiva das amostras de lateritos crosta consolidados. Unidade NQcl.
LL
LP
IP
IG
Umidade tima (%)
Densidade mxima
(kg/m3)
Expanso
ISG
MEDIANA
MODA
MDIA
MNIMO
MXIMO
AMPLITUDE
33,4
19,5
13,9
0,5
13,7
2031,0
DESVIO
PADRO
2,17
1,71
2,28
0,51
1,62
56,50
33,3
19,6
14,3
0,5
13,7
2028,0
33,80
21,10
10,20
1,00
13,00
2097,00
29,60
15,90
10,20
0,00
10,70
1880,00
38,40
22,10
17,30
1,00
17,80
2097,00
8,80
6,20
7,10
1,00
7,10
217,00
0,2
83,2
0,30
#N/D
0,2
92,4
0,27
25,34
0,00
72,90
0,90
157,80
0,90
84,90
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(a)
(b)
Figura 03 Granulometria dos lateritos consolidados (a) e inconsolidados (b).
CONCLUSES
Da anlise depreende-se que o material apresenta caractersticas geotcnicas compatveis com o uso para
aterro, base e sub-base de rodovias.
Na fase inconsolidada normalmente classificado como A-7-6 segundo classificao HRB, pois apresenta-se
predominantemente argiloso, susceptvel eroso, com rochosidade da ordem de 4% e presena de argilas pouco
expansivas (xidos e hidrxidos metlicos), chama ateno o fato da umidade tima assemelhar-se ao limite de
plasticidade, no campo essa situao limite pode gerar problemas de ordem estrutural, como deformaes e
recalque.
Na fase consolidada normalmente classificado como A-2-6 segundo classificao HRB. Observa-se que
cerca de metade da amostra apresenta granulometria de cascalho, o que confere baixa susceptibilidade eroso, alta
densidade (evidncia de elevada capacidade de suporte e elevada resistncia mecnica), suporta cortes em talude
vertical, alm disso, apresenta umidade tima abaixo do limite de liquidez e baixa expanso, o que em campo
garante condies ideais para aplicao do material como base e sub-base de rodovias.
REFERNCIAS
COSTA, M.L. 1991. Aspectos geolgicos dos lateritos da Amaznia. Revista Brasileira de Geocincias, 21(2): 146160.
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maio/2008.
ISBN: 978-85-61320-14-0
INTRODUO
O Brasil o principal produtor e o maior exportador mundial de caf, o estado de Rondnia o sexto maior
produtor de caf do Brasil e o segundo maior produtor da espcie robusta, sendo que a produo realizada por
pequenos produtores e mo de obra familiar (CONAB, 2014). C. canephora fornece a principal fonte de resistncia
a doenas e pragas caractersticas no encontradas em C. arabica, incluindo ferrugem do cafeeiro (Hemileia
vastatrix), Coffee Berry Disease (Colletotrichum kahawae) e nematides das galhas (Meloidogyne spp.) (PHILIPPE
et al., 2009) e por isso est sendo usado em programas de melhoramento, atravs dos quais hbridos interespecficos
entre C. arabica e C. canephora foram produzidas com sucesso (LASHERMES et al, 2011; PRESCOTT-ALLEN e
PRESCOTT-ALLEN, 2013).
As flores auto incompatveis de forma que a polinizao ocorre de forma cruzada. diploide (2n = 2x = 22
cromossomos) e algama, apresentando incompatibilidade do tipo gametoftica (FERRO et al., 2007). Portanto, a
propagao vegetativa uma alternativa para evitar a variabilidade e tem sido conseguido com xito para a
propagao das espcies. Entre os disponveis tcnicas in vitro, embriognese somtica a mais utilizada para C.
canephora propagao, pois permite a regenerao de plantas a partir de numerosas pequenas tecidos vegetais ou
rgos e pode ser usado para a propagao clonal em larga escala de cultivares elite, proporcionando uma
abordagem alternativa a micropropagao convencional (ARNOLD, 2008; DEO et al, 2010;.. SANTOS et al, 2010).
Em relao propagao dessa espcie em condies de campo, o enraizamento de estacas o mtodo mais usado,
pois permite a manuteno das caractersticas genticas das plantas parentais, garantindo maior uniformidade das
culturas, entre outras caractersticas desejveis, alm do nmero elevado de segmentos nodais produzidos por uma
nica planta (SANTOS et al, 2013; VERDIN FILHO et al, 2014). Estes sistemas de propagao de C. canephora
so protocolos de rotina atuais e tm sido praticados e melhorados a Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa)
e outras instituies brasileiras para um nmero de anos (FONSECA et al., 2007; SANTOS et al., 2010 ). Este
estudo apresenta uma comparao entre os dois mtodos de propagao de C. canephora, tendo em conta o custo e o
tempo para a produo de novas mudas e nmero de plntulas produzidos por planta matriz.
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METODOLOGIA
Os valores estabelecidos para a produo de mudas por embriognese somtica no Laboratrio de Planta
Cultura de Tecidos da Embrapa Rondnia (Porto Velho, Brasil) e pelo enraizamento de estacas no campo
experimental da mesma instituio foram usadas como base para a comparao de em sistemas in vitro e no campo.
Folhas e estacas utilizadas em ambos os sistemas vm de C. canephora cv. Plantas BRS Ouro Preto, compostas por
15 gentipos.
No sistema de propagao in vitro ocorre a desinfestao das folhas que sob condies asspticas, cortada
para produzir 20 fragmentos de cerca de 1,0 cm2 que so inoculados individualmente com a superfcie abaxial para
cima em tubos de ensaio contendo 10,0 ml de meio. Os explantes so mantidas em meio de cultura Primria (MCP)
durante 60 dias para produzir embries somticos em uma mdia de 14,5 embries por explante. Os embries
somticos so transferidos para frascos contendo 30 ml de um meio de germinao e maturao (MGM) onde elas
crescem e do origem a cotildones nos 120 dias subsequentes. Depois disso, os embries so verticalmente
inoculados em frascos contendo 30 ml de um meio de crescimento e enraizamento (MCE) onde so mantidos por
150 dias para produzir folhas e razes. Composio do meio: MCP - concentrao metade sal de meio MS
(MURASHIGE e SKOOG, 1962), 10 mg L-1 tiamina, 1 mg L-1 piridoxina, 1 mg L-1 de cido nicotnico, 1 mg L-1
glicina, 100 mg L-1 de inositol, 100 mg L-1 de casena, 400 mg de extrato de L-1 de malte, 20 g L-1 sacarose, 8 g L-1
de gar, cido 4,92 uM indole-3-butrico (IBA), 4,92 uM purina (2iP), e 20 uM de cido 2,4-diclorofenoxiactico
(2,4-D) (SANTOS et al., 2013). MGM - mesma composio de MCP, e 2iP sem 2,4-D, com 4,44 uM de 6benzilaminopurina (BA). MCE - mesma composio da MGM, sem casena e extrato de malte. Os meios de
comunicao tm o pH ajustado para 5,8 antes da autoclavagem (120 C durante 20 minutos). MCP e MGM
culturas so mantidos na escurido; MCE cultura mantida no fotoperodo de 16, a 24 2 C. As plntulas (3-8 cm
de comprimento) produzido so lavadas em gua corrente para eliminar o meio de cultura residual e plantadas em
bandejas de polipropileno contendo substrato comercial Plantmax, em condies de viveiro controlada de 50% de
sombreamento, irrigao por asperso durante 15 minutos, seis vezes por dia, e temperatura de 22-32 C, durante
120 dias, aps o qual as plntulas ter 6 pares de folhas e esto prontos para ser cultivada em condies de campo.
Sistema de propagao de campo. Com o objetivo de produzir mudas, o basal e pores apicais de mudas,
os ramos plagiotrpicos, e 2/3 do limbo foliar so eliminados. As aparas so ento individualizados por cortes em
bisel, uma 1.0 cm acima da insero dos ramos plagiotrpicos e outros 4,5 cm abaixo da insero do par de folhas.
As estacas so imersas em uma soluo fungicida (2,5 g L L-1 Cuprozeb, 12 g L L-1 Mancozeb, 1 g de L L-1
Penicurom) e, em seguida plantadas a uma profundidade de 2,0 cm em sacos com substrato: 75% (v/v) horizonte do
solo (10 cm de profundidade), 25% (v / v) de estrume de gado, 0,06% (v / v) de calcrio dolomtico, 0,48% (v/v) de
superfosfato, 0,03% (v) cloreto v/ de potssio, 0,012% FTE (MARCOLAN et al., 2009). A partir do 50 dia de
cultivo em intervalos de 30 dias adubao nitrogenada fornecida por uma soluo de 33,75 mg.L -1 ureia (12,5 ml
por planta). Os sacos so mantidos em um viveiro de plantas onde 90% de umidade fornecida por irrigao por
asperso durante 10 segundos a cada 10 minutos. Aps 30 dias o perodo entre irrigaes de 20 minutos. Nos
primeiros 80 dias, o sombreado de 50%; depois disso de 25%. Aps 150 dias, as plantas tm 6 pares de folhas
completamente expandidas e est pronto para ser cultivado em condies de campo.
Os resultados da produo foram estimados para a produo eficaz de 300.000 plantas por cada sistema de
propagao tendo em conta 20% de perdas na embriognese somtica aquando da converso de embries em
plntulas e durante o processo de aclimatizao e 10% de perdas sobre procedimentos de campo sobre a converso
de estacas em plntulas. Os valores foram convertidos de Real (moeda brasileira) para dlar norte-americano em 28
de janeiro de 2015 a uma taxa de US $ 1,00 a US $ 2,59.
RESULTADOS E DISCUSSES
Por meio da embriognese somtica so necessrias 15 plantas matrizes para fornecer um total de 301.977
mudas aclimatizadas pronto para ser levado s condies de campo. A partir de cada folha so produzidos 20
explantes, cada um dando origem a 14,5 embries somticos. Existe uma perda de 22% na converso destes
embries, que no conseguem converter em plntulas, e de 11% durante a aclimatao das plntulas. Estas perdas
representam mais de 30% do nmero total de embries somticos produzidos. A partir de uma nica planta matriz
20.131,8 mudas so produzidas.
No sistema de enraizamento de estacas, 1.665 plantas matrizes so necessidade para produzir 300.000
mudas aclimatizadas. Cada planta matriz d origem a 50 rebentos e cada ramo dividido em quatro estacas. Durante
a converso dessas estacas em plntulas, h uma perda de 10%. Uma planta matriz origina 180.2 mudas aclimatadas.
O custo de produo de 300.000 plntulas por embriognese somtica de US $ 68.553,41, o custo de uma
nica plntula de US $ 0,23. A aclimatao das mudas responsvel por 32,94% do custo total de produo. O
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maior custo, da produo de embries somticos e aclimatao, o salrio dos funcionrios, respondendo por 53,52
e 18,61% do custo total de produo, respectivamente. A proporo de custo de componentes de mdia, incluindo
reguladores de crescimento, de 0,92% do custo total de produo. Em condies de campo, para produzir 300.000
mudas por enraizamento de estacas custa US $ 36.334,71, o custo de uma nica plntula sendo US $ 0,12. O custo
o pagamento dos trabalhadores, o que representa 50,49% do custo total, seguido de depreciao da estufa, o que
representa 16,17%.
Em relao ao tempo de produo, que leva 465 dias para produzir 300.000 plntulas por embriognese
somtica. A fase mais longa a converso dos embries em plntulas, que leva 150 dias, 32,26% de todo o
processo, e leva 120 dias de aclimatizao, 25,81% do tempo total. Para produzir 300.000 mudas por enraizamento
de estacas leva 345 dias, a partir dos quais 52,17% so tomadas para produzir rebentos de plantas matrizes.
Comparando-se os custos dos dois sistemas de propagao, notvel que o custo de uma das plntulas
produzidos em condies de campo de cerca de metade do custo de uma das plntulas obtidas por mtodos de
cultura de tecidos. De acordo com Verdin Filho et al. (2014), entre as formas de propagao vegetativa,
micropropagao uma tcnica rpida e eficiente, que pode ser usado para multiplicar as plantas de caf, no
entanto, caro em relao a outras tcnicas de multiplicao, visto que ela exige laboratrios especializados,
consumveis caros e treinados trabalhadores.
CONCLUSES
Embriognese somtica requer mais tempo e dinheiro do que o enraizamento de estacas para propagar
plantas de Coffea canephora, todavia a propagao por estaquia requer um grande nmero de plantas matriz quando
comparada ao sistema in vitro para iniciar o sistema de produo. Portanto, notvel que a embriognese somtica
mais eficaz apenas quando o nmero de plantas matrizes limitado, como no caso do lanamento de novos
cultivares.
REFERNCIAS
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ISBN: 978-85-61320-14-0
INTRODUO
Na perspectiva do desenvolvimento sustentvel, nesta pesquisa entendido como aquele que prov as
necessidades das geraes presentes sem comprometer a possibilidade das geraes futuras proveem suas prprias
necessidades (VAN BELLEN, 2013). O papel desempenhado pelas licitaes pblicas vem ocupando um espao
crescente nas agendas governamentais, particularmente em razo do peso que as mesmas passaram a representar no
contexto das economias nacionais.
Segundo Biderman et al (2011), os gastos envolvidos nas compras de bens e servios e na contratao de
obras pblicas situam-se entre 8% e 25% do Produto Interno Bruto (PIB) dos principais pases. No Brasil, de acordo
com Hegengerg (2013), o volume de recursos gastos em licitaes pblicas tem girado em torno de 10% do PIB,
correspondendo para o ano de 2011 um consumo aproximado de 400 bilhes de reais. Ademais, consensual entre
os estudiosos a ideia de que, medida que os pases se desenvolvem, h uma tendncia de aumentar
proporcionalmente os respectivos volumes de gastos com licitaes pblicas.
Este processo de valorizao das licitaes pblicas decorre de vrios fatores contemporneos, geralmente,
associado ao aumento das responsabilidades dos governos em ofertar servios pblicos de qualidade aos cidados.
Segundo Squeff (2014), as licitaes pblicas correspondem os meios pelos quais os governos garantem as
aquisies de bens e servios e a contratao de obras necessrias ao funcionamento da mquina pblica. Compras
pblicas sustentveis (CPS), por sua vez, constituem quelas aquisies alinhadas com os princpios, critrios e
valores caractersticos do desenvolvimento sustentvel (IPEA, 2011).
Dado o volume de recursos envolvidos, considera-se que as CPS devem ser planejadas de modo a
possibilitar seu uso estratgico, como ferramenta para alavancar polticas pblicas focadas em determinados
objetivos almejados. Segundo o IPEA (2011), o poder atual das CPS pode ser usado, por exemplo, para auxiliar na
criao de economias de escala para alavancar as margens de lucros e reduzir os riscos dos empreendimentos
econmicos, para estimular a competio e os processos de inovao entre as indstrias nacionais etc. Neste sentido,
considerando a problemtica colocada pelo desenvolvimento sustentvel, os governos vm sendo desafiados a
empreenderem aes propositivas voltadas para mitigar as restries sistmicas relacionadas capacidade do
planeta suportar as presses crescentes provocadas pelos processos de produo e de consumo contemporneos.
Para desempenhar este papel estratgico de consumidor racional, o Poder Pblico brasileiro vem
construindo, nas ltimas dcadas, um arcabouo institucional, legal e operacional, que capacite os seus gestores a
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implementarem CPS de acordo com as melhores prticas sustentveis, tendo em vista que essa constitui uma meta
imperativa fixada pela atual Constituio Federal, pelo conjunto leis e normas especficas, assim como pelas
obrigaes impostas pelos tratados internacionais de defesa do meio ambiente e de preservao dos recursos naturais
dos quais o pas signatrio.
Da a importncia de compreender as mltiplas dimenses desse processo, bem como de sua trajetria e
desdobramentos, tanto em nvel nacional quanto regional e local. Neste sentido, a realizao de pesquisas focadas
nas experincias de gesto de rgos e entidades pblicas federais, igualmente obrigadas a adoo de melhores
prticas sustentveis em suas CPS encontram-se plenamente justificadas.
Nesta pesquisa pretende-se analisar as CPS realizadas por uma instituio federal de ensino profissional e
tecnolgico de Rondnia, durante o perodo de 2012 a 2014, objetivando discutir quais critrios de sustentabilidade,
estabelecidos pela legislao ambiental brasileira, foram, efetivamente, implementados, assim como ressaltar suas
adequabilidades s tipologias dos bens adquiridos e servios contratados pela instituio federal de ensino
pesquisada.
Neste sentido, a pergunta que tentar-se- responder at que ponto a instituio federal de ensino
pesquisada conseguiu cumprir as exigncias legais estabelecidas pela legislao ambiental brasileira, durante o
perodo considerado na pesquisa? Simultaneamente, ao descrever a trajetria dinmica desse processo, poder-se-
identificar os elementos e a natureza dos obstculos, operacionais e institucionais, que dificultaram a implementao
de CPS em termos mais efetivos, na instituio federal de ensino pesquisada.
METODOLOGIA
A metodologia, conforme assevera Siena (2011), a descrio minuciosa da forma de se conduzir uma
pesquisa para a obteno de determinados resultados. Por seu turno, o nvel de detalhamento da pesquisa deve ser
suficiente para que outros possam reproduzir o conhecimento produzido.
Trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, e o mtodo utilizado estudo de caso. Por seu turno, os
procedimentos metodolgicos a serem utilizados encontram-se descritos no Quadro 1:
Quadro 1: descrio dos procedimentos metodolgicos.
Procedimentos
Descrio
Pesquisa bibliogrfica
Pesquisa documental
Pesquisa na Internet
Entrevistas e aplicao de
questionrios in loco
Anlise de dados
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RESULTADOS E DISCUSSES
Acredita-se que os resultados da pesquisa permitiro identificar, no somente os critrios de sustentabilidade
esto sendo adotados pela instituio de ensino pesquisada, mas tambm compreender seus graus de importncia e
adequabilidades, tendo em vista s exigncias da legislao vigente.
Permitiro, igualmente, compreender a dinmica de implementao desse processo, bem como suas
caractersticas e impactos. Tais informaes podero, ainda, embasar estratgias mais eficazes de planejamento para
a realizao de futuras CPS, tanto na instituio de ensino pesquisada quanto nas demais entidades que constituem a
rede federal de ensino profissional e tecnolgica.
CONCLUSES E RECOMENDAES
No mbito da literatura especializada, h o entendimento de que difcil atender plenamente os imperativos
do desenvolvimento sustentvel, sobretudo se se considerar a diversidade e complexidade envolvidas nos seus
critrios e parmetros. No obstante, o que os estudiosos advogam a necessidade de se mitigar ao mximo, os
efeitos perversos dos processos de produo e de consumo, tipicamente capitalistas, mediante escolhas criteriosas e
aplicabilidades de requisitos, cujos impactos negativos sobre o meio ambiente natural sejam menos significativos.
Por outro lado, considera-se que padres de sustentabilidade aceitveis podem ser conquistados com
relativa facilidade, se os responsveis pelas CPS adotarem apenas os critrios sustentveis mais estratgicos ao
tomarem suas decises de compras pblicas, visando o cumprimento da Constituio Federal e normas jurdicas
vigentes.
Neste sentido, a partir das informaes detectadas nesta pesquisa pretende-se contribuir para a identificao
dos critrios de sustentabilidade mais estratgicos, tornando mais exequveis o xito na implementao de futuras
CPS, no somente na instituio de ensino pesquisada, como tambm nas demais instituies que compem a rede
federal de ensino profissional e tecnolgica brasileira.
Do mesmo modo, esta pesquisa, a partir da identificao dos principais obstculos nos processos de
implementao das CPS, poder nortear possveis estratgias de capacitaes dos profissionais direta e/ou
indiretamente envolvidos nas realizaes das futuras CPS.
REFERNCIAS
BIDERMAN, R.; MACEDO, L. S. V.; MONZONI, M. & MAZON, R. (Orgs.). Guia de compras Pblicas
Sustentveis. Uso do Poder de Compra do Governo para a Promoo do Desenvolvimento Sustentvel. 2 ed. Rio
de Janeiro: FGV, 2011.
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biodiversidade, economia e bem-estar humano. O uso do poder de compra para a melhoria do meio ambiente,
Braslia: IPEA, 2011. Disponvel em: <http://www.ipea.gov.br/ouvidoria>.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm.
HEGENBERG, J. T. As Compras Pblicas Sustentveis no Brasil: um estudo nas universidades federais.
Dissertao (Mestrado)Programa de Ps-graduao em Planejamento e Governana Pblica. Universidade
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SIENA, Osmar. Normas para elaborao e apresentao de trabalhos acadmicos: projeto, monografia, dissertao e
artigo. Porto Velho: PPGMAD/UNIR, 2011.
SQUEFF, F. de H. S. O poder de compras governamental como instrumento de desenvolvimento tecnolgico:
anlise
do
caso
brasileiro.
Braslia:
Ipea.
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1922,
2014.
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em:
www.ipea.gov.br/portal/index.plp?option=com_content&view=article&id=21116.
VAN BELLEN, H. Michael. Indicadores de Sustentabilidade: uma anlise comparativa. 2 ed. Rio de Janeiro: FGV,
2013.
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INTRODUO
Compras Pblicas Sustentveis (CPSs) nada mais de um processo de compra realizado pelo Estado que
leva em conta a satisfao do consumidor final atravs da aquisio de produtos que oferecem maiores benefcios
para o meio-ambiente e a sociedade (BIDERMAN et al,2011). Alm disso, a licitao sustentvel amplia o conceito
de bem adquirido para satisfao da organizao, preocupando-se com o ciclo de vida no que tange gerao de
benefcios no apenas para rgo adquirente, mas para toda a sociedade, conforme nos ensina Villac (2014).
Outrossim um tipo de compra que busca o equilbrio entre os trs fundamentos do desenvolvimento sustentvel: a
sustentabilidade econmica, social e ambiental.
Para fins deste trabalho, entende-se sustentabilidade como forma de preservao de recursos naturais tendo
em vista no apenas aspectos quantitativos, mas qualitativos. Compreende o respeito capacidade de produo de
determinado recurso natural, extraindo apenas a capacidade excedente de forma que sua existncia se torne infinda
(BRANCO, MARTINS, 2007).
O Estado brasileiro incrementa cerca de 10% do PIB atravs de suas compras (VALENTE; GAZONI;
FREITAS, 2010), o que o coloca como importante comprador de bens e servios, servindo de impulsionador no
processo de mudana de paradigma no que tange s CPS em nvel Federal, Estadual e Municipal.
Desta forma, a partir do momento em que o Estado em suas compras passar a exigir dos fornecedores
padres de qualidade que englobem fatores ambientais nos processos de produo dos bens, forar de forma
positiva a uma mudana na postura dos contratados, gerando um crculo virtuoso de oferta e demanda de produtos
que levem em contas valores como potencial de reciclagem e racionalidade no uso das matrias primas.
O estado do Acre tem se destacado no cenrio nacional como o celeiro da luta ambiental. A figura do
ambientalista Chico Mendes alcanou reconhecimento mundial. Sua morte em Dezembro de 1988 trouxe a tona o
drama daqueles que lutam pela preservao da floresta como fonte de sustento. Desde ento o Estado tem como
marca a luta pela preservao ambiental os governos que se sucederam no poder tm se esforado para reafirmar o
compromisso com a causa da sustentabilidade.
Como indicador da vontade poltica de implementar polticas voltadas para o desenvolvimento sustvel, o
Estado assinou em 2009 a adeso ao Programa Estado Amigo da Amaznia (VALENTE; GAZONI; FREITAS,
2010). Em que pese a disposio poltica em se estabelecer uma cultural ecologicamente sustentvel nas relaes de
compras estatais, ainda muito tmida as CPS no Estado. A questo que se levante quais fatores impedem a
consolidao das CPS em um rgo da administrao Indireta no estado do Acre?
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METODOLOGIA
A abordagem da pesquisa se configura qualitativa, sendo o mtodo de estudo de caso. A metodologia
utilizada passa pela anlise de contedo de quinze editais de licitao de materiais de consumo lanados pela
instituio em estudo, onde se buscar a presena de incentivo a produtos sustentveis baseados na legislao
vigente. Esta anlise se deve ao fato de que o processo de institucionalizao de compras verdes requer a previso de
dispositivos legais e jurdicos em seus processos licitatrios (NEVES, 2013); alm disso, um questionrio com
perguntas acerca do tema foi aplicado aos servidores do setor de compras do rgo a fim de mensurar o nvel de
institucionalizao do conceito de Compras Pblicas Sustentveis, como tambm entender os principais fatores
internos e externos que dificultam a implementao das CPSs.
Num segundo momento, aplicar-se- em conjunto com os servidores envolvidos em compras do rgo em
estudo elementos de compras sustentveis em trs termos de referncia que daro origem a licitaes. Com a
insero dos elementos anteriormente citados, observar-se- as implicaes que estas modificaes traro ao
processo de compra da instituio.
RESULTADOS E DISCUSSES
Os resultados da pesquisa se proporo a traar um panorama das dificuldades encontradas quando da
implementao de compras sustentveis em rgo da administrao indireta do governo do estado do Acre. Os
resultados levantados serviro de base para traar estratgias eficazes de implementao de compras sustentveis no
mbito do governo do estado do Acre, como forma de gerar um crculo virtuoso que envolva o estado, a sociedade e
o setor produtivo, a fim de fortalecer o mercado de produtos sustentveis, alm de incentivar a prtica da
sustentabilidade no seio da sociedade, uma vez que o estado deve estar em constante preocupao com o bem estar
da gerao atual e futuras.
A institucionalizao um processo de transformao de uma organizao atravs do tempo, refletindo sua
histria, a histria das pessoas que por ela passaram; como esses grupos criaram interesses, valores e como esses
valores se adaptaram ao ambiente (SELZNICK,1996). Dentro dessa perspectiva, o trabalho ajudar a entender como
o processo de incorporao de valores voltados para sustentabilidade so absorvidos por uma organizao estatal,
em que medida esse processo pode influenciar no comportamento do mercado como um todo.
CONCLUSES
Espera-se com este trabalho trazer um debate sobre as compras sustentveis desenvolvidas pelos estados da
regio norte do pas. No seio da floresta amaznica, o bero da luta ambiental deve ser protagonista em iniciativas
que contemplem a vida das prximas geraes. Nesse sentido, o Estado deve tomar o papel de destaque como
propulsor de prticas que estimulem este tipo de comportamento.
Entender as dificuldades e apontar solues no sentido de se superar os desafios encontrados na
implantao das CPSs em rgos da administrao indireta do estado do Acre, se revela uma importante reflexo
que poder servir de subsdio para futuras aes governamentais que visem efetivar a cultura do CPSs.
REFERNCIAS
BIDERMAN, R.; MACEDO, L.S.V; MONZONI, Mrio; MAZON, Rubens. (orgs).Guia de compras pblicas
sustentveis. Uso do poder de compra do governo para a promoo do desenvolvimento sustentvel. 2. Ed. Rio de
Janeiro: FGV, 2011
BRANCO, A. M.; MARTINS, M. H. B. Desenvolvimento Sustentvel na Gesto de Servios Pblicos:
Responsabilidade Socioambiental e Informe Social. So Paulo: Paz e Terra, 2007;
NEVES, nderson de Araujo. Inovao e sustentabilidade na administrao pblica:uma anlise da
institucionalizao do conceito de compras verdes em unidades gestoras do governo federal em Rondnia.
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Dissertao (Mestrado em Administrao).Ncleo de Cincias Sociais Aplicadas NUCSA, Programa de PsGraduao Mestrado em Administrao PPGMAD. Universidade Federal de Rondnia. 2013;
SELZNICK,P. Institutionalis old and new. Administractive Science Quaterly, 1996;
VALENTE, Laura; GAZONI, Ana Carolina; FREITAS, Paula Gabriela. Compras pblicas sustentveis: metologia
para compras pblicas sustentveis.ICLEI.2010;
VILLAC, Teresa; BLIACHERIS, Marcos Weiss; SOUZA, Lilian Castro de. Panorama de licitaes sustentveis:
direito e gesto pblica. Belo Horizonte: Frum, 2014.
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INTRODUO
A Teoria das Convenes surgiu a partir dos estudos de Boltansky e Thevenont em 1986 e nos ltimos 28
anos vm sendo trabalhada por autores que buscam caracterizar o mercado capitalista considerando seis convenes
(WILKSON, 1999).Essa teoria consiste em caracterizar aes coletivas promovidas por entidades ou atores de
determinadas cadeias de produo, como: prticas, rotinas, acordos e suas relaes formais e informais.
Inspirado por Thevenot e Boltanski (1986), Stoper e Salais (1997) interpretaram as convenes como
diferentes sistemas de produo ou "mundos de produo a fim de examinar as combinaes de padres e
qualidades que compem as redes de padronizao conforme aponta Vitters (2005) e Murdoch e Miele (2000).
A teoria de Mundos de Produo consiste em identificar, a partir de suas convenes, em que mundo a
produo est enquadrada e se seu produto dedicado ou genrico e especifico ou padronizado. Alguns autores
defendem que para a garantia da qualidade do produto oferecido, algumas normas e convenes devem ser adotadas
(MURDOCH e MIELE, 2000).
A partir dessas convenes possvel identificar os chamados Mundos de Produo que podem ser
definidos como [...] feixes especficos de convenes frequentes que vm a compor diferentes tipos de redes de
produo (MURDOCH e MIELE, p. 471, 2000) os quais so divididos em duas dimenses de produo. Por um
lado o produto pode ser padronizado ou especializado e por outro ele pode ser dedicado ou genrico.
Partindo do pressuposto de que a Cadeia Produtiva do Leite no Estado de Rondnia tem se intensificado
com a insero de novas tecnologias no campo, no entanto, negligenciado com as questes ambientais, visto que
est se tornando uma nova fronteira agrcola, a pesquisa buscar responder a seguinte questo: Quais as Convenes
e os Mundos de Produo dos segmentos da Cadeia Produtiva do Agronegcio Leite do Estado de Rondnia?
METODOLOGIA
A pesquisa considerou o quadro terico estruturalista, classifica-se como qualitativa, estudo de campo e
descritiva, por descrever a Cadeia Produtiva do Leite em Rondnia a partir da tica da Teoria das Convenes e para
identificao dos Mundos de Produo. A Cadeia Produtiva do Leite de Rondnia possui 931.215 estabelecimentos
agropecurios que beneficiaram o leite segundo dados do IBGE (2015). Esses dados caracterizam o universo dessa
pesquisa sendo que para que fosse vivel estudar todas a cadeia, optou-se por analisar as publicaes feitas referente
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a essa cadeia sendo elas monografias e dissertaes do Programa de Ps-Graduao Mestrado em Administrao da
Universidade Federal de Rondnia UNIR.
RESULTADOS E DISCUSSES
A partir dos dados analisado, foi possvel perceber a incidncia das convenes como mostra o Quadro I.
Quadro XIX Caractersticas das Convenes na Cadeia Produtiva do Leite no Estado de Rondnia
Convenes
Conveno
Pblica
Segmentos
Conveno
Domstica
Ambiente
Empresarial
Marcas
conhecidas
(T1);
Marcas
locais
se
destacam (T1)
Conveno
Industrial
Ambiente
Institucional
No houve incidncia
No houve incidncia
Estratgia de reduo de
custos (T1; T16)
Preos acessveis ou baixos
(T1; T14)
Prtica do oportunismo (T1)
Utilizao de medicamentos
(T4)
Ativos especficos (T7)
Alto custo de sada (T7)
Linhas de crdito fcil (T3;
T5; T14; T15)
Projetos de insero de
tecnologia no campo (T5;
T14; T15; T3)
Conveno
Comercial
No houve incidncia
Ambiente
Organizacional
No houve incidncia
No houve incidncia
Fornecedores
de Insumos
RM: 3,38
RM: 2,97
Produo
Primria
RM: 2,28
Indstria
Embalagens pouco
diferenciadas (T1)
Marca reconhecida no
estado (T16)
Certificao de
qualidade (T17)
RM: 3,63
Fidelizao de cliente
(T16)
RM: 2,58
Distribuidores
Embalagens pouco
diferenciadas (T1)
Diversificao de
marcas (T1)
Investimento em
marca prpria (T2)
RM: 3,81
RM: 3,00
No houve incidncia
EMBRAPA (T3)
SEBRAE (T3; T5; T14;
T15)
Instituies Financeiras (T2;
T5; T15)
Conveno
Cvica
Conveno
Verde
No houve incidncia
No houve incidncia
RM: 3,15
Programas de
incentivo
comercializao (T4;
T5; T3; T11)
Pluriatividade (T4)
Participao em
associaes,
cooperativas,
sindicatos ou grupos
(T3; T5; T14; T15)
RM: 2,58
Diversificao de
produtos (T1; T16;
T17)
No possui poder de
barganha junto aos
distribuidores (T1)
Grande concorrncia
(T1, T5)
Mercado segmentado
(T16)
RM: 3,38
Grande concorrncia
(T1)
Atende vrios
segmentos (T1)
RM: 3,84
RM: 2,31
Instruo Normativa 51
(T5; T8)
Projetos para melhoria
da
educao
do
produtor (T3)
SFA (T3)
Idaron (T3)
CEDAI (T5)
Cmara Setorial do
Leite (T5)
RM: 2,92
RM: 2,57
RM: 2,75
CONCLUSES
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Esta pesquisa identificou as Convenes da Cadeia Produtiva do Agronegcio Leite no Estado de Rondnia
e pode-se perceber que so distintas as orientaes e direes tomadas por cada segmento e ambiente na Cadeia
Produtiva do Agronegcio Leite em Rondnia e as polticas pblicas voltadas para o fortalecimento dessa atividade
devem levar em considerao essas caractersticas para que no venha favorecer um nico ator dessa cadeia.
Como uma nova fronteira agrcola para o pas, Rondnia tem alguns problemas a serem sanados como o
crescimento desordenado da atividade agrcola na busca de novas terras para produo. Este trabalho mostrou que as
preocupaes ambientais representadas pela conveno verde no so o foco da Cadeia como um todo e nem de seus
segmentos e ambientes. O Estado como fomentador dessa atividade deve atentar-se tambm para questes
ambientais e oferecer aos produtores alternativos para o seu desenvolvimento, que estejam atrelados
sustentabilidade.
Esta pesquisa limitou-se a analisar a Cadeia Produtiva do Leite no Estado de Rondnia a partir de dados
secundrios e de dados primrios coletados com especialistas da cadeia. Recomenda-se que a partir dessa pesquisa,
sejam realizados mais estudos, principalmente utilizando dados primrios para que seja possvel comparar com o
que est sendo apresentado da cadeia at o momento.
REFERNCIAS
MURDOCH, Jhonatan; MIELE, Mara. Back to nature: Changing Worlds of Production in the Food Sector.
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VITTERS, G.; LIEBLEIN, G.; TORJUSEN, H.; JANSEN, B.; STERGAARD, E. Local, organic food
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Harvard University Press, 1997.
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<http://www.ibge.gov.br/estadosat/> Acessado em 05/04/2014.
WILKSON, Jhon. A contribuio da teoria francesa das convenes para os estudos agroalimentares
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amaznia tornam-se objeto de estudo na tentativa de identificar o preo deste produto e colaborar para a melhoria de
polticas pblicas.
Paes-de-Souza et al. (2011) destaca que grande parte dos produtos florestais no madeirveis (PFNMs)
produzidos na Amaznia so coletados por extrativistas. O termo extrativista designa grupos culturalmente
diferenciados e que utilizam recursos naturais, como PFNMs, para a sua sobrevivncia cultural e econmica e cujo
conhecimento transmitido por meio da tradio.
A Castanha-da-amaznia um dos PFNMs coletados por extrativistas amaznicos. Souza Filho et al.
(2014) estudaram a Cadeia Produtiva da Castanha-da-amaznia no Estado do Amazonas e identificaram a existncia
dos seguintes atores nesta cadeia: Extrativista, Cooperativa, Associaes, Governo do Estado, IBAMA, FUNAI,
Universidades, entre outros.
Os extrativistas, um dos atores identificados por Souza Filho et al. (2014) como um dos integrantes da
Cadeia Produtiva da Castanha-da-amaznia no Estado do Amazonas, foram apontados por Paes de Souza et al.
(2011) como integrantes da cadeia extrativa deste PFNM no Estado de Rondnia.
Segundo Pedrozo et al. (2011) a cadeia extrativa da Castanha-da-amaznia no Estado de Rondnia ainda
incipiente, necessitando de polticas pblicas para consolidar a gesto da mesma. De acordo com Laswel (1958),
polticas pblicas um conjunto de decises inter-relacionadas. Nesta teia de decises deve estar presente o modo
pelo qual se pretende agir. Embora a deciso faa parte da definio de polticas pblicas que se relaciona mais
ao ou inao: quem ganha o que, quando e como.
Lindbom (1959) afirma que neste processo de agir para decidir no existe por parte de gestores pblicos a
possibilidade de formular uma poltica pblica que seja completa sob todos os aspectos, considerando a
caracterstica racional humana como extremamente limitada. Por esta razo, muitas vezes, necessrio adotar uma
srie de mudanas incrementais.
Em 2009, o Brasil passou a incentivar um modelo de desenvolvimento sustentvel por meio de garantias de
preos mnimos de produtos da sociobiodiversidade (produo extrativa). Isto ocorre com a atribuio Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB) de fixao de preos mnimos, tambm aos produtos agroextrativistas. A
fixao de preos mnimos uma poltica nacional que privilegiava a produo agropecuria desde 1943. O
incentivo produo da sociobiodiversidade estimulou a fixao de preos mnimos aos PFNMs.
Esta poltica ficou denominada de Poltica de Garantia de Preos Mnimos para os Produtos da
Sociobiodiversidade (PGPMBio). Para a fixao dos preos, a CONAB identifica os custos necessrios extrao
para a composio de preos mnimos. Esta pesquisa objetiva descrever a atividade extrativa, a partir da anlise das
polticas pblicas para composio de custos e a formao de preos do PFNM Castanha-da-amaznia.
METODOLOGIA
Tipo de pesquisa
Quanto ao objetivo
Quanto aos
delineamentos
Bibliogrfico
Exploratriodescritiva
Qualitativa
Documental
Estudo de campo
Definies
Gerais
Artigos cientficos,
livros, dissertao,
tese.
Bancos de dados
oficiais IBGE,
CONAB, FAO e do
CEDSA.
Interrogao direta.
Indicador
Pesquisa bibliogrfica
Dados secundrios
Entrevistas
semiestruturadas.
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Os dados de campo foram coletados na comunidade de Porongaba, municpio de Brasilia, estado do Acre
e na regio de Ponta do Abun, municpio de Porto Velho, estado de Rondnia. Foram entrevistados ao todo 29
pessoas entre extrativistas, tcnicos da EMATER e comerciantes em Rondnia e 15 no Acre. Estas entrevistas
ocorreram na inteno de identificar a atividade extrativa do PFNM Castanha-da-amaznia para obter argumentos
para a avaliao da PGPMBio. Os extrativistas foram denominados como: PA1, PA2, PA3, PA4, PA5, PA6 e PA7
(Rondnia); PO1, PO2, PO3, PO4, PO5 e PO6 (Acre).
Para anlise dos dados para composio do custo e formao do preo para o PFNM Castanha-daamaznia, tendo como base o custo de produo e a receita do agroextrativista, foram utilizados os preceitos
tericos sobre contabilidade e para anlise da Poltica Pblica de Preos Mnimos utilizou-se uma matriz elaborada a
partir dos preceitos da anlise sistmica de polticas de Easton (1953).
Para estudar os critrios legais estabelecidos nas Polticas Pblicas para composio de custos e formao
de preos da atividade extrativa da Castanha-da-amaznia, utilizou-se a planilha de clculo de custos da Companhia
Nacional de Abastecimento-CONAB, disponvel no site da instituio e os documentos tcnicos desta instituio.
RESULTADOS E DISCUSSES
Os agroextrativistas da comunidade de Porongaba, Brasilia (AC) ao longo da vida aprenderam suas
atividades por meio da transferncia de conhecimento intergeracional e a coleta da Castanha-da-amaznia da safra
entregue na Cooperativa Central de Comercializao Extrativista do Acre (COOPERACRE) que processa e
comercializa, tendo um critrio particular de pagamento do produto, considerando tratarem-se de associados a uma
associao que pertence central de comercializao, a COOPERACRE.
Destaca-se tambm que os agroextrativistas da regio de Ponta do Abun, localizados nos distritos de Vista
Alegre, Extrema e Nova Califrnia, vinculados ao Municpio de Porto Velho (RO) so individuais ou organizam-se
em grupos na poca da safra anual para coleta em castanhais particulares, com pagamento de percentual ao
proprietrio ou em terras devolutas.
Nesta regio tambm foram identificados uns coletores que se denominou de coletores nmades por
adentrarem nas florestas em terras privadas e devolutas para coleta da Castanha-da-amaznia, em funo do preo
da ocasio ou necessidade de trabalho regular nos centros urbanos. Nesta regio, o produto entregue ao
atravessador que contratou o grupo, promovendo o seu aviamento e encarregam-se do transporte, sendo o seu
estoque destinado ao mercado boliviano. Existem, ainda, os comerciantes que dispem de uma estrutura de paiol
para compra dos coletores que escoam sua prpria produo.
Feito esta primeira abordagem geral com o intuito de posicionar o escopo da cadeia ao qual se executou a
pesquisa, prossegue-se com a anlise da PGPMBio, uma poltica obtida a partir da Poltica de Garantia de Preos
Mnimos (PGPM).
A Poltica de Garantia de Preos Mnimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio)
operacionalizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) fixa preos mnimos e permite que a
administrao pblica adquira produtos da sociobiodiversidade, entendidos como aqueles extrados da
biodiversidade, tais como o PFNM Castanha-da-amaznia e Aa.
O Extrativista PO1 declara que na safra de 2012/2013 vendeu seu produto a R$3,10, o kg. Nas entrevistas
verificou-se que os extrativistas consideram a poca da safra da Castanha-da-amaznia, como uma fase prspera. Os
Extrativistas PO2 e PO5 assim se expressam:
A lata da Castanha-da-amaznia j chegou a ser paga aqui para ns a R$2,00-Agora no! Hoje, ela
virou ouro (Extrativista PO2). O Cara vende, o Cara compra, muita felicidade (Extrativista PO5, ao
referir-se ao perodo de safra).
Ao tratar da PGPMBio Cerqueira e Gomes (2012) indicaram que participam, ainda, o MMA, o MDA e o
MDS e representantes da sociedade civil, criando o primeiro Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), com as
seguintes atribuies: indicar cadeias produtivas prioritrias ou reviso de preos mnimos, aprovar a proposta de
preos mnimos; propor aes de apoio comercializao; e monitorar e avaliar as aes. Nesta perspectiva foi
criada ainda a Gerncia de Produtos da Sociobiodiversidade-GEBIO, dentro da CONAB, para lidar com assuntos
relacionados PGPMBio. A subveno econmica um dos instrumentos utilizados por esta poltica.
Uma subveno uma das modalidades de despesas correntes prevista na Lei de Contabilidade Pblica, Lei
n 4.320/1964, na subcategoria de transferncias correntes. De acordo com Andrade (2009) trata-se de um apoio
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financeiro emitido por entidade governamental e que no reembolsvel. O papel do Estado materializado em
subvenes econmicas importante por dinamizar a economia, influenciando positivamente o mercado. A figura 1
trata-se de uma anlise desta poltica. Para o clculo da subveno econmica foi considerada, em um primeiro
momento a produo do Extrativista PO1, como exemplo. Este extrativista produziu na safra de 2013/2014 o
corresponde a 408 latas, vendidas a R$ 31,00 cada. Isto implica em uma receita de R$ 12.648,00. Considerando uma
lata de Castanha-da-amaznia como 10 kg, conclui-se que o kg de sua produo de R$ 3,10.
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CONCLUSES
Esta pesquisa tem como objetivo geral avaliar as polticas pblicas para composio de custos e formao
de preos da Castanha-da-amaznia, a partir da descrio da atividade desse Produto Florestal No-Madeirvel
(PFNM) nos Estados do Acre e Rondnia. A partir das evidncias, demonstradas nos resultados, avalia-se que tal
objetivo foi alcanado.
Ao descrever a atividade extrativa da Castanha-da-amaznia constatou-se que esta exige muito esforo dos
trabalhadores, uma vez que todas as etapas da extrao envolvem o emprego de fora fsica e movimentos
repetitivos com carregamento de pesos. Alm destas questes, os extrativistas ainda esto expostos a riscos naturais
do ambiente e ainda enfrentam problema de assimetria de informaes uma vez que, mesmo aqueles extrativistas
que pertencem a associaes ou cooperativas, no conhecem o destino final de sua produo.
Na anlise da PGPMBio foi verificado que por tratar-se de uma Poltica de Garantia de Preos Mnimos
para os Produtos da Sociobiodiversidade-PGPMBio, executada pela CONAB, no consideram os fatores ambientais
em seu clculo, valorizando outros elementos como transporte, que beneficia somente os atravessadores.
No entanto, so significativos os benefcios gerados pela PGPMBio no sentido de garantir preos melhores
ao extrativista por meio da subveno econmica. Com a aprovao da PGPMBio houve uma mudana na
comercializao do PFNM Castanha-da-Amaznia. Antes quando o extrativista vendia sua produo a reduzidos
preos, ficava por isto mesmo. Com a Poltica, se isto acontece, por meio de uma subveno econmica, o coletor
consegue recuperar valores no recebidos pelo mercado.
Uma anlise dos critrios legais de composio de custos e formao de preos utilizados pela CONAB
para a execuo da PGPMBio foi possvel observar que esta instituio no considera os materiais de consumo do
extrator, como sacos, linhas, paneiros, cepo e mo-de-ona. Alm disto, nos documentos legais da CONAB no
consta a metodologia de definio da mo-de-obra.
A avaliao desta poltica evidenciou que as demandas para a sua elaborao foram: exigncia de um preo
mnimo que atendesse aos extrativistas, condies de trabalho e capacitao destas pessoas para atuarem na
atividade. Apoiados por Associaes e organizaes no-governamentais o Sistema Poltico composto pelo MMA,
MDA, MDS, COBAL, MAPA e CONAB atuaram na elaborao da PGPMBio, cuja operacionalizao ocorre por
meio da subveno econmica.
REFERNCIAS
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ISBN: 978-85-61320-14-0
Resumo
No gnero Coffea so conhecidas 124 espcies diferentes. O Coffea arabica L. e o C. canephora so as espcies
mais cultivadas no mundo. Essas duas espcies se diferem em diversas caractersticas morfolgicas e genticas.
Atualmente os descritores utilizados para registro e proteo de cultivares foram desenvolvidos para a espcie C.
arabica, dificultando a caracterizao da espcie C. canephora devido diversidade morfolgica entre as duas
espcies. Considerando a relevncia do C. canephora para a Amaznia e para o estado de Rondnia, a
caracterizao detalhada de suas morfologia subsidia a caracterizao da variabilidade gentica e identificao dos
clones em campo, conforme a Lei de Proteo de Cultivares em vigor no Pas. Os descritores morfolgicos so
baseados em caracteres de fcil deteco e mensurao, com pouca influncia ambiental e alta herdabilidade. Nesse
contexto, o objetivo desde trabalho foi de quantificar a variabilidade gentica de caractersticas morfolgicas e
produtivas de C. canephora. Com esse objetivo foram avaliados noves caractersticas produtivas e morfolgicas de
130 clones que foram agrupados utilizando teste de agrupamento de mdias de Scott Knott a 5% de probabilidade. A
caracterstica comprimento de folha mostrou a formao de maior nmero de grupos, indicando maior variabilidade
para essa caracterstica. As caractersticas altura, nmero de rosetas, comprimento do ramo plagiotrpico, distncia
entre roseta e largura da folha agruparam-se em V grupos indicando que tambm podem ser utilizadas para
discriminar os clones em avaliao. A caracterstica nmero de ramos plagiotrpicos e comprimento do pecolo,
apresentaram menor variabilidade gentica IV e III grupos respectivamente. A formao de diferentes nmeros de
grupos permitiu identificar as caractersticas de maior potencial para caracterizao dos clones.
Palavras-Chave: Coffea canfora. Lei de Proteo de Cultivares. Classificao.
INTRODUO
O gnero Coffea possui 124 espcies, encontradas em regies tropicais de todo o mundo com centro de origem
no continente africano (DAVIS, 2011). Apresentam expressiva variabilidade em relao s caractersticas
morfolgicas de folhas, flores e frutos, aos caracteres agronmicos e bioqumicos, ploidia e reproduo
(AGUIAR, 2001).
Na Amaznia Ocidental, a principal espcie cultivada Coffea canephora, que se caracteriza por apresentar
plantas de duas variedades botnicas distintas, denominadas Conilon e Robusta. No estado de Rondnia a segunda
cultura de maior expresso econmica, visto que o quinto maior produtor de caf do Brasil e o segundo maior
produtor de Conilon, sendo este cultivado em sua maioria, em pequenos cafezais de at 10 hectares. Em 2015 a safra
cafeeira no estado foi estimada em aproximadamente 1,7 milho de sacas de caf, volume superior ao colhido na
safra anterior. (CONAB, 2015).
A seleo de plantas de maior potencial produtivo considerada uma das principais alternativas para o
aumento de produtividade no estado de Rondnia. A conservao dos recursos genticos visando recombinao
entre matrizes superiores e divergentes permite manipular a variabilidade gentica desse gnero (FERRO et al.,
2008).
A existncia de variabilidade gentica condio bsica para a obteno de ganhos com a seleo,
proporcionada pelo aumento da frequncia de alelos favorveis de maior adaptao s condies edafoclimticas
regionais (RESENDE, 2007). A partir da dcada de 90 foram iniciadas na Embrapa Rondnia atividades de
introduo e seleo de material gentico (VENEZIANO & FAZUOLI, 2000). No ano de 2011 o Banco Ativo de
Germoplasma de C. canephora da Embrapa Rondnia foi renovado com a incluso de novos acessos que chamaram
ateno por sua arquitetura, resistncia a doenas, tamanho de gros e produtividade, avaliadas no perodo de 1998 a
2007.
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Os descritores morfolgicos so baseados em caracteres de fcil deteco e mensurao, com pouca influncia
ambiental e alta herdabilidade. A legislao atual de proteo de cultivares de caf (GUERREIRO FILHO et. al.,
2001), exige que todo material cultivado seja perfeitamente identificvel por meio de suas caractersticas fenotpicas
e genotpicas (Lei de Proteo de Cultivares n. 9.456, sancionada em 25/4/97).
O objetivo desde trabalho foi de quantificar a variabilidade gentica de caractersticas morfolgicas e
produtivas de C. canephora utilizando teste de agrupamento de mdia de Scott Knott a 5% de probabilidade.
METODOLOGIA
No ano de 2011 foi instalado no campo Experimental da Embrapa em Ouro Preto do Oeste RO (103703S
e 625150W), experimento de campo para avaliao de clones utilizando delineamento de blocos ao acaso com
seis blocos e parcelas de quatro plantas para comparar o desempenho de 130 clones previamente selecionados
utilizando a variedade BRS Ouro Preto como testemunha. O clima do municpio do tipo Aw (classificao
Kppen), definido como tropical mido com estao chuvosa (outubro a maio) no vero e seca bem definida no
inverno. Deficincia hdrica acumulada de junho a setembro (DEF=175 mm) e excedente hdrico acumulado de
novembro a abril (EXC=781 mm) para 100 mm de reteno hdrica (RH). A amplitude mdia anual varia de 21,2C
a 30,3C, sendo que as temperaturas mais elevadas ocorrem nos meses de julho e agosto. A precipitao mdia anual
de 1.939 mm, com umidade relativa mdia do ar de 81%. O espaamento utilizado foi de 3 x 2 m e os tratos
culturais realizados conforme Marcolan et al. (2009).
No ano agrcola de 2013-2014 foram avaliadas as seguintes caractersticas: foram avaliadas as seguintes
caractersticas: altura de plantas a partir do nvel do solo utilizando rgua de 2 m de comprimento (ALT), nmero de
ramos plagiotrpicos produtivos contados visualmente (NPLAG); nmero de rosetas obtida a partir da mdia de trs
avaliaes contadas visualmente (NROS); comprimento do ramo plagiotrpico (CPLAG); distncia entre rosetas da
parte intermediria do ramo plagiotrpico, obtida a partir da mdia de trs avaliaes utilizando paqumetro digital
(DROS); nmero de gros por roseta da parte intermediria do ramo plagiotrpico, obtida a partir da mdia de trs
avaliaes (GROS). Coletaram-se, ao acaso, trs folhas referentes ao 4.o par de folhas de cada planta, a uma altura
aproximada de 1 m do solo, em diferentes lados da planta, e determinaram-se, individualmente, os seguintes
parmetros: Comprimento: obtido pela distncia da base de insero at o pice (cm) (CFOL), largura: determinada
na poro mais dilatada da folha (cm) (LFOL), e comprimento do pecolo: determinado com paqumetro eletrnico
(cm) (CPEC) valores obtidos do banco de dados da Embrapa-RO.
Para realizar o agrupamento dos clones foi utilizado o teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. As anlises
foram realizadas utilizando o programa GENES (CRUZ et al., 2004).
RESULTADOS E DISCUSSES
De acordo com as estimativas do teste F da anlise de varincia a 1% de probabilidade, todas os clones
apresentaram diferenas em relao s caractersticas avaliadas (Tabela 1). Os valores mdios das caractersticas
esto adequados com a primeira produo do cafeeiro no Estado. O coeficiente de variao (CV) mede a relao
entre a varincia dos dados e a mdia do experimento, sendo amplamente utilizada para inferir sobre a qualidade
experimental. As estimativas do CV indicaram uma boa preciso ambiental, sendo comparvel com os valores
observados em outros trabalhos. Pereira et al, (2007) tambm obteve boa preciso nos experimentos, com valores do
coeficiente de variao (CV) (13,4%), na seleo de populaes segregantes de feijoeiro promissoras para a
produtividade de gros e com polimorfismo. Rocha et al, (2012) o coeficiente de variao ambiental (CVe) variou
de 7,32 para peneira at 27,38 para produo de caf beneficiado indicando menor influncia do ambiente sobre a
primeira caracterstica e maior sobre a segunda.
Tabela 1: Resumo das tabelas de anlise de varincia (ANOVA).
Estimativas
ALT
NPLAG
NROS
CPLAG
GROS
DROS
CFOL
LFOL
CPEC
7,19**
9,14**
5,67**
8,02**
9,64**
7,04**
19,13**
14,68**
2,24**
Mdias
1,31
69,03
9,43
0,77
18,24
5,10
12,69
5,48
1,09
C.V.
9,42
25,03
15,95
8,89
12,97
10,28
6,38
10,22
20,71
** significativo ao nvel de 1% de probabilidade (p < .01) * significativo ao nvel de 5% de probabilidade (.01 =< p < .05) ns no significativo (p
>= .05). ALT: altura, NPLAG: nmero de ramos plagiotrpicos, NROS nmero de roseta, CPLAG: comprimento do ramo plagiotrpico , GROS:
nmero de gros por roseta, DROS: distncia entre rosetas, CFOL: Comprimento foliar, LFOL: largura foliar e CPEC:comprimento do pecolo.
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O teste Scott-knott utiliza a razo de probabilidade para testar a significncia de que n tratamentos podem ser
divididos em dois grupos que maximizem a soma de quadrados entre grupos, (RAMALHO et al, 2000), ou seja
uma analise de agrupamento, com o objetivo de separar os dados por grupos similares evitando a ambiguidade dos
tratamentos. O teste de Scott Knott indicou a formao de trs a sete grupos de mdias de acordo com a
caracterstica avaliada (Tabela 2). Quanto maior o nmero de grupos maior a variabilidade da caracterstica. As
caractersticas altura, nmero de rosetas, comprimento do ramo plagiotrpico, distncia entre roseta e largura da
folha agruparam-se em V grupos indicando que tambm podem ser utilizadas para discriminar os clones em
avaliao. A caracterstica nmero de ramos plagiotrpicos e comprimento do pecolo, apresentaram menor
variabilidade gentica IV e III grupos respectivamente. A formao de diferentes nmeros de grupos permitiu
identificar as caractersticas de maior potencial para caracterizao dos clones.
As avaliaes de campo indicam expressiva variabilidade gentica entre os clones avaliados. As caractersticas
morfolgicas e produtivas avaliadas so importantes para quantificao da variabilidade gentica e seleo de
plantas. Atualmente a seleo de plantas considerada uma das melhores alternativas para aumento da
produtividade sem aumento de custos adicionais de produo.
Tabela 2: Anlise de agrupamento, mediante o programa GENES, e a distribuio dos clones de acordo com o
ndice de similaridade pelo teste de Scott-Knott a 5%.
Grupos ALT NPLAG NROS CPLAG GROS DROS CFOL LFOL CPEC
I
3
17
3
8
1
1
9
1
11
II
14
29
22
14
13
8
16
23
42
III
46
57
35
48
44
29
24
18
77
IV
43
27
41
46
53
54
22
38
V
24
29
14
14
38
21
50
VI
5
24
VII
14
ALT: altura, NPLAG: nmero de ramos plagiotrpicos, NROS nmero de roseta, CPLAG: comprimento do ramo plagiotrpico , GROS: nmero
de gros por roseta, DROS: distncia entre rosetas, CFOL: Comprimento foliar, LFOL: largura foliar e CPEC:comprimento do pecolo.
.
CONCLUSES
Os descritores so importantes para caracterizao da variabilidade gentica e identificao dos clones em
campo, ressaltando que o caf clonal possui produtividade superior ao caf convencional sendo est umas das
principais causas do aumento da produtividade no estado de Rondnia. H uma expressiva diversidade gentica nos
acessos de Coffea canephora avaliados no Estado de Rondnia.
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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Resumo
O conceito de Desenvolvimento Sustentvel surgiu a algumas dcadas, como resultado da preocupao global com
temas voltados ao desenvolvimento humano e proteo ambiental por governos, empresas ONGs e outras
organizaes. Talvez por ser um conceito recente, ainda existe divergncia sobre a definio de Desenvolvimento
Sustentvel, o que pode representar um impasse para sua efetividade. Ao longo das dcadas finais do sculo XX e
iniciais do sculo XXI, a discusso sobre o Desenvolvimento Sustentvel, e seus rumos, tem sido fomentada pela
ONU em Conferncias Mundiais e em cada uma destas, os pesquisadores contribuem para ampliar o seu
entendimento e direcionar a sua prtica. Nesse estudo so exploradas as principais evolues conceituais do
Desenvolvimento Sustentvel, cujo estgio de discusso atual, contempla a abordagem emergente de Economia
Verde. No entanto, deve-se buscar novos modelos de crescimento econmico alternativos ao capitalismo predatrio
que por vezes insensvel s necessidades sociais e ambientais. Para tanto se efetuou uma reviso de literatura e
pesquisa de dados secundrios com enfoque exploratrio, utilizando o mtodo de busca webiogrfica em peridicos
presentes na plataforma CAPES. Observa-se que a efetividade dessas temticas requer que os pases financiem e
desenvolvam tecnologias, capacitao, modelos e metodologias em polticas de energias renovveis e criao de
empregos para atender as suas demandas.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Desenvolvimento Sustentvel. Economia Verde.
INTRODUO
Na segunda metade do sculo XX, o mundo comeou a se preocupar de forma coletiva com quatro temas
principais: paz, liberdade, desenvolvimento e meio ambiente. A partir da dcada de 1970 foram criadas comisses
mundiais para estudar tais preocupaes, uma dessas foi a Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. O grupo liderado poca pela primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland publicou em
1987 o relatrio Nosso Futuro Comum que continha a primeira abordagem ao conceito de Desenvolvimento
Sustentvel. (ROBERT, PARRIS e LEISEROWITZ, 2005; ARAJO, BARROSO e SOUZA, 2014).
A partir de ento, o Desenvolvimento Sustentvel tornou-se uma meta perseguida por governos e
organizaes na tentativa de melhorar a vida das pessoas na atualidade e assegurar a qualidade de vida para as
geraes futuras. Uma dificuldade bsica nesse sentido o dissenso acerca do conceito que direciona a efetividade
do Desenvolvimento Sustentvel.
Em vista desse problema, o presente trabalho tem como objetivo explorar as principais evolues
conceituais do Desenvolvimento Sustentvel, contemplando o estgio de discusso atual com meno ao tema
emergente de Economia Verde. Para tanto realizou-se uma reviso de literatura e pesquisa de dados secundrios
com enfoque exploratrio atravs de busca webiogrfica em peridicos presentes na plataforma CAPES.
RESULTADOS E DISCUSSES
As questes ambientais foram objeto de vrias reunies desde 1972. Nesse ano foi publicado o relatrio
"Os Limites do Crescimento" do Clube de Roma. No mesmo ano esse relatrio teve forte influncia nos debates
ocorridos na Conferncia Mundial sobre o Meio Ambiente Humano promovido pela ONU em Estocolmo na Sucia,
focando nos riscos da degradao do meio ambiente que aumentava sem controle. (TEODORESCU, 2012;
BRSEKE, 1995)
Na conferncia de 1972, Maurice Strong, utilizou o termo Ecodesenvolvimento referindo-se ao
desenvolvimento econmico que se preocupa com a proteo ambiental. Posteriormente, o Ecodesenvolvimento
evoluiu sob os estudos de Ignacy Sachs que o definiu como um avano socioeconmico equitativo que contemple
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simultaneamente cinco dimenses de sustentabilidade: social, econmica, ecolgica, espacial, e cultural. (SOARES
et al, 2014)
Tal avano, segundo Arajo, Barroso e Souza (2014) baseia-se nas potencialidades da regio, eliminando
intervenes externas e pode ser alcanado pela unio de objetivos sociais e econmicos associados gesto
ecologicamente prudente dos recursos e do meio.
Em 1982, a Assembleia Geral das Naes Unidas criou a Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento que viria a apresentar o conceito de Desenvolvimento Sustentvel, criado a partir das discusses
sobre o Ecodesenvolvimento. Desenvolvimento Sustentvel foi definido como o desenvolvimento que busca atender
s necessidades da gerao atual, sem comprometer a capacidade das geraes futuras de satisfazerem as suas
prprias necessidades. (SOARES et al, 2014)
Mikhailova (2004) salienta que essa definio passou a ser interpretada de forma excessivamente ampla, e o
termo sustentabilidade foi utilizado muitas vezes para justificar qualquer tipo atividade, contando que preservasse
recursos para as geraes futuras. Esse entendimento estava muito distante do Desenvolvimento Sustentvel, o ideal
seria que todas as atividades fossem profundamente avaliadas para determinar todos os seus efeitos sobre meio
ambiente, nessa perspectiva poucas atividades realmente poderiam ser classificadas como sustentveis a longo
prazo.
Conforme Malheiros (2008), a Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
no Rio de Janeiro, Brasil em 1992 resultou em documentos contendo parmetros e metas para o Desenvolvimento
Sustentvel como a Agenda 21 Global e a Carta da Terra.
Barbosa (2008) chama a ateno ao apelo presente na Carta da Terra que convida a humanidade a se
reconhecer como uma famlia e "somar foras para gerar uma sociedade sustentvel global baseada no respeito pela
natureza, nos direitos humanos universais, na justia econmica e numa cultura da paz."
Em 2002, a Cpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentvel na cidade Joanesburgo, frica do Sul,
apresentou o Triple Bottom Line, os trs pilares interdependentes da sustentabilidade: desenvolvimento econmico,
desenvolvimento social e proteo ambiental. Nessa ocasio foi assumido o compromisso de fortalecer e avanar
esses pilares nos mbitos local, nacional, regional e global. (ROBERT, PARRIS e LEISEROWITZ, 2005;
QUENTAL, 2011)
Conforme Mikhailova (2004), a Conferncia de 2002 definiu de forma mais concreta o objetivo do
Desenvolvimento Sustentvel que a melhoria da qualidade de vida de todos os habitantes sem aumentar o uso de
recursos naturais alm da capacidade da Terra.
Em 2012, novamente no Rio de Janeiro, Brasil, aconteceu a Conferncia das Naes Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentvel, ou Rio+20. O propsito dessa conferncia segundo Wenceslau, Antezana e Calmon
(2012) era superar o impasse dos anos anteriores e definir a agenda ambiental para as prximas dcadas.
Conforme Misoczky e Bhm (2012), a Rio+20 apresentou em seu relatrio "O Futuro que Queremos" o
conceito de Economia Verde que compreende uma economia de baixo carbono, eficiente no uso de recursos
naturais e socialmente inclusiva.
Para Wenceslau, Antezana e Calmon (2012), a implementao da Economia Verde requer que os pases
financiem e desenvolvam tecnologias, capacitao, modelos e metodologias em polticas de energias renovveis e
criao de empregos ligados economia verde.
Oliveira (2013) comenta que o recente impulso do conceito de economia verde, em parte se deve
desiluso quanto ao paradigma econmico predominante, sensao de fadiga resultante de crises simultneas e
falhas de mercado durante a primeira dcada do novo milnio. Simultaneamente ocorre a ascenso de um novo
paradigma econmico onde a riqueza material no precisa necessariamente ser obtida custa de riscos ao meio
ambiente, escassez ecolgica e desigualdade social.
CONSIDERAES FINAIS
Com essa pesquisa foi possvel constatar que o Desenvolvimento Sustentvel um conceito dinmico, em
constante evoluo e est intimamente associado a diversos outros conceitos. Surgiu a partir do aperfeioamento da
teoria do Ecodesenvolvimento apresentada na dcada de 1970, e tornou-se objeto do estudo de no poucos cientistas
fomentados por conferncias mundiais realizadas pelas Naes Unidas.
Com o tempo novos termos e abordagens so incorporadas ao entendimento do Desenvolvimento
Sustentvel, o que pode causar certa discordncia quanto ao modo correto de pratic-lo, mas que inegavelmente
contribuem para torn-lo mais abrangente s diversas necessidades sociais e ambientais do sculo XXI e resultam na
renovao conceitual para o tema.
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ISBN: 978-85-61320-14-0
INTRODUO
A aplicao do conceito de externalidades recente. Estudos nessa rea passaram a ser feitos a partir
da publicao do estudo The Problem of Social Cost de Ronaldo Coase, em 1960. Nesse artigo o autor prope a
criao de um mercado onde se realizasse a negociao da poluio. A ideia seria que essa negociao fosse
realizada entre os agentes envolvidos, ou seja, entre o produtor de bens (fbrica) e as pessoas afetadas pela poluio
(consumidores). Esse mercado no conta com a interveno do governo, pois Coase acreditava que a negociao
entre os agentes traria maiores benefcios do que nos casos em que o governo tenta regular a emisso de poluio
com impostos, taxas ou realocao da fbrica em outro lugar.
importante que sejam definidas formas de medir as externalidades para que as decises, sejam das
empresas ou sejam do governo, possam ser tomadas com maior embasamento tcnico. Atualmente as questes que
envolvem sustentabilidade ambiental e social esto em voga, porm precisar ser questionado se essa preocupao
realmente se reflete nas formas de olhar as externalidades. Tem-se as ferramentas necessrias para medir as
externalidades e colher informaes que influenciem na tomada de decises? Como mostrar as consequncias que o
direcionamento adotado vai causar? Como feita a medio das externalidades?
Um mesmo fato pode causar externalidades positivas ou negativas. Um bom exemplo disso so as
aglomeraes industriais, que por um lado trazem externalidades positivas, ao propiciar um ambiente favorvel aos
negcios e ao desenvolvimento das empresas presentes nessa configurao, como tambm traz externalidades
negativas devido poluio que uma aglomerao de fbricas pode gerar.
Ao olhar para a regio norte do Brasil encontra-se a zona franca de Manaus, que como demonstrado
pela SUFRAMA (2015), compreende trs polos econmicos: comercial, industrial e agropecurio. O primeiro
teve maior ascenso at o final da dcada de 80, quando o Brasil adotava o regime de economia fechada. O
industrial considerado a base de sustentao da ZFM. O polo Industrial de Manaus possui aproximadamente 600
indstrias de alta tecnologia gerando mais de meio milho de empregos, diretos e indiretos, principalmente nos
segmentos de eletroeletrnicos, duas rodas e qumico.
Em vista da importncia do assunto para o desenvolvimento da economia brasileira vlido estudar
mais sobre as externalidades e como suas aplicaes na economia real podem ser utilizadas para orientar o
desenvolvimento da regio norte.
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O objetivo desse trabalho o objetivo desse estudo consiste em descrever os conceitos e definies de
externalidades, a partir da reviso das principais abordagens tericas sobre o tema, favorecendo a reflexo sobre a
Regio Amaznica, e ainda, conhecer como feita a medio das externalidades em estudos sobre seus impactos e
como os resultados dessas medies influenciam as decises dos agentes. Utilizou-se de reviso bibliogrfica sobre
externalidades e como os estudos tratam do tema, objetivos e metodologias para como medir externalidades.
RESULTADOS E DISCUSSO
Conforme SERFICO e SERFICO (2005) a zona franca de Manaus foi justificada pela ditadura
militar com a necessidade de se ocupar a regio despovoada e com isso em mente foram viabilizadas as condies
econmicas que atrassem empresas e trabalhadores para o local.
BRIANEZI e SORRENTINO (2012) dizem que o fato da Amaznia ter 98% de suas florestas
preservadas se deve existncia da Zona Franca de Manaus, pois caso os incentivos que a mantm fossem extintos
todos empregos diretos e indiretos gerados por sua atividade deixariam de existir e esses trabalhadores iriam ir para
a floresta e tirar dela o seu sustento.
Nota-se que as externalidades esto intimamente ligadas com o desenvolvimento amaznico, muito
centrado com a Zona Franca de Manaus, porm no exclusivamente a isso.
De acordo com HOMMA (2005) a soluo dos problemas na Amaznia deve estar conectada com
outras partes do Pas e do mundo. A reduo dos desmatamentos e queimadas nessa regio depende do
desenvolvimento de atividades agrcolas adequadas nas reas j desmatadas e que tenham mercado, em vez do uso
"sustentvel" da floresta e de direitos difusos. Dessa forma o desenvolvimento de uma agricultura moderna traria
benefcios sustentveis, transformaria as externalidades negativas da necessidade de desmatamento em
externalidades positivas, j que ao desenvolver a agricultura produtiva ir reduzir desmatamentos e retirada
predatria de recursos da floresta.
CONSIDERAES FINAIS
Ao analisar os estudos encontrados pode-se notar que as externalidades podem assumir diversas
formas e serem classificadas de vrias maneiras.
Que as classificaes so importantes para a tomada de decises, pois torna tais decises mais
conscientes e mais efetivas. Decises que no levam as externalidades em considerao correm o risco de causarem
algum dano social ou ambiental, ou como acontece em vrias situaes provocam prejuzo em ambas as esferas.
O estudo pertinente por analisar as diferentes formas de se medir as externalidades, mostrando vrias
possibilidades que devero ser estudadas para se encontrar a melhor a ser utilizada em determinado caso.
REFERNCIAS
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ambiental. 2012. (Apresentao de Trabalho/Seminrio).
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http://www.suframa.gov.br/zfm_o_que_e_o_projeto_zfm.cfm. Acessado em: 22/11/2015.
Disponvel
em
ISBN: 978-85-61320-14-0
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Resumo
O presente pr-projeto visa apresentar uma proposta de pesquisa sobre a Gesto da Permanncia com foco nos
fatores motivadores da evaso e permanncia no Ensino a Distncia da Universidade Aberta do Brasil, gerida pela
Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). A Educao a Distncia (EaD) uma prtica educativa que
est consolidada no mundo. A UNEMAT faz parte do Programa Nacional de Formao em Administrao Pblica
(PNAP) e oferta o curso de Bacharelado em Administrao Pblica atravs da Diretoria de Educao a Distncia. O
processo de formao na modalidade EaD influenciado por uma srie de fatores que devem ser considerados. A
pesquisa quali-quantitativa buscar descobrir quais fatores mais influenciam os alunos a permanecerem ou evadirem
do curso, atravs da anlise do perfil do aluno e dimenses que envolvem o contexto deste aluno frequente no final
do curso. A pesquisa ser desenvolvida nos 07 polos, buscando conhecer o perfil socioeconmico, fatores
motivadores de permanncia, evaso e concluso de curso. A amostra no probabilstica da pesquisa compreender
os acadmicos concluintes do Curso de Administrao Pblica da UAB/UNEMAT das turmas ingressantes em
2012/1 e 2012/2. Com base no feedback, sero propostas polticas de melhorias da gesto da permanncia para a
gesto da UNEMAT. Espera-se que as sugestes possam ser aplicadas para as turmas 2014/1 e 2014/2 e posteriores
a fim de comprovar a efetividade dos resultados, reduzindo os ndices de evaso do curso.
Palavras-chave: Gesto da Permanncia. UAB. EaD.
INTRODUO
At poucos anos, os cursos de administrao, assim como os demais cursos superiores do pas, eram
ofertados apenas presencialmente, mas com o acentuado desenvolvimento da tecnologia da informao e o advento
da internet, vrios cursos de graduao e ps-graduao, dentre esses os da rea de administrao, passaram a ser
oferecidos tambm na modalidade distncia. A Educao a Distncia (EaD) uma prtica educativa que j est
consolidada no mundo ocidental h muitos anos. No Brasil, por muito tempo, acreditou-se que no era possvel fazer
ensino regular distncia, o que ocasionou um represamento da EaD no pas. Todavia, ainda que a EaD no seja a
modalidade predominante no ensino brasileiro, ela j se faz presente no processo educacional do pas, tanto em
instituies pblicas quanto privadas (SARTORI, 2002, p. 38).
Laruccia, Almeida e Ruiz (2010) destacam que a educao a distncia tem ocupado um lugar expressivo na
sociedade do conhecimento. O nmero de cursos a distncia em nvel de graduao e ps-graduao universitria
vm crescendo no Brasil; dentre as matrculas de graduao, incluindo cursos de licenciatura, bacharelado e
tecnolgicos, a EaD corresponde a 15,83% (MEC/INEP, 2012).
O processo de formao na modalidade distncia influenciado por uma srie de fatores que no podem
deixar de serem considerados. Alm do perfil e caractersticas intrnsecas ao aluno, existem a interferncia de outros
fatores mediadores como a metodologia utilizada no curso, a estrutura e a organizao do ambiente virtual, a relao
do aluno com os demais agentes envolvidos no processo de aprendizagem, entre outros. Compreender como se d o
processo de ensino-aprendizagem e conhecer o perfil do aluno inserido nesta modalidade de ensino o incio para
otimizar o processo e aperfeioar a formao nesse ambiente.
Buscando ampliar de forma eficaz o nmero de beneficirios da formao superior, o governo tem
desenvolvido diversas iniciativas, dentre essas est o Programa Nacional de Formao em Administrao Pblica
(PNAP), que tem como objetivo ofertar cursos gratuitos e de qualidade na rea de administrao, em nvel de
graduao e ps-graduao, na modalidade distncia (CAPES, 2011). A UNEMAT faz parte do PNAP desde
2010, ofertando o curso de graduao em administrao pblica e as ps-graduaes em gesto pblica, municipal e
em sade.
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Um dos problemas enfrentados por esses cursos a evaso que, diga-se, um problema generalizado. As
perdas de alunos que iniciam, mas no terminam seus cursos tm reflexos sociais, acadmicos e econmicos. O
problema maior quando se considera a ociosidade de professores, funcionrios, equipamentos e estrutura fsica.
So comuns relatos de gestores educacionais de que os motivos da evaso esto centrados em problemas financeiros
e acadmicos. Estudos j divulgados de evaso (PEIXOTO; BRAGA, 1998; SILVA FILHO, et al., 2007) indicam
que acadmicos evadem por dificuldades relacionadas a relacionamentos, geografia, logstica e comportamento.
Em termos de contribuio cientfica, observa-se que embora a modalidade de educao a distncia tenha
evidenciado ano a ano seu intenso crescimento, e que a mesma j venha sendo tratada enquanto tema de pesquisa
cientfica, so poucos os estudos que abordam polticas de gesto da permanncia dessa modalidade de ensino
alinhadas abordagem possivelmente andraggica; que d ateno aos objetivos e propsitos para o aprendizado e
as particularidades contextuais, incluindo as diferenas individuais e situacionais, mantendo a motivao e o foco na
qualidade do aprendizado. Por gesto da permanncia entende-se o trabalho centrado no relacionamento e em
condies que permitam que o acadmico sinta e faa parte do processo educacional como um todo.
No caso do curso de administrao pblica da UAB/UNEMAT o nmero de alunos evadidos
significativo, representando um valor aproximado de 20% a 46%, dependendo do polo e turma. A evaso ocorre de
forma mais acentuada nos 3 primeiros semestres do curso e depois se estabiliza. Neste contexto, o objetivo desta
pesquisa consiste em analisar os fatores que mais contribuem para a permanncia dos alunos das turmas ingressantes
em 2012/1 e 2012/2 e propor aes que auxiliem na reduo da evaso para o curso de administrao pblica da
modalidade EaD da UAB, ofertado pela UNEMAT.
Este estudo mostra-se relevante devido sua contribuio prtica e social. A identificao do perfil
socioeconmico do aluno virtual de bacharelado em administrao pblica, assim como das relaes existentes entre
as diferenas individuais e do estado de motivao dos alunos inseridos nesse contexto permitir a visualizao e
compreenso da interferncia de fatores mediadores da aprendizagem em ambiente virtual, podendo assim contribuir
para o desenvolvimento e aperfeioamento dos cursos nesse formato, bem como gerar melhorias no ensino e na
formao do administrador pblico.
METODOLOGIA
A metodologia empregada na pesquisa de natureza quali-quantitativa, uma vez que utiliza dos
instrumentos tericos e anlise de dados descritivos em conjunto com o levantamento estatstico e estudo de
frequncia dos ndices de evaso dos discentes da Instituio Estadual (IE) investigada.
A pesquisa tem postura multidisciplinar, utilizando diferentes abordagens terico-cientficas. A pesquisa
est inserida no contexto dos fenmenos sociais e este constitudo de inter-relaes complexas, e por isso exige do
investigador diferentes estratgias que possam contribuir para a compreenso das implicaes com a realidade e
com os grupos sociais. Utilizar como objeto de pesquisa os discentes matriculados nas turmas 2012/1 e 2012/2 no
curso de Bacharelado em Administrao Pblica oferecido pela Universidade Estadual do Mato Grosso
(UNEMAT). A populao compreende o total de 832 alunos que esto matriculados no sistema acadmico no
semestre letivo de 2015/1 e ativos no ambiente virtual de aprendizagem (AVA). A amostra no probabilstica
esperada de aproximadamente 180 alunos, sendo o mnimo de oito participantes por polo (com o mnimo quatro de
cada gnero).
A pesquisa ser desenvolvida em trs etapas: a primeira etapa consiste na reviso da literatura, a fim de
levantar as produes acadmicas que tm sido desenvolvidas. Movido pela busca do conhecimento j construdo
relacionados ao tema deste estudo, realizando um levantamento bibliogrfico junto ao Banco de Teses e
Dissertaes da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES) atravs da utilizao das
palavras-chave: Gesto da Permanncia no Ensino Superior, Desempenho acadmico, Permanncia no Ensino
Superior, Permanncia em EaD, Fatores de Motivao no EaD; a segunda etapa consistir na aplicao dos
questionrios, mesclando questes abertas e fechadas para identificao dos fatores motivadores da permanncia
elaborado em conformidade com os objetivos propostos. Os dados serviro para identificar as percepes dos alunos
quanto ao contexto pessoal, institucional, geogrfico, logstico e tecnolgico dos quais esto inseridos; a terceira
etapa consistir na proposio de interveno/melhoria para a gesto do curso pela Universidade do Estado de Mato
Grosso.
As informaes coletadas sobre os fatores motivacionais de permanncia do curso de graduao obtidas no
processo de coleta de dados foram organizadas e sistematizadas utilizando o software eletrnico Google Docs e
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softwares de planilha eletrnica Microsoft Office Excel 2013. Para apresentao dos fluxos, layout e esquemas, foi
utilizado o Software Microsoft Visio 2007. As respostas dos formulrios de entrevista sero transcritas por meio do
editor de textos Microsoft Office Word 2013, onde as falas sero submetidas a um processo de categorizao de
acordo com a aproximao das respostas. A anlise das respostas abertas dever ser realizada por meio de um
processo de categorizao e de uma operao de classificao dos elementos constitutivos do conjunto de dados
segundo os procedimentos de anlise de contedo de Bardin (2011).
RESULTADOS E DISCUSSES
O curso de bacharelado em administrao pblica ofertado em 48 instituies de ensino superior por todo
pas. Tem como objetivo geral formar profissionais com amplo conhecimento de administrao pblica, capazes de
atuarem no mbito federal, estadual e municipal, administrando com competncia as organizaes governamentais e
no-governamentais, de modo proativo, democrtico e tico, tendo em vista a transformao e o desenvolvimento da
sociedade e do pas.
Para ampliar a compreenso sobre os fatores influenciadores do processo de evaso na formao de
administradores pblicos no contexto da educao distncia, surgiu o interesse em desenvolver um estudo que
respondesse a seguinte questo: quais os fatores que motivam as pessoas a ingressarem, permanecerem ou evadirem
no curso de bacharelado em administrao pblica? Dessa problemtica, algumas questes emergem para estudo:
qual o perfil socioeconmico dos alunos do curso de bacharelado em administrao pblica da UAB/UNEMAT?
Esse fator influencia na permanncia ou evaso? Quais fatores motivaram-lhes a escolher e ingressar no curso?
Quais dimenses so mais significativas para permanncia e a evaso? Existe correlao entre os fatores
motivadores para permanncia ou evaso?
Os alunos que estudam na modalidade distncia tm diversas formaes e necessidades, origens em
variados grupos socioeconmicos, diferentes idades e compromissos familiares. Conhecer o perfil e o estilo de
aprendizagem, incluindo anseios, motivaes e limitaes, do aluno que opta por esta modalidade, abre
possibilidades de se adequar o planejamento e a didtica do ensino s necessidades dos envolvidos (BOLZAN,
1998).
No segundo captulo ser apresentado o referencial terico que aprofundar nas pesquisas mais relevantes
sobre a gesto da permanncia no ensino superior pblico EaD, subsidiando cientificamente as respostas para a
problemtica, bem como a metodologia utilizada para desenvolvimento desta pesquisa.
O terceiro captulo versar sobre o diagnstico organizacional do qual o problema est inserido, tanto
interno quanto externo, bem como os pontos crticos de sucesso ou fracasso.
No quarto captulo, conter o Plano de Ao para reduo da evaso, que consistir na proposio de aes
que devero ser adotadas pela instituio e as consideraes finais. As aes propostas contero os pontos fortes e
fracos que auxiliaro na tomada de deciso pelo gestor.
CONCLUSES
Espera-se que as respostas aos objetivos da pesquisa, contribuam para a adoo de medidas de gesto que
visem a reduo da evaso no curso de Bacharelado em Administrao Pblica da UNEMAT.
REFERNCIAS
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ISBN: 978-85-61320-14-0
INTRODUO
A necessidade de desenvolvimento econmico de pases em desenvolvimento como o Brasil, atravs de
seus governantes e de toda a sociedade, que desejam melhorar a condio de vida de sua populao, frequentemente
sem planejamento, leva comunidades a tomarem decises prejudiciais sua cultura e ao seu prprio
desenvolvimento social. O desenvolvimento sustentvel como teoria, busca desenvolver trs principais pilares:
econmico, social e ambiental, em um equilbrio que tende a utilizar recursos naturais no presente sem comprometer
recursos para as populaes futuras.
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CONCLUSO
A anlise bibliomtrica de produo cientfica uma tcnica importante para delineao do conhecimento
de uma forma muito mais precisa e analtica do que a reviso bibliogrfica pura e simples. Neste artigo, alm da
anlise bibliomtrica, que buscou cumprir as leis de Bradford, Lotka e Zipf, tambm buscou explanar bem o
desenvolvimento regional sustentvel, j que este tema tem fundamental importncia na perspectiva de governana
de redes de stakeholder.
A estruturao de um sistema local de governana envolve o desenho e a articulao de complexos
conjuntos de organizaes e de atores scio-polticos, oriundos tanto do setor pblico quanto do setor produtivo e da
sociedade civil organizada, de modo a propiciar o desenvolvimento sustentvel, suficiente para atingir os objetivos
dos pilares econmico, social e ambiental
A produo cientifica sobre o tema rica em diversidade de peridicos, inclusive por isto pode-se concluir
que o tema j est estvel em termos de conhecimento cientfico, mas que tambm est em transio ainda com
pesquisas em virtude do nmero de dissertaes e teses encontrados, que pode ser corroborado pelo portflio com
40 publicaes, onde foi realizada a bibliometria.
REFERNCIAS
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GARBELINI, G. Governana De Redes De Stakeholders : Anlise Das Condies De Contribuio Para O
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ISBN: 978-85-61320-14-0
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sem planejamento, leva comunidades a tomarem decises prejudiciais sua cultura e ao seu prprio
desenvolvimento social. O desenvolvimento sustentvel como teoria, busca desenvolver trs principais pilares:
econmico, social e ambiental, em um equilbrio que tende a utilizar recursos naturais no presente sem comprometer
recursos para as populaes futuras.
ISBN: 978-85-61320-14-0
CONCLUSO
A anlise bibliomtrica de produo cientfica uma tcnica importante para delineao do conhecimento de uma
forma muito mais precisa e analtica do que a reviso bibliogrfica pura e simples. Neste artigo, alm da anlise
bibliomtrica, que buscou cumprir as leis de Bradford, Lotka e Zipf, tambm buscou explanar bem o
desenvolvimento regional sustentvel, j que este tema tem fundamental importncia na perspectiva de governana
de redes de stakeholder.
A estruturao de um sistema local de governana envolve o desenho e a articulao de complexos conjuntos de
organizaes e de atores scio-polticos, oriundos tanto do setor pblico quanto do setor produtivo e da sociedade
civil organizada, de modo a propiciar o desenvolvimento sustentvel, suficiente para atingir os objetivos dos pilares
econmico, social e ambiental
A produo cientifica sobre o tema rica em diversidade de peridicos, inclusive por isto pode-se concluir que o
tema j est estvel em termos de conhecimento cientfico, mas que tambm est em transio ainda com pesquisas
em virtude do nmero de dissertaes e teses encontrados, que pode ser corroborado pelo portflio com 40
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1083
ISBN: 978-85-61320-14-0
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Resumo
A famlia Piperaceae possui 3.700 espcies distribudas pelo mundo em regies tropicais e subtropicais, sendo o
gnero Piper o mais representativo. Piper arboreum conhecida popularmente como pariparoba, uma espcie
medicinal utilizada no combate a infeces e inflamaes gstricas. Este trabalho teve como objetivo identificar os
metablitos secundrios no extrato etanlico das inflorescncias de P. arboreum. A espcie vegetal foi coletada no
municpio de Porto Velho-RO. Aps a coleta, as inflorescncias foram pesadas frescas resultando em 148,70g e
colocadas em estufa a 50C por 72 horas. Aps secas e trituradas, o rendimento do material foi de 33,68g.
Utilizando um Erlenmeyer iniciou-se o processo de imerso das inflorescncias em 85mL de etanol durante sete dias
at ser filtrado, desta forma esse processo seguiu mais duas repeties. O material adquirido da filtragem foi
destilado, obtendo-se 35mL de extrato bruto que foi utilizado no teste de identificao dos metablitos secundrios
sendo analisados e baseados de acordo com a colorao e precipitao. Para o reconhecimento dos metablitos
secundrios foram feitos os testes com os reagentes: alcaloides (Mayer, Wagner e Dragendorff), glicosdeos
cardiotnicos (Kedde, Lieberman, Salkowski, Baljet e Raymond-Marthoud), cumarinas volteis, flavonoides,
taninos (hidrolisveis e condensados), saponinas, triterpeno (Liebermann-Burchard e Salkowski) e derivados
antracnicos livres (Brntraeger e Antroquinonas livres). Os resultados obtidos foram positivos para alcaloides
(Mayer, Wagner e Dragendorff), glicosdeos cardiotnicos (Salkowski e Baljet), cumarinas volteis, flavonoides,
taninos (condensados) e triterpenos. No entanto, obteve-se resultados negativos para glicosdeos cardiotnicos
(Kedde, Lieberman, Raymond-Marthoud), taninos (hidrolisveis) e derivados antracnicos livres com todos os
reagentes. Essa variao de metablitos pode estar sendo influenciada pelas condies edafoclimticas, uma vez que
a coleta da planta foi realizada no perodo da tarde. Com base nesses resultados, percebeu-se que P. arboreum
possui metablitos secundrios que podem ser usados em pesquisas com mais intensidade visando o isolamento e
identificao dos compostos.
Palavras-chave: Extrato bruto, Amaznia. Propriedades medicinais.
INTRODUO
O Brasil o pas com a maior biodiversidade do planeta e entre os elementos que a compem esto as
plantas medicinais que so matrias-primas para a fabricao de fitoterpicos e outros medicamentos (MINISTRIO
DA SADE, 2009).
As observaes populares sobre o uso e a eficcia de plantas medicinais contribuem de forma relevante
para a divulgao das virtudes teraputicas dos vegetais, prescritos com frequncia, pelos efeitos medicinais que
produzem, apesar de no terem seus constituintes qumicos conhecidos (MACIEL et al. 2002). Ainda segundo
Maciel (2002) de maneira indireta, este tipo de cultura medicinal desperta o interesse de pesquisadores em estudos
envolvendo reas multidisciplinares, como por exemplo, botnica, farmacologia e fitoqumica, que juntas
enriquecem os conhecimentos sobre a inesgotvel fonte medicinal natural: a flora mundial.
Vrias piperceas contm leo essencial nas suas folhas como, por exemplo: Piper aduncum (pimenta-demacaco), Piper callosum Ruiz & Pav. (leo eltrico), Piper hispidinervum C. DC. (pimenta-longa), Piper peltata
(L.) Miq. (caapeba), Peperomia pellucida (L.) Kunth. (erva-de-jabuti), dentre outras (SILVA et al. 2013).
Piper arboreum um arbusto ereto de aproximadamente 4,0 m de altura, com hastes cilndricas lisas e
nodosas de colorao marrom claro (SOUZA et al. 2009). Seguindo ainda os estudos de Souza (2009) que relata que
o caule, em estrutura primria, apresenta epiderme unisseriada, com clulas cuboides ou tabulares, e que, a folha
completa, com bainha proeminente. O limbo tem formato lanceolado, nervao reticulada, bordo inteiro, base
inequiltera e pice acuminado.
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Extratos de Piper so contratados por pessoas ao longo dos trpicos para muitos propsitos, tais como
antimicrobiano, antifngico, antipirtico, aromtico, diurtico, emtico, isca de peixe, comida, alucingeno,
ornamental, perfume, especiarias (FERREIRA, 2010) bem como outros propsitos.
Com isso este trabalho teve como objetivo identificar os metablitos secundrios no extrato etanlico das
inflorescncias de Piper arboreum.
METODOLOGIA
A espcie vegetal foi coletada no municpio de Porto Velho-RO, com as coordenadas geogrficas:
Latitude: -8.76183, Longitude: -63.902 8 45 43 Sul, 63 54 7 Oeste, no ms de maro do ano de 2014. Aps a
coleta, as inflorescncias foram levadas para o laboratrio de Fitoqumica da Faculdade So Lucas pesadas frescas e
em seguida, colocadas em estufa eltrica Tecnal a 50C por 72 horas. Aps secas em estufa eltrica Tecnal para
esterilizao e secagem, foram trituradas. Utilizando um erlenmeyer iniciou-se o processo de imerso das
inflorescncias em 85mL de etanol na concentrao de 1mg.mL- durante sete dias at ser filtrado, desta forma esse
processo seguiu mais duas repeties. O material adquirido da filtragem foi destilado, e o extrato bruto foi utilizado
no teste de identificao dos metablitos secundrios sendo analisados e baseados de acordo com a colorao e
precipitao de acordo com a metodologia proposta por Radi Terrones (2007).
Para o reconhecimento dos metablitos secundrios foram feitos os testes com seus respectivos reagentes:
alcaloides (Mayer, Wagner e Dragendorff), glicosdeos cardiotnicos (Kedde, Lieberman, Salkowski, Baljet e
Raymond-Marthoud), cumarinas, flavonoides, taninos (hidrolisveis e condensados), saponinas, triterpenos
(Liebermann-Burchard e Salkowski) e derivados antracnicos livres (Brntraeger e Antraquinonas livres).
RESULTADOS E DISCUSSES
As inflorescncias pesadas frescas resultaram em 148,70g, aps secas em estufa eltrica a 50C por 72
horas e trituradas em liquidificador rederam 33,68g. Depois do processo de imerso em 85mL de etanol, na
concentrao de 1mg.mL-, houveram trs repeties de filtragem e destilao, o extrato bruto adquirido foi de
35mL, usados para o teste de identificao dos metablitos secundrios onde os resultados obtidos foram positivos
para alcaloides (Mayer, Wagner e Dragendorff), glicosdeos cardiotnicos (Salkowski e Baljet), cumarinas,
flavonoides, taninos (condensados) e triterpenos (Tabela 1). No entanto, obteve-se resultados negativos para
glicosdeos cardiotnicos (Kedde, Lieberman, Raymond-Marthoud), taninos (hidrolisveis) e derivados antracnicos
livres com todos os reagentes.
Tabela 1. Resultados positivos dos metablitos secundrios, sendo avaliados colorao e precipitao de acordo
com cada reagente especfico.
ALCALOIDES
Colorao/Precipitao
Presena em todos os reagentes testados
De branco a creme
GLICOSDEOS CARDIOTNICOS
Reagente de Salkowski
Amarelo
Reagente de Baljet
Laranjado
CUMARINAS
FLAVONOIDES
TANINOS
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Verde
Condensados
TRITERPENOS/ESTEROIDES
Reagente de Lierbermann Buchard
Esteroides - Mutvel
Reagente de Salkowski
Triterpenos - Estvel
A variao de metablitos secundrios pode estar sendo influenciada pelas condies edafoclimticas, uma
vez que a coleta da planta foi realizada no perodo da tarde, s 15:30h, em Porto Velho-RO. A identificao de
metablitos secundrios em espcies vegetais pode ser uma fonte de informao de grande interesse teraputico,
com grande potencial para aplicao em estudos que envolvem a sade humana (AIRES & LIMA, 2014).
CONCLUSES
Com base nesses resultados obtidos, verificou-se que o extrato etanlico da inflorescncia de P. arboreum apresenta
uma grande variedade de metablitos secundrios.
REFERNCIAS
AIRES, I.C.S; LIMA, R.A. Potencial fungicida do extrato etanlico dos talos de Piper aduncum L.
(Piperaceae) sobre Candida albicans in vitro. Revista Eletrnica de Biologia. v.7, n.3, Rondnia, 2014.
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FERREIRA, M.G.P.R; KAYANO, A.M; JARDIM, I.S; SILVA, T.O.S; ZULIANI, J.P; FACUNDO, V.A;
CALDERON, L.A; SILVA, A.A; CIANCAGLINI, P; STBELI, R.G. Antileishmanial activity of 3-(3,4,5trimethoxyphenyl) propanoic acid purified from Amazonian Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae, fruits. Revista
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MINISTRIO DA SADE. Programa nacional de plantas medicinais e fitoterpicos. Secretaria de Cincia,
Tecnologia e Insumos Estratgicos. Departamento de Assistncia Farmacutica e Insumos Estratgicos. Braslia,
DF: Ministrio da Sade, 2009.
RADI, P.A; TERRONES, M.G.H. Metablitos secundrios de plantas medicinais. Revista Brasileira de
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Estudo Morfo-anatmico da Folha e do Caule de Piper arboreum Aubl. (Piperaceae). Latin American Journal of
Pharmacy (formerly Acta Farmacutica Bonaerense). v.8, n.1 p.103-7, Maring, PR, 2009.
ISBN: 978-85-61320-14-0
INTRODUO
A Educao Pblica no Brasil passa por uma fase difcil, com cortes de verbas e Profissionais
desvalorizados, comprometendo o desenvolvimento das nossas futuras geraes. Quem possui condies financeiras
um pouco melhores do que a maioria investe na educao privada dos seus filhos.
Robert Putnam em seu estudo sobre a Itlia demonstrou que h uma forte correlao entre modernidade
econmica e desempenho institucional e que este desempenho correlaciona-se natureza da vida cvica, ao Capital
Social, esse conjunto de laos e normas de confiana e reciprocidade contidos numa comunidade que facilitam a
produo de capital fsico e capital humano, explicando o melhor desempenho da Regio Norte em relao a Regio
Sul da Itlia. O Objetivo dessa pesquisa ser buscar o Capital Social de Putnam dentro da Escola Professor Joo
Bento da Costa.
METODOLOGIA
Para que o objetivo proposto fosse alcanado, trabalhamos com a pesquisa de mtodos mistos utilizando a
metodologia de um projeto sequencial explanatrio. A pesquisa inicial foi elaborada por meio de fontes secundrias
de dados (INEP, ENEM, SEDUC), com tratamento quantitativo. Os mtodos quantitativos envolvem o processo de
coleta, anlise, interpretao e redao dos resultados de um estudo. (CRESWELL, 2006)
O principal indicador de desempenho adotado para definir a nota das escolas ser a mdia do Enem,
considerando apenas as escolas estaduais do estado de Rondnia, e as notas dos 30 melhores alunos de cada uma
delas, baseado na tabela divulgada pelo INEP dos resultados do Enem 2013, divulgados em 22 de dezembro de
2014, com as notas das 158 Escolas do Estado de Rondnia.
Em seguida, foram aplicados questionrios para medir Capital Social adaptados do original do banco mundial
aos alunos da Escola Joo Bento da Costa, que participam do Projeto Terceiro. O objetivo do Questionrio
Integrado para Medir Capital Social (QI-MCS), prover um conjunto de questes essenciais do tipo survey para
todos aqueles interessados em gerar dados quantitativos sobre vrias dimenses do capital social.
RESULTADOS E DISCUSSES
O Exame Nacional do Ensino Mdio comeou a ser implantado em 2004. No incio o intuito do MEC era o
de medir o desempenho dos alunos que estavam no ltimo ano do ensino mdio, (antigo segundo grau).
Na planilha divulgada pelo INEP, para cada escola, possvel consultar o seu desempenho mdio,
percentuais de alunos em cada um dos nveis de desempenho e a mdia dos 30 melhores alunos. A Tabela 1 mostra
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as 3 melhores escolas quando considerada a mdia aritmtica geral das 5 competncias avaliadas no Enem, onde
nota-se que a Escola Professor Joo bento da Costa fica atrs apenas do Colgio Classe A.
TABELA 1 - Mdia Aritmtica das Proficincias do Enem 158 Escolas
ESCOLA
MDIA
CIDADE
REDE
748,71
PORTO VELHO
Privada
692,54
PORTO VELHO
Estadual
666,43
PORTO VELHO
Privada
MDIA
CIDADE
692,54
PORTO VELHO
639,55
JI-PARANA
624,97
PORTO VELHO
614,37
ARIQUEMES
601,25
PORTO VELHO
606,86
PORTO VELHO
608,73
CACOAL
608,73
CACOAL
611,66
PORTO VELHO
587,48
ROLIM DE MOURA
PROAFI
Alunos
Per Capita
R$
292.896,00
3051
R$
96,00
R$
77.376,00
806
R$
96,00
R$
186.816,00
1946
R$
96,00
R$
56.544,00
589
R$
96,00
R$
81.888,00
853
R$
96,00
R$
87.840,00
915
R$
96,00
R$
125.664,00
1309
R$
96,00
R$
153.600,00
1600
R$
96,00
R$
126.240,00
1315
R$
96,00
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EEEFM 28 DE NOVEMBRO
R$
90.624,00
944
R$
96,00
ISBN: 978-85-61320-14-0
PUTNAM, Robert. Comunidade e democracia: a experincia da Itlia moderna. Trad. de Luiz Alberto
Monjardim. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2002.
SIENA, Osmar. Metodologia da pesquisa cientfica: elementos para elaborao e apresentao de trabalhos
acadmicos, Porto Velho, 2007. Atualizado em 2011
ISBN: 978-85-61320-14-0
Resumo
O gnero Capsicum pertence famlia botnica Solanaceae e notvel para a produo de metablitos secundrios
de importncia medicinal e econmica. Os mtodos in vitro tm sido utilizados com sucesso para a produo em
grande escala de metablitos secundrios de plantas. O objetivo deste trabalho foi determinar o padro de
crescimento dos calos, tendo em vista a identificao da fase de desacelerao, quando as clulas calos devem ser
subcultivados para o estabelecimento de suspenses de clulas e a produo de metabolitos secundrios, a partir de
folhas, segmentos nodais e internodais, da cultivar C. annuum var. annuum cv. Iberaba Jalapeo. Os explantes foram
inoculados num meio suplementado com BAP e 2,4-D sendo 0,5 mg L-1 BAP + 4,0 mg L-1 2,4-D para a explantes
foliares e internodais e 0,5 mg L-1 BAP + 2,0 mg L-1 2, 4-D para explantes nodais. Os calos eram de uma colorao
esbranquiada, ou s vezes translcida e friveis. Foi determinada a curva de crescimento dos calos, com padro de
crescimento sigmide, apresentando seis fases distintas: lag, exponencial, linear, desacelerao, estacionria e
declnio. A fase de desacelerao iniciada no dia 31 de cultivo de explantes foliares, no dia 26 de explantes
internodais, e no dia 29 de explantes nodais.
Palavras-chave: Curva de crescimento. Suspenso Celular. Metablitos Secundrios.
INTRODUO
Culturas de clulas vegetais e de rgos surgiram como fontes potenciais de metabolitos secundrios, os
quais so usados como produtos farmacuticos, agroqumicos, aromatizantes, agentes de colorao, biopesticidas e
aditivos alimentares (MURTHY et al., 2014). A concentrao de metabolitos secundrios numa planta varia de
acordo com as interaes de processos bioqumicos, fisiolgicos e ecolgicos (GERSHENZON; ENGELBERTH,
2013). As principais vantagens de um sistema de cultura de clulas durante o cultivo convencional de plantas
inteiras so; (1) compostos teis podem ser produzidos em condies controladas independente de alteraes
climticas ou as condies do solo; (2) clulas de cultura estariam livres de micrbios e insetos; (3) as clulas de
qualquer planta poderia facilmente ser multiplicadas para produzir seus metablitos especficos; (4) controle
automatizado do crescimento celular e regulao racional de processos metablitos iriam reduzir os custos do
trabalho e aumentar a produtividade; (5) As substncias orgnicas so extraveis a partir de culturas de calos
(VANISREE et al., 2004).
A abundncia de compostos de interesse agrcola, tais como flavonides, cumarinas, saponinas e leos
essenciais tm promovido o estudo de espcies de Capsicum como alternativas no controle de parasitas (LUZ,
2007). O estudo do padro de desenvolvimento de calos em Capsicum annuum var. annuum cv. Iberaba Jalapeo
necessrio para o estabelecimento de suspenses de clulas e tambm para subsidiar os estudos sobre a bioatividades
dos seus metabolitos secundrios.
O foco deste estudo a determinao da curva de crescimento do calo, tendo em vista a identificao da
fase de desacelerao, quando as clulas de calos devem ser subcultivados para o estabelecimento de suspenses de
clulas e a produo de princpios ativos de interesse agrcola.
METODOLOGIA
Os experimentos foram desenvolvidos no Laboratrio de Cultura de Tecidos Vegetais da Embrapa
Rondnia, em Porto Velho, Rondnia.
A determinao da curva de crescimento de calos foliares, nodais e internodais, foi realizada com a induo
de calos, onde os explantes foram inoculados individualmente, com a superfcie adaxial em contato com o meio de
cultivo, em tubos de ensaio contendo 10 mL de meio MS (MURASHIGE; SKOOG, 1962) com 3% (p/v) de
sacarose e 0,6% (p/v) de gar. O pH do meio foi ajustado para 5,8 antes da adio de gar, seguido por
autoclavagem a 121C durante 20 minutos. O meio foi suplementado com 4,0 mg L-1 de 2,4-D com 0,5 mg L-1 de
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BAP para explantes foliares e intermodais; e 2,0 mg L-1 de 2,4-D com 0,5 de BAP para explantes nodais, conforme
experimentos desenvolvidos anteriormente os quais determinaram o melhor tratamento para induo de calognese
em Capsicum annuum var. annuum cv. Iberaba Jalapeo. Todos os explantes foram mantidos em sala de
crescimento sob fotoperodo de 16 horas a 261C. As avaliaes do desenvolvimento dos calos foram realizadas
nos 49 dias subsequentes, em intervalos de sete dias. Em cada avaliao, trs calos foram cuidadosamente limpos
com papel toalha para retirar o excesso de meio de cultura e pesados individualmente em balana de preciso
obtendo-se o peso fresco mdio dos trs explantes. Estes explantes foram colocados em estufa a 50C at atingir
peso constante e foram novamente pesados para obteno do peso seco. Com os resultados foi estabelecida a curva
de crescimento com as fases lag, exponencial, linear, desacelerao, e estacionria, a curva de crescimento foi
plotada a partir da mdia das trs repeties em cada tempo de determinao de massa fresca.
RESULTADOS E DISCUSSES
As curvas de crescimento dos calos dos trs tipos de explantes seguiram um padro sigmoide, apresentando
seis fases distintas: lag, exponencial, linear, desacelerao, estacionria e declnio (Figura 1).
Figura 1 - Curva de crescimento de calos de C. annuum var. annuum cv. Iberaba Jalapeo, de explantes foliares,
internodais e nodais.
O crescimento dos calos foliares apresentou fase lag do dia da inoculao at o 12 dia de cultivo,
exponencial do 12 ao 25 dia, linear do 25 ao 31, desacelerao do 31 ao 34, estacionria do 34 ao 36 e
declnio do 36 ao 42 dia de cultivo.
O crescimento dos calos internodais apresentou fase lag do dia da inoculao at o 11 dia de cultivo,
exponencial do 11 ao 22 dia, linear do 22 ao 26, desacelerao do 26 ao 29, estacionria do 29 ao 31 e
declnio do 31 ao 35 dia de cultivo.
O crescimento dos calos nodais apresentou fase lag do dia da inoculao at o 7 dia de cultivo,
exponencial do 7 ao 29 dia, linear do 29 ao 32, desacelerao do 32 ao 40, estacionria do 40 ao 50 e
declnio do 50 ao 56 dia de cultivo.
Na literatura no foram encontrados trabalhos referentes determinao de curvas de crescimento de calos
do gnero Capsicum, sendo esse um dos trabalhos pioneiros na rea. O comportamento da curva de calos ocorre em
funo da espcie em estudo e do explante utilizado (FEITOSA et al., 2013), sendo o padro sigmoide caracterstico
do tipo de tecido desdiferenciado (PEIXOTO et al., 2011).
As curvas de desenvolvimento de calo, em geral, so estabelecidas para identificar as fases dos processos
de crescimento fundamentais, a fim de determinar o momento exato para subcultivo dos calos para um meio novo
(SANTOS et al., 2010). Estes estgios so; 1) atraso de fase: mobilizao de metablitos comea e sntese de
protenas e metablitos especfico ocorre, sem a multiplicao celular; 2) fase exponencial: a diviso celular atinge o
mximo; 3) fase linear: reduz a diviso celular; 4) fase de desacelerao: diminui a diviso celular e a expanso das
clulas ocorre, isto , quando as clulas tm de ser transferidas para um novo meio de cultura, devido reduo de
nutrientes, e acumulao de gar secura de substncias txicas; 5) fase estacionria: sem diviso celular ou aumento
de peso ocorrer, mas o acmulo de metablitos secundrios atinge o mximo; e 6) fase de declnio: perda de peso
devido morte celular (CASTRO et al, 2008; NOGUEIRA et al, 2008; SANTOS et al, 2010).
A fase de desacelerao ocorreu a partir do dia 31 at o dia 34 de explantes foliares, entre os dias 26 a
29 de explantes internodais, e desde o 32 at o dia 40 de explantes nodais. Em geral, o foco da curva de
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crescimento do calo o incio da fase de desacelerao, sendo o momento exato para subcultura dos calos para um
novo meio lquido, a fim de estabelecer as suspenses de clulas (SANTOS et al., 2010). Neste caso, o momento
adequado para subcultura clulas calo de plantas Jalapeo em um meio lquido no dia 31, 26 e 32 dias,
respectivamente, para folha, internodal e explantes nodais. Da mesma forma, Balbuena et al. (2009) utilizou clulas
de calo de P. solmsianum no dia 24 de cultura para iniciar culturas de clulas em suspenso. Santiago (2003)
estudou o desenvolvimento de calo em P. hispidinervium e identificado a fase de desacelerao a partir do dia 42, a
partir do qual houve uma diminuio na massa seca dos calos.
CONCLUSES
As curvas de crescimento seguem um padro sigmoide, com ocorrncia das fases lag, exponencial, linear,
desacelerao, estacionria e declnio. O momento ideal para o subcultivo das clulas de calos em meio lquido para
o estabelecimento de suspenses celulares so no 31, 26 e 32 dias de cultivo, para explantes foliares, internodais e
nodais, respectivamente.
REFERNCIAS
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FEITOSA, L. S. et al. Induo e anlise histolgica de calos em explantes foliares de Jatropha curcas
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ISBN: 978-85-61320-14-0
Resumo
Este um projeto de uma pesquisa aplicada ou tecnolgica. O trabalho pretende analisar a aplicao da Planeao
Estratgica e Comunicativa em um programa de ps-graduao da Universidade Federal de Rondnia para ilustrar
as reais contribuies da metodologia. A relevncia da proposta est na sua abordagem comunicativa para o
planejamento de programas de ps-graduao, favorecendo a efetividade e sustentabilidade. A abordagem ser
qualitativa e os dados sero a partir de observaes registradas no dirio de campo do pesquisador, entrevistas semiestruturadas aos participantes e de dados documentais advindos do planejamento. Ser empregada a anlise de
contedo para anlise dos dados. Espera-se encontrar e sero discutidas a forma como se deu o planejamento no
contexto do programa. Neste sentido, alm de contribuir com o programa estudado, espera-se disponibilizar aos
demais programas uma metodologia comunicativa de planejamento, apoiando a consolidao da ps-graduao na
universidade.
Palavras-chave: Planeao Estratgica e Comunicativa. Gesto de Ps-Graduao, Racionalidade Comunicativa.
INTRODUO
O planejamento fundamental para uma organizao desenvolver-se, especialmente as pblicas, evitando o
que Costa (2013) denuncia como improvisao na ao de governo. Um programa de ps-graduao (PPG), grosso
modo, tem a misso de formar pessoal qualificado para a produo acadmica. Neste contexto, liberdade cientfica e
planejamento no se excluem, mas se solicitam [...] para a produo autnoma de pesquisas de qualidade, impacto
e responsabilidade social, especialmente no modelo vigente da ps-graduao brasileira. (MARRARA, 2004, p.
80).
De fato, a Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES) pontua um PPG que
possui planejamento constitudo (CAPES, 2015). A relevncia de um planejamento, em todo caso, est para alm de
pontuar junto CAPES. Existem vrios desafios na consolidao do PPG que s sero alcanados planejando-se.
Entretanto, um planejamento por uma racionalidade instrumental no seria adequado numa organizao de natureza
pblica, especialmente em um contexto universitrio (ARAJO, 1996). preciso uma metodologia de planejamento
que se mostre estratgica, mas tambm efetiva e sustentvel (SOUTO-MAIOR, 2012a, 2012b, 2013).
Neste estudo, efetividade entendida como o impacto da relao entre a implantao de uma ao e seus
resultados no cenrio em questo (FIGUEIREDO; FIGUEIREDO, 1986; ARRETCHE, 1998). J sustentabilidade
compreendida na participao ativa de todos os atores do PPG em sua construo e consolidao, possibilitando
assim um desenvolvimento do PPG sustentado nesta dimenso social (SACHS, 1995). A metodologia que tratamos
neste trabalho, em resposta a isso, a Planeao Estratgica e Comunicativa (PEC) (SOUTO-MAIOR, 2012a,
2012b, 2013). A PEC j demonstrou responder bem s demandas de planejamento de programas de ps-graduao
da Universidade Federal de Rondnia (UNIR) (MAGALHES et al., 2015). A PEC destaca-se por considerar o
Agir Comunicativo (HABERMAS, 1984-87) para que se tenha um processo participativo, comunicativo, no
somente estratgico.
Habermas (1984-87), quando props a Racionalidade Comunicativa, sugeriu um processo na qual os atores,
em um processo dialgico, cheguem a consensos ou acordos por uma argumentao no impositiva, nem
manipuladora. Deve haver um entendimento, motivado por razes, por meio de uma interao intersubjetiva entre
sujeitos capazes de linguagem e de ao (URIBE RIVIERA, 1995). Trata-se da [...] soluo para os principais
desafios enfrentados na busca pela efetividade e sustentabilidade. (SOUTO-MAIOR, 2012a, p. 63).
A PEC se estrutura conforme a Figura 1, a seguir. A primeira fase a iniciao, na qual se define quem
participar, sensibiliza-se participao, compe-se a equipe planejadora e prepara-se o processo a ser realizado.
Depois deve-se preparar os documentos base do planejamento: o histrico e contextualizao do programa; as
declaraes de misso, viso e valores; a matriz SWOT, a partir do contexto externo/ambiental (oportunidades e
ameaas) e interno/organizacional (foras e fraquezas). S ento possvel construir as questes estratgicas que se
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consolidam num plano de ao. Este plano lista diversos projetos estratgicos e da mesma forma que foram
construdos podem ser geridos: de forma comunicativa. Como se v, a PEC no se diferencia muito de outras
metodologias de planejamento. O que caracterstico da PEC o aspecto participativo ou comunicativo, desde a
concepo do projeto de planejamento, perpassando as fases de planejamento em si e a gesto dos projetos advindos
deste planejamento.
Nenhum PPG da UNIR utilizou-se da PEC. Afinal, quais seus limites e potencialidades num caso prtico?
Pretende-se aplicar a PEC em um PPG da UNIR para a ilustrar as reais contribuies da metodologia.
Figura 13 - Etapas da PEC.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa aplicada ou tecnolgica (LOPES, 1991). A abordagem qualitativa. Os dados
sero a partir de observaes, registradas no caderno de campo e entrevistas semi-estruturadas aos participantes
alm de dados documentais advindos do planejamento. Todos os dados sero analisados por meio da anlise de
contedo.
Para preparar o projeto do planejamento foi composta uma equipe planejadora, liderada pelo pesquisador e
contando com cinco participantes do PPG. Este processo no deve ser confundido com uma pesquisa-ao, pois
trata-se de uma tcnica de planejamento, que participativa inclusive na concepo do projeto (THIOLLENT;
SILVA, 2007).
A equipe planejadora projetou o processo para se desenvolver em 4 encontros. No 1 Encontro o projeto
ser apresentado aos docentes em reunies locais em dois municpios do Estado. Alm de explanar a proposta, ser
possvel fazer alteraes. No 2 Encontro sero colhidos os dados para a construo dos 3 documentos base: a)
Contexto e Histrico do PPG, b) Declarao de Misso, Viso e Valores e c) Matriz SWOT; novamente em duas
reunies locais em dois municpios. Os 3 documentos tero sua redao prvia criticada e alterada atravs de lista
em correio eletrnico. No 3 Encontro sero construdas as questes-problema a partir dos 3 documentos base;
novamente em duas reunies locais em dois municpios. O 4 Encontro, chamado de Assembleia Geral, reunir
todos os docentes do PPG para compor as estratgias. Ps-Assembleia Geral, caber a cada docente, adequar a
estratgia sob sua responsabilidade na forma de um projeto e tambm indicar uma equipe. Estes projetos
estratgicos resultantes sero distribudos uniformemente entre os docentes por critrio de afinidade/autoindicao
para coordenar sua execuo. equipe planejadora caber encerrar os trabalhos, redigindo o Plano resultante e um
Relatrio Final.
Concludos os trabalhos em campo, os pesquisadores relataro a aplicao.
RESULTADOS E DISCUSSES
Ser discutida a forma como se deu a aplicao da PEC no PPG em questo, da formulao da proposta
concluso dos trabalhos. So pontos crticos: a interao entre os docentes no processo, a atuao da equipe
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planejadora e do pesquisador. Destacando-se que o pesquisador neste caso se iguala a um facilitador e no pode
usurpar a participao ativa dos docentes nos trabalhos, mas apenas auxili-los tecnicamente. Por fim, analisar-se-
a viabilidade, potencialidades e limites do processo PEC face s demandas do PPG em tela.
CONCLUSES
Sabe-se que nos programas de ps-graduao da UNIR o planejamento pouco presente (MAGALHES
et al., 2015) e, apesar de terem conceitos estveis junto CAPES, com mdias 3,29 a 3,33 entre 2009 a 2013,
permanecem neste patamar mesmo em cursos antigos (UNIR, 2014). A contribuio deste estudo, alm do lcus a
ser estudado, de, a partir da experincia neste caso, poder-se generalizar qualitativamente aos demais programas
(ALVES-MAZZOTTI, 2006). A metodologia poder apoiar o planejamento dos demais programas, visando
consolid-los.
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De acordo com COBRAPE, 2006, a Amaznia no foi ocupada e explorada por uma poltica definida de
desenvolvimento, mas pela falta da mesma. A fim de minimizar tais efeitos e pensando no desenvolvimento do
Bioma Amaznico foi formulado em 2003 o Plano Amaznia Sustentvel (PAS) com estratgia compartilhada de
desenvolvimento para os estados que compem a Amaznia Legal, abrangendo 5 eixos principais, entre estes
produo sustentvel com inovao e competitividade. Em se tratando de Rondnia, especificamente,
complementarmente ao Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE), desde 1999 o projeto UMIDAS foi desenvolvido
com o intuito de discutir os cenrios futuros de desenvolvimento sustentvel almejados para o estado. O contexto
no qual a obra se insere o de trazer produo sustentvel com inovao e competitividade Amaznia (PAS/2003)
e a mudana na matriz energtica quanto a ampliao da oferta para superar o estrangulamento da infraestrutura da
energia, aproveitando o potencial hidreltrico da regio, dentro de um cenrio de desenvolvimento sustentvel
rondoniense (UMIDAS 2007). Segundo Rocha (2013), a construo deste empreendimento provocou desde o incio
das obras, uma exploso de fatores que podem ser considerados impactos ambientais, sociais e econmicos,
especificamente cidade de Porto Velho. Tais impactos, que so categorizados dentro das trs dimenses da
sustentabilidade, foram apresentados nos documentos EIA/RIMA que possibilitaram a aprovao da licena prvia
da obra, e em seguida a licena de instalao, aps a aprovao do Plano Bsico Ambiental que continha o
detalhamento das aes mitigatrias propostas no EIA/RIMA.
As decises que englobaram todas as medidas mitigadoras dos impactos socioeconmicos e ambientais que
compuseram o Plano Bsico Ambiental (PBA) foram apoiadas nos estudos desenvolvidos pela empresa LEME
Engenharia Ltda (contratada pelo empreendimento), pela Companhia Brasileira de Projetos e EmpreendimentosCOBRAPE-(contratada pelo MPE/RO) e pelo Instituto POLIS (contratado pela Prefeitura Municipal de Porto
Velho/RO). Foram realizadas diversas reunies, com gestores dos principais stakeholders do processo: consrcio
Santo Antnio Energia (empreendimento), da prefeitura Municipal de Porto Velho (governo) e do Ministrio
Pblico Estadual (sociedade) entre os anos de 2006 a 2008 cujo resultado foram decises que consolidaram as
diretrizes do Plano Bsico Ambiental em sua verso final, suas condicionantes e medidas mitigadoras dos impactos
ambientais e socioeconmicos do empreendimento.
Segundo Passos-da-Silva, 2013, existem diferentes tipos de abordagem sobre o processo decisrio:
abordagem racional, abordagem racional limitada, abordagem incremental, abordagem poltica, abordagem lata de
lixo, abordagem estratgica, abordagem naturalista e abordagem sobre processo decisrio versus emoo. Com foco
nas abordagens racional, a qual defende a ideia de que h racionalismo perfeito que resulta na possibilidade de se
encontrar uma deciso tima e na abordagem racional limitada a qual considera que o homem possui limitaes
dado a complexidade do mundo real, os riscos e o dinamismo do ambiente decisrio, Simon (1979) simplifica que o
a abordagem racional reflexo do homem econmico, enquanto que a abordagem racional limitada reflexo do
homem administrativo. Dessa forma, a utilizao de ferramentas que auxiliem os responsveis pela gesto
fundamental para o alcance dos objetivos da organizao. E mais, em sendo a tomada de deciso uma atividade
complexa, h necessidade de que se desenvolvam processos que potencializem os esforos despendidos. A tomada
de deciso dever ser, portanto, representada pela constituio de grupos de indivduos, distribudos entre decisores,
facilitadores e analistas, os quais devem adotar uma srie de procedimentos que promovam apresentao da
soluo s partes interessadas e anlise das reaes da resultantes.
Para Gomes et al. a teoria da deciso no uma teoria descritiva ou explicativa uma vez que o seu objetivo
no descrever como as pessoas tomam as decises. Trata-se de uma teoria ora prescritiva ora normativa cujo
intuito ajudar os indivduos a tomarem decises melhores. Tais decises podem utilizar parmetros quantitativos
ou parmetros de mensurao qualitativa, sendo estes com forte caracterstica subjetiva. A fim de minimizar o efeito
subjetivo dos parmetros de mensurao qualitativa da deciso existem algumas tcnicas que a auxiliam: brainstorm
ou braistorming, matriz de prioridade, diagrama espinha de peixe, rvores de deciso ou diagrama da rvore, mapas
cognitivos e tcnicas de grupo. Em todo esse arcabouo h que se considerar ainda que as decises devem atender a
mltiplos objetivos que se apresentam interdependentes: elas so influenciadas por vrios critrios, s vezes
conflitantes e sob muitos atributos; seus impactos nem sempre podem ser bem identificados, principalmente ao
longo do tempo; os objetos de deciso, estratgias ou alternativas, muitas vezes esto interligados. As decises
normalmente buscaro minimizar perdas, maximizar ganhos e criar uma situao em que comparativamente o
decisor julgue que houve elevao entre o estado da natureza em que se encontrava e o estado em que ir se
encontrar aps a deciso. Nesse sentido, entende-se que a elevao no se trata somente da viabilidade econmica
do empreendimento, como pensava o homem racional. Trata-se, finalmente, de um ganho para todo o
empreendimento, que contemple uma maximizao do ambiente em todos os seus aspectos, especialmente o
econmico, o social e o ambiental.
A ideia que permeava o conceito do desenvolvimento at meados do sculo XX era sua associao ao
crescimento econmico e industrializao, como alternativa vivel ao subdesenvolvimento. Para Fogliatti (2004,
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p.8), a ocorrncia de acidentes ambientais, que puseram em risco recursos fsicos e humanos, despertou na
humanidade a necessidade de se controlar tal desenvolvimento, constatada por uma srie de eventos envolvendo a
comunidade internacional em torno da preservao do meio ambiente. Segundo Arajo (2006, p.12) o
desenvolvimento sustentvel aquele que atende s necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de
as geraes futuras atenderem suas prprias necessidades. Num sentido mais global, a estratgia do
desenvolvimento sustentvel visa a promoo da harmonia entre a humanidade e a natureza (SACHS, 1986). Apesar
de no ser a nica, e da falta de consenso na definio, esta viso focaliza o longo prazo e os interesses intergerao, que se baseia nas dimenses econmica, ambiental e social, intimamente relacionadas. Nota-se que os
conceitos e princpios de Desenvolvimento Sustentvel ainda esto sendo desenvolvidos, alicerados numa
perspectiva de crescimento sem a adequada considerao dos efeitos sobre a qualidade de vida, a ecologia e as
habilidades das futuras geraes. O que se deseja encontrar um equilbrio entre a manuteno do crescimento
econmico, uso prudente dos recursos naturais e proteo ambiental, alm do progresso social que reconhea a
necessidade de todos. Assim, medida que a temtica de desenvolvimento sustentvel incorpora novos elementos,
ela se torna cada vez mais complexa e desafiadora para os tomadores de deciso. Em se tratando de construo de
hidreltricas, a magnitude das decises ainda mais complexa, em funo dos impactos que o empreendimento
causa regio e ainda diante das inmeras possibilidades de inter-relacionamentos existentes para se alcanar um
modelo de desenvolvimento que seja ao mesmo tempo economicamente vivel, socialmente justo e ambientalmente
correto.
CONCLUSES
As anlises prvias dos documentos disponibilizados permitiram verificar que as decises tomadas se
originaram em reunies cuja metodologia utilizada foi a utilizao de tcnicas de grupo utilizando diferentes
propsitos, tendo como base os seguintes estudos: PBA desenvolvimento pela empresa LEME Engenharia Ltda
(contratada pelo Consrcio Santo Antnio Energia); Anlise do Contedo dos Estudos de Impacto Ambiental
(EIA) e do Relatrio de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA) dos aproveitamentos hidreltricos de Santo
Antnio e Jirau, no Rio Madeira desenvolvido pela COBRAPE, a pedido do Ministrio Pblico Estadual; e
Parecer sobre o papel do municpio de Porto Velho frente aos impactos urbanos e o estudo de impacto ambiental do
projeto das usinas hidreltricas do Rio Madeira desenvolvido pelo Instituto POLIS, por interesse no municpio de
Porto Velho. Os estudos scio-econmico-ambientais foram desenvolvidos por profissionais de cada rea de
interesse, distribudos da seguinte forma: anlise integrada do EIA/RIMA nos meios fsico, bitico e
socioeconmico, anlise do plano integrado de compensao de impactos e definio de uma agenda de viabilizao
socioeconmica, ambiental e institucional da Usina de Santo Antnio.
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Resumo
Frente aos desafios globais socioambientais, a educao apresenta-se como uma parte fundamental para mudanas
de paradigmas, necessria para uma organizao socialmente justa e sustentvel ambientalmente. Desta forma, com
o objetivo de compartilhar experincias e conhecimento em um grupo multidisciplinar, foi realizado um projeto de
intercambio entre Holanda e Brasil, no perodo de 2005 2007. O presente trabalho busca avaliar as experincias
interculturais e transdisciplinares deste intercmbio. O projeto teve trs edies, envolvendo alunos dos dois pases,
realizando nesse perodo pesquisas acadmicas dentro do tema do desenvolvimento sustentvel. Todas edies
foram realizadas no Brasil, no municpio de Porto Velho-RO. Assim, em geral, observa-se que as diferenas
culturais, assimetria de conhecimentos especficos e o tempo disponvel para trabalhos em grupo, foram fatores que
contriburam negativamente para a pesquisa. Porm, em geral, avalia-se como positivo os resultados educacionais
do intercambio, como o dilogo transdisciplinares e multicultural do grupo. Recomenda-se, assim, a utilizao da
metodologia educacional em outras instituies do ensino superior.
Palavras-chave: Intercmbio. Educao Transdisciplinar. Desenvolvimento Sustentvel.
INTRODUO
A sociedade contempornea enfrenta complexos desafios socioambientais, que exigem aes em diversas
reas e implicam uma mudana de padres de consumo, na manuteno da biodiversidade e em um novo modelo
com vistas uma economia de baixas emisses e incluso social. Segundo Mayor (1998), a educao parte
fundamental dentro do processo de transformao; a educao a chave do desenvolvimento sustentvel,
autossuficiente. Devemos estar preparados, em todos os pases, para remodelar o ensino, de forma a promover
atitudes e comportamentos que sejam portadores de uma cultura da sustentabilidade (MAYOR, 1998, p.46).
Portanto, com o desafio de estimular a mudana de atitude e comportamento nas populaes, a Organizao das
Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO), atravs da Assembleia Geral das Naes Unidas,
anunciou, pela Resoluo n 57/254, a Dcada da Educao das Naes Unidas para o Desenvolvimento
Sustentvel, com durao de 2005 a 2014 (UNESCO, 2005). Os conceitos de Desenvolvimento Sustentvel e
Sustentabilidade tem vrias definies, mas uma das definies mais usadas e conhecidas a definio do Relatrio
Brundtland (1987) Nosso Futuro Comum. O Relatrio, elaborado pela Comisso Mundial sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento, define desenvolvimento sustentvel como: Desenvolvimento que satisfaz as
necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das geraes vindouras satisfazerem as suas prprias
necessidades (WCED, 1987, p.43). Essa definio tem implcito um compromisso de solidariedade global,
incluso social e necessidades das futuras geraes. Alm disso, a definio mostra que o conceito de
sustentabilidade contm mais do que s a conservao ambiental, e requer uma maior integrao entre as vrias
dimenses do desenvolvimento sustentvel: econmica, social, ambiental, poltica, cultural (ELKINGTON, 1997).
Segundo Morin (2000), crucial promover o conhecimento capaz de apreender problemas globais e complexos,
afirmando que o conhecimento fragmentado, de acordo com as disciplinas, impede operar o vnculo entre as partes e
a totalidade. Assim sendo, a Educao para o Desenvolvimento Sustentvel (EDS) utiliza mtodos educacionais
transdisciplinares, abordando a complexidade e o conjunto dos problemas enfrentados. Segundo Ea (2010),
necessrio que o modelo tradicional de educao seja revisto, pois a escola tradicional no prepara o aluno a ter um
pensamento crtico.
Desta forma, com o objetivo de compartilhar experincias e conhecimento em um grupo multidisciplinar e
intercultural, gerando um pensamento complexo e aberto, foram realizadas trs intercmbios transdisciplinares em
desenvolvimento sustentvel entre instituies de ensino superior do Brasil e da Holanda entre 2005 e 2007. Os
intercmbios em desenvolvimento sustentvel foram realizados no municpio de Porto Velho-RO, com o
envolvimento de estudantes holandeses e brasileiros de diversas disciplinas em cooperao com diversas
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instituies. Neste sentido, o objetivo deste trabalho avaliar as experincias interculturais e transdisciplinares dos
trs edies do intercmbio.
METODOLOGIA
Foram realizados trs intercmbios transdisciplinares em desenvolvimento sustentvel atravs das seguintes
instituies de ensino superior: Fundao Universidade Federal de Rondnia (UNIR), representada pelo Centro de
Estudos Interdisciplinar de Desenvolvimento Sustentvel da Amaznia (CEDSA); Associao de Ensino Superior
da Amaznia (AESA), representada pela Faculdade de Rondnia (FARO); Centro de Ensino So Lucas; e
Universiteit van Amsterdam (UvA), representada pelo Expertise Centrum Duurzame Ontwikkeling (ECDO). Os trs
intercmbios foram realizados na cidade de Porto Velho, Rondnia, nos seguintes perodos: 1 Intercambio: Junho
Setembro de 2005; 2 Intercambio: Setembro Novembro de 2006; e 3 Intercambio: Setembro Novembro de
2007. Todos os intercmbios foram realizados com a participao de um grupo multidisciplinar de estudantes
holandeses e brasileiros, para estimular no s uma abordagem intercultural, mas tambm interdisciplinar.
Na pesquisa sobre desenvolvimento sustentvel foram usados diferentes mtodos de pesquisa, os quais
derivam de vrias disciplinas e acolhem diferentes pontos de vista sobre o ponto de partida da pesquisa. Estes
variam entre mtodos disciplinares, interdisciplinares e mtodos participativos. Geralmente, cada disciplina tem o
seu enfoque metodolgico, porm em grupos interdisciplinares os membros do grupo tm, tipicamente, opinies e
formaes diversas em relao aos mtodos de pesquisa. No incio dos Projetos de Intercmbio, foram avaliados os
diferentes mtodos de pesquisa relevantes para o projeto pelo grupo de alunos. A colaborao entre estudantes de
diferentes formaes foi o ponto primordial neste projeto, para poder trabalhar com perspectivas interdisciplinares
em um ambiente multidisciplinar. Desde o incio ao fim, todos os membros do grupo tiveram a responsabilidade de
realizar e terminar o projeto como uma equipe.
RESULTADOS E DISCUSSES
Os Intercmbios em desenvolvimento sustentvel entre Holanda e Brasil mostraram o grande desafio de
desenvolver um trabalho intercultural e transdisciplinar. Avaliando os relatos no Relatrio de Avaliao (2005) dos
alunos holandeses e brasileiros envolvidos na primeira experincia de intercambio realizado de junho a setembro de
2005, nota-se varias dificuldades enfrentadas. O primeiro projeto de intercmbio foi realizado por um grupo de 8
alunos do ensino superior de Porto Velho-RO e 7 alunos da Universidade de Amsterdam - Holanda - e teve como
objetivo trabalhar com estratgias sustentveis na Reserva Extrativista (RESEX) Lago de Cuni e na comunidade
ribeirinha Nazar, Distrito do Municpio de Porto Velho-RO. Aps terminar o trabalho, foi feito um Relatrio de
Avaliao do intercmbio pelos alunos envolvidos, onde foram avaliados os seguintes aspectos: o contedo do
projeto; o trabalho em grupo; os mtodos de pesquisa; e os resultados da pesquisa. Alm disso, todos os alunos
envolvidos no Projeto fizeram uma avaliao individual de aprendizagem.
Em relao ao contedo do Projeto de Intercmbio, nota-se a falta de preparao e conhecimento cientfico
da rea de estudo dos alunos brasileiros e holandeses. Pela REEX do Lago de Cuni ser uma comunidade ribeirinha
distante, foi difcil elaborar uma proposta de pesquisa antes de conhecer a realidade e as demandas da comunidade
local. O mesmo aconteceu com o desenvolvimento do projeto na comunidade de Nazar. Alm disso, o conceito de
desenvolvimento sustentvel amplo, dificultando a formulao da pergunta e objetivo principal da pesquisa em s
trs meses de trabalho. Na sua avaliao individual de aprendizagem, a participante holandesa Eveline Bontje,
relata: O tempo limitado foi um aspecto bastante problemtico no projeto para mim. No incio do projeto no
conheci a cidade de Porto Velho, nem os outros Holandeses e Brasileiros. Tnhamos que procurar uma casa e
organizar muitas outras coisas assim. E tambm os prazos de entrega do projeto foram muito curtos. Isso afetou a
energia do grupo, sempre trabalhando com pouco tempo para fazer coisas mais informais. Gostaria de ter tido mais
tempo para desenvolver o projeto na comunidade. (De Wit et al, 2005).
O trabalho em um grupo multidisciplinar e multicultural apresentou vrios desafios. Primeiramente, o
pouco tempo disponvel dos participantes brasileiros, dificultou o processo de trabalho em grupo. Alguns membros
brasileiros tiveram que trabalhar durante o dia e estudar a noite, tendo pouca disponibilidade para o projeto. Os
holandeses, no outro lado, viajaram para a cidade de Porto Velho com um nico objetivo: trabalhar, de tempo
integral, no projeto. Alm disso, as diferenas culturais tambm foram um grande desafio para o grupo multicultural.
Em primeiro lugar, a falta de fluncia na lngua portuguesa dificultou a aprendizagem para os participantes
holandeses, causando mal-entendidos entre o grupo. O mesmo ocorreu com questes culturais, como a falta de
pontualidade dos brasileiros e a forma de abordagem direta na fala dos holandeses. Notou-se que os participantes
brasileiros queriam convidar as instituies de maneira oficial com o envio de ofcios; os holandeses, no entanto,
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eram acostumados de contatar as instituies parceiras de forma mais informal. A participante brasileira Ana Paula
Albuquerque de Melo, na poca estudante de biologia na Faculdade So Lucas, falou na sua avaliao individual de
aprendizagem sobre o trabalho em um grupo multidisciplinar e multicultural: Em relao aquisio de aptides
de valores oriundos de outras disciplinas e de outras culturas foi muito difcil lidar com certas situaes, mas de
suma importncia notificar que estava diante de situaes em que j esperava, por se tratar de culturas e reas de
interesses diferentes. Foi onde notei o quo difcil trabalhar em equipe e qual a sua verdadeira funo(De Wit
et al, 2005).
Em geral, o Projeto de Intercambio foi avaliado de forma positiva, mostrando para os participantes o valor
da transdisciplinaridade para situaes complexas e a importncia da sustentabilidade. Foi concludo pelo grupo
multicultural que todos os envolvidos no projeto foram de grande importncia para o sucesso do intercmbio.
Compartilhando conhecimento, mtodos de pesquisa, teorias e ideias, os participantes aprenderam um com o outro,
resultando em um relatrio final com uma abordagem transdisciplinar e solues inovadores e sustentveis para as
reas do estudo, Lago de Cuni e comunidade de Nazar.
Paes-de-Souza e Souza-Filho (2008) relatam que no intercmbio cada participante vai contribuir de
maneira diferente para o grupo interdisciplinar, uma vez que h uma assimetria de conhecimentos especficos em
relao ao problema de pesquisa. Porm, cada contribuio pode trazer benefcios ao grupo, como por exemplo:
alguns tero maior contribuio com o tema, outros com a liderana nas reunies, outros com a elaborao do
relatrio e etc.
As demais edies do intercmbio Brasil x Holanda tiveram a mesma metodologia, sendo exigida um
trabalho parcial no final das edies, o que contribuiu para uma melhoria no trabalho. No segundo intercambio foi
realizada uma pesquisa de consumo de produtos do tecido da floresta (couro ecolgico), onde a coleta da matria
prima e primeira etapa da elaborao semi-industrial do tecido era realizada no municpio de Machadinho d'OesteRO. Na terceira edio, por sua vez, analisou-se a cadeia produtiva e comercializao de flores tropicais em
Rondnia, acompanhando a produo e cultivo de um empreendimento social de flores. Questes como a reduo
do nmero de participantes e a exigncia de disponibilidade dos brasileiros em participar do programa, tambm
favoreceu os resultados das demais edies.
CONCLUSES
A transdisciplinaridade no implica o desaparecimento das fronteiras entre a formao de cada um. um
produto lgico da experincia que a diviso tradicional das disciplinas no sempre o mtodo mais eficiente. A
transdisciplinaridade no um objetivo em si mesmo, mas apenas um caminho para ajudar na resoluo de
problemas da sociedade de uma forma integrada e criativa. Num ambiente multidisciplinar, pode existir a
necessidade do indivduo se habituar ao fato de que os outros membros do grupo no esto imediatamente
receptivos ao uso, histria ou aplicao de elementos com os quais se est familiarizado. Isto acontece ainda com
mais frequncia num grupo multicultural, onde, alm das diferenas disciplinares, voc tambm encontrar
diferenas culturais. Portanto, recomenda-se uma proposta de pesquisa bem definida e vivel no tempo disponvel.
Ademais, para superar as diferenas culturais, de suma importncia ter confiana entre os integrantes e, para
conseguir isso, importante no s trabalhar no contedo, mas tambm com atividades ldicas e sociais. Tambm,
para evitar mal-entendidos, recomenda-se reunies regularas onde questes culturais possam ser discutidas
abertamente. Considerando a importncia da educao transdisciplinar para enfrentar os graves problemas do
planeta, sugere-se a realizao de mais intercmbios para o preparo dos jovens para uma nova paradigma, onde o
desenvolvimento sustentvel faa parte dos princpios da sociedade.
REFERNCIAS
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ISBN: 978-85-61320-14-0
Resumo
Qualidade de vida est diretamente relacionado com bem-estar, sendo possvel dizer que, o que melhora a sensao
de bem estar das pessoas, melhora sua qualidade de vida. Na vida e nas abordagens tericas est presente a ideia
geral de qualidade de vida, no entanto, o termo no sempre bem explicado. Qualidade de vida a avaliao global
da experincia humana, representa tanto o quo bem so satisfeitas as necessidades humanas, na medida em que
indivduos e grupos percebem satisfao ou insatisfao em vrios domnios da vida. Melhoria da qualidade de vida
tem sido uma meta explcita ou implcita para indivduos, comunidades, naes, de todo o mundo. O presente estudo
objetiva realizar uma reviso da literatura, nacional e internacional sobre qualidade de vida buscando as definies e
as formas de mensurao existentes. Trata-se de um texto preliminar sobre a qualidade de vida em um assentamento
rural localizado na Amaznia Ocidental Brasileira. Como resultado preliminar verificou-se que as abordagens
tericas, de uma forma geral, relacionam a qualidade de vida com o bem estar sentido pelas pessoas, Quanto as
formas de mensurao da qualidade de vida foi possvel conhecer os instrumentos objetivos e subjetivos com
destaque para os questionrios da Organizao Mundial da Sade, que por meio do grupo, World Health
Organization Quality of Life, criou as diversas apresentaes dos questionrios WHOQOL existentes.
Palavras-chave: Qualidade de vida. Assentamento rural. Amaznia.
INTRODUO
O termo qualidade de vida de acordo com Carvalho et. al. (2012) tem origem ligada ao discurso de
Lyndon Johnson, presidente dos Estados Unidos, que em 1964 afirmou que os objetivos no podem ser medidos
pelos balanos bancrios, mas sim pela qualidade de vida que eles proporcionam as pessoas. Fleck (2000) afirma
que especialistas de vrias partes do mundo reunidos pela organizao mundial da sade definiram a qualidade de
vida em WHOQOL (1995) como a percepo dos indivduos da sua posio na vida no contexto dos sistemas de
cultura e valor, em que eles vivem e em relao a suas metas, expectativas, padres e preocupaes. Para Pilatti
(2012) a percepo individual torna o abstraimento subjetivo, podendo-se concluir que, segundo o conceito, o que
qualidade de vida para um indivduo, pode no ser para outro.
O termo segundo Seild e Zannon (2004) utilizado na linguagem cotidiana das pessoas e tambm nas
pesquisas cientficas, em diferentes campos do saber, como economia, sociologia, educao, medicina, psicologia e
outras especialidades da sade. Para Constanza et. al. (2006) indivduos, empresas, comunidades, naes, de todo o
mundo possuem como meta explcita ou implcita a melhoria da qualidade de vida, uma vez que estas questes
afetam diretamente o bem-estar, o entusiasmo pela vida e at mesmo a capacidade de produo do indivduo.
Sendo a qualidade de vida um dos objetivos dos seres humanos a cincia tende a direcionar esforos no
intuito de entender, mensurar e melhorar este quesito, Minayo (2000) apresenta que a ideia geral de qualidade de
vida est sempre presente, no entanto, nem sempre o termo bem explicado. Surge assim, as indagaes que deram
origem ao presente estudo: Quais so definies e as formas de mensurao existentes para qualidade de vida
existente na literatura?
O presente estudo, objetiva realizar uma reviso da literatura, nacional e internacional sobre qualidade de
vida buscando as definies e as formas de mensurao existentes. Trata-se de um texto preliminar para um futuro
artigo sobre a qualidade de vida em um assentamento rural localizado na Amaznia Ocidental Brasileira. A
metodologia aplicada neste estudo se enquadra em uma pesquisa descritiva, realizada por meio de levantamento
bibliogrfico em dissertaes de mestrado dos repositrios nacionais, e artigos cientficos, em indexadores de
produo cientfica da plataforma Capes onde foram utilizadas as palavras-chave qualidade de vida e quality of
life.
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RESULTADOS E DISCUSSES
Para Constanza et. al. (2006) qualidade de vida a avaliao global da experincia humana, representa
tanto o quo bem so satisfeitas as necessidades ou a medida em que indivduos ou grupos percebem satisfao ou
insatisfao em vrios domnios da vida. Fescina Junior (2010) afirma que qualidade de vida agrupa um conjunto de
fatores como sade, educao, bem-estar fsico, psicolgico, emocional e mental, expectativa de vida e tambm
outros elementos, como a famlia, amigos, emprego, liberdade, e representa as condies de vida das pessoas.
Carvalho et. al. (2012) corrobora relacionando qualidade de vida com bem-estar, assim, segundo os autores, tudo
que proporciona melhoria e bem-estar s pessoas est diretamente ligado qualidade de vida. Minayo (2000) afirma
que nas sociedades onde a desigualdade e heterogeneidade so muito fortes os padres e as concepes de bem-estar
so igualmente estratificados, porm os objetivos em geral so: conforto, prazer, alimentao, bens mveis e
imveis, tecnologias que diminuem o trabalho manual, arte, cultura, riquezas e outras comodidades.
A utilizao do termo subjetiva, ampla e abrangente pode caracterizar as condies de vida de uma
pessoa, de um grupo de pessoas, de uma regio, uma cidade, um estado, um pas apresentando para cada ptica uma
avaliao diferente sobre o que qualidade de vida, as definies para qualidade de vida permeiam de uma forma
geral o campo da percepo do bem-estar sentido pelas pessoas. Oliveira (2006) afirma que qualidade de vida varia
de pessoa para pessoa e de sociedade para sociedade, evolui com os avanos cientficos e tecnolgicos em vrios
domnios, como sade, habitao e transportes, e a medida que estas vo sendo satisfeitas so almejados outros
indicadores, como o reconhecimento social, a recuperao e a preservao do ambiente.
Para Daubermann e Tonete (2012) e Pilatti (2012) a busca pela qualidade de vida se refere tanto a vida em
sociedade, quanto aos momentos destinado s atividades laborais, pois no h como dissociar a vida e o trabalho.
Oliveira et. al. (2015) complementa afirmando que a qualidade de vida no trabalho envolve os aspectos humanos,
tcnicos e econmicos e pode ser definida como a qualidade da relao entre empregados e seu ambiente de
trabalho. Para Carvalho et. al. (2012) esta preocupao deve-se estender tambm ao meio rural incluindo os
produtores, empresrios rurais, comerciantes e prestadores de servios, pois a sensao de bem estar e realizao das
pessoas capaz de afetar sua capacidade de produo.
Fleck (2000) discorre sobre o grande desafio de se desenvolver instrumentos para avaliar qualidade de vida,
o mesmo autor afirma que a maioria dos instrumentos foi desenvolvida nos Estados Unidos e na Europa o que torna
o seu uso em outras culturas no mnimo questionvel. Diversos instrumentos foram desenvolvidos tentando
sintetizar a complexidade do tema e de sua relatividade nas diferentes culturas e realidades sociais. Neste sentido
Minayo (2000) afirma que o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento criou o ndice de
Desenvolvimento Humano (IDH) que se baseia em trs elementos fundamentais renda, sade e educao para medir
a qualidade de vida, porm no consegue incorporar a essncia do conceito central que tenta medir, que a
percepo do indivduo. Outro instrumento, o ndice de Condies de Vida (ICV) da Fundao Joo Pinheiro,
agrupa 20 indicadores em cinco dimenses: renda; educao; infncia; habitao; e longevidade. Estes indicadores
trabalham apenas com os aspectos objetivos. Entre os de natureza subjetiva est o ndice de Qualidade de Vida
(IQV) de So Paulo no qual so analisados os indicadores a partir do ponto de vista da populao que responde
sobre o seu grau de satisfao.
Segundo WHOQOL (1995), em virtude da necessidade de uma avaliao internacional qualidade de vida
foram criados os questionrios da Organizao Mundial da Sade (OMS) por meio do grupo World Health
Organization Instrument to Evaluate Quality of Life tornando possvel realizar a pesquisa de qualidade de vida em
diferentes contextos culturais e para comparar diretamente os resultados obtidos nessas configuraes diferentes.
Para Pedroso et. al. (2013) em 1993 teve inicio o projeto WHOQOL com a participao de 15 centros sediados em
14 pases tendo seu resultado disponibilizado em mais de 20 idiomas. Segundo Fleck (2000) visando garantir
colaborao genuinamente internacional, o grupo responsvel selecionou centros oriundos de pases com diferentes
nveis de industrializao, servios de sade, valorao da famlia e religio praticada, entre outros e desenvolveu o
WHOQOL por meio de uma metodologia nica e o resultado possibilita a avaliao de qualidade de vida com um
enfoque transcultural. De acordo com WHOQOL (1998) os questionrios receberam como denominao as iniciais
do grupo que os criaram, WHOQOL-100 e WHOQOL-Bref. O primeiro consta de 100 questes que avaliam seis
domnios: fsico, psicolgico, de independncia, relaes sociais, meio ambiente e espiritualidade, o segundo uma
verso abreviada apresenta 26 questes e avalia quatro domnios: fsico, psicolgico, relaes sociais e meio
ambiente.
De acordo com Pedroso et. al. (2013) o WHOQOL-100 por possuir uma estrutura genrica no demonstra
eficcia para grupos especficos, assim a OMS desenvolveu novos instrumentos para alcanar a eficincia desejada
na leitura da qualidade de vida de crianas (WHOQOL-Children), idosos (WHOQOL-OLD), portadores de HIV
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(WHOQOL-HIV), deficientes intelectuais (WHOQOL-DIS) e pessoas com dor crnica (WHOQOL-Pain) entre
outros.
No Brasil segundo Reis Junior, Pilati e Pedroso (2011) foi construdo o questionrio QWLQ-78 que visa a
avaliao da qualidade de vida no trabalho, foi baseado na metodologia da construo do WHOQOL-100, conta com
78 questes e avalia quatro domnios: fsico/sade, psicolgico, pessoal e profissional. Tambm foi construdo a
verso abreviada que foi apresentado por Cheremeta et. al. (2011), com 20 questes do instrumento original.
CONSIDERAES FINAIS
Foi possvel verificar que os autores de uma forma geral relacionam a qualidade de vida com o bem-estar
fsico, psicolgico, emocional e mental sentido pelas pessoas. O termo agrupa um conjunto de fatores como sade,
educao, expectativa de vida e outros elementos, como a famlia, amigos, emprego, liberdade, representando as
condies de vida das pessoas.
Quanto as formas de mensurao da qualidade de vida foi possvel conhecer os instrumentos objetivos
como ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), das Naes Unidas, o ndice de Condies de Vida (ICV) da
Fundao Joo Pinheiro e subjetivos como os questionrios da Organizao Mundial da Sade que por meio do
grupo World Health Organization Quality of Life criou as diversas apresentaes dos questionrios WHOQOL
existentes, que decorre da necessidade de uma avaliao verdadeiramente internacional qualidade de vida, e tambm
uma verso brasileira visa a avaliao da qualidade de vida no trabalho o questionrio QWLQ-78.
REFERNCIAS
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Resumo
A Teoria dos Relacionamentos Interorganizacionais (RIO) vem sendo construda a partir de influncias de diversas
outras teorias, as quais focam no mbito das organizaes, sendo as mais relevantes a Teoria Sistmica, a Teoria
Contingencial e a Ecologia Organizacional. Considerando as abordagens tericas pode-e dizer que a Teoria de
Relacionamentos Interorganizacionais conquistou espao no campo dos estudos organizacionais por compreender a
complexidade das inovadoras formas de organizaes e as variveis ambientais. Assim como a Teoria de Redes est
inteiramente conectada ao reconhecimento da importncia do ambiente organizacional bem como as interaes e
integraes das pessoas nesse ambiente na busca de atenderem as suas necessidades individuais e coletivas. Essa
teoria remete ao fato de que as organizaes no atuam de forma isolada e se assim tentarem fazer no tero
condies de sobreviver e se desenvolver de forma que acompanhem as mudanas impostas pelo ambiente. As redes
interorganizacionais vem sendo ampliadas em funo do interesse nas variadas formas e alternativas de relaes,
que compreendem uma considervel amplitude para trocas colaborativas, porm, resguardam as individualidades e
objetivos de cada forma. Este estudo objetiva explorar os conceitos e definies sobre relacionamentos e redes
interorganizacionais de forma a favorecer a reflexo sobre as formas de aplicao na Amaznia brasileira. Tem
carter exploratrio preliminar, com anlise histrica evolutiva. Para tanto foi realizada levantamento bibliogrfico
em livros, peridicos disponibilizados na plataforma Capes.
Palavras-chave: Relacionamento Interorganizacional. Redes. Amaznia.
INTRODUO
Os estudos sobre as organizaes vm sendo conduzidos, desde a teoria dos sistemas, com foco no ambiente
organizacional. Para Cndido & Abreu (2004) a Teoria de Redes est inteiramente conectada ao reconhecimento da
importncia do ambiente organizacional bem como as interaes e integraes das pessoas nesse ambiente na busca
de atenderem as suas necessidades individuais e coletivas. Essa teoria remete ao fato de que as organizaes
enfrentam grande competitividade e isso provoca a necessidade de organizarem em redes, tanto verticais quanto
horizontais. Contudo, no se pode deixar de notar que o modelo organizacional em rede no tem um padro nico
definido que atenda todas as organizaes o que permite a criao de diversas formas de implementaes que
dependem do contexto em que se insere.
Dessa forma, se fez necessrio um estudo exploratrio e descritivo preliminar sobre relacionamentos e redes
interorganizacionais com o intuito de explorar os conceitos e formas adotadas nas diversas prticas organizacionais.
A partir de uma anlise histrica evolutiva do conceito atravs das teorias, explicitar-se os principais modelos de
redes e relacionamentos de forma a favorecer a sua aplicabilidade na Amaznia brasileira. Para tanto foi realizada
uma pesquisa bibliogrfica em livros e artigos cientficos, disponibilizados no portal de peridicos de produo
cientfica da plataforma Capes.
RESULTADOS E DISCUSSES
A Teoria dos Relacionamentos Interorganizacionais (RIO) vem sendo construda durante o tempo de acordo
com as influncias de diversas outras teorias que focam no mbito das organizaes, onde trs delas merecem
destaque: Teoria Sistmica, Teoria Contingencial e Ecologia Organizacional.
Conforme trata Gomes et al (2014), a Teoria Geral dos Sistemas, que tem como criador o bilogo Karl
Ludwin Von Bertalanffy, combina conceitos do pensamento sistmico e da biologia, resultando em uma viso
generalizada de que o universo pode ser comparado a um enorme organismo vivo que mantem uma constante
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interao com o ambiente externo. No entanto, Motta (1971) aponta E. L. Trist e A. K. Rice como os responsveis
por aplicar os conceitos da teoria dos sistemas nos estudos organizacionais, onde complementa que Rice considera
que qualquer empresa, classificada como um sistema aberto, pode ser definida por suas importaes e exportaes,
ou seja, pelas suas relaes com o ambiente.
Morgan (1996) explica que a Teoria dos Sistemas compreende que, assim como os organismos, as
organizaes se relacionam com o ambiente onde esto inseridas influenciando e sendo influenciadas por ele, e
precisam dar ateno a como se d essa relao, caso queiram sobreviver.
Vasconcelos (2004) declara que em 1961, a partir da sntese das principais noes propostas pela teoria dos
sistemas, Burns e Stalker idealizaram os conceitos fundamentais da Teoria da Contingncia. O estudo de temas
como liderana, motivao e satisfao colocaram em questo o antigo paradigma da racionalidade perfeita das
decises administrativas, e lanaram uma nova viso das organizaes como sistemas de interpretao dos sinais do
ambiente.
Em 1967, os trabalhos de Thompson, de Lawrence e Lorsch, e de Perrow impulsionaram a Teoria da
Contingncia com trs vises complementares sobre a organizao (VASCONCELOS, 2004), as quais exaltam as
incertezas no mbito organizacional e justificam a necessidade de uma administrao contingencial.
Para Donaldson (1999), a Teoria da Contingncia explica que no h uma estrutura organizacional efetiva
para todas as organizaes. Isso significa que as estruturas devem ser otimizadas a partir de fatores contingenciais
como estratgia, tamanho, incerteza da tarefa e tecnologia. Essa variao de estruturas reflete a influncia que a
organizao recebe do ambiente.
Segundo Tureta (2009) a Teoria da Contingncia possui alguns exageros adaptativos que a Teoria da
Ecologia Organizacional tentou suprimir, oferecendo uma base analtica que valoriza o enfoque do padro de
relacionamento entre organizao e ambiente, e entre as prprias populaes de organizao.
Segundo Hannan & Fremam (1977), considerados os pioneiros no que se trata da Teoria da Ecologia
Organizacional, j em 1977 a anlise dos efeitos do ambiente sobre a estrutura organizacional tinha se tornado foco
central na teoria e pesquisas nas organizaes nos ltimos anos. Baum (1999) e Morgan (1996), afirmam que o
ambiente organizacional sofre mudanas adaptativas a todo tempo e que a Teoria da Contingncia nos mostra que as
organizaes precisam desenvolver certos padres de relacionamento que as possibilitem se adaptarem ao ambiente,
o que exige caractersticas organizacionais internas apropriadas para responder a essas mudanas, mas no considera
a disputa pelos recursos entre as organizaes. Essa disputa por recursos pode definir qual organizao sobrevive,
uma vez que organizaes consideradas mais fortes prevalecem sobre as mais fracas.
Contudo, ao averiguar a possibilidade de novos padres de relacionamentos entre as organizaes, observa-se
que essas relaes emergem como resposta complexidade e turbulncia ambiental e, por esse motivo, considera-se
que a Teoria de Relacionamentos Interorganizacionais conquistou espao no campo dos estudos organizacionais
pois procura atender essa complexidade disponibilizando novas formas de organizaes que compreendem um
amplo leque de trocas colaborativas, porm cada uma das formas diverge quanto ao objetivo (TURETA, 2006;
PARMIGIANI&RIVERA-SANTOS,2010).
A definio da forma determinada de acordo com parmetros de cooperao e competio em uma tentativa
de expandir o nmero de parceiros, a fim de viabilizar interesses e alcanar objetivos comuns atravs de relaes de
cooperao, sem, no entanto, extinguir os conflitos e a competio, ou seja, a prtica da co-opetio que segundo
Vitorino Filho et al (2013) um termo que surgiu em 1996 com a obra Coopetition da autoria de Nalebuff e
Brandenburger. Assim a cooperao indispensvel para aumentar os benefcios para todos os envolvidos, foco no
crescimento do mercado, e a competio necessria para dividir os benefcios existentes por esses mesmos
participantes, foco na partilha do mercado.
Essa ideia corroborada por Barringer e Harrison (2000), pois para ele as organizaes percebem a
oportunidade de criar vnculos com outras empresas como atrativo, em relao ao agir sozinho, uma percepo,
baseada na crena de que um esforo combinado na forma cooperativa ir aumentar as suas possibilidades de
alcanar seus resultados e aumentar a sua competitividade. Para Daft (2010), compreender as relaes
interorganizacionais uma forma de ajudar os gestores a mudar sua forma de gesto vertical para uma gesto
horizontal entre as organizaes em uma rede de colaborao, isso significa que no podem se concentrar na gesto
de uma nica organizao, pois, tm que descobrir como gerenciar todo um conjunto de relaes, que muito mais
desafiador e complexo.
No universo de termos utilizados para descreverem relacionamentos interorganizacionais pode-se citar:
alianas, Joint Venture, relaes verticais, franquia, acordos, parcerias, fuses, clusters, consrcio, entre outros
(CANDIDO & ABREU, 2000; PARMIGIANI&RIVERA-SANTOS, 2010; ALVES & PEREIRA, 2010; DAFT,
2010). Esses relacionamentos criam as redes as quais so constitudas com base nos objetivos dos relacionamentos
das empresas. Nesse contexto, Daft (2010) considera que uma empresa pode ser forada a se envolver em relaes
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interorganizacionais dependendo das suas necessidades e da instabilidade e complexidade do ambiente em que est
inserida.
Dessa forma, os conceitos apresentados servem de base para reflexes quanto a aplicabilidade nas atividades
produtivas da Amaznia, pois conforme o Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (2013) o setor agropecurio,
cujas prticas de monocultivo e de pecuria extensiva tencionam o bioma da regio, o principal setor econmico da
regio Amaznica, alm de outras atividades econmicas como extrativismo natural, produo de recursos florestais
no madeirveis, extrao mineral, transporte e gerao de energia. Ainda segundo o mesmo autor, para que seja
possvel garantir a segurana alimentar, a obteno de matrias-primas e, ao mesmo tempo, a sustentabilidade dos
ecossistemas da Amaznia, preciso manter o dinamismo nesses setores, aumentar a escala, diversificar a produo
e assegurar a viabilidade econmica, atividades estas que podem ou no requerer das empresas o estabelecimento de
redes e relacionamentos interorganizacionais.
CONSIDERAES FINAIS
Pode-se verificar que a teoria dos relacionamentos interorganizacionais surge dentro da teoria organizacional
e teve sua definio e evoluo com o tempo, seguindo uma linha que parte da teoria dos sistemas. O contedo
exposto nos permite navegar nessa linha que inicia com a obra de Bertalanffy em meados dos anos 1950 que tinha o
foco na biologia, onde foi adaptada para a aplicao nas organizaes nas obras de Trist e de Rice. Em seguida, nos
anos 1960, foram adicionados conceitos advindos da teoria contingencial, que teve suporte nas obras de Burns e
Stalker, porm recebeu acrscimo das obras de Thompson, Lawrence, Lorsch e Perrow. J nos anos 1970, foram
acrescidos conceitos da teoria da ecologia organizacional originada nas obras de Hannan e Freeman, com um
suplemento de Baum em 1999. Por derradeiro pode-se considerar uma influncia da Teoria dos Jogos, uma vez que
os conceitos advindos dela, como cooperao, competio e coopetio so bastante empregados na teoria dos
relacionamentos interorganizacionais e fundamental e necessrio para qualquer uma das suas formas.
O estudo permite abertura para reflexes sobre a criao de redes e utilizao de relacionamentos
interorganizacionais na regio Amaznica de forma que ajude no crescimento e evoluo das organizaes l
atuantes bem como na evoluo, crescimento socioeconmico e cultural e melhor aproveitamento da prpria regio.
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INTRODUO
Analisando o ambiente econmico e social atual em que as empresas esto inseridas, pode-se notar que
ele se torna cada vez mais complexo e diversificado. O que anteriormente era tido como um ambiente fechado
passou a ter um amplo apecto de inter-relaes e interdependncias produtivas, tecnolgicas e mercadolgicas.
Em vista disso, explicita-se que a intensificao da globalizao e a criao de tecnologias facilitadoras
da disseminao de informaes trasformaram o modo de como as empresas concorrem no mundo atual. O mercado
que previamente era visto sobre as lentes de um cracter regional passou a ter uma amplitude global, afetando
empresas de grande, mdio e pequeno porte como um todo. Em meio a esse mundo cada vez mais competitivo e
exigente, vrias instituies apostaram em adotar novas estratgias e oportunidades para sobreviverem.
Para tanto, muitas dessas organizaes investem na idia de unir esforos e recursos com outras
organizaes e rgos como estratgia para obteno de vantagem competitiva. Assim como explica Das; Teng
(2002); Dyer; Singh (1998p: 142)
Nos ltimos anos, diversas correntes cientficas como a economia
industrial, marketing, [...] vm empregando seus esforos para o entendimento
das complexas relaes entre as organizaes. O preceito bsico dessas correntes
cientficas indica que as organizaes que combinam seus recursos podem
realizar uma superior vantagem sobre os seus competidores. Das; Teng (2002);
Dyer; Singh (1998p: 142)
Antigamente, se levava em conta apenas os interesses dos Shareholders (Acionistas) e Stockholders
(Acionistas majoritrios, Scios, Detentores) das empresas. Atualmente, sabe-se que as estratgias de maior
demonstram que atualmente as estratgias de maior sucesso so aquelas que envolvem os interesses de todos as
partes interessadas (Stakeholders), ao invs de atender apenas a grupos restritos (FREEMAN, 1984).
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Portanto, a formao de alianas estratgicas contribui para que organizaes, que dificilmente
conseguiriam competir sozinhas, possam conquistar mercado e aquelas dententoras de grande parte do mercado
adquirir vantagens em prol de um objetivo em comum. Assim como explicita Powell; Koput; Smith-Doerr (1996),
as organizaes precisam colaborar para adquirir recursos e competncias que elas no possuem internamente.
Diante do exposto, este trabalho pretende conhecer o embasamento terico sobre relacionamentos
interoganizacionais e analisando suas diferentes perspectivas.
METODOLOGIA
CONCLUSES
Atravs da literatura revisada, pode-se chegar a concluso que a formao de alianas estratgicas uma
fonte potencial para a gerao de vantagens por propiciar flexibilidade, reduo dos custos de transao,
manuteno do enfoque da empresa nas competncias essenciais, reduo da necessidade e economias diversas. No
entanto, esta assertiva somente verdadeira se os princpios e a etica forem praticados conforme os acordos
estabelecidos pelas organizaes envolvidas.
Tambm, pde-se perceber que nem sempre alianas estratgicas so a melhor opo para a empresa e
que h fragilidade e casos desastrosos entre alguns destes relacionamentos inteorganizacionais entre as
organizaes, relevando a necessidade de fortalecer e reatar esses laos.
Concluindo, a pesquisa demonstrou que quando h uma forte interao entre estas organizaes, h uma
grande vantagem para as empresas participantes, uma vez que h uma necessidade mtua de ambos para se
manterem competitivos no mercado. Em virtude disto, a contribuio dos resultados pode servir de base para
formentar outros projetos, teses, dissertaes para fins acadmicos e de pesquisa. Como continuidade da pesquisa
recomenda-se avaliar tais relacionamentos um aprofundamento mais abrangente do tema procurando identificar
outras correlaes com outras teorias e fatores relevantes para a empresa.
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REFERNCIAS
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Resumo
A eminente ameaa de exausto dos recursos naturais decorrentes de impactos ambientais que esto ocorrendo nos
diversos segmentos do processo produtivo, assim como dos constantes desequilbrios ambientais, a sociedade,
enquanto consumidora, est revendo seus conceitos a respeito do consumo. Destaca-se os critrios que priorizem a
sustentabilidade na escolha de produtos e servios. Diante desta demanda social alicerada na conscincia
ambiental, as empresas passaram a se preocupar em desenvolver produtos e servios preocupados com a preservao
do meio ambiente. Esta concepo deve ser um dos critrios competitivos das cadeias produtivas na Amaznia, de
qualquer produto ou servio. Este estudo objetiva fazer uma reviso terica sobre a concepo de sustentabilidade e
impacatos ambientais em cadeias produtivas com reflexo sobre estas na Amaznia. Faz-se uma reviso
bibliogrfica, privilegiando artigos publicados em peridicos disponveis nas bases de dados da CAPES e revistas
indexadas. Como resultado preliminar, tem-se que para se planejar o desenvolvimento sustentvel de um local,
deve-se levar em considerao: a sustentabilidade ecolgica que objetiva preservar e usar racionalmente os recursos
naturais, assim como a capacidade do ecossistema de se recuperar de agresses humanas; a sustentabilidade
econmica que por meio da eficiente alocao de recursos busca o crescimento/desenvolvimento econmico; a
sustentabilidade scio-cultural que busca valorizar a cultura local e a construo da cidadania individual e em grupo;
e a sustentabilidade poltica institucional que deve fortalecer ferramentas democrticas que visam a criao e
implementao de programas, projetos e atividades relacionados a sustentabilidade.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Impactos Ambientais. Amaznia.
INTRODUO
Ao longo da humanidade medida que a populao aumenta, tambm cresce a demanda pela satisfao das
necessidades bsicas do homem. Sendo assim, necessrio que se priorize a sustentabilidade para que ocorra o
desenvolvimento sustentvel da humanidade.
O desenvolvimento sustentvel presume a eficcia do uso dos recursos em todos os setores produtivos
(primrio, secundrio, tercirio) e reas econmicas, sociais, ambientais, culturais, para que haja sobrevivncia
futura da humanidade. Kajikawa (2007, p. 1) adverte que [...] para o desenvolvimento da sociedade devemos
buscar crescimento de forma sustentvel, como previsto pela Comisso Mundial sobre Meio ambiente e
Desenvolvimento (WCED) (1987), que props o conceito do desenvolvimento sustentvel no Nosso Futuro
Comum, tambm conhecido como Relatrio Brundtland.
Devido a eminente ameaa de exausto dos recursos naturais decorrentes de impactos ambientais que esto
ocorrendo nos diversos segmentos do processo produtivo, assim como dos constantes desequilbrios ambientais , a
sociedade, enquanto consumidora, est revendo seus conceitos a respeito do consumo. Destaca-se os critrios que
priorizem a sustentabilidade na escolha de produtos e servios.
Diante desta demanda social alicerada na conscincia ambiental, as empresas passaram a se preocupar em
desenvolver produtos e servios preocupados com a preservao do meio ambiente. Esta concepo passou a ser um
dos critrios competitivos na cadeia produtiva de qualquer produto ou servio, tornando-se um dos principais
acontecimentos para a rea ambiental, que mostrou a importncia e a necessidade de se reconhecer a
sustentabilidade em toda a cadeia produtiva (DALZOTO E AZANHA, 2013).
Este estudo objetiva fazer uma reviso terica sobre a concepo de sustentabilidade e impactos ambientais
em cadeias produtivas com reflexo sobre estas na Amaznia, por meio de uma reviso bibliogrfica, privilegiando
artigos publicados em peridicos disponveis nas bases de dados da CAPES e revistas indexadas.
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SUSTENTABILIDADE
O termo sustentalidade remete ao perodo em que Thomas Malthus afirmou que a populao [...] cresce
numa progresso geomtrica, e os meios de subsistncia numa progresso aritmtica.(MALTHUS, 1959, p.8,
sendo necessrio assim, o controle da natalidade. Contudo, neste perodo no havia uma preocupao com o
desenvolvimento sustentvel das naes, tendo em vista que se supunha que havia abundncia de recursos naturais.
Para Constanza e colaboradores (1991) citado por Alves Filho e Ribeiro (2014, p. 451-452).
[...] a idia de sustentabilidade pode ser definida como um relacionamento a envolver
sistemas econmicos dinmicos e sistemas ecolgicos maiores e tambm dinmicos,
no obstante mais lentos na mudana. Esses relacionamentos envolvem ao menos
quatro objetivos: a possibilidade de continuidade da vida humana; a possibilidade de
prosperidade dos indivduos; o desenvolvimento das culturas humanas; e a obedincia a
limites impostos s atividades exercidas pelos homens, evitando-se a destruio da
diversidade, da complexidade, e da funo do sistema ecolgico de apoio vida.
Segundo Philippi (2001) citado por Arajo e Silva (2004, p.2) [...] para os ambientalistas o
desenvolvimento sustentvel conjunto de transformaes que deve ocorrer em relao ao consumo e produo,
para que se inverta o quadro de degradao ambiental e a misria social, determinando as novas prioridades da
sociedade alinhadas a uma nova tica de comportamento humano e aes, pensado nos interesses sociais, coletivos.
A partir da preocupao com a sustentabilidade econmica, social, cultural e ambiental, pesquisadores de
universidades passaram a efetuar pesquisas relacionadas a esta temtica visando contribuir para o desenvolvimento
sustentvel das naes. [...] Essa crena impulsiona a nossa percepo da cincia e da investigao relacionada com
a sustentabilidade como uma misso de alta prioridade para a cincia e a tecnologia (Kajikawa 2008, p. 215-216).
Leo Horrigan, Robert S. Lawrence and Polly Walker no artigo intitulado How Sustainable Agriculture Can
Address the Environmental and Human Health Harms of Industrial Agriculture
[...]descreveram os problemas ambientais e de sade associados com prticas de
produo de alimentos atuais e discutiram como estes sistemas poderiam ser mais
sustentveis. Os pesticidas produzem tanto a curto e longo prazo efeitos na sade
humana. O Reino Unido estimou que cerca de 2 milhes de envenenamentos e 10.000
mortes ocorrem a cada ano de pesticidas, com cerca de trs quartos destes que ocorrem
nos pases em desenvolvimento. Os efeitos a longo prazo dos pesticidas incluem os
riscos elevados de cncer e ruptura da reproduo do sistema imunolgico, endcrino, e
o sistema nervoso. (HORRIGAN, LAWRENCE e WALKER,2002,p. 450)
Uma das solues para os problemas ambientais a prtica da agricultura sustentvel, que considera os
objetivos a longo prazo, como por exemplo, a biodiversidade, as comunidades rurais, e a preservao do solo. A
agricultura sustentvel quando ecologicamente vivel, ecologicamente correta, socialmente justa, culturalmente
adequada e baseada numa cincia holstica. (HORRIGAN, LAWRENCE e WALKER, 2002). Este modelo de
agricultura deve estar baseado em [...] Normas para a "sustentabilidade", como condies para trabalhadores rurais
ou tcnicas para o solo e manejo de pragas, que so parte de uma tendncia de desempenho para padres de
processos. (VORLEY, 2001, p.5). Ainda neste sistema agrcola, Atualmente, um grande desafio para o agricultor,
produtor de alimentos entender que no basta produzir. necessrio considerar toda a cadeia que leva o produto
ao consumidor e isto exige profissionalizao da atividade agrcola. [...] (ASSAD E ALMEIDA, 2004, p.6).
Apesar de haver a preocupao ambiental por partes das empresas, ainda no h um meio seguro de
determinar que os organismos cujas prticas deterioram o meio ambiente se comprometam a adotar medidas
definitivas para evitar tal deteriorao[...] (FRANCHINI et al, 2012, p.9), tendo em vista que as organizaes
preocupam-se, somente em recuperar reas que j foram degradadas pela ao antrpica.
RESULTADOS E DISCUSSO
Quando planeja-se o desenvolvimento sustentvel de um local deve-se levar em considerao a
sustentabilidade ecolgica, que objetiva preservar e usar racionalmente os recursos naturais, assim como a
capacidade do ecossistema de se recuperar de agresses humanas; a sustentabilidade econmica que por meio da
eficiente alocao de recursos busca o crescimento/desenvolvimento econmico; a sustentabilidade scio-cultural,
que busca valorizar a cultura local e a construo da cidadania individual e em grupo; a sustentabilidade poltica
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institucional que deve fortalecer ferramentas democrticas que visam a criao e implementao de programas,
projetos e atividades relacionados a sustentabilidade. (Cunha e Cunha, 2005).
De acordo com Silva (2012, p.26), apesar de existirem vrias dimenses da sustentabilidade [...] no
mbito das organizaes consideram-se trs dimenses, que so especficas da atuao organizacional. So elas: a
econmica, a social e a ambiental, que aliceram as organizaes quanto esta pretendem posicionar-se no mercado
visando uma maior competitividade dos seus produtos e servios.
CONSIDERAES
O termo sustentabilidade vem sendo discutido amplamente por meio da acadmica, onde estudiosos tem
apresentado vrios conceitos para definirem os distintos tipos de sustentabilidade que devem ser praticados pela
humanidade para que o efetivo desenvolvimento sustentvel das naes. Contudo, h a necessidade desta discusso
sair do campo da academia para o campo do mercado, ou seja, que hajam polticas pblicas que influenciem o
mercado a aplicar estas prticas de sustentabilidade em suas organizaes.
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O objetivo da pesquisa proposta ser realizar um levantamento da transparncia ativa dos portais das
prefeituras dos municpios do Estado de Rondnia, aferindo a completude, visibilidade e inferibilidade da
informao disponibilizada em seus websites sob a perspectiva do usurio.
Adotamos como hiptese para nossa pesquisa a de que, apesar de todos os municpios estarem sujeitos s
mesmas obrigaes legais no que concerne transparncia pblica, o nvel de transparncia entre eles varia bastante.
METODOLOGIA
De acordo com Michener e Bersch (2011), a mensurao da transparncia inevitavelmente subjetiva, mas
com a utilizao de uma metodologia adequada, pode produzir informao confivel e construtiva.
Segundo Creswell (2013), um projeto de pesquisa deve responder a trs questes centrais: que tipo de
conhecimento est sendo reivindicado pelo pesquisador? Qual estratgia de pesquisa vai direcionar os
procedimentos? Quais mtodos de coleta e anlise de dados sero usados?
Quanto produo de conhecimento, adotamos a abordagem pospositivista. O conhecimento produzido
nesta perspectiva baseia-se em observaes e na mensurao de uma realidade objetiva que, presume-se, existe no
mundo. A abordagem tambm se caracteriza pelo determinismo, pois assume que causas geralmente determinam
efeitos e, por isso, importante estudar essas relaes de causa-efeito (CRESWELL, 2013).
A estratgia de pesquisa adotada a dos mtodos quantitativos e entre as tcnicas de pesquisa quantitativa
existentes, utilizaremos a de levantamento de corte transversal.
A coleta de dados se dar pela observao estruturada dos portais de transparncia das prefeituras.
A populao deste levantamento constituda pelos municpios do Estado de Rondnia. H 52 municpios,
no total (BRASIL, 2014); devido ao tamanho reduzido da populao, este estudo ter carter censitrio, ou seja,
sero avaliados os portais de todos os municpios do Estado de Rondnia.
A informao contida nos portais ser avaliada sob trs perspectivas: completude, acessibilidade e
qualidade.
Os dados faltantes no devem ser ignorados. Na verdade, considerando a metodologia e a natureza da
varivel transparncia ativa, existir mortalidade na populao: caso determinado municpio sequer mantenha um
portal na internet, a avaliao geral corresponder menor possvel.
Algumas pesquisas de levantamento de transparncia ativa j foram realizadas pela comunidade cientfica;
em todas, os instrumentos utilizados foram criados pelos prprios pesquisadores. Mas em nenhuma delas o
instrumento abrangia os trs aspectos da transparncia ativa aqui expostos: completude de contedo, visibilidade e
inferibilidade. Em geral, enfatizaram o critrio de completude. A qualidade o elemento essencial da transparncia
ativa e no pode ser deixado de lado, sob pena de ameaar a validade interna do levantamento. Portanto, pode-se
afirmar que no existem instrumentos consagrados para avaliar a conformidade dos portais governamentais aos
requisitos de transparncia ativa da Lei de Acesso Informao.
Assim, propomos a criao de um instrumento a ser utilizado em condies de usurio simulado. O
pesquisador dever acessar o portal da entidade, simulando ser um usurio comum, e passando, ento, a preencher o
instrumento de acordo com a experincia vivenciada nessa situao.
O instrumento consistir de um formulrio com itens a serem respondidos em escala binominal (satisfatrio
= 1, insatisfatrio = 0) ou ordinal (ausente = 0, fraco = 1, satisfatrio = 2, excelente = 3), e atender os seguintes
requisitos: a. O instrumento deve mensurar a varivel transparncia ativa das entidades analisadas; b. a varivel
transparncia ativa ser o resultado da multiplicao de suas 3 subvariveis de igual peso: completude,
visibilidade e inferibilidade; c. Cada subvarivel poder, por sua vez, ser dividida em quantas subvariveis
forem necessrias para a criao do formulrio; d. A mensurao da subvarivel completude ter como base os
contedos mnimos do artigo 8, 1 da LAI; e. A mensurao da subvarivel visibilidade ter como base os
requisitos do artigo 8, 3, I, II, III, IV, VII e VIII da LAI; f. A mensurao da subvarivel inferibilidade ter
como base os requisitos do artigo 8, 3, V e VI da LAI; g. Para cada subvarivel ser adotada a escala apropriada.
O instrumento dever ser validado por teste piloto. O procedimento de validao do instrumento dever: 1)
demonstrar capacidade de prever, razoavelmente, o nvel da transparncia ativa de portais de entidades
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governamentais, conforme avaliao prvia desses portais por especialistas e levantamentos realizados
anteriormente; 2) demonstrar consistncia nas avaliaes de um mesmo portal quando preenchido por pesquisadores
diferentes.
A etapa seguinte ser a coleta de dados. O pesquisador, simulando ser um usurio comum, acessar o portal
da prefeitura de cada municpio do Estado e preencher o formulrio elaborado. Para fortalecer a comparabilidade
dos resultados e a validade interna, essa etapa deve ser realizada no menor espao de tempo possvel. Por isso, mas
considerando a realizao da pesquisa apenas por um pesquisador, estabelece-se como meta a concluso dessa etapa
no perodo de dois meses aps seu incio.
RESULTADOS E DISCUSSES
Na prxima etapa, os dados sero tabulados e ser realizada uma anlise estatstica descritiva, para obter as
mdias, os desvios-padro e as variaes.
Caso a anlise estatstica demonstre que a varincia da populao alta, a hiptese inicial ser corroborada.
Esse resultado poder ser devido ao fato de que a transparncia pblica uma poltica pblica relativamente jovem,
e enfrenta desafios em funo das diferenas sociais, econmicas e culturais na sua propagao pelos municpios de
Rondnia. Esse resultado poder, tambm, ser til para indicar os municpios com mais potencialidades de avano
na rea e, em estudos futuros, identificar as prticas de sucesso na implementao da LAI nas prefeituras.
CONCLUSES
Uma varincia baixa refutar a hiptese, e poder sugerir que as diferenas sociais, culturais e econmicas
que dificultam a implementao da LAI so relativamente uniformes, indicando que a adoo de sistemas
padronizados para tratar a transparncia pode ter resultados efetivos.
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Comunicao de projeto
A INFLUNCIA DAS HISTRIAS DE LEITURAS DE PROFESSORES, DOS ANOS
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, EM SUAS PRTICAS PEDAGGICAS
Resumo
A leitura uma habilidade imprescindvel para a aprendizagem nas diferentes disciplinas curriculares do sistema de
ensino. O hbito de ler no um papel exclusivo da escola, tendo em vista que o aluno ao ingressar no processo de
educao institucionalizado possui um repertrio de conhecimentos inerentes ao seu ambiente familiar. Igualmente,
o professor, como sujeito desse processo, tambm possui suas histrias de leitura, que determinam de sobremodo as
suas prticas pedaggicas. Diante disso, que a presente pesquisa, em fase de desenvolvimento, tem como objetivo
analisar qual a relao entre as histrias de leitura dos professores e as suas prticas desenvolvidas em salas de aula
nas sries iniciais do Ensino Fundamental, no municpio de Rio Branco, localizado no estado do Acre. Para tanto,
teremos como referencial terico-metodolgico a Anlise de Discurso de linha francesa baseada nos estudos de
Michel Pcheux e seus afiliados, a qual apresenta uma srie de pressupostos tericos, que iro referenciar terica e
metodologicamente o presente estudo. No presente texto, no entanto, nos limitaremos a tratar apenas de questes
histricas e das principais questes que emergem deste contexto.
Palavras-chave: Leitura. Ensino. Discurso.
INTRODUO
A partir de estudos desenvolvidos por autores brasileiros como Orlandi (2008), Almeida (2008), Giraldi e
Cassiani (2009), Nicolli e Cassiani (2012), com base na Anlise de discurso da escola francesa, percebemos que as
histrias de leitura dos sujeitos interferem nos sentidos construdos pelos mesmos sobre a temtica e, da mesma
forma, so determinantes no trabalho pedaggico que ser desenvolvido, posto que os professores levam-nas em
considerao, quando do planejamento e desenvolvimento do mesmo.
Cabe mencionar, que a anlise de discurso est fundamentada nos pressupostos tericos filosficos de
Michel Pcheux e, no Brasil, se baseia fundamentalmente nos estudos de Eni Orlandi. Neste sentido, a leitura
considerada em uma perspectiva discursiva, considerando que deve ser entendida como
[...] momento crtico da produo da unidade textual, da sua realidade significante. nesse
momento que os interlocutores se identificam como interlocutores e, ao faz-lo, desencadeiam o
processo de significao do texto. Leitura e sentido, ou melhor, sujeitos e sentidos se constituem
simultaneamente, num mesmo processo. Processo que se configura de formas muito diferentes,
dependendo da relao (distncia maior ou menor) que se estabelece entre o leitor virtual e o real
(ORLANDI, 2008, p. 10).
Neste campo terico, a leitura concebida a partir de sua historicidade, pois os sujeitos se formam a partir
de suas histrias de leituras, que por sua vez constituiro os sentidos atribudos ao que est sendo lido. O ato de ler
requer a interao com o texto que possui sentidos que devem ser entendidos para que a leitura se processe. Assim,
por um lado, a Anlise de Discurso se preocupa em estudar a leitura a partir de dois aspectos: a interpretao e a
compreenso.
Por outro lado, no mbito da legislao educacional, verificamos que a Lei n. 9394/96, Lei de Diretrizes e
Bases da Educao Nacional, no artigo 32, inciso I, assevera que o ensino fundamental tem como objetivo o
desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios bsicos o pleno domnio da leitura, da escrita e do
clculo.
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Desta forma, depreendemos desse discurso que a leitura um dos aspectos a serem desenvolvidos para a
promoo da formao cidad, pois ser fundamental para o desenvolvimento do educando garantindo o acesso ao
conhecimento produzido socialmente.
Esta pesquisa objetiva analisar qual a relao entre as histrias de leitura dos professores e as suas prticas
desenvolvidas em salas de aula nas sries iniciais do Ensino Fundamental, no municpio de Rio Branco, localizado
no estado do Acre
METODOLOGIA
Em relao aos procedimentos metodolgicos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa, caracteriza-se
pela abordagem qualitativa. A esse respeito, segundo Minayo (1994, 21-22):
A pesquisa qualitativa responde a questes muito particulares. Ela se preocupa, nas
cincias sociais, com um nvel de realidade que no pode ser quantificado. Ou seja, ela
trabalha com o universo de significados, motivos, aspiraes, crenas, valores e
atitudes, o que corresponde a um espao mais profundo das relaes, dos processos e
dos fenmenos que no podem ser reduzidos operacionalizao de variveis. [...] a
abordagem qualitativa aprofunda-se no mundo dos significados das aes e relaes
humanas, um lado no perceptvel e no captvel em equaes, mdias e estatsticas.
Por conseguinte, cabe ainda mencionar que esta pesquisa tem como referencial terico-metodolgico a
Anlise de Discurso de linha francesa, referenciada nos pressupostos tericos de Michel Pcheux, que iro
referenciar terica e metodologicamente a presente pesquisa, que ser constituda por uma pesquisa de campo junto
a seis professores que atuam do 4. ao 5. ano do ensino fundamental, lotados em 06 (seis) escolas urbanas da rede
estadual, concentradas no municpio de Rio Branco.
O procedimento de anlise ser realizado a partir do material produzido pelos professores que dissertaro a
partir de questes subjetivas, que permitiro expressarem suas histrias de leitura e, da mesma forma, as prticas
pedaggicas desenvolvidas em relao a leitura, para que possamos, de posse do material coletado, realizar nossas
anlises considerando como referencial terico os pressupostos da Anlise do Discurso de linha francesa.
Compreenderemos, a partir dos pressupostos da Anlise do Discurso, o discurso como a palavra em
movimento, do homem falando. preciso compreender tambm que este homem est inserindo em um contexto
social e cultural de produo desse discurso (ORLANDI, 2001). Ou seja, a partir dos discursos de professores
analisaremos as suas histrias de leitura e a influncia destas em suas prticas pedaggicas. Por exemplo, na
relao pedaggica, a representao que os alunos fazem daquilo que o professor lhes designa que domina o
discurso (PCHEUX, 1969, p. 86).
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um longo tempo a ausncia de materiais didticos produzidos no pas, portanto justificava-se a importao de livros
de Portugal.
Destarte, o cenrio passou a mudar com a instalao da imprensa e a implantao de escolas, destinadas a
uma classe social privilegiada. Alm disso, por volta dos anos de 1870, houve a obrigatoriedade do ensino para as
crianas e a educao formal ficou no encargo das mulheres, as quais deveriam ser devidamente formadas para o
magistrio.
No ano de 1876, foi disseminado o mtodo Joo de Deus, que estava inserido na Cartilha Maternal ou Arte
da Leitura (escrita em Portugal pelo Poeta Joo de Deus), cuja forma de ensinar partia da palavra, para depois
dividi-la em slabas, e assim, analisar o seu valor fontico. Esse mtodo servia como uma forma minimizar o grande
nmero de analfabetos na poca, sendo que as pessoas analfabetas eram impedidas de votar por causa da Lei da
Cmara dos Deputados de 1881 e da Lei Saraiva de 1882 (BECALLI; SCHWARTZ, 2015).
De acordo com Mortatti (2006), a partir de 1890, com a implementao da reforma da instruo pblica no
estado de So Paulo, que serviu de modelo para outros estados brasileiros, houve a reorganizao da Escola Normal
de So Paulo, a criao da Escola-Modelo Anexa, em 1986 e um Jardim de Infncia. Tal reforma motivou, do ponto
de vista didtico, mudanas referentes forma de ensinar a leitura, passando para o mtodo analtico, de influncia
da pedagogia norte-americana (que se baseia no ensino pelo todo para depois passar s partes constitutivas), que
servia como base do ensino na citada escola, que era onde os normalistas desenvolviam atividades prticas e de onde
os professores dos grupos escolares, criados em 1893, deveriam buscar o seu modelo de ensino.
REFERNCIAS
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Resumo
Trata-se de um projeto de pesquisa, que busca analisar como os temas alimentao e nutrio so tratados nos
livros didticos de cincias, do Ensino Fundamental I, no municpio de Rio Branco. Nas ltimas dcadas as Doenas
Crnicas No Transmissveis (DCNT) tm liderado o ranking das causas de morte no Pas. A Amaznia contempla
os estados com a maior mdia de pessoas com obesidade, comparados aos outros estados, sendo Rio Branco, a
capital mais obesa do Pas, segundo pesquisa da Vigitel (2006-2012). So raros os sintomas associados s DCNT em
jovens de idade escolar. Entretanto, parte dos distrbios orgnicos surgidos na vida adulta poderia ser evitada ou
reduzida com a formao de hbitos de vida saudveis em idades precoces. A educao tem como finalidade mudar
o comportamento das pessoas atravs do conhecimento. De posse dessas informaes, este estudo optou pelas sries
iniciais do ensino bsico, especificamente do primeiro ao quinto ano, por entender que se trata de um perodo de
maior relevncia ao aprendizado e formao de valores e atitudes, que levam o escolar a praticas conducentes
sade. Nessa seara, procura-se pensar no livro didtico, especificamente de cincias, por se tratar da disciplina que
mais concentra os temas alimentao e nutrio, enquanto formador de um modo de pensar e espera-se que esse
modo de pensar seja o principal parmetro para o modo de agir e, nessa perspectiva, analisar a abordagem
relacionada nutrio significa buscar a compreenso da realidade atual para que s ento, a partir dessa
compreenso, se possa buscar uma maneira eficaz de interferir.
Palavras-chave: Livro didtico. Cincias. Nutrio.
INTRODUO
Este um trabalho que busca analisar a contribuio das informaes dispostas nos livros didticos de
cincias, acerca dos contedos de alimentao e nutrio, com vistas ao entendimento da situao nutricional, que
caracteriza, de forma geral, a populao brasileira na atualidade, onde ainda predomina o paradoxo fome x
sobrepeso, este ltimo em ascenso desde 2006, segundo estimativas da prevalncia (%) de excesso de peso* na
populao adulta ( 18 anos) residente nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal de ambos os
sexos, com nvel de escolaridade que variam de 0 a mais de 12 anos de estudo Vigilncia de fatores de risco e
proteo para doenas crnicas por Inqurito Telefnico (Vigitel), 2006-2012. Tal pesquisa apontou que os estados
que compem a Amaznia esto com percentual de adultos, com obesidade**, acima (18,16%) da mdia de todas as
capitais (17,3%), contendo duas, das trs capitais com maior percentual, sendo uma delas a de maior percentual
Rio Branco, com 21,3% de obesos.
As pessoas obesas, em particular as que desenvolveram a obesidade durante a infncia, podem ter uma
quantidade de clulas de gordura at cinco vezes maior do que a das pessoas de peso normal. Nesse sentido,
entende-se que a prioridade da profilaxia de distrbios alimentares, principalmente a obesidade, deve acontecer na
infncia, atravs da formao de hbitos de vida saudveis em idades precoces.
Para muitas crianas, mais do que a metade dos nutrientes consumidos diariamente pode ser oferecida fora
do ambiente domiciliar, onde, devido as mudanas no estilo de vida das famlias na atualidade, muitas dessas
crianas passam parte, ou a maioria de seus dias, em creches ou escolas. Trata-se de ambientes que promovem a
alimentao em grupos, que geralmente positiva no sentido fazer com que as crianas comam bem, reagindo
presso dos colegas. H de se aproveitar essas caractersticas e, nesse contexto, importa o destaque na mobilizao
do aprendizado dessa criana, uma vez que esse aprendizado, norteado pelo uso do livro didtico, pode gerar
elementos para os alunos ressignificarem as experincias negativas que esto tendo fora da sala de aula
(Vasconcelos, 1998), tendo em vista que a alimentao humana carrega consigo, alm de seus nutrientes, uma carga
expressiva de smbolos, significados e crenas (Tonial, 2001).
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Resta, portanto, saber o impacto e a validade desse movimento na ponta: o livro didtico aborda de maneira
suficiente a temtica da nutrio enquanto parmetro de mudanas nos hbitos alimentares desse indivduo, de
forma a evitar o sobrepeso e/ou obesidade na vida adulta?
1
*Dados autorreferidos. Utilizado: ndice de Massa Corporal 25 kg/m2 **Utilizado: ndice de Massa Corporal 30 kg/m2
METODOLOGIA
Caracterizao e local do estudo
Trata-se de uma pesquisa de cunho documental, atravs da anlise das informaes dispostas nos livros
didticos de cincias, autorizados pelo Ministrio da Educao e oferecidos s escolas pblicas de ensino
fundamental I, nas sries inicias.
Populao, tamanho da amostra e delineamento do estudo
Atualmente, segundo Censo Escolar (Brasil, 2012), o municpio de Rio Branco-AC conta com 207 escolas
de ensino fundamental, nas esferas municipais, estaduais e federais, sendo 150 escolas pblicas estaduais (72,4%),
40 escolas pblicas municipais (19,32%), 16 escolas de ensino fundamental no setor privado (7,72%) e 01 escola
pblica federal (0,48%). Dessas, as escolas pblicas estaduais representam, em nmero de alunos matriculados,
75,9% (47.972 alunos) enquanto o setor privado representa 9,55% (6.036 alunos) do total de 63.156 matrculas.
Desta forma, a amostra ser correspondente aos livros didticos utilizados em todas as escolas pblicas da rea
urbana do municpio de Rio Branco AC.
Seleo do material educativo
Sero solicitados exemplares dos livros didticos de cincias utilizados no Ensino Fundamental do ensino
pblico, atravs da Secretaria Estadual e Municipal de Educao do estado do Acre e muncipio de Rio Branco,
respectivamente.
Identificao das temticas referentes alimentao e nutrio
A classificao ser realizada em trs categorias: suficiente (variveis analisadas presentes nos livros
didticos e em concordncia com os conhecimentos atuais); insuficiente (variveis parcialmente presentes nos livros
didticos, em concordncia com os conhecimentos atuais), ausente (contedo no foi abordado no livro didtico).
RESULTADOS E DISCUSSES
Por se tratar de uma pesquisa em andamento, os resultados citados so de modo esperado no momento,
onde se acredita que, no sentido de melhorar a qualidade da ingesto diettica infantil, o entendimento de como as
preferncias alimentares so adquiridas, essencial para uma interferncia efetiva. So vrios os fatores que podem
levar um individuo obesidade, tanto os fatores ambientais como os genticos esto envolvidos numa complexa
interao de variveis, entretanto pode-se afirmar que na vida adulta, a alimentao obtida desde a infncia contribui
fortemente para o aparecimento de doenas crnico adquiridas, tais como a obesidade.
A fase escolar, que engloba crianas de 6 a 10 anos, fundamental para se trabalhar sade, com a inteno
de promover e desenvolver aes para a preveno de doenas e promoo da qualidade de vida (Brasil, 2002), pois
essa fase caraterizada pela formao de hbitos alimentares, bem como por um aumento na ingesto alimentar.
Um dos objetivos do ensino fundamental, indicados pelos Parmetros Curriculares Nacionais - PCNs,
garantir que os alunos sejam capazes de conhecer e cuidar do prprio corpo, atravs da adoo de hbitos saudveis
um dos aspectos bsicos para a qualidade de vida. Alm do que, atravs do estudo de cincias, onde Vasconcelos e
Souto (2003) consideram muito mais do que promoo de fixao de termos cientficos, o aluno pode desenvolver
mecanismos de investigao e perceber a importncia desse conhecimento enquanto parmetro de decises
individuais e coletivas, uma vez que, j citadas nos Cadernos de Orientao Curricular (COCs) do municpio de Rio
Branco AC, cincias correspondem a um vasto campo de conhecimentos, em seus vrios ramos de saberes, alm
de reformular teorias (cientficas), que buscam no apenas compreender o mundo natural, mas tambm prever
transformaes e saber como modific-las (Acre, 2008).
Para tanto, espera-se que o que se ensinado dentro da sala de aula possa induzir que essa criana pratique
o que aprendeu no seu cotidiano, assim com a prtica de higiene bucal, com coleta seletiva de lixo para
reciclagem, entre outros exemplos, e com a nutrio, est sendo assim?
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CONCLUSO
Existe uma tendncia em constante crescimento para o consumo de alimentos ricos em energia, promovida
pela indstria de alimentos atravs da produo e divulgao em massa de alimentos de sabor favorvel ao paladar
infantil, alm do relativo baixo custo, fator que implica diretamente na escolha pelos mesmos. Essa prtica alimentar
contempornea, resultado dos avanos tecnolgicos na agricultura e indstria de alimentos, objeto de preocupao
das cincias da sade, uma vez que, demonstrada a sinalizao entre tais prticas, surge a relao com algumas
doenas crnicas relacionadas alimentao, tornando-se, portanto, parmetro de propostas de mudanas nos
padres alimentares pelo setor sanitrio (Garcia, 2003 ).
Tambm nessa perspectiva de mudanas e, entendendo a importncia de se apontar metas de qualidade que
ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidado participativo, reflexivo e autnomo, que o Ministrio da
Educao e do Desporto, ao consolidar os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) - cuja funo orientar e
garantir a coerncia dos investimentos no sistema educacional, socializando discusses, pesquisas e recomendaes
- incorporou como Temas Transversais s questes da Sade, alm da tica, da Pluralidade Cultural, do Meio
Ambiente, e da Orientao Sexual.
De posse das informaes supracitadas, percebe-se a existncia de um movimento comum entre as esferas
da sade e educao quando se pensa no cenrio nutricional atual da populao brasileira. Percebe-se ainda, que o
livro didtico um dos mecanismos de elo e repasse dessas propostas, pois alm de ser considerado um dos
principais recursos de suporte terico e prtico para professores e alunos (Teixeira; Sigulem & Correia, 2011), tratase de um elemento to presente nas escolas como o prprio professor (Molina, 1987), podendo ser decisivo para a
qualidade desse aprendizado, que por vezes a nica fonte cientifica de conhecimento do aluno. Nessa perspectiva,
remata-se a importncia da unidade entre a educao e sade, atravs de aes que busquem um resultado comum: a
formao completa do futuro cidado, que bem nutrido capaz de desenvolver melhor suas competncias
intelectuais e, bem informado, capaz de evitar doenas atravs da simples adoo de hbitos saudveis, dentre eles
os hbitos nutricionais.
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INTRODUO
O interesse em estudar a poltica de financiamento educacional no Municpio de Rio Branco Acre, nasce
inicialmente a partir do mundo do trabalho com o inicio do exerccio de minha carreira como professor, com a
insero na realidade prtico material do professor trabalhador, muitas vezes distante do mbito acadmico
terico-ideal. A aproximao com o movimento sindical e a participao em assembleias da categoria dos
professores e o decorrente estado de greve por reajuste salarial e valorizao, principiaram a busca, inicialmente de
modo terico por conhecer a estrutura da poltica de financiamento educacional no Brasil que interfere diretamente
na questo da valorizao docente (objeto de luta dos professores) e posteriormente emprico.
O mbito das polticas educacionais possui varias frentes de discusso e investigao, o que exige um
trabalho de pesquisa com maior rigor cientifico na delimitao do tema e definio do problema. Dentre essas
frentes optamos por realizar um estudo a cerca do financiamento da educao bsica, especificamente o
desdobramento desta poltica na valorizao dos professores, com um recorte dos ltimos 10 anos do governo
municipal de Rio Branco - Acre.
Portanto, este estudo pretende tratar a poltica de financiamento da educao atrelada a sua respectiva
implicao na valorizao dos professores, visto que partimos da concepo de que s podemos discutir educao de
qualidade se falarmos sobre de que forma os professores so valorizados em seu exerccio profissional,
questionando pensamentos conservadores e arcaicos de que a profisso de professor um sacerdcio ou algo
devocional para justificar o descaso por parte do Estado no que diz respeito remunerao e formao dos
professores.
METODOLOGIA
Diante da compreenso de nossa problemtica de pesquisa, definiu-se os mtodos e as tcnicas a partir de
nossos objetivos traados para a responder as questes suscitadas durante o estudo. Definiremos inicialmente as
orientaes filosficas que nortearo nossa pesquisa qualitativa. Como forma de compreender a realidade em sua
totalidade entendemos ser, o mtodo dialtico, o mais adequado para a pesquisa, pois com afirma Chizzotti (2006), a
dialtica insiste na relao dinmica entre o sujeito e o objeto, no processo do conhecimento. Valoriza a contradio
dinmica do fato observado e a atividade criadora do sujeito que observa.
Desta forma, este estudo prope reunir os elementos da pesquisa bibliogrfica e documental, tendo como
principal fonte de pesquisa documentos oficiais da Prefeitura Municipal de Rio Branco, nos perodos de 2005 a
2016, como Planos de Governos, Plano Municipal de Educao e Plano de Cargos, Carreira e Remunerao do
Municpio de Rio Branco, balanos oramentrios e transferncias governamentais com detalhamento dos recursos
destinados a Manuteno e Desenvolvimento do Ensino MDE e a valorizao dos professores do magistrio no
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perodo referido e na legislao municipal aprovada durante o perodo do recorde da pesquisa que fazem referncias
direta ou indiretamente ao magistrio e ao financiamento de modo geral.
Inicialmente realizaremos um levantamento bibliogrfico a respeito do tema financiamento da educao e
valorizao docente com o intuito de embasar a pesquisa e se aproximar de categorias de anlises como
financiamento, trabalho, carreira, salrio, etc. Para tanto sero mapeadas as principais produes cientficas que
discutem estas temticas, para que se possa dar ao estudo a devida fundamentao terica, exigida em trabalhos
desta natureza, sempre observando o recorte temporal de dez anos e os fundamentos necessrios para se analisar os
dados quantitativos referentes evoluo dos gastos educacionais no municpio de Rio Branco no perodo
delimitado.
Concomitantemente ser realizada uma anlise documental. Para interpretao e compreenso dos
documentos oficiais recorreremos a analise de discurso como opo metodolgica, levando em considerao que a
construo dos mesmos esto carregados de intenes ideolgicas e polticas que extrapolam o campo educacional.
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2012 os repasses do FUNDEB, segundo site do Tesouro Nacional, para o municpio de Rio Branco foram de
aproximadamente 49 milhes de reais.
Dados do INEP informam que no ano de 2011 o percentual de docentes com nvel superior da rede
municipal de ensino de Rio Branco era de 73% na educao infantil e 79% no ensino fundamental. Dados mais
atualizados de 2014 mostram uma elevao neste percentual em que na educao infantil a quantidade de
professores com nvel superior eleva-se para 88% e no ensino fundamental para 96%.
Evidente a elevao da quantidade de professores com nvel superior, aproximando-se da totalidade, bem
como o fato de que imprescindvel que os professores possuam no mnimo uma formao com nvel superior para
iniciarmos uma discusso a respeito de uma educao de qualidade, contudo fica a ressalva de que o simples fato de
um professor se qualificar com uma formao superior no lhe garante a devida valorizao enquanto profissional,
assim como, a depender do modo como foi realizada esta formao, no garante um ensino de qualidade aos alunos,
mas com toda certeza sem ela (formao superior) no chegaremos a lugar nenhum (valorizao profissional e
qualidade de ensino). Almejamos adentrar mais nesta discusso referente valorizao docente, tentando nos
aproximar cada vez mais de qual entendimento se tem quando falamos em valorizao.
Ainda em relao ao ano de 2012, o site do FNDE divulgou que a despesa do municpio de Rio Branco
com o pagamento dos profissionais do magistrio foi de aproximadamente 46 milhes de reais, o que corresponde a
94% do total de receita disponvel naquele ano proveniente de repasse do FUNDEB.
Esses dados iniciais referentes ao financiamento da educao no municpio de Rio Branco no se encerram
em si mesmo, apesar de superficialmente podemos inferir algumas informaes a respeito do cumprimento da
legislao da poltica de fundos da educao, como por exemplo, a obrigatoriedade de utilizar pelo menos 60% dos
recursos do fundo para a valorizao dos profissionais do magistrio. Contudo os nmeros precisam ser melhor
analisados para que possamos de fato compreender melhor a poltica que est sendo desenvolvida por trs deles.
CONCLUSES
Esta pesquisa encontra-se em fase de construo, portanto, seus dados so provisrios e preliminares.
Ainda necessitamos de um tempo maior para apresentarmos dados mais precisos. Contudo os encaminhamentos
desta pesquisa vo na direo da finalizao dos captulos tericos discutindo a poltica de financiamento da
educao a nvel nacional e local e seus desdobramentos na questo da valorizao docente. O nosso grande desafio
responder algumas questes que norteiam o estudo tais como:
Os reajustes salariais dos professores da educao bsica da rede municipal de Rio Branco de 2005 a 2016
foram compatveis com o crescimento dos principais indicadores econmicos?
Em que o Plano de Cargos, Carreira e Remunerao dos Servidores Municipais, implantado pela rede
municipal de Rio Branco em 2012 e legislaes posteriores tiveram impactos na valorizao salarial docente?
Em que o Plano Municipal de Educao e suas metas atingem a questo do financiamento e valorizao do
professor?
Qual a relao entre a poltica fiscal, a de financiamento educacional e a poltica de valorizao dos
professores da rede publica municipal de ensino do municpio de Rio Branco?
Desta forma, somente um estudo mais aprofundado tanto do ponto de vista terico como a pesquisa
documental poder nos fornecer elementos para responder tais indagaes para construir o formato final do estudo.
REFERNCIAS
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CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa qualitativa em cincias humanas e sociais. Petrpolis: Vozes, 2006.
ORLANDI, Eni Puccinelli. Anlise de Discurso: princpios & procedimentos. 8. ed. Campinas: Pontes, 2009. 100p.
ISBN: 978-85-61320-14-0
Resumo
O presente trabalho fruto de uma pesquisa de mestrado do programa de Ps-graduao em Educao na Ufac, na
Linha de Pesquisa Formao de Professores e Trabalho Docente. Esta pesquisa que est em andamento, tem por
objetivo analisar a relao entre exerccio do trabalho docente e a sade do professor dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental que atuam efetivamente nas escolas da rede pblica estadual, na zona urbana do municpio de Rio
Branco-Acre. Busca compreender as repercusses no trabalho docente a partir das reformas educacionais no mbito
da escola, da materializao das polticas educacionais, tendo como porta-vozes os sujeitos responsveis pela sua
execuo e os impactos produzidos por tais reformas que tem permitido de forma mais acelerada seu adoecimento.
As evidencias trazidas no texto buscaram delinear as bases de uma amostra explicativa para tais determinantes do
trabalho de ensinar e suas implicaes diretas na sade do professor.
Palavras-Chaves: Trabalho docente. Condies de Trabalho. Sade do Professor.
INTRODUO
Observa-se que o trabalho do professor tem sido tema de investigaes acadmicas em diversos estudos. A
autora PENNA (2011) mostra em sua pesquisa de doutorado Exerccio Docente: posies sociais e condies de
vida e trabalho de professores um mapeamento e anlise do banco de dados de dissertaes e teses defendidas no
Brasil, includos no CD-ROM Anped 99 no perodo de 1981 a 1998, onde dos 3492 trabalhos selecionados pelos
autores para compor o banco de dados, 33,59% referia-se ao tema professores, indicando uma vasta produo sobre
o tema. O aumento das pesquisas sobre a temtica trabalho docente, entretanto, revela que mesmo com o
crescimento dos estudos sobre o tema, observa-se uma baixa incidncia de estudos sobre como as novas formas de
realizao desse trabalho podem produzir srias repercusses na sade dos trabalhadores.
O presente projeto de pesquisa tem por objetivo analisar a relao entre exerccio do trabalho docente e a
sade do professor dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental que atuam efetivamente nas escolas da rede pblica
estadual, na zona urbana do municpio de Rio Branco-Acre.
METODOLOGIA
O procedimento metodolgico necessrio a realizao desta pesquisa sugere a seguinte trajetria: um
estudo de levantamento tipo survey que objetiva reunir o maior nmero de informaes da populao envolvida na
investigao.
Quanto aos instrumentos e coletas de dados, a pesquisa ser realizada em trs etapas diferentes, porm
interligadas: uma junto as Secretarias Estadual e Municipal de Educao, e que consistir num levantamento das
licenas mdicas protocoladas pelos professores na Diviso de Recursos Humanos ao Setor de Vida Funcional, no
perodo de 2000 a 2015. A partir deste levantamento ser possvel identificar os estabelecimentos de Ensino
Fundamental Anos Iniciais, da cidade de Rio Branco Acre, que apresentaram um maior ndice de licenas
docentes.
A segunda etapa consistir no contato com os professores destas escolas, e para tanto em posse do nome
das escolas que apresentaram maior ndice de professores com licenas mdicas protocoladas, solicitar junto aos
diretores um agendamento com esses funcionrios para explicar os objetivos da pesquisa.
Na terceira etapa, permitido esse primeiro contato, agendar entrevista pessoal a critrio do professor. Com
questionrios semiestruturado, e possivelmente entrevista com perguntas mais abertas. Questionrios representam,
segundo Gil (1997), uma tcnica de investigao composta por um nmero mais ou menos elevado de questes
apresentadas por escrito s pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opinies, crenas, interesses, sentimentos,
expectativas, situaes vivenciadas, etc.
ISBN: 978-85-61320-14-0
A amostra ser constituda de forma intencional observando-se como critrio aspectos como professores
com mais de 5 anos de experincia, efetivos que atuam nas sries iniciais do ensino fundamental em escolas da zona
urbana do municpio de Rio Branco Ac.
Como metodologia de anlise, a pesquisa adota a Anlise Textual Discursiva. De acordo com Moraes e
Galiazzi, (2011) a anlise textual discursiva uma abordagem de anlise de dados que transita entre duas formas
consagradas de anlise na pesquisa qualitativa que so a anlise de contedo e a anlise de discurso. Existem
inmeras abordagens entre estes dois plos, que se apiam de um lado na interpretao do significado atribudo pelo
autor e de outro nas condies de produo de um determinado texto. Ainda que o termo anlise textual, segundo
Titscher et al. (2002), possa relacionar-se a uma diversidade de abordagens de anlise, incluindo-se nisto a anlise
de contedo e as anlises de discurso, no presente texto o termo anlise textual discursiva assume um sentido mais
especfico.
RESULTADOS E DISCUSSES
Assistimos com muita nfase nos ltimos anos, as polticas de um Estado avaliador, que valoriza os
instrumentos de medio quantitativa como indicadores de rendimento do sistema educativo, expressos em testes
para medir a aprendizagem dos alunos e a formao de professores. Todo esse quadro ajuda a entender por que tanto
tem se discutido a proletarizao do magistrio, caracterizada pela perda de controle do trabalhador (professor) do
seu processo de trabalho, contrapondo-se profissionalizao como condio de preservao e garantia de um
estatuto profissional que leve em conta a autorregulao, a competncia especfica, rendimentos, licena para
atuao, vantagens e benefcios prprios, independncia. (Oliveira, 2004, p. 1138)
O aumento das responsabilidades e exigncias que se projetam sobre os educadores, coincide com um
processo histrico de uma rpida transformao do contexto social, o qual tem sido traduzido em uma modificao
do papel do professor.
As pesquisas de Esteves (1999) trazem em xeque a crise de identidade que os educadores
que est diretamente ligada as mudanas sociais no papel do professor que obriga o profissional a desempenhar
outros papeis, muitas vezes contraditrios, causando essa crise de identidade, consequentemente ao cobrar muito de
si.
Esteve (1995) revela que o conjunto de mudanas sociais e educacionais ocorrido nos ltimos vinte anos
ocasionou impactos profundos na identidade profissional docente, tais como: o aumento de exigncias em relao s
atividades desenvolvidas pelos professores; a inibio de outros agentes de socializao, como a famlia; o
desenvolvimento de fontes de informao alternativas escola; a ruptura do consenso social sobre o papel da
educao; o aumento das contradies no exerccio da docncia; as mudanas de expectativas em relao ao sistema
educativo; a menor valorizao social do professor; as mudanas nos contedos escolares; a escassez de recursos
materiais e condies de trabalho deficientes; a mudana nas relaes professor e aluno e a fragmentao do
trabalho do professor.
De acordo com o autor, o despreparo dos professores dos diferentes nveis de escolarizao para enfrentar
tais mudanas ocasionou a formao de uma crise de identidade docente, que se define como uma contradio entre
o eu real (o que os professores conseguem ser efetivamente no cotidiano escolar) e o eu ideal (o que os professores
queriam ser ou o que gostariam de ser). Todavia o enfrentamento dessa crise provoca reaes diversas nos docentes,
pois enquanto alguns aceitam as mudanas como inevitveis, outros experimentam sentimentos de extrema
ansiedade e perplexidade e outros ainda se deparam com sentimentos contraditrios em relao s mudanas,
aceitando-as e rejeitando-as indiscriminadamente. Para o autor esse um sentimento de mal-estar docente e se
traduz em diversas manifestaes, tais como: a) sentimentos de insatisfao perante os problemas reais da prtica de
ensino em sala de aula, em contradio com a imagem ideal do professor; b) pedidos de transferncia de escolas
como forma alternativa de fugir dos problemas encontrados; c) desenvolvimento de esquemas de inibio como
forma de cortar a implicao pessoal com o trabalho que realiza em sala de aula; d) desejo manifesto de abandonar a
docncia (realizado ou no); e) absentismo laboral, em consequncia do acmulo da tenso; f) esgotamento, como
consequncia da tenso acumulada; g) sentimentos como stress, ansiedade, depreciao do eu (autoculpabilizao
perante a incapacidade de ter sucesso no ensino), reaes neurticas, depresses e ansiedade como estado
permanente. (ESTEVE, 1995).
CONCLUSES
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A somatria de problemas destacados acima tambm, hoje, caracterstica do trabalho docente. Isso se
deve s condies precrias de trabalho, ao contexto que cada vez mais faz exigncias ao professor e lhe impe uma
sobrecarga de trabalho, o que vem se configurando como o processo de intensificao do trabalho docente.
Para Nvoa (1995), esta crise arrasta-se h longos anos, e as consequncias dessa situao so
desmotivao pessoal, altos ndices de absentesmo e de abandono, insatisfao e indisposio.
Nesse contexto possvel verificar a carncia de investigao que identifique e descreva como esses
processos de reformas modificaram o trabalho que o professor realiza hoje e realizava em dcadas anteriores.
Podemos nos questionar que alteraes ocorreram no interior da escola e na lgica do trabalho desse
profissional que impactaram e modificaram funes inerentes a sua profisso, tais como a prpria funo educativa
e formativa e, mais alm, e ainda como esse profissional tem respondido aos impactos produzidos por tais reformas
e que tem permitido de forma mais acelerada seu adoecimento.
Diante do exposto, aponto para a relevncia em investigar de que forma o exerccio do trabalho docente
est prejudicando esse trabalhador, e se est prejudicando, como se d efetivamente.
REFERNCIAS
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ISBN: 978-85-61320-14-0