Apostila Teatro Playback

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APOSTILA

Curso de Formao de Multiplicadores em Teatro Playback

APOIO:

Projeto PRAPEG

Metodologias e Prtica de Ensino do Teatro e da Msica: Teatro Playback

Realizao: DIONISOS TEATRO & FOFA/UDESC

Teatro Playback

O teatro playback (ou playback theatre como conhecido mundialmente) uma forma teatral em que um grupo de atores, com a mediao de um condutor
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, encena histrias contadas por pessoas da plateia. Numa

apresentao como essa, a interao entre os performers (atores, msicos e condutor) e as pessoas da plateia fundamental para a criao de um espao onde as histrias pessoais possam ser improvisadas em cena. O teatro playback foi idealizado por Jonathan Fox e desenvolvido junto com sua mulher, Jo Salas, em 1975, nos Estados Unidos. A partir do primeiro grupo de teatro playback criado neste ano, vrios outros surgiram nos anos subsequentes, sendo que atualmente, existem grupos e praticantes em mais de 30 pases2. Fox era um ator e professor entusiasta do teatro experimental e artes de vanguarda, voltando-se para as teorias de Artaud e Grotowski, alm de fazer cursos com Andr Gregory e Richard Schechner, representantes desse movimento nos Estados Unidos. (FOX, 1999a, p. 14) Na universidade, havia estudado a tradio oral das sociedades pr-literrias. Outra experincia que considera importante foi viver por dois anos em uma pequena vila no Nepal, onde relata ter aprendido a lidar com o ritmo da natureza e a ter que se adaptar a situaes diversas. L teve contato com um festival onde os prprios moradores eram os atores das representaes dramticas. Fox viu, nessa vila, um teatro inserido no ambiente comunitrio feito pelos prprios cidados, bem diferente do ambiente artificial do teatro tradicional. (FRIEDLER, 2007) Essas experincias tiveram forte influncia para a formulao do teatro playback. Em 1973, Jonathan Fox j trabalhava com um teatro sem roteiro, pessoal e informal, dirigindo vrios tipos de grupos: crianas pequenas, pessoas com deficincia, idosos, moradores de rua. Acreditava num teatro imediato, que poderia acontecer em qualquer lugar e que pudesse ser dirigido
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O termo utilizado em tradues anteriores para esta funo diretor (SALAS, 2000). Optou-se, porm, pelo termo condutor, pois em ingls utiliza-se conductor, que aponta para dois aspectos desta tarefa: o trabalho do maestro de uma orquestra, que deve conduzir harmonicamente um grupo de artistas; e tambm a necessidade de conduzir energia entre todos os participantes. 2 Disponvel em: <http://playback.onlinegroups.net/members/> Acesso em: 24 set. 2007.

para qualquer tipo de pessoa. Esse desejo foi concretizado com a criao de um grupo de teatro chamado Its All Grace, que apresentava peas improvisadas em espaos abertos (outdoors settings). Jo Salas tambm j fazia parte desse grupo e de suas incurses no teatro experimental. (FOX, 1999a, p. 9) Ainda em 1973, Fox assistiu a um psicodrama liderado por Zerka Moreno (esposa de Moreno, criador do psicodrama) e conheceu tambm o Teatro da Espontaneidade. Ele ficou encantado com a proximidade, emoo e impacto que esta prtica tinha sobre as pessoas, e iniciou sua formao em psicodrama. A ideia do teatro playback veio alguns meses depois desse contato. (FOX, 1999a, p. 10)
No meu ponto de vista esse novo teatro playback, no qual as pessoas pudessem ver suas histrias representadas e compartilhar com seus vizinhos aspectos de seu cotidiano e preocupaes profundas, era uma maneira de trazer formas antigas para o presente, apesar de que no lugar que sociedades tradicionais cantavam sobre Deuses e Heris conhecidos e reverenciados por todo o cl, ns cantaramos sobre ns mesmos, em toda a nossa cotidianidade. Minhas esperanas e convices profundas eram de que nesse processo ns nos sentiramos elevados, como se tivssemos em contato com os Deuses, e no final uma comunidade 3 dispare convergiria . (FOX, 2003, p. 2)

Fox estava interessado, ento, neste resgate de uma arte mais prxima da comunidade, tais como as histrias cantadas pelos poetas nas sociedades pr-literrias. Eram esses contos, que alm de proporcionar entretenimento, tinham a principal funo de manter e repassar os costumes e a histria de um povo. Eram momentos em que a comunidade se reunia e construa seu saber coletivo. Na busca desses momentos de encontro comunitrio atravs da arte, Fox encontrou a matria-prima para o teatro playback: as histrias pessoais. Atravs delas, as pessoas poderiam se reunir e resgatar algumas funes antigas do teatro: a de preservar suas memrias e manter a comunidade unida.

In my eyes this new Playback Theatre, in which the people could see their stories acted out and share with their neighbors aspects of their daily lives and deeply felt concerns, was a way to bring an ancient way into the present, except that where traditional societies sang of Gods and Heroes known and revered by the entire clan, we would sing about ourselves, in all our ordinariness. My hope and deep conviction was that in this process we would feel elevated, as if in contact with the Gods, and at the e nd a disparate community would cohere.

Sobre a Dionisos Teatro A Dionisos Teatro4, companhia de repertrio fundada em 1997, possui intensa atividade teatral e pesquisa esttica ininterrupta. Tem sua sede em Joinville SC e conta com um elenco fixo formado por Andria Malena Rocha, Clarice Steil Siewert, Eduardo Campos e Vincius Ferreira, alm do diretor Silvestre Ferreira e de Manoella Carolina Rego por trs da cena. Em 2008, a Dionisos resolveu encarar o desafio de trabalhar com teatro playback. Sua linha de pesquisa nos espetculos Entardecer e Migrantes foi o trabalho com memria, onde o grupo entrevistou pessoas e montou as peas a partir de histrias reais. Dentro dessa perspectiva, e a partir da pesquisa de Mestrado em Teatro da atriz Clarice Steil Siewert, a companhia iniciou o treinamento em teatro playback, promovendo as seguintes oficinas: Oficina Moving Moment O Momento tocante das coisas, do material, e da atmosfera no Teatro Playback com Paulien Haackma da Holanda. (2010) Oficina: Playback Theatre e Arte, ministrado por Magda Miranda (So Paulo) e Rea Dennis (Austrlia). (2008) Workshop com o prof. Antonio Vitorino Cardoso de Curitiba. (2008) Em 2011 a Dionisos tambm participou da 10. Conferncia

Internacional de Teatro Playback em Frankfurt Alemanha. Nela, os integrantes do grupo assistiram a diversas apresentaes de renomadas companhias de teatro playback do mundo inteiro, assim como participaram de oficinas e workshops com diversos profissionais. O grupo j realizou temporadas de apresentaes de teatro playback para pblico aberto em Joinville SC, alm de apresentaes nos mais diversos espaos, tais como escolas, empresas e comunidades. A Dionisos Teatro tambm membro do IPTN International Playback Theatre Network.

Mais informaes no site www.dionisosteatro.com.br.

O formato do Teatro Playback Vamos ver? com essa frase, que numa apresentao de teatro playback, o condutor encerra a narrao de uma histria e chama os atores para recont-la em cena. Ela um convite plateia e ao narrador para assistirem dramatizao de uma histria real que acabou de ser contada. Assim como essa frase, dita em vrias lnguas pelos grupos de playback espalhados pelo mundo, toda a estrutura de uma apresentao possui uma forma j bem definida, que foi sendo aperfeioada desde sua criao. Com o foco voltado para espaos alternativos e plateias diversificadas, visando a criao de um momento ntimo e artstico entre os participantes, o teatro playback adquire um formato verstil e ritualstico. A versatilidade est no fato de que uma apresentao de teatro playback pode acontecer em espaos variados, pois seu formato exige poucos elementos. Um grupo, formado pelos atores, msicos e condutor, utiliza geralmente apenas instrumentos musicais, caixotes e panos coloridos (ou adereos, conforme a preferncia do grupo) para a realizao de uma apresentao. Isso no exclui a possibilidade de uma apresentao acontecer em um teatro convencional, utilizando-se de iluminao cnica, por exemplo. Porm, necessrio apenas um ambiente no muito grande, em que as pessoas sintam-se confortveis e prximas ao local de representao.
A montagem bsica do espao cnico bastante simples. esquerda da plateia direita do palco so colocadas duas cadeiras lado a lado, voltadas em direo ao centro, para o diretor e para o narrador. [...] No outro lado do palco est o assento do msico e um conjunto de instrumentos espalhados sobre uma mesa baixa ou um pano aberto no cho. Na parte de trs esto alguns engradados ou caixotes de madeira para os atores se sentarem e, mais tarde, utilizarem como acessrios durante a encenao. (SALAS, 2000, p. 114)

Para Rowe (2007, p. 51), assim que a plateia vem chegando, ela j vai sendo apresentada ao playback de acordo com a disposio das cadeiras, as luzes, a relao com os atores. Seu nvel de segurana psicolgica depender de alguns aspectos: Isso [a segurana em contar histrias] ser crucialmente afetado pelo tamanho da plateia e a familiaridade que tm entre si, qualquer

interao com os performers, a viso que tem do palco, e, principalmente, a integridade do limite entre o espao teatral e o de fora.5 (ROWE, 2007, p. 51). Por isso, o ritual um aspecto importante nesse tipo de teatro. necessria a criao de um ambiente aconchegante, onde as histrias possam ser compartilhadas. muito difcil algum contar uma histria pessoal diante de uma plateia de desconhecidos, sem antes haver uma preparao, sem haver a construo de um espao seguro em que as regras estejam estabelecidas. Como forma de estabelecimento deste ritual, necessrio que uma apresentao seja bem conduzida, tendo uma estrutura concisa. No mundo todo, o teatro playback possui essa estrutura j bem estabelecida. Apesar das diferenas de um grupo para outro, de forma geral a sequncia de uma apresentao possui invariavelmente alguns passos: apresentao inicial, explicao da forma, cenas curtas realizadas a partir de sentimentos das pessoas na plateia, narrao de histrias, encenao das histrias, encerramento. Apresentao Inicial Uma apresentao consiste num momento inicial em que o grupo se apresenta, assim como tambm muitas vezes as pessoas da plateia, e o condutor explica as regras do jogo, ou seja, fala como funciona o teatro playback. O ritual de abertura prprio de cada grupo. Alguns iniciam com uma msica, outros com os atores cantando em coro, outros j com a fala do condutor. Tambm a forma como se apresentam plateia difere bastante. Um ponto importante nessa apresentao, que ela seja o momento de quebrar o gelo, de dizer plateia que ela tambm ser responsvel pelo espetculo, que a sua participao to importante quanto a ao dos atores. o momento de sinalizar que haver tanto a exposio das pessoas ao contar suas histrias pessoais, como dos atores na improvisao. Para tanto, tornou-se

imprescindvel no teatro playback que os performers tambm se apresentem com suas histrias e sentimentos. Dessa forma, comum que as primeiras cenas sejam feitas a partir da fala deles.

This will be crucially affected by the size of the audience and their familiarity whith each other, any interaction with the performers, the view they have of the stage and, crucially, the integrity of the boundary between the theatre space and the outside.

Formas Curtas Aps a apresentao inicial e antes da encenao das histrias, o condutor pergunta s pessoas da plateia como esto se sentindo no momento. Nessa hora so utilizadas as chamadas cenas ou formas curtas ( short forms) do teatro playback. (ROWE, 2007, p. 193) Existem muitos tipos de formas curtas, que foram criadas ao longo do tempo e intercambiadas entre os grupos de playback. Algumas so mais tradicionais e de uso mais generalizado. Outras so criaes prprias e no so muito conhecidas. A ideia principal que elas devem ser formas rpidas e poticas de traduzir um sentimento ou um pequeno relato das pessoas. O objetivo das formas curtas agilidade. Uma cena no pode ser muito grande. Deve haver agilidade entre a fala do narrador, a mediao do condutor, o incio da cena com o msico, a cena dos atores e vice-versa. Talvez a mais conhecida das formas curtas seja a escultura fluda (fluid sculpt). Muito utilizada quando a pessoa fala de um sentimento forte. Ao sinal do condutor, a msica comea. Sem combinar, um ator entra em cena, e, parado no centro, realiza sons e movimentos que representem o sentimento falado. Logo depois entra outro ator, e bem junto do primeiro, compe a escultura tambm com sons e movimentos. Depois que todos os atores entraram, a msica vai finalizando a cena junto com os atores. Nessa forma, cada ator representa de forma diferente o sentimento do narrador, como se a pessoa que falou o sentimento pudesse ver vrias expresses de si mesma numa mesma cena. Os atores no se relacionam. Porm h o objetivo de realizar uma cena bela, harmnica e equilibrada, com os corpos bem juntos e bem distribudos, para realmente formar uma escultura fluda. A chamada transio muito parecida com a escultura fluda, porm diz respeito a uma transio de sentimento. Enquanto que a escultura fluda utilizada quando a pessoa fala apenas de uma emoo, utiliza-se a transio quando a pessoa fala de uma emoo ou situao que vira outra. Por exemplo: Hoje acordei desanimada, mas no caminho para c subitamente fui ficando feliz em poder ver meus amigos. Exatamente como na primeira forma curta, os atores vo entrando em cena e formando uma escultura, cada um sua vez e com movimentos e sons prprios. Assim que todos entraram e com a pontuao da msica, todos vo mudando seus movimentos de acordo com a

fala da pessoa (de desanimado para feliz, por exemplo). Todos os atores fazem o primeiro momento e, juntos, sem combinar, vo mudando para o segundo. O msico sempre pontua entradas e sadas. Rowe (2007, p. 195) chama essa forma de transformao (transformations), s que no lugar dos atores fazerem como uma escultura fluda, eles fazem um coro (corpos unidos, trabalhando junto, com movimentos e sons sincronizados). Outra forma bastante conhecida chamada pares (pairs). Trata-se de uma dupla de atores (um na frente do outro, olhando para a plateia) que representam sentimentos conflitantes simultaneamente. As cenas so rpidas e os atores ficam em seus lugares. Dependendo do nmero de atores, so formadas vrias duplas, uma comeando aps o trmino da outra. utilizada quando uma pessoa relata estar sentindo duas coisas ao mesmo tempo (estou cansada, mas feliz, por exemplo). Em cada dupla, um ator representa o cansao e outro a felicidade. A narrativa em V uma forma curta utilizada para pequenas histrias ou para narrativas difusas. s vezes, mesmo no comeo de uma apresentao, uma pessoa pode logo contar uma pequena histria para explicar um sentimento. Nesses casos, pode-se utilizar esta forma. Todos os atores entram em cena e formam um V ao contrrio, estando um ator ao centro e frente no palco e os outros formando duas filas atrs dele em diagonal. A msica comea e o ator do centro o elemento principal desta forma. Ele narra a histria contada de forma potica, colocando a pessoa que contou a histria na 3a pessoa, e iniciando com um ttulo. Por exemplo: Esta a histria de um menino chamado Joo. Joo gostava de andar de bicicleta... Durante essa narrao, este ator central vai fazendo movimentos para ilustrar essa histria. Os outros atores vo imitando as aes desse ator e algumas palavras ou sons importantes da narrativa. O ator central deve fazer movimentos lentos para que os outros atores que esto atrs possam segui-lo. O objetivo ampliar os movimentos. O grupo geralmente j tem uma pessoa definida para liderar quando o condutor pede uma narrativa em V. Mas tambm se pode trabalhar de forma no combinada. Nesse caso, um ator lidera a narrativa em V espontaneamente. O condutor tambm pode assumir o papel de decidir qual ator ser o central.

O coro (chorus) uma forma em que um grupo de no mnimo trs atores se juntam e um deles d incio a uma ao utilizando movimentos, sons e palavras. Os outros fazem eco dessa ao e o grupo passa a explor-la em conjunto. Depois outro ator faz outra ao e igualmente os outros a propagam. O grupo, ao final, acaba se movendo em conjunto. Essa tcnica pode ser usada para contar uma histria ou como um elemento de humor durante uma cena. (SALAS, 2000, p. 51) A histria em quadros (tableau stories) utilizada aps a narrao de uma histria curta. O diretor d o nome das cenas que sero criadas pelos atores atravs de um quadro inanimado, expressando aquela etapa da histria. (SALAS, 2000, p. 52) O haicai 6 dinmico (action haiku) serve como fechamento para os espetculos. Um ator fica ao centro do palco e outro ao seu lado. O diretor pede para a plateia temas que apareceram na apresentao. A partir da, o ator-locutor, que est no centro, faz uma pequena fala e o outro molda o seu corpo para expressar essa declarao. Isso se repete algumas vezes. (SALAS, 2000, p. 53) Trs solos (three solos) uma forma em que trs atores formam uma fila e o primeiro (comeando da direita do palco) inicia com movimentos, sons e palavras que tenham a ver com aspectos da histria contada. Ele pode jogar com os outros atores, mas estes no respondem. Quando o primeiro congela, o segundo inicia e depois o terceiro. Cada ator ir mostrar diferentes aspectos da histria. (ROWE, 2007, p. 193). Nas Trs vozes (three voices), trs atores fazem uma melodia ou cacofonia de sons para representar a histria. O primeiro ator comea e conclui seu som. Depois vem os demais atores da mesma forma. Depois os sons so feitos simultaneamente, e vo se mesclando, em que um ator responde ao som do outro, de forma improvisada. (ROWE, 2007, p. 193). Nas Trs paradas (three stops), os atores representam a histria em trs cenas curtas. Depois de cada cena os atores congelam. (ROWE, 2007, p. 194).

Haicai um poema japons constitudo de trs versos, dos quais dois so pentasslabos e um, o segundo heptasslabo. (FERREIRA, 1999, p. 1025)

Na Improvisao livre (free impro), todos os atores entram em cena e improvisam livremente. (ROWE, 2007, p. 194). A forma Poesia e msica (poetry and music) consiste em um ator ser o poeta, que senta em uma cadeira ao centro do palco. O msico senta perto dele. Ele cria uma poesia em resposta histria, e o msico o acompanha. (ROWE, 2007, p. 194). No Quadro (Tableau), os atores formam um quadro esttico sobre a histria. uma forma usada quando o condutor quer recuperar um elemento que pode ter sido esquecido na histria j encenada, ou para resumir um momento, histria ou sentimento da plateia. (ROWE, 2007, p. 195). Em Coro interruptus (chorus interruptus), o grupo de atores faz um coro que congela ao ser interrompido pelo msico. (ROWE, 2007, p. 195). No O ser sbio (The wise being), os atores respondem s perguntas da plateia com uma encenao em coro. A plateia levada a fazer perguntas filosficas. (ROWE, 2007, p. 195). Sempre ao final de uma forma curta, quando a msica para, os atores saem de suas posies e se voltam para a pessoa que falou o sentimento ou a histria. Trata-se de um olhar carinhoso, como que oferecendo a cena feita como um presente para o narrador. Tambm o condutor o faz, dando oportunidade para que a pessoa possa expressar mais alguma coisa em relao cena ou como se sentiu vendo-a. Narrao de Histrias Aps a apresentao inicial e o aquecimento com formas curtas, entrase no momento mais importante de uma apresentao de teatro playback: a encenao de histrias. Esse um momento que deve ser bem construdo pelo condutor. Ele deve anunciar esse momento, falar da importncia das histrias, do respeito que se deve ter com elas. aqui tambm que o condutor apresenta a cadeira do contador de histrias. At ento as pessoas falavam sentadas de seus lugares. Porm, neste momento, as pessoas so convidadas a sair de seus lugares, sentar numa cadeira especial, ao lado do condutor, e contar sua histria. O condutor deve enfatizar que a histria deve ser algo que aconteceu com a pessoa que vai cont-la. No precisa ser uma histria importante ou triste ou alegre. Todas as histrias so bem-vindas. Isso o que preconiza o teatro playback.

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Assim que a pessoa senta na cadeira do narrador, a entrevista tem incio. O condutor faz as perguntas de modo que a histria fique clara para os atores e para a plateia. O narrador escolhe os atores que faro as personagens da histria. Quando a entrevista encerrada, o condutor pode dar ou no indicaes de cena para os atores e, ao final, fala o tradicional Vamos ver!. Esse o sinal para que os atores improvisem a histria contada. A msica comea, e os atores, sem combinaes, vo arrumar a cena, utilizando ou no panos, acessrios e/ou caixotes. medida que vo ficando prontos, os atores comeam a ficar imveis. Quando todos param, a msica para tambm e a cena tem incio. Durante a encenao da histria, o msico improvisa com os atores. A ideia no teatro playback tentar ser o mais fiel possvel histria contada. necessrio recordar os nomes, a sequncia dos fatos, tentando utilizar somente os personagens que apareceram na narrativa. Estar atento ao incio e ao final da histria. Porm, muitas vezes faltam informaes, e mesmo os dilogos para serem improvisados necessitam da criao e intuio dos atores. Para tanto, necessrio muito cuidado para no inserir elementos que fujam ao universo do narrador e da histria. Ao final da cena, os atores se voltam para o narrador e o condutor pergunta se a cena contemplou a sua histria. s vezes, se ele no fica satisfeito com a cena, esta pode ser corrigida, ou seja, os atores a refazem de acordo com as indicaes do narrador. Encerramento A finalizao de uma apresentao tambm um momento importante e delicado. o condutor que comanda o tempo de uma apresentao e sente a plateia, para saber se mais uma histria deve ser contada ou no. Uma apresentao pode ser encerrada com alguma forma curta, ou com uma fala do condutor que contemple as histrias contadas. Os grupos utilizam tambm a msica para finalizar uma apresentao. Quando term ina o espetculo, a finalizao que voc fizer tambm vai ajudar a afirmar o significado e a dignidade daquilo que todos acabaram de compartilhar. (SALAS, 2000, p. 117)

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Sobre o Curso

Mdulo I Objetivo: Introduzir os participantes na prtica do teatro playback, tendo como foco o trabalho de atuao nas formas curtas e nas cenas improvisadas. Contedo: Apresentao de Teatro Playback da Dionisos Teatro: o mdulo ter incio com uma apresentao da Dionisos Teatro para que todos os participantes tenham contato com o teatro playback. A partir dessa apresentao, sero discutidos alguns princpios bsicos do teatro playback. Formas curtas: sero trabalhadas as formas curtas mais clssicas do teatro playback, tais como escultura fluda, pares, transio e trs solos. Atuao: neste primeiro mdulo, o foco estar na atuao, sendo que os participantes iro encenar histrias uns dos outros para a vivncia nos trs mbitos: como ator, como narrador e como espectador.

Mdulo II Objetivo: Aprofundar a prtica em teatro playback, ampliando o campo de atuao dos participantes tambm para a conduo e msica. Contedo: Msica: realizar um trabalho musical com os participantes para a sensibilizao no uso dos instrumentos musicais para o teatro playback. Formas curtas: trabalhar as formas narrativas mais complexas, tais como a narrativa em V e metro quadrado. Conduo: introduzir os participantes na conduo de teatro playback, trabalhando o contato com a plateia, a entrevista com o narrador e o elo com os performers. Histrias: os integrantes iro contar suas histrias, revezando os papis na atuao, conduo, msica, narrao e plateia.

Mdulo III

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Objetivo: Refletir sobre os aspectos ticos e estticos do teatro playback e discutir sua aplicao nos mais diversos contextos. Contedo: Pesquisa esttica: experimentar o uso de mscaras e outros elementos no teatro playback. Compartilhamento: dividir a experincia da prtica do teatro playback nos diversos contextos dos integrantes, conhecendo tambm o grupo de surdos Librao. Apresentao: realizar uma apresentao de teatro playback para convidados de modo a colocar em prtica todo o contedo estudado, sendo que os integrantes iro revezar nas funes de atuao, msica e conduo.

Sugesto de Exerccios:

Os exerccios abaixo foram retirados do livro Zoomy Zommy de Hannah Fox (2010) e so indicados para o trabalho com teatro playback, divididos em funes diferenciadas:
1. Atividades de abertura Pegadas Todo o grupo Enquanto o grupo reconhece o espao, convide as pessoas a imaginar que elas mergulharam seus ps numa linda tinta colorida e esto deixando suas pegadas por todo o cho, imprimindo suas marcas. O objetivo transformar a superfcie do cho num lindo mosaico colorido com as pegadas de todos. 3 minutos Vai / Para Todo o grupo O grupo caminha pela sala no sem rumo, mas com objetivo, sem seguir nenhum padro, mas em todas as direes e se movendo pelo espao vazio. Quando uma pessoa para, todos param. Quando algum sente o impulso para andar novamente, todo o grupo se move novamente, comeando e parando juntos como uma unidade, como se o grupo fosse um inseto com muitas pernas. Em algum ponto o facilitador pode pedir que as pessoas formem uma imagem ou forma espontaneamente com

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seus corpos (individualmente), prestando ateno para os nveis e relaes espaciais para com os outros atores, e depois voltar ao neutro quando comear a andar novamente. 5 minutos Cumprimento com partes do corpo Duplas Ao som de msica ao vivo ou gravada, os atores se movimentam pela sala. O facilitador diz quando parar e achar um parceiro (se tiver nmero mpar, podem ser grupos de trs). Depois o facilitador instrui os participantes a dizerem oi da seguinte forma: Cumprimente essa pessoa com os seus cotovelos. Depois: Ache um novo parceiro e diga oi com os seus joelhos. Ps, barriga, ombros, etc. Tocar opcional. 5 minutos Misturar e conectar Todo o grupo Com msica gravada ou com um tamborim, todo o grupo se move/dana atravs do espao. Quando a musica para, todos acham uma dupla e respondem as perguntas listadas abaixo. O facilitador d um minuto ou dois para cada parceiro responder a pergunta e comea a msica novamente. Quando a msica para, as pessoas acham outro parceiro e respondem a prxima pergunta. Exemplos de perguntas: O que voc gosta de comer no caf-da-manh? Msica favorita? Voc tem medo do que? Do que voc gosta? 5 minutos Entrevista em duplas Duplas Este um exerccio de conhecer e cumprimentar para o primeiro dia de um treinamento ou aula. Todos acham um parceiro e o entrevistam respondendo 3 questes designadas, alm de descobrir o nome da outra pessoa. As 3 questes podem incluir: Que hobby voc tem? Do que voc gosta? Do que voc tem medo? Qual a sua comida favorita? Que lugar do mundo voc gostaria de ir e por que? O que te faz nico? Voc pode fazer perguntas de qualquer tema que o grupo possa estar explorando. Depois que os dois responderam as questes, voc rene o grupo novamente num crculo e todos apresentam seu parceiro e dividem 3 pedaos de informao. s vezes as pessoas encarnam ou representam ao invs de apenas dizer as respostas. (Se for um grupo grande voc pode pedir que as pessoas escolham apenas um ou dois dos trs fatos para dividir com o grupo ao invs de trs). Entrevistas de 5 minutos

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2. Esculturas Fludas Conversa de som e movimento Duplas Essa uma conversa no-verbal de sons e movimentos ao invs das palavras. A pessoa A comea a conversa dizendo algo para a pessoa B usando som e movimento (usando pernas, braos, cabea, peito, mos, ps, unha, barriga). A fala usando som e movimento por 30 segundos, depois congela numa posio. Quando A congela, B responde em som e movimento, novamente dizendo algo e depois congelando. A e B continuam conversando assim at o facilitador der o tempo. 5 minutos Mquinas Times Essa a clssica mquina com uma parte a mais. Times de 4 ou 5 atores ficam neutros no fundo do palco. Uma pessoa vai ao centro do palco e faz um som e movimento repetitivo (ritmado). Uma vez que o som e gesto da primeira pessoa esteja estabelecido, o segundo ator sai oferecendo um segundo som e movimento, fisicamente conectado ao primeiro, depois um terceiro e quarto. Cada ator deve oferecer algo diferente para ter o mximo de texturas e camadas possveis, encaixando, entretanto, ao ritmo e esttica do que j foi estabelecido. importante manter uma conexo fsica e explorar diferentes nveis. Quando a primeira pessoa estiver consciente (usando sua audio e viso perifrica) que todos os atores esto contribuindo para a mquina, ele para seu som e movimento, o que indica que os outros parem tambm. 10 minutos Paisagem Pequenos times Este exerccio segue exatamente os mesmos passos do exerccio da mquina, mas os atores encarnam certas paisagens oferecidas pelos membros da plateia; dessa forma a mquina se torna menos robtica, mais orgnica. Algum pode sugerir ilha caribenha ou espao sideral ou cidade de Nova York, e o time de atores cria uma escultura de movimentos representando essa paisagem nos mesmos passos descritos acima. Prestar ateno novamente na criao de diferentes nveis e texturas. 5 minutos

3. Pares Andar de sombra

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Duplas Esse exerccio tambm poderia ser chamado seguir o lder. A pessoa A que est na frente lidera B pela sala, expressando-se livremente fsica e vocalmente. A jornada pode levar o parceiro para o cho, para o ar, etc. um exerccio de fluxo de conscincia usando o corpo e a voz. B segue os sons e movimentos de A da melhor forma possvel, agindo como a sombra de A. Os lugares devem ser trocados quando o facilitador der o tempo. 6 minutos (3 minutos cada) Conversa sincronizada Duplas Uma pessoa de frente para outra, cerca de um p de distncia. Pessoa A comea a falar livremente sobre seu dia ou semana, como se estivesse respondendo a pergunta Como vai voc?. Pessoa B tenta seguir o dilogo de A dizendo exatamente as mesmas palavras ao mesmo tempo que elas saem da boca de A, como se B estivesse rastejado para dentro da cabea de A falando em unssono. B tenta entrar no ritmo e cadncia da fala de A chegando diretamente no topo do mximo de palavras possveis, mais do que sendo um eco. Trocar papis. 5 minutos Histria do parceiro (palavras e depois sentenas) Duplas um jogo igual ao Histria circular (em que o grupo inventa uma histria, sendo que cada pessoa fala uma palavra por vez. Depois podem ser sentenas), s que a histria construda em pares, um de frente para o outro. Todas as dicas listadas acima se aplicam. 3-4 minutos cada histria

4. Histrias Minis Duplas Em duplas, pessoa A conta uma histria curta de sua vida (o facilitador pode dar um tema). Geralmente eu cronometro (3-4 minutos) para que todos comecem e terminem ao mesmo tempo. Pessoa B ouve atentamente. Quando o tempo acaba, B se levanta e encena a histria que ela ouviu de volta em trs momentos (comeo, meio e fim da histria, ou as trs essncias principais da histria) em imagens congeladas e silenciosas. O ator mantm cada imagem um momento e depois muda para outra. Se feito corretamente, A ver a sua histria, ou ao menos a essncia dela. 5 minutos

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Sim, vamos Todo o grupo O mantra desse jogo Sim, vamos! o qual o grupo pode ensaiar um pouco antes de comear para todos entrarem no jogo. Eu geralmente escolho um lugar na sala de onde as ofertas so feitas. Desse ponto, algum oferece ao grupo uma sugesto (ou em termos de improvisao, uma oferta), tal como Vamos fingir que somos aliengenas do espao sideral chegando no planeta terra pela primeira vez! O grupo, num unssono, responde Sim, vamos! e imediatamente representa a sugesto, todos se tornando a sua verso de um ser extra-terrestre explorando a terra. (As sugestes podem ser simples atos tambm, como Vamos todos tocar a janela! ou Vamos todos pular!) Depois de um minuto ou dois, outra pessoa vai para o local da sugesto. Quando o grupo v algum nesse local, todos param e congelam, esperando para ouvir a prxima sugesto: Vamos fingir que somos todos sorvetes derretendo um dia quente de vero! para o qual o grupo responde Sim, vamos! e se tornam sorvetes derretendo. Idealmente todos no grupo tem sua vez (dependendo do tamanho do grupo) e as pessoas so atentas de no irem duas vezes at que todos que querem tenham tido a sua vez. Depois que brincamos por um tempo, eu geralmente vou ao local e digo Vamos acabar esse jogo. Variao: voc tambm pode organizar esse jogo em duplas. Uma pessoa sugere uma atividade, os dois dizem Sim, vamos! e comeam a atividade at que a outra pessoa sugira algo diferente. s vezes eu comeo em duplas e vou para a verso do grupo todo. 10 minutos (verso do grupo todo) Congela Todo o grupo Esse e um jogo de cena improvisada clssico, tanto no palco como num crculo. Duas pessoas vo voluntariamente ao centro. -lhes dado uma relao e um local (casal divorciado: num barco a remo no meio de um lago). Os atores comeam a improvisar mantendo a cena bem fsica. Geralmente h dilogo, mas importante que os atores fiquem se movimentando, com aes apropriadas para as circunstncias dadas, assim como mantendo a cena/enredo seguindo adiante. Em determinado momento, o facilitador (ou outro ator) grita Para! Os atores congelam a ao e um terceiro ator entra, tocando em um dos atores (geralmente o que est h mais tempo em cena) e assume a sua posio fsica da forma mais fiel possvel. Uma vez que voc foi tocado, voc volta para o crculo, e uma nova cena comea iniciada pela pessoa que acabou de chegar. a sua posio fsica que determina a ideia para a prxima cena. A pessoa que toca comea a cena dando uma oferta para o outro ator que a aceita e ns somos ento transportados para um novo lugar com novos personagens. A cena do divrcio no lago transforma-se em dois pinguins procurando por comida na Antarctica (porque algo da posio fsica que o novo ator tomou o fez sentir como um

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pinguim). s vezes engraado dar a todos no crculo um nmero e todos tem a vez para entrar. 10 minutos Malabarismo Todo o grupo Precisa de 4-5 bolas de meia ou de tennis Algum no crculo joga gentilmente uma bola ou par de meias para outra pessoa no crculo, primeiro dizendo seu nome. Essa pessoa pega a bola olhando para quem jogou e dizendo Sim. (O mantra mais essencial da improvisao). A nova pessoa com a bola olha para outra pessoa no crculo, diz o seu nome, e gentilmente joga a bola. Quem pega a bola sempre joga para algum novo, assim a ltima pessoa joga a bola de volta para a primeira pessoa, estabelecendo um padro, que repetido novamente. (Em outras palavras, voc estar jogando a bola para a mesma pessoa que voc jogou da primeira vez). Depois que um ritmo e um nvel de conforto so estabelecidos no padro do jogo, o facilitador pode introduzir uma segunda bola (e depois terceira, quarta, etc.) no jogo, mantendo o mesmo padro. Eventualmente voc pode eliminar a parte do sim do dilogo, dizendo ao grupo que ele est implcito no momento do contato visual (que no deve ser eliminado). Eu sempre introduzo esse jogo dizendo que se a bola cai no tem problema ningum ir morrer, ningum se importa apenas junte a bola e volte ao jogo. Uma vez que todas as bolas estiverem em jogo, eu geralmente grito Estamos fazendo malabarismo! Esse o ritmo de grupo que queremos manter quando estamos no palco juntos. Depende do tamanho do grupo; geralmente 8-10 minutos Incorporao Todo o grupo Nesse exerccio as pessoas sero um sanduche ou um colar de diamantes ao invs de segurarem um em suas mos. O facilitador pede ao grupo que caminhe neutro pela sala. Ento ela fala um objeto inanimado ou sentimento (vero, meia suja, tempestade com raios, poluio, prazo, copo fresco ou caf) e os membros do grupo se tornam isso, procurando a forma, o andar, o rosto, som ou texto que essa coisa possa dizer personificando a coisa. Depois de 10 segundos ou menos, o facilitador toca um tambor, e os membros do grupo voltam para o neutro e esperam at que a nova sugesto seja feita. Encoraje as pessoas a ficaram de p. Voc pode adaptar a lista de itens para um tema particular que voc esteja trabalhando. Voc tambm pode pedir sugestes para o grupo num determinado momento, ou dividir o grupo ao meio e criar uma plateia/testemunha. 10 minutos Cenas de gnero

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Grupos pequenos Crie grupos de 4 ou 5. Cada grupo tira um conto de fadas de um chapu Cinderela, Os trs porquinhos, etc. Cada grupo tambm escolhe um gnero musical do chapu, por exemplo: country, rock, rap ou opera. Os grupos tm 10 minutos ou mais para trabalhar em como recontar esse conto de fadas atravs do gnero musical que tiraram. Cada grupo apresenta o seu musical para o resto do grupo. As apresentaes tem uma durao de 3-5 minutos. Depende do tamanho do grupo Trs figuras Grupos pequenos Atores num grupo pequeno pensam numa pequena histria um conto de fadas, um evento histrico ou cotidiano que a maioria das pessoas da sala conheam. Eles decidem o comeo, meio e fim da histria, ou trs momentos essenciais (o que est acontecendo, quem so os personagens, a paisagem emocional, etc. em cada momento). Depois eles encenam esses momentos em trs imagens paradas e silenciosas. O grupo pratica mover-se de uma imagem a outra, lembrando-se qual personagem cada pessoa faz em cada imagem (nem todos os atores precisam estar em todas as imagens). Depois de 5-10 minutos de ensaio, cada grupo apresenta a sua histria para os outros grupos criando a primeira imagem congelada, esperando um momento, movendo-se para a segunda e depois a terceira. A plateia tenta adivinhar qual histria est sendo retratada. legal usar tecidos ou adereos se eles estiverem disponveis e um instrumento de percusso (tocado pelo facilitador) para acentuar cada imagem. 10-12 minutos para todo o grupo Essncia e metfora Duplas ou pequenos grupos Esse exerccio proporciona uma oportunidade de praticar como chegar no corao da histria assim como treinar o crebro a pensar metaforicamente. Em pequenos grupos algum conta uma pequena histria de sua vida (em 3-4 minutos). Depois outra pessoa do grupo vem com o corao ou essncia da histria da forma que ouviu. Outra pessoa sugere uma metfora para a histria. Uma quarta pessoa (se tiver) pode ento sugerir uma ideia de como a metfora pode ser traduzida em som/movimento/texto no palco. Finalmente, o narrador original fala como a essncia e metfora da histria ressoaram para ele. Cada pessoa pode ter a sua vez contando uma histria ou apenas algumas pessoas, dependendo do tamanho do grupo e tempo. 6-8 minutos cada pessoa Lua/montanha Todo o grupo

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O grupo faz um crculo interno e outro externo. Ao sinal do facilitador os dois crculos se movem na direo oposta. Quando o facilitador disser para parar, todos ficam de frente para algum do outro crculo. O facilitador fala dois personagens (o primeiro para o crculo de fora e o segundo para o de dentro) e os dois atores criam uma cena de 30 segundos entre esses dois personagens. Todos do grupo agem simultaneamente. Depois de um tempo, o facilitador pede que finalizem e o crculo comea a se mover novamente at que se mande parar e achar novo parceiro. Alguns exemplos de personagens so: policial e adolescente; criana pequena e v; mais abstratamente desejo e repulsa; preconceito e justia; a lua e a montanha. (Jonathan Fox). 5 minutos

5. Coro O orculo 3-5 atores por vez Os atores criam um tipo de monstro de vrias cabeas, um Orculo onisciente, ficando bem juntos e juntando os braos (se voc tiver uma grande pea de tecido, use-a para cobrir os corpos dos atores para criar melhor um efeito de Orculo). Um por vez, os membros da plateia fazem uma pergunta ao Orculo sobre suas prprias vidas, o mundo, etc. Depois que a questo est posta, o Orculo repete a questo (todos os atores falando em unssono) e depois responde a pergunta por um ator falando uma palavra por vez (comeando pelo ator da direita), coletivamente criando sentenas e adivinhando a resposta para a pergunta. A resposta percorre a linha algumas vezes at o orculo sentir que a resposta est completa. 3-5 minutos Rebanho Times de quatro Quatro atores ficam numa forma de diamante aberto, todos de frente para a plateia. A pessoa mais a frente do palco comea como o pssaro lder. O pssaro lder comea a se mover para frente achando um som e movimento repetitivo; os outros atores imitam o som e movimento do pssaro lder, tambm se movendo a frente. Em determinado momento o pssaro lder vai para outra direo (para a direita, esquerda ou para trs) e de repente h um novo pssaro lder que imediatamente assume a dana mudando os passos e levando esse novo som e movimento adiante. Quando ele vira, quem estiver na frente torna-se o novo pssaro lder. O objetivo manter o movimento vivo e diverso e que os danarinos sigam uns aos outros como um rebanho. Em algum ponto o facilitador pede que o grupo ache um final. 4-5 minutos cada rebanho

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6. Histria de trs partes Metforas Duplas Revezando nas duplas dividir todos ou alguns dos exemplos a seguir: Se voc fosse uma rvore, que tipo de arvore voc seria e por que? Se voc fosse um corpo de gua, que tipo de gua voc seria e por que? Livro? Album cover? Tipo de bebida? Tipo de musica? Chapu? Utenslio de cozinha? Paisagem? Palavra? Obviamente voc pode usar esses e/ou inventar os seus. (Inspirado por Peter Hall). 10 minutos Movimento/som/texto Grupos de 3 Algum na plateia conta uma histria pessoal curta. Os atores esto ao fundo do palco em uma linha, neutros. Depois que a histria contada, o primeiro ator vem ao espao e faz um pedao de movimento improvisado (30 segundos). Quando este ator termina, ele volta a linha. O segundo ator vai a frente e cria uma pequena paisagem sonora, respondendo ao movimento. Esse ator volta a linha quando termina. Finalmente o terceiro vem a frente (ficando no seu canal) e oferece um pedao improvisado de texto/dilogo/poesia inspirado pelo movimento e som e a histria original. Variao: voc tambm pode fazer esse exerccio sem uma histria pessoal como impulso. No lugar, o primeiro ator criaria o material base. 5 minutos para um grupo pequeno

7. Atividades de encerramento Esculturas do prximo passo Grupos de 3-5 Esse um exerccio til para o final de um workshop ou srie de aulas. Em grupos pequenos, cada pessoa esculpe o seu prximo passo (em termos de aprendizado de teatro playback ou em termos de uma questo especfica colocada em aula ou aps a faculdade, etc.) Os outros atores so a argila e o escultor as posiciona (tanto por contato fsico ou demonstrao no h fala) em uma imagem parada e silenciosa de seu prprio prximo passo. O escultor no precisa usar todos de seu grupo. Ele se coloca na escultura e pensa um ttulo para a sua figura, que ele mantm para si por enquanto. Os membros do grupo gravam seus papis e lugares em cada figura e a prxima pessoa no grupo esculpe seu prximo passo. Ao final, o grupo se move sem problemas e silenciosamente pela imagem de cada pessoa, criando uma espcie de show de slide. Dependendo de quantas pessoas estiverem em cada grupo voc leva 15 minutos para esta parte. Quando todas as

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imagens foram feitas, cada grupo apresenta as imagens para o restante do grupo transitando atravs das imagens. Para cada um, o escultor (que est na imagem) diz o ttulo, o grupo segura a imagem por um tempo e depois muda para a prxima imagem. bom que um msico toque durante a apresentao dos slides, acentuando cada imagem/prximo passo. 20 minutos Crculo de apreciao Todo o grupo Sentados ou em p num crculo cada pessoa aprecia algo especfico da pessoa da sua esquerda (ou direita). Essas apreciaes so ditas em voz alta para que todo o grupo oua. 1 minuto por pessoa Pela suas costas Grupos de trs Uma pessoa do trio vira de costas para os outros dois. Eles comeam a conversar sobre a pessoa que est de costas, falando dele somente coisas positivas, apreciando determinadas qualidades dele e/ou momentos de seu trabalho na aula. A pessoa simplesmente senta de costas e ouve/absorve o feedback e reflexes positivas! 4 minutos por pessoa Cano de ninar Duplas Em duplas, convide cada pessoa a cantar uma cano de ninar para o parceiro. A cano de ninar pode ser qualquer msica cantada gentilmente. Dependendo do nvel de conforto no grupo, voc pode querer abraar seu parceiro enquanto canta, ou colocar sua cabea em seu colo. Essa uma boa forma de encerrar uma sesso, especialmente se tiver sido particularmente emocionante. (Jo Salas) 8-10 minutos

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Referncias Bibliogrficas:

FOX, Jonathan. Acts of Service: Spontaneity, Commitment, Tradition in the Nonscripted Theatre. New Paltz : Tusitala, 2003.

FOX, Hannah. Zoomy Zoomy: Improv games and exercises for groups. Tusitala : New Paltz, NY. 2010. FOX, Jonathan. Introduction In DAUBER, Heinrich; FOX, Jonathan. (org). Gathering Voices: Essays on Playback Theatre. New Paltz : Tusitala, 1999a. (9-16)

FRIEDLER, Rasia. El Teatro Playback: Una Pasion Vislumbrada en Nepal. Un Dialogo con Jonathan Fox. Disponvel em: <http://www.playbackschool.org/resources_longlist.htm> Acesso em: 05 out. 2007.

ROWE, Nick. Playing the Other: Dramatizing Personal Narratives in Playback Theatre. London, Philadelphia : Jessica Kingsley Publishers, 2007.

SALAS, Jo. Playback Theatre: uma nova forma de expressar ao e emoo. So Paulo : Agora, 2000. SIEWERT, Clarice Steil. Nossas Histrias em Cena: Um Encontro com o TeatroPlayback. Dissertao de Mestrado, 2009.

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