Àbíkú

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bk

A traduo literal nascido para morrer (a bi ku) ou o parimos e ele morreu (a bi o ku), designando crianas ou jovens que morrem antes de seus pais. H, assim, dois tipos de bk: o primeiro, bk omode, designando crianas e o segundo, bk Agba, referindo-se a jovens ou adultos que morrem, via de regra, em momentos significativos de suas vidas e sempre antes dos pais, apresentando nisso uma alterao da ordem natural que socialmente aceita e entendida como: aqueles que chegaram ao Aiy (mundo fsico) primeiro, voltam primeiro ao Orn (mundo espiritual). Nessa questo, alm da lgica natural, est presente a garantia da continuidade no Aiy e a certeza da lembrana e do culto ao ancestral que deixa descendentes que recontaro sua histria ao longo dos tempos, garantindo sua sobrevivncia na comunidade.

No Orn vive um grupo de crianas chamadas Emere ou Elegbe e este grupo constitui o Egbe Orn bk, ou seja, sociedade das crianas que nascem para morrer. Contam os mitos que a primeira vez que os bk vieram para a terra foi em Awaiye e constituam um grupo de duzentos e oitenta, trazidos por Alawaiye, chefe deles no Orn. Na encruzilhada que une o Orn ao Aiy, ikorita meta, todos pararam e vrios pactos foram feitos, definindo o momento particular do retorno de cada um ao Orn. Alguns voltariam quando vissem pela primeira vez o rosto da me, outros quando casassem, um terceiro grupo voltaria quando completassem determinado tempo de vida, um quarto grupo voltaria quando tivessem o primeiro filho, e assim por diante. E o carinho dos pais, o amor que recebessem ou os presentes no seriam capazes de ret-los no Aiy. Alguns assumiram o compromisso de que nem nasceriam. Esse pacto deveria ser cumprido e os seus companheiros no Orn manterem-se presentes na sua vida, interagindo no seu dia a dia, para que no o esquecessem e retornassem ao Orn to logo o momento pactuado ocorresse.

Como chega a ocorrer o nascimento ou a manifestao de um bk em uma gravidez? O Ioruba acredita que a ao do bk ocorre por determinao do destino da me, ou por fora de magia/feitiaria, ou por condies acidentais. O Prof. Sikiru Salami e a Profa. Dra. Iyakemi Ribeiro, na sua monografia Ayedungbe: a terra doce para nela se viver rito na luta contra a morte de bk, definem essas condies acidentais como aquisio inadvertida de um bk por uma mulher grvida que no tenha tomado os necessrios cuidados para evitar isso. Existe a crena de que uma mulher grvida, ao passar por determinados locais em que os bk se estabelecem, se no estiver devidamente protegida, pode ver-se invadida por este esprito e tornar-se sujeita gravidez de um bk. Por isso cuidados especiais so tomados pelas mulheres to logo tenham conscincia do estado de gravidez. No raro que mulheres grvidas carreguem junto a barriga um ota, devidamente preparado, para evitar essa invaso por parte de um Elegbe. Sacrifcios, oferendas e rezas so feitas tambm com o objectivo de evitar que uma mulher tenha filhos bk ou que, grvida, venha a ser invadida por um deles.

Deixando de lado condies acidentais ou efeito de magia/feitiaria, temos observado que a ocorrncia de bk numa me invariavelmente repete uma histria familiar que podemos reconhecer procurando os seus antecedentes. Ou seja, podemos procurar nos antecedentes familiares da me para constatar, invariavelmente, que este bk vem se fazendo presente na famlia, gerao aps gerao, em linha directa ou no.

Outra questo interessante que podemos afirmar com grande preciso que alguns Od de nascimento predispem a ocorrncia de Elegbe. Assim, temos que mulheres regidas pelo Od Ogundabede (Ogunda + Ogbe) so naturalmente predispostas a gerarem filhos bk e, identificadas, quando ainda no so mes, certas oferendas so realizadas e alimentos solhes dados para prevenir a ocorrncia. Eb igualmente feito nas situaes em que j geraram filhos ou planejam gerar um pre colocado acima da porta de entrada da casa e um peixe acima da porta de trs, para proteger os moradores da visita dos Elegbe que ali vm em busca de seus companheiros. Neste caso, deixam de ter acesso ao interior da casa e levaro, no lugar da pessoa que vieram buscar, o pre e o peixe. Um Orin Egbe , cantiga dedicada a Aragbo ou Ere Igbo, Orix protector das crianas bk, fala-nos desse Eb.

Entendemos, assim, que Egbe cultuado e louvado com a finalidade de defender as crianas da morte prematura e oferendas lhe so feitas para que desistam de levar os bk de volta para o Orn, sendo um de seus objectivos a questo da manuteno dessas crianas no Aiy. Segundo o Prof. Sikiru Salami e a Profa. Dra. Iyakemi Ribeiro, na obra j citada, Estabelecese assim um jogo de foras entre Aragbo e a comunidade de bk que deseja levar seus membros do Aiy, mundo fsico, para o Orn, mundo dos mortos, mundo espiritual.

Cultos e oferendas so realizados tanto para que a comunidade de bk abra mo de lev-los de volta, como para que Ere igbo os proteja de serem reconduzidos terra espiritual. Todas as pessoas nascidas dentro do Od Ogundabede, homens e mulheres, devem cultuar Egbe. Entende-se tambm que quem o cultua evoca as suas bnos em benefcio das crianas do ncleo familiar. Alis, o culto de Egbe e suas festas trazem muita semelhana com as festas e o culto que se fazem para Cosme e Damio e que so, muitas vezes, confundidas com o culto do rs Ibeji. Este rs e Egbe (ou Aragbo) so de distintas naturezas, justificam abordagens e tratamentos diferenciados, tm formas particulares de serem louvados, so cultuados por diferentes razes e necessidades, e os seus cultos no podem ser confundidos sob pena de incorrermos em erro de fundamento.

Por ltimo, dois aspectos so importantes de serem nomeados: o primeiro, diz respeito ao que podemos chamar de comportamento peculiar da criana bk. So, certamente, crianas que se distinguem por este aspecto. Segundo, a resistncia, na nossa cultura, que os pais tm em

aceitar o facto de terem um filho bk e a dificuldade consequente em lidar com esta criana e todas as necessidades decorrentes da luta pela sua permanncia no Aiy. Cabe a um importante papel para o sacerdote que pode ajud-los a compreender a questo, dar-lhes orientao e acompanhamento durante todo o processo.

O trmo Abik no se pontua apenas aqueles que nascem para morrer, como determina o conceito Yurub, pois sendo assim todos ns seramos Abiks. Costumo dizer, para exemplificar, que Abik tem qualidade, ou seja, existem vrios tipos de abik e formas de atuao e agregao, numa mesma concepo.

Pode-se cuidar de uma criana Abik, fazendo-a conviver normalmente entre os seus fazendo oferendas, ebs, tratamento do Or que so capazes de reter no mundo o Abik e de lhe fazer esquecer sua promessa de volta, rompendo assim o ciclo de idas e vindas constantes entre o Orun e o Aiye, fazendo pactos tambm.

Os Abiks tem influncia na famlia, so poderosos manipuladores, videntes, espritos envelhecidos, atitudes de adulto, etc.

A energia de um Abik pode rondar uma gravidez, muitos rompimentos e perda de beb esto relacionadas, porm, no se pode confundir falta de cuidados e tratamento adequado na gravidez com Abik. Quando o zelador observa atravs do jogo a presena de Abik, o tratamento comea no ventre da me com as obrigaes necessrias e ebs, atravs de Oxun, Or, Ex, Egungun, Oxal.

Existem tambm os Orixs Abiks Oxal e Nan, pois regem a vida e a morte nos dois planos de vida e energia, sendo assim, todas as pessoas de Oxal e Nan so Abiks, inclusive a prpria iniciao os diferencia como especiais. Mas, independente disso, outras pessoas de qualquer outro Orix pode ser da famlia Abik, a famlia Kreo.

Um conceito interessante, que vale uma reflexo que: uma pessoa pode introduzir em sua vida o esprito abik, quando antecipa os seus ciclos naturais em funo da ambio ou opes de vida. Isto a levar a tornar-se um Abik, pois certamente ter a data da sua morte antecipada.

Abik muito mais do que se pode imaginar, sem dvida alguma, h conceitos, preceitos, ews, etc, e deve ser tratado simultneamente no mundo visvel e invisvel.

DALU (mistura). Uma vez me perguntaram o porqu de no acender velas na religio tradicional, respondi, eu no acendo velas porque em nossa religio no existe esse hbito, no existi velas nos rituais para os Orisas em territrio Yoruba. Eu no vou missa e no comungo porque no sou catlico, no tenho nada contra os catlicos, mas me incomodo muito com as pessoas que cultuam Orisa de forma catlica, s falta fazer o sinal da cruz antes de oferecer uma comida a Ogun. No acredito em me distanciar dos espritos de minha famlia, rezando para evoluo deles, porque no sou Espirita, cada religio tem a sua identidade, eu quero Egungun sempre bem prximo de mim. Buscar na fonte a informao, ao contrario do improviso criativo, estabanado e de mau gosto, nos coloca em alinhamento com nossos orisas e com nossos antepassados. Voc j viu um padre dar comida a Osun s margens de um rio ou um kardecista colocando um adimu para os orisas. Se isso no acontece, porque o inverso comum? Inmeros Babalorisas confundem tudo, de tal forma que s falta chamar um padre na hora de dos rituais fnebres, de um iniciado em Oris. Imagine o sujeito que adorou os Orisas, durante toda sua vida, quando ele morre, quem faz o ritual um sacerdote de outra religio, totalmente indiferente f do falecido, isso inaceitvel. A crena daquele que deveria ser naquele momento reverenciado, termina sendo ofendida, e tal circunstancia provoca todo tipo de constrangimentos, tanto para o sacerdote chamado naquele momento como para as pessoas da famlia do falecido. Se formos pegar os casamentos como exemplo, o noivo e a noiva vestidos com roupas de rituais estranhos a sua crena, em um momento de suma importncia, recebem a beno de uma pessoa que muitas vezes despreza a f daqueles gostariam de estar ouvindo o som dos atabaques, e as cantigas de Osun, que muitas vezes so substitudas por algumas palavras sem sentido ou se termine rezando um Pai Nosso e uma Ave Maria. Pobre daqueles ento, que j nascem sem que o sacerdote de suas famlias, tenham condies de oficializar um simples batizado, imagine que durante toda a gravidez, a me pediu para Osun, que seu filho nascesse saudvel; agora quem oficializa o batismo, no permite se quer ser que seja mencionado o nome de um orisa, isso muito comum, mas no deveria acontecer. Imagina ento, outra situao, que ofende nossos antepassados, prejudica e muito o futuro dos nossos descendentes. Pergunto isso, pois em alguns sites religiosos, os Babalorisas comearam divulgar fotos de suas casas e de seus carros como se isso tivesse algum significado religioso.

O sujeito que coloca a foto do seu carro importado em um espao dedicado para falar de orisa, na verdade est querendo demonstrar poder aquisitivo, isso no representa as, e sim autoafirmao. Essa situao deve causar tristeza, provocando em nossos antepassados, indignao e angustia; como podemos honrar nossos antecessores, se nos permitimos influenciar por culturas antagnicas a nossa crena. Se o estado laico e a lei nos beneficia, porque muitos ainda permanecem escravos? Essa uma situao que no nova, h quase trs dcadas, uma das maiores Yalorisas do Brasil (Dona Stella de Osossi, do Il Op Afonj), j mencionava tal situao. No me surpreenderei se encontrar pessoas oferecendo chester com champignon para Obatal.

A cada dia, nos deparamos com a ansiedade das pessoas em querer mostrar um Novo Candombl, seja para os filhos de sua comunidade, seja para as pessoas que visitam seus terreiros. Muitos que defendem a reciclagem do Candombl ou a reafricanizao, se fundamentam afirmando que o Antigo Candombl da Bahia no como na frica, que foi adaptado ao Brasil e, sendo assim, qual o problema em se reciclar, em criar um novo Candombl? Ou mesmo reafricanizar o existente. Antes de tudo, em relao a fundao do Candombl da Bahia, temos que ter em mente as dificuldades que cercavam as pessoas, sobretudo os africanos que foram escravizados e, posteriormente, os seus descendentes que aqui estavam. Hoje, muito fcil dizer que o Candombl da Bahia diferente da frica, mas poucos refletem sobre as questes que motivaram essa diferena, que foi essencial para a manuteno de uma cultura. Sim, h diferenas entre o Candombl da Bahia e a Religio dos rss existente na frica. Primeiramente por questes culturais. No Brasil, o Candombl foi erigido de forma clandestina, por pessoas que eram cerceadas de se expressar, de pensar e at mesmo de viver, ou ser que algum tem a iluso de que a vida desses africanos foi fcil? Diante desse cenrio hostil e violento, como cultuar em praas e ruas os nossos rss, como na frica? Isso era algo inconcebvel (e ainda ), surgiram assim, as festas nos barraces, durante a noite, s escondidas, bem como, a estrutura do Candombl como conhecemos hoje. Alguns costumes e elementos foram adaptados no Brasil no com o objetivo de criar algo novo, mas sim, com o objetivo de perpetuar uma memria ancestral. Hoje conseguimos comprar de forma fcil sementes, favas, penas e roupas africanas, mas como fazer isso naquela poca? Primeiro existia a necessidade da sobrevivncia e em segundo, o comrcio no era to fcil e comum como hoje, afinal, a frica no est aqui ao lado. Desse modo, toda adaptao que a religio sofreu poca, foi fundamental para que o Candombl se fundamentasse no Brasil. Isso no acontecia pelo prazer ou vaidade daqueles negros africanos, mas pelo fato de ser a nica forma de manter a cultura trazida nos calabouos dos navios negreiros. No entanto, nenhuma adaptao atingiu a essncia, o mistrio, a tradio. Alguns dizem que cantamos errado que necessrio reciclar as palavras, que nossas evocaes no so como na frica, etc. Mas quando analisamos com cuidado o dialeto yorb (Candombl

de Ketu) ou o dialeto Fongbe (Candombl de Jeje) falado hoje na frica, identificamos uma grande poluio lingustica oriunda do novo mundo, sobretudo dos povos colonizadores. Fazendo um paralelo, ser que um jovem brasileiro de hoje, consegue compreender com perfeio o portugus falado na Bahia ou Rio de Janeiro de 300 anos? Certamente no, sendo que ele no est acostumado com a lngua arcaica. Isso o que acontece com alguns jovens africanos ou estudiosos que sugerem que nossas palavras, ditas e cantadas no Candombl da Bahia, no so yorb ou fongbe. Eles so de outra gerao, esto comparando coisas incomparveis. No podemos nos esquecer, ainda que, o dialeto religioso distinto do dialeto social, pois existem palavras que s so conhecidas pelos adoradores de rs. Talvez muitas pessoas tambm no se deem conta de que, aps o perodo da escravido, ficamos longos e mais longos anos sem receber em massa, novos africanos. Dessa forma, os tradicionais Terreiros de Candombl, buscaram de forma veemente a manuteno daquilo que foi implantado pelos seus fundadores africanos, sendo que essa era uma das nicas maneiras de se preservar no somente a sua religio, mas a sua identidade cultural, moral e ancestral. Em contrapartida, a frica sofria diversas mudanas, culturais e religiosas. Desse modo, a religio dos rss na frica hoje, tambm diferente da Religio dos rss na frica de 300 ou 400 anos, nesse mbito, qualquer tipo de comparao totalmente equivocada. Outro ponto que passa muitas vezes despercebido pela grande maioria, que a frica um continente e no uma provncia em que todos os seus habitantes comungam do mesmo pensamento e tradies. Ou seja, quando um Babalawo Africano, oriundo de Ifon desembarca no Brasil e se depara com costumes de uma casa que foi fundada por negros de Oyo, certamente haver choque de cultura. O mesmo acontecer com o negro de Oyo que chegar aqui e for visitar uma casa fundada por negros Egba, embora africanos, a cultura distinta. Para reforar isso, basta pensarmos no Brasil, a cultura do Baiano diferente da Carioca, que diferente da Paulista e assim sucessivamente. No precisa nem mesmo sair de um Estado. A cultura do Baiano de Salvador distinta da cultura do Baiano do Recncavo, so culturas prximas, mas distintas. A cultura do Paulistano (capital) distinta do Paulista (interior). Porque ento, ns Brasileiros temos que pensar que o nosso Candombl, que o nosso yorb tem que ser igual ao de todo africano que chegue ao Brasil, independente da parte da frica que ele seja? No podemos jamais esquecer, a frica um continente e no uma aldeia isolada que no sofreu adaptaes e mudanas culturais ao longo do tempo. Outro fato importante o que chamamos no Brasil de Tradio de As/Famlia de Santo. Existem certas particularidades que pertencem a uma famlia/As e que no realizada em outra famlia, sendo assim, como querer comparar risca com a frica? Talvez algum diga: Mas na frica no Assim? Sim, tambm , no entanto, as pessoas no sabem disso ou se negam a enxergar. O que chamamos no Brasil de As de famlia, na frica chamado de Awo. Isso significa que na frica, uma pessoa pode pertencer a um dete rminado Awo que segue algumas caractersticas distintas de outro Awo (de outra famlia de As). Talvez um ritual realizado em um Awo, mas no outro no. Talvez haja um interdito em um determinado Awo e no outro no. No podemos deixar que exista um novo Apartheid, desta vez motivado pelas diferenas existentes no Candombl do Brasil em comparao com a frica. Ns valorizamos como poucos a cultura africana e obviamente, porque essa cultura tambm nossa. Mas observo com preocupao que nossa cultura africana est sendo desprezada e, muitas vezes atacada. Ns tambm somos os guardies do culto ao rs, hoje se existe por alguns, uma busca pela

frica, em decorrncia da cultura apresentada por ns, descendentes desses africanos que derramaram o sangue para defender aquilo que acreditavam. Peo que valorizem a nossa cultura e o sangue derramado pelos nossos ancestrais. O Candombl no Brasil conseguiu superar muitos obstculos, a escravido e o preconceito (que ainda sofremos). Nossa religio possui casas centenrias, que carregam em suas terras, paredes, rvores, pedras e ferro, no somente a memria ancestral do povo negro, mas a herana cultural e religiosa, que conseguiu de forma prspera chegar aos dias de hoje. O Candombl no imutvel e talvez nada seja. Sim, h muitas coisas que o Candombl no Brasil precisa avanar, uma delas se valorizar. Valorizar seus ancestrais e sua cultura. Precisamos igualmente avanar nos aspectos sociais. Precisamos de avanos nas iniciativas que contribuam para a diminuio das distncias sociais. Precisamos de avanos nas iniciativas que preservem a natureza (como triste ir mata ou cachoeira e deparar com alguidares, garrafas, plsticos, etc.). Precisamos de avanos no meio poltico, de avanos na educao das nossas tradies para as nossas crianas. Esses sim so alguns pontos que precisam evoluir rapidamente na nossa religio. Precisamos, sobretudo, avanar naquilo que verdadeiramente move a nossa religio. A F! De nada adianta a busca por uma tradio que j mudou mesmo no bero da civilizao se no existir a f, se no existir a crena na Divindade para a qual nos prosternamos. Que nosso Pai smr, abenoe todos e sejamos unidos e munidos de f.

AS PENAS SAGRADAS kdde, Agb, lk e Lkelke so as quatros penas sagradas de nossa religio, somente sendo utilizadas dentro da ritualstica e nunca como um simples adorno. Elementos primordiais e indispensveis dentro dos gbr Ritos Iniciticos e de Passagens de qualquer simbologia e significado, ou seja, so insubstituveis dentro do Corpo Literrio. KDDE ou KDE Trata-se de uma pena vermelha, extrada da cauda de um tipo de papagaio africano da espcie Psittacus erithacus conhecido popularmente por papagaiocinzento, papagaio-do-Gabo ou papagaio-do-congo entre o povo iorub denominado de Odde ou Odder. Tornou-se Rei entre todas as aves, simbolo da fecundao, da menstruao, da gestao, representa o nascimento e o simbolo do poder feminino. Representao da realeza, honra e status, esta acima da simbologia do Ad Coroa. Fixado a frente da cabea, representa o processo inicitico e confirma os ritos de iniciao e/ou de passagem; AGB Pena azul extrada da cauda da ave africana Turaco da famlia dos Musophagidae Touraco porphyreolophus. Descritos nos mitos, como o pssaro que carregava a boa sorte e a riqueza para Olokun Divindade dos Oceanos. Para que possa agir, tem que ser utilizada em contrapartida com o lk; LK

Pena de cor prpura (entre escarlate e violeta) extrada das asas da ave africana Turaco da famlia dos Musophagidae Touraco ruspolii. Descritos nos mitos, como o pssaro que carregava a boa sorte e a riqueza para Olosa A Divindade das guas Doces. Da mesma forma que sua contrapartida, somente age em companhia do Agb; LKELKE Pena de cor branca, extrada da ave Bubulcus ibis conhecida popularmente por gara-vaqueira ou gara-boieira, nativa da frica e do Sul da Europa, que invadiu a Amrica do Norte no incio do Sculo XX e atingiu o Brasil na dcada de 1960. Descritos nos mitos como o pssaro que carregava a boa sorte e a riqueza para Orix Nla e toda a sua corte. Simbolo por excelncia de todos os Orix Funfun.

Hngev,Rungb... O Hngev o fio de contas sagrado da nao jeje e fn. Ele representa o elo entre o orum e o aiye. o fio de conta da vida e da morte, smbolo do prprio cu,do mundo espiritual,invisvel e transcendente, o su csmico particularmente em suas relaes com a terra,somente vodunsis recebem o Hngev, temos visto ogans e ekedis usando erradamente o Hngev, quando o iniciado torna-se um vodunsi, ele recebe o Hngev pois acaba de nascer no mundo do santo, quando o vodunsi morre, o rungeb vai com ele pois ele nos liga ao orum,nos traz o orum,e nos leva de volta ao orum, temos observado no Rio e em So Paulo, erroneamente, algumas casas de santo darem o Hngev aos seus filhos de santo somente na obrigaao de sete anos. Cabe aqui uma pergunta de uma velha don de Salvador(do bogm) ao relatarmos esse fato-oxente? vocs no rio e em sumpaulo s nascem aos sete anos ? A preparao de um Hngev igual ou maior que a feitura de um vodun incluindo, obrigaes, crrns, zandros (efn) e mjbas, etc. O poder do Hngev ultrapassa a mente humana, ele sempre nos avisa quando vai acontecer algo de muito grave. Na vida daquele vodunsi ou no kwe (casa), a voz do Hngev est num grande segredo da nao jeje efn, um segredo guardado a sete chaves,cada Hngev confeccionado pertence quele vodunsi e em hiptese alguma, pode ser usado por outra pessoa nem tocado por outra pessoa e quando um Hngev arrebenta ele tem que passar por todo um processo especial para ser reenfiado. A confeco de um Hngev segue caractersticas rgidas, deve ter a quantidade certa de miangas entre os corais e seu fechamento tambm um s. No se fecha Hngev com contas na cor do santo do yao e sim como se deve ser. Temos visto em alguns candombls o Hngev enrolado no pescoo, esta uma atitude que quebra todo o seu significado sagrado. A quantidade de corais que compem um Hngev,ao contrario que muitos pensam, no fixa, o comprimento de um Hngev, varia de acordo com a altura da pessoa, devendo sempre est um pouco abaixo do quarto chacra, em alguns seguimentos jeje ou fn ,encontramos o Hngev composto por dois seguis, um no fechamento e outro no meio, que tambm certo e correto. O Hngev composto de contas, coral e segui; o coral a rvore das guas, participa do simbolismo da rvore (eixo do mundo) e do simbolismo das guas profundas, origem da vida no mundo. Sua cor vermelha tem simbolismo com o sangue,segundo uma lenda grega, o coral teria surgido das gotas de sangue derramado pela decapitao da medusa, o simbolismo do coral tem tanto a ver com sua cor, quanto com a rara particularidade que tem de fazer coincidir,na sua natureza, os trs reinos: animal,vegetal e mineral. Devemos lembrar tambm,do simbolismo guerreiro da cor vermelha,como smbolo da rvore da vida e das guas profundas, onde faz o elo entre vida e a morte. Sua cor vermelha o smbolo universal do principio de vida,com sua fora,seu poder e seu brilho,cor do fogo e do sangue,representa no a expresso, mas o mistrio da vida e da morte. Um lado seduz, encoraja, provoca, o outro

lado alerta, detm, incita vigilncia, este com efeito,ambivalncia do vermelho do sangue profundo escondido. Ele a condio da vida, espalhando o significado da morte, o azul do segui, mais profunda das cores, nele, o olhar mergulha sem o azul do segui, a mais profunda das cores, nele, o olhar mergulha sem encontrar qualquer obstculo, perdendo at o infinito. tambm a cor mais imaterial e fria em seu valor absoluto, a mais pura, exceo do vazio total do branco neutro. O conjunto de suas aplicaes simblicas depende dessas qualidades fundamentais aplicada a um objeto, a cor azul suaviza as formas, abrindo-as e desfazendo-as, desmaterializa tudo aquilo que dele se impregna, o caminho do infinito, onde o real se torna imaginrio. Embutido no azul do segui, como podemos observar, h uma enorme simbologia religiosa e csmica no nosso Hngev. O Candombl uma religio inicitica de carter progressivo. A sua organizao estabelece-se a partir de um conceito peculiar de hierarquia onde o que est acima no tem, necessariamente, poder sobre o que est abaixo, mas vai adquirindo, com o tempo e as obrigaes, o direito de participar e ver aspectos mais profundos do quotidiano religioso obtendo, com isso, mais conhecimento. A ascenso hierrquica faz-se pela associao indissolvel de tempo e conhecimento; tempo sem conhecimento ou conhecimento sem tempo constituem-se como caminhos desviantes que tornam o indivduo inadequado convivncia coletiva. Em sntese, a hierarquia no candombl estabelece-se no sentido dos que sabem (no tempo) para os que no sabem (por terem pouco tempo). No candombl o saber realiza-se sempre no real; quem sabe, no sabe para si nem por si, sabe a partir da necessidade e para fins. O saber ao mesmo tempo o segredo, a necessidade e a capacidade de materializar o conhecimento, transmutando mitos em ritos, prticas e objetos. Quanto mais conhecimento tanto mais ritos, prticas e objetos. Um caminho interessante para se constatar isso a observncia sobre o fio-de-contas que, mais do que um adorno, uma marca e uma fonte de ax. O simples colar ao ser imerso na devida mistura de folhas quinadas, associada a alguns outros materiais, transforma-se numa identificao que remete o indivduo ao seu lugar na comunidade. A cerimnia da lavagem das contas , por assim dizer, a insero do novato no universo mtico e mstico do candombl. Ao receber os seus primeiros fios-de-contas, geralmente um fio de Oxal e outro de seu orix pessoal, o ento Abi apercebe-se da importncia de Oxal no conjunto dos orixs. Oxal o deus do branco, o pai dos orixs, ou seja, uma energia geradora que antecede, no tempo, os demais orixs. Oxal pr-cria, abranda, arrefece e descansa. Os primeiros conhecimentos acerca deste orix circunscrevem-se na prpria simbologia do branco que, sendo o somatrio de todas as cores, traz em si todas as possibilidades de cor. a energia de onde tudo sai e para onde tudo retorna, por isso o branco tanto a cor que festeja o nascimento(3) como a que marca o momento da morte. O luto no candombl branco pois representa o retorno do indivduo massa informe da ancestralidade. Por isso, necessariamente, o primeiro fio que se recebe o branco de Oxal, simbolizando o estado de latncia que caracteriza o Abi com um candidato iniciao. O branco de Oxal o dialeto do justo descanso com o movimento gerndio. No perodo da iniciao, o Ia, alm de fazer jus a uma pequena coleo com os Is dos orixs que participam de sua configurao espiritual, recebe algumas contas especficas que o identificam como tal; so elas o Mocam, o Quel e os Deloguns; nesta ocasio os fios iro comer junto com o santo, isto , configurar-se-o como verdadeiros campos de fora. Aps a obrigao de trs anos, comum ao ainda Ia, j com alguma graduao, ser presenteado com alguma conta mais enfeitada adquirindo, com isto, o direito de criar para si

colares mais rebuscados com missangas um pouco maiores e at alguns poucos corais, primando ainda pela discrio. Quando da obrigao de sete anos, o agora Egbmi adquire adornos que o identificam como tal: o Runjebe, o Lagdb, o Braj, o bar, o Monjol, os corais, as contas africanas multicoloridas e o alabastro. Mais do que isso, ganha a liberdade total de criar os seus prprios fios, seja no tamanho das contas, na riqueza dos detalhes ou dos prprios materiais a utilizar (ouro, prata, etc.). O Egbmi j conhece os seus fundamentos, por isso ganha essa liberdade. Entretanto, no termina a a aprendizagem. At aos sete anos o Ia tutelado e educado pelos seus iniciadores, a partir da tutelado pela prpria liberdade. Muito embora, parafraseando Jos Flvio Pessoa de Barros, a modstia no seja bem-vinda no candombl, o bom-tom e a justa medida so apreciadssimos. O Egbmi deve ser um exemplo para o Ia, principalmente no que diz respeito ao manuseamento de sua prpria liberdade e a adequao s situaes, dentro e fora da comunidade. A confeco e utilizao dos fios-de-contas deve ser sempre um exerccio da criatividade, mas tambm deve corresponder a uma esttica prpria do candombl que preserva atravs de seus objetos a sua prpria histria; inovaes excessivas ferem a justa medida e tornam-se inadequadas, uma vez que os objetos so importantes instrumentos de apoio manuteno da tradio oral. " Hngev inicia,Hngev encerra"

Palha da Costa. Smbolo fortemente ligado a Sakpat, a palha da costa a fibra da rfia, obtida de palmas novas, extradas de uma palmeira cujo nome cientfico Raphia vinifera. No Brasil, recebe o nome de Jupati. A palmeira considerada a "esteira da Terra". A palha da costa, tendo sua origem na palmeira, ganha o simbolismo universal de ascenso, de regenerescncia e da certeza da imortalidade da alma e da ressurreio dos mortos. Um smbolo da alma. Alm de proteger a vulnerabilidade do iniciado, sua utilizao tambm reservada aos deuses ancestrais, numa reafirmao de sua ancestralidade, eternizao e transcendncia. A palha da costa ligado a Famlia Hung e com ela se confeciona o xaxar (objeto sagrado de Zakpata) e o Ibiri (objeto sagrado de Vodun Nn), objetos estes que nos mostram potncia de eternidade e regenerao.Este material encerra em si o Ayzan (esteira da terra). grande a proteo e a razo de seu uso em contra-eguns,no fechamento de Kels,fios de conta e etc. o representativo no material,do principio da imortalidade do esprito,da transmutao e o enaltecimento da ancestralidade.

Iniciao Ketu Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou no, no Candombl, o Babalorix ou Iyalorix consulta o jogo de bzios no merindilogun, onde ter as respostas. Essa uma das formas de saber. A outra quando uma pessoa vai assistir uma festa de candombl e entra em transe profundo. Esse transe chamado de "Bolar no Santo" a declarao em pblico do Orix que quer a iniciao de seu filho, nesse caso o babalorix vai consultar o jogo de bzios para saber

qual o Orix e suas condies, se pode esperar ou se caso de urgncia. Normalmente so feitos acordos com os Orixs para que aguardem at o filho ter condies financeiras e de frias para poder se recolher. A primeira fase da iniciao ou feitura de santo na nao Ketu de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da famlia, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem. Saliente-se que todo o ritual dainiciao no pblico. Saliente-se tambm que essa iniciao s pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candombl s pode transmitir o Ax quem os recebeu de algum iniciado na obrigao de Odu ij. Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Ia, Ogan ou Ekedi, essa questo s resolvida durante a iniciao. Se a pessoa entrar em transe ser um Ia elegun, se no entrar em transe e for homem, ser um Ogan, se for mulher ser uma Ekedi. Barco de Ia A iniciao pode ser de apenas um Ia ou pode ser de muitos. Nesse caso recebe o nome de "Barco de Ia". Quando entra para fazer o santo sozinho ser chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e nico. No caso do barco, o primeiro Ia ser chamado de Dofono, o segundo dofonitinho, o terceiro ser chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, o quinto de Gamo, o sexto de Gamutinho, o stimo de Vimo, o oitavo de Vimutinho, o nono de Gremo, o decimo de Gremutinho, o dcimo primeiro de Caula e da por diante. Essa sequncia de nomes usada na maioria das casas de candombl de cultura Jeje-nag. J houve barcos com quinze Ias, mas isso muito raro, pois implica muito trabalho e dedicao de muitas pessoas para cuidar dos Ias. A maioria das casas recolhe no mximo trs ou quatro. Existem Orixs que no podem ser iniciados junto com outros; nesse caso ser recolhido sozinho. No ano de 2011,em Salvador houve um barco com dezoito Ias. Iniciao Nos 3 primeiros dias a pessoa ficar descansando e fazendo os ebs de limpeza, que sero apurados no jogo de bzios e tomando banhos com folhas sagradas e ab. Ficar recolhida no ronc (quarto especfico de recolhimento) prximo ao peji e ser feita a primeira obrigao, que o bori. No final dos trs dias suspenso o bori e passa para as fases seguintes. Em seguida comea a contar o perodo de 16 dias. A tem incio o longo aprendizado das rezas, costumes, prticas, lendas, histrias e a iniciao propriamente dita, que consiste em raspar a cabea, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do orix, sero oferecidos animais, comida ritual, flores e frutas. Sada de Ia No final tem a festa que chamada de "sada de ia", essa festa dividida em 4 partes: A primeira sada no barraco interna sem a presena do pblico, somente os membros da casa estaro presentes. Pode ter variao de uma casa para outra ou de nao para nao, uns fazem trs sadas pblicas outros fazem quatro.

Inicia-se o candombl normalmente despachando o Pad (pode ser despachado durante o dia tambm, depende da casa) e canta-se algumas cantigas para cada um dos Orixs, enquanto isso os Ias esto sendo preparados para a primeira sada nobarraco de festas. Na primeira sada pblica o Ia sai do ronc (nome dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o barraco todo vestido de branco, essa sada em homenagem a Oxal, trs na testa uma pena vermelha chamada Ekodid e na parte superior da cabea o adoxu e pintado com efun, ele vem acompanhado de sua me pequena, da Iyalorix e todos que ajudaram na feitura. Nessa sada o Ia dever saudar a porta, os atabaques o Ax do centro do barraco onde estar o fundamento da casa e a Iyalorix. Em seguida recolhido para mudar de roupa. A segunda sada pblica do Ia no barraco as roupas so coloridas em homenagem todos os orixs e a pintura feita com o p azul wji, branco efun, e vermelho osn. O Ia sendo de oxal ou determinados orixs funfuns a roupa no pode ser colorida, predominando o branco, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta. Momento mais esperado da iniciao A terceira sada do Ia a mais esperada por todos da comunidade, nota-se um momento de tenso muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contriburam nesta sagrada iniciao, que pode ser afirmada ou negada pelo novio de que tudo foi bem feito ou no, com o grito triunfal do seu nome. Novamente o Ia trazido ao ile ax, desta vez sem a pintura geral, s com uma pintura de wji no centro da cabea(cuia de wji) ou boril (ritual feito com ej do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O Orix dir seu Orunk para todos ouvirem, nesse caso escolhida uma pessoa (normalmente um Babalorix ou Iyalorix de outra casa) presente para tomar o nome do Orix, so feitas algumas cerimnias onde a pessoa pergunta por trs vezes o nome do Orix e na terceira ele grita em voz alta seu Orunk para todos ouvirem. Depois do nome dado o Ia recolhido novamente para trocar a roupa. A quarta e ltima sada o Orix vem todo paramentado com roupas e ferramentas caractersticas de cada Orix, para danar e ser homenageado por todos os presentes. No final canta-se para Oxal e a festa encerrada. Banquete Quando encerrado o candombl todas as filhas da casa ocupam seus postos e comeam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sempre sobra. Esse banquete composto de cabritos assados ou cozidos, galinhas,patos, pombos, canjica, milho cozido, inhame, pipoca, aca e acaraj. Toda comida ritual servida ao Orix distribuda para os presentes. Muitos candombls no permitem bebidas alcolicas e nesse caso servido o Alu. Nas casas que permitem, servido refrigerante e cerveja. Algumas casas atualmente no servem comida de santo para os presentes. Dependendo das posses do iniciado, poder se contratar um Buffet para o banquete, onde sero servidos aos convidados todos os requintes contratados. Seguimento da iniciao chamado Urupim. No mesmo dia ou no, dependendo do costume da casa, as luzes eltricas so desligadas, e inmeras velas so acesas, ouve-se um cntico tristonho como nos rituais fnebres axex, o Ia cercado dos mais velhos, Iyaefun, Iyadagan, iyamor, Iyabass Iyakeker e puxada pelo Babalorix ou Iyalorix trazido do peji ao ile ax com um alguid ou balaio coberto com pano branco e ornado com flores brancas e mariw, contendo inmeros objetos, comida ritual e o cabelo rapado no inicio da obrigao. Este ritual denominado pelo povo do santo de carrego

de urupim e pode ser assistido por alguns membros da comunidade, mas no chega a ser uma festa pblica, fechando um ciclo do rito de passagem de abi "no nascido" para ia "novio ou recm nascido". Passada a festa o Ia ficar mais uns dias na roa dependendo do jogo de bzios e a confirmao no merindilogun, depois ser levado para sua casa pela Iyalorix que a entregar a sua famlia. Ritual do Pan. O ia ainda desorientado devido ao longo perodo de transe e clausura, com os movimentos ainda trpegos, recebe orientao do seu Babalorixa ou Yalorixa para executar as tarefas que sero usadas em seu dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, passar, sentar-se mesa, cozinhar, etc. Numa dramatizao muito divertida onde todos da comunidade tem um grande prazer de participar, rindo e at mesmo ajudando o novo iniciado. O ritual de apan tem a finalidade de fazer com que o novio reaprenda as atividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no futuro e tambm entenda que j hora de voltar sua vida normal, apesar de aproveitar mais um pequeno perodo do seu mundo sobrenatural, estabelecendo neste momento o ewo temporrio ou permanente, que o novio ter a responsabilidade de obedecer, finalizando este ritual com outro rito chamado Kr (juramento feito diante do obi e uma quartinha). Cada de kel Porm a Ia ainda no terminou as obrigaes ter ainda que cumprir um resguardo normalmente de trs meses e continuar usando o kel (uma gargantilha de contas) que foi colocada em seu pescoo no incio da feitura de santo. Durante esses trs meses o Ia continuar dormindo numa esteira, usar roupas brancas e seguir uma srie de restries denominada de ewo. Terminado o perodo de quel, feita a retirada do mesmo e outra festa feita para comemorar a comumente chamada "cada de quel". o perodo mais difcil para o Ia que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no perodo de frias do trabalho e quando termina as frias precisam voltar para um ambiente onde sem dvida ser notado por todos, discriminado por alguns e ter que se manter calado, ter muitos problemas na hora das refeies, pois est proibido de entrar em bares e restaurantes, ter que levar uma marmita e aceitar os olhares de curiosidade. Algumas casas atualmente por esse motivo tm feito alguns acordos com os Orixs para que o Ia que precisa trabalhar j saia da roa sem o kel, mas ter que cumprir todos os itens do resguardo nos mnimos detalhes. Nesse caso no precisar usar somente branco, poder usar roupas de cores bem claras como azul, rosa, bege, cinza, tudo para no chamar muito a ateno. Existem casos de firmas que o uniforme preto, marrom, azul marinho, nesses casos o Orix permite, no vai querer que seu filho perca o emprego. Obrigaes Iyawo So os novos iniciados de Orix da Casa de Candombl, durante o perodo de sete anos, e sero subordinados pelas pessoas de Cargos/Posto da casa. E deve obedincia aos seus mais velhos. E devero concluir suas obrigaes de 1, 3 e 7 anos. Ser Iyawo, alm de outros preceitos, permanecer recolhido por um perodo de 21 dias, passando por doutrinas e fundamentos, para conceber a fora do Orix. Saem da vida material e nascem na vida espiritual com um novo nome ornk. O Mcan e os Delgn so os comprovantes e o

diploma do iniciado. Obrigao de um ano (Odueta) ou (od Kn) s obrigaes muito importantes considerada como fim do resguardo do Iyawo aps sua iniciao. Somente esta obrigao dar ao iniciado liberdade de viver materialmente sem restries na sociedade e no seu convvio familiar e pessoal. At fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigao de um ano (od Kn), ainda ter algumas restries (ewo temporrio. como cortarcabelo, tomar banho de mar e outros. Ser feita na obrigao de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde sero oferecidos comida ritual, frutas e flores. Obrigao de trs anos (Oduet) Esta obrigao considerada a confirmao da continuidade do iniciado no Ax, e j est autorizado a conceber o seu ajunt, e a comear ser liberado e graduado pelo seu babalorix, a usar fios com Seguis e Brj dependendo do Orix, e poder deixar de usar Mcan e Delgn. (conforme orientao do babalorix) Outra obrigao feita aos trs anos de feitura (od kt), algumas casas ou naes fazem tambm uma de cinco anos, mas nocandombl ketu considera-se um ano, trs e sete anos. Ele ou ela permanecer como Ia at completar os sete anos de feitura e fazer a obrigao de sete anos (odu ej). Obrigao de sete anos (Oduij) ou Odu ej (a pronncia do acento fechada) uma das maiores obrigaes de uma casa de Candombl, que todos os iniciados sero obrigados a tomar sem exceo. Com essa obrigao o iniciado poder receber posto, cargo, titulo e direitos de independncia do seu babalorix. S quando fizer a obrigao de sete anos Odu ej que ser considerado um Egbomi. A obrigao de sete anos to grande e importante quanto a feitura, nessa obrigao que ser definido se o Egbomi ir abrir uma casa ou no. A Iyalorix entregar para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de bzios, pembas, favas, sementes, tesoura,navalha, tudo que vai precisar para iniciar Ias) no Ketu chamdo Odu Ij com Oy, em outras naes chamado de Dek, Peneira, Cuia, etc. Caso o Orix da pessoa no queira abrir uma casa e queira continuar na roa da Iyalorix, o Orix depositar os objetos recebidos nos ps da Iyalorix e sua filha no abrir uma casa, continuar na roa onde normalmente receber um posto para ajudar a Iyalorix. Quando o Orix aceita a Egbomi receber todas as homenagens dos presentes pois est sendo consagrada como uma nova Iyalorixse for homem Babalorix. Nesse caso ter que providenciar uma casa para onde ser levado seu Orix e iniciar um novo Ile ax. - OIYE - quer dizer titulo independncia, so pessoas que j tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu babalorix, para ser independente e Zelador (a) de Orixs, sacerdcio. Esse Oiye pode ser tambm um cargo na casa do babalorix onde fez a obrigao.

- DEKA - autorizao (direitos) de conduzir a sua prpria casa de Candombl, atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar bzios, tirar ebs e iniciar pessoas no Orix, ou Vodum dependendo da nao etc.. Na nao Jeje receber um Hnjb o Titulo desacerdcio exclusivo da nao Jeje e um amuleto do Egbnme, o diploma dado pelo Voduno para dar continuidade do aprendizado dos fundamentos dos Voduns. Iniciao de Ogans e Ekedis Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente so pessoas escolhidas pela Iyalorix ou por algum Orix da casa, sero pessoas de sua inteira confiana, pois ficaro com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a iyalorix estiver em transe. Uma vez que no entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Ias inicialmente e at um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigao constatado que no entrar em transe, confirmado atravs do jogo de bzios no merindilogun o Orix que trar o Orunk do Ogan ou da Ekedi na festa. Se foi escolhido pelo Orix da Iyalorix ou Babalorix ou pelo Orix de uma das Egbomis da casa, o Orix que o escolheu que sair no barraco acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa no ter tantas sadas como as sadas de Ia. Mas no final ter o mesmo banquete de confraternizao entre todos presentes. Quanto ao resguardo e ewo tambm no ser igual ao do Ia, ser de acordo com o jogo de bzios, mas geralmente de 21 dias de Quel e normalmente cumpridos na roa, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manh para trabalhar e vem dormir na roa at terminar o perodo de Quel. Normalmente o Ogan e a Ekedi no cumprem o mesmo resguardo do Ia, por no ter realizado todos os preceitos necessrios ao ltimo. Quando iniciados, equivalem ao Ebmi em idade de santo, tendo portanto os 7 anos.

Nao Ketu Candombl Ketu (pronuncia-se queto) a maior e a mais popular "nao" do Candombl, uma dasReligies afro-brasileiras. No incio do sculo XIX, as etnias africanas eram separadas por confrarias da Igreja Catlica na regio de Salvador, Bahia. Dentre os escravos pertencentes ao grupo dos Nags estavam os Yoruba(Iorub). Suas crenas e rituais so parecidos com os de outras naes do Candombl em termos gerais, mas diferentes em quase todos os detalhes. Teve inicio em Salvador, Bahia, de acordo com as lendas contadas pelos mais velhos, algumas princesas vindas de Oy e Ketu na condio de escravas, fundaram um terreiro num engenho decana. Posteriormente, passaram a reunir-se num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Jeje-Nag pretextando a construo e manuteno da primitiva Capela da Confrariade Nossa Senhora da Barroquinha, atual Igreja de Nossa Senhora da Barroquinha que, segundo historiadores, efetivamente conta com cerca de trs sculos de existncia. No Brasil Colnia e depois, j com o pas independente mas ainda escravocrata, proliferaram

irmandades. "Para cada categoria ocupacional, raa, nao - sim, porque os escravos africanos e seus descendentes procediam de diferentes locais com diferentes culturas - havia uma. Dos ricos, dos pobres, dos msicos, dos pretos, dos brancos, etc. Quase nenhuma de mulheres, e elas, nas irmandades dos homens, entraram sempre como dependentes para assegurarem benefcios corporativos advindos com a morte do esposo. Para que uma irmandade funcionasse, diz o historiador Joo Jos Reis, precisava encontrar uma igreja que a acolhesse e ter aprovados os seus estatutos por uma autoridade eclesistica". Muitas conseguiram construir a sua prpria Igreja como a Igreja do Rosrio da Barroquinha, com a qual a Irmandade da Boa Morte manteve estreito contato. O que ficou conhecido como devoo do povo de candombl. O historiador cachoeirano Luiz Cludio Dias Nascimento afirma que os atos litrgicos originais da Irmandade de cor da Boa Morte eram realizados na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, templo tradicionalmente freqentado pelas elites locais. Posteriormente as irms transferiram-se para a Igreja de Santa Brbara, da Santa Casa da Misericrdia, onde existem imagens de Nossa Senhora da Glria e da Nossa Senhora da Boa Morte. Desta, mudaram-se para a bela Igreja do Amparo desgraadamente demolida em 1946 e onde hoje encontram-se moradias de classe mdia de gosto duvidoso. Da saram para a Igreja Matriz, sede da freguesia, indo depois para a Igreja da Ajuda. O fato que no se sabe ao certo precisar a data exata da origem da Irmandade da Boa Morte.Odorico Tavares arrisca uma opinio: a devoo teria comeado mesmo em 1820, na Igreja da Barroquinha, tendo sido os Jejes, deslocando-se at Cachoeira, os responsveis pela sua organizao. Outros ressaltam a mesma poca, divergindo quanto nao das pioneiras, que seriam alforriadas Ketu. Parece que o corpus da irmandade continha variad a procedncia tnica j que fala-se em mais de uma centena de adeptas nos seus primeiros anos de vida. Essas confrarias eram os locais onde se reuniam as sacerdotisas africanas j libertas (alforriadas) de vrias naes, que foram se separando conforme foram abrindo os terreiros. Na comunidade existente atrs da capela da confraria foi construdo o Candombl da Barroquinha pelas sacerdotisas de Ketu que depois se transferiram para o Engenho Velho, ao passo que algumas sacerdotisas de Jejedeslocaram-se para o Recncavo Baiano para Cachoeira e So Flix para onde transferiram a Irmandade da Boa Morte e fundaram vrios terreiros de candombl jeje sendo o primeiro Kw Cej Hund ou Roa do Ventura. O Candombl Ketu ficou concentrado em Salvador. Depois da transferncia do Candombl da Barroquinha para o Engenho Velho passou a se chamar Il Ax Iy Nass mais conhecido como Casa Branca do Engenho Velho sendo a primeira casa da nao Ketu no Brasil de onde saram as Iyalorixs que fundaram o Il Ax Op Afonj e o Il Iya Omin Ax Iyamass, o Terreiro do Gantois. Origens - "Um dos mitos da criao do mundo diz que Odduw. seu criador, fundador e o primeiro ba ni If de Il-If o progenitor de todo o povo yorb . Numa sociedade polgama, Odduw teve muitas esposas e uma grande prole. Os filhos, netos ou bisnetos de Odduw, os deuses, semideuses e/ou heris, formaram a base da nao yorb, o que faz Odduwser conhecido como O Patriarca dos Yorb passando a ser aclamado de Olfin Odduw jliy. Enfim, alguns de seus filhos geraram as linhagens dos ba dos yorb (Reis considerados como

descendentes diretos do rcultuado, que representam ou so o prprio r em vida) e uns foram os precursores dos principais subgrupos, ou mais, que deram origem civilizao dos yorb e, religiosamente falando, de todos os povos do mundo. O grupo tnico yorb subdividido em vrios subgrupos, tais como: os Ktu, y, j , If, Ifn, gb, fn, etc. Esses deram origem na dispora religio dos r. Os Ktu, no nosso caso, foi um importante percussor da religio no Brasil. Portanto, nos candombls ditos de nao Ktu, de origem tnica Yorb, o r ss, o senhor da caa e dos caadores, revivido, reverenciado e aclamado como ba Alktu (ttulo real de Ktu), Rei e Senhor de Ktu e dos Ktu: rei do Candombl Ktu. Nessa mesma nao, o r , principal comunicador, articulador e transformador de todo o sistema religioso yorb e do candombl, ganha ainda maior notoriedade quando agraciado, saudado e cultuado como Alktu, Rei em Il-Ktu. Esses r tornam-se identificadores indiscutveis da nao Ktu e possuem em comum o titulo real Alktu Sendo assim, os r e ss que intitulamos r Alktu, que, alm de seus valores naturais, revelam-se como poderosos identificadores dos Ktu e de fundamental importncia para a continuidade do candombl Ktu. Alktu continua sendo o titulo do rei da atual cidade de Ktu, antigo reino yorb, situada na Repblica do Benim (antigo Daom), pas que faz fronteira, a oeste, com a Nigria. Essas regies so conhecidas por yorubaland: terras onde habitam os yorb, independentemente das divises geopolticas e/ou sociolgicas impostas s etnias africanas." Orixs Os Orixs do Ketu so basicamente os da Mitologia Yoruba. Olorun tambm chamado Olodumare o Deus supremo, que criou as divindades ou Orixs (rs em yoruba). As centenas de orixs ainda cultuados na frica, ficou reduzida a um pequeno nmero que so invocados em cerimnias: Exu, Orix guardio dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos orculos. Ogum, Orix do ferro, guerra, fogo, e tecnologia. Oxssi, Orix da caa e da fartura. Loguned, Orix jovem da caa e da pesca Xang, Orix do fogo e trovo, protetor da justia. Ayr, Usa branco, tem profundas ligaes com Oxal e com Xang. Obaluaiy, Orix das doenas epidrmicas e pragas, Orix da Cura. Oxumar, Orix da chuva e do arco-ris, o Dono das Cobras. Ossaim, Orix das Folhas, conhece o segredo de todas elas. Oy ou Ians, Orix feminino dos ventos, relmpagos, tempestades, e do Rio Niger Oxum, Orix feminino dos rios, do ouro, do jogo de bzios, e do amor. Iemanj, Orix feminino dos lagos, mares e fertilidade, me de muitos Orixs. Nan, Orix feminino dos pntanos, e da morte, me de Obaluai. Yew, Orix feminino do Rio Yewa. Ob, Orix feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xang

Axab, Orix feminino da famlia de Xang Ibeji, Orixs gmeos Irco, Orix da rvore sagrada, (gameleira branca no Brasil). Egungun, Ancestral cultuado aps a morte em Casas separadas dos Orixs. Iyami-Aj, a sacralizao da figura materna, a grande me feiticeira. Onil, Orix do culto de Egungun Oxal, Orix do Branco, da Paz, da F. OrixaNl ou Obatal, o mais respeitado, o pai de quase todos orixs, criador do mundo e dos corpos humanos. If ou Orunmila-Ifa, If o porta-voz de Orunmila, Orix da Adivinhao e do destino. Odudua, Orix tambm tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba. Oranian, Orix filho mais novo de Odudua Baiani, Orix tambm chamado Dad Ajak Olokun, Orix divindade do mar Oloss, Orix dos lagos e lagoas Oxalufon, Qualidade de Oxal velho e sbio Oxaguian, Qualidade de Oxal jovem e guerreiro Orix Oko, Orix da agricultura Na frica cada Orix estava ligado originalmente a uma cidade ou a um pas inteiro. Tratava-se de uma srie de cultos regionais ou nacionais. ng em Oy, Yemoja na regio de Egb, Iyewa em Egbado, gn em Ekiti e Ondo, un em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinl em Ilobu, Lgunnde em Ilesa, Otin em Inisa, Ol-Obtl em If, subdivididos em Olfon em Ifon e giyan em Ejigbo No Brasil, em cada templo religioso so cultuados todos os Orixs, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orix, nas casas menores so cultuados em um nico quarto de santo (termo usado para designar o quarto onde so cultuados os Orixs). Ritual O Ritual de uma casa de Ketu, diferente das casas de outras naes, a diferena est no idioma, no toque dos Ilus (atabaque no Ketu), nas cantigas, nas cores usadas pelos Orixs, os rituais mais importantes so: Pad, Sacrifcio, Oferenda, Sassayin, Iniciao,Axex, Olubaj, guas de Oxal, Ipet de Oxum,... A lngua sagrada utilizada em rituais do Ketu derivada da lngua Yoruba ou Nag. O povo de Ketu procura manter-se fiel aos ensinamentos das africanas que fundaram as primeiras casas, reproduzem os rituais, rezas, lendas, cantigas, comidas, festas, e esses ensinamentos so passados oralmente at hoje. Hierarquia As posies principais do Ketu (so chamados de cargo ou posto, em yoruba Olys , Ogns e jis), em termos de autoridade, so: O cargo de autoridade mxima dentro de uma casa de candombl o de Iylorix (me-desanto) ou Babalorix (pai-de-santo). So pessoas escolhidas pelos Orixs para ocupar esse posto. So sacerdotes, que aps muitos anos de estudo adquiriram o conhecimento para tal funo. Quando a pessoa escolhida atravs do jogo de bzios ainda no est preparada para assumir o posto, ter que ser assistida por todos Egbomis (meu irmo mais velho) da casa para obter o conhecimento necessrio.

Iyalorix ou Babalorix: A palavra iy do yoruba significa me, bab significa pai. Iyakeker (mulher): me pequena, segunda sacerdotisa. Babakeker (homem): pai pequeno, segundo sacerdote. Iyalax (mulher): cuida dos objetos rituais. Ojubon ou Agibon: me criadeira, supervisiona e ajuda na iniciao Egbomis: so pessoas que j cumpriram o perodo de sete anos da iniciao (significado: egbon mi, "meu irmo mais velho"). Iyabass: mulher responsvel pela preparao das comidas-de-santo Ia: filha-de-santo que j entra em transe. Abi ou abian: novato. Axogun: responsvel pelo sacrifcio dos animais (no entra em transe). Alagb: responsvel pelos atabaques e pelos toques (no entra em transe). Ogs ou Ogans: tocadores de atabaques (no entram em transe). Ajoi ou ekedi: camareira do Orix (no entra em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajois so chamadas deekedis. No Gantois, de "Iyrob" e na Angola, chamada de "makota de angzo". "Ekedi" nome de origem Jeje, que se popularizou e conhecido em todas as casas de Candombl do Brasil.

LNN , A INIMIGA DE ORI !! Os yorubs no concebem um ser malgno, como o diabo judaico-cristo, que objetiva unicamente destruir a obra do Criador, prejudicando as pessoas. Contudo, os africanos identificavam uma divindade cuja atribuio seria criar obstculos, dificuldades na realizao do destino dos Seres Humanos. Esta LNN, conhecida tambm como Ido Boo e ainda chamada de Yeyemuwo (me da desgraa). LNN a guardi da cmara interior de Olodumare, local onde o destino escolhido por cada Ser antes de nascer. Elenini a testemunha de nossas aspiraes diante do Criador. Quando Olodumare autorizou a vinda dos Orixs Terra, teria enviado tambm LNN para lhe informar o comportamento dos deuses. Segundo Babalaw Awofa Ifakemi Miguel, LNN uma divindade mitolgica da desgraa e do obstculo, enviado por Olodumare para aniquilar as divindades que se mantiveram no Aye com um mau comportamento. LNN testa nossa determinao e nosso carter, oferecendo tentaes e armadilhas que pem em risco os propsitos originalmente eleitos por ns diante de Olodumare. Como a atribuio deLNN criar dificuldades para testar nosso carter, conflita diretamente com Ori, cuja regncia guiar os Homens pelo seu destino. Por isso, LNN considerada como a inimiga de Ori. Apesar de sua forte influncia e iminente risco ao bem-estar dos Homens, LNN no recebe nenhum culto direto na Nigria ou em qualquer outro local de influncia yorub. LNN afastada com o culto ao Ori e com a prtica do bom carter. Quando um indivduo est dominado por LNN, este se torna cego e surdo. Seu Ori est em desequilbrio e passa a ser uma companhia perigosa aos incautos. Estar em companhia destes, ou em locais repletos de pessoas tomadas por LNN, torna-se perigoso. Segundo os yorubs, quando o trabalho de LNNentra em fase final, preciso um grande esforo de Ori e da ajuda dos Orixs para haver a superao. Os dominados por LNN tm suas vidas marcadas pela derrota, pelo fracasso, pelo desregramento. Muitos casos de loucura e de surtos de violncia, em verdade, so resultantes do domnio de LNNi, quando esta consegue desvirtuar o Homem de seus objetivos, levando-o derrota

inevitvel. Somos frequentemente atacados por LNN, todavia, atravs de recomendaes do Orculo, somos alertados e recomendados a fazer determinados ebs, ou a mudar atitudes que podem levar a resultados perniciosos em nossas vidas. Apesar do perigo que representa LNN, esta divindade no vista pela filosofia yorub propriamente como algo demonaco, mas como um contra-ponto, capaz de nos valorizar as boas LNN nos obriga a exercitar o bom-senso e a fortificar iw (o carter). Todas as aes humanas que enfraquecem o Ori, tais como excessos de lcool, as drogas, a promiscuidade, locais ondeLNNimpera, amizades nocivas, facilitam a influncia da Yeyemuwo. Ao vencermos nossas fraquezas, derrotamos Elenini. Segundo a tradio yorub, antes de virmos ao mundo, devemos antes fazer uma oferenda aLNN. Aqueles que teimam e nada ofertam a LNN, passam por grandes tribulaes na vida e nada realizam. O poema que relata a vinda do Odu Irosun-Meji para o mundo, menciona sua relao com esta divindade. Vejamos: IROSUN-MEJI VEM PARA O MUNDO: Antes de Irosun- Meji vir ao mundo, foi consultar If.If o avisou para fazer sacrifcio com um galo e uma tartaruga para a divindade do infortnio (LNN ou Idobo) e um bode para u. Tambm foi recomendado a dar uma galinha dangola para seu anjo guardio. Ele no entanto se recusou a fazer algum dos sacrifcios, e ento veio ao mundo onde estava praticando a arte de If. Quando cresceu, era to pobre que no podia ter recursos para casar sossegado e ter um filho. O sofrimento se tornou to severo para ele, que este decidiu jogar suas sementes de If fora. Nesse nterim, teve um sonho no qual seu anjo guardio surgiu-lhe falando que ele era o nico responsvel por seus problemas porque tinha teimosamente recusado a fazer o sacrifcio prescrito. Quando acordou de manh, decidiu consultar seu If e foi ento que compreendeu que foi seu guardio que surgiu para ele na noite anterior. Rapidamente providenciou fazer sacrifcio para seu If e deu um bode a u. If avisou-o para retornar para o cu para informar a Olodumare como falhou ao no agradar LNN. Para seu retorno ao cu, foi avisado a levar um galo, um jabuti, um pacote de inhames, uma cabaa de gua, uma de leo, pimenta, quiabo e rap. Ele ento juntou todas as coisas e empacotou-as em sua bolsa divinatria (AKOMINIJEKUN ou AGBAVBOKO) e partiu. Aps viajar at o limite entre o cu e a terra, ele teve que atravessar sete colinas antes de chegar ao cu. L chegando foi direto ao palcio divino, onde encontrou LNN (a guardi da cmara divina a divindade do infortnio ou yeyemuwo, a me dos obstculos). Ele se ajoelhou na cmara divina e proclamou que viera com toda humildade para renovar seus desejos terrestres. Yeyemuwo disse que era ainda cedo da manh para fazer algum pedido porque no havia comida na casa. De sua bolsa divinatria, ele retirou imediatamente a lenha, gua, leo, pimenta, sal, quiabo, rap e por fim o galo, todos os quais a me dos obstculos exigiu em troca, em sua usual ttica atrasando-o, mas Irosun-meji estava completamente preparado depois disso, yeyemuwo permitiu-o fazer seus pedidos. Como era proibido ajoelhar-se no cho descoberto, ele ento se ajoelhou na tartaruga a qual trouxe da terra. Aps fazer seus pedidos, Olodumare o abenoou com seu cetro divino. Quando yeyemuwo ouviu o som do cetro, rapidamente terminou sua culinria, mas antes de ela poder sair, u indicou a Irosun-meji a partir rapidamente para a terra. Quando a me dos obstculos emergiu por fim da cozinha, perguntou a Olodumare pelo homem que tinha estado fazendo seus pedidos e o pai todo poderoso replicou que ele tinha ido. Quando ela questionou o porqu ele no pediu ao homem para fazer bons e maus pedidos,

Deus replicou que no era sua tradio interferir quando seus filhos estavam fazendo seus pedidos. A despeito de todos os presentes que ele tinha dado a yeyemuwo, ela, no entanto rapidamente partiu em rpida perseguio de Irosun-meji. Quando estava perseguindo-o, ela cantou: Ariro sowo giniginimoko; Irawo be sese le eyin eron; Oju ima ki irawo ma bi eronise; Olo Orre omomi duro demi buwo ooo; Ele replicou com um refro de uma cano dizendo que ele j tinha feito o sacrifcio e seus pedidos, no faltando nada. Enquanto estava cantando ele estava correndo em frente apavorado. Quando yeyemuwo viu que ela no conseguiria captur-lo, ficou quieta e esticou seu polegar e disparou atravs de suas costas com ele. Aquela a linha oca que corre por meio da espinha dorsal do ser humano, at hoje, a qual est nos recordando constantemente que a nica maneira que ns podemos escapar das longas mos do infortnio fazendo sacrifcio. Com aquela marca yeyemuwo proclamou a Irosun-meji e para o resto da humanidade nunca lembrar seus pedidos celestes chegando a terra, visto que os olhos no podem ver as costas do corpo e que antes de dar conta de seus pedidos, ele teria que andar nas trevas por um longo tempo e experimentar um processo muito sofrido. A dor do ferimento fez Irosun-meji inconsciente e ele caiu em um transe de total escurido. Quando levantou, se achou em sua cama na terra. Ele havia esquecido tudo que aconteceu desde ento. Todavia ele circulou seus negcios e prosperou depois. ENTO, CULTUE SEU ORI, FORTALEA SEU ORI, ACATE AS RECOMENDAES DE IF E SE AFASTE DE PERIGOS EM AGLOMERAES, BEBIDAS, DROGAS, PARA NO SER ATACADO E PERMITIR A AO DE LNN. ISSO NO QUER DIZER QUE VOC DEVA FICAR TRANCADO EM CASA E NO CURTIR A VIDA SOCIAL. MAS ANTES DE IR PARA SUA FESTA, JOGUE COM IF, PERGUNTE A SU O QUE VOC DEVE FAZER PARA SE PROTEGER DE ENERGIAS NEGATIVAS. CONECTAR-SE AO SEU SU BARA PARA QUE NOS ALERTE DE POSSVEIS PERIGOS NOSSA VOLTA, COMO BRIGAS, TIROS, AGRESSES E DROGAS. E QUE VOCS TENHAM UM TIMO DIA A DIA, E QUE PASSEM A CULTUAR ORI COM MAIS FREQUNCIA E CARINHO. LEMBRANDO SEMPRE : Ko s s t i dni gb lhn Or eni Nenhum Oris abenoa uma pessoa antes de seu Or

Y OPAOK Do Tradicionalismo dispora, tem se perdido o culto muitas divindades, deidades, entidades e algumas j esto a beira do desconhecido. Existe um numero infinito de divindade que desconhecemos. Raros so os Terreiros de Candombl, que cultuam uma magnifica divindade

de nome Y Apaok, tambm conhecida como Y Pakk, Y Nbanba, Y M, entre tantos outros eptetos. Divindade esta de grande importncia dentro do Candombl de Nao Ketu, j que a mesma teve uma forte influncia durante a fundao da cidade de Ketu. Os mitos Yorb, nos revela que esta ygba, tambm conhecida como y Nbanba, y Mo, y d ,entre tantos outros eptetos, vivia juntamente com outras duas irms, y Mepere e y Bokolo, muito antes da fundao da cidade de Ketu, em uma cova situada abaixo do pmta, trs robustos troncos de mogno-da-guin (1), conhecido em Yorb com o nome de gnw. As trs irms selaram um pacto de nunca dar o nascimento a uma criana neste mundo, porm, y Apka no cumpre o prometido e juntamente com rs Oko d a luz a um menino que mais tarde recebe o nome de Erinl. Inl como tambm conhecido, funda a Cidade de lob (2), entre outras obras na Terra, retorna ao orun e regressa novamente ao iy no mesmo seio familiar, onde desta vez recebe o nome de d . Este um dos grandes segredos da ligao entre Inle e d. Aquele que possui Inl, dever ter como complemento d, mas no necessariamente o inverso. Aqui no Brasil, por diversas razes, houve a necessidade de uma redefinio e, consequentemente, foi feita a substituio do mogno-da-guin pela jaqueira (3), denominada em Yorb de Tapnurin onde tambm foi designada o nome de apka em razo de ser a morada da divindade do mesmo nome. De suma importncia, devo ressaltar que a jaqueira uma rvore originria da ndia e introduzida na Bahia por volta do sculo XVIII. Suponho que o tamanho e o porte da jaqueira, foram de fundamental importncia para a efetiva substituio. Todas as rvores so sagradas por natureza, embora para que se possa prestar culto a esta divindade a mesma dever receber os ritos liturgicos onde consiste em plantar o se ou acomodar os segredos de y Apka; depois de ser sacralizada, o tronco desta adornado com um lao de tira branca e uma talha de trs alas da qual sustenta um arco e flexa em ferro forjado. Nos Terreiros de Candombl, esta rvore divide o espao com espcies variadas, como tambm assentamentos e emblemas de certos rs, num local denominado bo (4) de ss Oru Gboru d (5) do qual representa a floresta africana, de fundamental importncia, pois a mesma no se encontra dissociada da vivncia cotidiana dos africanos em geral. Anualmente, esta rvore recebe o sacrifcio de animais com a finalidade de revitalizao de seu se, ocasio esta que a torna objeto de um culto especial. Quanto ao culto y Mepere e y Bokolo, no se encontram vestigios, esta perdido na dispora, assim como inmeras outras divindades.

Saudar o solo Acreditavam os nag que existiam nove espaos (planos) no alm. Entre os quatro superiores e os quatro inferiores, havia um plano intermedirio que se localizava (exatamente) no espao ocupado por nosso planeta; esse seria o plano astral terrestre. Era atravs desse espao que chegavam Terra os orixs e ancestrais vindos dos vrios outros planos. Surgiam, pois, para os nag, os orixs e ancestrais de dentro da Terra. Assim, quando desejam chamar os orixs, os nags tocavam trs vezes os solo (aps o nome do orix ser pronunciado). O solo diante dos tambores tambm era tocado (antes ou depois de tocarem com os dedos o

prprio atabaque), afinal, quem chamava (atravs do som) os orixs eram os tambores. O solo era sempre tocado trs vezes; o trs representa na cultura nag ao, movimento, expanso Tocar o solo trs vezes era o gestual que significava o assim seja, o cumpra -se Ento quando, por exemplo, o nome de Ogum pronunciado, todos tocavam trs vezes o solo; assim seja, que Ogum venha at ns No Brasil, os africanos, para consagrar o solo, para transformar o terreiro em uma pequena frica, enterravam relquias trazidas (da frica) transformando (ritualmente) o solo brasileiro em solo africano (cho dos seus orixs).

VESTIR PRETO NO CULTO AOS ORIXS No candombl dos anos 50, 60 e at 70, uma pessoa que chegava porta de um candombl vestida de preto, era sempre repudiada Por aquela comunidade, e pedia-se para a pessoa se retirar. Quando a pessoa se negava a sair era entendido como um afronta a Oxal Pai de todas as cabeas por antecipao. Vestir preto em uma sada de Iyawo mesma coisa que dizer que o dono casa no sabe fazer o que esta fazendo. Vestir preto em uma festa de 7 anos a mesma coisa que dizer; no estou de acordo com esse titulo (oye). Vestir preto em um funeral desejar que aquela alma no tenha paz pela eternidade... Vestir preto em um Ikomojade desejar m sorte para criana Vestir preto no dia a dia afirmar se intimo de Iya mi Osoronga!!! Vestir vermelho dizer em alto e bom som!!! No tenho medo das mes feiticeiras, por isso uso sua cor. No itan de Bb Ofuru, onde conta se que ele foi praguejado por Iya mi, e por isso que entre uma saia branca e outra obrigado a usar um faixa preta de tecido. Para lembra lo de sua vergonha!!!! Igual a Sango que usa um conta branca no pescoo para lembra lo de um desrespeito a Oxal! Nos dias de hoje isso tudo esta sendo desrespeitado pelo mais novos, que acreditam estarem sendo desrespeitados pelos mais velhos. literalmente a morte dos Nag!!!

Egunit Egunit considerado um orix feminino cuja existncia tem sido questionada por alguns

adeptos da Umbanda e do Candombl. Para muitos estudiosos e seguidores no seria um orix singular mas, uma das qualidades (manifestaes) de Ians ou Oy que vestiria rosa, viso mais comum dos fiis do Candombl. Como Oy do Culto Igbal associada aos mortos, aos ventos e ao bambuzal, ligada aos orixs Oxal e Nan. Existiam mesmo terreiros que veiculavam essa mensagem. Um exemplo advm do falecido escritor e sacerdote, Jos Ribeiro, que era dirigente do Terreiro de Ians Egunit (Senhora de Egum) que se encontrava na estrada Santa Efignia, 152, Taquara, Jacarepagu, no Rio de Janeiro. Era de Candombl da nao Angola. Oy Egunit teria fundamento com Ogum Wari e Od. Em outra viso, Oy Egunit um Orunk (nome, dijina) e no qualidade de Oy. Os livros umbandistas, da dita Umbanda popular, mais antigos, no remetem a este orix de forma singular, como os de Altair Pinto, Antnio de Alva e de tila Nunes (Pai), nem se encontra referncias na Umbanda Esotrica a partir de W. W. da Matta e Silva. Os centros de Umbanda mais antigos como a Tenda Esprita Nossa Senhora da Piedade, bem como a Tenda Mirim, fundada pelo Caboclo Mirim, no rendem culto a Egunit. A difuso do seu culto em separado do de Ians, se deu a partir das obras do escritor umbandista Rubens Saraceni e de seus seguidores, como Alexandre Cumino. O plo irradiador de sua doutrina o Colgio de Umbanda Sagrada "Pai Benedito de Aruanda", no estado de So Paulo. Na viso destes umbandistas, o orix feminino do fogo, a Me gnea, associada deusa Hstia ou Vesta na mitologia greco-romana. Senhora da Lei e da Justia, ora faz par com Ogum (Lei), ora com Xang (Justia), assim como Ians. Seu ponto de fora so os caminhos e as pedreiras, sua cor a laranja e sua pedra a gata de fogo. sincretizada com Santa Brgida da Irlanda ou ainda com Santa Sara Kali dos ciganos. Como dito anteriormente, Egunit o Orix que pode ser interpretado como uma qualidade de Ians. Assim, atende-se a todas as vertentes que buscam interpretar a religio de Umbanda. Onde nos cultos litrgicos onde existe a manifestao do orix Ians, ali se manifesta as vibraes de Oi e Egunit.

"Pano Da Costa" Tambm conhecido como alak, pano-de-alak ou pano-de-cuia, o pano-da-costa de origem africana e compe a indumentria da roupa de baiana. Seu uso est intimamente ligado ao mbito das religies afro-brasileiras e obedece s cores simblicas dos orixs. Sua denominao faz referncia costa africana, mais precisamente a ocidental, local de origem dos muitos produtos trazidos para o Brasil, especialmente para o recncavo baiano. De formato retangular o tamanho padro de dois metros de comprimento por 60 centmetros de largura, composto de faixas, tecidas em tear horizontal, depois,costuradas manualmente, formando padres, em geral geomtricos e bicolores, que seguem as texturas dos fios de algodo combinados com os de seda, caro e outros materiais. Seguindo esses padres formais, o pano-da-costa usado sobre um ombro, pendendo uma das pontas sobre o peito e a outra sobre as costas adquire sua identidade de produto que integra a roupa tradicional de baiana e suas variaes sociais e religiosas. Listrado, liso, estampado ou bordado em richelieu ou renda, por meio dele que a mulher demonstra sua posio hierrquica na organizao scio-religiosa dos terreiros. Em Salvador/BA, mais precisamente no Terreiro Il Ax Op Afonj, a tecelagem tradicional do pano-da-costa est ligada ao uso e ao simbolismo scio-religioso do tecido na composio das roupas rituais do candombl. Sendo este presena e distintivo do posicionamento feminino nas comunidades religiosas afro-

brasileira, o pano-da-costa, no apenas um complemento da indumentria da mulher; a marca do sentido religioso nas aes da mulher como iniciada ou dirigente dos terreiros. Observemos a profunda conotao scioreligiosa desse simples pedao de tecido, que atua em to diversificadas situaes, desempenhando papis dos mais significativos e necessrios para a sobrevivencia dos rituais africano. O pano-da costa assim chamado por ter sido um tipo de tecido vindo da costa dos escravos, Costa Mina, Costa do Ouro. O tecido original foi substituido por outros tipos de tecidos, o que no diminui em nada as funes do pano-da-costa. O pano-da-costa identifica a mulher feita, mesmo que ela no esteja de roupa de santo completa. A situao do pano-da-costa de maior importncia, se colocarmos a presena da mulher como smbolo do poder scio religioso e arqutipo dos valores mgicos da fertilidade, isso motivado pelas formas anatmicas caractersticas da mulher. O sentido protetor do pano-da-costa outro aspecto que merece ateno. As iyawos, ao terminar o perodo de feitura comeam a travar seus primeiros contatos com o mundo exterior protegidas pelo pano-da-costa branco, que representa o prolongamento do Ala de Oxala, envolvendo praticamente todo o seu corpo no grande pano-da-costa, procura manter os valores religiosos de sua feitura quando em contato com os valores profanos encontrados extramuros dos terreiros Nos sirruns/axexes, a mesma proteo do pano-da-costa, ateado como capa envolvente mgica, aparece guardando as mulheres das presenas de egum. O pano-da-costa de uso exclusivo da mulher nos cultos afro-brasileiro, porque uma das principais funes do mesmo proteger os orgo reprodutores das mulheres, das Yamis, j que as energias emanadas das mesmas prejudicam muito todo o aparelho reprodutor da mulher. Nos rituais de sirrum/axexe as mulheres usam dois panos-da-costas branco: um protegendo seus ventres e outro sobre os ombros como uma capa que envolve todo o seu colo e seios. No Rio de Janeiro convencionou-se que o pano-da-costa deve ser usado de acordo com a idade de santo, isto , s usa preso acima dos seios aquelas que ainda so yaos. Esta errado, panoda-costa para ser usado dessa forma mesmo independente da idade de feitura. De alguns anos para c os homem aderiram o pano-da-costa, mas nenhum deles at agora explicou o porque de usa-lo e nem podem explicar pois o mesmo de uso exclusivamente feminino. Observem que as santas mulheres usam o pano-da-costa, os santos homens usam o pano-da costa amarrados no ombro. Em algumas casas encontramos abians usando pano da costa, esse procedimento esta errado. As abians ainda no tiveram seus chakras abertos durante uma feitura, portanto as mesmas no necessitam dessa proteo ainda. No caso das Egbmis, o pano da Costa deve ser colocado na cintura elegantemente ou sobre o peito, jamais deve ser enrolado ou torcido, feito uma faixa ou Oj, na cintura. Uma iniciada deve saber usar o pano da Costa, pois este uma pea do vesturio muito importante. Outro fato relevante quanto estampa e cor do tecido. So adequadas as estampas em listras e quadros que lembram as formas presentes na indumentria nigeriana. Quando feitos de tecido liso, devem ser de cores claras: branca, bege, rosa ou azul claro. Nunca devem ser de cores quentes, berrantes, de seda ou estampados vivos, o que causaria risos entre as iniciadas mais antigas. Pano da Costa na cintura ou no peito demonstrao de trabalho, assim usados no barraco,

quando em funo religiosa.Caso contrrio, no dia-a-dia do terreiro pode ser jogado sobre o ombro direito e se mantm esticado ao longo do tronco. No se dana sem esta pea da indumentria. Mesmo fora do trabalho, para visita ou passeio o seu uso indispensvel. Em casas tradicionais, quando uma iniciada chega sem o pano da Costa comum a proprietria do terreiro emprestar um visitante, que, em sinal de educao ou respeito, coloca-o sobre o ombro direito ou, se entrar na roda, usa-o de maneira adequada sua posio dentro da hierarquia do Candombl; O pano da Costa a pea de maior significado histrico dentro do vesturio africano, em conjunto com o torso. O uso de saia, Camisu ou bata e pano da Costa so indispensveis dentro do Ax A maneira de amarrar, colocar ou enrolar o pano varia de acordo com a situao, o ritual desenvolvido ou a posio hierrquica; Iyw no usa o pano na cintura, mas sim enrolado no peito. Pano da Costa a reduo do termo Pano da Costa do Santo, e referia -se aos panos de adorno, espcie de xales longos, que integravam o traje tpico das africanas e das crioulas da Bahia. Chamam-se panos da costa, aos tecidos artesanais de origem africana. Tais como os demais produtos importados da frica,sabo da Costa, limo da Costa, bzio da Costa, e que tinham uso popular, so conhecidos pelo adjetivo da Costa, muito embora a origem de alguns deles seja vria e ainda controversa. A princpio esta denominao estendia-se a todos os tecidos importados da frica, qualquer que fosse a sua aplicao; o uso lhe foi restringindo o campo at a limitao ao xale. O pano da Costa , portanto, uma pea de vestimenta tecida de algodo, l, seda ou rfia s vezes em dupla associao desses elementos que a crioula baiana deita sobre pontos diversos das suas vestes, s vezes, ajustando-o ao corpo em formas convencionais e relativas s diferentes funes que se apresta a desempenhar momentaneamente. , em suma, um xale retangular, cuja disposio informa ao que vai a sua portadora. usado de vrias formas: sobre as costas, jogados sobre os ombros, usados a tiracolo, cruzados na frente, amarrados sobreo o busto ou na cintura, sobre as saias. Tem uma variedade infinda, seja nas cores ou nas padronagens. A frica negra tem uma longa tradio textil, onde a variedade de materiais to grande quanto os estilos encontrados. Utilizados como roupa, os tecidos serviram tambm de moeda, foram utilizados como mensageiros e objetos estticos. Diz-se com frequncia que os Africanos eram mais escultores que pintores : os tecidos podem ser considerados, na frica, substitutos da pintura. Os primeiros tecidos foram realizados com casca de rvore batida; muito difundidos antigamente numa grande parte do continente, eles so encontrados atualmente sobretudo nas populaes da frica central, onde so, na maioria das vezes, decorados com tintas vegetais. A tecelagem s foi desenvolvida bem mais tarde, a partir do sculo 11, mesmo se tecidos ricamente trabalhados j eram importados dos pases da frica do norte, do Egito e da pennsula arbica para vestir as populaes das grandes cidades porturias das costas orientais assim como os membros das classes nobres dos reinos do deserto do Sahel. Nesta mesma poca, a expanso do isl, introduzindo novos cdigos vestimentrios, desempenhou um papel importante no desenvolvido que sofreram os tecidos, sobretudo na frica ocidental. Os tecidos de fabricao local constituram durante muito tempo bens raros e preciosos; marcas de poder e de riqueza, reservados a uma elite, eles foram integrados como moeda para troca, graas aos quais era possvel estimar o preo de uma mercadoria e compr-la.

Desde sua chegada nas costas do continente, no sculo 15, os traficantes europeus exploraram as possibilidades comerciais que ofereciam esta nova moeda e encorajaram indiretamente a produo textil local devido sua utilizao. A quantidade de tecidos detidos por cada famlia foi considerada durante muito tempo uma marca de riqueza e de poder em muitas sociedades africanas. Nas regies onde o isl se instalou, como em todas as outras regies onde o tecido se transforma em hbito vestimentar, a metragem e o peso do produto so proporcionais fortuna e ao poder daquele que os possui: se este faz parte das pessoas influentes da comunidade, chefe poltico ou grande comerciante, sua numerosa corte que o segue quando ele sai deve ser como ele, enrolada em abundantes tecidos. O poder se mede tambm na possibilidade de dispor de seus bens e de distribui-los e, entre eles, os tecidos constituem presentes excepcionais. Dar tecidos como presente possibilita a soluo de inmeros conflitos e libera as tenses. Esses presentes so feitos em momentos importantes da vida de cada um (maioridade, casamento, nascimento dos filhos). A ascenso social ou religiosa ou o pagamento de servios no pode acontecer sem a distribuio de tecidos. Para manter boas relaes com a famlia, os amigos, os vizinhos, para ser admitido numa seita, cada pessoa incitada a dar tecidos e a receb-los. A posse de uma grande quantidade de tecidos aumenta o prestgio do seu proprietrio, o que lhe possibilita uma maior participao na vida comunitria, onde o princpio da dvida a base de toda relao social e econmica. Mas o tecido no somente moeda ou roupa: ele representa tambm, de acordo com seu estampado, uma espcie de texto onde podem ser lidas a identidade social e religiosa daquele que o usa: a decorao, seja ela impressa, tingida, pintada, tecida ou costurada, representa os espaos, os objetos, os seres e as metamorfososes presentes na mitologia. Por este motivo, os tecidos tm um papel importante na vida ritual: os mortos, mesmo no seio de sociedades que no possuem teceles, so vestidos ou envolvidos em tecidos, tornando-se assim protegidos pela palavra dos vivos

Defumao Ao queimarmos as ervas, liberamos em alguns minutos de defumao todo o poder energtico aglutinado em meses ou anos absorvido do solo da Terra, da energia dos raios de sol, da lua, do ar, alm dos prprios elementos constitutivos das ervas. Deste modo, projeta-se uma fora capaz de desagregar miasmas astrais que dominam a maioria dos ambientes humanos, produto da baixa qualidade de pensamentos e desejos, como raiva, vingana, inveja, orgulho, mgoa, etc. Existem, para cada objetivo que se tem ao fazer-se uma defumao, diferentes tipos de ervas, que associadas, permitem energizar e harmonizar pessoas e ambientes, pois ao queim-las, produzem reaes agradveis ou desagradveis no mundo invisvel. H vegetais cujas auras so agressivas, repulsivas, picantes ou corrosivas, que pem em fuga alguns desencarnados de vibrao inferior. Os antigos Magos, graas ao seu conhecimento e experincia incomuns, sabiam combinar certas ervas de emanaes to poderosas, que traavam barreiras intransponveis aos espritos intrusos ou que tencionavam turbar-lhes o trabalho de magia. Apesar das ervas servirem de barreiras fludico-magnticas pra os espritos inferiores, seu poder temporrio, pois os irmos do plano astral de baixa vibrao so atrados novamente por nossos pensamentos e atos turvos, que nos deixam na mesma faixa vibratria inferior (Lei de

Afinidades). Portanto, vigilncia quanto ao nvel dos pensamentos e atos. Existem dois tipos de defumao; a defumao de descarrego e defumao lustral (defumao para trazer o positivo).

Cargos Olys , Ogs e jis Iyalorix/Babalorix: Me ou Pai em Orix, o posto mais elevado do IL; tem a funo de iniciar e completar o ato de iniciao dos olorixs. Iyaegb/Babaegb: a conselheira ou conselheiro responsvel pela manuteno da Ordem, Tradio e Hierarquia. Posto somente dado a egbomis muito antigas. Iyalax: Me do ax, a que distribui o ax. quem escolhe os Oloyes de acordo com as determinaes superiores. Iya kekere ou baba kekere: Me pequena e Pai pequeno do ax ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos no Il, substituto evenual da Iy ou Babalorix. jibonan: o cargo de jibon (ji- dar/b-nascer/on-caminho d caminho ao nascimento, a me ou pai /que cria e so responsveis pela recluso do iyawo. Iyamoro: Responsvel pelo Ipad de Ex. Junto com a Agimuda, Agba e Igna. Iyaefun/Babaefun: Responsvel pela pintura dos Iyawos. Iyadagan: Auxilia a Iyamoro e vice-versa. Tambm possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan. Iyabass: Responsvel no preparo dos alimentos sagrados. Todos Olorixs podem auxili-la, sendo ela a nica responsvel por qualquer falha eventual. Iyarub: Carrega a esteira para o iniciando. E usa toalha de Orix no ombro. Aiyaba Ewe: Responsvel em determinados atos em obrigaes de cantar folhas. Aiyb: Bate o ej em grandes obrigaes. Tem sub-posto Otun e Osi. Olgun: Cargo masculino, despacha aos Ebs das grandes obrigaes, a preferncia para os filhos de Ogun, depois Od e Oluwaiy. Oloya: Cargo feminino, despacha os Ebs das grandes obrigaes, na falta de Olgun. So filhas de Oya. May: Mexe com as coisas mais secretas do Ax, ligadas a iniciao do Adox. Agbeni Oy: Posto paralelo a May, divide a mesma causa. Olopond: Grande responsabilidade na inicio, no mbito altamente secreto ligado a Oxun. Klb: Responsvel pelo Lb, simbolo de Xngo. Ajimuda: Ajuda a Yamoro com o Ipad de Ex. Titulo usado no culto de Oya e Geled, tambm um cargo que cuida da casa de Omol. Iyatojuom: Responsvel pelas crianas do Ax. Iyash Aiyab: quem segura o estandarte de Oxal. Sarapegb: Mensageiro de coisas civis e de awo. Akwe: a Secretria da casa da administrao e compras. Babalossayn: Responsvel pela colheita das folhas. Cargo de extrema importncia. Axogun: Responsvel pelos sacrifcios, Ogan de Ogun. No pode errar. Responsvel direto pelos sacrifcios do nicio ao fim do ato. Soberano nestas obrigaes, quem se comunica com o Orix para quem se destina a obrigao, transmitindo Iyalax as respostas e mandamentos. Deve ser chamado de Pai. E tambm possui sub-posto Otun e Osi. Ogal Tebess: Dono dos toques, cnticos e danas. Trabalha em conjunto com o Alagb, possui sub-posto Otun e Osi. Iy Tebex: responsavel e porta voz do Orix patrono da casa.

Alagb: Responsvel pelos toques rituais, alimentao, conservao e preservao dos Ils, os instrumentos musicais sagrados. Se um autoridade de outro Ax chegar ao Il, o Alagb, tem de lhe prestar as devidas homenagens dobrar o Il. Tambm possui sub -posto Otun e Osi. Alagb: Ambito civil do Ax. ji: Camareira do Orix. O mesmo que Ekdi. Ojuoba: Posto de honra no Il Xang e possui sub-posto Otun e Osi. Mawo: Grande confiana. Balgun: Ttulo ligado ao Il Ogun. Alagada: Ogan que cuida das ferramentas de Ogun. Balde: Ogan de Od. Aficod: Chefe do Aramef (6 corpos) ligado ao Il Od. Ypery: Ogan ou ji de Od Irns- iy responsvel pelo ronk e o iyawo. Alajopa: Pessoa de Od, que leva a caa para ele. Alugbin: Ogan de Oxalufan e Oxaguian que toca o Il dedicado a Oxal. Assogb: Ogan ligado ao Il Omol e cultos de Obaluaiye, Nan, Egun e Ex. Alabawy: Pessoa que trabalha na rea jurdica e que cuida dos interesses civis do Ax. Alagbede: Pessoa que trabalha no ramo de ferro e metais e forja as ferramentas do Ax. Elms: Ogan ou ji de Oxaguian, ligados ao Il Oxal etoda sua edumentria. Oba Odofin: Ligado ao Il Oxal. Iwin Dunse: Ligado ao Il Oxal. Apokan: Ligado ao Il Omol. Abogun: Ogan que cultua Ogun. Iy Otun / Bab Otun: brao direito do zelador, pessoa de confiana do zelador. Iy Os / Bab Os: brao esquerdo zelador, pessoa de confina mdo zelador. Asgb- Homem responsvel pelo quarto de Omol. Axop- cargo do Ogan da casa Obs: Todos os cargos so intransferveis, uma vez dado atravs da confirmao no jogo de Orunmil e o Orix da casa, no podem mais serem retirados, os cargos so vitalcios e confirmados em or interno, s podem serem substitudos na morte da pessoa.Existem cargos transitrios dados pelos zeladores e no esto aqui descritos.

QUARTINHAS Quartinha um pequeno pote, geralmente de barro, no qual de deposita gua sagrada, gua purificada ao Orix e fica ao lado do assentamento do Orix. O barro da quartinha, assim como nosso corpo, "transpira" e por isso que as quartinhas devem ser sempre de barro pois elas permitem que a gua do seu interior evapore, mas deve-se ter um cuidado constante para que a quartinha no seque por completo, pois ela representa um ser vivo e o cuidado que temos com o Orix. Na frica, todas as eram confeccionadas em barro, as escravas, quando em solo brasileiro, se encantaram, com as porcelanas das sinhazinhas e comearam a utilizar a porcelana, nos assentamentos dos Orixs femininos, porm as quartinhas de porcelana, loua, lato, metal, fazem com que a gua fique estagnada o tempo todo e no evapore. Com o passar dos sculos, tradicionalmente ficou estipulado que os Orixs masculinos, possuiriam quartinhas de barro e os Orixs femininos, assim como Oxal, tanto Oxalufan, como Oxagui, poderiam usarem quartinhas de porcelana.

A quartinha representa a respirao da divindade, ento quando a divindade necessita dessa respirao, h o ciclo de evaporao da gua atravs dos poros do barro. Aos Orixs masculinos so oferecidos quartinhas de barro sem ala, aos Orixs femininos so oferecidos quartinhas normalmente de loua ou mesmo de barro com ala. As quartinhas tambm so chamadas de Busangu, Eni, Amor e outros, dependendo da nao. Colocar quartinha de loua aos ps da divindade, no uma prtica do Candombl antigo, porque na frica no se produz loua. Todos os utenslios ligados ao culto das divindades so feitos na sua maioria de barro e quando no so feitos de barro, usado terracota ou argila.

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