13 Dispneia
13 Dispneia
13 Dispneia
1. Definio:
A respirao uma funo automtica, sem um esforo consciente ou desconforto. A dispnia ocorre quando o indivduo apresenta um esforo respiratrio com desconforto (acompanhado de evidncia objetiva de dificuldade respiratria ou desconforto). , portanto, um sintoma como a dor, sendo, por isso, subjetivo e, como no caso da dor, um mesmo estmulo pode causar diferentes graus de dispnia em pessoas distintas ou em momentos distintos (dispnia objetiva x dispnia subjetiva). Mais do que os estmulos ao aumento do esforo respiratrio, como por exemplo, a hipxia, a hipercapnia, a acidose, a hipertenso venocapilar, etc, o esforo respiratrio correlaciona-se melhor com a percepo da dificuldade respiratria.
2.
Fatores determinantes:
Os fatores que contribuem para o desenvolvimento de dispnia so: Esforo respiratrio Fadiga dos msculos respiratrios Acidose Hipxia Hipercapnia Aumento da presso capilar
3.
Sinais e sintomas:
Os sintomas concomitantes mais comuns so: dispnia, mal-estar vago, confuso mental e ansiedade. Alguns sintomas podem ser teis para identificar a causa da dispnia como a dor tipo anginosa, a dor pleurtica, os sibilos respiratrios, a hemoptise, entre outros. Os sinais mais comuns so: palidez cutnea, sudorese fria, cianose, taquipnia, bradipnia, respirao irregular, uso de msculos acessrios da respirao, tiragem intercostal, respirao irregular, agitao psicomotora, taquicardia, bradicardia, sonolncia e confuso mental. O exame do aparelho respiratrio pode demonstrar alteraes de acordo com a etiologia da dispnia, podendo, entretanto, ser normal em alguns casos.
4.
Diagnstico:
Para o diagnstico diferencial e etiolgico devemos realizar exames variados que permitam no s a separao dos processos etiolgicos, mas, tambm, a quantificao da disfuno respiratria em si, processo fundamental quando da deciso teraputica. Devem ser solicitados conforme a suspeita clnica inicial. Radiografia de trax e ECG. Gasometria arterial. Creatinina, Hemograma, Na+, K+, CKMB, amilase. Ecocardiograma, espirometria, broncoscopia, tomografia computadorizada de trax, cintilografia pulmonar, angiografia pulmonar. Toxicolgico.
Utilizando-se dos parmetros clnicos e laboratoriais, podemos fazer o diagnstico fisiopatolgico diferencial das diversas categorias de doenas que determinam dispnia:
Wasted ventilation:
Destruio capilar (enfisema, doena pulmonar intersticial). Obstruo de grandes vasos pulmonares (TEP, vasculite).
Distrbio Psicolgico:
Doena psicossomtica. Ansiedade. Depresso.
2
Independentemente do distrbio gerador da disfuno ventilatria, todos estes processos determinam, laboratorialmente: Hipoxemia de grau variado: SpO2 < 90% e/ou PO2 < 60 mmHg. Taquipnia (FR > 20 irpm) (ou bradipnia (FR < 8 irpm) nos casos graves j com exausto muscular e comprometimento neurolgico). Taquicardia (FC > 100 bpm) (ou bradicardia (FC < 60 bpm) nos casos graves. Hipocarbia (PCO2 < 35 mmHg) nos processos iniciais e leves, ou hipercarbia (PCO2 > 50 mmHg) nos processos tardios e graves. Hipertenso arterial inicialmente (ou hipotenso nos processos mais graves, j com bradicardia e bradipnia). Alterao radiolgica conforme a patologia de base. Alteraes do segmento ST ou onda T nos processos de isquemia miocrdica. Sobrecarga aguda do ventrculo direito, com dilatao da artria pulmonar (nos processos mais crnicos). Etc. Baseando-se no resultado da gasometria, podemos subclassificar a insuficincia respiratria em dois tipos, conforme o organograma abaixo, o que permite maior entendimento da patologia: Tipo I: hipoxmica: PO2 baixa e PCO2 normal ou elevada. Tipo II: ventilatria: PO2 baixa e PCO2 elevada, sendo esta dividida, ainda, em insuficincia respiratria com pulmo normal (intoxicaes, distrofias musculares) ou com pulmo anormal (DPOC).
A PaCO2 ESTA AUMENTADA?
HIPOVENTILAO
N
A PAO2 OU PaO2 EST AUMENTADA?
N
HIPOVENTILAO ISOLADA
S
HIPOVENTILAO + OUTRO MECANISMO
SHUNT
DESEQUILBRIO V/Q
Colapso alveolar (atelectasia) Preenchimento alveolar Shunt intracardaco Shunt vascular intrapulmonar
Doena das vias areas (DPOC, asma) Pneumonia intersticial Doena alveolar Doena vascular pulmonar
5.
Tratamento:
Compete-nos, nos pronto-socorros e unidades de emergncia hospitalares, o manejo inicial da disfuno ventilatria, o que deve ser realizado conjuntamente com o diagnstico tanto etiolgico, quanto diferencial da dispnia. Existe uma conduta inicial que independe da etiologia da dispnia, que :
3
Oxigenioterapia suplementar, provida por mscaras que, preferencialmente, no permitam a reinalao do ar exalado. A oferta de oxignio por meio de cateteres nasais, principalmente se do tipo culos nasais, no muito adequada, no conseguindo prover uma frao inspirada de O2 no percentual ideal (acima de 60%). Decbito ortosttico. Monitorizao (ECG, PA e SPO2). Intubao endotraqueal e ventilao mecnica, quando indicadas: A instituio destas medidas segue um padro, onde as medidas devem ser realizadas simultaneamente: Rpida avaliao das vias areas e do esforo respiratrio. Deciso sobre a necessidade de intubao e ventilao mecnica, baseando-se essencialmente no: (a) comprometimento do estado mental com conseqente impossibilidade de manuteno da proteo da via area. (b) exausto muscular, percebida na prtica pela incapacidade de verbalizao do paciente. Neste momento, no consegue pronunciar mais que 2 palavras sem parar e respirar. (c) presena de diaforese. (d) utilizao de musculatura acessria (principalmente o escaleno). (e) deteriorao clnica apesar das medidas institudas. Os sinais vitais devem ser obtidos e comparados com os valores pr-hospitalares. Histria breve, dirigida. Oxigenioterapia e monitorizao. Acesso venoso, com manuteno da veia com SG 5%. Rpido exame fsico, prestando ateno especial ao aparelho respiratrio, objetivando identificar e corrigir a obstruo da via area, o pneumotrax, o tamponamento cardaco, o broncoespasmo, etc. Solicitao de exames iniciais, conforme a suspeita diagnstica. Posteriormente, j com um diagnstico provvel estabelecido, devemos proceder: Histria e exame fsico detalhados. Solicitao de exames especficos, visando complementar o diagnstico e, tambm, quantificar o distrbio gerador da disfuno ventilatria. ECO, cintilografia, CT, CKMB Geralmente o diagnstico etiolgico de fundamental importncia para a eficcia do tratamento. Entretanto, s vezes no possivel obter o diagnstico de imediato. Nesses casos o tratamento deve cobrir todos os diagnsticos graves provveis, e no todos os possveis. Quando da necessidade de instituio da ventilao mecnica, alguns parmetros essenciais devem ser regulados para que possamos garantir uma melhor oxigenao sangunea e tecidual: Checar se h vazamentos. Frao inspirada de oxignio (FiO2) = 1. Volume corrente (VC) = 7 - 12 ml/Kg. FR = 10 - 15 r.p.m. Relao I: E = 1: 2. Pico de presso (P I T) < 40 cm H2O. Presso positiva inspiratria final (PEEP) = 0 - 5 cm H2O. Estes parmetros devem ser reajustados em conformidade com a tolerncia ou necessidade do paciente e, tambm, conforme o resultado da gasometria posterior, devendo, uma vez contornada a situao inicial, ser tentado o desmame da prtese ventilatria e a extubao.
6. 6.1.
Pneumonia
EAP
Obstruo de VAS
sma POC
6.2.
RADIOGRAFIA DE TRAX
Velamento Pulmonar
EAP
6.3.
Reviso dezembro 2012 Dr. Csar Augusto Masella SAMU RIBEIRO PRETO