Atitudes Do Enfermeiro em Contexto de Ensino Clínico: Uma Revisão Da Literatura
Atitudes Do Enfermeiro em Contexto de Ensino Clínico: Uma Revisão Da Literatura
Atitudes Do Enfermeiro em Contexto de Ensino Clínico: Uma Revisão Da Literatura
Resumo
Com o decorrer do Ensino Clnico torna-se crucial
compreender de que modo as atitudes dos enfermeiros
influenciam o desempenho dos alunos.
Cuidados de excelncia s podem ser assegurados
com a passagem de testemunho do Enfermeiro para o aluno.
Nesta linha, as atitudes que os enfermeiros supervisores
apresentam, tornam-se o espelho e o reflexo do futuro
profissional.
O supervisor tem a capacidade de melhorar a
qualidade da formao do estudante, sendo que este tem o
dever de ser o catalisador da mudana. Um processo
interactivo e dinmico facilitador da aprendizagem
experiencial que permite a melhoria e a continuidade dos
cuidados.
Palavras-chave: Ensino Clnico, Superviso, Atitudes dos
Enfermeiros.
Abstract
During the passage through Clinical Teaching it
becomes crucial to understand how the attitudes of nurses
272
1.
Introduo
A formao dos estudantes de Enfermagem comporta vrias componentes
educativas, sendo elas a vertente terica, terico-prtica e o ensino clnico. O ensino
clnico constitui o primeiro impacto do estudante com a prtica clnica, iniciando assim
o seu processo de socializao como futuro profissional, e como tal de extrema
importncia para a sua formao e para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Neste sentido, torna-se pertinente compreender de que modo as atitudes, as
metodologias e as estratgias adoptadas pelos enfermeiros durante a superviso podem
influenciar o desempenho do estudante.
A superviso de estudantes de Enfermagem actual e tende a ser explorada de
forma a produzir conhecimento e a desenvolver estratgias de acompanhamento da
aprendizagem, que permitam parcerias na formao dos estudantes, de maior qualidade.
Para que este processo seja bem sucedido devero ser criadas condies que
potenciem o sucesso da trade enfermeiro docente estudante.
Nos ltimos anos, tm-se registado um aumento da participao dos
enfermeiros dos servios de sade na formao pr-graduada, tornando-se pertinente
analisar os diferentes estudos sobre as repercusses das atitudes dos supervisores na
formao do pr-graduado.
2.
273
274
275
276
277
278
279
280
Para Longarito (2003), citado por Dixe, 2007, o ensino clnico propcio ao
desenvolvimento do estudante de enfermagem, no entanto, tambm um local de
dificuldades e promotor de insegurana e stress. Para os estudantes, o facto de serem
orientados por enfermeiros leva diminuio de stress. O acolhimento, conhecimento
da cultura do servio e o prprio espao so factores que interferem na
adaptao/integrao (DIXE, 2007). Os estudantes preferem a orientao dos
enfermeiros, uma vez que caracterizam-na como mais real, mais adequada ao servio e
mais coerente com as necessidades dos doentes. Porm, referem que existe uma lacuna
entre a Instituio de Sade e a Escola no que diz respeito orientao no processo de
enfermagem e no registo de notas de enfermagem (CARVALHAL, 2003).
O stress provocado pela inexperincia do estudante, a falta de capacidade de
gerir o tempo na prestao de cuidados e os objectivos, por vezes demasiado
ambiciosos, levam a uma perda de controlo por parte do estudante (Abreu, 2007). A m
execuo das tcnicas , para 89,5% dos enfermeiros, uma situao de dificuldade nos
estudantes. O estabelecimento de prioridades na organizao do trabalho em funo dos
doentes , para 52,6% dos enfermeiros, geradora de dificuldades nos estudantes. Alm
disso, a no utilizao do processo de enfermagem na prtica do servio limitadora de
competncias na orientao dos estudantes, segundo 10,5% dos enfermeiros
(LONGARITO, 2002).
Como aspectos negativos surgem o deficiente desempenho e planeamento da
orientao, a divergncia entre a teoria e a prtica, a relao com os orientadores, a falta
de esclarecimento de dvidas, a falta de conhecimentos do estdio de desenvolvimento
dos estudantes. Alm disso, as diferenas entre a forma de orientar dos diferentes
enfermeiros leva a equvocos na prestao de cuidados. Os diferentes mtodos de
trabalho na prpria equipa de enfermagem, a realizao de ms tcnicas por parte dos
enfermeiro e a pouca preparao pedaggica destes, levam a um deficiente desempenho
dos orientadores e a uma inconsistente formao do estudante (Dixe, 2007).
Os enfermeiros consideram que so um elemento activo e facilitador na
formao do estudante, uma vez que proporcionam uma integrao na dinmica do
servio. Referem tambm que a sua orientao se direcciona para a facilidade de
resoluo de problemas, de diminuio de stress, de desenvolvimento de auto confiana,
do pensamento crtico e de destrezas tcnicas dos estudantes (Longarito, 2002). A
estimulao da autonomia do estudante pode ser facilitada, segundo alguns enfermeiros,
atravs da demonstrao das prticas, de simulaes reais, de estudos de caso, de
reunies de estgio, de debates, de discusses construtivas e de formulao de questes
281
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABREU, Wilson Correia (2003). Superviso, qualidade e ensinos clnicos: que parcerias para a
excelncia em sade? Coimbra: Formasau. ISBN 972-8485-35-2.
ABREU, Wilson Correia (2007). Formao e aprendizagem em contexto clnico. Coimbra: Formasau,
295 p. ISBN 978-972-8485-87-0.
ARCO, Antnio Reis (2005) Superviso pedaggica no ensino clnico de enfermagem. Revista sinais
vitais, N. 58 (Janeiro 2005). Coimbra. ISSN 0872 8844.
282
CARVALHAL, Rosa (2003). Parcerias na formao. Papel dos orientadores clnicos: perspectivas dos
actores. Loures: Lusocincia. ISBN 972-8383-40-1.
CARVALHO, Antnio Carlos (2006). O ensino clnico de enfermagem. Enfermagem. II srie, N. 42/43
(Abril/ Setembro 2006). Lisboa. ISSN 0871-0775.
DIXE, Maria dos Anjos Coelho Rodrigues (2007). Opinio dos estudantes de enfermagem sobre a
orientao em parceria, enfermeiros orientadores e docentes dos ensinos clnicos. Enfermagem. II srie.
N 47/48 (Julho/ Dezembro 2007). Lisboa. ISSN 0871-0775.
FARIA, Sidnio (Julho 2007). Superviso clnica na enfermagem no caminho da excelncia dos
cuidados.
[em
linha].
[consultado
em
2
de
Outubro
2009].
Disponvel
em
<http://www.forumenfermagem.org/index2.php?option=com-content&do_pdf=18id=2959>.
FONSECA, Maria Jos Lopes (2006). Superviso em ensinos clnicos de enfermagem: perspectiva do
docente. Coimbra, 125 p. ISBN 972-8485-68-9.
LONGARITO, Clementina Sousa (2002). O ensino clnico: a importncia da orientao e a construo
do saber profissional. Revista Investigao em Enfermagem. N 5 (Fevereiro 2002). Coimbra. ISSN
0874-7695.
SERRA, Miguel Nunes (2006). Superviso dos estudantes de enfermagem realizada por enfermeiros de
prtica clnica: a perspectiva dos actores. In: Associao Portuguesa de Enfermeiros/Investigar para
melhor cuidar. Lisboa: APE, 27 p.
SIMES, Joo Filipe Fernandes Lindo et al. (2006). Superviso em ensino clnico de enfermagem: trs
olhares cruzados. Revista Investigao em Enfermagem. N 14 (Agosto 2006). Coimbra. ISSN
0874-7695.
SIMES, Joo Filipe Fernandes Lindo (2007). Superviso em ensino clnico de enfermagem: a
perspectiva dos enfermeiros cooperantes. Enfermagem. II Srie. N 47/48 (Julho/ Dezembro 2007).
Lisboa. ISSN 0871-0775.
SIMES, Joo Filipe Fernandes Lindo & Garrido, Antnio Fernando da Silva (2007). Finalidade das
estratgias de superviso utilizadas em ensino clnico de Enfermagem. Texto & Contexto - Enfermagem.
[em linha]. 16(4) Outubro-Dezembro 2007, Florianpolis, pp. 599-608. [consultado em. 17 de Outubro
2009].
Disponvel
em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010407072007000400003&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0104-0707. doi: 10.1590/S0104-07072007000400003.
SIMES, Joo Filipe Fernandes Lindo; Alarco, Isabel; Costa Nilza (2008). Superviso em ensino
clnico de enfermagem: a perspectiva dos enfermeiros cooperantes. Revista Referncia. II srie. N. 6.
(Junho 2008). Coimbra. ISSN 0874-0283.