Antidepressivos Tricíclicos
Antidepressivos Tricíclicos
Antidepressivos Tricíclicos
Incluído em 15/02/2005
Parece haver também, com o uso prolongado dos ADT, uma diminuição do número de
receptores pré-sinápticos do tipo Alfa-2, cuja estimulação do tipo feedback inibiria a
liberação de NE. Desta forma, quanto menor o número destes receptores, menor seria sua
estimulação e, conseqüentemente, mais NE seria liberada na fenda.
A - FARMACOCINÉTICA
Os ADT sofrem metabolização hepática por oxidação e hidroxilação numa via metabólica,
noutra via sofrem dimetilação originando metabólitos também ativos. Eles têm uma forte
tendência em ligar-se às proteínas plasmáticas, embora a fração livre tenha também uma
grande importância na ação terapêutica. Apenas 5% da dose ingerida é excretada em sua
forma original.
Os ADT são potentes anticolinérgicos e por esta característica seus efeitos colaterais são
explicados. Enquanto os efeitos terapêuticos exigem um período de latência, o mesmo não
acontece com os efeitos colaterais. Estes aparecem imediatamente após a ingestão da
droga e são responsáveis pelo grande número de pacientes que abandonam o tratamento
antes dos resultados desejados. Daí a importância na orientação ao paciente.
B - EFEITOS COLATERAIS
1 - OFTALMOLÓGICOS
Pode-se observar com certa freqüência alguma dificuldade de acomodação visual
dependendo da dose do ADT, fato que não chega a ser importante ao ponto de obrigar uma
interrupção no tratamento. Midríase também é uma ocorrência que pode ser observada.
2 - GASTRINTESTINAIS
Secura na boca ocorre em quase 100% dos pacientes em doses terapêuticas dos ADT.
Embora incômoda, esse sintoma pode perfeitamente ser suportável e em casos mais
severos podemos ter como conseqüência gengivite e mesmo glossite. Constipação
intestinal também acontece em quase 100% da vezes e é resolvido com a mudança no
hábito alimentar ou com a utilização de laxantes.
3 - CARDIOCIRCULATÓRIOS
Os ADT podem provocar, principalmente no início do tratamento, um aumento na
freqüência cardíaca mas as taquicardias importantes são de ocorrência rara. Podemos
observar, às vezes, um aumento do intervalo PR, do complexo QRS ou do intervalo QT no
ECG. Estas alterações são moderadas e não têm significado clínico. Devem ser
considerados com mais seriedade os pacientes portadores do bloqueio AV anterior ao
tratamento com ADT.
4 - ENDOCRINOLÓGICO
Alguns trabalhos apontam um aumento nos níveis de prolactina e, paradoxalmente, outros
autores demonstram diminuição e outros ainda, níveis inalterados. A mesma disparidade
encontramos em relação aos trabalhos sobre alterações dos hormônios tereoideanos.
5 - GENITURINÁRIO
A retenção urinária pode ser observada, principalmente, em pacientes homens e
portadores de adenoma de próstata. Embora deva ser dado mais atenção à estes
pacientes, tal ocorrência não é contra-indicação absoluta ao uso dos ADT. Com muita
freqüência encontramos disúria em ambos os sexos.
Na esfera sexual podemos ter uma diminuição da libido, retardamento do orgasmo e mais
raramente, anorgasmia (em ambos sexos). Como freqüentemente na depressão a libido já
se encontra diminuída ou até abolida, com a melhora do quadro afetivo pelos ADT o
paciente notar comumente uma melhora desta função, ao contrário do que poderíamos
esperar se considerarmos apenas os efeitos colaterais.
7 - ALTERAÇÕES GERAIS
Tremores finos das mãos são observadas com certa freqüência e respondem muito bem aos
betabloqueadores (Propranolol). Sudorese excessiva pode também incomodar o paciente
mas não necessita cuidados especiais.
É comum um ganho de peso e, às vezes, os pacientes referem impulso para comer doces.
Apesar disso os estudos controlados sobre o metabolismo dos glicídios não revelam
maiores explicações.
C - INTOXICAÇÃO
Sinais de intoxicação começam a aparecer quando a ingestão de ADT ultrapassa 500
mg/dia, porém, a dose letal e maior que isso: varia entre 1.800 e 2.500 mg(10).
Na intoxicação por ADT podemos encontrar agitação ou sedação, midríase, taquicardia,
convulsões generalizadas, perda da consciência, depressão respiratória, arritmia cardíaca,
parada cardíaca e morte.
AMITRIPTILINA Amytril, Tryptanol
CLOMIPRAMINA Anafranil
IMIPRAMINA Imipra, Tofranil
MAPROTILINA Ludiomil
NORTRIPTILINA Pamelor
Tendo em vista a grande afinidade protêica dos ADT, sua eliminação por diálise ou diurese é
muito difícil. Nos casos de intoxicação está indicado o uso de anticolenesterásicos
(Prostigmina IM ou EV) e medidas de sustentação geral.
AMITRIPTILINA
AMITRIPTILINA
AMYITRIL
TRYPTANOL
Embora não tenha sido descrito o exato mecanismo de ação da Amitriptilina no tratamento
da depressão, calcula-se que os antidepressivos tricíclicos aumentam a concentração na
sinapse de norepinefrina ou de serotonina no sistema nervoso central, ao bloquear sua
recaptação pela membrana neuronal pressináptica.
É bem e rapidamente absorvida por via oral. Metaboliza-se exclusivamente no fígado e seu
metabólito ativo é a nortriptilina. A união a proteínas é elevada no plasma e em tecidos
(96%). A eliminação é principalmente renal, durante vários dias, e não é dializável por sua
alta união às proteínas. Sua meia-vida é de 10 a 50 horas. É um dos antidepressivos
tricíclicos com maior efeito sedante.
Indicações
Síndrome depressiva maior, doença maníaco-depressiva, distúrbios depressivos na psicose.
Estados de ansiedade associados com depressão. Depressão com sinais vegetativos. Dor
neurogênica: em dose de até 100mg/dia em dor crônica grave (câncer, doenças
reumáticas, nevralgia pós-herpética, neuropatia pós-traumática ou diabética).
Dose
A dosagem deve ser individualizada para cada paciente. Embora com a dose inicial se
possa produzir uma ação sedante, são necessárias de 1 a 6 semanas de tratamento para se
obter a resposta antidepressiva desejada. No tratamento de manutenção, a dose diária
pode ser reduzida para, em geral, 1 só dose ao deitar, durante 6 meses a 1 ano. Em
pacientes de idade avançada, adolescentes ou pacientes com doença cardiovascular é
preferível fracionar a dose.
Dose usual para adultos: oral, inicialmente 25mg, 2 a 4 vezes ao dia, ajustando logo a
dosagem. Dose máxima em pacientes ambulatoriais: até 150mg/dia. Hospitalizados: até
300mg/dia. De idade avançada: até 100mg/dia. Em adolescentes, inicialmente 10mg, 3
vezes ao dia e 20mg ao deitar, ajustando logo a dose, até um máximo de 100mg/dia. Doses
geriátricas usuais: inicialmente 25mg ao deitar, ajustando a dose até um máximo de 10mg
3 vezes ao dia e 20mg ao deitar.
Reações adversas
Visão turva, movimentos de mastigação, sucção, linguais; movimentos incontrolados das
pernas ou braços; confusão, delírio, alucinações. Constipação, principalmente em idosos.
Dificuldade ao falar ou engolir. Nervosismo. Agitação. Rigidez muscular. Fotossensibilidade.
Crises convulsivas. Sudorese excessiva. Pirose. Vômitos. As seguintes reações indicarão a
suspensão do tratamento: náuseas, vômitos, diarréia, excitação não habitual, perturbações
do sono.
Precauções
Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas. É possível que se apresente sonolência, portanto é
necessário ter cuidado ao dirigir. A possível secura da boca implicará o uso de um
substituto da saliva para o alívio. Não suspender a medicação de forma brusca. Não se
recomenda seu uso em menores de 12 anos.
Os pacientes de idade avançada necessitam, com mais freqüência, uma redução da dose,
devido à lentificação do metabolismo ou da excreção. Assim mesmo, mostram um aumento
da sensibilidade aos efeitos antimuscarínicos, tais como retenção urinária ou delírio
anticolinérgico.
Interações
Os corticóides, anti-histamínicos ou antimuscarínicos potencializam os efeitos
antimuscarínicos; principalmente os de confusão mental, alucinações e pesadelos. O uso
simultâneo com atropina pode bloquear a detoxificação da atropina, e pode produzir íleo
paralítico. Aumenta a ação dos anticoagulantes por inibição do metabolismo enzimático do
anticoagulante. Potencializa a depressão do SNC, o que diminui o limiar das crises
convulsivas a doses elevadas e diminui os efeitos da medicação anticonvulsiva.
Outros depressores do SNC potencializam sua ação. Não é recomendado seu uso com IMAO
devido ao aumento do risco de convulsões graves e crises hipertensivas. Potencializam-se
os efeitos pressores da nafazolina oftálmica, oximetazolina nasal, fenilefrina nasal ou
oftálmica ou xilometazolina nasal. O uso concomitante com drogas simpaticomiméticas
pode potencializar os efeitos cardiovasculares e dar lugar a arritmias, taquicardia ou
hipertensão.
Contra-indicações
É contra-indicada sua prescrição durante o período de recuperação imediato a infarto do
miocárdio. Deverá ser avaliada a relação risco-benefício na presença de alcoolismo ativo ou
tratado, asma, síndrome maníaco-depressiva ou bipolar, distúrbios hemáticos, alterações
cardiovasculares, principalmente em idosos e crianças, glaucoma, disfunção hepática ou
renal, hipertireoidismo, esquizofrenia, crises convulsivas, retenção urinária.
TRYPTANOL® - (PRODOME)
Composição:Cada comprimido contém: cloridrato de amitriptilina 25mg ou 75mg.
Apresentações:Comp. c/2 bl. de 10.
AMITRIPTILINA® - (BASF GENERIX)
Composição:Cada comprimido contém: cloridrato de amitriptilina 25mg.
Apresentações:Comp. emb. c/20 de 25mg.
AMYTRIL® - (CRISTÁLIA)
Composição:Cada comprimido contém: cloridrato de amitriptilina 25mg.
Apresentações:Comp. env. c/10 e bl. c/20.
CLOMIPRAMINA
ANAFRANIL
Propriedades
A Clomipramina droga inibe a recaptação neuronal de norepinefrina e serotonina (a inibição
da recaptação de 5-hidroxitriptamina é o componente dominante). Também tem
propriedades adrenolíticas a1, anticolinérgicas, anti-histamínicas e anti-serotoninérgicas
(bloqueio do receptor de 5-HT).
Indicações
Estados depressivos de etiologia diversa: depressão associada com esquizofrenia e
distúrbios de personalidade, síndromes depressivas senis ou pré-senis, distimias
depressivas de natureza reativa, neurótica ou psicopática, síndromes obsessivo-
compulsivas, fobias e ataques de pânico, estados dolorosos crônicos, enurese noturna (a
partir dos 5 anos e prévia exclusão de causas orgânicas).
Dose
A dose e via de administração serão determinadas de forma individual para cada paciente,
de acordo com seu quadro clínico. Em uma primeira etapa objetiva-se obter resultados
ótimos com doses baixas, aumentando de forma cuidadosa, principalmente em jovens e
pacientes idosos, que reagem mais intensamente que os pacientes de idade intermediária.
Infusão intravenosa: no início, 2 a 3 ampolas (50 a 75mg) 1 vez ao dia, dissolvidas em 250
a 500ml de solução salina isotônica ou glicosada durante 1½ a 3 horas. Diante da melhora
do quadro, continuar com a infusão mais 3 ou 4 dias, e logo passar para via oral com 2
drágeas de 25mg. Ataque de pânico: 10mg/dia em combinação com uma benzodiazepina.
Aumentar a dose até atingir a resposta desejada e suprimir de forma gradual a
benzodiazepina. A dose pode flutuar entre 25 e 100mg.
Farmacocinética
Absorção. Injetável: a clomipramina é completamente absorvida após injeção
intramuscular. Após administração intravenosa ou intramuscular diária e repetida de doses
entre 50 e 150mg de Clomipramina, atingem-se as concentrações plasmáticas de steady-
state na segunda semana de tratamento. Essas variam de <15 a 447ng/ml para
clomipramina, e de <15 a 669ng/ml para o metabólito ativo desmetilclomipramina. Oral: a
clomipramina é completamente absorvida do trato gastrintestinal.
Cerca de dois terços de uma dose única de clomipramina são excretados na urina, sob a
forma de conjugados solúveis em água, e aproximadamente um terço nas fezes.A
quantidade de clomipramina inalterada e de desmetilclomipramina excretada na urina é de
cerca de 2% e 0,5% da dose administrada, respectivamente.
Reações adversas
Reações anticolinérgicas: secura na boca, constipação, suores, distúrbios de micção,
distúrbios do SNC, sonolência, fadiga, aumento de apetite. Ocasionalmente podem ocorrer
confusão ou alucinações, distúrbios do sono.
Sistema cardiovascular: hipotensão ortostática, taquicardia sinusal. Sistema gastrintestinal:
náuseas, vômitos, diarréia, anorexia. Ocasionalmente, também, reações alérgicas cutâneas.
Precauções
Deverá ser administrada com cautela em pacientes com distúrbios cardiovasculares;
controlar a pressão arterial, já que em indivíduos hipotensos ou com instabilidade
circulatória pode haver reação de decréscimo da pressão. Dever-se-á ter precaução com
pacientes com hipertireoidismo, com controle do quadro hemático, uma vez que pode
ocorrer agranulocitose. A função hepática e renal deverá ser controlada.
Os pacientes com distúrbios afetivos bipolares podem passar da depressão para a mania;
nestes casos, suspender o tratamento com clomipramina. Diante de uma superdose com
sintomatologia grave, taquicardia, arritmias, estupor, ataxia, rigidez muscular, depressão
respiratória, será necessária a hospitalização do paciente com vigilância contínua do
sistema cardiovascular durante 48 horas.
Interações
Os pacientes que necessitam de um inibidor da monoaminooxidase deverão suspender o
tratamento com clomipramina 15 dias antes de iniciar a dose de IMAO. Pode reduzir ou
anular o efeito anti-hipertensivo de clonidina, guanetidina, betanidina, reserpina e
metildopa. Pode reforçar o efeito cardiovascular dos simpaticomiméticos (epinefrina,
norepinefrina e anfetamina), dando origem a arritmias, taquicardia ou hipertensão.
Se administrada junto com estrogênios, a dose de clomipramina deverá ser diminuída, pois
que os hormônios esteróides inibem o metabolismo destas substâncias, dando origem a
toxicidade, mascarando os efeitos terapêuticos e piorando a depressão.
Ao diminuir o limiar das crises convulsivas com doses elevadas, diminui o efeito da
medicação anticonvulsiva, requerendo, portanto, um ajuste da dose para o controle destas
crises.O uso simultâneo com cimetidina inibe o metabolismo da clomipramina e aumenta a
concentração plasmática, dando origem à toxicidade, podendo ser necessária uma
diminuição da dose do antidepressivo tricíclico.
Contra-indicações
É contra-indicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida aos antidepressivos
tricíclicos do grupo das benzodiazepinas. Não deve ser administrada junto com inibidores
da monoaminooxidase, bem como no estado agudo de enfarto do miocárdio.
A relação risco-benefício deverá ser avaliada nos seguintes quadros clínicos: asma, doença
maníaco-depressiva, alterações cardiovasculares, principalmente em crianças ou idosos,
disfunção hepática ou renal, esquizofrenia, crise convulsiva, retenção urinária.
ANAFRANIL® (Novartis)
Composição: cada drág. tem 25 mg de Clomipramina; cada amp. tem 25 mg. de
Clomipramina
ANAFRANIL SR® (Novartis)
Composição: cada comp. de liberação lenta tem 75mg. de Clomipramina
Laboratório: Novartis Biociências S.A.
IMIPRAMINA
IMIPRA
TOFRANIL
Farmacodinâmica
Grupo terapêutico: antidepressivo tricíclico. Inibidor da recaptação de noradrenalina e
serotonina. Mecanismo de ação: a imipramina tem várias propriedades farmacológicas,
incluindo-se as propriedades alfadrenolítica, anti-histamínica, anticolinérgica e bloqueadora
do receptor serotoninérgico (5-HT). Contudo, acredita-se que a principal atividade
terapêutica da imipramina seja a inibição da recaptação neuronal de noradrenalina (NA) e
serotonina (5-HT). A imipramina é chamada de bloqueador "misto" da recaptação, isto é,
ela inibe a recaptação da noradrenalina e da serotonina aproximadamente na mesma
extensão.
Farmacocinética
Absorção: o cloridrato de imipramina é rapidamente e quase que completamente absorvido
a partir do trato gastrintestinal. A ingestão de alimentos não afeta a absorção e a
biodisponibilidade. Durante sua primeira passagem pelo fígado, a imipramina, administrada
por via oral, é parcialmente convertida em desmetilimipramina, um metabólito que
também exibe atividade antidepressiva.
Aproximadamente 80% do fármaco são excretados através da urina e cerca de 20% nas
fezes, principalmente na forma de metabólitos inativos. A quantidade de imipramina
inalterada e de seu metabólito ativo desmetilimipramina excretados através da urina são
de 5% e 6%, respectivamente.
Apenas pequenas quantidades são excretadas através das fezes. Características em
pacientes: em função do clearance metabólico reduzido, as concentrações de imipramina
são maiores em pacientes idosos do que em pacientes mais jovens. Em crianças, o
clearance médio e a meia-vida de eliminação não diferem significativamente dos controles
em adultos mas a variabilidade entre pacientes é grande.
Propriedades
É uma benzodiazepina que atua aumentando a concentração de norepinefrina na sinapse
ou de serotonina no SNC, ao bloquear sua recaptação pela membrana neuronal pré-
sináptica. Inibe a recaptação tanto de norepinefrina como de serotonina.
Absorve-se bem e com rapidez após a administração oral; seu metabolismo é somente
hepático, com efeito de primeiro passo, e seu metabólito ativo é a desipramina. Sua união
às proteínas é muito elevada no plasma e tecidos. Elimina-se principalmente por via renal.
Indicações
Síndrome depressiva maior, doença maníaco-depressiva, ansiedade associada à depressão
mental. Depressão reativa ou distúrbios distímicos. O cloridrato de imipramina é indicado
como ajuda ao tratamento temporário da enurese noturna em crianças de 6 anos ou
maiores. Tratamento de dor crônica grave (câncer, enxaqueca).
Dose
Em crianças com enurese, uma dose diária superior a 75mg não melhora os resultados. A
prescrição limite usual para crianças é de 2,5mg/kg/dia. Adultos: 25 a 50mg 3 ou 4 vezes
ao dia, com ajuste da dose conforme as necessidades e tolerância. Dose máxima –
pacientes ambulatoriais: 200mg/dia; pacientes internados: 300mg/dia; pacientes de idade
avançada: 100mg/dia.
Crianças de até 6 anos: o uso não é recomendável. Crianças maiores de 6 anos: o uso só é
recomendado para enurese ou a síndrome de déficit de atenção com hiperatividade ou sem
ela. Adolescentes: 25 a 50mg ao dia em várias ingestões, até uma dose máxima de
100mg/dia. Ampolas: IM, até 100mg/dia em doses divididas. Dose máxima: 300mg diários.
Crianças de até 12 anos: o uso não é recomendado.
Reações adversas
Tonturas, sonolência, secura na boca, cansaço ou debilidade, aumento de peso, diarréia,
sudorese excessiva. Visão turva, movimentos de sucção, mastigação, instabilidade,
movimentos lentos, hipotensão, ansiedade. São de incidência rara: taquipnéia, crises
convulsivas, erupção cutânea, prurido, irritabilidade, rigidez muscular grave, dor de
garganta.
Precauções
Deve ser ingerido junto com os alimentos para reduzir a irritação gastrintestinal. São
necessárias de 2 a 6 semanas de tratamento para obter-se os efeitos antidepressivos.
Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas; possível sonolência, motivo pela qual se deve ter
precaução ao dirigir.
Não suspender a medicação de forma abrupta, porém gradualmente. Seu uso não é
recomendável para crianças menores de 12 anos, exceto no tratamento da enurese em
crianças maiores de 6 anos. Os pacientes de idade avançada geralmente necessitam de
redução da dose, devido à lentidão do metabolismo ou da excreção.
Interações
Os corticóides, amantadina, anti-histamínicos ou antimuscarínicos intensificam os efeitos
antimuscarínicos, principalmente confusão mental, alucinações e pesadelos. Pode bloquear
a desintoxicação da atropina, diminuir o umbral das crises convulsivas e, assim, reduzir os
efeitos da medicação anticonvulsiva.
Contra-indicações
Não deve ser usada durante o período de recuperação, imediatamente após enfarte de
miocárdio. A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de alcoolismo, asma,
doença maníaco-depressiva, distúrbios sangüíneos, alterações cardiovasculares (idosos ou
crianças), distúrbios gastrintestinais, doença genito-urinária, disfunção hepática ou renal,
esquizofrenia e retenção urinária.
TOFRANIL® - (NOVARTIS)
Composição:Cada drágea contém 10 ou 25mg de Imipramina.
TOFRANIL PAMOATO® - (NOVARTIS)
Composição: Cada cápsula contém pamoato de imipramina, correspondente a 75 ou 150mg
de cloridrato de imipramina
IMIPRA® - (CRISTÁLIA)
Composição: Cada comprimido contém: cloridrato de imipramina 10mg e 25mg
MAPROTILINA (tetracíclico)
LUDIOMIL
O tratamento com Maprotilina não deve ser interrompido sem o conhecimento do médico.
Os efeitos indesejáveis de Maprotilina são leves e transitórios e, normalmente,
desaparecem durante o tratamento ou após a redução da dose. Pacientes idosos são mais
sensíveis. Ocasionalmente podem ocorrer tontura, dor de cabeça, vertigem, cansaço
transitório, sonolência, secura da boca, vermelhidão de pele, urticária (às vezes
acompanhada de febre), náuseas, vômitos, alterações da pressão arterial, aumento da
freqüência cardíaca, transpiração, aumento de peso.
Informe ao seu médico caso ocorra qualquer reação; ele lhe dará a orientação adequada.
Antes de iniciar o tratamento, informe ao médico sobre qualquer outro medicamento que
você esteja tomando. Enquanto estiver em tratamento, o paciente não deve ingerir bebidas
alcoólicas.
Farmacodinâmica
Maprotilina é um antidepressivo tetracíclico que exibe uma série de propriedades
terapêuticas comuns aos antidepressivos tricíclicos. Apresenta um espectro de ação bem
equilibrado, melhorando o humor e aliviando a ansiedade, a agitação e o retardamento
psicomotor. Maprotilina influencia favoravelmente os sintomas somáticos dos quadros de
depressão mascarada.
Farmacocinética
Absorção e concentrações sangüíneas: após a administração oral dos comprimidos
revestidos, o cloridrato de Maprotilina é lenta, porém completamente absorvido. A
biodisponibilidade absoluta média é de 66-70%. Em 8 horas, após uma dose oral de 50mg,
são obtidos os picos de concentração plasmática de 48-150nmol/litro (13-47ng/ml). A
aplicação intravenosa em bolus de uma dose de 50mg de Maprotilina produziu, após uma
hora, concentrações de 54-182nmol/litro (17-57ng/ml).
Indicações
Depressão: endógena e depressão de início tardio (involutiva). Depressão psicogênica,
reativa e neurótica, depressão por exaustão. Depressão somatogênica. Depressão
mascarada. Depressão na menopausa.
Dose
Em pacientes que respondam inadequadamente à medicação oral ou em casos refratários
de depressão, Maprotilina deve ser aplicado em injeção IV. Comprimidos: determinar o
esquema de tratamento individualmente e adaptar às condições e à resposta do paciente,
por exemplo, pela elevação da dose noturna e ao mesmo tempo diminuindo-se as doses
administradas durante o dia ou, alternativamente, pela administração de apenas uma dose
diária.
Após considerável melhora dos sintomas pode-se tentar reduzir a dose. Se os sintomas
piorarem novamente a dose deve ser imediatamente elevada ao nível original. Os
comprimidos de Maprotilina devem ser ingeridos inteiros, com líquido suficiente. Não
exceder a dose diária de 150mg. Depressão leve a moderada (especialmente em pacientes
de ambulatório): doses de 25mg 1-3 vezes ao dia ou 25-75mg uma vez ao dia, dependendo
da gravidade dos sintomas e da resposta do paciente.
Pacientes idosos: em geral são recomendadas doses mais baixas. Inicialmente 10mg três
vezes ao dia ou 25mg uma vez ao dia. Se necessário, a dose diária pode ser elevada
gradualmente, em pequenos incrementos, até a 25mg três vezes ao dia ou a 75mg uma
vez ao dia, dependendo da tolerância e da resposta.
Contra-indicações
Hipersensibilidade à Maprotilina ou sensibilidade cruzada com antidepressivos tricíclicos.
Transtornos convulsivos ou limiar convulsivo diminuído (ex.: danos cerebrais de etiologia
variada, alcoolismo). Estágio inicial de infarto do miocárdio ou distúrbios da condução
cardíaca. Insuficiência hepática ou renal grave.
Glaucoma de ângulo fechado ou retenção urinária (ex.: causadas por doença prostática).
Tratamento concomitante com inibidor da MAO (vide Interações). Intoxicação aguda com
álcool, hipnóticos, ou fármacos psicotrópicos (vide Interações).
Reações adversas
Os efeitos indesejados são geralmente leves e transitórios, desaparecendo durante o curso
do tratamento ou após a diminuição da dose. As reações adversas não estão sempre
correlacionadas com os níveis plasmáticos do fármaco ou com a dose. Freqüentemente é
difícil distinguir-se certos efeitos adversos dos sintomas da depressão, tais como fadiga,
distúrbios do sono, agitação, ansiedade, constipação e boca seca.
Pele. Ocasionais: reações alérgicas na pele (rash, urticária), algumas vezes com febre,
fotossensibilidade. Casos isolados: prurido, púrpura, edema (local ou generalizado),
vasculite cutânea, perda de pêlos, alopecia, eritema multiforme.
Precauções
O risco de suicídio é inerente à depressão grave e pode persistir até que ocorra remissão
significativa. Há relatos de que os antidepressivos, em raras ocasiões, exacerbam
tendências suicidas. Um estudo em que Maprotilina foi administrado como tratamento
profilático para depressão unipolar sugeriu um aumento no comportamento suicida do
grupo tratado.
É mais seguro continuar o tratamento do que expor-se aos riscos de uma interrupção do
medicamento antes da cirurgia.
Gravidez e lactação
Experimentos conduzidos em animais demonstraram não haver potencial teratogênico ou
efeitos mutagênicos e nenhuma evidência de prejuízo à fertilidade ou dano ao feto.
Entretanto, o uso seguro durante a gravidez não está estabelecido. Foram relatados casos
isolados que sugeriam a possível associação entre Maprotilina e reações adversas sobre o
feto humano. Maprotilina não deve ser administrado durante a gravidez, a menos que os
benefícios ao feto sejam evidentemente mais importantes do que seus riscos.
Maprotilina deve ser descontinuado ao menos sete semanas antes da data prevista para o
parto, desde que o estado clínico da paciente assim o permita, para se evitar que o recém-
nascido apresente possíveis sintomas, tais como dispnéia, letargia, irritabilidade,
taquicardia, hipotonia, convulsões, tremor e hipotermia.
A Maprotilina passa para o leite materno. Após a administração diária de 150mg por 5 dias,
as concentrações no leite materno excederam às do sangue por um fator de 1,3-1,5.
Embora os relatos não demonstrem efeitos colaterais no recém-nascido, se a paciente
estiver amamentando, Maprotilina deve ser descontinuado ou deve-se interromper a
amamentação.
Advertências
Existem relatos raros sobre a ocorrência de convulsões em pacientes que recebiam doses
terapêuticas de Maprotilina e sem história prévia de convulsão. Em alguns casos, outros
fatores complicadores estavam também presentes, tais como medicação concomitante,
com conhecido potencial de diminuir o limiar de convulsão.
Interações
Inibidores da MAO: não administrar Maprotilina pelo menos por 14 dias após a interrupção
de tratamento com inibidores da MAO (há risco de interações graves, tais como
hipertermia, tremores, convulsões clônicas generalizadas, delírio e possível óbito). O
mesmo se aplica quando da administração de um inibidor da MAO após tratamento prévio
com Maprotilina.
Cimetidina: embora não relatado com relação a Maprotilina, a cimetidina demonstra inibir o
metabolismo de vários antidepressivos tricíclicos, resultando em aumento da concentração
plasmática dos mesmos e no aumento dos efeitos colaterais (boca seca, distúrbios da
visão). Pode ser necessário, portanto, reduzir-se a dose de Maprotilina, quando
administrado concomitantemente com a cimetidina.
Superdose
Não foram relatados casos de superdose com ampolas. As informações a seguir referem-se
a superdose com comprimidos revestidos de Maprotilina. Os sinais e sintomas de superdose
com Maprotilina são similares aos relatados com antidepressivos tricíclicos. As
anormalidades cardíacas e os distúrbios neurológicos são as principais complicações. A
ingestão acidental de qualquer quantidade por crianças deve ser tratada como séria e
potencialmente fatal.
Os seguintes sinais e sintomas podem ser observados: sistema nervoso central: sonolência,
estupor, coma, ataxia, inquietação, agitação, reflexos alterados, rigidez muscular e
movimentos coreoatetóides, convulsões. Sistema cardiovascular: hipotensão, taquicardia,
arritmia, distúrbios de condução, choque, insuficiência cardíaca e, em casos muito raros,
parada cardíaca.
Além disso, podem ocorrer depressão respiratória, cianose, vômitos, febre, midríase,
sudorese e oligúria ou anúria. Tratamento: não existe antídoto específico e o tratamento é
essencialmente sintomático e de suporte.
LUDIOMIL® - (NOVARTIS)
Composição: Cada comprimido contém cloridrato de Maprotilina 25mg ou 75mg. Cada
ampola de 5ml contém metanossulfonato de Maprotilina 25mg.
NORTRIPTILINA
PAMELOR
Indicações
Síndromes depressivas de diversas etiologias; a depressão endógena parece responder
melhor que outros estados depressivos. Depressão reativa, neurose reativa, neurose
depressiva, coadjuvante da terapêutica hormonal na síndrome do climatério, arritmia
ventricular, incontinência urinária.
Dose
Adultos: 100mg diários divididos em 4 tomadas. Adolescentes e idosos: 30 a 50mg diários
divididos em tomadas ou como tomada única.
Superdose
Pode provocar confusão, agitação, vômitos, rigidez muscular, hiper-reflexia, taquicardia,
choque, falha cardíaca congestiva, estupor, coma, convulsões seguidas de depressão
respiratória. Deve ser intituído tratamento de suporte; o uso de digitálicos pode auxiliar em
casos de insuficiência cardiovascular ou falha cardíaca. O diazepam age como
anticonvulsivante com pouco efeito sobre a depressão respiratória.
Reações adversas
São basicamente devidas à ação anticolinérgica do medicamento: boca seca, sonolência,
constipação, retenção urinária, midríase, insônia. No caso de retirada brusca podem
aparecer dor de cabeça e mal-estar.
Precauções
Pode provocar exacerbação das psicoses dos pacientes esquizofrênicos. Não deve ser
administrada nos primeiros 3 meses da gravidez nem a crianças menores de 6 anos, até
não haver maiores informações a respeito. Devido ao seu efeito anticolinérgico, deve ser
empregada com precaução em pacientes com glaucoma ou hipertrofia de próstata ou com
transtornos cardiovasculares, hepáticos ou renais severos e quando é associada com
simpatomiméticos.
Interações
Em pacientes medicados com IMAO é aconselhável deixar transcorrer pelo menos 2
semanas desde a interrupção, antes de iniciar o tratamento com nortriptilina. Deve ser
evitada a ingestão simultânea de álcool ou fármacos estimulantes do SNC. A cimetidina
aumenta os níveis séricos de nortriptilina.
Contra-indicações
Hipersensibilidade a outros benzodiazepínicos. Período de recuperação do infarto de
miocárdio. Não deve ser administrado simultaneamente com IMAO. Se tiver de ser mudada
a medicação de IMAO para nortriptilina ou vice-versa, é necessário abandoná-la umas duas
semanas antes de receber a outra.
PAMELOR® - (NOVARTIS)
Composição: Cada cápsula contém 50mg e 75mg de nortriptilina. Cada ml de solução oral
contém cloridrato de nortriptilina equivalente a 2mg de nortriptilina base.
para referir:
Ballone GJ - Antidepressivos Tricíclicos - in. PsiqWeb, Internet, disponível em
www.psiqweb.med.br, revisto em 2005.
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