Argamassa de Expansão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Escola de Minas - Departamento de Engenharia de Minas


Ps-Graduao Lato Sensu em Beneficiamento Mineral

WESLEY DE SOUZA BARTOLI FILHO

ARGAMASSA EXPANSIVA

UFOP UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO


2010

WESLEY DE SOUZA BARTOLI FILHO

ARGAMASSA EXPANSIVA

Monografia apresentada ao Programa de Psgraduao em Engenharia de Minas da


Universidade Federal de Ouro Preto, como
requisito para obteno do ttulo de
Especialista em Beneficiamento Mineral.
Orientador: Prof. Jos Aurlio Medeiros da Luz

UFOP UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO


OURO PRETO
2010

Agradeo a Deus, minha famlia, meus


colegas e a todos os professores por tudo.

RESUMO

Este relatrio apresenta os resultados do trabalho desenvolvido, planejado


e executado por Wesley de Souza Brtoli Filho, realizado na empresa BB Enge
engenharia Tecnologia em Demolio Ltda., sobre a aplicao de argamassa
expansiva no desmonte. Analisam-se inicialmente os condicionamentos tcnicos
e cientficos relacionados com o emprego da argamassa expansiva no Brasil e no
mundo, bem como as tendncias em relao seu emprego no corte de rochas
ornamentais, com as mudanas que ocorrero no sentido da lavra. No
desenvolvimento deste trabalho a seguir, relatado de modo comparativo o
mtodo de lavra atravs da argamassa expansiva. A comparao das
modalidades convencional e por argamassa expansiva mostra o grande potencial
de emprego de argamassa tanto no desmonte de blocos de rochas ornamentais,
quanto no desmonte de estruturas civis.

ABSTRACT

This report treats on the application of expansive mortar held at BB Enge


engenharia Tecnologia em Demolio Ltda. It examines firstly the scientific and
technical constraints related to the use of expansive mortar in Brazil and abroad,
as well as the trends regarding its use in the cutting of dimension stones, with the
corresponding changes in the mining practice, which can encompass drilling and
blasting, diamond wire saws or jet-piercing cutting methods. In this work is
reported comparatively the method of stone cutting by expansive mortar versus
drilling and blasting conventional method. This comparison displays the high
potential of expansive mortar in dressing of dimension stone blocks, as well in civil
structures demolition.

SUMRIO
1. INTRODUO...................................................................................................7
2. ARGAMASSA EXPANSIVA...............................................................................8
2.1. Para que serve............................................................................................8
2.2. Onde usar....................................................................................................8
2.3. Como usar...................................................................................................9
2.4. Mecanismo de ruptura e tempo de reao................................................10
2.5 Quem pode usar.........................................................................................12
2.6 Outras informaes....................................................................................12
2.7. Tipos de Argamassa comercializada.........................................................12
2.8. Normas de segurana para o uso da Argamassa.....................................13
2.9. Sugestes para o uso da Argamassa.......................................................13
2.10. Informaes tcnicas para a avaliao...................................................14
2.11. Comparao entre outros mtodos.........................................................15
2.12 Comparao de custo com outros mtodos.............................................21
3. CONCLUSO...................................................................................................23
4. REFERNCIAS ...............................................................................................24

1. INTRODUO
A indstria de rochas ornamentais tem grande relevncia no mercado
mundial, inclusive no Brasil, que um dos grandes produtores e exportadores
mundiais de rochas ornamentais e de revestimento. (CUNHA, 2005)
Elas constituem um dos segmentos de maior crescimento no setor mineral
brasileiro, com um incremento mdio na pauta de exportao superior a 10% ao
ano, proporcionado tanto por novos tipos de utilizao destes materiais na
paisagem urbana quanto em funo dos avanos tecnolgicos que permitiram o
aproveitamento e difuso de diversas rochas anteriormente no comercializada.
(SOUZA, 2008)
A escolha do mtodo de lavra uma das decises mais importantes que
so tomadas durante o estudo de viabilidade econmica, e de introduo delas no
mercado, pois o mtodo de lavra influir no montante de perdas durante a
produo de blocos. (LEANDRO, 2009)
Ao se avaliar as perdas durante a produo de blocos, conclui-se que
certos mtodos de lavras e de desmonte geram mais rejeitos que outros mtodos.
Normalmente, a no utilizao de explosivos so mais aconselhadas para se
evitar a produo de rejeitos. (DA MATTA, 2003)
O emprego de argamassa expansiva para demolio e corte de rochas,
vem sendo um dos mais procurados pelas indstrias extrativas, por suas
inmeras vantagens, tais como a obteno no ganho de recuperao, pois h
minimizao de microfissuras no interior do macio. (SOUSA, 2009)

2. ARGAMASSA EXPANSIVA

A argamassa um produto em p com composio qumica definida em


funo da temperatura ambiente, e que, deve ser misturado com gua, na
proporo especificada pelo fabricante. Inserida nos furos, esta argamassa ir
2

expandir-se, liberando uma fora unitria superior a 8.000 t-f/m . na parede do


furo provocando fraturas no material de modo progressivo e gradual, promovendo
a ruptura da rocha ao longo da linha de furos.
Alm do corte de rochas, o campo de aplicao da argamassa expansiva
tem sido praticamente ilimitado, com utilizao nos mais diversos tipos de
demolies, quando o uso de explosivos no recomendvel por questes de
segurana ( PINHEIROS, 1999).
um produto altamente ecolgico, pois alm de no ser explosivo, no
produz gases e resduos nocivos.

2.1 Para que serve


O campo de ao da argamassa praticamente ilimitado, servindo para
romper, cortar, e demolir rochas, concreto, concreto armado em situaes onde
por razes de segurana ou preservao do meio ambiente, o uso de explosivos
no seja possvel ou no recomendvel.

2.2 Onde usar


Em qualquer formao rochosa, concreto armado, estruturas de tijolos e
tambm para a execuo dos seguintes trabalhos tpicos:

Aplainamento de rochas para construo de estradas;

Escavaes de trincheiras para o posicionamento de dutos;

Escavaes subterrneas;

Escavaes martimas, mesmo submarinas;

Eliminao de blocos de pedra;

Demolio de pilares, torres e paredes (de concreto armado ou no);

Demolio de fundaes;

Demolio de quebra-mares;

Escavao ou demolio de formao rochosa, ou concreta, onde o


uso de explosivos mostra-se antieconmico e proibido por questes
de segurana;

Pr-fissuramento de formaes rochosas com a criao de blocos


isolados que, assim, podem ser demolidos com maior facilidade;

2.3 Como se usa


A argamassa um p que, antes do uso, deve ser misturado com gua na
proporo de 30% de seu peso.
Toma-se um recipiente com capacidade suficiente, coloca-se a quantidade
de gua necessria (1,5

litros para a embalagem inteira de 5 kg) e depois,

lentamente, adiciona-se o p, sempre sob agitao, fazendo-se a mistura, at


obter uma pasta cremosa e fluida, sem grumos. Coloca-se a pasta nos furos j
preparados num intervalo de tempo de 5 a 15 minutos. Os furos horizontais
devem ser inclinados para que a argamassa entre com facilidade (em caso de
vazamento, coloque-se um pedao de madeira em forma de joelho para reter o
material dentro do furo).
Os furos no devem ser tamponados e, somente em casos de chuva,
devem ser cobertos com um material impermevel. No deve haver gua dentro
dos furos. Em caso de grande infiltrao, ou onde existirem muitas fissuras que
no permitam o enchimento correto do furo, aconselha-se a colocar dentro do furo
um tubo plstico de PVC e, depois encher este ltimo (encamisar o furo). A
distncia entre furos varia em funo do dimetro dos mesmos (de 32mm a
50mm) e do tipo de material a ser demolido ou cortado. O tempo de reao da
argamassa depende da temperatura ambiente e do tipo de argamassa que ser
utilizado.

10

2.4 Mecanismo de ruptura e tempo de reao

A resistncia trao das rochas menor que a sua resistncia a


compresso, variando numa faixa de 10 % a 40 %, de acordo com as
caractersticas tecnolgicas do material. A argamassa expansiva, aplicada ao
longo de furos alinhados e devidamente espaados, exerce nas paredes dos furos
uma presso de expanso, em todas as direes, agindo como um esforo
compressivo. As foras dessa compresso induzem reaes de tenses trativas,
no plano perpendicular quelas foras compressivas atuantes no plano dos furos,
promovendo, desta maneira, a ruptura da rocha por trao.
Uma grande parte dos granitos exibe resistncias trao na ordem de
2

150 kgf/cm . Segundo a LAGeMA, distribuidora da argamassa expansiva italiana


2

Fract.Ag, a presso de expanso exercida pelo seu produto de 800 kgf/cm ,


determinada experimentalmente para tempos de reao entre 8 e 12 horas, com
temperaturas prximas a 20C. Essa fabulosa presso obtida demonstra o poder
de ruptura do agente expansivo.
A presso de expanso varia sensivelmente com o tempo de reao e com
a temperatura que se encontra a rocha. Com tempos de reao mais longos,
podendo alcanar vrios dias, a presso de expanso pode chegar a valores
2

consideravelmente superiores a 800 kgf/cm . Para temperaturas elevadas


alcana-se determinados resultados em tempos mais breves; com temperaturas
mais baixas, alcana-se os mesmos resultados em tempos mais longos, ou
resultados mais modestos para um mesmo tempo.
O tempo de reao, para gerao de um corte, varia em funo da
temperatura

ambiente,

do

espaamento

dos

furos,

das

caractersticas

petrolgicas e mecnicas das rochas, alm do seu aspecto textual, e da qualidade


e tipo de argamassa a ser usada.
A argamassa expansiva existente no mercado tem sua aplicao limitada
devido suscetibilidade cintica de reao s condies climticas e limitao
dos dimetros de furos. Recentemente, pesquisadores do Departamento de
Engenharia de Minas da Escola de Minas (unidade acadmica da Universidade

11

Federal de Ouro Preto) desenvolveram processo alternativo de fabrico de


argamassa.
Esse processo alternativo est com depsito de patente junto ao INPI
(pedido de patente PI0404614-5). O processo abarca a fabricao de argamassa
expansiva constituda por uma mescla de uma fase aquosa com agente expansor
em p. Parte dos reagentes de controle termoqumico das reaes de expanso,
nesse caso, est em fase aquosa. O processo proposto ajusta a cintica e as
variveis termoqumicas de modo que se possa ter um tempo de reao
compatvel com os tempos de ciclo de manuseio da argamassa, ajuste da
reologia da pasta hidratada e ajuste da porosidade do sistema antes da cura
(SEGATO, LUZ e PEREIRA, 2004). Foto de um experimento em escala piloto,
usando a argamassa alternativa, pode ser vista na figura 2.1.

Figura 2.1 Bloco de rocha onde foi feita a furao para a aplicao da
argamassa expansiva em escala piloto.

Em qualquer caso, incluindo as argamassas comerciais, o tempo ideal para


obteno dos cortes, para liberao de pranchas (bancadas altas) ou de files
(bancadas baixas), deve estar em conformidade com o ritmo de produo da
empresa e com as variveis (espaamento dos furos) e quantidade de argamassa

12

usada, que devem estar devidamente equacionadas. (PINHEIRO, 1999).

2.5 Quem pode usar a argamassa


Todos, em qualquer situao, pois no produto perigoso, no provoca
lanamento de detritos, no forma gases nem produz qualquer tipo de vibrao,
Para usar a argamassa no necessria nenhuma permisso ou licena de
qualquer rgo governamental ou de meio-ambiente como acontece com os
explosivos.
A ao de demolio ou de corte da argamassa pode ser interrompida a
qualquer momento, basta para isso retirar o produto inserido no furo com uma
nova perfurao do furo.

2.6 Outras informaes


No existem problemas particulares para a conservao da argamassa,
desde que os recipientes no sejam violados e que estes sejam conservados em
locais secos.
No existem problemas para a utilizao da argamassa, quanto a
descargas eltricas ou correntes eltricas errticas (especialmente ocorrentes em
rochas sulfetadas).

2.7 Tipos de argamassa comercializada


A argamassa comercial produto comercializado a granel e em cartucho.
Granel sacos de 5 kg em caixas de 20 kg.
Em cartuchos caixas de 20 kg contendo 100 cartuchos de 200 g.
O tempo de reao da argamassa varia de acordo com a temperatura
ambiente, por esta razo e fornecido para 4 faixas de temperatura, usualmente
assim categorizadas no mercado:

Vermelha utilizar em temperaturas abaixo de 5 C;

Verde utilizar em temperaturas entre 5 C e 20 C;

13

Amarela utilizar em temperaturas entre 20 C e 35 C;

Ouro utilizar em temperaturas entre 35 C e 50 C;

Prata utilizar em temperaturas entre 60 C e 70 C.

2.8 Normas de segurana para o uso da argamassa


No se deve aproximar o rosto dos furos carregados nas primeiras 2 ou 3
horas aps a introduo da argamassa expansiva, pois existe a possibilidade
(remota) de haver expulso violenta de material, se as condies de uso no
forem respeitadas.
A argamassa no deve ser colocada, j misturada com gua, em
recipientes estreitos ou que tenham a boca mais estreita que o fundo; assim como
a mesma no deve ser colocada em recipientes de vidro tipo de garrafas, frascos,
etc.
Caso a argamassa entre em contato com os olhos, deve-se lav-los
imediata e abundantemente com gua limpa e um posto de atendimento mdico
deve ser procurado. Como os ps para as argamassas expansivas so a base de
cal virgem, a argamassa um produto alcalino e seu pH e aproximadamente 13.

2.9 Sugestes para o uso da Argamassa


Em face da prtica atual, a distncia entre furos preconizada, para rochas
ornamentais deve ser de 10 a 30 cm, para demolio de rocha devera ser de 30 a
60 cm, variando em funo do dimetro do furo.

Consumo estimado de argamassa (p) para 1 metro linear de furo:


Dimetro (mm)

30

32

24

38

40

45

kg/metro linear

1,1

1,2

1,5

1,8

2,0

2,6

14

2.10 Informaes Tcnicas Para a Avaliao dos Resultados

Com a colocao da argamassa em um furo, ser exercida uma presso


na direo ortogonal as paredes do furo (uma presso p uniforme foi
2

determinada experimentalmente em 78,5 MPa (800 kgf/cm ). O valor da presso


varia sensivelmente com o tempo de reao e com a temperatura). De fato, com
temperaturas mais elevadas, obtm-se resultados em tempos mais breves. Com
temperaturas mais baixas alcanam-se os mesmos resultados em tempos mais
longos, ou resultados mais modestos para um mesmo tempo, o valor de 78,5 MPa
2

(800 kgf/cm ) fixado, refere-se a tempos de reao de 20 a 24 horas com


temperaturas prximas a 20C.
Com tempos de reao mais longos (a argamassa continua a agir por
muitos dias), podem-se obter valores de presso consideravelmente superiores a
2

800 kgf/cm . Quando se faz uma serie de furos ao longo da linha do material que
devera ser demolido ou cortado, haver tendncia a quebrar-se ao longo desta
linha, para a regio que se deseja cortar.
Sero fornecidas, a seguir, as resistncias as traes aproximadas de alguns tipos
de rochas mais comuns;
2

granitos: 14,7 MPa (150 kgf/cm )

dolomitos: 9,8 Mpa (100 kgf/cm )

gneiss: 17,7 MPa (180 kgf/cm )

mrmores: 13,7 MPa (140 kgf/cm )

concreto: 2,9 MPa (30 kgf/cm )

calcrios: 11,8 MPa (120 kgf/cm )

15

2.11 Comparaes entre mtodos

As vantagens de seu emprego, citadas nos catlogos (por exemplo, o de


FRACT-AG e o de DEMOX), em relao ao uso de explosivos, so: no requer
permisso

especial,

tais

como

licenas

para

transporte,

manuseio,

armazenagem, no h vibraes, exploses ou emanao de gases; no h


poluio acstica; obtm-se ganho de recuperao, pois h minimizao de
microfissuras interiores ao macio, diminuio da mo de obra especializada,
assim aumentando substancialmente a segurana dos trabalhadores.

Exemplo 01:
Na obra executada pela BB Enge engenharia, na Av. Ava, nmero 500,
3

Bairro Dom Bosco em Belo Horizonte, foram retirado 493 m de rocha com uso da
argamassa, onde foi permitida a sua execuo com sucesso e segurana para
seus realizadores e comunidade.

Figura 2.2 Rocha onde foi feita a furao para a aplicao da argamassa
expansiva em escala industrial.
Como se pode ver na figura 2.2, existem casas muito prximas da rocha
que programada para ser retirada. Caso fosse feito como uso do explosivo, seria
necessrio as licenas especiais, vistoria em todas as residncias em torno,
rigoroso esquema de segurana (para a preveno de acidente envolvendo a

16

comunidade), sismgrafo (para controlar as vibraes), cobertura do fogo (para


evitar o ultralanamento de materiais), como se pode observar nas fotos
mostradas nas figuras 03 e 04. Deve-se notar que esse mtodo, empregando-se
explosivos, possui ainda a desvantagem da formao de gases e poluio
acstica.

Figura 2.3 Cobertura de pneus, cordas e correias transportadoras (tirada pela


Technoblast)

Figura 2.4 Cobertura de terra compactada (tirada pela Technoblast)

A aplicao da argamassa tem como desvantagem o tempo de execuo,


pois seu tempo de reao dura em torno de 20 horas (dependendo do material),
j, com o explosivo, a reao imediata. O preo da argamassa por m um
pouco mais elevado em comparao ao explosivo, mas com aplicao final dos
mtodos o custo da argamassa ainda continua sendo mais vantajoso. As figuras
2.5 e 2.6 mostram o aspecto da rocha fraturada e sua remoo final com
rompedor, respectivamente.

17

Figura 2.5 Oito horas aps aplicao da argamassa expansiva na rocha.

Figura 2.6 Mini escavadeira de 5 t, acoplada com rompedor hidrulico de 300


kg, para fazer o deslocamento da rocha j fraturada.

Segundo Pinheiro (1999):


Exemplo 02:
Granitos Laranjeiras Ltda.

18

Localizada em Pancas ES, o material extrado o Verde Bahia, atravs


do mtodo de lavra de bancadas altas, utilizando com mtodo de corte a
argamassa expansiva, consorciada com fio diamantado.
Os resultados obtidos com o emprego da argamassa expansiva foram:

Espaamento (E):

De 10 cm, quando usava-se cunhas de presso, passou para 25 cm com


uso da argamassa expansiva.

Produtividade:

A produtividade de desdobramento de pranchas foi aumentada em 60,5%,


pelo novo afastamento obtido.

Taxa de Recuperao:

Foi mantida. Entretanto, a utilizao da argamassa expansiva possibilitou o


aumento da altura das bancadas, que era limitada em 4,5 metros, por utilizar
cunhas de presso, para o desdobramento das pranchas. A nova altura de
bancada proporcionou um aumento de produtividade com conseqente reduo
dos custos operacionais.

Custo de Produo:

Pela produtividade alcanada, houve uma reduo de 37,7 % dos custos


operacionais. Pode-se optar em manter o atual nvel de desmonte, com reduo
de 60,5% dos custos operacionais, com perfurao, na liberao das pranchas,
implicando num ajuste do nmero de perfuratrizes empregadas. Uma posio
intermediria, com remanejamento de marteleteiros para o esquadrejamento de
blocos.
Os percentuais acima ainda devero ser subtrados da diferena das
3

participaes: %custo/ m com argamassa expansiva - % custo/ m com cunhas


de presso.
3

Razo volumtrica de carregamento kg/m :


3

Trabalha-se hoje com uma razo de carregamento de 0,73 kg/ m , com a


2

meta de se abaixar em 20 % este valor. A relao m / m bruto extrado de 1,0.

19

Espaamento de carregamento (Ec):

Ec = 100 cm, ou seja, cada furo carregado deixa-se trs vazios.

Tempo de ruptura da rocha:

5 dias, em cumprimento com a programao de produo da empresa.

Consumo de carga explosiva:

A empresa j no utilizava explosivo/acessrios no desmonte de rocha.

Exemplo 03:
GRAMAZINI Granitos e Mrmores Thomazini Ltda
Localizada em Castelo ES, o material extrado e o Cinza Corumb,
atravs do mtodo de lavra de mataco, utilizando com mtodo de corte de
plvora negra para cortes primrios nos mataces e argamassa expansiva para
obteno de pranchas dos volumes desmontados.
Os resultados obtidos com o emprego da argamassa expansiva foram:

Espaamento (E):

No foi alterado, mantendo-se em 30 cm.

Produtividade:

Como o espaamento foi mantido, a produtividade na perfurao de


pranchas permaneceu.

Taxa de Recuperao:

Aumentou de 30 %, como conseqncia da melhor regularidade da


superfcie de corte das pranchas (o uso de cordel gerava uma superfcie irregular,
com perdas de material) e da eliminao de irregularidades nas quinas dos
blocos, quando se usava cordel NP5 no esquadrejamento destes.
No esquadrejamento dos blocos, o cordel NP5 foi substitudo pelo NP3
diminuindo o choque provocado na rocha. Esta substituio, associada a
eliminao do NP5 nas pranchas, reduziu sensivelmente o estresse provocado
na rocha pela onda de choque, gerada nas detonaes, o que permitiu uma maior
regularidade das faces dos blocos, aumentando a taxa de recuperao da

20

pedreira.
Custo de Produo:

O aumento de 30 % da taxa de recuperao foi responsvel pela reduo


de 23 % do custo de produo da empresa. A partir dos preos praticados com
cordel detonante e argamassa expansiva, o custo para realizao de um corte
com argamassa expansiva, para a pedreira em questo, 300 % maior, em
relao ao cordel detonante.
Com base no exposto, considere-se o seguinte exemplo: supondo um
custo de R$ 100,00 por metro cbico de bloco extrado (custo operacional), com
utilizao de carga explosiva (cordel detonante imerso em gua) na obteno de
pranchas, para uma taxa de recuperao de 50 %, tem-se que a participao do
cordel de 4 % do custo operacional.
Substituindo-se o cordel detonante pela argamassa expansiva, a taxa de
recuperao sobe para 65 % (aumento de 30 %), com participao da argamassa
expansiva no custo de produo de blocos de 12,3 %. Fazendo-se diferena entre
os custos envolvendo as duas ferramentas de corte, o custo com argamassa
3

expansiva maior em R$ 8,30/m ou 8,3 %.


Entretanto, como o custo de produo foi reduzido a 23 %, em funo da
nova taxa de recuperao obtida, ter-se- novo valor de custo operacional de R$
3

77,00/ m , que somado com 8,30/ m igual a R$ 85,30/ m . Ou seja, obteve-se


uma reduo efetiva do custo operacional de 14,7 %, para incremento de 30 % da
produo de blocos de rochas.
3

Razo de carregamento kg/ m :


3

Encontra-se hoje em 0,83 kg/m , para 0,42 metros quadrados de rea


cortada por metro cbico de prancha extrada

Espaamento de carregamento (Ec):

O valor de espaamento de carregamento est hoje em torno de 70 cm. No


perfil de carregamento, deixa-se um vazio de aproximadamente 2,0 metros no
meio dos furos, cuja altura mdia de 6,0 metros.

Tempo de ruptura da rocha:

21

20 horas, em sintonia com a programao de desmonte da pedreira.

Consumo de carga explosiva:

Usava-se cordel detonante NP5, imerso em gua em todos os furos, para o


desdobramento das pranchas. A argamassa expansiva eliminou 100 % do
emprego de cordel nesses cortes.

2.12 Comparaes de custo com outros mtodos


Empregando-se argamassa expansiva, estima-se o custo operacional
2

mdio de aproximadamente US$ 16.00/m , para aplicao industrial em pedreiras


de rochas ornamentais (apud Villaschi Filho & Sabadini, 2000).
Considerando-se somente o consumo unitrio de material expansivo, essa
3

rubrica fica em torno de 80 kg/m , para desmonte industrial em pedreiras


(Pinheiro, 1999).
A seguir so apresentados dois quadros (quadro 01e 02) com valores
comparativos entre algumas tcnicas de explotao de mrmores e granitos.

Quadro 01 Comparao de valores na explotao de mrmores.

Comparao de vrias tcnicas para mrmores:


(BORTOLUSSI et al., 1988 Apud VIDAL, 1999, p.86)

Custo de corte
unitrio (US$/ m)

Fio helicoidal

Fio Diamantado

Explosivos

30-40

18-24

20-25

22

Quadro 02 Comparao de valores na explotao de granitos.

Comparao de vrias tcnicas para granitos:


(BORTOLUSSI et al., 1988 Apud VIDAL, 1999, p.86)

Custo de corte
unitrio (US$/ m)

Fio helicoidal

Fio Diamantado

Explosivos

75-90

60-90

23-30

23

3. CONCLUSO

Constatou-se que o emprego da argamassa expansiva em todos os


exemplos citados obteve resultados significativos no processo de lavras. Na
integridade da rocha, na regularidade do corte, menor gerao de rejeitos,
flexibilidade, produtividade e menor custo.
Pode-se destacar ainda a sua viabilidade econmica e sua tcnica limpa,
no poluidora. Trazendo para a empresa uma boa imagem, uma imagem de uma
empresa que se preocupa com o ambiente que transforma.
E este mtodo proporciona ainda maior segurana aos trabalhadores, em
relao ao uso do explosivo. Assim trazendo um menor ndice de acidente de
trabalho.
Considerando-se a qualidade, viabilidade econmica, a segurana de
operao e a inexistncia de impacto ambiental, pode-se concluir que o emprego
de argamassa de argamassa expansiva no desmonte apresenta vantagem
competitiva em relao a outros mtodos convencionais.

24

4. REFERNCIAS

1. CUNHA, Carlos Thiago Candido; LIRA, Helio de Lucena; NEVES, Gelmires


de Araujo; DE SOUSA, Antonio Augusto Pereira. Estudo de Matria-Prima
Cermica para Obteno de Argamassa Expansiva para Lavra de Rochas
Ornamentais . http://www.abceram.org.br/asp/49cbc/49cbc_res3_info.asp?
pri=2 & sec=2-08 . Acessado em 11/09/2009.

2. DA MATTA, Paulo Magno. Industria de Rochas Ornamentais: Rejeitos X


Produo

Limpa.

http://www.dnpm.gov.br/mostra_arquivo.asp?IDBanco

Arquivo Arquivo=2055. Acessado em 12/09/2009.

3. LEANDRO. Mtodos de Lavra. http://www.ebah.com.br/metodos-de-lavrapdf-a19984.html, Acessado em 12/09/2009.

4. NETO, Tito Luiz de Araujo. Problemas gerados pela extrao de rocha e


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5. PINHEIRO, Jos Roberto, Rochas de qualidade, vol XXVIII,1999,
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Acessado em 11/09/2009
7. SEGATO, M. C.; LUZ, J. A. M. da; PEREIRA, C. A. Pesquisa,
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8. SOUSA, A. A. P.; OLIVEIRA, D. F; LARANJEIRA, E; SOUSA; NEVES, G.


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25

Desmonte

de

Rochas

Ornamentais.

http://www.metallum.com.br/

18cbecimat/resumos_ceramicos2.asp?Id=1589. Acessado em 11/09/2009.


9. SOUZA, Valdemir Cavalcanti. Diagnostico do setor de rochas ornamentais
e

de

revestimento

do

estado

de

Pernambuco.

http://www.ufpe.br/ppgeminas/ Dissertacoes_aluno/VCS.pdf. Acessado em


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