Um Estudo Dos Provérbios e Seus Significados Textuais
Um Estudo Dos Provérbios e Seus Significados Textuais
Um Estudo Dos Provérbios e Seus Significados Textuais
Trabalho solicitado ao 2o
semestre do curso de Letras
da UBC como requisito à
disciplina de Língua Latina
B.
Professor: Marco Antônio de
O. Silva.
SUMÁRIO
OBJETIVOS .......................................................................................................................................................... 4
Gerais: ................................................................................................................................................................ 4
Específicos:......................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1 - Um Estudo dos Provérbios ........................................................................................................ 6
CAPÍTULO 2 - Significados Textuais dos Provérbios ....................................................................................... 9
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 28
ANEXOS .............................................................................................................................................................. 29
4
OBJETIVOS
Gerais:
Adquirir conhecimento e contribuir com o estudo dos provérbios e seus significados
textuais.
Específicos:
Identificar os provérbios que contribuem com o seu estudo e seus significados
textuais.
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INTRODUÇÃO
O provérbio possui uma utilização voltada e inteirada aos costumes e hábitos dos
indivíduos e grupos sociais. A sua história ultrapassa o limite da língua nacional. Percebe-se,
no provérbio, que segue a herança de outras línguas, culturas e civilizações. Nota-se que ele
contribui com o processo político do patriarcado, em que os antigos legislavam, comandavam,
fixavam as regras de comportamento da sociedade.
Seu ciclo é duradouro, vindo a ser permanente. Incorpora-se a linguagem habitual,
continuando como estoque de discrição, para que possa ser utilizado de acordo com o padrão
da situação. Suas características principais são: prolixidade oral, ou seja, pelo equipamento
lingüístico falado, construção simples, direta, objetiva, estrutura de significados bem
ressaltados e valorosos.
Incorporam-se ao provérbio: adágio, anexim, rifão, prolóquio, parêmia, sentença,
máxima, axioma, estribilho, aforismo, apotegma, refrão e bordão. Há pequenas diferenças
entre uma referência e outra, mas em geral, são todos semelhantes ao provérbio.
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Segundo Cohen (1991) o termo provérbio vem do latim “proverbium” que significa
“uma palavra pronunciada em público”. Outros termos correspondentes em grego dessa
palavra são: “gnome” e “paremia”.
A etimologia grega “gnome” é um aforismo mental ou provérbio que era utilizado
para educar os jovens. Esta palavra descreve também os homenzinhos que povoavam o fundo
da terra que atuavam como guardiões das minas e tesouros. Pela citação de sua origem
compreendemos que os provérbios possuem uma fartura enterrada na forma de conhecimento
antigo, sendo um meio de proteger e esconder o enigma manifestado pelos provérbios. E o
significado de “paremia” nada mais é do que “expressão comum”.
Cohen (1991) salienta, em seu livro “Provérbios e o Inconsciente”, o autor do livro “A
história da língua e da literatura”, CEJADOR (TOMO I, P. 60) utilizando uma citação muito
interessante desse autor sobre refrões que pode se estender aos provérbios:
“Nem o único fim dos refrões é o ensinamento, nem é fazer uma obra bela.
Nos refrões, como em toda obra popular, se misturam tão profundamente, o fundo e
a forma, que formam um todo, inconsciente, nascido do povo. Assim pertencem
tanto à filosofia como à literatura. Se em sua forma não houvesse brotado o belo
modo de expressar um pensamento, não teria ocorrido o refrão, pois se repete
cabalmente e escorre como o pensamento que encontrou a sua expressão bem
entalhada. Uma expressão por bela que pareça, não escorre como um refrão se não
entranha um pensamento digno de ser conservado para um aproveitamento comum.
Como os pensamentos desta ordem abarcam todas as disciplinas e a vida inteira,
assim o campo das idéias, de onde brotam os refrões é imenso e abrange toda
linhagem de doutrinas, igualmente na forma artística, seja quanto ao estilo e figura
retórica da expressão, seja quanto ao metro e o ritmo, a variedade é infinita e não
nasce cada refrão variado de determinado molde, ainda que sempre as faz ouvir a
maneira de verso, de um metro ou outro, que não foi pensado anteriormente e com
uma expressão, metáfora ou comparação que parece servir-lhe como uma lua.
Somente quando o fundo, a forma e os sons se ajustam perfeitamente entre si e que
ninguém consegue melhorá-lo, é tido como um refrão e propagando-se tem
assegurado a sua imortalidade. Somente de tempos em tempos e com certa distância,
pode remoçar alguma palavra nele, quando já a velha está em desuso e se torna
obscura”.
Obelkevich (1996) diz que, realmente é difícil obter a definição para o provérbio.
Apesar de ser encontrado em sua forma escrita, os provérbios são, originalmente, um gênero
oral, sendo, muitas vezes, sagazes e astutos, pois, apresentam uma enorme extensão de
processos retóricos e poéticos no espaço de sua extensão. Muitas vezes, encontram-se vários
recursos utilizados, criando uma repercussão no sentido, são eles: a metáfora, o ritmo, a
aliteração, a assonância, as construções binárias entre outros. O provérbio, por ser compacto e
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fácil de ser memorizado, serve como meio de comunicação de conhecimento moral e prático,
como os preceitos profissionais etc.
A definição do provérbio está em sua forma externa, sendo ao mesmo tempo, moral e
didática: eles servem como conselhos para determinada situação que a pessoa está
vivenciando, então seria como uma estratégia para determinada posição.
Por ser escrito de maneira indireta e em terceira pessoa, dá-se a entender que é
generalizado à todas as pessoas, por isso, outra característica que lhe foi atribuída é a sua
impessoalidade. Ao ser pronunciado, o provérbio, costuma ser marcado por uma fórmula
introdutória (“Como dizem...”), ou senão por uma mudança na voz do falante, pois suas
palavras são da comunidade ou do senso comum.
Nota-se no decorrer da história dos provérbios que houve mudanças em seus próprios
ditos e também nas pessoas que os têm utilizados.
Por ser considerado um dos gêneros folclóricos mais antigos e, da mesma forma, bem
distribuído geograficamente, eles sempre foram utilizados por indivíduos de todos os grupos e
todas as classes sociais. Ele se originou no campo, ou seja, os provérbios refletiam as
necessidades e realidades dos camponeses e, portanto, houve a construção de vários ditos,
consequentemente se distribuía de acordo com o evento na agricultura e na vida. Mas não
foram somente utilizados pelos camponeses, mais tarde percebeu-se uma similaridade com as
expressões populares usadas pelas classes operárias na cidade. Mesmo o repertório sendo um
pouco escasso, a transição do dito entre o campo e a cidade não trouxe recompensa, tornando-
o, assim, habitual em ambos os locais.
Os provérbios podem ser utilizados em qualquer estado de ânimo; representam um
registro polivalente e multifuncional, e essas características ajudam a atravessar a fronteira
normal da linguagem, dando-lhe uma vida própria.
Por ser de sentido multifuncional e polivalente, as respostas não são tão simples
quanto se parece ser; muitas vezes depende do aspecto histórico – social, transformando-o
numa espécie de ilusão. Há a possibilidade de encontrar provérbios incoerentes e
contraditórios entre si. Se há algo em comum, talvez esteja oculto - sua anonímia,
impessoalidade, recurso a tradição etc.; contudo, o texto traz em si um subtexto que possui em
seu meio um novo conteúdo. Mas, o que atrai no provérbio não é a sua definição clara, e sim,
a aparente; e, é isto que desperta a curiosidade dos usuários e historiadores e, também, é aí
que está o problema.
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O valor de um provérbio não depende apenas do que é dito em si, depende também da
situação que é utilizado; o problema é que as nossas fontes dizem muito pouco a respeito das
situações que eles foram aplicados. Sem termos os contextos dos provérbios ficam uma parte
de seu real significado perdido. Além disso, as metáforas que se encontram em alguns ditos os
tornam ambíguos e de difícil compreensão; e as formas variantes podem discordar da forma
essencial em seu significado.
Não obstante de sua coerência, os provérbios não são estáticos, pois, não poderiam ser
assim devido a constante renovação dos próprios ditados. Muito foi herdado desde a
Antigüidade como também renovado. Provavelmente no início do período moderno houve um
acréscimo de novos provérbios: havia sete mil na seleção alemã de Sebastian Franck, feita em
1541; cerca de doze mil no dicionário moderno de provérbios e expressões inglesas de Tilley
no século XVI e XVII e, em duas coleções alemãs do século XVII, mais de vinte mil em cada
uma delas. A partir desse momento, o surgimento de novos provérbios foi entrando em
declínio e a maioria se inutilizou e, hoje em dia, são pouco conhecidos. Atualmente, utiliza-se,
aproximadamente, apenas um milhão de provérbios.
Apesar dessa queda, houve novos ditados e eles trouxeram novos significados e novas
formas de produzir significados. Se bem que pouco estudadas, as transformações do formato
do provérbio – as metáforas, ritmos e construções – há complicações tanto para a história da
linguagem quanto à história dos intelectuais. E ainda sendo bem documentado, o seu conteúdo
se transformou de acordo com os períodos.
Os provérbios e seus significados possuem uma história constantemente explicadas
porém de maneira lenta. A história de seus usuários é mais surpreendente pois possui um
ápice – o abandono dos provérbios pela classe educada – e um resultado: a luta pelo
significado no qual eles vieram a ser uma fonte de divisão e conflito.
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1. God helps those who help them-selves - Deus ajuda aos que ajudam a si mesmos
No sentido de que nada podem esperar os indivíduos que invocam a proteção divina e ficam
de braços cruzados. É preciso que eles sejam os primeiros a se esforçarem para terem a ajuda
pedida.
3. Good words are worth much and cost little - Boas palavras valem muito e custam
pouco.
No sentido de que devemos falar com bondade com as outras pessoas ou a respeito delas,
evitando intolerância e a maledicência, com as quais não se pode ganhar simpatias amizades.
4. Grasp all, lose all – Quem tudo quer, tudo perde (ou Quem agarra tudo, perde tudo).
É um provérbio que lembra, ainda, o nosso: Quem muito abarca, pouco aperta.
Pessoa insignificante , que se julga uma grande personalidade. A alusão vem de uma antiga
fábula, narrada, entre outros, por La Fountaine.
7. Fortune knocks once at everyone’s door - A fortuna bate uma vez à porta de cada
pessoa.
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No sentido de que, na vida de cada indivíduo, surge pelo menos uma boa oportunidade, que
não deve ser desprezada.
9. Friendship should not be all one side – A amizade não deve ser unilateral.
10. Give a fool enough rope and he will hang himself – Dai a um tolo bastante corda e ele
enforcará a si mesmo.
No sentido de que um tolo, quando lhe dão oportunidades, comete as maiores imprudências e
logo se arruína. Lembra este provérbio a nossa expressão: Dar corda.
11. Give him an inch and he will take a yard – Deêm-lhe uma polegada e ele quererá
uma jarda.
Diz-se das pessoas que nunca estão satisfeitas com as ajudas ou favores concedidos e estão
sempre pedindo mais. Corresponde ao nosso dito: Dá-se-lhe um pé e quer logo a mão. Cabe a
citação do provérbio no caso de uma pessoa que, tendo sido convidada para o chá, não se
retira antes de ter jantado, embora sem ter tido convite para tanto.
13. A bad penny always turns up – Uma moeda falsa sempre acaba voltando às mãos de
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quem a passou.
14. Absence makes the heart grow fonder – A ausência aumenta o bem querer.
No sentido de que o afeto por um amigo ou pessoa amada cresce com a ausência, talvez
porque só o lado bom das criaturas seja lembrado.
No mesmo sentido em que empregamos a expressão: Prova de fogo. Esse teste é o teste com
água forte, a que é submetido o ouro para a verificação de sua pureza. O presidente dos EUA
Wodrow Wilson empregou a expressão num discurso proferido em 1918, ao referir-se às
nações aliadas: The acid test of their good – will (O teste ácido de suas boas intenções).
17. A fool and his money are soon parted – Um tolo e o seu dinheiro cedo se separam.
18. A good begining is half of the battle – Um bom começo é metade da batalha
Corresponde ao nosso dito: Um bom começo é meio caminho andado. Expressão aproximada:
Well begun is half done (Bem começar é fazer a metade).
19. A living dog is better than a dead Lion – Um cachorro vivo é melhor que um leão
morto (ou - Antes vira-lata vivo do que leão morto).
No sentido de que é melhor viver, ainda infeliz, ou em situação humilde, de que morrer na
grandeza. Corresponde à moralidade da conhecida fábula, de que La Fountaine escreveu uma
das versões: Antes vagabundo vivo que imperador enterrado.
20. All is fish tha comes to net – Tudo que cai na rede é peixe.
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21. All is lost that is put in riven dish – Perde-se tudo quando se põe num prato furado
(ou partido).
No sentido de que não adianta tentar salvar os falidos ou insolventes. É a adaptação inglesa da
sentença latina: Pertusum quicquid infunditur in delium perit.
22. All truth is not always to be told – Nem todas as verdades devem ser ditas.
Não é necessário dizer-se a um amigo quais são seus defeitos, nem é preciso que cada pessoa
confesse em público seus erros e loucuras. A verdade pode ser dispensada, sobretudo quando
poderia se transformar em grosseria ou motivo de vexame para os outros.
23. An eye for an eye and a tooth for a tooth – Um olho por um olho e um dente por um
dente,
24. A rose by any other name would smell as sweet – Qualquer que fosse o seu nome, a
rosa teria o mesmo cheiro.
Expressão proverbial que sustenta não terem os nomes nenhuma importância, mas as pessoas,
por seu caráter, ou as coisas, por sua qualidade. É uma citação de Shakespeare e está no texto
“Romeu e Julieta”.
25. As you sow so will you reap – Aquilo que você plantou você colhe, ou Cada um colhe
o que plantou.
É um provérbio registrado por escritores ingleses do século XVIII. Tem também esta forma
popular: As you sow, shall you reap.
26. Bad things never come singly – Coisas ruins nunca vêm sozinhas.
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27. Barking dogs seldom bite – Cães que ladram raramente mordem.
A forma deste provérbio, na língua inglesa, é mais prudente do que a nossa. Esta afirma, de
modo absoluto: cão que ladra não morde. No sentido de que as pessoas que, num momento de
exaltação, mais esbravejam e fazem terríveis ameaças, raramente as executam. Se em fazê-las,
descarregam uma parte de suas iras e depois se acalmam. Outra locução inglesa corrente diz:
His bark is worse than his bite (Os seus latidos são piores que as suas dentadas).
28. Bark up the wrong tree – Ladrar na árvore errada (quando o ladrão subiu na outra).
Diz-se de quem comete um engano de pessoa, ou responsabiliza por ato de outrem alguém
que nada teve a ver com o assunto. No sentido com que dizemos: Tocar as bolas ou Bolar as
trocas.
29. Beauty and folly are often companions – Beleza e loucura muitas vezes andam juntas
(ou em companhia).
No sentido de que as lindas moças e belas mulheres pelo fato de receberem muitas atenções e
louvores, procedem mais leviamente que as demais.
30. Beauty is but skin-deep – A verdadeira beleza é a beleza interior (a que está no fundo
das pessoas).
O provérbio quer significar que as aparências não são tudo e que o caráter importa mais que
um semblante agradável.
31. Behande and glove with someone – Ser como mão e luva com alguém.
Corresponde com a nossa expressão: Ser como unha e carne com alguém.
32. Be sure before you marry of a house where in to tarry – Antes de casar, veja bem se
tem casa em que morar.
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No sentido de que os recém – casados devem ter o seu próprio lar, em vez de viver com a
família de um dos cônjuges. É o que, por sua vez, proclama o nosso velho rifão: Quem casa,
quer casa.
33. Better be alone than in ill company – Antes só do que mal acompanhado.
Não é necessário explicar este provérbio, com livre trânsito em nosso idioma.
É melhor chegar atrasado do que nunca chegar. Do mesmo modo que é melhor arrepender
tarde do que nunca.
35. Better lose the saddle than the horse – É melhor perder a sela que o cavalo.
No sentido de que é melhor sacrificar uma coisa de melhor valor do que, por obstinação,
sofrer uma perda muito maior. Em Portugal, existe este provérbio: Antes se perca a lã do que
a ovelha. E, ainda, com o mesmo sentido, circula em nosso idioma esta sentença: Vão-se os
anéis, mas ficam os dedos. O que ilustra bem este dito, do ponto de vista prático, é o caso de
capitães de navio que às vezes deitam cargas ao mar para salvar barcos em perigo.
36. Beware of no man more than thy-self – Não desconfies de ninguém mais do que de ti
mesmo.
Coisa certa e segura, que já se possui, em oposição a alguma coisa de aquisição problemática.
O provérbio de que deriva esta expressão diz: A bird in hand is worth two in the bush (Um
pássaro na mão vale por dois no mato). É a forma inglesa de um provérbio internacional que
circula em nosso idioma com esta forma: Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
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39. Cloudy mornings turn to clean evenings – De manhãs nubladas podem resultar
noites claras ou limpas, sem nuvens).
No sentido de ter esgotado todos os recursos. Usa-se na mesma acepção em que usamos a
frase: Estar com a corda no pescoço.
41. Constant dripping bores the stone – O gotejar constante fura a pedra.
Corresponde ao nosso refrão: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
42. Cowards die many times before their deaths – Os covardes morrem muitas vezes
antes de morrer.
44. Cry over the spilt milk – Chorar sobre o leite derramado.
No sentido de que um bom conselho não deve ser desprezado, mesmo quando não tem a
recomendá-lo a força de um bom exemplo.
No sentido de que não se deve adiar as coisas que podem ser executadas imediatamente. É o
mesmo conselho de nosso provérbio: Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
47. The early bird catches the worm – Pássaro que madruga apanha insetos.
48. Everything comes to him who waits – Tudo vem ao encontro daquele que sabe
esperar.
No sentido de que as pessoas que tudo disputam precipitadamente acabam por se tornar
importunas, ao passo que as pessoas competentes e discretas acabam sendo chamadas a
assumir altas responsabilidades, ainda que não usem de interesse ou façam tramas.
49. Example is better than precept – Os exemplos valem mais (ou são melhores) que
conselhos (ou os preceitos, as regras, as máximas morais).
No sentido de que as pessoas se deixam influenciar mais pelos bons exemplos, pelas condutas
retilíneas, do que por simples sermões.
No mesmo sentido em que dizemos: Dançar conforme a música. Isto é, aceitar as coisas tal
como são, ou de sofrer as conseqüências de seus atos.. Ex: Charles lost all his money, then got
into debt, and now must face the music. (Charles perdeu todo o dinheiro, depois endividou-se
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51. Falses friends are worse than bitter enemies - Amigos falsos são piores que inimigos
rancorosos.
Funda-se o provérbio no fato de que dos nossos inimigos só esperamos o mal e por isso
estamos, sempre prevenidos contra eles, ao passo que os falsos amigos nos iludem e nos
colhem de surpresa. Bitter, embora signifique amargo, também tem o sentindo de cruel,
virulento, severo.
52. Fine feathers make fine birds – A bela plumagem faz as aves belas (ou torna as aves
belas).
O provérbio tomado ao pé da letra seria um verdadeiro truísmo, pois seria impossível admitir
a beleza de uma ave do Paraíso, ou qualquer outra, depenada. O seu sentido é o de que as
lindas roupas, os tecidos finos, é que dão distinção às mulheres. Do mesmo modo que um
homem mal vestido não seria considerado um cavalheiro, as pessoas de baixa categoria,
metidas em boas roupas, são facilmente tomadas pelo que não são.
53. First impressions are most lasting – As primeiras impressões são as mais
duradouras.
Diz-se das pessoas que procuram tirar proveito das desavenças alheias ou dos períodos de
intranqüilidade ou agitação social. A forma proverbial diz: It’s good fishing in troubled waters
(É bom pescar em águas turvas).
55. Flies are esier caught with honey than with vinegar – As moscas são mais facilmente
apanhadas com mel que com vinagre.
No sentido de que é menos difícil convencer um freguês relutante ou qualquer outra pessoa
com palavras doces, em vez de que com palavras azedas. Em língua portuguesa existe o
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mesmo provérbio, mas se diz apenas: Não é com vinagre que se apanham as moscas.
56. He that fears death lives not – Quem teme a morte não vive.
No sentido de que não vivem verdadeiramente os que não se arriscam, por medo de perder a
vida.
57. He that goes a-borrowing goes a-sorrowing – Quem sai à pechincha acaba por se
lamentar.
Este rifão adverte que as pessoas que, à primeira dificuldade, saem a pedir dinheiro ou outras
coisas emprestadas, no fim poderão sofrer vexames e tristezas por não terem com que pagar.
58. He that is born to be hanged will never be drowned – Quem nasceu para ser
enforcado nunca perecerá afogado.
Este provérbio fatalista acredita que ninguém foge ao seu destino que está de antemão escrito
ou traçado.
59. He that is down need fear no fall – Quem está em baixo (ou no chão) não tem medo
de sair (ou não precisa ter medo de cair).
Na verdade, só temem as quedas os que estão altamente colocados, muitas vezes, em posições
superiores aos seus próprios méritos.
60. His bark in worse than his bite – Seu latido é pior que sua dentada.
Corresponde a nossa locução: Quem corre, cansa. E ainda, à frase feita: A pressa é inimiga da
perfeição.
62. If wisher were horses, beggars would ride – Se desejos fossem cavalos os mendigos
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estariam montados.
No sentido de que não adianta aspirar coisas impossíveis, fora do nosso alcance ou dos nossos
recursos.
63. Actions speak louder than words – Ações falam mais alto que palavras.
No sentido de que uma pessoa se impõe mais pelo que faz do que pelo que diz. Corresponde
ao nosso dito: Fato e não palavras, o qual por sua vez, uma tradução da frase latina: Res, non
verba.
64. A drowing man will catch at a straw – Um homem que se afoga (ou em risco de
afogar-se) agarra-se a uma palha.
65. A fool may sometimes give a wise men consel – Um tolo pode às vezes dar conselhos a
um sábio.
Isto porque pode ter algum conhecimento sobre certas particularidades de uma profissão que
escapem ao sábio e este, sendo sensato, está pronto a ouvi-las.
67. A good conscience is a soft pillow – Uma boa consciência é um travesseiro macio.
Este provérbio proclama que as pessoas honestas nada têm a temer, podendo dormir com a
maior tranqüilidade, desde que nenhum peso lhes oprime a consciência.
68. A house divided against itself cannot stand – Uma casa dividida contra si mesmo não
se pode manter de pé.
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69. All is fair in love and war – Tudo é lícito no amor e na guerra.
Os rivais pode lançar mão de todos os truques, perfídias, e recursos, para conquistar a sua
eleita, do mesmo modo que os exércitos empregam espiões e fazem ataques desleais,
investindo de surpresa contra os adversários. Mas numa coisa como na outra, nem tudo é
lícito. Para os homens, há um código de honra e, para as mulheres noções aos direitos das
gentes.
70. All lay load in a willing horse – Todos põem carga nas costas de um cavalo manso
(ou um cavalo bem intencionado).
No sentido de que quando as pessoas são conformadas ou tolerantes todos estão dispostos a
abusar delas, nas repartições, em serviços domésticos, etc. os preguiçosos, os indolentes,
encontram sempre um meio de lhes transferir uma parte de suas obrigações. Corresponde ao
nosso provérbio: Besta de carga, cangalhas ao lombo.
71. A man is known by his friends – Um homem é conhecido pelos amigos que possui (ou
julgado pelas companhias em que anda)
No mesmo sentido, diz o provérbio da língua portuguesa: Dizei-me com quem andas, dir-te-ei
quem és. Provérbio inglês aproximado: Birds of a feather flock together.
72. A rouged coat may cover a honest man – Um casaco rasgado pode vestir um homem
honesto.
Expressão proverbial que aconselha a não julgarmos os indivíduos pela sua aparência.
73. As the two is bent, so grows the tree – Galho plantado torto assim crescerá a árvore.
74. If the cap fits, wear it – Se a carapuça lhe assenta, pode enfiá-la.
No sentido de que, se as críticas feitas por alguém, se aplicam a determinada pessoa, ela não
deve fazer-se de desentendida, ou excluir-se. Ao contrário, deve toma-las para si mesmo e
procurar modificar sua conduta.
75. If the montain will not go to Muhammed, than Muhammed must go to the montain –
Se a montanha não vai até Maomé, então Maomé deve ir á montanha.
No sentido de que, se alguém, ou alguma coisa, a que aspiramos, não vem ao nosso encontro,
devemos nos esforçar para ir ao seu. A locução é internacional, inspirada num dito que se
atribui ao profeta muçulmano.
76. If wishes were horses, beggars would ride – Se desejos fossem cavalos os mendigos
estariam montados.
No sentido de que, não adianta aspirar coisas impossíveis, fora do nosso alcance ou dos
nossos recursos.
77. If you cannot bite never show yourt theet – Quem não pode morder não deve
mostrar os dentes.
No sentido de que, ninguém deve fazer ameaças vãs. Se não existe a intenção de atacar, fazê-
las é um perigo, pois pode provocar a reação violenta do inimigo e a derrota de quem lhe
mostrou os dentes à toa.
78. If you run after two hares at once you will catch neither – Quem corre atrás de duas
lebres ao mesmo tempo não apanhará nenhuma.
No sentido de que, a pessoa que persegue dois objetivos ao mesmo tempo possivelmente
fracassará em ambos. Duas lebres, quando perseguidas, geralmente tomam direções
diferentes, sendo, assim, impossível alcançar ambos. Provérbio aproximado em português:
Quem tudo quer, tudo perde / Quem tudo quer, nada tem.
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Quem diz: Say it in black and white – diz: Diga isso por escrito, Ponha no papel.
No sentido ficar em jejum, passar fome. Na Irlanda, nos maus tempos, morreram de fome
milhares de pessoas.
81. It is a dirty bird that fouls its own nest – É uma ave suja a que emporcalha o seu
próprio ninho.
No sentido de que não tem bom caráter os indivíduos que fazem cargas contra seu próprio
país ou sua própria família expondo em público as fraquezas e vergonhas de sua parentela. O
verbo to foul significa sujar, borrar, emporcalhar – além de ter outras acepções.
82. It is a poor heart that never rejoices – É um pobre coração o que nunca se alegra.
O provérbio é um convite às pessoas para que não se deixem invadir pela melancolia e
participem das festas e alegrias alheias. Com o mesmo incentivo do regozijo proclama o nosso
provérbio: Tristezas não pagam dívidas.
83. It is better to travel hopefully that to arrive – É melhor viajar na expectativa de belas
surpresas do que realmente chegar ao fim da jornada.
No sentido de que muitas pessoas tiram mais prazer em tentar alcançar um objetivo do que
mesmo em alcançá-lo de forma afetiva.
Mas o verdadeiro sentido desde provérbio é o mesmo que o nosso: Nunca é tarde, para o
arrependimento, isto é, para que um indivíduo que errou, se regenere e reforme os seus maus
costumes. To mend é remendar. Mas se emprega também com o sentido de reformar ou
emendar-se.
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85. It is no use crying over spilt milk – Não adianta chorar o leite derramado.
O provérbio ensina que não adianta lamúrias quando os prejuízos são irrecuperáveis e nós
mesmos fomos responsáveis, por nosso descuido ou desleixo. No mesmo sentido proclama o
nosso provérbio: Não adianta chorar a morte da bezerra.
86. It is the last straw that broke the comel’s back – Foi a última palha que quebrou o
espinhaço do camelo.
No sentido que uma pequena provação pode se tornar intolerável quando alguém chegou ao
limite de sua resistência ou de sua paciência. Expressão equivalente em Língua Portuguesa: É
a última gota que faz transbordar a taça.
87. It is too late to shut the stable door after the horse is stolen – Não adianta fechar a
porta da estrebaria depois que o cavalo foi furtado.
No sentido de que as precauções devem ser tomadas antes e não quando são tardias e de nada
podem valer. Provérbio equivalente em Língua Portuguesa: Casa arrombada, trancas às
portas.
88. It never rains but pours – Nunca chove, mas cai água a potes.
No sentido de que para alguém, as coisas não chegam moderadamente, mas em excesso.
Aplica-se as provações ou vicissitudes. No mesmo sentido de: Misfortunes never come singly
(desgraças nunca vêm sozinhas).
89. It takes all sorts to makes a world. Para fazer um mundo, é preciso gente de toda a
espécie.
No sentido de que em cada população, há gente boa e ruim. O provérbio é citado quando se
ouve falar nos procedimentos incorretos ou surpreendente de uma pessoa.
90. It will all the some a hundred years hence – Tudo será a mesma coisa daqui a cem
anos.
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Frase feita, com o sentido de que ninguém deve amofinar-se com as coisas erradas deste
mundo, pois ainda que se apoquente um século passará sem que tais erros se modifiquem.
Eqüivale a nossa frase conformista: O que não tem remédio, remediado está.
91. Jump from the frying pan into the fire – Saltar no fogo, para fugir da frigideira.
Isto é, tentar fugir de um perigo, para cair noutro igual ou maior. Corresponde à velha locução
de origem latina: Escapar de Sila para cair em Caribdes.
No sentido de receber bem, com efusão e abundância, tal como foi recebido o filho pródigo,
da narrativa bíblica, ao voltar à casa paterna.
93. Kill two birds with one stone – Matar dois pássaros com uma só pedrada.
Alcançar dois objetivos diversos, através de uma só ação. Por exemplo: um caixeiro viajante
que faz estação de águas em poços de Caldas, porque está doente, e ao mesmo tempo coloca
nessa praça grande quantidade de seus produtos, Killed two birds with one stone. Exatamente
a isso aplicamos a locução: Matar dois coelhos de uma cajadada só.
94. Jack and Jill – Nomes genéricos, de homem e de mulher, ou marido e esposa.
Um provérbio diz: A good Jack makes a good Jill (Todo Jack terá a sua Jill), no mesmo
sentido em que dizemos: Há sempre um chinelo velho para um pé doente. Jack and Jill são
figuras de um conto popular. Jill é abreviação de Gillian, forma primitiva de Juliana.
95. Keep your mouth shut and your ears open – Conserve a boa fechada e os ouvidos
abertos.
No sentido de que é melhor falar pouco e ouvir muito do que proceder no sentido inverso.
Provérbio aproximado: Speech is silver; silence is gold (A palavra é de prata; o silêncio é de
ouro).
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No mesmo sentido em que, ao reatar relações estremecidas, costumamos dizer: O que passou,
passou. Isto é, não pensemos mais em nossas querelas pretéritas e restauremos a nossa
amizade como se nada tivesse havido.
97. Little and often fills the purse – Aos pouquinhos e com freqüência enche-se a bolsa.
No sentido de que uma pessoa apaixonada não pode ver ou discernir os defeitos da pessoa a
quem ama. Por isso mesmo, o Cupido, o deus do amor, é representado por uma criança com
uma venda nos olhos: ao mesmo tempo ingênuo e cego.
99. Love me little, love me long – Ama-me pouco, mas ame-me por longo tempo.
No sentido de que as paixões violentas são fogos de palha, ao passo que as afeições
moderadas são realmente duradouras, sendo por isto, preferíveis àquelas.
100. More haste, less speed – Quando maior a pressa menor o êxito (ou menos seguro o
êxito).
Este é um velho provérbio, em que a palavra speed aparece com a acepção que tinha no
passado. O tradutor de hoje sente-se tentado a traduzir essa palavra por velocidade, rapidez,
pressa, o que corresponde o nosso sentido atual. Mas, se o fizesse, estaria cometendo um erro
e invertendo o sentido da antiga sentença, que corresponde à nossa: A pressa é inimiga da
perfeição.
101. None so blind as those that will not see – Ninguém é tão cego como os que não
querem ver.
É a forma inglesa do provérbio internacional que em nossa língua tem esta forma: O pior cego
é aquele que não quer ver. Aplica-se aos indivíduos obstinados, que não querem ver claro, que
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXOS
30
♦ Para que um olho não invejasse o outro, Deus colocou o nariz no meio!
♦ Dinheiro não traz felicidade, então dê todo o seu para mim e seja feliz!
♦ Galinha velha faz bom caldo, mas são as frangas novas que fazem o galo cantar!
♦ Mulher é que nem o relógio: depois do primeiro defeito, nunca mais anda direito!
♦ Sei que o dinheiro não é tudo, tem também o carro, a casa, a televisão...
♦ Aqui jaz a minha sogra que viveu enchendo o saco, e não tendo mais o que encher,
veio encher o buraco!
♦ Não há melhor momento do que hoje para deixar para amanhã o que você não vai
fazer nunca.
♦ Se seu marido pedir mais liberdade, compre uma corda mais comprida...
♦ Quero morrer como meu avô: dormindo, e não gritando como os passageiros do
ônibus que ele dirigia.
♦ Dizem que o dinheiro é coisa do diabo, mas se quiser ver o diabo ande sem
dinheiro!
♦ A diferença entre o credor e o devedor, é que o primeiro tem uma memória muito
melhor!
♦ Existem três tipos de pessoas: as que sabem contar e as que não sabem.
♦ Aonde vamos parar? Até Papai Noel anda saindo com veados.
♦ Seja legal com seus filhos. São eles que vão escolher seu asilo.
ANEXOS 2 – Provérbios
37
♦ Se alguém está tão cansado que não pode te dar um sorriso, deixa-lhe o teu.
♦ (Provérbio chinês)
♦ Volta o teu rosto sempre na direção do sol e, então, as sombras ficarão para trás.
♦ (Provérbio oriental)
♦ Quem sendo feio ama o bonito, estraga com ciúme o melhor do amor.
♦ (Provérbio venezuelano)
♦ Não tem ciúmes só quem ama, mas também quem deseja amar.
♦ (Provérbio mexicano)
♦
40
As lágrimas dos bons caem por terra, mas vão para o céu, para o seio da divindade.
(Provérbio chinês)
Quem gasta tudo o que tem, muitas vezes, diz o que não convém, faz o que não
deve, julga o que não vê e gasta o que não pode.
(Provérbio árabe)
Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos.
(Provérbio antigo)
Antes de começar o trabalho de mudar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa.
(Provérbio chinês)
Se case, e serás feliz uma semana; mate um porco e serás feliz um mês; seja padre e
serás feliz a vida toda.
(Provérbio polonês)
Um solteiro pode ser tão idiota quanto um homem casado, mas ele ouve isso menos
vezes.
(Provérbio francês)
Não case por dinheiro, você pode conseguir empréstimo mais barato.
(Provérbio escocês)
Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a
oportunidade
perdida.
(Provérbio chinês)