A Pedagogia Da Liberdade em Paulo Freire
A Pedagogia Da Liberdade em Paulo Freire
A Pedagogia Da Liberdade em Paulo Freire
educador constate. Contatando, ele pode intervir. Intervindo ele educa e se educa. A
pesquisa proporciona conhecer o que ainda no se conhece e comunicar ou anunciar a
novidade.
Os educandos so portadores de uma viso de mundo prprios. O educador deve
respeitar os saberes dos mesmos, sobretudo os das classes populares. Saberes estes que
foram socialmente constitudos na pratica comunitria. Mas indo alm disso o autor
prope discutir com os alunos a razo de ser de alguns desses saberes em relao com o
ensino dos contedos.
Esta reflexo acaba por trazer a questo o estabelecimento de uma necessria
intimidade entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experincia
social que eles tem como indivduos.
A prtica educativa tambm exige criticidade. A curiosidade humana, manifestao
presente a experincia vital, vem sendo histrica e socialmente construda e
reconstruda. Isso porque a promoo da ingenuidade para a criticidade no se d
automaticamente. Uma das tarefas precpuas da prtica educativa-progressista o
desenvolvimento da curiosidade crtica, insatisfeita, indcil.
Uma necessria promoo da ingenuidade para a criticidade, para Freire, no pode ou
no deve ser feita a distancia de uma rigorosa formao tica sempre ao lado da esttica.
Decncia e boniteza de mos dadas, como afirma nosso autor.
prprio do pensar certo, a disponibilidade ao risco, a aceitao do novo que no pode
ser negado ou acolhido s porque novo, assim como o critrio de recusa ao velho no
apenas o cronolgico. Continua novo o velho que preserva sua validade ou que
encarna uma tradio ou marca uma presena no tempo.
Fazendo parte igualmente do pensar certo, a rejeio a qualquer forma de discriminao,
torna-se imprescindvel. Uma prtica preconceituosa de raa, de gnero, por exemplo,
ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia.
Este saber necessrio ao professor no apenas precisa ser apreendido por ele e pelos
educandos nas suas razoes de ser, mas tambm precisa ser constantemente
testemunhado, vivido. Isso imputa o reconhecimento de que ensinar exige a conscincia
do inacabado.
Alm disso, outras questes ganham a agenda da pratica educativa. A humildade, a
tolerncia, a liberdade.
O ato de educar deve ser visto como uma forma de interveno no mundo. Afinal, fica
claro o campo de disputa que se torna o conhecimento. Freire ao tomar o ponto de vista
dos excludos, deixa ntido que ensinar ideolgico. Ele dedica uma parte do seu livro
s para esta afirmao. Num mundo em que a explorao ceifa milhes de vidas, os
subalternos tero que tomar conscincia de que muitas das suas limitaes so
socialmente impostas. A sua capacidade de ir alm dos condicionamentos, estimulados
pela curiosidade e assentados na pratica cotidiana so ferramentas para um projeto
maior: a autonomia do ser humano.