Mitos de Oyá

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Mitos de Oy

Obs:Em muitas das lendas aqui descritas,as divindades aparecem como seres humanos,e que
muitas vzes so estabelecidos laos
de parentescos.Mas sempre nas entrelinhas de uma lenda,est a explicao de algum,ou
alguns ,fundamentos de Orix,e tambm
vrios tipos de condulta que servem de exemplo para o ser humano.Estando ressaltado em
todas elas a importncia das
oferendas e das oraes("Adura,Oriki,Ijala,Gbadura,Ofo...)

Ians Passa a Dominar o Fogo


Xang enviou-a em misso na terra dos baribas, a fim de buscar um preparado que, uma vez
ingerido, lhe permitiria lanar fogo e chamas pela boca e pelo nariz. Oi, desobedecendo s
instrues do esposo, experimentou esse preparado, tornando-se tambm capaz de cuspir
fogo, para grande desgosto de Xang, que desejava guardar s para si esse terrvel poder.
Como os chifres de bfalo vieram a ser utilizados no ritual do culto de Oi-Ians
Ogum foi caar na floresta. Colocando-se espreita, percebeu um bfalo que vinha em sua
direo. Preparava-se para mat-lo quando o animal, parando subitamente, retirou a sua pele.
Uma linda mulher apareceu diante de seus olhos, era Ians. Ela escondeu a pele num
formigueiro e dirigiu-se ao mercado da cidade vizinha. Ogum apossou-se do despojo,
escondendo-o no fundo de um depsito de milho, ao lado de sua casa, indo, em seguida, ao
mercado fazer a corte mulher-bfalo. Ele chegou a pedi-la em casamento, mas Oi recusou
inicialmente. Entretanto, ela acabou aceitando, quando de volta a floresta, no mais achou a
sua pele. Oi recomendou ao caador a no contar a ningum que, na realidade, ela era um
animal. Viveram bem durante alguns anos. Ela teve nove crianas, o que provocou o cime das
outras esposas de Ogum. Estas, porm, conseguiram descobrir o segredo da apario da nova
a mulher. Logo que o marido se ausentou, elas comearam a cantar: 'Ma je, ma mu, wo re
nbe nn k', 'Voc pode beber e comer (e exibir sua beleza), mas a sua pele est no depsito
(voc um animal)'.

Oi compreendeu a aluso; encontrando a sua pele, vestiu-a e, voltando forma de bfalo,


matou as mulheres ciumentas. Em seguida, deixou os seus chifres com os filhos, dizendo: 'Em
caso de necessidade, batam um contra o outro, e eu virei imediatamente em vosso socorro.'
por essa razo que chifres de bfalo so sempre colocados nos locais consagrados a Ians.
As Conquistas de Ians
Ians percorreu vrios reinos, foi paixo de Ogum, Oxaguian, Exu, Oxossi e Logun-Ed. Em
If, terra de Ogum, foi a grande paixo do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do
manuseio da espada. Em Oxogb, terra de Oxaguian, aprendeu e recebeu o direito de usar o
escudo. Deparou-se com Exu nas estradas, com ele se relacionou e aprendeu os mistrios do
fogo e da magia. No reino de Oxossi, seduziu o deus da caa, aprendendo a caar, tirar a pele
do bfalo e se transformar naquele animal (com a ajuda da magia aprendida com Exu).
Seduziu o jovem Logun-Ed e com ele aprendeu a pescar. Ians partiu, ento, para o reino de
Obaluai, pois queria descobrir seus mistrios e at mesmo conhecer seu rosto, mas nada
conseguiu pela seduo. Porm, Obaluai resolveu ensinar-lhe a tratar dos mortos. De incio,
Ians relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e aprendeu a conviver com os Eguns
e control-los. Partiu, ento, para Oy, reino de Xang, e l acreditava que teria o mais vaidoso
dos reis, e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovo, Ians
aprendeu muito mais, aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixo violenta, pois
Xang dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu corao.

Ians Ganha de Obaluai o Poder Sobre os Mortos


Chegando de viagem aldeia onde nascera, Obaluai viu que estava acontecendo uma festa
com a presena de todos os orixs. Obaluai no podia entrar na festa, devido sua medonha
aparncia. Ento ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum, ao perceber a angstia do
Orix, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e
convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluai
entrou, mas ningum se aproximava dele, nenhuma mulher quis danar com ele.
Ians tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situao de Obaluai e
dele se compadecia. Ians esperou que ele estivesse bem no centro do barraco. O xir (festa,

dana, brincadeira) estava animado. Os orixs danavam alegremente com suas ekedes. Ians
chegou ento bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento
de encanto e ventania, as feridas de Obaluai pularam para o alto, transformadas numa chuva
de pipocas, que se espalharam brancas pelo barraco. Obaluai, o deus das doenas,
transformara-se num jovem belo e encantador.
O povo o aclamou por sua beleza. Obaluai ficou mais do que contente com a festa, ficou
grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Ians ento danou e danou de alegria.
Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela danava agora, agitava no ar o
eruexim (o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo). Ians tornou-se
Ians de Bal, a rainha dos espritos dos mortos, a condutora dos eguns, rainha que foi sempre
a grande paixo de Obaluai.
Ians - Orix dos Ventos e da Tempestade !!!
Oxaguiam (Oxal novo e guerreiro) estava em guerra, mas a guerra no acabava nunca, to
poucas eram as armas para guerrear. Ogum fazia as armas, mas fazia lentamente. Oxaguiam
pediu a seu amigo Ogum urgncia, Mas o ferreiro j fazia o possvel. O ferro era muito
demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava como o tempo. Tanto reclamou
Oxaguiam que Oi, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ogum a apressar a fabricao. Oi se
ps a soprar o fogo da forja de Ogum e seu sopro avivava intensamente o fogo e o fogo
aumentado derretia o ferro mais rapidamente. Logo Ogum pode fazer muitas armas e com as
armas Oxaguiam venceu a guerra. Oxaguiam veio ento agradecer Ogum. E na casa de Ogum
enamorou-se de Oi. Um dia fugiram Oxaguiam e Oi, deixando Ogum enfurecido e sua forja
fria. Quando mais tarde Oxaguiam voltou guerra e quando precisou de armas muito
urgentemente, Oi teve que voltar a avivar a forja. E l da casa de Oxaguiam, onde vivia, Oi
soprava em direo forja de Ogum. E seu sopro atravessava toda a terra que separava a
cidade de Oxaguiam da de Ogum. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo p, folhas
e tudo o mais pelo caminho, at chegar s chamas com furor. E o povo se acostumou com o
sopro de Oi cruzando os ares e logo o chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrvel e
mais urgia a fabricao das armas, mais forte soprava Oi a forja de Ogum. To forte que s
vezes destrua tudo no caminho, levando casas, arrancando rvores, arrasando cidades e
aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oi e o povo chamava a isso tempestade.

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