Equinos

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Universidade Federal Rural do Semi-rido

Departamento de Cincias Animais


Disciplina: Fisiopatologia da reproduo
Professora: Alexandre Rodrigues





Manejo Reprodutivo em Eqinos






Componentes: Antnio Leandro Ferreira da Costa
Rodolfo Gurgel Vale
Ilanna Vanessa Pristo de M. Oliveira
Yasmin Matheus Duarte Varela


Mossor, 12 de Maio de 2010.


ndice

Introduo.........................................................................................................................1
Anatomia e Fisiologia dos eqinos....................................................................................2
Anatomo-fisiologia do garanho.......................................................................................2
Anatomo-fisiologia do aparelho genital da gua...............................................................3
Puberdade..........................................................................................................................3
Maturidade.........................................................................................................................4
Exame Androlgico do Garanho.....................................................................................4
Endocrinologia do ciclo estral...........................................................................................4
Papel do estrgeno.............................................................................................................5
Cio.....................................................................................................................................6
Sazonalidade e fotoperodo...............................................................................................6
Cobertura...........................................................................................................................7
Rufio................................................................................................................................7
Persistncia do corpo lteo................................................................................................7
Controle do funcionamento ovrico..................................................................................7
Anomalias do funcionamento do ovrio...........................................................................8
Regras de higiene da monta..............................................................................................9
Estao de monta...............................................................................................................9
Monta Natural....................................................................................................................9
Monta Natural Controlada.................................................................................................9
Inseminao artificial......................................................................................................10
Transferncia de embries...............................................................................................11
Fecundao......................................................................................................................11
Sinais de gestao............................................................................................................12
Escore corporal................................................................................................................13
Alimentao.....................................................................................................................13
Cuidados com a gua gestante.........................................................................................14
Sinais e fases do parto.....................................................................................................16
Sincronizao do cio.......................................................................................................18
Concluso........................................................................................................................19
Referncias bibliogrficas...............................................................................................20
Anexo..............................................................................................................................23

















Introduo

A maioria dos povos do mundo mantm uma relao apaixonante com o cavalo. O
cavalo s no habita regies de clima e vegetao extrema-mente inspitos, onde lhe
seria impossvel viver ou ser utilizado. Nas demais reas acompanham o homem em sua
luta pela sobrevivncia. Nenhum outro animal tem ajudado tanto o homem, em quase
todas as atividades ao longo de eras.
O Brasil possui o terceiro maior rebanho eqino do mundo, com
aproximadamente 5,9 milhes de animais, que movimentaram, em 2005, em torno de
R$ 7,3 bilhes e geraram mais de trs milhes de empregos diretos e indiretos (Guerra
& Medeiros, 2005). Segundo dados do relatrio de 2006 da IETS (Sociedade
Internacional de Transferncia de Embries) o Brasil ainda ocupa o terceiro lugar no
cenrio mundial em transferncia de embries, realizando 9300 lavados e 5700
transferncias de embries.
O estudo da reproduo de eqinos tem como meta angariar conhecimentos que
levam a produo de animais selecionados com aplicao de tecnologias modernas a um
custo mais baixo.
Nestas duas ltimas dcadas, o estudo da reproduo na espcie eqina evoluiu
bastante com o advento da prostaglandina, da Inseminao Artificial (I.A.), da
ultrassonografia, da transferncia de embries entre outros.































Antnio Leandro Ferreira da Costa

1- Anatomia e Fisiologia dos eqinos

Para se realizar o manejo reprodutivo de cavalos importante ter
conhecimento de sua anatomia e fisiologia reprodutiva para que se faa o manejo de
forma adequada, levando em conta suas particularidades e funcionamento. Esse
conhecimento trs uma srie de benefcios, pois ajuda no sucesso reprodutivo do animal
impedindo que o criador tenha perdas de produtividade reprodutiva deste animal.

2- Anatomo-fisiologia do garanho

2.1- Bolsa escrotal
Aloja os testculos, os protege e importante na termorregulao juntamente
com o msculo cremster e com o plexo pampiniforme.

2.2- Testculos
Esto localizados na bolsa escrotal, posio horizontal, na regio inguinal, tem
formato oval, mede de 8 a 12 cm de largura.

2.3- Ductos deferentes
um tubo muscular que propele os espermatozides para o ducto ejaculatrio
na uretra prosttica, no momento da ejaculao.

2.4- Ampolas de vater
Ela volumosa, contrtil e participa da ejaculao, e uma dilatao do
conduto deferente.

2.5- Prstata
uma glndula mpar que circunda a uretra plvica, no cavalo uma estrutura
discreta em forma de noz, ela emite uma secreo opaca, odorfera e alcalina por
ocasio da ejaculao.

2.6- Vesculas seminais
So glndulas pares que desemboca na uretra plvica atravs de diversos
ductos ejaculatrios.

2.7- Bulbo uretral
So glndulas pares que emitem por ocasio da ereo aproximadamente 10
mL de uma secreo viscosa com a funo de limpar a uretra e neutralizar o PH.

2.8- Pnis
do tipo bulbo esponjoso, est alojado na bainha prepucial, comprido e
muito ertil e sua uretra faz protruso de alguns centmetros desde a superfcie da
glande.







3- Anatomo-fisiologia do aparelho genital da gua


3.1- Ovrios
Tem em sua estrutura um epitlio germinativo, crtex, folculos, corpos lteos,
corpos albicans, medula, rea de irrigao e inervada. Sua funo gametognica e
endcrina hormonal (estrgenos, progesterona, andrgenos, inibina, activina).

3.2- Tubas uterinas
Tem como grande funo transporte, nutrio e proteo.
Sua estrutura composta por: fimbrias - so projees digitiformes moveis que
tem a funo de captar o ocito. Infundbulo - sua funo transportar o ocito. Ampola
- local onde vai acontecer a fecundao. stimo - Regio de transio entre o tero e as
tubas uterinas vai acontecer seleo espermtica e os espermatozides iro ficar
armazenados.

3.3- tero
Ele formado por trs regies onde o endomtrio a mais externa, o local
onde vai acontecer a gestao. Ele alberga o concepto, tambm tem funo de proteo,
nutrio, transporte e seleo espermtica. Nele formada a placenta e tambm onde
ocorre o controle do ciclo estral, e a mecnica do parto.

3.4- Crvix
Tambm chamada de colo uterino ela um esfncter natural que vai se abrir
durante o estro e o parto. Tem funo de nutrir, selecionar, transportar os
espermatozides, mas sua principal funo proteo.

3.5- Vagina
um rgo tubular copulador da fmea, ela produz anti-corpos e o Ph vaginal
tem ao de proteo.

3.6- Vestbulo e clitris
No vestbulo encontra-se a fossa do clitris e a uretra. O clitris est
constitudo de dois corpos cavernosos curtos e delgados, uma glande e um msculo
squio-cavernoso.

3.7- Vulva
A grande funo da vulva o direcionamento do pnis, rica em glndulas de
feromnio. limitada por dois lbios verticais e possui o orifcio vulvar.

4- Puberdade
Nos eqdeos em geral, o instinto de reproduo aparece em torno dos 18 meses,
contudo, a reproduo de animais jovens no recomendada porque a gua, fecundada
na fase de crescimento - at os 30 meses - retira o alimento para a constituio do feto
do prprio organismo e, conseqentemente, atrapalha o seu desenvolvimento.


5- Maturidade
A idade mais recomendada para o incio da reproduo nos machos de 3 anos e nas
fmeas varia de 3 a 5 anos. Esta variao ocorre por vrios fatores do meio e,
principalmente, alimentao.

6- Exame Androlgico do Garanho
O garanho tem um volume espermtico de 60 a 100 ml, motilidade entre 40 e
75%, seu tempo de ejaculao em mdia de 10 a 15 segundos e a deposio ocorre no
tero.
Os critrios de seleo e uso de um garanho envolvem seu desempenho,
conformao e pedigree. Muitos fatores influenciam a libido, a habilidade de monta e
at mesmo a coleta de smen. Estes fatores podem ser hereditrios, relacionados ao
meio ambiente ou adquiridos, e so altamente influenciados pelo manejo do garanho.
O objetivo deste exame a avaliao da capacidade reprodutiva do Garanho. A
importncia est justamente em saber e garantir os aspectos referentes qualidade dos
espermatozides do smen. Com o laudo em mos possvel adotar as melhores
condutas para a temporada de monta.
Um exame androlgico completo deve conter informaes da libido e da
habilidade de monta (cpula), potncias coeundi e generandi, dados sobre a quantidade
e a qualidade dos espermatozides (motilidade, morfologia/patologia e concentrao
espermtica), a avaliao da sade geral do garanho e o histrico clnico-reprodutivo,
seguido do exame especfico do aparelho reprodutor: pnis, testculos e glndulas
anexas. Em casos especficos de infertilidade ou sub-fertilidade o exame androlgico
uma importante ferramenta para diagnstico e terapia do garanho.

7- Endocrinologia do ciclo estral

Chamamos de ciclo estral o intervalo de dias que separa dois cios sucessivos, ou
seja, o perodo que vai do inicio do cio at o inicio do outro cio consecutivo. A gua
s aceita o acasalamento no perodo do cio ou estro, esta fase dura em mdia sete (7)
dias, o intervalo entre dois cios consecutivos e de 21 a 23 dias. O perodo que vai do
final do cio at o inicio do outro cio chamado de diestro, neste perodo a gua no
aceita o garanho.


DIESTRO ( 14 dias)
1 dia 7 dias 1 dia 7 dias

CICLO ESTRAL
( 21 dias)

Figura - Representao do ciclo estral
CIO ou estro CIO ou estro


8- Papel do estrgeno

So produzidos pelas clulas foliculares principalmente pelas clulas da
granulosa, eles levam a formao das caractersticas sexuais secundrias das fmeas, ele
vai desencadear toda a sintomatologia externa do cio, desencadeia o comportamento o
comportamento sexual nas fmeas atua na formao dos ductos da glndula mamria,
altera a bioqumica dos fluidos, atua no tero, na formao de receptores para a
progesterona, e responsvel por um esquema de retroalimentao em direo ao eixo
hipotalmico hipofisrio que vai culminar no pico de LH.










































Rodolfo Vale

1- Cio

Normalmente, as fmeas s se deixam acasalar quando esto no cio, pois este ,
justamente, o perodo em que elas esto aptas a conceber, ou seja, a engravidar ou
enxertar.
Quando no cio, as guas apresentam os seguintes sinais: vulva e vaginas
congestionadas e que secretam um lquido viscoso, lubrificante e com um cheiro
caracterstico, que atrai os machos. O colo do tero se relaxa, deixando escapar um
muco, s vezes estriado, de sangue, que escorre pela vagina e pela vulva, do qual se
desprende um odor caracterstico que atrai e excita o macho. A temperatura vaginal fica
mais elevada; a gua fica agitada e excitada; urina bastante; mantm a vulva
ligeiramente entreaberta e relincha a toda hora.
Seu temperamento se modifica e ela procura o macho, tendo as orelhas viradas
para trs e a cauda levantada e, em geral, virada para um dos lados, descobrindo a sua
vulva. Muitas vezes ela perde o apetite e movimenta o clitris.
O cio dura, em mdia, 7 dias e a cobrio no incio do cio negativa, devendo-se
esperar que o cio se torne mais acentuado. Novas cobries podem ser realizadas a cada
2 dias, at que o cio acabe. A ovulao se d 24 a 48 horas antes do trmino do cio e, o
vulo fecundado de 6 a 8 horas aps ter sido liberado. O espermatozide tem
vitalidade aproximada de 48 horas no trato genital da fmea. Se a gua no reentrar no
cio depois de 16 dias de gestao provvel que tenha sido fecundada. O intervalo entre
2 cios consecutivos de 21 dias.
O "cio do potro" deve ser utilizado como forma de maximizar a utilizao da
doadora, podendo-se acrescentar mais uma coleta, ou at mais um embrio, dentro da
mesma estao de monta.

2- Sazonalidade e fotoperodo

No eqino, o ritmo circanual da reproduo primariamente regulado pelas
mudanas no fotoperodo. Este sinal ambiental traduzido para um sinal endcrino na
glndula pineal que secreta melatonina durante a fase de escurido. Na gua, dias curtos
so associados queda na secreo de gonadotrofinas e conseqente diminuio na
atividade ovariana.
A maioria das guas pra de ciclar durante as estaes de outono-inverno, quando
a luminosidade diria diminui, este perodo chama-se anestro estacional e volta a ciclar
durante as estaes de primavera-vero, j durante a gestao a gua apresenta um
quadro de anestro gestacional com ausncia de cio. As guas so conhecidas como
polistricas estacionarias, pois tem mais de um ciclo por ano e esses ciclos ocorrem num
perodo determinado do ano como em determinadas estaes. As guas possuem uma
particularidade em relao s outras espcies fmeas domsticas que a ruptura do
folculo em uma pequena zona delimitada do ovrio: fossa ovulatria.
Entre os mtodos existentes para estimular as guas ciclarem mais cedo, o mais
eficiente e utilizado a iluminao artificial. Esta se deve iniciar no dia 21 de junho
(incio do solstcio de inverno = dia mais curto do ano) e se prolongar at ocorrer a
primeira ovulao das guas. Trabalhos recentes mostram que guas colocadas em luz
artificial por 5 horas/dia (das 17 s 22 horas) estaro ciclando normalmente e prontas
para serem utilizadas aps 35 a 40 dias do incio do programa de iluminao artificial.


importante lembrar que este mtodo muito funcional, porm s atinge seus objetivos
se as guas estiverem em bom estado nutricional e sanitrio.
O controle da atividade ovariana regulado pelo fotoperodo (durante perodos de
luz) em funo das estaes do ano. Assim, modificando a durao do fotoperodo
dirio ou realizando noites farmacolgicas com a administrao de melatonina
possvel modificar o controle estacional dos ciclos estrais. O objetivo ter guas
ciclando o ano inteiro.

3- Cobertura

Um garanho sadio e bem alimentado pode cobrir de 40 a 50 guas por ano
fazendo, em mdia, 3 coberturas por semana. O reprodutor deve estar sempre bem
alimentado e em boas condies de sade, mantendo-se sempre ativo, atravs de
exerccios.
Uma fmea tem ciclo estral mdio de 21 dias, tem uma vida til reprodutiva dos 2
aos 20 anos de idade, podendo chegar at mais.
H trs sistemas de coberturas: em liberdade, mo ou mistas. No Brasil,
praticamente, podem ocorrer em todos os meses, variando de acordo com as regies em
que se encontrem e com os tipos ou objetivos das criaes.

4- Rufio

O tipo do rufio escolhido e a qualidade tcnica do rufiador so os principais
fatores de sucesso na deteco das guas no cio. Deve se evitar o uso de animais de
temperamento agressivo e tambm o uso do garanho, a fim de se evitar acidentes.
Um sistema que permite rufiar diversas guas quase que ao mesmo tempo o
sistema Australiano, onde as fmeas ficam separadas do rufio por uma cerca de tal
maneira que o rufio possa manter contato fsico com cada uma delas individualmente

5- Persistncia do corpo lteo

A ausncia de cios no indica necessariamente que a gua esteja gestante. Pode
ocorrer que no seja destrudo o corpo lteo por deficincia de secreo de
prostaglandina e sua presena pode persistir por dois ou trs meses.
Por outro lado, no comeo da estao de monta, algumas guas podem apresentar
cios mais ou menos regulares e em certos casos de maneira continua. Nesses casos a
fmea no ovula e os cios so infrteis. Esse fenmeno muito comum em potrancas de
dois para trs anos, no inicio da vida reprodutiva sendo conhecido como cio
psicolgico.

6- Controle do funcionamento ovrico

A secreo de LH na gua bastante diferente das demais espcies. Na vaca, na
ovelha, na rata e na mulher, a secreo de LH muito forte durante um perodo de
algumas horas e constitui o que pode ser considerado um sinal, que desencadeia a
ovulao. Na gua, no se constata este sinal e o aumento de LH progressivo,
permanecendo esses ndices elevados aps a ovulao perodo no qual so muito baixo
nas fmeas de outras espcies.



7- Anomalias do funcionamento do ovrio

7.1- Poliovulao
Ruim, pois pelo tipo de placenta a gua no suporta uma gestao gemelar (ou
morrem os dois ou nascem muito fracos e acabam morrendo. Bom porque para uma boa
doadora, isso passa a ser uma vantagem, pois vrios embries podero ser coletados.

7.2- Cios anovulatrios
So aqueles em que a gua apresenta desenvolvimento folicular com sinais
externos de cio, mas sem ovulao. O crescimento folicular pode chegar ate a fase pr
ovulatria e depois regride, no havendo ovulao. Como no se forma corpo lteo, o
desenvolvimento folicular retorna seu crescimento num intervalo mais curto (menos de
15 dias). Esses casos so raros e regularizam-se sem nenhuma medicao.

7.3- Cios interrompidos
O cio pode ser interrompido por um ou mais dias e voltar em seguida.
Acredita-se que seja por um problema comportamental (guas com sinais de cio difceis
de detectar). Pensa-se, tambm, que possa ser uma conseqncia dos cios anovulatrios.

7.4- Cios silenciosos
So mais vistos em guas gordas em lactao, nas quais ocorrem os sintomas
internos de cio tais como: desenvolvimento folicular, sinais de hiperemia de mucosa
vaginal e ovulao sem, entretanto, demonstrar sinais externos de cio.




























Ilanna Pristo


1- Regras de higiene da monta

Tem dois objetivos: diminuir a presso microbiana sobre as mucosas genitais e
impedir a transmisso de germes patognicos entre os reprodutores.
No garanho: manter o pnis limpo, sem comprometer a integridade da mucosa e
da flora bacteriana. Deve ser feita em intervalos regulares (quinzenal ou mensal), deve-
se limpar com gua morna e sabo neutro e depois enxaguar bem o pnis do animal.
Na fmea: carrear o mnimo de germes para o tero da gua, alem daqueles
levados pelo smen.
Todo suporte material ou manual, em contato com o aparelho genital, deve ser
descartvel ou estar protegido por luva descartvel; esterilizado ou ainda ser de uso
individual.

2- Estao de monta

A estao de monta compreende, no Brasil, em outubro, novembro e dezembro,
que so os meses de maior fecundidade. O surgimento do primeiro cio depois do parto
acontece no 7 ao 11 dia. Este chamado "cio do potro" ou "cio post-partum". Neste
cio recomendado seu aproveitamento para nova cobertura, se o parto foi normal e os
rgos genitais se encontram em boas condies.
Um garanho adulto pode praticar uma a duas montas (uma de manh e outra
tarde) por dia, desde que alimentado adequadamente (com reforo de protenas).
Anualmente, um reprodutor pode cobrir de 50 a 80 fmeas, quando na monta dirigida, e
de 20 a 40 quando for monta de campo.

3- Monta Natural

Tcnica que no tem a interferncia do homem para que ocorra a fecundao.
Apresenta como principal vantagem a diminuio da mo-de-obra, j que exclui a
necessidade de observao de cio bem como o treinamento de pessoal.
J as desvantagens so: as cpulas ocorrem livremente, sem interferncia do
homem e tambm noite, portanto as anotaes ficam prejudicadas; o garanho pode
transmitir doenas s fmeas, pois a dificuldade de controle sanitrio maior; risco de
ocorrer acidentes quando a fmea for coberta por um garanho muito grande ou pesado
ou mesmo com as pessoas quando o macho apresentar comportamento agressivo;
aumenta a possibilidade de acidentes com o prprio garanho; risco na utilizao de
garanhes no comprovados com gentica superior, reduzindo a produo.

4- Monta Natural Controlada

Apresente como vantagens: o controle reprodutivo, pois permite registrar os dados
em relao data que ocorreu a cpula e quantas vezes a gua foi coberta, programando
as coberturas e paries e permitindo a identificao de problemas reprodutivos;
aumenta a vida til do garanho; diminui a possibilidade de acidentes com o garanho;
permite maior aproveitamento de reprodutores, em relao monta natural, pois ele
cobre maior nmero de guas por ano.


J as desvantagens so: necessita de um bom manejo para identificao da fmea
em cio e separao dela para o servio quando ainda esteja aceitando a monta, o que
pode acarretar perda de cios; maiores gastos com mo-de-obra e instalaes; o consumo
desses animais deve ser controlado para evitar a obesidade e, conseqentemente, no
prejudicar o desempenho reprodutivo.

5- Inseminao artificial

A inseminao artificial uma tcnica usada para introduzir o smen no interior
do tero da fmea com a interferncia do homem. Ela envolve, desde o manejo para
coleta do smen, at o armazenamento (ou no) desse smen e a inseminao
propriamente dita. Pode ser feita com smen fresco que, nesse caso, no necessita de
armazenamento pois a coleta e a inseminao so feitas seqencialmente, com os dois
animais (macho e fmea) presentes na mesma propriedade; com smen resfriado, que
possibilita o armazenamento do smen de at 48 horas; ou com smen congelado, que
permite o armazenamento dele por anos. Essa tcnica, como todas as outras, apresenta
uma srie de vantagens bem como algumas desvantagens.
Os cuidados com a preservao da manuteno da capacidade fecundante do
smen iniciam-se na coleta, que geralmente feita com a vagina artificial, tomando-se
determinados cuidados quanto higienizao e a manuteno das condies ideais no
procedimento; o que pode afetar alm dos animais, o prprio smen. Quanto ao manejo
dos animais para a coleta indicada a contenso da gua no cio para evitar que ela
machuque o garanho, a ateno especial em relao ao momento exato da monta
(observar sada de gotas de lquido cristalino pela uretra) e da acoplao do pnis na
vagina artificial (se houver ereo da glande peniana no ser possvel o acoplamento).
Uma vez coletado, o smen deve ser mantido numa temperatura entre 37 e 39
o
C,
protegido da luz e tendo cuidado total com o manuseio. Se a inseminao for ser feita
com smen fresco, indicado a observao, atravs do microscpio, do vigor,
motilidade e volume dos espermatozides presentes no ejaculado, para ento ser feita a
inseminao. Se a inseminao for de smen resfriado os mesmos cuidados iniciais
devem ser tomados, seguidos da diluio desse smen, que deve ser feita no mximo
aps 5 minutos da coleta. Essa diluio feita com diluentes constitudos de:
lipoprotenas, que iro proteger os espermatozides contra o frio; substratos
metabolizveis, que serviro como fonte de energia para eles; e antibiticos, para
retardar e/ou eliminar a proliferao de bactrias. Alm disso, o pH e a presso osmtica
dos diluentes so ajustados para aumentar a sobrevida dos espermatozides. Concluda
a diluio necessrio manter o smen a uma temperatura em torno de 5
o
C,
possibilitando o armazenamento deste por at 48hs. Se mantido temperatura ambiente,
dentre de 12 horas os espermatozides diminuem suas atividades metablicas. Sendo a
inseminao com smen congelado, esse deve ser mantido -196
o
C em tanques de
nitrognio liquido.
As vantagens da inseminao artificial envolvem relao custo/benefcio
favorvel, o fato de a tcnica ser simples, a presena da segurana sanitria (maior
controle de doenas), a condio de elevado poder de desfrute do reprodutor
(maximizao da utilizao do garanho), a promoo de ganho gentico, a
democratizao do material gentico, entre outras. No caso das armazenagens de smen,
ainda tem como vantagem o transporte do smen para a inseminao em outros planteis.


As principais desvantagens nessa prtica que, quando feita de forma
inadequada, por pessoa incapacitada, pode reduzir a taxa de prenhez pode causar srios
problemas para a fmea, principalmente.

6- Transferncia de embries

Consiste numa tcnica utilizada para coleta do embrio do tero de uma gua
doadora para implantao deste no tero de uma gua receptora. Esse processo ter 5
etapas: o preparo e fecundao da gua doadora, a coleta, seguida da deteco do
embrio, o tratamento e envasamento, e a escolha e preparo da gua reprodutora.
No preparo e fecundao da gua doadora os mtodos so os mesmos que seriam
utilizados caso a mesma fosse levar a gestao at o parto. Esse preparo vai diferir
apenas se a fecundao for ser precedida por monta natural ou por inseminao. O que
necessrio fazer, alm disso, a sincronizao dos ciclos entre doadoras e receptoras
bem como o acompanhamento do crescimento folicular dirio de ambas aps deteco
do cio.
A coleta pode ser cirrgica ou no cirrgica, sendo essa ltima bem mais
utilizada. O dia ideal para tal vai depender da fisiologia do desenvolvimento
embrionrio e do tipo de transferncia que ser feita. Entretanto, vale salientar que no
se deve demorar muito para coletar o embrio devido ao fato de que, quanto mais velho
ele for, mais invivel se tornar a transferncia, processo que feito atravs de uma
sonda introduzida pela vagina at a cavidade uterina para fazer um lavado, no qual se
espera que o embrio esteja submerso. O lavado ento filtrado para detectar a presena
(ou no) do embrio, que ficar retido no filtro. Uma vez detectado, o embrio ser
lavado 10 vezes num meio de cultura especfico para ento avaliar seu estgio de
desenvolvimento.
As guas receptoras devem ter idade entre 3 e 10 anos, estarem ciclando
normalmente, no apresentarem cistos uterinos, apresentarem crvix firmemente
fechada, tero de conformao tubular e corpo lteo maior que 30 mm, sendo
preferencialmente virgem e tendo uma diferena entre +1 e -3 dias de sincronia com a
doadora. O preparo feito atravs da higienizao, esvaziamento da empola retal, e
contenso adequada.
A tcnica de transferncia de embries apresenta vantagens como a possibilidade
de obter vrios potros de uma gua em uma nica estao de monta, obter melhores
testes de prognie de guas com a possibilidade de utilizar garanhes diferentes, obter
potros de guas atletas tendo em vistas que no aconselhvel a gestao dessas, obter
potros de guas impossibilitadas de gestar, alm de ser uma tcnica aplicvel a nvel de
campo e no cirrgica. Entre as desvantagens, a principal o elevado custo de material
e infraestrutura.

7- Fecundao

Uma vez feita a inseminao, necessrio que o espermatozide fecunde o vulo
para promover a prenhez. Aps a ovulao, o vulo s consegue sobreviver na forma
fecundante durante algumas horas, que o tempo em que ele dever ser fecundado. J
os espermatozides podem sobreviver um tempo maior no trato genital da fmea, que
gira em torno de 24 a 48 horas. Assim sendo, o que geralmente acontece, quando as
tcnicas de inseminao so adequadamente empregadas, a espera da ovulao pelos
espermatozides, e no o inverso.


8- Sinais de gestao

O diagnstico de gestao mais precoce que pode ser feito aps 12 dias da
inseminao, com a ultrassonografia. No sendo possvel a realizao da ultra, pode-se
detectar prenhez atravs da palpao retal depois de 21 dias. Pode-se ainda, mas
somente aps decorridos 4 meses, fazer a palpao externa abdominal. Depois de 7
meses os sinais externos j comeam a se tornar facilmente visveis. O ventre aumenta o
volume, mais acentuadamente do lado esquerdo, as partes inferiores distendem-se, os
flancos e a regio anal tornam-se reentrantes e a coluna se encurva.























Yasmin Varela

1- Escore corporal

O escore de condio corporal (ECC) das guas pode afetar diversos componentes
de sua eficincia reprodutiva, como taxa de concepo, intervalo entre partos, nmero
de estros, durao do ciclo estral e taxa de reabsoro embrionria.
Henneke et al (1984) concluram que guas que entram em estao de monta com
ECC moderado apresentam taxa de concepo mais alta quando comparadas com guas
que entram na estao de monta mais magras, as quais apresentam maior intervalo entre
partos e maior nmero de ciclos por concepo.
No perodo ps-parto, guas com baixa condio corporal demoram mais tempo
para retornar atividade reprodutiva normal (Hines et al, 1987).
Frape (2008) sugere que guas magras devem ser bem alimentadas para ganhar
peso durante a lactao e estimular a fertilidade, enquanto que guas obesas gestantes
devem manter seu peso durante a lactao. guas lactantes alimentadas excessivamente
durante o tero final da gestao possui uma reduzida fertilidade, isso pode ser
ocasionado, de acordo com o autor, pela tendncia de reabsoro dos ovos fertilizados
no primeiro estro aps o parto, no chamado cio do potro.


2- Alimentao

2.1- Alimentao de guas receptoras

Uma das principais causas de infertilidade das guas reprodutoras est ligada
aos desequilbrios nutricionais. Cerca de 80% dos problemas de infertilidade, de uma
forma ou de outra, podem ser atribudos a uma alimentao desequilibrada.
Uma alimentao equilibrada permite a uma gua receptora estar com status
corporal timo, nem obesa, nem magra em demasia, de forma que seu ciclo estral seja
bem definido, com boa formao de corpo lteo que lhe permitir manter uma gestao
com bom desenvolvimento embrionrio e fetal. Mas, antes de tudo, uma boa
alimentao de receptoras no perodo que antecede a concepo, lhe permitir entrar no
cio regularmente e mesmo responder a uma terapia hormonal de forma eficaz, fator
preponderante em uma transferncia de embrio.
As necessidades de uma gua reprodutora vazia e at o 8 ms de gestao so
semelhantes s necessidades de um animal em manuteno, isto , energia baixa, de
16,4 mcal por dia (animal de 500 kg de peso), protena bruta de 820 g por dia, mas de
excelente qualidade com boa quantidade de aminocidos disponveis e quantidades
mnimas, mas suficientes, de vitaminas e minerais, estes mais do que essenciais ao bom
funcionamento hormonal e fisiolgico de qualquer organismo
Um dos maiores riscos do sucesso da Transferncia de Embrio est na
alimentao de guas receptoras, muito negligenciada pela grande maioria dos plantis
brasileiros.

2.2- Alimentao dos garanhes
As necessidades do garanho reprodutor em manuteno so as mesmas para
qualquer animal nesta condio.


As necessidades energticas do garanho em perodo de monta so
superestimadas pelos criadores, para os quais, um estado corpreo um pouco acima do
normal, sinal de fora, de sade e orgulho para si prprio. Portanto, a obesidade ou
robustez excessiva compromete, inicialmente, a longevidade do reprodutor, pois o
excesso de peso fatiga as articulaes, favorece a artrose e dificulta o salto, alm de
tornar um animal j agitado, mais nervoso para se manejar.
O fornecimento de cidos graxos essenciais importante para a fertilidade.
Devemos ressaltar aqui a utilidade dos produtos como milho, aveia, germes de trigo,
soja, sempre presentes em produtos concentrados balanceados.
Os aportes proticos ultrapassam um pouco as necessidades de manuteno, em
cerca de 20%, para ativar a produo das glndulas sexuais. Mas os excessos so
particularmente prejudiciais, pois elevam a reabsoro intestinal de aminas (composto
txico formado a partir da quebra de protenas), podendo contribuir para alterar o vigor
e a sobrevida dos espermatozides.
Uma complementao mineral necessria para se evitar carncias de fsforo,
zinco, mangans, cobre, iodo e selnio, que so importantes para a fertilidade e que,
normalmente, podem ser deficientes nas forragens.
A suplementao vitamnica consiste, em primeiro lugar, em Vitamina A que
garante a integridade do epitlio germinal. A Vitamina E de igual interesse para a
fertilidade pela proteo anti-oxidante dos cidos graxos essenciais e da Vitamina A. O
restante do complexo vitamnico essencial para o bom equilbrio do organismo do
garanho.

3- Cuidados com a gua gestante

O manejo da gua gestante importante para um bom desenvolvimento do feto,
assim como para assegurar a capacidade reprodutiva futura da fmea. Uma boa
condio durante a gestao leva a menores complicaes no parto, alem de garantir que
a fmea esteja em boas condies fsicas para uma nova gestao aps o perodo ps-
parto.
As praticas de manejo podem ser divididas em cinco pontos principais: exerccio,
nutrio, controle de parasitas, vacinao, cuidados dentrios .

3.1- Exerccio
A quantidade de exerccios vai depender de cada animal e de seu histrico.
Podem ser montadas para exerccios leves no inicio da gravidez, at cerca de seis meses
de gestao. No ultimo trimestre, deve-se cessar os exerccios forados e deixar o
animal pastar em grupos, de preferncia. guas inseridas em grupos tendem a se
exercitar mais do que guas mantidas isoladas (Kiley-Worthington and Wood-Gush,
1987). Exerccios moderados promovem um aumento na circulao sangunea, fazendo
com que mais sangue e nutrientes sejam levados para o feto atravs das artrias e veias
ovarianas e uterinas. Alm disso, o exerccio vai ajudar a reduzir a reteno de gua e o
edema, que so comuns no final da gestao; mantm uma boa condio corporal,
reduzindo a obesidade e diminuindo as chances de complicaes na hora do parto (Huff
et al., 1985).

3.2- Nutrio
Os requerimentos da gua gestante vo variar caso ela esteja com o potro ao p
e esteja em lactao, ou se precisar suprir suas necessidades de mantena mais o


desenvolvimento do feto. Durante a gravidez, a condio corporal das guas deve ser
monitorada para se assegurar que ela no esteja ganhando peso em excesso, ou se est
usando suas reservas corporais para suprir uma alimentao deficiente. As necessidades
nutricionais da gua no vo aumentar muito at os ltimos trs meses de gestao, e a
partir da a alimentao deve proporcionar um aumento de peso de 14,5%, com ganho
de peso de 0,25Kg por dia, nos ltimos 100 dias de gestao (Frape, 1998; Card, 2000).
Caso ocorra um grande acmulo de gordura no animal, isso levar a presso excessiva
nos rgos internos na hora do parto, assim como vai limitar a expanso uterina. Essa
ultima pode interferir no peso do potro ao nascimento e a viabilidade ps-natal.
Os nveis de protena bruta devem ser de 656g por dia, correspondendo a 10%
da matria seca, no inicio da gestao. Nos ltimos 90 dias de gestao, deve-se
aumentar para 866g de protena (10,6% da matria seca). Mas no s a quantidade de
protena que importa, assim como tambm a qualidade do que oferecido, levando em
conta os aminocidos essenciais e no-essenciais presentes nessa protena. O farelo de
soja contm todos os aminocidos essenciais para o desenvolvimento do feto, sendo
muito usado nas fases finais da gestao.
Dentre os minerais, os mais importantes so o clcio e o fsforo, pois se a
suplementao for inadequada, a gua vai utilizar as reservas destes minerais que esto
contidas nos ossos. Nos primeiros oito meses de gestao, so necessrios 20g de clcio
e 14g de fsforo por dia. Durante os ltimos noventa dias, a demanda aumenta para 35g
de Ca e 26g de P (National Research Council, 1989; Frape,1998). Outros minerais como
potssio, magnsio, zinco, cobalto e mangans tambm devem ser suplementados (Ott
and Asquith, 1986; Ott, 2001), e esto disponveis no mercado na forma de
suplementos.
Dentre as vitaminas, destaca-se a vitamina A que participa como componente
do epitlio celular. Assim, importante na funo reprodutiva, no desenvolvimento e
regenerao celular. Uma boa fonte dessa vitamina est presente em forragens verdes
frescas, como a leucena. Caso no seja possvel o acesso do animal a este tipo de
pastagem, deve ser feita a suplementao (Frape, 1998). Mas tanto a deficincia quanto
o excesso pode levar a anormalidades no crescimento sseo, levando a deformidades
dos membros, por exemplo (Beard and Knight, 1992).
gua deve estar sempre a disposio do animal, devendo estar sempre limpa, e
permitir o consumo freqente em pequenas quantidades por vez. Geralmente, uma gua
prenhe consome 50L de gua por dia, e essa quantidade pode variar de acordo com o
contedo de matria seca da rao oferecida (Huff Et Al.,1985).

3.3- Controle de parasitas
Possui significante importncia no manejo pois a alta carga parasitria ,
geralmente, a causa de insucesso reprodutivo, alm de grande parte da alimentao
ingerida e digerida pelo animal ser direcionada para nutrir os parasitas. Dentre os
vermes que acometem eqinos, os estrngilos e scaris so as causas mais comuns de
doenas em guas e potros (Shiedeler, 1993).
Um problema comumente encontrado no controle parasitrio o
desenvolvimento de resistncia aos antiparasitrios. Isso pode ser evitado com um uso
alternado de substancias, por exemplo: usa-se primeiro o grupo dos tiabendzois, e na
prxima vermifugao usa-se compostos do grupo pirantel. No caso da gua gestante
deve-se ter cuidado com o uso de algumas substncias e a opo por benzimidazis,
fenbendazole, pirantel e ivermectina so consideradas seguras (Varner, 1983; Card,
2000). Os organofosforados utilizados para controle de moscas no so indicados,


principalmente no final da gestao, j que podem interferir na contrao do msculo
liso e levar a abortos, posteriormente, devido a contraes uterinas (Varner, 1983).
Entretanto, alguns defendem a utilizao de antiparasitrios previamente ao parto para
que o potro no se exponha a altas cargas de parasitas (Shideler, 1993d; Card, 2000).

3.4- Vacinao
O programa de vacinao vai depender do pas e regio em que o animal est
inserido. Normalmente, feita a vacinao contra ttano e influenza quatro semanas
antes do parto para que haja uma boa produo de anticorpos, e que estes sejam
transmitidos atravs do colostro para o potro (Varner, 1983; Pugh and Schumacher,
1990; Robinson et al., 1993). Tambm se faz a vacinao contra encefalomielite,
pneumonia eqina e raiva. Com exceo desta ultima, todas podem ser administradas
nas ltimas quatro semanas de gestao.
A vacinao contra botulismo, antrax, salmonela e leptospirose podem ser
administradas, mas mais recomendado que o uso seja feito em regies de risco
(Wilson, 1987; Sprouse et. al., 1989; Card, 2000).

3.5- Cuidados dentrios
A dentio da gua no deve ser negligenciada, e deve estar em boas condies
para permitir uma boa mastigao, digesto e maximizao da absoro de nutrientes.


4- Sinais e fases do parto

As mudanas na aparncia do bere so os primeiros sinais a serem notados na
proximidade do parto, isso se d com o processo de lactognese que vai produzir
colostro e estocado (Forsyth et. al., 1975; Peaker et. al. 1979). Ao toque, o bere vai se
encontrar um pouco mais aquecido devido ao aumento da atividade metablica celular
associada produo de leite. Alm disso, o bere pode aumentar de tamanho durante a
noite quando a gua estiver em repouso, e diminuir de tamanho durante o dia, isso
devido ao exerccio aumentar a circulao sangunea e levar a uma reduo no edema
do bere. Caso no haja mudanas aparentes no tamanho do bere durante o dia e a
noite, significa que o parto est prximo. O grau de aumento vai depender do tamanho
da gua e do nmero de crias anteriores (Rossdale and Ricketts, 1980).
Algumas guas podem iniciar a secretar leite devido a quantidade produzida ser
maior que a capacidade de estoque. Deve se evitar essa perda j que se est perdendo
colostro, rico em imunoglobulinas e de extrema importncia para o potro. Nesses casos,
pode se congelar o colostro por mais de um ano e us-lo para alimentar o potro aps o
parto (Peaker et al., 1979).
A concentrao de vrios minerais como o sdio, potssio, fsforo e clcio
tambm podem ser usados para prever a proximidade do parto, juntamente com o
aumento das secrees da glndula mamria. Esses parmetros so mais usados para se
ter uma idia da maturidade do feto antes de uma induo artificial do parto (Ousey et.
al. 1984).
Tambm se nota mudanas no canal de parto. Aproximadamente trs semanas
antes do parto, os msculos e ligamentos da rea plvica relaxam-se para permitir a
passagem do feto. Momentos antes do parto, a gua vai se tornar agitada, e caso esteja
em um grupo, vai tentar se isolar deste. Pode ocorrer aumento da temperatura corporal e


sudorese intensa (Haluska and Wilkins, 1989); e dilatao da crvix (Volkmann et. al.,
1995).
Nem todas as guas vo apresentar todos os sinais de trabalho de parto, podendo
demonstrar apenas um ou dois deles. Existem alguns produtos comerciais que ajudam a
diagnosticar baseando-se no aumento da movimentao da gua, na temperatura
corporal ou na taxa de sudao, assim como o alargamento da vulva (Shaw et. al., 1988;
Amann et. al. 1989). Tambm pode se usar um circuito fechado de vdeo, o que
possibilita uma observao sem a necessidade da presena de pessoas no local.

4.1- Primeira fase
Aps a deteco do inicio do trabalho de parto, deve-se fazer uma espcie de
bandagem na cauda e lavar a regio perineal. A gua pode ficar impaciente e agitada,
suando em demasia, e levantando-se e deitando-se repetidamente. Alguns animais cavar
o material usado como cama nas baias. Independente do comportamento demonstrado
pelo animal, o desconforto vai aumentar com a freqncia das contraes, que vai
culminar com a liberao dos fluidos alanticos (na segunda fase).
difcil de especificar uma durao especifica da primeira fase do parto, e em
que estgio deve-se chamar por assistncia especializada. Recomenda-se a presena de
um veterinrio sempre que se notar que a gua est muito agitada, em desconforto
prolongado e com sudorese intensa.

4.2- Segunda fase
O manejo na segunda fase do parto mais importante. Nesse ponto, a gua vai
adotar a posio de decbito lateral ou esternal. Fato importante notar se a vulva do
animal est aumentada o bastante para permitir a passagem do potro, caso no esteja,
deve realizar uma episiotomia. No momento em que se v as patas do potro, com um
dos membros mais adiantado externamente que o outro, e o focinho podendo ser sentido
dentro da vagina, a gua deve ser deixada sozinha para dar a luz naturalmente.
O segundo estgio do trabalho de parto tem uma durao de quinze minutos,
em mdia, mas pode variar de 5 a 30 minutos. As guas que esto dando a luz pela
primeira vez geralmente possuem um segundo estgio mais longo do que o citado
anteriormente, assim como guas que tiverem dificuldades no primeiro estgio de parto.
Aps o nascimento, o potro deve ser deixado com os membros traseiros dentro
da gua e com o cordo umbilical intacto. Este deve se romper naturalmente para
minimizar a perda sangunea (Rossdale, 1967). Geralmente, as guas no vo se
levantar e preferem lamber a cria antes disso, passando cerca de 30 minutos em
decbito. Nos casos em que o cordo umbilical no se rompe naturalmente, deve-se
cort-lo mas no esquecendo de colocar a outra mo para pressionar o cordo adjacente
no abdmen do animal. O local deve ser lavado com um agente anti-sptico como a
clorexidina 0,5% para prevenir infeces.

4.3- Terceira fase
A durao dessa fase de cerca de 60 minutos, mas vai variar de animal para
animal. A placenta pode ser expelida imediatamente aps o potro, ou juntamente com
ele ainda ligada ao cordo umbilical. Deve-se ter cuidado para a gua no levantar e
pisar na placenta que ainda esteja ligada internamente a ela, e assim forar um
rompimento prematuro. No final dessa fase, que termina com a expulso da placenta,
deve se examinar esta ultima para avaliar a sua integridade.


A reteno da placenta, mesmo que somente de um fragmento, pode levar a
metrites, septicemias e possvel morte da gua, caso no seja efetuado tratamento. No
se deve tentar puxar a placenta justamente pela possibilidade de fragmentos permanecer
no animal, causando os problemas citados inicialmente.
nessa fase que comea a ligao entre a gua e o potro, e esta pode ser
prejudicada pela presena humana. Danos ao potro causados pela me so raros, mas
podem ocorrer caso ela se sinta ameaada por uma presena de uma pessoa ou outro
animal. Um comportamento natural expressado pela gua de morder e beliscar
levemente o potro para encoraj-lo a andar, mas pode ocorrer agresso violenta ao potro
caso a gua esteja estressada, ou nos casos de primeiro parto. Nesses casos deve-se fazer
uma sedao da gua. O uso de tranqilizantes indicado no caso de guas que no
permitem que o filhote mame. Os potros que estiverem muito fracos para mamar,
devem receber o colostro atravs de uma mamadeira ou sonda esofgica. O uso de
enemas indicado caso o potro no elimine o mecnio aps 24h de nascimento. A gua
deve ser alimentada aps cerca de uma hora do final do parto, com um alimento leve e
de fcil digesto, alm de folhas frescas e gua. Est ltima deve ser dada atravs de
dispositivos automticos ou oferecida com superviso humana para se evitar possveis
afogamentos do potro.

5- Sincronizao do cio
O fotoperodo interfere no ciclo estral das guas, assim, no perodo de primavera e
vero, nos quais h dias mais longos, a luminosidade vai fazer com que haja uma
diminuio na secreo de melatonina. Essa diminuio leva ao trmino da supresso do
eixo hipotalmico-hipofisrio-gonadal, e assim iniciando o crescimento folicular e
ovulao.
O ciclo estral da gua caracterizado por uma longa e varivel fase folicular. A
sincronizao pode ser til quando se quer inseminar um lote de animais ou quando se
quer preparar guas que vo ser usadas como recipientes de transferncia de embries.
A progesterona usada comumente, sendo usada por um perodo suficiente para
que a secreo endgena seja suprimida, fazendo com que a nica fonte seja a exgena.
Quando esta retirada, o estro e a ovulao comeam. O perodo de administrao de
cerca de 15 dias, com dose de 40mg/dia. Dentro desses 15 dias, no stimo dia, comea-
se a aplicar prostaglandinas.
Um outro mtodo existente, mas pouco utilizado, o da aplicao de
prostaglandina, em duas doses com intervalos de 14 a 15 dia. Cerca de 75% a 90% das
guas entram no estro dentro de 6 dias aps a aplicao da segunda dose. Mas, devido a
fase folicular varivel dessa espcie de animal, esse mtodo resulta em uma significante
variao no dia da ovulao, fazendo com que no seja to utilizado.












Concluso

Nos ltimos anos, o desenvolvimento da equideocultura no Brasil teve um avano
significativo favorecendo o aperfeioamento de tcnicas na rea reprodutiva que
possibilitam o surgimento de novas linhas de pesquisa. Entretanto, o crescimento
acelerado do plantel eqino necessita a cada dia de mais esforos e estudos cientficos
para viabilizar sua manuteno e aprimorar o trabalho de seleo gentica, bem como
atender as expectativas do mercado nacional e internacional.











































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Anexo
Condio Pescoo Garrote Ombro Costelas Costas Traseiro
Nota 1
(Emaciated)
Ossos visveis Ossos visveis
Ossos
projetados
Ossos
projetados
Ossos
projetados,
vrtebras
individuais
podem ser
vistas.
Coxas projetadas,
Nota 2 (Muito
Magro)
Ossos
facilmente
sentidos
Ossos
facilmente
sentidos
Ossos
projetados
Ossos
projetados
Ossos
projetados
Coxas projetadas
fazendo os traseiros
terem o formato de
diamante. Grande
espao entre as
ndegas
Nota 3 (Magro)
Ossos no
podem ser
sentidos
Ossos no
podem ser
sentidos
No percebeu
nenhuma
gordura
Costelas
podem ser
vistas
Pode-se sentir
alguma gordura
nos lados da
coluna.
Traseiros e interior
das ndegas
preenchidos, mas
nenhuma gordura
bvia
Nota 4
(Moderadamente
Magro)
No muito
magro
No muito
magro
No muito
magro
Leve contorno
pode ser visto
Coluna mais
alta que os
lados
Traseiros com
alguma gordura, mas
poouca
Nota 5 (Moderate)
O pescoo se
junta com o
corpo
suavemente
Aparncia
redonda
A frente dos
ombros tem
aparncia
suave
Costelas
podem ser
sentidas ao
tato
Costas
niveladas
Traseiros
preenchidos, alguma
carne nas ndegas.
Nota 6
(Moderadamente
Carnudo)
Alguma
gordura pode
ser sentida
Alguma
gordura pode
ser sentida
Alguma
gordura pode
ser sentida
Costelas
podem ser
sentidas ao
tato
Costas
niveladas
Traseiros mais
redondos
Nota 7 (Carnudo)
Gordura pode
ser sentida
Gordura pode
ser sentida
Alguma
gordura abaixo
do ombro
Ainda podem
ser sentidas,
mas tm
alguma
gordura
Pequena
depresso ao
longo da
coluna
Pequeno espao entre
as ndegas
Nota 8 (Gordo)
Uma crista se
forma
A gordura
preenche os
dois lados
Abaixo do
ombro h uma
aparncia
suave
Difceis de
perceber
Fenda ao longo
da coluna
Aparncia suave para
a coxa
Nota 9 (Obeso)
O pescoo tem
uma crista
pronunciada
Gordura
protuberante
Gordura
protuberante
No se pode
perceber
Fenda bvia ao
longo da
coluna
Sem espao entre as
ndegas

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