Geopolítica, Regionalização e Integração - Unidade III
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Unidade III
7 A Agenda da Geopoltica Moderna
Introduo A globalizao capitalista causou provavelmente mais riqueza material e progressos sociais do que jamais ocorreu em fases precedentes da economia mundial. Ao mesmo tempo, visualizamos o crescente aumento das diferenas entre naes desenvolvidas e em desenvolvimento. Na era em que so as relaes internacionais com fins econmicos que movimentam a economia mundial, nenhum pas deseja estar limitado a seu territrio. Os interesses nacionais de cada pas esto manifestados por meio de sua poltica externa e refletem seus objetivos no que diz respeito a desenvolvimento econmico, capacitao tecnolgica, maior participao no comrcio global, crescimento de ndices sociais, busca pelo poder, entre outros. Seja qual for o objetivo, em geral as aes do Estado estaro sujeitas eventual influncia de grupos de interesse que apoiam suas decises polticas no mbito interno. Nas questes de meio ambiente, o nmero de acordos ambientais internacionais e os acordos voluntrios cobrem grande parte das regies e das questes globais. Alm disso, os aspectos tericos e histricos da integrao regional tambm estaro contemplados nesta unidade.
7.1 Comrcio internacional e desenvolvimento econmico
Numa perspectiva histrica, a expanso do comrcio internacional foi sustentada pelos contnuos aumentos da produtividade e das produes agrcolas e industriais, pela especializao e diviso de trabalho e pelas vantagens comparativas de troca. O comrcio assume papel fundamental na expanso da economia internacional a partir da revoluo comercial industrial, sendo que sua importncia plenamente admitida nos princpios da teoria clssica do comrcio. Na medida em que os meios de intermediao da riqueza mundial baseada nas normas reguladoras dos padres metlicos tornavamse inadequados, o comrcio internacional se constitua como um eficiente mecanismo de acmulo de reservas internacionais, de meios internacionais de pagamento e de orientao dos fluxos de capitais. A balana comercial ganhou significativa importncia na medida que impactou o equilbrio dos balanos de pagamentos nacionais, equilbrio este dependente do acmulo de recursos financeiros gerado pelas transaes de bens e servios. Conduzidas pelas motivaes do lucro em funo do prprio processo histrico, as crescentes relaes de comrcio entre os pases naturalmente provocaram a ampliao de mercados consumidores. 79
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Juntamente com um maior nmero de fornecedores de insumos e de matriasprimas e com as novas possibilidades de atividades econmicas (novos produtos e servios), essa ampliao estimulou a produo em escala e obteve um consequente aumento da produtividade a partir da especializao, tanto nas atividades agrcolas e extrativas quanto nas industriais e de servios (CASSAR, 2004). As novas tecnologias, as transferncias tecnolgicas, a utilizao de mo de obra local e os diferentes padres de produo criaram novas alternativas de produo ao deslocar atividades para determinados lugares, de modo que o processo completo se constitusse com base no trabalho de diferentes pases (CASSAR, 2004). Da mesma forma, questes relativas ao fluxo monetrio, tais como investimentos diretos e fluxo financeiro internacional (capital especulativo), esto intrinsecamente relacionadas ao comrcio exterior. Juntos, esses elementos so responsveis pelas transaes correntes do pas, o que afeta direta ou indiretamente o crescimento econmico nacional.
As transaes financeiras ampliaram o fluxo monetrio entre pases, gerando crescimento e desenvolvimento recproco. Tal movimento se caracteriza com a troca de mercadorias, com as remessas de capital e de lucros, com os investimentos produtivos internacionais ou mesmo com financiamentos concedidos por fontes internacionais (CASSAR, 2004, p. 69).
Os mercados so administrados dentro do marco de regulamentao governamental nos mbitos nacionais e pelo consenso nos foros multilaterais, estabelecidos e internacionalmente aceitos aps a Segunda Guerra Mundial. Aps o protecionismo dos anos 1930, o comrcio internacional cresceu a um ritmo sustentado no psguerra, atuando como indutor de modernizao tecnolgica e de ganhos de competitividade. O advento da globalizao econmica gerou uma produo de bens em maiores quantidades a custos continuamente mais baixos (ALMEIDA, 2002). O fator preponderante da globalizao a internacionalizao da economia, ininterrupta desde a Segunda Guerra Mundial.
7.2 Alguns desafios para a insero positiva dos pases em desenvolvimento nas relaes de comrcio internacional
A globalizao capitalista percebida nas ltimas dcadas do sculo XX trouxe provavelmente mais riqueza material e progressos sociais do que jamais ocorreu em fases precedentes da economia mundial. Ao mesmo tempo, temse o aumento das diferenas entre naes desenvolvidas e pases em 80
Desse modo, em geral o descompasso com o desenvolvimento em alguns pases tem a ver com:
[...] a estruturao material das sociedades e economias, seu substrato humano (em termos de educao e capacitao profissional), o meio ambiente institucional (estabilidade das regras, respeito aos contratos, segurana dos direitos de propriedade contra prticas abusivas de extrao de renda pelo Estado ou por grupos de interesse) e a intensidade de vnculos com a economia internacional, de onde provm os estmulos competio e os ganhos de produtividade e knowhow, mediante transferncias diretas e indiretas de tecnologia (ALMEIDA, 2002, p. 57).
O segundo fator central est relacionado ao chamado intercmbio desigual, estabelecido por meio das assimetrias das relaes internacionais de comrcio, acentuadas na ltima metade do sculo XX (ALMEIDA, 2002). O perodo de paz observado entre os dois maiores conflitos blicos de escala mundial foi marcado por acirradas guerras comerciais, dados o acentuado protecionismo e a consequente deteriorao das relaes econmicas internacionais entre as naes. Aps a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos emergiram como potncia e tiveram significativa participao na recuperao da economia mundial. No mesmo perodo, o pas aumentou bruscamente suas tarifas aduaneiras e, em 1930, com a aprovao de uma lei tarifria irresponsvel, a SmootHawley Act, houve uma significativa reduo de seu comrcio exterior. Existem fortes argumentos econmicos de que a SmootHawley Act contribuiu para o agravamento da Grande Depresso dos anos 1930. Essa medida teve um efeito domin, pois levou os demais parceiros comerciais dos Estados Unidos a adotar restries ao fluxo de comrcio na mesma ou em maiores propores, a fim de salvaguardar suas 81
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economias. Esses parceiros ainda lanaram mo da desvalorizao cambial para enfrentar o problema do balano de pagamento. Isso tornava mais caro o produto de outros pases, que, para recuperarem a competitividade, tambm desvalorizavam suas moedas. Ao final da Segunda Guerra Mundial, acentuaramse as caractersticas de interdependncia no sistema econmico internacional e, ao mesmo tempo, houve a necessidade de se reduzir o alto nvel de protecionismo ao comrcio internacional. Estava evidenciado, de forma inequvoca, a necessidade de regras e instituies que permitissem aos pases desenhar suas polticas de empregos e investimentos sem desestabilizar a economia mundial (DIAS, 1996, p. 6364). De acordo com o que podemos constatar, a maior preocupao dos pases da ordem capitalista no imediato psguerra residiam na construo simultnea de um ambiente pacfico, favorvel ao crescimento econmico das naes, e de uma nova ordem capitalista capaz de trazer estabilidade poltica e econmica, alm de cercear a expanso do socialismo, que saiu fortalecido no perodo posterior ao conflito (RAMOS, 2004, p. 148). Menos elaborado que a Carta de Havana35, o GATT teoricamente no tinha status de organizao internacional, mas, na prtica e na medida que ia sendo ampliado por meio de sucessivas rodadas de negociao, ele passou a ser o nico frum multilateral de negociaes comerciais, constituindose como base para as negociaes de comrcio internacional por quase 50 anos. Contudo, ao se observar a dinmica das relaes internacionais de comrcio no mbito de negociao do GATT, percebese que, na prtica, as premissas de livre comrcio das teorias de comrcio internacional propaladas at os dias atuais pelas naes desenvolvidas no se estabeleceram no comrcio internacional. Uma ordem econmica liberal nas relaes econmicas internacionais nunca foi implantada nesse perodo. Por outro lado, ao se evocar a viso realista das relaes internacionais, conferimos que os interesses nacionais exacerbados dos pases desenvolvidos ignoraram e ainda ignoram as assimetrias econmicas estruturais, pois exigem, em determinado momento, livre comrcio e igualdade de oportunidade nas negociaes. O GATT criou as bases de um sistema de comrcio internacional que pode ser melhor caracterizado como administrado em vez de liberal. As regras do GATT nunca foram implementadas rigidamente quando os interesses dos pases industriais avanados estavam em risco. O fato que, desde a criao do GATT, os pases em desenvolvimento foram conscientemente discriminados no acesso ao mercado dos pases industriais e assumiram o nus da indiferena dos pases industrializados em promoverem ajustes estruturais s mudanas no padro de vantagens comparativas entre pases (DIAS, 1996, p. 68). O GATT permitia a gesto das polticas nacionais de comrcio com um mnimo de regras. Os dois princpios bsicos do acordo36 apresentavam um grande equvoco ao presumir que os parceiros comerciais estavam em posies similares.
Documento que propunha a criao da Organizao Internacional do Comrcio, no ratificada pelo Congresso Americano. 36 Esse acordo foi uma herana do sistema norte-americano de negociaes tarifrias (clusula da nao mais favorecida NMF ou no discriminao e reciprocidade nas concesses) (PRADO, 1996).
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Os interesses nacionais de cada pas, manifestos por meio de sua poltica externa, refletem seus objetivos quanto ao desenvolvimento econmico, capacitao tecnolgica, maior participao no comrcio global, ao crescimento de ndices sociais ideais, busca pelo poder, entre outros. Seja qual for o objetivo, em geral as aes do Estado estaro sujeitas eventual influncia de grupos de interesse que o apoiam em suas decises polticas no mbito interno. A esse respeito, o exemplo americano ilustrativo:
A histria da legislao comercial dos Estados Unidos, a partir da Lei de Expanso do Comrcio de 1962, passando pela Lei de Comrcio de 1974, a Lei de Comercio e Tarifas de 1984 e a Lei Omnibus de Comrcio e Competitividade de 1988, documenta a crescente participao de grupos de interesse na definio da poltica comercial do pas, a criao de instrumentos especficos para responder s prticas desleais de comrcio e a incluso de um conjunto
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indeterminado de regulamentaes domsticas, prticas institucionais ou polticas de governo que poderiam ser consideradas obstculos ao comrcio equitativo (DIAS, 1996, p. 62).
O elevado nvel de tarifas praticado pelos Estados Unidos desde os anos 1930 lhes imputou problemas de conluios polticos (lobbies) quando o pas se viu obrigado a negociar a reduo das tarifas com parceiros comerciais no psguerra. O imbrglio consistia no fato de que:
[...] qualquer reduo de tarifas teria a oposio dos membros do Congresso, cujos distritos continham empresas que produziam bens concorrentes, enquanto os benefcios seriam to difundidos que poucos no Congresso estariam mobilizados do outro lado (KRUGMAN; OBSTFELD, 1999, p. 241).
O comrcio internacional do psguerra seguiu padres que no eram previstos pelas teorias de comrcio internacional. Os fluxos de comrcio no levaram a especializao e a equalizao dos preos dos fatores internacionais. Foi somente na dcada de 1960 que os esforos no sentido de buscar alternativas de negociaes ao GATT resultaram na Conferncia das Naes Unidas sobre o Comrcio e Desenvolvimento (United Nations Conference on Trade and Development). Alm disso, esses esforos tambm resultaram no tratamento preferencial das exportaes dos pases em desenvolvimento nos mercados das economias desenvolvidas, isso segundo o Sistema Geral de Preferncias (SGP) ou Generalized System of Preference, estabelecido no incio dos anos 1970 (ABREU, 2001). De certo modo, nesse cenrio conseguiase o reconhecimento da aceitabilidade em determinadas condies das demandas por uma discriminao positiva dos pases em desenvolvimento (PRADO, 1996). Contudo, a avaliao positiva deve ser vista com srias restries. Essa avaliao foi baseada na reduo expressiva das tarifas que se pode fazer no sistema multilateral de comrcio, gerenciado pelo GATT desde 1947 (quando teve sua primeira rodada em Genebra) at meados dos anos 1980, quando acordos das negociaes da Rodada Tquio foram implementados. Como j observado, as regras de negociao baseada na reciprocidade (sem levar em considerao as assimetrias estruturais) faziam com que as trocas de concesses ocorressem quase sempre entre economias desenvolvidas, nas quais os nveis de oferta eram maiores, diferentemente das limitadas ofertas dos pases em desenvolvimento. A liberalizao do comrcio, portanto, se concentrou em indstrias caracterizadas pela especializao internacional intraindustrial, ou seja:
[...] entre indstrias cuja natureza da competio no dependia apenas de preo, mas de caractersticas estranhas teoria pura do comrcio internacional, tais como diferenciao de produtos, tecnologia etc. (PRADO, 1996, p. 59).
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Mesmo com uma atitude mais ativa dos pases em desenvolvimento a partir dos anos 1960, verificase a partir dos resultados da Rodada Kennedy (19631967) e da Rodada Tquio (19731979) que as negociaes continuaram dominadas pelas principais economias desenvolvidas. Na Rodada Kennedy, a reduo nas tarifas mdias para produtos de interesse dos pases em desenvolvimento foi de 20%, ao passo que, para produtos de interesse das economias desenvolvidas, foi de 35%40% (ABREU, 2001, p. 91). Os resultados das negociaes iniciadas em Tquio no se mostraram diferentes, j que a reduo de tarifas para produtos do interesse de pases desenvolvidos e em desenvolvimento ficaram em 33% e 26%, respectivamente. Os ajustes impostos pelo mercado especializao internacional, segundo a teoria de livre comrcio, deveriam ser assumidos pelos pases para que o livre comrcio se estabelecesse, o que permitiria que consumidores e produtores usufrussem das vantagens absolutas de todos. Em relao aos custos e benefcios, Dias (1996) aponta que eles so percebidos diferentemente: os eventuais benefcios so difusos, genricos e percebidos a longo prazo e os custos so concretos, mensurveis e percebidos rapidamente. Assim, os custos so onerosos a empresas, trabalhadores, regies etc. Portanto, os custos geram maior preocupao dos pases nas relaes internacionais. Com base no raciocnio desenvolvido at aqui, no difcil entender que esses custos foram certamente debitados da conta dos pases em desenvolvimento. Dessa forma, evidente que:
[...] os governos dos pases industrializados procuraram transferir, para fora de suas fronteiras os custos sociais resultantes de ajustes diferenciao funcional ou interindustrial, ou seja, da diferenciao derivada de vantagens comparativas interindustriais, que beneficiariam pases menos industrializados (DIAS, 1996, p. 68).
Assim, verificase que pases industriais como Estados Unidos, Japo e o bloco econmico Unio Europeia (a partir dos anos 1980), alheios s regras multilaterais, implementaram polticas protecionistas pseudolegitimadas no argumento de que as disparidades de custos de trabalho eram destrutivas sua indstria, ignorando que a especializao, devido a custos de fatores inicialmente diferentes, uma das caractersticas de uma ordem econmica liberal (PRADO, 1996, p. 60). Essas economias, portanto, transferiram tais custos sob a forma de imensos prejuzos comerciais aos pases menos desenvolvidos. 85
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Assim, os esforos para a construo de uma ordem econmica liberal, que deveria ser implementada por meio de negociaes multilaterais, foram obstrudos pelos pases desenvolvidos, que se recusavam a aceitar regras liberais nos setores em que no eram competitivos. Quanto a isso, ponderase que o neoprotecionismo dos pases desenvolvidos geralmente aplicado ao setor agrcola ou a algumas indstrias tradicionais no competitivas, como siderrgicas, txteis e de calados subtrai os benefcios que os pases emergentes e em desenvolvimento poderiam retirar do comrcio exterior enquanto fator indutor de crescimento e de transformao estrutural de suas economias (ALMEIDA, 2002). Na dcada de 1950, por exemplo, mesmo ao apresentar uma balana comercial altamente favorvel em produtos agrcolas, o setor agrcola obteve dos Estados Unidos quotas importao de produtos como acar, queijo e carne (PRADO, 1996). A partir do momento que pases em desenvolvimento, como Brasil, China e ndia, passaram a oferecer um nmero cada vez maior de produtos de melhor qualidade nos mercados mundiais, surgiram obstculos de carter no tarifrio, medidas no quantificveis e exigncias negociais. Embora a importncia do desenvolvimento tivesse sido relativamente reconhecida a partir da discriminao positiva em favor dos pases em desenvolvimento nos 1960 e 1970, na dcada de 1980 esses pases foram constantemente taxados como beneficiadores da ordem liberal, sem, no entanto, contribuir com ela no mbito do comrcio e sem fazer concesses no nvel de interesse das grandes naes. Na leitura que as grandes naes fazem da ordem econmica internacional ordem esta que as levaram a introduzir exigncias de maior reciprocidade ou maiores concesses por parte dos pases em desenvolvimento , subentendese dois fatores distintos: primeiro: manifestao de maior poder relativo nas questes comerciais em prol de interesses econmicos particulares e no em prol de um maior nvel de liberalizao comercial equitativa que beneficiasse a todos; segundo: decorrente do primeiro fator, remete ausncia do princpio de que a igualdade de condies opera de forma a aprofundar as desigualdades entre desiguais. Consequentemente, a partir de ento inmeras medidas ilegais luz do GATT foram adotadas como forma de anular ou reverter os prejuzos causados pela ao ou inao de parceiros comerciais. Direitos compensatrios e medidas de antidumping obtidos por meio de lobbies setoriais nos Estados Unidos, a Poltica Agrcola Comum da Unio Europeia (implementada por meio de mecanismos complexos de proteo produo local) e restries quantitativas importao (como cotas e picos tarifrios) so apenas algumas das evidncias de que o acesso a mercados desenvolvidos se manteve e ainda se mantm regulado por mecanismos discriminatrios e pouco transparentes. 86
Direito de propriedade intelectual (Trips), medidas de investimento (Trims), meio ambiente, entre outros.
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que permite uma reduo da margem de arbitrariedades antes impostas mais facilmente pelos parceiros comerciais. Por sua vez, o atual rgo de Soluo de Controvrsias (OSC) mais efetivo, menos sujeito a bloqueios, implementado pela Rodada Uruguai e previsto no Anexo II do tratado de Marrakesch38 alterou significativamente o processo de soluo de controvrsias. Esse rgo responsvel pela efetividade que pode ser atribuda organizao, pois ele assegura maior previsibilidade e segurana nas relaes jurdicas entre os Estados partes. Diferentemente de seu antecessor, as decises do rgo de Soluo de Controvrsias no mbito da OMC so tomadas com base no consenso negativo, ou seja, uma vez evidenciada uma infrao das regras estabelecidas pelos acordos da organizao, o membro infrator ficar impune somente se todos os membros votarem contra a deciso do conselho. A maior previsibilidade e o estabelecimento de agendas dentro da OMC induzem formao de coalizes que podem funcionar como facilitadoras da ao poltica de Estados fracos. O exemplo mais notvel dessa mobilidade pode ser constatado nos resultados da V Rodada de Negociaes no mbito da OMC, realizada em setembro de 2003 em Cancn, no Mxico. O impasse das negociaes se concentrou na rejeio, por parte de um grupo de pases em desenvolvimento, da proposta de diminuio dos subsdios agrcolas, proposta esta defendida por EUA, Unio Europeia e Japo. Segundo Ramos (2004):
[...] uma espcie de engenharia poltica, articulada pelo Brasil, China e ndia, reuniu um grupo de 21 pases em desenvolvimento que rene os interesses de mais de 55% da populao mundial, negociou em p de igualdade com as economias desenvolvidas a liberao do comrcio agrcola [...], alterando sobremaneira a correlao de foras em grandes negociaes internacionais como nunca visto antes (RAMOS, 2004, p. 174).
Como observado, embora a nova base institucional das relaes de comrcio tenha melhorado as condies negociais em alguns aspectos, no podemos ignorar as incertezas ainda presentes no sistema internacional. A principal delas se pases desenvolvidos ajustaro adequadamente suas polticas nacionais s normas, regras, princpios e procedimentos acordados multilateralmente. O vis dessa anlise passa pela questo da defesa da soberania estatal, que, nesses pases, evocada na defesa dos interesses nacionais. Durante o perodo do GATT, isso impediu que acordos multilaterais assumidos internacionalmente fossem cabalmente cumpridos. Logo, esses acordos ficaram subordinados legislao nacional, como foi o caso dos Estados Unidos, discutido anteriormente. Assim, o desafio maior da OMC consiste em impedir que pases ou grupos de pases desenvolvidos tentem utilizar o poder de suas economias e de seus mercados de alta renda para o descumprimento de obrigaes multilaterais (DIAS, 1996, p.66).
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Lembrete O rgo de soluo de controvrsias das OMC considerado hoje um dos principais fruns de soluo internacional de conflitos, sobretudo em funo da quantidade de contenciosos, de Estados e de valores envolvidos. Ele procura destacar o cumprimento dos procedimentos previstos, a originalidade dos mecanismos de estmulo obedincia das decises, o ganho de legitimidade do sistema com o tempo e as principais sugestes de reforma em discusso.
Saiba mais Fique por dentro dos principais casos de contenciosos no mbito do rgo de soluo de controvrsias da OMC: <http://www.wto.org/spanish/tratop_s/ dispu_s/find_dispu_cases_s.htm#results>. Acesso em: 30 jan. 2012.
7.3 O meio ambiente
Mediante a vasta diversidade de temas que compem a agenda das relaes internacionais, a ecopoltica e as questes ambientais ganharam destaque nas ltimas dcadas. O meio ambiente e a poltica de desenvolvimento sustentvel causaram discusses entre os Estados nos organismos internacionais, o que promoveu aes e tentou minimizar os efeitos do aquecimento global. Ainda que os Estados estejam no dilema entre soberania, crescimento econmico, interesses individuais e questo ambiental, notamos que a ONU e as organizaes no governamentais (ONGs) participam ativamente do processo de conscientizao. O marco inicial dessas atuaes data da reunio dos membros das Naes Unidas, realizada em 1972, em Estocolmo. Nela, foi colocada a Declarao sobre o Meio Ambiente Humano, que continha, dentre seus princpios:
Todos os pases, grandes e pequenos, devem ocuparse com esprito e cooperao e em p de igualdade das questes internacionais relativas proteo e melhoramento do meio ambiente. indispensvel cooperar para controlar, evitar, reduzir e eliminar eficazmente os efeitos prejudiciais que as atividades que se realizem em qualquer esfera possam ter para o meio ambiente, mediante acordos multilaterais ou bilaterais ou por outros meios apropriados, respeitados a soberania e os interesses de todos os estados [...]. Os recursos naturais da Terra, includos o ar, a gua, o solo, a flora e a fauna e, especialmente, parcelas representativas dos ecossistemas naturais, devem
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ser preservados em benefcio das geraes atuais e futuras, mediante um cuidadoso planejamento ou administrao adequados [...]. Os recursos no renovveis da Terra devem ser utilizados de forma a evitar o perigo de seu esgotamento futuro e a assegurar que toda a humanidade participe dos benefcios de tal uso [...]. Os pases devero adotar todas as medidas possveis para impedir a poluio dos mares por substncias que possam pr em perigo a sade do homem, prejudicar os recursos vivos e a vida marinha, causar danos s possibilidades recreativas ou interferir com outros usos legtimos do mar [...]. indispensvel um esforo para a educao em questes ambientais, dirigida tanto s geraes jovens como aos adultos, e que preste a devida ateno ao setor da populao menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opinio pblica bem informada, e de uma conduta dos indivduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade sobre a proteo e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimenso humana. igualmente essencial que os meios de comunicao de massa evitem contribuir para a deteriorao do meio ambiente humano e, ao contrrio, difundam informao de carter educativo sobre a necessidade de proteglo e melhorlo, a fim de que o homem possa desenvolverse em todos os aspectos [...]. Sem prejuzo dos critrios de consenso da comunidade internacional e das normas que devero ser definidas a nvel nacional, em todos os casos ser indispensvel considerar os sistemas de valores prevalecentes em cada pas e a aplicabilidade de normas que, embora vlidas para os pases mais avanados, possam ser inadequadas e de alto custo social para pases em desenvolvimento (ONU, 1972).
A partir da dcada de 1970, portanto, houve uma mudana gradual no mundo das relaes internacionais no que tange s questes de meio ambiente. Ela foi expressiva principalmente a partir da publicao de The limits of growth e A blueprint for survival39, que mostram as consequncias do processo de explorao e da industrializao/produo acelerada dos pases e a degradao ambiental resultante do crescimento populacional e da busca incessante por recursos naturais (CAMPOS e CORRA, 1998). A dificuldade de conciliar e obter o consenso em uma poltica de desenvolvimento limpo torna o debate sobre essa problemtica cada vez mais constante. As naes desenvolvidas e as potncias econmicas continuam a emitir quantidades exorbitantes de gases nocivos camada de oznio e, ao mesmo tempo, cobram das naes emergentes que reduzam seus nveis de emisso ainda que em longo prazo, mesmo que essas naes ainda estejam em processo de industrializao e de boom econmico (CAMPOS e CORRA, 1998).
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Isso pode ser visto nas consequncias da crise financeira de abril de 2008 e da recesso mundial que dela se seguiu. Houve uma mudana radical nas prioridades dos pases industrializados, que reuniram esforos para criar polticas para o meio ambiente e a favor de um foco renovado sobre o crescimento econmico sustentvel. Antes da crise, as questes ambientais, especialmente o aquecimento global, foram bemestabelecidas nas discusses entre os Estados, ainda que, devido s necessidades do modelo e do mercado capitalista, algumas naes tenham relutado em adotar as medidas restritivas ao desenvolvimento. Entretanto, grande parte das naes desenvolvidas ainda afirma que o desenvolvimento e o crescimento econmico so a chave para o progresso na interface ambiental, pois a nao que pode pagar investimentos em novas tecnologias consegue gerar solues. Todavia, no final de 2007, embora ainda parte de Quioto, os Estados Unidos aceleraram o processo decisrio do Protocolo de Montreal, a favor da eliminao progressiva de hidroclorofluorcarbonos (HCFC), hoje estimados em at 1,7 mil vezes mais nocivos que o prprio dixido de carbono. Assim, notase que a maioria das pautas da comunidade internacional relativas ao ambiente internacional esto centradas sobre a noo e concepo de governana ou governaa global, seja em sua forma neoliberal, institucionalista, tradicional e terica, seja em sua forma transnacional. Governana global um termo genrico que abrange diferentes tipos de regulamentao internacional ou transnacional ou at mesmo tipos referentes institucionalizao. Por exemplo, os regimes e as instituies internacionais, como a Organizao Mundial do Comrcio (OMC) e as Naes Unidas (ONU), so vistos como uma forma tradicional de governana global. Recentemente, formas transnacionais de governana tambm foram includas nessa definio, como cdigos globais de conduta utilizados por corporaes multinacionais ou o desenvolvimento de normas de uma sociedade civil global. O nmero de instituies de governana global aumentou intensamente nos ltimos 30 anos ou mais e, com o aumento da regulao do comrcio e das finanas, essas reas se abriram e comearam a atuar em uma perspectival global (CAMPOS e CORRA, 1998). No campo ambiental, o nmero de acordos ambientais internacionais e os acordos voluntrios cobrem grande parte das questes globais, que vo desde a ento Conveno de Mudanas Climticas at problemas internos e fronteirios referentes ao desmatamento florestal. Contudo, a partir da perspectiva ecopoltica que se abrange nesta unidade, o ponto em questo no somente a governana ambiental em si, mas a relao entre as interfaces econmicas e as faltas de comprometimento das naes e de poder dicisrio das instituies para regulamentar as aes ambientais. De acordo com Campos e Corra (1998):
No plano externo, os governos passaram a privilegiar o tratamento de problemas ambientais associados produo no mbito de acordos ambientais, buscando assegurar o cumprimento de padres multilateralmente negociados para reduzir e prevenir danos de carter global, recorrendo a restries comerciais, com o duplo objetivo de encorajar uma participao mais ampla nos acordos e penalizar infratores. Engajaramse nos trabalhos preparatrios Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
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Na inteno de conseguir manter esse interesse dos Estados nas questes ambientais, o Tratado de Quioto foi celebrado em 1997 e entrou em vigor em 2005. Nesse documento foi estipulada uma reduo mnima de 5,2% das emisses de gases que agravam o efeito estufa em relao aos nveis de 1990. Alm disso, o documento viria a ter uma nova meta aps 2005 (CAMPOS e CORRA, 1998). Mesmo com 175 pases signatrios, a adoo desse protocolo ainda v impasses, que recaem sob a questo dos Estados Unidos e da China, os maiores poluidores globais que querem continuar a superaquecer suas economias. Ainda que os pases emergentes tendam a crescer nos prximos 20 anos e, consequentemente, poluiro mais, eles no chegariam porcentagem de emisso que essas duas potncias representam hoje. Atualmente, temos subcategorias de naes poluidoras que vo do grupo de risco, que teria de adotar medidas severas para a reduo, at o grupo dos pases emergentes com exceo da China, que se encaixa no primeiro grupo e o grupo de pases que ainda esto desenvolvendo sua economia ou passam por uma fase de transio. Com a COP15 (Conferncia de Copenhagen), foi reforada a importncia do desenvolvimento sustentvel e da preservao ambiental e a necessidade de cooperao dos mais diversos organismos e estados. Naes como Brasil, Dinamarca e ndia fizeram propostas e assumiram o compromisso de fazer a diferena na reduo dos ndices de carbono. De certa forma, esses pases conseguiram auxiliar as negociaes com as outras naes, que ainda focavam em suas respectivas economias mesmo sabendo da gravidade do problema. Como as questes ambientais so de natureza internacional e transnacional, elas no podem estar somente interligadas esfera dos Estados nacionais. Portanto, a definio das agendas e dos temas relativos ao meio ambiente e a busca de solues para problemas da atualidade requerem o comprometimento e o envolvimento de outros agentes, que precisam buscar uma alternativa vivel em conjunto com Estados, instituies e com o prprio mercado. Devido a esse contato entre os diferentes atores da geopoltica e da ecopoltica mundial, o cenrio que pode ser percebido ao incio do sculo XX o de uma ausncia de fronteiras claramente definidas e o de uma sociedade e de um mercado em constante mudana.
Figura 13 A capital federal ficou s escuras por uma hora durante a Hora do Planeta. A iniciativa faz parte de uma mobilizao mundial promovida pela organizao no governamental World Wide Fund (WWF), com o objetivo de chamar a ateno da populao para a necessidade de preservao do meio ambiente
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Saiba mais Visite os sites: <http://www.meioambiente.gov.br> e <http://www.wwf. org.br>. Acesso em: 1 fev. 2012.
8 A Regionalizao e a Integrao
No mundo globalizado, participar efetivamente das relaes internacionais significa, essencialmente: manter um bom relacionamento comercial com os demais pases ou blocos de pases; participar efetivamente das negociaes de acordos comerciais dos mais variados moldes; estar sempre atualizado em relao s mudanas de comportamento dos diversos atores. A proliferao de acordos regionais marcou profundamente as relaes internacionais a partir da segunda metade do sculo XX, tanto no campo econmico como no campo poltico, e refletiu tambm no desenvolvimento do prprio Direito Internacional. Os acordos regionais encontram apoio no artigo XXIV do GATT, que dispe sobre a criao e a formao das unies aduaneiras e das zonas de livre comrcio. A justificativa para a formao de blocos era a de propiciar maior liberdade de comrcio, mesmo que discriminatria, com vistas ao aproveitamento das vantagens comparativas recprocas. Acreditavase que a integrao contribuiria para gerar ganhos de comrcio e, consequentemente, aumento do bemestar. Nas negociaes de acordos comerciais, os pases buscam ampliar o acesso aos mercados externos, sobretudo no que diz respeito elevao das margens de preferncia para seus produtos, preferncia esta que se d por meio da reduo das alquotas do imposto de importao.
8.1 Aspectos tericos e histricos de integrao regional
O livre comrcio considerado pelos clssicos como a melhor forma de usar eficientemente todos os recursos disponveis para atingir o mximo de bemestar mundial. Mas s isso no suficiente, pois, como ocorre transferncia de renda entre pessoas e naes, alguns ganham e outros perdem com a liberdade de comrcio. Como na realidade no existem mecanismos capazes de compensar as perdas dos que so prejudicados pelo livre comrcio, os Estados intervm publicamente para neutralizar os prejuzos resultantes das trocas internacionais e alavancar o desenvolvimento econmico. As consequncias das decises de uma nao sobre o comrcio exterior naturalmente extrapolam os limites de seu territrio. No sculo XX, o mundo passou por etapas de acirramento das prticas protecionistas, desastrosas para muitos povos. 94
Unidade III
As vantagens dessa estratgia podem ser sintetizadas nos quatros argumentos a seguir: maior aproveitamento das vantagens comparativas regionais: pode ser obtido pela especializao de cada pas naqueles produtos cuja produo tenha menor custo unitrio, dado que, entre eles, vigore o livre comrcio; pela especializao dentro da regio, que permite a cada membro proteger sua produo industrial com um custo menor do que se o fizesse isoladamente; e pela integrao, que possibilita tambm a complementaridade industrial, com ganhos para o conjunto; criao de economias de escala: sabemos que h tamanhos mnimos de plantas industriais para reduzir eficientemente, ou seja, com custos unitrios menores. A unio aduaneira, em um contexto de complexidade industrial, resulta na formao de um mercado maior, o que pode contribuir para reduzir o custo unitrio de produo; possibilidade de ofertar maior variedade de produtos: se o mercado pequeno e protegido, a oferta de produtos diferenciados e/ou sofisticados revelase invivel porque implica a elevao de custos. Na passagem para a unio aduaneira, possvel explorar a escala proporcionada pelo mercado ampliado, o que resulta em maior variedade, menores preos e aumento do bemestar dos consumidores; maior concorrncia intrarregional: a integrao amplia o mercado e, quanto maior o mercado, maior a concorrncia entre produtores, melhor a alocao de recursos, menor o grau de concentrao industrial (formao de oligoplios e monoplios) e menores os preos para o consumidor final. Assim, nessa conjuntura, algumas naes da Europa ocidental deram os primeiros passos em seu processo de integrao, o que resultaria na atual Unio Europeia. Na Europa, a ideia de uma unidade poltica cresceu aps os danosos efeitos da Segunda Guerra Mundial, que corresponderam destruio do aparato industrial, runa financeira e ao rebaixamento do nvel de vida, que reduziram a regio, economicamente eficiente, a uma regio limite entre duas esferas de influncia: a dos Estados Unidos e a da Unio Sovitica. Com o Tratado de Roma (1957), foi criada a Comunidade Econmica Europeia, que deu incio a um processo de integrao que afetou paulatinamente diversos setores da economia europeia. Alm disso, o surgimento dessa comunidade abriu espao para a criao de instituies supranacionais nas quais os Estados membros cederam parte de sua soberania sobre determinadas competncias. O resultado desse processo foi celebrado no Tratado de Maastricht (1992), que criou a Unio Europeia. O aparente sucesso de integrao europeia no campo econmico motivou a Comisso Econmica para a Amrica Latina (Cepal) a propor uma integrao econmica da Amrica Latina, com o objetivo final de desenvolver a regio, o que seria alcanado em decorrncia da implantao do modelo de substituio de importaes, com estmulo produo local de bens industriais anteriormente importados. 96
Figura 14 A Ponte da Amizade liga Foz do Iguau (Brasil) Cidade do Leste (Paraguai)
No passado, a integrao entre povos era realizada por invases e conquistas e os exrcitos eram o principal instrumento de persuaso. Hoje, as naes independentes procuram se integrar por meio de acordos firmados em funo de seus interesses recprocos. H diversos tipos de integrao econmica que podem ser classificados segundo um grau crescente de interdependncia: zonas de preferncia: so acordos estabelecidos por pases geograficamente prximos, com o objetivo de promover desenvolvimento e aumento de suas produes interna e externa mediante mecanismos de incentivo ao comrcio intrarregional. Geralmente, so negociados acordos setoriais e concesses tarifrias ou no tarifrias para todos os participantes, relacionando as mercadorias e as respectivas margens de preferncia; rea de livre comrcio: prevista no artigo XXIV do GATT, ela consiste na eliminao das barreiras alfandegrias e outras restries aos produtos produzidos dentro do grupo de dois ou mais pases, porm, mantmse as polticas comerciais independentes em relao aos demais. Tratase de um estgio de integrao mais avanado do que a zona de preferncia. O Nafta (Acordo de Livre Comrcio da Amrica do Norte) um exemplo desse modelo de integrao regional; unio aduaneira: tambm definida no artigo XXIV do GATT, referese substituio de dois ou mais territrios aduaneiros por um s, com consequente eliminao de tarifas aduaneiras e restries ao comrcio internacional dos pases membros. A unio aduaneira consequncia da eliminao de todos os obstculos s trocas internacionais. Os regulamentos aduaneiros dos participantes da unio devem ser semelhantes em relao ao comrcio exterior com pases 97
Unidade III
no participantes da unio. Assim, os produtos adquiridos de pases externos devem ter livre circulao na unio. Portanto, uma unio aduaneira carece necessariamente da adoo de uma tarifa externa comum e de uma poltica comercial em relao a produtos originrios de terceiros pases. Como exemplo desse modelo de integrao regional, podemos citar o Mercosul; mercado comum: consiste numa unio aduaneira na qual os participantes se obrigam a implementar a livre circulao de pessoas, de bens, de mercadorias, de servios, de capitais e de fatores produtivos, eliminada toda e qualquer forma de discriminao. As comunidades europeias j passaram por esse estgio de integrao; unio econmica: nessa fase de integrao, os acordos no se limitam aos movimentos de bens, servios e fatores de produo, mas buscam harmonizar polticas econmicas para que os agentes possam operar sob condies semelhantes nos pases constituintes do bloco econmico. A Unio Europeia encontrase atualmente nesse estgio de integrao; integrao econmica total: esse estgio de integrao implica livre deslocamento de bens, servios e fatores de produo, alm de completa igualdade de condies para os agentes econmicos, o que consiste na unio econmica e poltica e na unificao dos direitos civil, comercial, administrativo, fiscal etc., ambas administradas por autoridades supranacionais.
Saiba mais Alguns filmes podem propiciar uma interrelao com os contedos vistos at aqui: UMA VERDADE inconveniente. Dir. Davis Guggenheim. Estados Unidos. 2006. 100 min. TERRA. Dir. Alastair Fothergill e Mark Linfield. Alemanha/Estados Unidos/ Inglaterra. 2009. 96 min.
8.3 Principais sistemas de integrao regional
8.3.1 Mercosul (Mercado Comum do Sul) As iniciativas de integrao na Amrica Latina devem ser observadas numa viso histrica, uma vez que ela acolheu outras instituies importantes que antecederam todo o processo, como a Associao Latinoamericana de Livre Comrcio (Alalc), criada em 1962; o Pacto Andino, criado em 1969; e a Associao Latinoamericana de Integrao (Aladi), criada em 1980 como sucessora da Alalc. Em 26 de maro de 2011, completaramse 20 anos da assinatura do Tratado de Assuno (1991), acordo criador do Mercosul que, originalmente, foi concebido para servir de instrumento do desenvolvimento 98
Unidade III
No ano de 1995, a zona de livre comrcio entre os pases signatrios converteuse em unio aduaneira. Ocorreu, portanto, a unificao das polticas comerciais por meio da adoo da Tarifa Externa Comum (TEC), na qual os signatrios passaram a praticar as mesmas alquotas de importao com pases no membros. A partir desse ano, cerca de 90% das mercadorias produzidas nos pases signatrios passaram a ser transacionadas com tarifas comerciais zeradas. Com o status de personalidade jurdica ordenado pelo Protocolo de Ouro Preto, o Mercosul passou a ter uma estrutura institucional bsica, conforme indicada no quadro a seguir. Quadro 1 Estrutura institucional do Mercosul
o rgo superior responsvel pela conduo poltica do processo de integrao e tomada de decises para assegurar o cumprimento dos objetivos estabelecidos no Tratado de Assuno. Ele constitudo pelos ministros das Relaes Exteriores e pelos ministros da Economia ou seus equivalentes nos Estados partes. A presidncia do Conselho rotativa, em ordem alfabtica, pelo perodo de seis meses. Ele pode se reunir quantas vezes achar oportuno, mas deve fazlo pelo menos uma vez por semestre, com a participao dos presidentes dos Estados partes. o rgo executivo que toma as providncias necessrias ao cumprimento das decises adotadas pelo Conselho e fixa programas de trabalho que assegurem avanos para o estabelecimento do Mercado Comum. Ele integrado por quatro membros, um de cada pas do bloco. Entre esses membros, deve haver obrigatoriamente representantes dos ministrios das Relaes Exteriores, dos ministrios da Economia ou equivalentes e dos bancos centrais. O rgo pode se reunir de forma ordinria ou extraordinria quantas vezes se fizerem necessrias. o rgo encarregado de assistir o GMC, tendo dentre suas competncias a de velar pela aplicao dos instrumentos de poltica comercial comum pelos Estados partes a fim de que a unio aduaneira funcione, bem como de acompanhar e revisar assuntos relacionados com as polticas comerciais comuns e com o comrcio intraMercosul e com terceiros pases. Essa comisso integrada por quatro membros, um de cada pas do bloco, e coordenada pelos ministrios das Relaes Exteriores. Ela deve se reunir pelo menos uma vez por ms ou sempre que solicitado pelo GMC. o rgo representativo dos parlamentos dos Estados partes e procurar acelerar os procedimentos internos nestes para a pronta entrada em vigor das normas emanadas dos rgos do Mercosul. Ele tambm poder operar na harmonizao da legislao, tal como requerido no avano do processo de integrao, e encaminhar suas recomendaes por intermdio do GMC e adotar seu regimento interno. o rgo de representao dos setores econmicos e sociais. Tem funo consultiva e manifestarse mediante recomendaes ao GMC. o rgo de apoio operacional responsvel pela prestao de servios aos demais rgos do Mercosul. Sua sede permanente em Montevidu e, recentemente, passou a desempenhar tarefas tcnicas. Fonte: BRASIL, s. d.
Parlamento do Mercosul
100
Estados partes
Argentina (1991)
Brasil (1991)
Paraguai (1991)
Uruguai (1991)
Estados associados
Bolvia (1996)
Chile (1996)
Peru (2003)
Colmbia (2004)
Fonte: Brasil, s. d.
A agenda de integrao do Mercosul tem sido caracterizada pela centralidade dos temas econmicocomerciais. No entanto, a inteno que a integrao seja projetada para alm da dimenso econmica, tal como disposto no Tratado de Assuno. Os primeiros anos do Mercosul foram marcados pelo aumento expressivo das relaes econmicas intrabloco. O crescimento do comrcio intrabloco foi extremamente elevado, cerca de 400% em sete anos (LAMPREIA, 1999). poca, a Amrica do Sul tornavase, definitivamente, parte prioritria da estratgia econmica internacional do Brasil.
101
Unidade III
Quadro 3 Principais indicadores socioeconmicos do Mercosul (19902008)
Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) Principais indicadores socioeconmicos 1990 / 2000 / 2005 - 2008 Indicador Superfcie total (mil km2) Populao (em milhes de habitantes) Densidade demogrfica (hab. por km )
2
1990 11.867 189,6 16,0 663,4 3.499 n.d 191,8 1,01 46.433 29.302 17.131 75.735 14.769 1.320 2.312 992 3.632
2000 11,867 220,2 18,6 955,7 4.340 86,3 383,7 1,74 84.624 86.853 2.229 171.477 17.829 7.740 7.796 56 15.536
2005 11,867 235,4 19,8 1.087,5 4.620 86,2 297,2 1,26 164.004 127.502 36.502 291.506 21.128 11.746 7.054 4.692 18.800
2006 11,867 238,4 20,1 1.314,2 5.513 122,6 294,0 1,23 190.459 166.711 23.748 357.170 25.775 13.986 8.967 5.019 22.953
2007(1) 11,867 241,5 20,4 1.607,4 6.656 233,0 366,2 1,52 223.973 228.917 4.944 452.890 32.844 17.354 11.625 5.729 28.979
2008(1) 11,867 240,1 20,2 1.939,9 8.080 247,2 378,1 1,57 126.505 111.572 14.933 238.077 17.034 21.737 14.934 6.803 36.671
PIB total, a preos correntes (US$ bilhes) PIB, per capita, a preos correntes (US$) Reservas internacionais (US$ bilhes) Dvida externa total (US$ bilhes) Dvida externa por total (US$ mil) Exportaes totais (US$ milhes) Importaes totais (US$ milhes) Balana comercial (US$ milhes) Intercmbio comercial (US$ milhes) Exportaes Intra-Mercosul (US$ milhes) Exportaes do Brasil para o Mercosul (US$ milhes) Importaes brasileiras do Mercosul (US$ milhes) Balana comercial Brasil-Mercosul (US$ milhes) Intercmbio comercial Brasil-Mercosul (US$ milhes)
Elaborado pelo MRE/DPR/DIC Diviso de Informao Comercial, com base em dados das seguintes fontes: Superfcie total: EIU. The Economist Intelligence Unit, Country Profile 2008 (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai). Populao: Aladi Mercosur: Indicadores Socioeconmicos 1990-2007 (www.aladi.org acesso em 10/2/2009). PIB total: Aladi Mercosur: Indicadores Socioeconmicos 1990-2007 (www.aladi.org acesso em 10/2/2009). Reservas Internacionais : EIU. The Economist Intelligence Unit, Country Report (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) January 2009. Dvida Externa: Aladi Mercosur: Indicadores Socioeconmicos 1990-2007 (www.aladi.org acesso em 10/2/2009) nos anos de 1990/2000/2005/2006. Os dados de 2007 e 2008 foram extrados do EIU. The Economist Intelligence Unit, Country Report (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) January 2009. Exportaes e importaes totais: FMI. Direction of Trade Statistics, CD December 2008. Comrcio com o Brasil: MDIC/SECEX/Aliceweb. (1) Estimativa ou dados preliminares, exceto para superfcie, comrcio exterior e comrcio com o Brasil. (2) Dados extrados do EIU, The Economist Intelligence Unit, Country Profile 2008 (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) ou do Country Report January 2009.
Fonte: Brasil, 2009.
Mesmo com as dificuldades e crises que o Mercosul enfrentou em seu processo de implantao e consolidao, o bloco foi responsvel por resultados econmicos expressivos durante a maior parte da dcada de 1990, dos quais o Brasil foi um dos grandes beneficiados.
102
Anos
Argentina
Exp
Imp
C. Glob
1997
25.372
30.285
55.657
1998
26.282
31.999
58.281
1999
22.884
25.518
48.402
2000
26.341
25.281
51.622
2001
26.543
20.320
46.863
2002
25.709
8.990
34.699
2003
29.566
13.834
43.400
2004
34.575
22.424
56.999
2005
40.384
28.695
69.079
2006
46.455
34.151
80.606
2007
54.814
42.348
97.162
2008(2) 31.130 24.522 55.652 90.645 79.349 169.994 1.955 3.333 5.288 2.775 4.368 7.143 Elaborado pelo MRE/DPR/DIC Diviso de Informao Comercial, com base em dados do FMI. Direction of Trade Statistics, CD December 2008. Os dados das exportaes esto apresentados na base fob e das importaes, na base cif. (1) Dados extrados do MDI/SECEX/Aliceweb. (2) janeiro-junho.
103
Unidade III
O comrcio intrabloco triplicou no perodo entre 2002 e 2007 e cresceu em valor mais do que o comrcio extrabloco (HOFFMANN et al., 2008). Quadro 5 Direo das exportaes do Mercosul (20022008)
Mercosul: Direo das exportaes (intra e extrazona) 2002-2007 e 2008 (janeiro-junho) Anos 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 (jan-jun) Exportao total 89.282 106.208 135.810 164.004 190.459 223.973 126.505 Exportao intrazonal 10.229 12.731 17.355 21.127 25.775 32.843 17.034 Part. % na exp. total 11,5% 12,0% 12,8% 12,9% 13,5% 14,7% 13,5% Exportao extrazonal 79.053 93.477 118.455 142.877 164.684 191.130 109.471 Part. % na exp. total 88,5% 88,0% 87,2% 87,1% 86,5% 85,3% 86,5%
Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Diviso de Informao Comercial com base em dados do FMI, Direction of Trade Statistics, CD December 2008. Fonte: Brasil, 2009.
Contudo, o crescimento do comrcio no ocorreu sem tropeos: evoluiu muito nos anos 1990, com a abertura dos mercados promovida por seus pases membros; contraiuse no incio do sculo XXI, em razo da desvalorizao do Real em 1999 e da crise argentina em 200102; e recuperou a tendncia de alta quando as naes restabeleceram o ritmo de crescimento econmico com o avanar do sculo XXI. Alm da significativa aplicao nas relaes comerciais j mencionadas no comrcio e em investimentos , outros fatores concorreram para a consolidao do bloco. Fortalecido institucional e politicamente a partir de sua constituio como personalidade jurdica, o Mercosul passou a representar seus membros nas negociaes internacionais. At ento, essas naes tinham de fazlo sozinhas, sem contar com o poder que advm do peso do conjunto (HIRST, 2001). A princpio, a ideia de um Mercosul como um instrumento geopoltico no foi objeto nem motivao dos primeiros acordos entre os Estados membros. Esse carter instrumental do bloco conveio aos interesses da elite poltica brasileira, sempre em busca de meios e recursos que lhe conferissem maior margem de manobra nas negociaes com as potncias do mundo desenvolvido (VIGEVANI et al., 2008). Parte da elite poltica e diplomtica do Brasil, de orientao desenvolvimentista e autonomista, v no Mercosul um instrumento de afirmao do pas como potncia regional. Segundo essa 104
frica 4,6%
sia 15,5%
Nafta 17,4%
Os relacionamentos extrarregionais do Mercosul surgiram paralelamente sua prpria institucionalizao e se consubstanciavam em torno de um raciocnio de natureza muito mais poltica e estratgica do que propriamente comercial.
105
Unidade III
Mercosul: Origem das exportaes 2007
Intra-Mercosul 15,3% Outros 25,2%
frica 5,3%
Nafta 14,9%
Em 1995, o Mercosul e a Unio Europeia assinaram em Madri um acordo visando aprofundar as relaes entre os dois blocos. O principal objetivo desse acordo foi preparar o terreno para as negociaes, com vistas liberalizao do comrcio de bens e servios at alcanar uma rea de livre comrcio em conformidade com as disposies da OMC. Em reunio realizada em Bruxelas em 1999, o Conselho de Cooperao decidiu criar o Comit de Negociaes BiRegionais, cujos principais objetivos no mbito da negociao comercial foram: liberalizao bilateral e recproca do comrcio de bens e servios conforme as regras da OMC; melhora no acesso a compras governamentais nos mercados de produtos e servios; promover uma abertura e um ambiente no discriminatrio aos investimentos; assegurar uma adequada e efetiva poltica de concorrncia e um mecanismo de cooperao; assegurar adequadas e efetivas disciplinas no campo dos instrumentos de defesa comercial e estabelecer um mecanismo efetivo de soluo de controvrsias. Para Cervo (2008):
[...] o espectro de negociaes externas em andamento e os nexos j concretizados fazem do sujeito internacional Mercosul um ente ativo
106
No mbito da integrao econmica e a despeito dos percalos provocados por crises financeiras, significativo que o Mercosul tenha sido desde sua criao um dos principais destinos das exportaes do Brasil e um de seus principais fornecedores. No aspecto geopoltico, o bloco vem articulando a configurao de um espao econmico e poltico sulamericano no interior do qual o Brasil ser a principal potncia.
Figura 17
Observao O smbolo oficial do Mercosul foi adotado pelo Conselho do Mercado Comum no 11 Encontro de Presidentes, em 1996, em Fortaleza. O logo apresenta quatro estrelas formando a constelao do Cruzeiro do Sul acima de uma curva verde representando o horizonte, com o nome Mercosul abaixo. As estrelas representam as quatro bandeiras nacionais dos membros fundadores do Mercado Comum: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Esse logotipo foi criado pelo desenhista grfico argentino Carlos Varau. O trabalho de Varau foi o ganhador entre 1412 trabalhos do concurso patrocinado pelas agncias de comunicao oficial em cada um dos pasesmembros.40
Saiba mais Acesse a biblioteca oficial do Mercosul: <http://www.mercosur.int/pmb/ opac_css/>. Acesso em: 30 jan. 2012.
40
107
Unidade III
8.3.2 Acordo de Livre Comrcio da Amrica do Norte (Nafta) Com o objetivo de promover a integrao regional dos pases da Amrica do Norte, em 1989 entrou em vigor o Acordo Comercial entre os Estados Unidos e o Canad, com a finalidade de criar uma zona de livre comrcio. Em 1992, com a incluso do Mxico, esse acordo recebeu o nome de Acordo de Livre Comrcio da Amrica do Norte (Nafta), que entrou oficialmente em vigor a partir de 1994. Um dos principais objetivos do Nafta a eliminao gradual de tarifas e demais restries aduaneiras dentro de um prazo inicial de 15 anos. Essa eliminao abrange algumas excees previstas em clusulas de salvaguarda, que asseguraro aos pases membros que suas indstrias locais no sero prejudicadas pelos produtos importados. O Nafta detm caractersticas absolutamente prprias. A mais notvel delas a integrao de trs pases nos quais h uma profunda assimetria, sobretudo entre dois deles e o terceiro, ou seja, o Mxico, que entra nesse processo de integrao de uma maneira distinta. Basta fazer uma comparao entre os valores do PIB (Produto Interno Bruto) de cada um deles e verificar como so dspares. Outra caracterstica muito importante que no existe a livre circulao de pessoas entre os pases membros do Nafta. O que o Nafta pretende criar em seu quadro to diversificado apenas uma zona de livre comrcio. Alm disso, num prazo de 15 anos, ele gradualmente busca: eliminar as barreiras ao comrcio de bens e servios regionais nos trs pases; remover quaisquer restries ao investimento interregional; definir regras muito claras de propriedade industrial e meio ambiente (essa uma exigncia dos Estados Unidos). Os pases membros do Nafta concedero aos demais o tratamento de nao mais favorecida, com tarifas recprocas aos bens deles originrios. As restries ao livre trnsito de mo de obra, principalmente a oriunda do Mxico, ainda permanecem, o que dificulta a transformao do Nafta em um mercado comum, modelo de integrao regional mais avanado. Desse modo, o Nafta dever permanecer por muito tempo apenas como zona de livre comrcio. 8.3.3 Unio Europeia A Unio Europeia proveniente dos movimentos de integrao regional da dcada de 1950, aps o final da Segunda Guerra Mundial e a partir da necessidade de reconstruo dos pases do continente europeu, devastados pela guerra. O primeiro passo para a liberalizao do comrcio internacional no continente europeu foi a criao em 1948 da Benelux, unio aduaneira entre Blgica, Holanda e Luxemburgo. 108
Unidade III
Para o pleno funcionamento das estncias de administrao, a Comunidade Europeia conta ainda com rgos auxiliares: Banco Europeu para Investimentos (BEI); Comit Econmico e Social (CES); Comit das Regies; Banco Central Europeu (BCE); Instituto Monetrio Europeu (IME); Sistema Europeu dos Bancos Centrais (SEBC). Embora ainda em crise, a Unio Europeia uma das maiores potncias comerciais do mundo, representando 41,8% do volume total das importaes e das exportaes mundiais. Quadro 6 Evoluo do Comrcio Exterior da Unio Europeia
Evoluo do comrcio exterior da Unio Europeia 2006 - 2010 (Em US$ bilhes) DISCRIMINAO Exportaes (fob) Variao em relao ao ano anterior (%) Part % nas exportaes mundiais Importaes (cif) Variao em relao ao ano anterior (%) Part % nas importaes mundiais Intercmbio comercial Variao em relao ao ano anterior (%) Part % no total do comrcio exterior mundial Saldo comercial 2006 4.567 12,6% 38,1% 4.682 14,2% 37,9% 9.249 13,4% 38,0% -115 2007 5.352 17,2% 38,5% 5.525 18,0% 38,5% 10.877 17,6% 38,5% -173 2008 5.929 10,8% 37,0% 6.191 12,1% 37,5% 12.120 11,4% 37,2% -262 2009 4.583 0,4% 37,1% 4.634 -1,0% 36,0% 9.217 -0,3% 36,5% -51 2010 5.143 -3,9% 41,5% 5.228 -5,4% 42,2% 10.371 -4,7% 41,8% -85 n.a 12,13% 11,66% 12,61% Var. % 2006-2010
Saiba mais Para saber mais sobre a crise econmica na Europa, acesse: <http://veja. abril.com.br/perguntasrespostas/criseeuropa.shtml>. Acesso em: 30 jan. 2012 110
Unidade III
C) Ao fato de o clima de mones atingir todo o territrio chins e provocar, via de regra, constantes inundaes. D) inexistncia de rios com volume de gua suficiente para a prtica agrcola e a irrigao. E) Ao fato de os rios chineses serem todos temporrios em funo das longas estiagens, o que inviabiliza a prtica agrcola nesses perodos. Resposta correta: alternativa B. Anlise da alternativas: Alternativa A: incorreta. Justificativa: no corresponde situao geogrfica da China. Alternativa B: correta. Justificativa: a parte ocidental, ou leste, do territrio chins formada por desertos e o sudoeste, pela Cordilheira do Himalaia, inviabilizando a prtica agrcola em pelo menos 50% do territrio chins, ao passo que a parte ocidental (litornea), ocasionalmente, sofre com as enchentes e inundaes dos excessos pluviomtricos provocados pelo clima de mones. Portanto a alternativa C no responderia a questo e as demais esto discrepantes com a situao geogrfica da China. Alternativa C: incorreta. Justificativa: as inundaes so ocasionais em algumas partes do territrio chins. Alternativa D: incorreta. Justificativa: no corresponde situao geogrfica da China. Alternativa E: incorreta. Justificativa: no corresponde situao geogrfica da China. Questo 2. (ABRIL, 2009) Os conflitos recentes ocorridos no Ir em relao reeleio de Mahmoud Ahmadinejad, mais uma vez, provocaram profundas inquietaes no mundo ocidental. A principal preocupao que cerca o governo de Ahmadinejad : A) Sua incapacidade de implantar um regime democrtico no Ir conforme compromisso assumido em sua plataforma eleitoral. 112
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FIGURAS E ILUSTRAES Figura 1 7A17086_150PX.JPG. Disponvel em: <http://lcweb2.loc.gov/service/pnp/agc/7a17000/7a17000/7a170 86_150px.jpg>. Acesso em: 1 fev. 2012. Figura 2 FILHO STUCKERT, R. Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com o secretriogeral das Naes Unidas, Ban KiMoon, na Sede da ONU. Braslia (DF). 2011. 1 fotografia. Disponvel em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/26/gallery_assist679531/ prev/2STU1256Edit.jpg>. Acesso em: 1 fev. 2012. Figura 3 FIZA, E. O ministro das Relaes Exteriores, Antonio Patriota, e a chanceler da Colmbia, Mara Angela Holgn, assinam nove acordos de ajustes e acordos bilaterais envolvendo tecnologia e inovao na rea de biocombustveis, educao, direitos humanos e combate violncia, durante a 2 Reunio da Comisso Bilateral BrasilColmbia, no Itamaraty. Braslia (DF). 2011. 1 fotografia. Disponvel em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/26/gallery_assist681938/prev/ AgenciaBrasil26102011EZF_6942.JPG>A>. Acesso em: 1 fev. 2012. Figura 4 BRASILIA_BRASIL3.JPG. Disponvel em: <http://mrg.bz/4WotTI>. Acesso em: 1 fev. 2012. Figura 5 FILHO STUCKERT, R. A presidenta Dilma Rousseff discursa na abertura da 66 Assembleia Geral da Organizao das Naes Unidas (ONU). Nova York. 2011. 1 fotografia. Disponvel em: <http:// agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/26/gallery_assist679531/ prev/1STU9831.jpg>. Acesso em: 1 fev. 2012 Figura 6 FERNANDES, J. P. T. A geopoltica clssica revisitada. Nao & Defesa, Braslia, Instituto de Defesa Nacional, n. 105, 2003, p. 232. Disponvel em: <http://www.jptfernandes.com/docs/art_acad_ geopolitica_rev.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 7 MACKINDER, H. T. The geographical pivot of history. Geographical Journal, n. 23, 1904, p. 421437. 114
Figura 8 BANDEIRA_EUA9855.JPG. Disponvel em: <http://t1.gstatic.com/ images?q=tbn:ANd9GcQKqPeFIz1eRncmizXLj2btIUtoGG4xy1RqHd4GpRZ1P6OCU8Aps4QDdN>. Acesso em: 1 fev. 2012. Figura 9 600PXFLAG_OF_THE_SOVIET_UNION_1923.SVG.PNG. Disponvel em: <http://webs.racocatala.cat/ banderes/mexic/600pxFlag_of_the_Soviet_Union_1923.svg.png>. Acesso em: 1 fev. 2012. Figura 10 CRUZ, A. Pster apresenta o novo passaporte brasileiro em cerimnia que teve a participao de ministros e do presidente Lula, entre outros. Braslia (DF). 2011. 1 fotografia. Disponvel em: <http:// agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/3/gallery_assist638589/1415AC0058a. jpg>. Acesso em: 1 fev. 2012. Figura 11 WORLD_MAP.JPG. Disponvel em: <http://imagebase.davidniblack.com/main.php?g2_view=core. DownloadItem&g2_itemId=4634&g2_serialNumber=2>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 12 113077916035.JPG. Disponvel em: <http://mrg.bz/g91BIu>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 13 CASAL JUNIOR, M. A capital federal ficou s escuras por uma hora durante a Hora do Planeta. A iniciativa faz parte de uma mobilizao mundial, promovida pela organizao no governamental World Wide Fund (WWF), com o objetivo de chamar a ateno da populao para a necessidade de preservao do meio ambiente. Braslia (DF). 2011. 1 fotografia. Disponvel em: <http://agenciabrasil. ebc.com.br/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/27/gallery_assist666808/prev/26032011MCA_0642. jpg>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 14 CRUZ, A. Sacoleiros circulam diariamente pela Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguau Cidade do Leste, onde vrios paraguaios nutrem a esperana de um governo melhor aps as eleies do prximo domingo (20). Cidade do Leste (Paraguai). 2011. 1 fotografia. Disponvel em: <http://agenciabrasil.ebc. com.br/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/3/gallery_assist638038/1550AC381.JPG>. Acesso em: 2 fev. 2012. 115
Figura 15 BRASIL. Ministrio das Relaes Exteriores. Principais indicadores econmicocomerciais do Mercosul. Braslia, fev. 2009. Disponvel em: <http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/ IndicadoresEconomicos/PrincipaisIndEconComMERCOSUL.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012. Figura 16 BRASIL. Ministrio das Relaes Exteriores. Principais indicadores econmicocomerciais do Mercosul. Braslia, fev. 2009. Disponvel em: <http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/ IndicadoresEconomicos/PrincipaisIndEconComMERCOSUL.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012. Figura 17 MERCOSULBANDEIRA2.GIF. Disponvel em: <http://www.classificadosmercosul.com.br/mercosul_ atual/MercosulBandeira2.gif>. Acesso em: 2 fev. 2012. REFERNCIAS Audiovisuais A REVOLUO no ser televisionada. Dir. Kim Bartley e Donnacha OBriain. Irlanda. 2003. 74 min. DIAMANTE de sangue. Dir. Edward Zwick. Estados Unidos. 2006. 143 min. IMPRIO do Sol. Dir. Steven Spielberg. Estados Unidos. 1987. 154 min. O GRANDE ditador. Dir. Charles Chaplin. Estados Unidos. 1940. 124 min. SOLDADO annimo. Dir. Sam Mendes. Estados Unidos. 2005. 125 min. SYRIANA: a indstria do petrleo. Dir. Stephen Gaghan. Estados Unidos. 2005. 126 min. TERRA. Dir. Alastair Fothergill e Mark Linfield. Alemanha/Estados Unidos/Inglaterra. 2009. 96 min. UMA VERDADE inconveniente. Dir. Davis Guggenheim. Estados Unidos. 2006. 100 min. Textuais ABREU, M. P. O Brasil, o GATT e a OMC. Poltica externa, So Paulo, Paz e Terra, v. 9, n. 4, mar./maio 2001. ALMEIDA, P. R. Os primeiros anos do sculo XXI: o Brasil e as relaes internacionais contemporneas. So Paulo: Paz e Terra, 2002. 116
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