Organização Judiciária Portuguesa
Organização Judiciária Portuguesa
Organização Judiciária Portuguesa
ELEMENTOS DE ESTUDO
(ACTUALIZADOS)
DE
ORGANIZAO JUDICIRIA
INTRODUO
tais
rgos
ou
aparelhos
pode
designar-se
como
ordenamento judicirio(1).
Reconduzem-se
ao
mbito
da
organizao
judiciria,
tribunais
integrados
numa
mesma
categoria,
(com
ponderao
das
vantagens
inerentes
2. Noes fundamentais
Ao longo do curso iremos lidar com determinadas noes ou
conceitos
particularmente
importantes
para
compreenso
das
2.1. Tribunais
Conjugando o disposto nos artigos 202., n.1(3), e 203. da
Constituio da Repblica Portuguesa (C.Rep.), parece-nos ser possvel
extrair da nossa lei fundamental a seguinte definio de tribunais (em
sentido
estrito(4)):
so
os
rgos
de
soberania,
dotados
de
Em
segundo
lugar,
so
rgos
estaduais
dotados
de
2.2. Jurisdio
A jurisdio tanto pode ser referida a todos tribunais portugueses
como reportar-se a uma certa categoria ou ordem de tribunais (por
exemplo, os tribunais administrativos e fiscais).
No primeiro caso, a jurisdio designa o poder de julgar,
constitucionalmente atribudo ao conjunto dos tribunais existentes na
Cremos, no entanto, que no deve ser exagerada a falta de poderes de
representao dos tribunais, por ser a prpria Constituio expresso de um poder
constituinte (cujo titular o povo) e de um procedimento constituinte representativo
(sobre este tema, vide J. J. GOMES CANOTILHO, Direito Constitucional, cit., pgs. 6566, 75-76 e 78-79) que lhes atribui esse poder de julgar em nome do povo.
(17) Numa formulao que j foi vista como definio genrica de tribunal,
susceptvel de abranger o tribunal arbitral (cfr. o Acrdo do Tribunal Constitucional
n. 230/86 e PEDRO GONALVES, Entidades privadas com poderes pblicos, cit., pg.
565), MARCELLO CAETANO considerava tribunal o rgo singular ou colegial que, a
requerimento de algum e procedendo com imparcialidade e independncia, segundo
frmulas preestabelecidas, possui autoridade para fixar a verso autntica dos factos
incertos ou controversos de um caso concreto a fim de determinar o direito aplicvel a
esse caso em deciso com fora obrigatria para os interessados. Cfr. MARCELLO
CAETANO, Manual de Cincia Poltica e Direito Constitucional, 6. edio, revista e
ampliada por Miguel Galvo Teles, Tomo II Direito Constitucional Portugus (Lisboa,
1972), pgs. 663-664. Saliente-se, contudo, que MARCELLO CAETANO no
apresentava esse conceito como definio genrica de tribunal (apesar de incluir os
tribunais arbitrais no nmero dos tribunais especiais pg. 668). E tanto assim que,
ao proceder respectiva explicitao, qualificava os tribunais como rgos de
soberania. Acresce que os tribunais arbitrais (salvo nos casos em que a lei no o
permita, como sucede em matria tributria) podem decidir segundo a equidade, e no
apenas segundo o direito constitudo, pelo que a sua finalidade pode no ser a de
determinar o direito aplicvel.
Sobre a natureza jurisdicional dos tribunais arbitrais (reconhecida pelo prprio
Tribunal Constitucional) e as consequncias que advm da afirmao de tal natureza,
vide JORGE MIRANDA/RUI MEDEIROS, Constituio Portuguesa anotada, tomo III,
cit., pgs. 17-18 e 117-120.
7
Pblica(18)).
Equivale,
por
conseguinte,
poder
2.3. Competncia
O poder jurisdicional exercido pelos tribunais dos diferentes
pases (e, tambm, por tribunais internacionais e supranacionais); aos
tribunais portugueses apenas cabe, portanto, a resoluo de uma parte
dos litgios que ocorrem no mundo. De forma imprpria (como decorre
do
conceito
de
jurisdio
acima
fornecido)(21),
designa-se
por
Cfr.
Art. 115., n. 2 do C.P.Civil de 1961.
(25) A respeito dos conflitos de competncia e dos tribunais a que cabe a sua
resoluo, vide, infra, n. 37.2.
(26) Cfr. ANTUNES VARELA/J. MIGUEL BEZERRA/SAMPAIO E NORA, Manual de
Processo Civil, cit., pg. 195.
(27) Arts. 85., n. 1, e 87., n. 1, do C.P.Civil de 1961.
10
(23)
(24)
do
C.P.Civil(37))(38),
que
faz
com
que
esses
tribunais
os
sentidos
Procedimento
acima
Processo
explicitados(44),
Tributrio
enquanto
(CPPT)(45)
Cdigo
de
uniforme
na
2.5. Alada
Os tribunais judiciais, em matria cvel (por no haver alada em
matria criminal)(47), e os tribunais administrativos e fiscais estes s
desde a entrada em vigor do ETAF(48) possuem alada(49).
Entende-se por alada o limite de valor at ao qual o tribunal
decide sem que (em regra) seja admitido recurso ordinrio(50).
A importncia de conhecer tal limite de valor reside no facto de,
em princpio (fora dos casos excepcionais previstos na lei), apenas ser
admitida a interposio de recurso ordinrio de uma deciso judicial
proferida em aco cujo valor seja superior alada do respectivo
tribunal (art. 629., n. 1, do C.P.Civil(51), art. 19., n. 2, da LOFTJ de
1999, art. 27., n. 2, da LOFTJ de 2008, art. 42., n. 2, da LOSJ e art.
142. do CPTA).
Do conceito apresentado resulta que a alada de um tribunal no
se confunde com a sua competncia para conhecer e decidir as aces.
A circunstncia de o valor de uma causa exceder a alada do tribunal
em que instaurada no o torna incompetente para dela conhecer;
organizao
judiciria
portuguesa:
normas
da
administrativa
fiscal
(art.
212.);
indicao
das
(art.
220.);
referncia
jurisdio
do
Tribunal
escassez
auto-limitao
dos
preceitos
constitucionais
16
da
propriedade
intelectual
tribunal
da
Decreto-Lei
n.
28/2009,
de
28
de
Janeiro,
que
Revogado pela al. c) do art. 187. da Lei n. 62/2013 (com efeitos a partir da
entrada em vigor deste diploma legal cfr. a nota anterior).
(60) A Lei n. 13/2002 foi rectificada pela Declarao de Rectificao n. 14/2002,
pub. in Dirio da Repblica, I Srie-A, n. 67, de 20-3-2002, e pela Declarao de
Rectificao n. 18/2002, pub. in Dirio da Repblica, I Srie-A, n. 86, de 12-42002; o ETAF, por ela aprovado, foi alterado pela Lei n. 4-A/2003, de 19 de Fevereiro,
pela Lei n. 107-D/2003, de 31 de Dezembro (que republica, em anexo, o ETAF na sua
verso actualizada, com referncia a essa data), pela Lei n. 1/2008, de 14 de Janeiro,
pela Lei n. 2/2008, de 14 de Janeiro, pela Lei n. 26/2008, de 27 de Junho, pela Lei
n. 52/2008, de 28 de Agosto, pela Lei n. 59/2008, de 11 de Setembro, pelo DecretoLei n. 166/2009, de 31 de Julho, pela Lei n. 55-A/2010, de 31 de Dezembro, e pela
Lei n. 20/2012, de 14 de maio.
(61) O Decreto-Lei n. 325/2003 foi alterado pelo Decreto-Lei n. 182/2007, de 9 de
Maio, e pelo Decreto-Lei n. 190/2009, de 17 de Agosto.
(62) Rectificada pela Declarao de Retificao n. 36/2013 (cfr. supra, nota(19)).
19
(59)
(72) Revogou a Lei n. 31/86, de 29 de Agosto (que havia sido alterada pela Lei n.
38/2003, de 8 de Maro), com excepo do disposto no n. 1 do art. 1., que se
manteve em vigor para a arbitragem de litgios emergentes de ou relativos a contratos
de trabalho (art. 5., n. 1, da Lei n. 63/2011).
(73) O Decreto-Lei n. 10/2011 foi alterado pela Lei n. 64-B/2011, de 30 de
Dezembro, pela Lei n. 20/2012, de 14 de maio, e pela Lei n. 66-B/2012, de 31 de
dezembro.
22
(85)
das
suas
instituies,
no
exerccio
das
suas
plano
das
relaes
entre
eles:
os
tribunais
so,
tambm,
mesma
integre
vrios
tribunais,
cada
um
deles
judiciais
competentes
para
julgamento
de
crimes
estritamente militares(92))(93).
Da
conjugao
destas
disposies
legais
resulta
que
Cfr. o art. 12., n. 1, desse diploma legal e, quanto aos tribunais competentes
para o efeito, os arts. 109. e 110. do Cdigo de Justia Militar.
(93) Embora no aluda directamente independncia dos juzes dos tribunais
administrativos e fiscais, o art. 3. do ETAF consagra as garantias de independncia
(cfr. a respectiva epgrafe), que inequivocamente se reportam aos juzes, referidos em
todos os nmeros desse artigo. Como essa disposio legal vem na sequncia da que
estabelece a independncia dos referidos tribunais e a sua sujeio exclusiva lei,
parece-nos que o legislador tomou a independncia dos tribunais como equivalente a
independncia dos juzes.
(94) Cfr. o art. 4., n. 1, da LOFTJ aprovada pela Lei n. 3/99, de 13 de Janeiro, e
art. 5., n. 1, da LOFTJ aprovada pela Lei n. 52/2008, de 28 de Agosto [o]s juzes
julgam apenas segundo a Constituio e a lei; art. 4., n. 1, do EMJ [o]s
magistrados judiciais julgam apenas segundo a Constituio e a lei e no esto sujeitos
a ordens ou instrues (); e art. 22. da LOFPTConst. [o]s juzes do Tribunal
Constitucional so independentes (...).
28
(92)
Constitucional)(109),
fim
de
evitar
insegurana
6.2. A irresponsabilidade
A irresponsabilidade dos juzes pelas suas decises constitui
igualmente, segundo a Constituio e a lei, uma garantia da sua
independncia. Mas tambm ela no tem carcter absoluto(111): a
Constituio limita-se a consagr-la como princpio, reservando para a
lei a determinao dos casos em que, excepcionalmente, os juzes so
responsveis pelo exerccio da sua actividade decisria (art. 216., n. 2,
da C.Rep.).
A nomeao dos juzes militares, como vimos, feita por um perodo de trs
anos e com possibilidade de renovao. Todavia, a inamovibilidade que lhes
garantida tem um alcance particular (cfr. supra, nota(104)); e o risco que da poder
advir, em termos de independncia, acaba por no ter consequncias prticas, em
virtude de o julgamento dos crimes estritamente militares competir sempre ao tribunal
colectivo (art. 111. do Cdigo de Justia Militar) e de a maioria dos seus membros
no ser constituda por juzes militares (cfr. os art. 116. do citado Cdigo).
(110) Neste sentido, vide J. J. GOMES CANOTILHO/VITAL MOREIRA, Constituio
da Repblica Portuguesa anotada, vol. II, cit., pg. 587.
A impossibilidade de renovao permite afastar o receio manifestado, por
ALBERTO DOS REIS, que considerava a inamovibilidade temporria como uma
frma imperfeita e grosseira, mas, justamente, porque apenas tinha em mente a
nomeao por um certo perodo de tempo com possibilidade de renovao, ao justificar
a sua posio com base em que a esperana de reconduo far dos funcionrios
agentes s ordens do governo. Cfr. ALBERTO DOS REIS, Organizao judicial, cit.,
pg 356.
(111) Cfr. J. J. GOMES CANOTILHO/VITAL MOREIRA, Constituio da Repblica
Portuguesa anotada, vol. II, cit., 586.
32
(109)
instrumentos
jurdicos
atravs
dos
quais
assegurada
Ainda
assim,
temos
de
convir
que
princpio
da
que
sejam
da
competncia
de
outros
tribunais)
no
de
subordinao
hierrquica,
com
consequente
nos
parece
que
isso
seja
suficiente
para
falar
de
distino entre a actuao com culpa grave e com culpa leve)(120), mas
que parece no haver motivo para se aludir a irresponsabilidade dos
juzes. Trata-se de uma pura questo semntica, pois, em bom rigor, os
juzes so responsveis pelos actos praticados no exerccio das suas
funes, salvo no que se refere responsabilidade meramente civil, que
est excluda quando actuem com culpa leve; mas tambm assim no
caso dos magistrados do Ministrio Pblico(121).
6.3. O autogoverno
A independncia dos juzes, sobretudo perante o poder executivo,
ainda
assegurada
pelo
denominado
autogoverno(122)
ou
pela
privativos
de
gesto
disciplina,
constitucionalmente
composio
do
Conselho
Superior
da
Magistratura
da
Repblica(127),
sete
eleitos
pela
Assembleia
da
FRAGA, Sobre a independncia dos juzes e magistrados, cit., pgs. 42-45 onde o A.
sustenta que, apesar dessa autonomia, o Conselho Superior da Magistratura (a que se
refere) no deixa de ser um rgo do Poder Executivo (o que nos parece ser algo
contraditrio).
(125) A nomeao e a exonerao dos juzes militares competem igualmente ao
Conselho Superior da Magistratura, sob proposta ou com audio do Conselho de
Chefes de Estado-Maior ou do Conselho Geral da GNR, conforme os casos (arts. 14,,
n. 1, e 17. da citada Lei n. 101/2003). Cabe-lhe tambm, como vimos, com carcter
exclusivo, o exerccio da aco disciplinar sobre esses juzes (art. 7. desse diploma
legal).
As restantes competncias do Conselho Superior da Magistratura (CSM)
encontram-se previstas (por enquanto) no art. 149. do EMJ, mas foram agora
consagradas no art. 155. da LOSJ (no mbito do ttulo XI desta lei, respeitante aos
rgos de gesto e disciplina judicirios, cujo captulo I regula o CSM , o que faz
prever a eliminao do EMJ das normas a este respeitantes). E as do Conselho
Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais esto plasmadas (por enquanto,
tambm) no n. 2 do art. 74. do ETAF, mas foram igualmente estabelecidas no art.
162. da LOSJ (no captulo II do ttulo XI dessa lei, que disciplina o CSTAF, fazendo
com que seja previsvel a eliminao das normas do ETAF respeitantes a este rgo).
(126) A composio do CSM igualmente referida (por ora) no n. 1 do art. 137. do
EMJ e acaba de ser consagrada no art. 154., n. 1, da LOSJ.
(127) Cfr., tambm, a 2. parte da al. n) do art. 133. da C.Rep.
(128) Essa eleio exige maioria de dois teros dos Deputados presentes, desde que
superior maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funes (art. 163., al.
h), da C.Rep.).
(129) A forma de eleio destes vogais rege-se pelo disposto nos arts. 139., n. 2, e
140. e segs. do EMJ (matria em que o n. 2 da LOSJ remete para esse estatuto).
39
membros(130);
maioria
deles
(nove
membros)
Importa
sublinhar,
ainda,
que
Conselho
Superior
da
apontado
respeito
do
Conselho
Superior
da
Magistratura(140).
Em face do que antecede, parece-nos adequada e perfeitamente
legtima
qualificao
como
autogoverno
mitigado,
tanto
da
do
art.
216.
da
C.Rep.
menciona
garantias
no
Estatuto
dos
Magistrados
Judiciais
(onde
este
tema,
Constituio
da
Repblica
magistratura
judicial,
que
decorre,
desde
logo,
de
ter
art. 75., n. 1, do EMP(150)). Tem como rgo superior a ProcuradoriaGeral da Repblica (art. 220., n. 1, da C.Rep., art. 9., n. 1, do EMP),
que presidida pelo Procurador-Geral da Repblica (art. 220., n. 2, da
C.Rep. e arts. 11. e 12., n. 1, al. a), do EMP(151)), nomeado pelo
Presidente da Repblica, sob proposta do Governo, e cujo mandato tem
a durao de seis anos (arts. 133., al. m), e 220., n. 3, da C.Rep.).
A Constituio da Repblica garante-lhe autonomia, em termos a
definir pela lei (art. 219., n. 2, da C.Rep.). E esta dispe que tal
autonomia existe em relao aos demais rgos do poder central,
regional e local em particular, em relao ao Governo e aos seus
membros, designadamente ao Ministro da Justia (ao contrrio do que
sucedeu na vigncia do Estatuto Judicirio, de 1962(152)) , nos termos
do respectivo estatuto, e que se caracteriza pela sua vinculao a
critrios de legalidade e objectividade e pela exclusiva sujeio dos
magistrados do Ministrio Pblico s directivas, ordens e instrues
previstas na lei (art. 2., n.os 1 e 2, do EMP(153)).
coordenar
fiscalizar
actividade
do
judicial(165))
existe
uma
procuradoria-geral
distrital,
sede
de
procuradorias
da
compreendem
distrito
Repblica;
procurador
judicial
essas
ou
pode
haver
uma
procuradorias
procuradores
da
da
ou
mais
Repblica
Repblica
da
Repblica
compreendem
procuradores-gerais-
prejuzo
das competncias
do procurador-geral-adjunto
da
CAPTULO I
TRIBUNAL CONSTITUCIONAL
ao
sistema
de
fiscalizao
da
constitucionalidade
referida
autonomizao
ou
separao
no
seu
sublinha
de
forma
bem
vincada
que
Tribunal
(embora
essa
seja
caracterizadora
da
sua
sua
funo
jurisdio),
essencial
estando-lhe
em
matrias
que
no
se
reconduzem
ao
ncleo
Constitucional
tem
como
competncia
caracterstica
outro
tribunal(199);
apreciao
da
ocorrncia
de
por
se
tratar
de
matria
do
mbito
do
Direito
11.1.
submetidas
sua
apreciao,
relativamente
normas
de
determinada
norma
concluir
pela
sua
definitivo:
pode
haver
(e,
em
alguns
casos,
Tribunal
Constitucional.
Em
regra(204),
este
apenas
intervm,
fiscais
sobre
questo
incidental
de
que
recusem a
aplicao
de
qualquer
norma
com
que
apliquem
norma
que
tenha
sido
julgada
que
apliquem
norma
que
tenha
sido
julgada
decises
negativas
de
inconstitucionalidade
(ou
ilegalidade).
Os primeiros so interpostos de decises de outros tribunais que
tenham recusado a aplicao de uma norma, por a considerarem
inconstitucional (ou ilegal), ou seja, de decises que deram uma
resposta afirmativa (positiva) questo da inconstitucionalidade ou
ilegalidade da norma, discutida no processo (acolhendo a tese da
inconstitucionalidade
ou
ilegalidade).
Os
segundos
so,
apesar
de
ter
sido
suscitada
questo
da
sua
so
recursos
de
decises
positivas
de
alguma
norma
com
fundamento
na
sua
do
Tribunal
Constitucional
que
julgue
uma
norma
inconstitucional ou ilegal, em sede de fiscalizao concreta, restringemse ao caso concreto, repercutindo-se apenas na deciso que havia sido
proferida pelo tribunal a quo. Isso resulta, nomeadamente, da
contraposio entre essa forma de fiscalizao e a fiscalizao
abstracta, em que a declarao da inconstitucionalidade ou da
ilegalidade tem fora obrigatria geral (art. 281., n. 1, da C.Rep.) e da
circunstncia de s depois de uma norma ser julgada inconstitucional
ou ilegal em trs casos concretos se seguir o processo destinado a
declarar
sua
inconstitucionalidade
ou
ilegalidade
com
fora
competncia
materialmente
jurisdicional
do
Tribunal
admisso
de
candidaturas
nas
eleies
para
contenciosos
interpostos
de
actos
administrativos
definitivos
da
Assembleia
Legislativa
da
Regio
Autnoma
dos
Cfr., tambm, os arts. 4., n. 1, al. a), e 12., n. 1, al. b), do EMP.
Como estatui o n. 1 do art. 125. do EMP, os lugares de procurador-geraladjunto nesse tribunal (assim como no Tribunal de Contas, no Supremo Tribunal de
Justia e no Supremo Tribunal Administrativo) so providos no apenas de entre
procuradores-gerais-adjuntos, mas tambm, por promoo, de entre procuradores da
Repblica com a classificao de Muito Bom.
Saliente-se, ainda, que no obstante o art. 44. da LOFPTConst. aludir a um
poder de delegao de funes pelo Procurador-Geral da Repblica a nomeao dos
procuradores-gerais-adjuntos para esse tribunal (e para os outros acima referidos) no
feita pelo prprio PGR, embora lhe caiba apresentar a respectiva proposta, mas pelo
Conselho Superior do Ministrio Pblico, que pode vetar at dois nomes para cada
vaga (arts. 27., al. a), e 125., n. 2, do EMP).
(240) Cfr. infra, n.os 17., 25.5. e 34.4.
(241) A Portaria n. 265/99, de 12 de Abril, fixa em trinta o nmero de
procuradores-gerais-adjuntos que constituem o quadro de magistrados incumbidos de
substituir e coadjuvar o Procurador-Geral da Repblica no Tribunal Constitucional,
no Tribunal de Contas, no Supremo Tribunal de Justia e no Supremo Tribunal
Administrativo, de acordo com o disposto nos arts. 13., n. 2, e 4., n. 1, al. c), do
EMP. Dois deles substituem o Procurador-Geral da Repblica no Tribunal
Constitucional (como pode ver-se em www.tribunalconstitucional.pt).
(242) A LOSJ estabelece que, no Tribunal Constitucional, o Ministrio Pblico
representado pelo Procurador-Geral da Repblica e por procuradores-geraisadjuntos (art. 10., n. 1, al. a)).
72
(238)
(239)