Fábulas Não Tão Infantis

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NGELO RANIERI

FBULAS NO TO INFANTIS
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CHAPEUZINHO ROXO

Era uma vez, no uma menina, mas uma adolescente de


quem todo mundo caoava, pois a me insistia para usar
uma capa roxa, pois dizia:coloque , seno vai se resfriar
-Que saco, me- a menina bufava, mas no tinha jeito, e
toca ela ir para a escola e todo mundo tirar sarro daquela
capa pequena, roxa e surrada:ah,ah,ah, que ridculo!
Sua pobre me ganhava pouco de aposentadoria e, por
isso, fazia marmitex para reforar o oramento, mas, de vez
em quando, mandava um de brinde para a velha vovozinha
e, cabia Chapu, como era canhecida, levar a cestinha de
marmitex pra vovozinha.
-Chapu, pega a cesta e leva pra vovozinha!
-Droga, de novo!
-Pegue o dinheiro e v com o 5072 que passa na avenida;
no v pela floresta que tem Lobo Mau!
-T bom!
Ela fingiu que obedeceu, mas resolveu ir pela floresta ;como
todo adolescente, no obedecia e, era mais emocionante:
tinha Lobo Mau , ela j era grande e estava louca para
encontrar um...
No caminho , encontrou umas colegas, que disseram:
-E a, Chapu, vamos dar uns rolzinhos ?
-No posso, tenho que levar o marmitex pra vovozinha!
-Qui, qui, qui!

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Dali a pouco, ela encontra aquele Lobo Mau, do jeito que


queria; o lobo olhou aquela adolescente de cima a baixo e
falou:
-Aonde voc vai com essa cestinha, menina?
-Eu vou levar esse marmitex pra vovozinha!-Disse, meio
cantando.
O lobo rapidamente correu pelo atalho da floresta,
cantando o sucesso das paradas no momento: eu sou o
Lobo Mau, Lobo Mau, Lobo Mau; eu pego criancinhas pra
fazer min-gau!
Chegou casa; por sorte estava aberta e a velhinha no
estava; aproveitou e deitou-se na cama, com os culos e a
roupa da vov( imagine se algum iria desconfiar).
Chapeuzinho chegou; logo viu que era aquele rapago
disfarado e ficou toda afoita:
Por que esses olhos to grandes; por que essas orelhas to
grandes...por que esse...to grande, ... deixa pra l!
O Lobo olhou aquela meninona bonita, levantou-se,
colocou a mo nas cadeiras, requebrando , todo fulo:
- E por que voc usa essa capa ho-rro-ro-sa, velha, mal
costurada, sem grife, um horrorrrrrrr! Vem c, menina, vou
dar um jeito, prenda os cabelos, use um turbante rosa e
uma capa de matelass dourada, tre chique!
Esse lobo , no sei no, era carnavalesco da Unidos da
Floresta e , por sorte viu o potencial da menina para ser
destaque em sua escola de samba. Ela desfilou, foi um
sucesso, a escola ganhou o campeonato e , hoje,
Chapeuzinho Roxo, como ficou conhecida, sai em todas as
capas de revistas.
E a vov, como ficou? Um pouco antes do lobo chegar,
tinha conhecido um rapago do batalho de caadores da
floresta; ela era uma velha enxuta; tinha feito plstica e
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colocado botx; no era de se jogar fora; largou tudo e


viajou com ele para Paris. E eles viveram felizes para
sempre..

A Cigarra roqueira e a Formiga capitalista

Era uma vez uma formiga muito trabalhadora e laboriosa,


que vivia a labutar , na faina para atingir uma condio
financeira estvel e um dia se aposentar; lia o Economist,
assinava o Financial Times e estava sempre por dentro das
suas aes na bolsa. Sempre se lembrava dos conselhos de
seu av , o Formigo (parente do formicida):
De gro em gro a galinha enche o papo; quem trabalha,
tem.
E assim economizava ; juntava o mnimo farelo e a menor
sementinha em suas tulhas; deixava de passear, de tomar
um sorvete, ou seja, de curtir a vida, como diziam os
ociosos, mas um dia,- dizia, teria uma aposentadoria
tranquila, mas no deixaria de acordar um dia s cinco e
de trabalhar, nem que fosse para lustrar o cho de seu
formigueiro.
Dito isso, ou pensado, ouviu o fuzu de sua vizinha do lado,
a Cigarra, que escutava seu rock no ltimo volume.
Eu j falei com o sndico do condomnio, o Senhor Cupim,
mas ela no se emenda; vou acabar com essa gritaria j;
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onde j se viu, nessa idade e nem encontrou ainda um


cigarro, o seu marido; esse um condomnio de respeito!
Toc,toc, toc!
Abre-se a porta e aparece a cigarra, toda alegre e faceira:
E a, via, veio curtir o sonzo do Led Zeppelin ?
No, eu vim reclamar do barulho; ser que no percebe
que o som est muuuito alto??
Ih, relaxa, mana, o som do Led tem que ser ouvido nas
alturas... sente o som e viaja comigo...
Eu vou reclamar com o sndico! Se for o caso, chamo o
Seu Tamandu, o prefeito...
E no adiantou; a cigarra continuava com aquela zoeira
toda e com festinhas at de madrugada; a formiga
continuava emburrada, mas pensava: vai chegar o inverno
e essa a, que no fez nada, vai se dar mal

E foi o que aconteceu: o inverno chegou, as folhas caram e,


a cigarra no tinha a mnima folha para se alimentar;
enquanto isso, a formiga, em sua casa quentinha, se
regalava com sua tulha cheia: o trabalho enobrece o
homem, quando ouve baterem em sua porta : toc, toc,
toc!
Quem ?
Sou eu, a Cigarra! , veia, no tenho uma folhinha pra
comer; d pra me emprestar uns cem paus? Te pago
depois...
Voc no cantou enquanto eu trabalhava ? Agora se
vire...
P, sacanagem- disse e foi embora.

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E no se ouviu mais a barulheira por um tempo; a formiga


sentiu um alvio, quer dizer, tinha se acostumado com a
alegria da msica. Ela, que sempre fora sria, tinha inveja
de quem sabia se divertir e aproveitar a vida; via umas
rugas na testa (preocupao com o trabalho!).Dito isso, foi
olhar as tulhas, oh, no! Estava tudo embolorado! Como
tinha sido incompetente; puxou suas aes na bolsa- tinha
perdido tudo! Como faria para pagar o emprstimo no
banco?
A primavera chegou, e ela ,arrasada, resolveu ligar a TV
para se distrair e :
E agora o novo hit do momento a Banda AS CIGARRAS!!
No acreditava no que ouvia; aquele som que detestava
enchia agora sua casa de vida. Chegou a batucar com a
perninha , marcando o ritmo.
Eis que batem porta novamente:
Toc, toc, toc!
A formiga abre com receio a porta e, para surpresa sua, era
a Cigarra, toda elegante, com culos escuros, com um CD
na mo:
Veia, vim te trazer o meu novo lbum autografado: A
Cigarra e os Grilos Falantes; eu e minha tchurma tamos
fazendo a maior onda no rdio
, , que legal! Parabns!
Olhou para o cho, envergonhada, e balbuciou:
..., a colheita esse ano foi ruim...d pra me emprestar uns
trocadinhos ; te devolvo rapidinho...
A Cigarra no pensou duas vezes; enfiou a mo no bolso ,
tirou um bolo de dinheiro e deu-lhe:
Claro, amiga; no se preocupe; vou dar uma festinha hoje
noite; o som vai ser um arraso...
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A formiga esboou pela primeira vez um sorriso:


V-Vou, vou , sim!
E foi mesmo; a formiga se divertiu bastante, cantou,
danou e sorriu pela primeira vez em sua vida...
Moral da Histria: Esse mundo no nada daquilo do que
pensamos.

A Lebre Americana e a Tartaruga de Salvador

Certa vez, uma lebre americana, toda atarefada e


investidora em Wall Street, recebeu de seu mdico a
terrvel constatao: tinha o nvel de triglicrides alto, o
colesterol um absurdo, alm de presso alta. Recomendoulhe que praticasse exerccios e emagrecesse.
Mas como? No tenho tempo; tenho que aplicar dinheiro
na bolsa e avaliar os investimentos...
O coelho doutor balanou a cabea e reafirmou que tinha
que relaxar e fazer exerccio, seno ia explodir.

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A lebre ficou matutando como iria fazer isso, at que viu um


cartaz de uma tartaruga brasileira, do projeto Tamar,
recm- demitida, pois suas previses para a Copa deram
errado(imaginem que disse que a Argentina seria campe!).
A tartaruga propunha um desafio, que seria uma corrida
contra qualquer animal da Terra; acontece que a dita cuja
era da Bahia, terra em que o pessoal costuma curtir a vida ,
sem pressa e sem culpa, na maior malemolncia, l
Dorival Caymi.
Vendo aquilo, a Lebre riu e pensou: essa est no papo,
com o ego inflado desse tamanho, pensando na medalha e
em se vangloriar para os amigos. Ao ver a concorrente, riu
mais ainda e debochou: Dessa a eu ganho at com um p
nas costas.
A tartaruga, toda bonachona e boa praa, ainda desejou
boa sorte para o concorrente, como costuma acontecer com
brasileiros: , meu rei, que vena o melhor; Gil, Gal,
Bethnia, tudo lindo...
Iam dar a largada, isto , a lebre estava a postos, todo
arrogante e competidora, olhava adiante e nem piscava; a
tartaruga, porm, ainda cumprimentou dois compadres e
tirou uma sonequinha, pois tinha acabado de almoar; alm
disso parou para beber uma gua de coco geladinha.
Deram a largada: a lebre sumiu, levantando poeira; a
tartaruga perguntou : o meu rei, j deram a largada?
tudo lindo. Depois de um tempo largou, com aquele seu
passo lento e cheio de dengo; a lebre, porm j tinha
sumido no horizonte; a vitria era certa; j vislumbrava a
chegada. Parou, olhou para trs e viu l longe a tartaruga
no seu passinho lento: h, h, h, nunca foi to fcil
ganhar; s para humilh-la, vou deitar aqui a dois passos da
chegada e quando ela chegar perto, veno a corrida.
Porm, a lebre acabou pegando no sono; quando acordou,
viu que a tartaruga havia passado; levantou-se correndo,
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mas no deu tempo; a tartaruga havia ganhado! No , no


era possvel; ela lera todos os manuais sobre como ganhar
uma corrida, tinha um tcnico, personal treinner; como
aquela tartaruga subdesenvolvida ousava ganhar dela, uma
lebre de primeiro mundo?
A tartaruga, rolou no cho com o casco pra cima, de tanto
rir: meu rei, no sabe que aqui em Salvador tem um
ditado que diz: quem espera sempre alcana? Mas
acontece que a histria outra; ela chamou suas amigas;
todas tm a mesma cara, e, cada uma ficou num ponto da
estrada; foi s colocar uma perto da chegada e ganhar; no
se esqueam que estamos no Brasil, e , para tudo se d um
jeitinho!

Pinquio Poltico

Nono Gepeto era um velhinho simptico, marceneiro por


profisso, que era chamado assim mais por aparentar do
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que por ser um av de verdade; apesar de ter inmeras


qualidades, o arteso jamais encontrara uma dona que
aceitasse formar com ele uma famlia; era bonzinho,
simptico, mas quando dizia que trabalhava com madeira,
falavam: muito honrada profisso, e se mandavam, pois
naquela terra estavam atrs s de prncipes encantados.
Ele foi envelhecendo e, triste, pois a famlia cobrava: todos
os Gepettos casaram, s voc no, ma ch!. Alm disso ,o
instinto paterno existia; a mamma( mais velha ainda que
ele) pedia um neto, a , em vez dele procurar a soluo
tradicional, no, pegou um pedao de toco mgico, que
vendiam pela internet, e comeou a esculpir seu filho
adorado. Mas o que ele no sabia era que mandaram um
toco com defeito e , como o procon no funcionava na terra
encantada, deixou por isso mesmo; e o moleque era muito
malcriado; chamava ele de Geg, de Velho, na maior falta
de respeito.
O bondoso Gepeto, fez o que pde para educar o menino de
pau, comprou-lhe uma cartilha e mandou-o para uma
escola do Estado, pois era pobre, mas l viviam em greve,
quase no tinha aula e Pinquio se meteu com uns
moleques que no eram boa coisa; armou a maior confuso
e acabou expulso da escola, pois caoavam dele;
chamavam-no de perna de pau e no o aceitavam no time.
A que ele virou um moleque revoltado; no sabia quem
era a me e queria ser gente; quer dizer, queria ganhar
muita grana. Gepeto dizia: seja um menino bonzinho,
seno o nariz cresce. Qu, qu, qu- no acreditou, a
comeou a falar mentiras, e o nariz crescendo...O bom
Gepeto falou que era coisa da puberdade e quis pr panos
quentes, porm sabia que o moleque era um tremendo de
um mentiroso: mas que toco que foram me mandar...
Quando parecia tudo perdido ,Pinquio estava em seu
quarto e fazia um caloro; estava abafado, ento, abriu a
janela; da entrou pela janela um grilo verde, fazendo o
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maior barulho; Pinquio ficou fulo, e j ia dar-lhe uma


chinelada, quando o grilo comeou a falar:
-Oi, Eu sou do PGF, partido do grilo falante; eu prometo que
vou construir escolas, creches, aumentar o salrio
mnimo...eu prometo...
Pinquio j ia lhe dar de vez uma chinelada, quando o grilo,
com medo, falou:
-Q-quer ser meu correligionrio?
-Corre, o qu?
-Correligionrio; voc, com esse narigo, perfeito pro meu
partido...
E Pinquio foi um sucesso nos comcios; falava um monte
de mentiras, e todo mundo acreditava. Concorreu a uma
vaga no castelo encantado e ganhou fcil e, a ningum
mais reparava no nariz. Gepeto estava muito orgulhoso e a
famlia toda tambm, a , pra ele ser gente, s faltava a
fada madrinha, que ele encontrou numa balada; era
realmente uma fada; casou, teve muitos pinoquinhos e
viveram felizes para sempre, no reino da mentira.

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Romeu e Julieta, 500 anos depois

Estamos na famosa Verona, onde vemos a discusso da


famiglia Montecchio, pois a jovem Julieta no quer
obedecer , de jeito nenhum, s ordens dos pais; j
brigaram, a nonna tentou apaziguar, mas no teve jeito; ela
no iria se casar, de jeito nenhum , com o tal Pris, que
como dizia:usava umas roupitchas muito esquisitas e era
efeminado
-Mas ele da nobreza...- atalhava a mamma, j de olho na
grana do rapaz-e onde voc vai encontrar um partido
desses?
-No caso, no caso e no caso, pronto!
-E onde j se viu andar com esse p-rapado de Romeu, um
Capuleto! Essa gente uma ral, e nem fizeram direito
aquele servio que teu pai contratou; uns pilantras!
-Ah, ele legal; curte um rock e muito animado!
O pai s olhava, como a consentir-fazer o qu? No tempo
dele fazia o que os pais mandavam, mas , hoje em dia...
-Vou me trocar...
-Vai aonde?- o pai retrucou, mas viu que no tinha jeito; ela
nem ouviu...
-Voc mimou muito essa menina; onde j se viu? Agora ela
diz que se chama Juliette, pode? Reclamava a mama.
Enquanto isso, o belo rapago Romeu, rodava pelas ruas,
em seu, claro, Alfa-Romeo reluzente, ltimo tipo, que
comprara a prestao para pegar as meninas; assoviava
para as belas donas de Verona e se sentia o tal. Eis que
toca o celular :Julieta ,ta, t me chamando...-era o toque
personalizado. J t chegando; t a caminho...

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Enquanto isso, Julieta, na sua mini-midi saia, toda faceira e


perfumada, adentra a sala do ap, espera de seu
amado...
-Aonde vai assim- brada o pai.
-Assim como? No t vestida?
-Est quase sem nada ...- era a mama,inconformada.
-Ah, todo mundo anda assim hoje em dia; droga, s eu que
no posso; todas minhas amigas saem como querem; s eu
no posso, droga, droga, droga...-e correu bufando para o
quarto, a soluar....
A me apiedou-se e convenceu o pai:
-Deixa a menina sair como quiser; ela gosta dele; fazer o
qu?
O pai , com cara feia , concordou, mas lembrou a ela que
era um Montecchio, famlia importante de Verona...
-J sei, j sei, pai- e vestia agora um vestido mais curto
ainda.
Nisso, ouve-se a potente buzina:
- ele!- E sai ao balco, quer dizer, ao terrao do elegante
duplex e acena ao Romeu, no Alfa Romeo- guenta a que
estou convencendo os velhos...
E saram; e no que casaram, mesmo com toda a famiglia
contra, e, no tomaram veneno no, foram muito felizes,
curtiram muito a vida; Julieta estudou e seguiu uma
esplndida carreira; o Romeu s pensava em msica, mas
no importava e , quem cuidava mesmo da casa era a
Marivalda, excelente moa recomendada pela cunhada,
pois a Juliette no iria estragar as unhas na pia. Porm, as
famlias continuaram a no se dar, pois o safado do
Capuleto at hoje no consertou a pia como devia.

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Cinderela 2014

Era uma vez uma pobre menina rf, como milhes de


outras, mas, essa tinha algo especial: Chamava-se
Cinderela; quando a famlia no tem muitas posses,
capricha no nome pra ver se a pessoa d certo na vida,
mas, no foi o que aconteceu; imagine que em Portugal a
chamam de Gata Borralheira; gata vai l, at que elogio,
mas por que Borralheira? Ah, sim , que gosta de ficar junto
cozinha...
Foi criada de favor por uma tia horrorosa e viva que tinha
tambm umas filhas horrorosas, mas nada que um pouco
de grana e de plstica no resolvessem. Moravam naquele
suburbo perdido nos confins da cidade e, cabia Cindy,
como era chamada para facilitar a comunicao, o servio
pesado, ou seja, lavar, passar, cozinhar e limpar a casa da
velha ,em troca de um prato de comida, enquanto sua
filhinhas levavam a vida.
Nada disso seria diferente da vida de milhes, se a Cindy
no tivesse umas ideias doidas na cabea; quer dizer, tinha
o complexo de Cinderela, ou seja, sonhava com seu
prncipe encantado; at que era jeitosa, mas dali a algum
magnata se interessar por ela, sem gato pra puxar pelo
rabo, vai distncia grande; o prncipe em questo era o
Geriscleison Da Silva, porteiro do prdio vizinho e
muambeiro nas horas vagas; Geri sempre assoviava quando
a via voltando da padaria; sabe como ; quem est na pior
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esnoba quem est pior ainda, e, continuava a sonhar com o


prncipe encantado.
At que um dia:
-Vai ter um baile no castelo encantado e o prncipe
escolher uma esposa! Oba, vamos l- eram as filhas
horrorosas a falar.
-E eu posso ir?-Cinderela ingenuamente achava que poderia
ser concorrente.
-Lgico que no - rebatia a madrasta-voc no tem carteira
de trabalho assinada; j pensou se descobrem que no
recolho INSS?
Cindy recolheu-se e foi se queixar com seu nico amigo, um
rato cinzento de esgoto chamado Sebastio, que lhe
lembrou:
-Voc no tem aquela fada-madrinha?
mesmo; tinha uma madrinha, nem era fada, era s uma
velha madrinha; foi falar com ela que lhe arrumou um
vestido meio rodo de traas e cheirando naftalina; comprou
um sapato a prestao na lojinha da esquina; mesmo sem
muito luxo, at que elae era simptica ... e, toca para o
baile...
Chegando l, danou com uns e outros, mas queria a
ateno do prncipe, que, logo a notou, pois chamava a
ateno; danaram, mas, chegou a meia-noite e ela
precisava ir, pois o ltimo buso saa quela hora, seno
ficaria na rua; correu, no sem antes largar um de seus
escarpes na escada.
No dia seguinte, l estava o prncipe a procurar a dona
daquele sapatinho; experimentou nos pezes das filhas
horrorosas , lgico que no serviu, ento, colocou-o no p
de Ciderela; serviu!Eis que o prncipe se levanta e ,
gesticulando, vocifera:
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-Mas como tem coragem de ir com um sapato horroroso,


da 25 de maro, minha festa? Totalmente sem classe; um
horror!-quase que o prncipe teve um chilique; agora , ela
que no o queria; que ficasse para as filhas horrendas da
madrasta.
Mas eis que se ouve uma buzina: Era Gerisgleison, no seu
possante Fusco azul, todo tunado; ele tinha estudado
noite e j era chefe de portaria , mas tambm fazia
faculdade; Cindy saltou para dentro da viatura e foram dar
umas bandas. Com o tempo, deixou de sonhar com
prncipes e de se lamentar; estudou , se formou, casou-se
com o Geri e deu um bico na madrasta e nas filhas sem
graa.

Espies do Mundo

Lendo notcias recentes, vejo que estamos sendo


espionados atualmente, o que mostra que o Brasil deixou
de ser uma repblica banana; talvez estejam atrs da
frmula secreta do po de queijo ou do guaran. Mas o que
a maioria no sabe que no h s espies americanos,
mas do mundo inteiro; duvida? Vamos ver :

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Espio portugus: Todo mundo reparava naquele


portugus, com caneta atrs da orelha, espionando todo
mundo, espiava aqui, ali; era sair na rua e ele espiando ,
espiando, at gente tomando banho. A, um falou: ,
portugus, por que fica espiando todo mundo?
Eu sou do servio secreto de Lisboa e estou a espiaire a
todos...
, portugus, pra ESPIONAR, no pra espiar !
Ai, Jisus!

Espio boliviano: Ningum aguentava mais aquela msica,


dia e noite: carnavalito para bailar, carnavalito para
bailar, aquela flauta de bambu e o violozinho do boliviano
Jo soy lo espion boliviano; entreguem los documentos, ou
vou tocar carnavalito para bailar...
T bom, t bom, entrego os documentos secretos, mas,
para de tocar!...
Carnavalito para bailar...

Espio paraguaio : Alm de espionar, traz produtos


legtimos, made in Paraguai; um agente duplo, espio e
contrabandista. O problema que os documentos que
copiar podem ser falsificados, a mquina fotogrfica que
usa made in China e pode quebrar; tudo to falso que
vai confundir todo mundo, menos ele, hecho em Paraguay.

Espio argentino: Muito convencido e cheio de si, est


sempre exclamando : los espiones argentinos son los
mejores del mundo! ; Em Buenos Aires es todo mejor;
Maradona, el dios del futebol.. . To exibido, que acaba

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chamando a ateno de todos , sendo o primeiro a ser


preso.

Espio cubano : O mais fcil de descobrir; sabe por qu?


s olhar aquele cara cantando : Guantanamera..., e
falando : Viva la revolucion!.
Espio chins: O mais difcil de encontrar porque todos so
parecidos e todos tm praticamente o mesmo nome:
Est preso, Chung Fung Chong
Non, honolavel amigo, sou Fung Iong Chang ; ele que
Fong Gong Song.
Espio italiano : Fica de cinco em cinco minutos ligando pra
famlia e pra namorada ao invs de ligar pro quartel
general:
Mamma, nonna, zio, zia, primo, prima, la mia querida
famlia! Amore, amore mio, ti amo, ti amo, ti amo! Cspita!
Madona mia!
No espiona nada, mas cozinha que uma beleza!
Espio de Salvador: Fica na rede, espionando na maior
malemolncia:
, meu rei, vamos espionar hoje?
Vamo no, deixa pra semana que vem. Gil, Gal,
Betnia, tudo lindo.
Espio brasileiro: Anda na maior pose, cheio de ginga, o
malandro; comprou sua capa de James Bond na 25 de
maro e fica assobiando quando as mulheres passam;
quando perguntam seu nome, responde: Eu sou Z, Z da
Silva!. Com toda sua picardia, faz sua espionagem muito
bem , mas tem um porm: faz tudo certinho, espiona, tira
fotos, copia mensagens, mas, quando est tudo pronto,
chega pra quem foi espionado e fala, meio de lado: e a,
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doutor, libera uma grana pra cervejinha que eu solto os


documentos Depois, encerra o expediente e vai viajar,
porque tem feriado prolongado!

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