Resumo - Pedagogia Da Autonomia
Resumo - Pedagogia Da Autonomia
Resumo - Pedagogia Da Autonomia
Presidente Clinton no seu discurso de 1997 ao Congresso dos Estados Unidos focou a
Educação como primeira prioridade no seu plano de acção para o seu segundo
mandato. A seguir, em A Call to Action For American Education, o Presidente dos
Estados Unidos refere-se a várias áreas de acção incluindo a formação de docentes
mas esta é feita duma maneira generalizada. No entanto, a formação de professores e
professoras adequada as necessidades actuais, é um dos alicerces fundamentais a todo
o processo de reforma educativa, dada a mudança demográfica nas escolas dos EU. Os
educandos actualmente provêem duma sociedade multicultural com uma diversidade
de famílias, culturas, raças, línguas e níveis socio-economicos... A todos devemos um
sistema educativo eficiente e respeitador, que os prepare eficazmente para as
realidades academicas, profissionais e sociais do século XXI.
Esta é uma das razões porque achamos o último livro do mui estimado Professor Paulo
Freire a Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa resposta e
contribuição essencial para o processo de formação de docentes nos Estados Unidos-- e
no mundo - - onde o sistema educativo nem sempre corresponde às necessidades dos
alunos e alunas, especialmente, os menos favorecidos, por mais incrível que pareça.
Este é um livro extraordinário que deve ser considerado como texto essencial de
leitura e reflexão pelos responsáveis da educação e formação a todos os níveis.
Igualmente, para ele, educar é como viver, exige a consc iência do inacabado porque a
"História em que me faço com os outros (...) é um tempo de possibilidades e não de
determinismo"(p.58). No entanto, tempo de possibilidades condicionadas pela herança
do genético, social, cultural e histórico que faz dos homens e das mulheres seres
responsáveis, sobretudo quando "a decência pode ser negada e a liberdade ofendida e
recusada"(p.62). Segundo Freire, "o educador que 'castra' a curiosidade do educando
em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a
liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar- se. Não forma, domestica"
(63). A autonomia, a dignidade e a identidade do educando tem de ser respeitada,
caso contrário, o ensino tornar- se- á "inautêntico, palavreado vazio e inoperante"
(p.69). E isto só é possível tendo em conta os conhecimentos adquiridos de
experiência feitos" pelas crianças e adultos antes de chegarem a escola.
Para Freire, o homem e a mulher são os únicos seres capazes de aprender com alegria
e esperança, na convicção de que a mudança é possível. Aprender é uma descoberta
criadora, com abertura ao risco e a aventura do ser, pois ensinando se aprende e
aprendendo se ensina.
Como já referimos, embora o pano de fundo para Paulo Freire seja o Brasil, a sua
filosofia de educação é um clamor universal em favor da esperança para todos os
membros da raça humana oprimida e descriminada. Neste sentido, afirma que
qualquer iniciativa de alfabetização só toma dimensão humana quando se realiza a
"expulsão do opressor de dentro do oprimido", como libertação da culpa (imposta) pelo
"seu fracasso no mundo".
Para Freire, a educação é ideológica mas dialogante e atentiva, para que se possa
estabelecer a autêntica comunicação da aprendizagem, entre gente, com alma,
sentimentos e emoções, desejos e sonhos. A sua pedagogia é "fundada na ética, no
respeito `a dignidade e `a própria autonomia do educando"(p.11). E é "vigilante
contra todas as práticas de desumanização"(p.12). É necessário que "o saber- fazer da
auto reflexão crítica e o saber- ser da sabedoria exercitada ajudem a evitar a
"degradação humana" e o discurso fatalista da globalização", como ele tão bem diz.
Para Paulo Freire o ensino é muito mais que uma profissão, é uma missão que exige
comprovados saberes no seu processo dinâmico de promoção da autonomia do ser de
todos os educandos. Os princípios enunciados por Paulo Freire, o homem, o filosofo, o
Professor que por excelência verdadeiramente promoveu a inclusão de todos os alunos
e alunas numa escolaridade que dignifica e respeita os educandos porque respeita a
sua leitura do mundo como ponte de libertação e autonomia de ser pensante e
influente no seu próprio desenvolvimento.
A Pedagogia da Autonomia é sem dúvida uma das grandes obras da humanidade em
prol duma educação que respeita todo o educando (incluindo os mais desfavorecidos) e
liberta o seu pensamento de tradições desumanizantes - porque opressoras.
Nota Final
Não podemos deixar de reconhecer que além da riqueza intelectual de idéias que serão
a base de muitos diálogos e reflexões, este livro é escrito tal como outros do mesmo
autor, numa linguagem não sexista o que é raro ver- se nas publicações em língua
portuguesa. Paulo Freire demonstra a todos os falantes da língua portuguesa,
acostumados à maneira masculina de ver o mundo, a qual tem mantido invisível
metade da humanidade - os seres femininos, que a língua Portuguesa também nos
proporciona as possibilidades do uso de linguagem que respeita a comparticipação
visível e dignificante da mulher no mundo actual. Para Paulo Freire não existe
unicamente o homem, o professor, o aluno, o pai mas também a mulher, a professora,
a aluna, a mãe!