Panthera onca

espécie de mamífero
(Redirecionado de Jaguar)
 Nota: "Jaguar" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Jaguar (desambiguação).

A onça-pintada (português brasileiro) ou jaguar (português europeu) (nome científico: Panthera onca), também conhecida como onça-preta (no caso dos indivíduos melânicos), é uma espécie de mamífero carnívoro da família dos felídeos (Felidae) encontrada nas Américas. É o terceiro maior felino do mundo, após o tigre e o leão, e o maior do continente americano. Apesar da semelhança com o leopardo (Panthera pardus), a onça-pintada é evolutivamente mais próxima do leão (Panthera leo). Ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, mas está extinta em diversas partes dessa região atualmente. Nos Estados Unidos, por exemplo, está quase extinta desde o início do século XX, mas ainda ocorre em algumas áreas do Arizona, Novo México e Texas. É encontrada principalmente em ambientes de florestas tropicais, e geralmente não ocorre acima dos 1 200 m de altitude. A onça-pintada está fortemente associada à presença de água e é notável como um felino que gosta de nadar.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaOnça-pintada ou Jaguar
Ocorrência: Pleistoceno - Recente, 0,51–0 Ma
Fêmea fotografada no rio Piquirí, Pantanal
Fêmea fotografada no rio Piquirí, Pantanal
Macho realizando o reflexo flehmen, no rio São Lourenço, Pantanal.
Macho realizando o reflexo flehmen, no rio São Lourenço, Pantanal.
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felídeos
Subfamília: Pantherinae
Género: Panthera
Espécie: P. onca
Nome binomial
Panthera onca
(Lineu, 1758)
Distribuição geográfica
  Atual   Original Apesar do espaço "vazio" em parte da Amazônia brasileira, sua presença foi confirmada na região: isso se deu por conta do desconhecimento do status de conservação da espécie.[2]
  Atual   Original
Apesar do espaço "vazio" em parte da Amazônia brasileira, sua presença foi confirmada na região: isso se deu por conta do desconhecimento do status de conservação da espécie.[2]
Subespécies

É um felino de porte grande, com peso variando de 56 a 92 quilos, podendo chegar a 158 quilos, e comprimento variando de 1,12 a 1,85 m sem a cauda, que é relativamente curta. Fisicamente semelhante ao leopardo, dele se diferencia pelo padrão de manchas na pele e pelo maior tamanho. Existem indivíduos totalmente pretos. As onças pintadas possuem mandíbulas excepcionalmente fortes, apresentando as mais poderosas mordidas dentre todos os grandes felinos. Isso permite que ela fure a casca dura de répteis como a tartaruga e de utilizar um método de matar incomum: ela morde diretamente através do crânio da presa entre os ouvidos, uma mordida fatal no cérebro.[3]

É um animal crepuscular e solitário. Caça através de emboscadas, sendo um importante predador no topo da cadeia alimentar e pode comer qualquer animal que seja capaz de capturar, desempenhando um papel na estabilização dos ecossistemas e na regulação das populações de espécies de presas. Porém, tem preferência por grandes herbívoros, podendo atacar o gado doméstico. Frequentemente convive com a onça-parda (Puma concolor), influenciando os hábitos e comportamento deste outro felino. A área de vida pode ter mais de 100 quilômetros quadrados, com os machos tendo territórios englobando o de duas ou três fêmeas. A onça-pintada é capaz de rugir e usa esse tipo de vocalização em contextos de territorialidade. Alcança a maturidade sexual com cerca de 2 anos de idade, e as fêmeas dão à luz geralmente a dois filhotes por vez, pesando entre 700 e 900 gramas. Em cativeiro, a onça-pintada pode viver até 23 anos, mais do que em estado selvagem.

A IUCN considera a espécie como "quase ameaçada", por sua ampla distribuição geográfica, mas suas populações estão em declínio, principalmente por causa da perda e da fragmentação do seu habitat. Entretanto, localmente ela pode estar em sério risco de extinção, como em áreas da América Central e do Norte e na Mata Atlântica brasileira. O comércio internacional de onças ou de suas partes é proibido, mas o felino ainda é frequentemente caçado por fazendeiros e agricultores na América do Sul. Apesar de seu número reduzido, a sua distribuição geográfica ainda é ampla e há boas chances de sobrevivência da espécie a longo prazo na Amazônia e no Pantanal. A onça-pintada faz parte da mitologia de diversas culturas indígenas americanas, incluindo as dos maias, astecas e guaranis e a sua caça ainda é uma atividade carregada de simbolismo, principalmente entre os pantaneiros.

Etimologia

editar

A onça-pintada também é conhecida por pintada, onça-verdadeira, jaguar, jaguaretê, jaguarapinima, acanguçu, canguçu ou simplesmente onça. O termo onça origina-se do grego lygx, através do termo latino luncea e do termo italiano lonza. No Brasil, o nome onça-pintada é o mais utilizado, sendo que pintada é uma alusão à pelagem cheia de manchas e rosetas, ao contrário da outra onça, a onça-parda.[4]

Jaguar origina-se do termo tupi îagûara, podendo ser traduzido como onça e até como cão. Curiosamente foi esta palavra de origem indígena que se tornou a mais utilizada no português europeu, enquanto "onça" (de origem europeia) se tornou o termo mais utilizado no português brasileiro.[5] Esta palavra indigena também foi adotada por demais línguas europeias como o inglês, espanhol e francês. Com efeito, com a colonização europeia e a chegada dos cães ao continente americano, a palavra passou a ser também usada pelos povos indígenas falantes de tupi para referir-se aos cachorros; assim, adotou-se îagûareté ("onça verdadeira") para fazer referência exclusivamente à onça-pintada, diferenciando-a do cão, o que originou o termo de língua portuguesa jaguaretê.[5] Yaguareté é um nome usado em países de língua espanhola em que há muitos descendentes dos guaranis, como a Argentina e Paraguai.[6] Acanguçu e canguçu originam-se do termo tupi-guarani îagûarakangusu, que significa "onça de cabeça grande", por meio da composição entre îagûara ("onça"), akanga ("cabeça") e usu ("grande").[5] Jaguarapinima vem do tupi îagûara ("onça") e pinima ("pintada").[4]

A designição pantera no nome científico, vem do latim, panthera. Panthera, em grego, é uma palavra para leopardo, πάνθηρ. A palavra é uma composição de παν- "todos" e θήρ vem de θηρευτής "predador", significando "predador de todos" (animais), apesar de que esta deve ser considerada uma etimologia popular.[7] A palavra deve ter uma origem do Sânscrito, pundarikam, que significa tigre.[8]

Taxonomia e evolução

editar
 
Embora numerosas subespécies foram reconhecidas no passado, estudos recentes sugerem a existência de três apenas.

A onça-pintada é o único membro atual do gênero Panthera no Novo Mundo. Filogenias moleculares evidenciaram que o leão, o tigre, o leopardo, o leopardo-das-neves e o leopardo-nebuloso compartilham um ancestral em comum exclusivo, e esse ancestral viveu há entre seis e dez milhões de anos apesar do registro fóssil apontar o surgimento do gênero Panthera há entre dois e 3,8 milhões de anos.[9] Estudos filogenéticos geralmente mostram o leopardo-nebuloso como um táxon basal ao gênero Panthera.[10]

Relações filogenéticas da onça-pintada.
[10]

P. tigris - tigre 

P. uncia - leopardo-das-neves 

P. pardus - leopardo 

P. leo - leão 

P. onca - onça-pintada 

[11]


P. tigris - tigre 



P. uncia - leopardo-das-neves 





P. onca - onça-pintada 




P. pardus - leopardo 



P. leo - leão 





Existem duas filogenias do gênero Panthera, baseadas em dados moleculares. Ambas as filogenias incluem a onça em um clado com o leão e o leopardo, mas com uma a considerando grupo-irmão do leão[10] e outra considerando como grupo-irmão de um clado formado pelo leão e o leopardo.[11]

Baseado em evidências morfológicas, o zoológo britânico Reginald Pocock concluiu que a onça-pintada é mais próxima ao leopardo.[12] Entretanto, filogenias baseadas no DNA são inconclusivas à posição da onça-pintada em relação às outras espécies do gênero, mas existem dois cladogramas frequentemente observados: ora a onça-pintada é considerada mais próxima do leão,[10] ora é considerada um grupo-irmão de um clado formado pelo leão e o leopardo.[11] Fósseis de espécies extintas do gênero Panthera, como o jaguar-europeu (Panthera gombaszoegensis) e o leão-americano (Panthera atrox), mostram características tanto da onça-pintada quanto do leão.[12] Análise do DNA mitocondrial apontam para o surgimento da espécie há entre 280 e 510 mil anos, bem depois do que é sugerido pelo registro fóssil, que considera seu surgimento há cerca de 1,5 milhão de anos.[13][14]

Ancestrais

editar

Apesar de habitar o continente americano, a onça-pintada descende de felinos do Velho Mundo. Há cerca de 2,87 milhões de anos, a onça-pintada, o leão e o leopardo compartilharam um ancestral comum na Ásia.[10] No início do Pleistoceno, os precursores da atual onça atravessaram a Beríngia e chegaram à América do Norte: a partir daí alcançaram a América Central e a América do Sul.[15][16] A linhagem da onça-pintada se separou da linhagem do leão (que compartilham um ancestral comum exclusivo, sendo a espécie mais próxima da onça-pintada), há cerca de 2 milhões de anos.[10] Existe o debate sobre se a Panthera gombaszoegensis seria uma subespécie da atual onça-pintada,[17] o que poderia mudar a história evolutiva da onça, considerando que ela surgiu na África e não na Ásia.[16]

Subespécies e variação geográfica

editar

A última delineação taxonômica foi feita por Pocock em 1939. Baseado em origens geográficas e morfologia de crânio, ele reconheceu oito subespécies. Entretanto, ele não teve acesso a um número suficiente de espécimes para fazer uma análise crítica das subespécies, e expressou dúvida sobre a validade de várias delas. Uma reconsideração posterior reconheceu apenas três subespécies.[18]

Estudos recentes não demonstraram a existência de subespécies bem definidas, e muitos nem reconhecem a existência delas.[19] Existe uma variação clinal na morfologia da onça-pintada, entre a ocorrência sul e norte da espécie, mas a variação dentro das subespécies é maior do que entre elas e por isso não há garantia da existência das subespécies.[20] Um estudo genético confirmou a ausência de divisões geográficas entre as populações, apesar de ter sido demonstrado que grandes barreiras geográficas, como o rio Amazonas, limitam o fluxo gênico entre as populações de onças.[13] Um estudo subsequente caracterizou mais detalhadamente a variação genética e encontrou diferenças populacionais nas onças da Colômbia.[21]

As divisões de Pocock (1939) ainda são regularmente citadas em muitas descrições do felino. Seymour reconhece apenas três subespécies.[18][22]

  1. Panthera onca onca Lineu, 1758: Venezuela através da bacia amazônica, incluindo
    • P. onca peruviana Blainville, 1843: costa do Peru
  2. P. onca hernandesii Gray, 1857: oeste do México – incluindo
  3. P. onca palustris Ameghino, 1888 (a maior subespécie, pesando mais de 135 quilos):[23] Pantanal, regiões dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Brasil, ao longo da bacia do rio Paraguai no Paraguai e nordeste da Argentina.

O Mammal Species of the World continua a reconhecer nove subespécies, adicionando P. o. paraguensis Hollister, 1914.[22]

Distribuição geográfica e habitat

editar
 
A onça-pintada vive em uma ampla variedade de habitats, desde campos abertos até florestas densas, mas geralmente, associados a cursos d'água permanentes.
 
Passa tempo significativo dentro d'água, sendo uma boa nadadora.

A onça-pintada é presente desde o México, passando pela América Central, até a América do Sul, incluindo toda a bacia Amazônica, no Brasil.[24] Os países que a onça-pintada pode ser encontrada são: Argentina, Belize, Brasil, Bolívia, Colômbia, Costa Rica (particularmente na península de Osa), Equador, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágu, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Estados Unidos e Venezuela. Foi extinta de El Salvador, do Uruguai e de quase toda a Argentina.[25] Ocorre nos 400 quilômetros quadrados da Reserva Natural de Cockscomb em Belize, nos 5 300 quilômetros quadrados da Reserva da Biosfera Sian Ka'an, no México, nos 15 mil quilômetros quadrados do Parque Nacional de Manú no Peru, nos 26 mil quilômetros quadrados do Parque Indígena do Xingu e nos cerca de 1 800 quilômetros quadrados do Parque Nacional do Iguaçu, ambos no Brasil, e em muitas outras unidades de conservação ao longo de sua distribuição.[1]

A inclusão dos Estados Unidos na lista é baseada em ocorrências casuais no sudoeste do país, nos estados do Arizona, Texas e Novo México. No início do século XX, a onça-pintada ocorria ao norte até o Grand Canyon e a oeste até o Sul da Califórnia.[26] É provável que em tempos pré-históricos, a onça-pintada tivesse uma ampla distribuição pela América do Norte, como fica evidenciado pela existência de fósseis e representações culturais de uma subespécie da região, Panthera onca augusta.[27] Fósseis de onça-pintada, datados em 40 000 a 15 000 anos, mostram a ocorrência dessa espécie na era do Gelo até o Missouri.[28]

A ocorrência em tempos históricos da espécie inclui a metade sul dos Estados Unidos no limite norte, e quase todo continente sul-americano, no limite sul.[29] Atualmente, sua distribuição ao norte recuou mil quilômetros, e ao sul cerca de 1 500 km.[1][25]

A onça-pintada habita tanto florestas tropicais na América do Sul e América Central quanto áreas abertas secas e com inundações periódicas, como o Pantanal. Historicamente, ocorria nas florestas de carvalho dos Estados Unidos. Estudos com armadilhas fotográficas e rádio-colares mostram que elas preferem áreas com densa vegetação, evitando áreas abertas, o que se reflete em uma preferência por áreas de floresta densa e chuvosa, sendo escassa em regiões mais secas, como nos pampas argentinos, nas secas savanas do México, e centro-sul dos Estados Unidos.[30] A onça-pintada é dependente de cursos d'água permanentes, vivendo preferencialmente próximo a rios e pântanos, e é uma boa nadadora, passando parte significativa do dia dentro d'água.[29] Não costuma ocorrer em altitudes acima de 1 200 metros, mas há registros em altitudes de até 3 800 metros na Costa Rica, 2 700 metros na Bolívia e 2 100 metros no Peru.[25]

Descrição

editar
 
O crânio da onça-pintada é robusta e a mandíbula é extremamente poderosa. O tamanho dos indivíduos tende a ser maior quanto mais longe das regiões equatoriais.

A onça-pintada é um animal robusto e musculoso. Tamanho e peso variam consideravelmente: o peso normalmente está entre 56 e 96 kg. Os maiores machos registrados pesavam até 158 kg (tendo o peso de uma leoa ou tigresa), e as menores fêmeas chegavam a ter 36 quilos.[19][31] As fêmeas são entre 10% e 20% menores que os machos.[18] O comprimento da ponta do focinho até a ponta da cauda varia de 1,12 a 1,85 metro.[19][32] Sua cauda é a menor dentre os grandes felinos, tendo entre 45 e 75 centímetros de comprimento. Suas pernas são consideravelmente mais curtas se comparadas a um tigre ou leão com mesma massa corporal, mas são mais grossas e robustas. A onça-pintada tem entre 63 cm e 76 cm na altura da cernelha.[33] É o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, menor apenas que o leão e o tigre.[18][25][29]

Variações no tamanho são observadas ao longo das regiões de ocorrência da onça, com o tamanho tendendo a aumentar nos indivíduos nos limites norte e sul da distribuição geográfica, com os menores indivíduos sendo encontrados na Amazônia e regiões equatoriais adjacentes.[25] Um estudo realizado na Reserva da Biosfera Chamela-Cuixmala na costa do Pacífico no México, reportou medidas de massa corporal ao redor de 50 quilos, não muito maior que uma onça-parda.[34] Em contraste, no Pantanal, a média de peso foi de cerca de 100 kg, e machos mais velhos não raramente chegavam a pesar mais de 130 kg.[35][36] Onças que ocorrem em ambientes florestais frequentemente são mais escuras na coloração da pelagem e menores do que aquelas encontradas em regiões de campos abertos (como no Pantanal), possivelmente, devido ao menor número de presas de grande porte em florestas.[30]

Pata dianteira (acima). Pegada (abaixo).

O crânio pode ter até mais de 27,5 cm de comprimento, mas geralmente tem entre 19 e 26 centímetros, sendo robusto, curto e largo no rostro, principalmente nos machos. Pode apresentar uma crista sagital, especialmente em machos mais velhos.[18] O crânio da onça-pintada é semelhante ao da onça-parda (Puma concolor), mas se diferencia por ser maior e ter o osso nasal em formato côncavo.[37] A anatomia funcional do crânio é semelhante a dos outros grandes felinos: existe um ligamento elástico no aparato hioide, o que permite a onça-pintada rugir. A sínfise mandibular é rígida, o que permite recrutar mais músculos na mastigação. A fórmula dentária na onça-pintada é a mesma para outros felinos:  . Os caninos são longos e podem ter 23,5 milímetros de comprimento, mas geralmente, possuem entre 17,5 e 18,6 milímetros de comprimento. Eles servem para segurar e matar as presas.[18]

Comparação entre leopardo (acima) e onça-pintada (abaixo). A onça tem rosetas maiores e mais grossas com pintas em seu interior e é mais atarracada. O padrão de rosetas também é diferente quando comparado com o guepardo (esquema abaixo).

A forma corporal atarracada e robusta torna a onça-pintada capaz de nadar, rastejar e escalar.[33] A cabeça é grande e a mandíbula é desenvolvida e forte.[38] A onça-pintada possui a mordida mais forte de todos os felinos, capaz de alcançar até 910 kgf e ela pode abrir a boca até a 13,1 centímetros de diâmetro, em um ângulo de 65 a 70 graus.[18] É duas vezes a força da mordida de um leão e só não é maior que a da mordida de uma hiena; tal força é capaz de quebrar o casco de tartarugas.[39] Um estudo comparativo colocou a onça-pintada como em primeiro lugar em força de mordida, ao lado do leopardo-das-neves, e à frente do leão e do tigre.[40] É dito que uma onça é capaz de arrastar um touro de até 360 quilos por 8 m e quebrar ossos com as mandíbulas.[41] A onça-pintada caça grandes herbívoros de até 300 quilos em florestas densas, como a anta (Tapirus terrestris), e seu corpo forte e atarracado é uma adaptação a esse tipo de presa e ambiente, como evidenciado pela morfologia de seu cotovelo e dos membros, o que mostra que ela não costuma correr tanto quanto felinos de áreas abertas. As patas são digitígradas como outros carnívoros e sua estrutura é típica de membros do gênero Panthera. As garras são retráteis, o que faz com que suas pegadas geralmente não apresentem marcas de garras, como outros felinos. A sua pegada é semelhante a da onça-parda, mas não possui os lobos da almofada plantar tão evidentes quanto a deste felino e é nitidamente maior, tendo até 12 centímetros de diâmetro as pegadas das patas dianteiras e 7,5 centímetros as das patas traseiras.[18][42] Suas pegadas também possuem um aspecto arredondado, sendo mais largas do que redondas, principalmente as pegadas das patas dianteiras.[43]

A cor de fundo da pelagem da onça é amarelo acastanhado (às vezes mais pálido), mas pode chegar ao avermelhado, marrom e preto, para todo o corpo.[18] As áreas ventrais são brancas.[33] A pelagem é coberta por rosetas, que servem como camuflagem, usando o jogo de luz e sombra do interior de florestas densas. As manchas variam entre os indivíduos: rosetas podem incluir um ou várias pintas em seu interior, e a forma das pintas também pode variar. As manchas e pintas da cabeça e pescoço costumam ser sólidas, e na cauda, elas se unem, de forma a aparecer bandas.[18]

Enquanto a onça-pintada lembra o leopardo (Panthera pardus), além dela ser maior e mais robusta, as rosetas são diferentes nessas duas espécies: as rosetas da pelagem da onça-pintada são maiores, menos numerosas, mais escuras, são formadas por linhas mais grossas e possuem pintas no meio delas, que não são encontradas nas rosetas do leopardo.[18] As onças também possuem cabeças maiores e arredondadas, e membros mais atarracados se comparados com os do leopardo.[25]

Melanismo

editar
 
Variedades melânicas da onça-pintada ocorrem com uma frequência de 6% nas populações selvagens.

Polimorfismo na cor ocorre na espécie e variedades melânicas são frequentes, sendo a principal variação na pelagem encontrada em animais selvagens. Em indivíduos totalmente pretos, quando visto sob a luz e de perto, é possível observar as rosetas.[25][44] Apesar de ser conhecida popularmente como onça-preta, é apenas uma variação natural, não sendo uma espécie propriamente dita.[29][45][46]

A forma totalmente preta é mais rara que a forma de cor amarelo-acastanhado, representando cerca de 6 % da população, o que é uma frequência muito maior do que a taxa de mutação.[46] Portanto, a seleção natural contribuiu para a frequência de indivíduos totalmente negros na população. Existem evidências de que o alelo para o melanismo na onça-pintada é dominante. Ademais, a forma melânica é um exemplo de vantagem do heterozigoto; mas dados de cativeiro não são conclusivos quanto a isso.[45] Indivíduos albinos são muito raros, e foi reportada a ocorrência na onça-pintada, assim como em outros grandes felinos.[44] Como é usual com o albinismo na natureza, a seleção natural mantém a frequência da característica próxima à taxa de mutação.[30]

Ecologia e comportamento

editar
 
A onça-pintada tem uma mordida excepcionalmente forte que permite quebrar cascos de tartarugas.

A onça-pintada é um superpredador, o que significa que está no topo da cadeia alimentar, e praticamente, seu maior predador é o ser humano. Entretanto, filhotes podem ser mortos por outras onças, jacarés e grandes cobras da família Boidae.[18] É considerada uma espécie-chave nos ambientes em que vive, já que é importante no controle das populações de mamíferos herbívoros e mesopredadores, contribuindo para a manutenção da integridade dos ecossistemas florestais.[47][48] Entretanto, predizer qual o efeito que a onça-pintada tem no ecossistema é difícil, principalmente no que se diz respeito ao controle de mesopredadores, pois os dados devem ser comparados com ambientes em que ela não ocorre, e controlar o efeito das atividades humanas em tais ambientes.[49] É aceito que mesopredadores aumentam de população na ausência de superpredadores, e pensa-se que isso tem um efeito cascata negativo no ecossistema.[50][51] Porém, trabalhos de campo mostraram que isso pode ser uma variabilidade natural, e que o aumento populacional não se sustenta. Portanto, a hipótese de uma grande importância ecológica para os superpredadores no controle de mesopredadores não é largamente aceita.[49]

A onça-pintada também possui um efeito em outros predadores. Ela e a onça-parda (Puma concolor), são frequentemente simpátricos e são estudadas em conjunto. Onde a onça-parda é simpátrica com a onça-pintada, o tamanho da primeira tende a ser menor que o das onça-pintadas locais.[52] Estas últimas tendem a matar presas maiores, geralmente, com mais de 22 quilos, e a onça-parda, menores, entre 2 e 22 quilos.[53][54] Esta parece ser uma situação vantajosa para a onça-parda. Sua capacidade de expandir seu nicho ecológico, incluindo, de se alimentar de presas menores, a torna mais adaptável que a onça-pintada a ambientes perturbados pelo homem;[47] o que se reflete em sua maior distribuição geográfica e menor risco de extinção.[55] Aparentemente, a onça-pintada e a onça-parda se evitam, mas não se pode afirmar se isso parte dos dois lados, ou apenas de um deles. É provável que a onça-parda evite a onça-pintada, dado o seu maior porte e força.[52]

 
Como os outros felinos, a onça-pintada costuma dormir durante o dia.

A onça-pintada é geralmente descrita como um animal noturno, mas é, mais especificamente, crepuscular (pico de atividade é durante a madrugada ou o crepúsculo), como os outros felinos.[29] Entretanto, pode ser observada caçando durante o dia, e a escolha de ser mais ativa à noite ou durante o dia, depende do padrão de atividade de suas presas habituais no local que vive.[25]

Dieta, forrageamento e caça

editar
 
Onças-pintadas podem predar outros predadores, como o jacaré-do-pantanal.

Como todos os felinos, a onça-pintada é um carnívoro obrigatório, se alimentando somente de carne. É um caçador oportunista, e sua dieta inclui até 87 espécies de animais.[52] A onça pode predar, teoricamente, qualquer vertebrado terrestre ou semiaquático nas Américas Central e do Sul, com preferência por presas maiores. Ela regularmente preda jacarés, veados, capivaras, antas, porcos-do-mato, tamanduás e até mesmo sucuris.[18][56][57] Entretanto, o felino pode comer qualquer pequena espécie que puder pegar, como ratos, sapos, aves (principalmente mutuns), peixes, preguiças, macacos e tartarugas.[25] Um estudo conduzido no Santuário de Cockscomb, em Belize, revelou que a dieta das onças era constituída principalmente por tatus (dasipodídeos; clamiforídeos) e pacas.[58] Mas, por ter preferência a áreas próximas a cursos d'água, a onça-pintada acaba se alimentando preferencialmente de ungulados como a queixada (Tayassu pecari) e a anta (Tapirus terrestris).[59]

Em áreas mais povoadas ou com grande número de pecuaristas, a onça-pintada preda o gado doméstico, e muitas vezes parece ter uma preferência por esse tipo de presa (no Pantanal, foi constatado que até 31,7% de sua alimentação era constituída por bezerros de gado bovino).[57][60] Porém, apesar de alguns estudos sugerirem que onças que atacam o gado doméstico são machos jovens ou animais velhos, outros têm sugerido que não existe um padrão individual para determinar a preferência das onças em atacar o gado doméstico.[61] Alguns estudos têm sido conclusivos de que a onça-pintada ataca o gado doméstico quando suas presas habituais, como a queixada (Tayassu pecari), tornam-se mais raras.[61]

 
Apesar de preferir presas maiores, a onça pode comer qualquer animal, até mesmo pequenos roedores e aves.

Pelo grande porte, é capaz de se alimentar até de outros felinos de tamanho menor, como a jaguatirica (Leopardus pardalis), apesar de ser incomum.[62] Outros carnívoros, como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), o quati (Nasua nasua) e o mão-pelada (Procyon cancrivorus) também podem ser predados pela onça-pintada, e ela é o principal predador desses animais.[59][61]

A onça-pintada raramente mata com uma mordida no pescoço, sufocando a presa, como é típico entre os membros do gênero Panthera, preferindo matar por uma técnica única entre os felinos: ela morde o osso temporal no crânio, entre as orelhas da presa (especialmente se for uma capivara) com os caninos, acertando o cérebro.[63][64] Isto também permite quebrar cascos de tartaruga, após as extinções do Pleistoceno, quelônios podem ter se tornado presas abundantes em seu habitat.[30][65] A mordida na cabeça é empregada em mamíferos, principalmente, enquanto que em répteis, como jacarés, a onça-pintada ataca o dorso do animal, acertando a coluna cervical, imobilizando o alvo. Embora capaz de rachar o casco de tartarugas, a onça pode simplesmente esmagar o escudo com a pata e retirar a carne.[66] Quando ataca tartarugas-marinhas que vão nidificar na praia, a onça ataca a cabeça, e frequentemente decapita o animal, antes de arrastá-la para comer.[67] Ao caçar cavalos, a onça pode pular sobre o dorso, colocar uma pata no focinho e outra na nuca, de forma de deslocar o pescoço. Moradores de ambientes em que ocorre a onça-pintada já contaram anedotas de uma onça que atacou um par de cavalos, e depois de ter matado um, ainda arrastou o outro, ainda vivo.[68]

 
A onça-pintada mata preferencialmente com uma mordida na base da nuca.

A onça-pintada caça em espreita e formando emboscadas, perseguindo pouco a presa. O felino anda de forma lenta, ouvindo e espreitando a presa, antes de armar a emboscada ou atacá-la. Ela ataca por cima, através de algum ponto cego da presa, com um salto rápido: as habilidades de espreita e emboscada dessa espécie são consideradas inigualáveis tanto por povos indígenas quanto por pesquisadores, e tal capacidade deve derivar do papel de ser um superpredador nos ambientes em que vive. Quando arma a emboscada, a onça pode saltar na água enquanto persegue a presa, já que é capaz de carregar grandes presas nadando, sua força permite levar novilhos para a copa das árvores.[66]

Após matar a presa, a onça arrasta a carcaça para alguma capoeira ou outro lugar seguro, podendo a arrastar por até 1,5 quilômetro. Começa a comer pelo pescoço e peito, em vez de começar pelo ventre. O coração e pulmões são consumidos, seguidos pelos ombros e ela frequentemente deixa as partes traseiras da carcaça intactas. Entretanto, bezerros podem ser consumidos completamente. Elas raramente cobrem suas carcaças com folhas, o que a diferencia da onça-parda.[42]

A necessidade diária alimentar de um indivíduo com 34 quilos (que é menor peso encontrado em um indivíduo adulto) é de 1,4 quilos.[26] Para animais em cativeiro, pesando entre 50 a 60 quilos, mais de 2 quilos de carne são recomendados.[69] Em liberdade, o consumo é naturalmente mais irregular: felinos selvagens gastam considerável energia e tempo para obter alimento, e podem comer até 25 quilos de carne de uma só vez, seguidos por longos períodos sem se alimentar.[70]

Ao contrário das outras espécies do gênero Panthera, a onça-pintada raramente ataca seres humanos.[71][72] Não existem casos de onças man-eaters como é reportado para os leopardos. Muitos dos escassos casos reportados mostram que se tratavam de indivíduos velhos ou feridos, com dentes danificados ou em momentos que eram caçadas.[73] Às vezes, se feridas ou ameaçadas, as onças podem atacar os tratadores em zoológicos.[74]

Território e comportamento social

editar
Onças adultas são solitárias e apenas se encontram durante o acasalamento.

Como muitos felinos, a onça-pintada é solitária, exceto quando formam pequenos grupos de mãe e filhotes.[25][29] Adultos encontram-se somente no período de corte e acasalamento (embora socializações não relacionadas a esses eventos foram observados anedoticamente[66]) e mantém grandes territórios para si. Os territórios das fêmeas podem se sobrepor, mas os animais geralmente se evitam nesses locais.[25] Os territórios dos machos frequentemente englobam o de duas ou três fêmeas, variando o tamanho de acordo com a disponibilidade de recursos, e seus territórios dificilmente se sobrepõem.[66][75] De fato, os territórios das onças podem variar de tamanho em diversas áreas em que elas são estudadas e pode variar de acordo com as estações do ano, como mostrado em alguns estudos no Pantanal: na fazenda Miranda, os territórios variavam de 92 a 168 quilômetros quadrados e durante a estação chuvosa, as distâncias percorridas pelos animais era bem menores do que na estação seca. Em outra fazenda no Pantanal, Acurizal, em que as cheias são menos severas do que na fazenda Miranda, os territórios eram menores e variavam de 25 a 38 quilômetros quadrados. O mesmo padrão é observado nos llanos da Venezuela.[25]

A onça-pintada usa marcas de arranhões, urina e fezes para marcar território, além de utilizar uma série de vocalizações, incluindo rugidos, para se comunicar.[58][76] Mas, comparada a outros grandes felinos, a onça-pintada faz isso com menos frequência. Foi observado, em Belize, um aumento significativo nesses comportamentos de marcação de território em áreas de disputa, quando dois machos morreram e animais mais jovens visavam conquistar o território, o que sugere que a territorialidade só é mais evidente em áreas com instabilidade demográfica.[25]

Como outros grandes felinos, a onça é capaz de rugir[77][78] e faz isso para repelir competidores: ataques com indivíduos intrusos podem ser observados em liberdade.[65] Seu rugido lembra uma repetitiva tosse, e as vocalizações podem consistir também de grunhidos.[36] Brigas por cópulas entre machos podem ocorrer, mas são raras, e comportamentos evitando a agressão podem ser observados.[58] Ambos os sexos caçam, mas os machos se deslocam para mais longe do que as fêmeas, diariamente, o que é condizente com seus grandes territórios.[29] A onça-pintada pode caçar durante o dia se existe caça disponível; é um felino relativamente enérgico, com cerca de 50 a 60% do tempo mantendo-se ativo.[30] A natureza arredia e a inacessibilidade de seus habitats preferidos tornam a onça-pintada um animal difícil de ser avistado e de ser estudado.[73]

Reprodução e ciclo de vida

editar
 
A fêmea é responsável por todo cuidado parental até 20 meses de idade.

As fêmeas da onça-pintada alcançam a maturidade sexual com cerca de 2 anos de idade, e os machos entre 3 e 4 anos.[29] Acredita-se que esse felino copule durante todo o ano em estado selvagem, e os nascimentos podem ocorrer durante o ano todo, mas em áreas mais temperadas, eles podem se concentrar no verão.[25][79] Pesquisas com machos em cativeiro corroboram a hipótese de que os acasalamentos ocorrem durante o ano todo, com nenhuma variação em características do sêmen e da ejaculação: baixo sucesso reprodutivo também tem sido observado em cativeiro.[80] O estro dura entre 6 e 17 dias, em um ciclo de 37 dias, e fêmeas demonstram o período fértil com marcação de urina e aumento nas vocalizações.[79] Ambos os sexos se deslocam mais durante o período da corte.[29]

O casal se separa após o ato sexual e as fêmeas providenciam todo o cuidado parental. A gestação dura entre 93 e 105 dias: elas podem dar à luz a até quatro filhotes, mas o mais comum é nascerem dois de cada vez. A mãe não tolera a presença de machos após o nascimento dos filhotes, visto o risco de infanticídio: tal comportamento também se observa no tigre.[29][66] Os filhotes nascem cegos, e abrem os olhos após duas semanas pesando entre 700 e 900 gramas. Os dentes começam a aparecer depois de um mês de idade.[25] São desmamados após três meses, mas podem permanecer no ninho por até 6 meses, quando passam a acompanhar a mãe nas caçadas.[81] A partir de vinte meses de idade eles dispersam do território natal e os machos raramente voltam, enquanto as fêmeas podem voltar algumas vezes. Os machos também dispersam consideravelmente mais que as fêmeas, indo até 30 quilômetros mais longe que elas. Jovens machos são primeiramente nômades, competindo com outros mais velhos até que conseguem obter um território. Deve-se salientar que essa dispersão se dá antes da maturidade sexual dos indivíduos.[25]

Em estado selvagem, a onça-pintada vive entre 12 e 15 anos de idade, mas em cativeiro, pode viver até mais de 23 anos, sendo um dos felinos com maior longevidade.[36] Foi reportado uma fêmea que viveu até os 30 anos de idade.[25]

Conservação

editar
 
O comércio internacional de peles de onça-pintada é proibido.

Atualmente, é classificada como "quase ameaçada" visto sua ampla distribuição geográfica, pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).[1] A onça-pintada é regulada pelo Appêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES): todo comércio internacional de onças-pintada é proibido. A caça é proibida na maior parte dos países onde ocorre: Argentina, Colômbia, Guiana Francesa, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Venezuela, Estados Unidos e Uruguai; sendo que a caça de "animais-problemas" (aqueles que atacam o gado doméstico) é permitida no Brasil, Costa Rica, Guatemala, México e Peru. Na Guiana e no Equador, a espécie carece de proteção legal.[35]

Estudos detalhados realizados pela Wildlife Conservation Society mostraram que a espécie perdeu 37 % da sua distribuição histórica, e possui estado de conservação desconhecido em 17 % da sua área de ocorrência atual. A onça-pintada foi extinta em grande parte do extremo norte e sul de sua distribuição geográfica, assim como em algumas regiões da América Central e no nordeste, leste e sul do Brasil.[29] Encorajador para a conservação da espécie, é que a probabilidade de sobrevivência a longo prazo é considerada alta em 70 % de seu habitat, notadamente nas regiões da Amazônia, do Gran Chaco e do Pantanal.[24] Entretanto, apenas nesta regiões citadas a onça ainda tem chances de sobrevivência a longo prazo, enquanto que no restante de sua ocorrência, incluindo o México; a América Central; o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica, no Brasil; ela encontra-se em algum grau de ameaça de extinção a curto e médio prazo.[1] As estimativas populacionais variam ao longo da distribuição geográfica, sendo que em Belize, estimou-se que existiam cerca de 600 a mil onças no país; no México, há variação do grau de conservação ao longo do país , sendo que, em 1990, por exemplo, na província de Chiapas, havia 350 onças; e na Reserva da Biosfera Maya na Guatemala havia entre 465-550.[35] Na Argentina, ela ainda ocorre na província de Misiones, área ainda densamente florestada, mas que tem mostrado não ser suficiente para proteger as onças restantes: calculava-se uma população entre 25 a 53 animais em meados dos anos 2000, com densidades frequentemente mais baixas do que era reportado na região do Parque Nacional Iguazú, no início dos anos 1990.[82]

As maiores ameaças à onça-pintada são a fragmentação de seu habitat e a caça. A caça a suas presas habituais e consequente diminuição da densidade dessas em seu ambiente, também impacta negativamente as populações de onças.[1][83] Em áreas mais alteradas pelo homem, atropelamentos em rodovias que cortam unidades de conservação são também fatores que diminuem significativamente as populações.[84][85]

A caça para o comércio de peles já foi um grande problema na conservação da espécie: na década de 1960 houve uma diminuição significativa no número de indivíduos, pois anualmente mais de 15 mil peles foram exportadas ilegalmente da Amazônia Brasileira. A implementação da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção, em 1973, resultou numa forte queda do comércio de peles.[86]

 
O Pantanal, no Brasil, é uma das áreas em que existem as maiores populações de onça-pintada.

Entretanto, é a caça por parte de fazendeiros, que consideram o animal uma ameaça às criações de gado, uma das atividades que mais tem contribuído para extinções locais da espécie.[35] Em áreas próximas a grandes populações humanas, como em Guaraqueçaba, as onças-pintadas acabam apresentando uma preferência pelo gado doméstico, talvez por uma diminuição na densidade populacional de suas presas habituais, o que acaba incomodando os criadores de gado.[60] No Pantanal, esta atividade é parte da cultura local. A maior parte da caça acontece por conta de retaliações posteriores a ataques de onças ao gado. Mas também são frequentes as caçadas "desportivas" (assim como da onça-parda) mesmo sendo ilegal em muito dos países que habita, principalmente no Brasil. Por causa desse tipo de relação a onça é considerada um animal problema para muitos dos habitantes de sua área de distribuição. Por outro lado, é uma importante espécie bandeira para a comunidade científica, o que pode ser fonte de conflitos entre essas duas "culturas" e pode dificultar as estratégias de conservação que buscam evitar a caça. Já houve situações em que estudos de ecologia tiveram que ser interrompidos, pois os animais estudados foram mortos por caçadores, como foi o caso dos estudos de George Schaller em 1980.[25] Por isso, as principais estratégias na conservação da onça-pintada são a educação ambiental e uma integração entre pesquisadores e os habitantes das áreas que ela ocorre. Em algumas localidades do Pantanal tal integração vem ocorrendo, se mostrando eficiente nos esforços de conservação e estudos da biologia da espécie. Essa integração conta com a colaboração de ex-caçadores e as onças são estudadas com eficientes métodos de caça utilizando cães, armadilhas fotográficas e telemetria com rádio-colares. Alguns autores sugerem que a caça manejada poderia ser uma importante estratégia na conservação da onça-pintada.[73]

Como observado na região da Mata Atlântica, as estratégias de conservação da onça-pintada são dificultadas pela intensa fragmentação de seu habitat em algumas regiões. Algumas unidades de conservação em que existem onças em pequeno número estão isoladas, como nos casos da Reserva Biológica de Sooretama e da Reserva Natural Vale, que contam com populações de menos de 20 indivíduos e são os únicos fragmentos de floresta capazes de abrigar onças-pintada no Espírito Santo.[87] Por isso é necessário que se criem corredores ecológicos unindo as unidades de conservação, impedindo, inclusive, que os animais precisem sair de áreas florestadas e causem problemas às populações rurais.[24] Foi criada uma iniciativa, idealizada por Alan Rabinowitz, de que se unam todas as áreas de ocorrência da onça-pintada, desde o norte do México até a América do Sul, constituindo o chamado Paseo del Jaguar.[88][89] A onça-pintada possui uma grande população em cativeiro, pois é um animal popular em zoológicos e coleções particulares e se reproduz com relativa facilidade nessas condições.[25]

Conservação no Brasil

editar

O Brasil detém cerca de 50% das populações de onça-pintada em estado selvagem, a maior parte delas na Amazônia. É no Brasil em que se foi registrada as maiores densidades da espécie, também. Ela ocorre em todos os biomas brasileiros (exceto nos Pampas, onde foi extinta), com diferentes estados de conservação em cada um destes.[83] Estima-se que existam até 55 mil indivíduos em todo o Brasil, mas com uma população efetiva inferior a 10 mil.[92] Estudos demográficos concluíram que uma população de mais de 200 indivíduos em uma unidade de conservação é adequada para uma sobrevivência a longo prazo da espécie, mas a maior parte destas áreas protegidas está na Amazônia e no Pantanal. Na Mata Atlântica nenhuma população é viável por mais de 100 anos.[83]

Dada esta situação, a onça-pintada é listada como "vulnerável" pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014[93]). Entretanto, seu estado de conservação varia pelo país, sendo considerada "criticamente em perigo" nos estados de São Paulo,[94] Minas Gerais,[95] Espírito Santo,[96] Bahia,[97] Rio de Janeiro[98][99] e Paraná[100] e "em perigo" em Santa Catarina,[101] o que alerta para uma extinção da espécie nesses estados em um futuro muito próximo.[102][103]

Na Mata Atlântica, a população total não ultrapassa estimativas entre 156 e 180 indivíduos, e a população efetiva não é de mais de 50 indivíduos, sendo classificada como "criticamente em perigo".[104][105] Neste bioma os locais com as maiores populações de onça-pintada são a Serra do Mar (estimativas entre 31 a 51 animais adultos), o Parque Nacional do Iguaçu e o Parque Estadual do Turvo (que são contínuos por meio do "Corredor Verde", da província de Misiones, na Argentina, possuindo juntos estimativas de no máximo 32 indivíduos adultos), o Pontal do Paranapanema (principalmente no Parque Estadual do Morro do Diabo), o Parque Nacional de Ilha Grande e as várzeas do rio Ivinhema (essas três áreas juntas têm estimativas em torno de 52 onças). Em Minas Gerais a maior população está no Parque Estadual do Rio Doce, com apenas 13 animais. Além do número baixo de indivíduos houve drástica redução na população de onça-pintada na Mata Atlântica em tempos recentes. Em menos de 15 anos é provável que ela tenha se reduzido em até 87 % na região de Foz do Iguaçu. Também foi extinta entre 1960 e 1990 do litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e algumas projeções apontam para a extinção da onça em 88 anos na região do Alto Paraná. Em outras regiões, a espécie está completamente restrita a unidades de conservação e em número muito reduzido: no Parque Nacional do Monte Pascoal, a estimativa está entre 1 e 5 animais, e apenas um indivíduo deve ocorrer na Serra do Espinhaço.[87] A Mata Atlântica é o bioma tropical com maior probabilidade de extinção da onça-pintada a curto prazo, e apesar de 24% dos remanescentes de floresta serem adequados para a ocorrência da espécie, ela ocorre em apenas 7% deles.[104] Ademais, a recuperação das populações de onça-pintada, neste bioma, é problemática, visto o alto grau de degradação e perda de habitat: é necessária a integração, via corredores ecológicos, das unidades de conservação onde ela ainda ocorre.[106] No Rio de Janeiro, uma onça-pintada foi registrada por armadilhas fotográficas no Santuário da Vida Silvestre da Serra da Concórdia, em Valença.[107]

Na Caatinga, a situação também é crítica, com estimativas não ultrapassando 250 indivíduos adultos, apesar de que pouco se conhece acerca da demografia da onça-pintada neste bioma. A população está dividida em 5 subpopulações, sendo que apenas as que ocorrem no complexo dos parques nacionais da Serra da Capivara e da Serra das Confusões (que juntas somam até 78 indivíduos adultos), no Piauí, e a região de Boqueirão da Onça, na Bahia (com até 64 animais adultos), possuem boas perspectivas de sobrevivência a longo prazo. Nestes parques, a densidade de onças ultrapassa 2 indivíduos por 100 quilômetros quadrados, entretanto, ela é muito baixa em outras regiões, não chegando a 0,5 indivíduo por 100 quilômetros quadrados. A Chapada Diamantina é outra região onde ainda pode ocorrer onças em números significativos, embora as densidades sejam baixas (estima-se que existam no máximo 25 onças na região). Essas três subpopulações não parecem ser inteiramente isoladas entre si, o que daria melhores perspectivas para a sobrevivência da onça nessas regiões. Por fim, as duas últimas subpopulações, no Raso da Catarina e em Bom Jesus da Lapa são as mais severamente ameaçadas, possuindo apenas 8 e 5 animais adultos, respectivamente, além de serem as mais isoladas entre si. Além da crescente perda de habitat (mais de 60% da caatinga já foi alterada pelo homem), a onça-pintada na caatinga é ameaçada pela caça, principalmente como forma de retaliação por fazendeiros e a diminuição das presas disponíveis, o que é uma constante mesmo em áreas relativamente isoladas e protegidas.[91]

 
Extensão e localização do Pantanal, bioma estratégico na conservação do felino.

No Cerrado, a onça-pintada é classificada como em melhor situação do que na Caatinga e na Mata Atlântica. Entretanto, ela também está ameaçada, principalmente por conta do agronegócio, que converteu mais da metade do Cerrado em campos cultivados nos últimos 50 anos. A construção de usinas hidrelétricas e a mineração também são causas de perda do habitat. A caça como forma de retaliação por fazendeiros e a diminuição de presas disponíveis são ameaças diretas às populações remanescentes, mesmo em áreas protegidas. As estimativas são de que não existam mais de 323 indivíduos adultos, divididos em 11 subpopulações. A maior parte das onças do Cerrado encontra-se no complexo dos parques nacionais do Araguaia (cerca de 53 onças) e das Nascentes do Rio Parnaíba (estimativas de até 69 adultos), no complexo dos parques nacionais do Grande Sertão Veredas e Cavernas do Peruaçu (os dois juntos contam com até 56 onças) e no norte de Goiás e sul do Tocantins (as duas regiões somadas contam com 61 adultos). Outras subpopulações significativamente menores incluem as dos parques nacionais da Serra da Bodoquena (seis adultos), Emas (sete adultos) e Chapada dos Guimarães (estimativa de até 19 onças adultas) e o Parque Estadual do Mirador (com até 20 animais adultos).[90]

O Pantanal possui uma das maiores densidades registradas da onça-pintada (entre 6,5 e 7 indivíduos por 100 quilômetros quadrados).[108] Além, disso, este bioma foi pouco alterado pelo homem, apesar de na bacia do Alto Paraguai mais de 50% da vegetação já ter sido alterada. Essa situação coloca a onça-pintada no Pantanal como "quase ameaçada", situação melhor que no Cerrado ("em perigo"), na Mata Atlântica e Caatinga (ambas em situação "crítica"). Visto ser região com criação de gado, a caça como retaliação por conta de ataques ao gado, é uma das maiores ameaças.[108] Entretanto, em unidades de conservação do Pantanal, como o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, a onça-pintada tem boas perspectivas de sobrevivência a longo prazo.[83][106]

 
Onça-pintada na Amazônia, região com boas chances de sobrevivência da espécie.

Na Amazônia, apesar de ser estimado ocorrerem mais de 10 mil indivíduos adultos (a maior estimativa para todos os biomas), com uma densidade média de 1 a 2 onças a cada 100 quilômetros quadrados (com maior densidade em áreas alagáveis bem preservadas), é considerada como "espécie vulnerável": o crescente desmatamento, a caça e a diminuição de presas disponíveis colocam a onça-pintada em algum grau de ameaça na Amazônia brasileira. As populações não estão separadas, mas em um futuro próximo ela pode estar divida entre 4 ou 5 subpopulações. Destas, 4 estariam no "arco do desflorestamento", e se o atual ritmo de desmatamento continuar, as populações do sudoeste de Rondônia, nordeste do Mato Grosso e norte do Maranhão estarão extintas em 100 anos (há chance de sobrevivência apenas das populações no sul do Pará). No século XX, principalmente nos anos 60, a grande ameaça à onça-pintada na Amazônia era o comércio internacional de peles, atividade que está proibida atualmente.[2] Ainda assim, a espécie vem sendo caçada como troféu[109][110] e também por conta de conflito de interesses com fazendeiros de gado. A diminuição das presas disponíveis também se constitui em ameaça importante.[2]

Um plano nacional para a conservação da espécie foi estabelecido em 2009.[111] A onça-pintada ocorre em pelo menos 91 unidades de conservação brasileiras,[92] e destas, foram definidas 20 unidades de conservação como prioritárias para a conservação da onça-pintada no Brasil, entre terras indígenas, áreas de uso sustentável e de proteção integral. Embora na Amazônia e Pantanal grande parte da vegetação seja contínua, isso não ocorre nos outros biomas, principalmente na Mata Atlântica, o que torna necessário estudos de ecologia da paisagem para a aplicação do plano. Com a aplicação desse plano, com a integração das várias unidades de conservação da onça-pintada, é possível salvar a espécie da extinção, principalmente por conta de ainda existirem populações saudáveis e viáveis a longo prazo no Brasil.[111]

Conservação nos Estados Unidos

editar
El Jefe (abaixo), macho comumente avistado na Serra de Santa Rita (acima), e derivado de populações do noroeste do México.

Nos Estados Unidos, a onça-pintada foi citada, historicamente, por Thomas Jefferson em 1799.[112] Há inúmeras citações da espécie na Califórnia, duas tão ao norte quanto Monterey em 1814 (por Langsdorff) e em 1826 (por Beechey).[113] O povo Kumeyaay de San Diego e o povo Cahuilla de Palm Springs tinham palavras para a onça-pintada e ela ocorreu neste locais até 1860.[114] A única descrição de uma ninhada de onças nos Estados Unidos foi nas Montanhas Tehachapi da Califórnia, antes de 1860.[113] Em 1843, Rufus Sage, um explorador e experiente observador registrou a presença da onça-pintada na nascente do rio Platte Norte, ao norte do Longs Peak no Colorado. O mapa de Sebastião Caboto de 1544 tinha um desenho de onça-pintada nos vales da Pensilvânia e Ohio. Historicamente, a espécie foi registrada no leste do Texas, norte do Arizona e Novo México. Entretanto, desde a década de 1940, a onça-pintada tem se limitado ao sul desses estados. Artefatos de nativos americanos relacionados a esse felino sugerem uma ocorrência desde o Noroeste Pacífico até a Pensilvânia e a Flórida.[27]

Atualmente os registros de onça-pintada nos Estados Unidos se resumem a avistamentos eventuais de machos, provavelmente não residentes.[29] A espécie foi rapidamente eliminada nos Estados Unidos. A última fêmea foi morta em 1963, nas White Mountais, no Arizona. A caça da onça-pintada foi proibida em 1969, mas já não restava nenhuma fêmea e os únicos dois machos encontrados foram mortos. Em 1996, Warner Glenn, um fazendeiro e guia de caça de Douglas, encontrou uma onça-pintada nas Montanhas Peloncillo e se tornou um pesquisador da espécie, instalando câmeras que registraram outros quatro indivíduos.[115] Nenhum desses machos registrados no Arizona durante 15 anos foram avistados desde 2006.[116] Até que em 2009 o indivíduo nomeado "Macho B" morreu, logo após ter sido marcado pelo Arizona Game and Fish Department. Em 2011, um macho de cerca de 90 quilos foi fotografado perto de Cochise, sul do Arizona, após ter sido detectado por cães. Um segundo avistamento aconteceu em 2011, também no Arizona, e pesquisadores confirmaram a presença de dois indivíduos próximo à fronteira com o México em 2010.[117] Em setembro de 2012 outro indivíduo foi fotografado na Serra de Santa Rita do Arizona, o segundo registro em dois anos.[118] Aparentemente esse mesmo indivíduo foi fotografado inúmeras vezes em 9 meses, até junho de 2013.[119]

Em 1996 e 2004, guardas florestais no Arizona fotografaram e documentaram onças-pintadas na parte sul do estado. Entre 2004 e 2007 dois ou três onças foram reportadas por pesquisadores no sul do Arizona: um deles, chamado "Macho B", já havia sido avistado em 1996.[120] Em 2 de março de 2009, descobriu-se que esse indivíduo, "Macho B", possuía insuficiência renal, e foi eutanasiado. É a onça-pintada com maior longevidade em estado selvagem.[121] Para que exista uma população permanente e viável nos Estados Unidos, a proibição da caça, a existência de presas e a conectividade com populações do México são essenciais.[122] Em 25 de fevereiro de 2009, um macho de 53,5 quilos foi capturado e marcado em um área a sudoeste de Tucson, que é uma região mais ao norte do que esperado, que tinha sugerido a possibilidade de existir alguma população residente no sul do Arizona.[123] Entretanto, estudos com armadilhas fotográficas, confirmaram que esse era o mesmo macho encontrado na Serra de Santa Rita, e que provavelmente é um indivíduo proveniente do noroeste do México. Atualmente, ele é considerado o único exemplar de onça-pintada nos Estados Unidos, e foi nomeado El Jefe (O chefe, em espanhol).[124][125] O muro fronteiriço Estados Unidos-México pode inviabilizar o estabelecimento de populações de onça-pintada nos Estados Unidos, já que pode impedir o fluxo gênico com indivíduos do México.[126]

Aspectos culturais

editar

Culturas mesoamericanas

editar
 
Guerreiro-jaguar na cultura asteca.

Nas culturas pré-colombianas das Américas Central e do Sul a onça-pintada foi um símbolo de força e poder. Entre as culturas andinas, o culto ao jaguar foi disseminado pela cultura Chavín e passou a ser aceito na maior parte do que é hoje o Peru a partir de 900 a.C. A cultura Moche, do norte do Peru, utilizava a onça como símbolo de poder em muitas das suas cerâmicas.[127][128][129]

Na Mesoamérica, a cultura Olmeca, precoce e influente na região da costa do Golfo do México, aproximadamente contemporânea da Cultura Chavín, desenvolveu um distinto "homem-jaguar" motivo de esculturas e figuras que mostram onças estilizadas ou seres humanos com características de onça. Na Civilização maia, acreditava-se que a onça-pintada facilitava a comunicação entre os vivos e os mortos e protegia a família real. Os maias viam esses felinos poderosos como os seus companheiros no mundo espiritual. Uma série de governantes maias tinham nomes que incorporavam a palavra maia para a onça-pintada, b'alam. A civilização asteca compartilhou essa imagem do jaguar como representante do governador e como guerreiro. Os astecas formaram uma classe de guerreiros de elite conhecidos como guerreiros jaguares. Na mitologia asteca, a onça-pintada foi considerada o animal totêmico do poderoso deus Tezcatlipoca.[130]

Cultura contemporânea

editar
 
O Exército brasileiro mantém onças como mascote.

A onça-pintada ainda é amplamente usada em manifestações simbólicas. Interessante notar que ela "ofusca" a presença de outros predadores aos moradores dos locais em que habita: a onça-pintada certamente é um dos animais mais conhecidos da fauna brasileira, fazendo com que a "outra onça", a onça-parda, seja completamente ignorada em algumas ocasiões.[73][131] É o animal nacional da Guiana, e é representada em seu brasão.[132] A bandeira do Departamento do Amazonas, da Colômbia, representa uma silhueta preta de onça pulando em direção a um caçador.[133] A onça-pintada também é representada na cédula de cinquenta reais, no Brasil.[134] Dado sua associação à força e ferocidade, o 61.º Batalhão de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro, em Cruzeiro do Sul, possui uma onça-pintada como mascote e é relativamente comum que ela seja usada como mascote pelas Forças armadas do Brasil, principalmente em batalhões na região amazônica.[135][136]

Mesmo em indígenas sul-americanos contemporâneos a onça faz parte da mitologia e folclore, sendo um animal que é capaz de dar aos homens, o poder sobre o fogo.[137] Os guaranis a consideram um animal perigoso, e muitas vezes considerada um inimigo de toda a humanidade, capaz de destruí-la inteira.[138] Dado isso, entre os guaranis, matar uma onça é uma forma de mostrar que não se é mais criança, e isso confere um status social elevado na comunidade. Deve-se salientar que essa visão contrasta com a de populações urbanas atuais, que muitas vezes possui uma visão romântica de como seria um encontro com uma onça-pintada.[138] Ser um bom caçador de onças também confere elevado status social entre os homens guató, que podem até mesmo ter várias esposas dado uma elevada posição entre os caçadores.[73]

 
Onça-pintada morta pelo ex-presidente americano Theodore Roosevelt.
 
Representação de caçada com cães, Ilha do Bananal, TocantinsMHNT.

Para alguns povos da Bacia Amazônica, a onça-pintada simboliza o sexo, reprodução e fuga da morte, sendo uma inimiga do tamanduá-bandeira, considerado um trickster.[139] Em um conto do povo Shipibo-conibo, a onça-pintada foi desafiada pelo tamanduá a ficar mais tempo debaixo d'água sem respirar, e após ela aceitar e submergirem, o tamanduá roubou sua pele como travessura, e deixou sua para o grande felino: a partir de então, a onça e o tamanduá passaram a ser inimigos.[140]

Apesar dos raros registros de humanos atacados pela onça-pintada e de a espécie ser vista como um animal belo, ela é tida como um animal perigoso.[73][141] Muitas vezes, ela é responsabilizada por qualquer morte de animal doméstico, mesmo que não seja responsável.[131] Dado esse "perigo", não raro ser um "caçador de onça" pode ser símbolo de status, não somente entre povos indígenas atuais, mas também entre fazendeiros e funcionários de propriedades rurais, principalmente no Pantanal. Entre pantaneiros, saber como caçar uma onça demonstra astúcia e coragem, dadas as dificuldades relacionadas a essas caçadas. Esses valores relacionados à onça-pintada, tanto entre povos indígenas e descendentes de europeus, se relacionam a uma mistura de medo, respeito e admiração pelo animal Por isso, caçar uma onça-pintada é uma atividade carregada de simbolismo, representando muitas vezes, um enfrentamento entre "homem e natureza".[73]

A zagaia, uma lança construída especificamente para matar onças, possui extremo valor simbólico neste contexto, pois é um instrumento frágil e que coloca o caçador em uma posição vulnerável em comparação ao animal. Ela também tem um importante componente indígena e inspirou até mesmo caçadores estrangeiros, como Sasha Siemel, em seu livro Tigrero!. O ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt também viu na caça à onça-pintada fonte de inspiração para seus ideais sobre a caça esportiva e os estudos sobre a natureza.[73]

A caça à onça-pintada também tem outras manifestações simbólicas, não diretamente relacionadas a essa atividade, como é o caso do personagem "amigo da onça", criado por Péricles de Andrade Maranhão, e que representa a figura de um "falso amigo",[142] ou o conto de Guimarães Rosa, Meu Tio o Iauaretê, que conta a história de um caçador de onças e sua conflituosa relação com o "mundo dos homens", passando a se tornar uma onça também.[73]

Associações simbólicas do felino não se relacionam somente à comunidades locais a sua ocorrência e à caça. O sinônimo de onça-pintada, "jaguar", é utilizado amplamente em nomes de marcas, como no carro Jaguar.[143] Esse mesmo nome também é utilizado em franquias esportivas, como no time da National Football League, Jacksonville Jaguars, e no time de futebol mexicano, Jaguares de Chiapas.[144] Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1968, na Cidade do México, uma onça-pintada vermelha foi o primeiro mascote oficial.[145]

Ver também

editar

Referências

  1. a b c d e f Quigley, H.; Foster, R.; Petracca, L.; Payan, E.; Salom, R.; Harmsen, B. (2017). «Jaguar - Panthera onca». Lista Vermelha da IUCN. União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). p. e.T15953A123791436. doi:10.2305/IUCN.UK.2017-3.RLTS.T15953A50658693.en. Consultado em 19 de julho de 2021 
  2. a b c de Oliveira, T. G.; Ramalho, E. E.; de Paula, R. C. «Red List Assessment of the jaguar in Brazilian Amazonia - Jaguar in Brazil». CATNews Special Issue (7): 8-13 
  3. «Onça-pintada: a mordida mais poderosa entre os felinos». Ecoa. 21 de março de 2016. Consultado em 27 de junho de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2021 
  4. a b Ferreira, A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 980 
  5. a b c NAVARRO, Eduardo de Almeida (2013). Dicionário de Tupi Antigo: a língua indígena clássica do Brasil: a língua indígena clássica do Brasil 1.ª ed. São Paulo: Global. pp. 153–154. 624 páginas. ISBN 9788526019331. OCLC 869424504 
  6. Tovar, Antonio (1949). «Semántica y etimología en el guaraní» (PDF). Thesaurus, Boletín del Instituto Caro y Cuervo. 5: 41-51 
  7. "panther", Oxford English Dictionary, 2.ª edição
  8. «Panther». Online Etymology Dictionary. Consultado em 17 de fevereiro de 2013 
  9. Turner, A. (1987). «New fossil carnivore remains from the Sterkfontein hominid site (Mammalia: Carnivora)». Annals of the Transvaal Museum. 34. ISSN 0041-1752 
  10. a b c d e f Johnson, W. E.; Eizirik, E.; Pecon-Slattery, J.; Murphy, W. J.; Antunes, A.; Teeling, E.; O'Brien, S. J. (2006). «The Late Miocene radiation of modern Felidae: A genetic assessment». Science. 311 (5757): 73-77 
  11. a b c Figueiró, H. V.; Li, G.; Trindade, F. J.; Assis, J.; Pais, F.; Fernandes, G.; Santos, S. H.; Hughes, G. M.; Komissarov, A.; Antunes, A.; Trinca, C. S. (2017). «Genome-wide signatures of complex introgression and adaptive evolution in the big cats». Science Advances. 3 (7): e1700299. ISSN 2375-2548. doi:10.1126/sciadv.1700299 
  12. a b Janczewski, Dianne N.; Modi, William S.; Stephens, J. Claiborne; O'Brien, Stephen J. (1996). «Molecular Evolution of Mitochondrial 12S RNA and Cytochrome b Sequences in the Pantherine Lineage of Felidae» (PDF). Molecular Biology and Evolution. 12 (4) 
  13. a b Eizirik, E.; Kim, J.; Menotti-Raymond, M.; Crawshaw Jr, P. G.; O'Brien, S.; Johnson, W. (2001). «Phylogeography, population history and conservation genetics of jaguars (Panthera onca, Mammalia, Felidae)». Molecular Ecology. 10 (1): 65-79. doi:10.1046/j.1365-294X.2001.01144.x 
  14. Turner, Alan; Antón, Mauricio (2000). The Big Cats and Their Fossil Relatives: An Illustrated Guide to Their Evolution and Natural History. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia. pp. 39–93. ISBN 978-0-231-10229-2 
  15. «Spirits of the Jaguar: A Vibrant Landscape». PBS online - Nature. Consultado em 23 de janeiro de 2013. Cópia arquivada em 13 de maio de 2009 
  16. a b Hemmer, Helmut; Kahlke, Ralf-Dietrich; Vekua, Abesalom K. (2010). «Panthera onca georgica ssp. nov. from the Early Pleistocene of Dmanisi (Republic of Georgia) and the phylogeography of jaguars (Mammalia, Carnivora, Felidae)». Neues Jahrbuch für Geologie und Paläontologie-Abhandlungen. 257: 115-127. doi:10.1127/0077-7749/2010/0067 
  17. Werdelin, L.; Yamaguchi, N.; Johnson, W. E.; O'Brien, S. J. (2010). «Phylogeny and evolution of cats (Felidae)». In: MacDonald, D. W.; Loveridge, A. J. The Biology and Conservation of Wild Felids. Oxônia, Reino Unido: Imprensa da Universidade de Oxônia. pp. 59–83. ISBN 978-0-19-923445-5 
  18. a b c d e f g h i j k l m Seymour, K. L. (1989). «Panthera onca» (PDF). Mammalian Species. 340 (340): 1-9. doi:10.2307/3504096 
  19. a b c Nowak, Ronald M. (1999). «Cats». Walker's Mammals of the World 6ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. pp. 793–837. ISBN 0-8018-5789-9 
  20. Larson, S. E. (1997). «Taxonomic re-evaluation of the jaguar». Zoo Biology. 16 (2): 107-120 
  21. Ruiz-Garcia, M.; Payán, E.; Murillo, A.; Alvarez, D. (2006). «DNA microsatellite characterization of the jaguar (Panthera onca) in Colombia». Genes & Genetic Systems. 81 (2): 115-127. doi:10.1266/ggs.81.115 
  22. a b Wozencraft, W.C. (2005). «Panthera onca». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 546–547. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  23. «Brazil nature tours, Pantanal nature tours, Brazil tours, Pantanal birding tours, Amazon tours, Iguazu Falls tours, all Brazil tours». Consultado em 23 de janeiro de 2013. Cópia arquivada em 28 de dezembro de 2007 
  24. a b c Sanderson, E. W.; Redford, K. H.; Chetkiewicz, C.-L. B.; Medellin, R. A.; Rabinowitz, A. R.; Robinson, J. G.; Taber, A. B. (2002). «Planning to Save a Species:the Jaguar as a Model» (PDF). Conservation Biology. 16 (1): 58-72. doi:10.1046/j.1523-1739.2002.00352.x. Consultado em 30 de abril de 2012. Arquivado do original (PDF) em 5 de outubro de 2011 
  25. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s Sunquist, M.; Sunquist, F. (2002). «Jaguar». Wild Cats of the World. Chicago: Imprensa da Universidade de Chicago. pp. 305–318. ISBN 0-226-77999-8 
  26. a b «Endangered and Threatened Wildlife and Plants; Determination That Designation of Critical Habitat Is Not Prudent for the Jaguar». U.S. Environmental Protection Agency. Consultado em 17 de fevereiro de 2013 
  27. a b Daggett, P.; Henning, D. R. (1974). «The Jaguar in North America». American Antiquity. 39 (3): 465-469. JSTOR 279437. doi:10.2307/279437 
  28. «Jaguars». The Midwestern United States 16,000 years ago. Illinois State Museum. Consultado em 17 de fevereiro de 2013. Cópia arquivada em 30 de novembro de 2021 
  29. a b c d e f g h i j k l Sunquist, M. E.; Sunquist, F. C. (2009). «Family Felidae (Cats)». In: Wilson, D. E.; Mittermeier, R. Handbook of the Mammals of the World - Volume 1. Barcelona: Lynx. pp. 54–170. ISBN 978-84-96553-49-1 
  30. a b c d e Nowell, K.; Jackson, P. (1996). «Panthera onca». Wild Cats. Status Survey and Conservation Action Plan. (PDF). Gland, Suíça: IUCN/SSC Cat Specialist Group. IUCN. pp. 118–122 
  31. Burnien, David; Wilson, Don E. (2001). Animal: The Definitive Visual Guide to the World's Wildlife. Nova Iorque: Dorling Kindersley. ISBN 0-7894-7764-5 
  32. Boitani, Luigi (1984). Simon and Schuster's Guide to Mammals. Nova Iorque: Simon & Schuster. ISBN 0-671-43727-5 
  33. a b c «All About Jaguars: ECOLOGY». Save the Jaguar. Consultado em 18 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2009 
  34. Núñez, R.; Miller, B.; Lindzey, F. (2000). «Food habits of jaguars and pumas in Jalisco, Mexico». Journal of Zoology. 252 (3): 373-379 
  35. a b c d «Jaguar Species Survival Plan». Consultado em 6 de maio de 2012. Arquivado do original em 27 de janeiro de 2012 
  36. a b c «Jaguar Fact Sheet». Jaguar Species Survival Plan. American Zoo and Aquarium Association. Consultado em 5 de maio de 2013. Arquivado do original em 27 de janeiro de 2012 
  37. Sims, M. E. (2005). «Identification of Mid-Size Cat Skulls» (PDF). Identification Guides for Wildlife Law Enforcement (7): 1-4 
  38. Wroe, S.; McHenry, C.; Thomason, J. (2006). «Bite Club: Comparative Bite Force in Big Biting Mammals and the Prediction of Predatory Behaviour in Fossil Taxa» (PDF). Proceedings: Biological Sciences. 272 (1563): 619-625. doi:10.1098/rspb.2004.2986. Consultado em 23 de janeiro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 21 de setembro de 2006 
  39. Hamdig, P. (2007). «Sympatric Jaguar and Puma». ECOLOGY.INFO 6. Consultado em 23 de janeiro de 2013. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2012 
  40. «Search for the Jaguar». Kentucky Educational Television. 2003. Consultado em 18 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 20 de julho de 2013 
  41. McGrath, Susan (2004). «Top Cat». National Audubon Society. Consultado em 18 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 26 de agosto de 2012 
  42. a b de Oliveira, T. G.; Cavalcanti, S. M. C. (2002). «Identificação dos Predadores de Animais Domésticos». In: Pitman, M. R. P. L.; de Oliveira, T. G.; de Paula, T. G.; Indrusiak, C. Manual de Identificação, Prevenção e Controle de Predação por Carnívoros (PDF). Brasília, DF: Edições IBAMA. pp. 31–53. Consultado em 28 de agosto de 2015. Arquivado do original (PDF) em 25 de dezembro de 2013 
  43. Borges, P. L.; Tomás, W. M. (2004). Guia de rastros e outros vestígios de mamíferos do Pantanal. Corumbá: Embrapa Pantanal. 148 páginas. ISBN 85-98893-01-3 
  44. a b Robinson, R. (1990). «Homologous genetic variation in the Felidae». 46 - Genetica (1): 1-31. doi:10.1007/BF00122514 
  45. a b Meyer, J. R. (1994). «Black jaguar in Belize? A survey of the melanism in the jaguar, Panthera onca». Biodiversity in Belize. Consultado em 19 de fevereiro de 2013. Cópia arquivada em 7 de abril de 2022 
  46. a b Dinets, V.; Plechla Jr, P. J. (2007). «First documentation of melanism in the jaguar (Panthera onca) from northern Mexico». IUCN/SSC Cat News. Consultado em 19 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 26 de setembro de 2006 
  47. a b Nuanaez, Rodrigo; Miller, Brian; Lindzey, Fred (2000). «Food habits of jaguars and pumas in Jalisco, Mexico». Journal of Zoology. 252 (3): 373 
  48. «Jaguar (Panthera Onca)». Phoenix Zoo. Consultado em 30 de agosto de 2006. Arquivado do original em 27 de maio de 2010 
  49. a b Wright, S. J.; Gompper, M. E.; DeLeon, B. (1994). «Are large predators keystone species in Neotropical forests? The evidence from Barro Colorado Island». Oikos. 71 (2): 279–294. doi:10.2307/3546277. Consultado em 11 de novembro de 2011. Arquivado do original em 12 de outubro de 2007 
  50. «Structure and Character: Keystone Species». mongabay.com. Rhett Butler. Consultado em 30 de agosto de 2006. Cópia arquivada em 3 de janeiro de 2022 
  51. Oliveira, T. G.; Tortato, M. A.; Silveira, L.; Kasper, C. B.; Mazim, F. D.; Lucherini, M.; Jácomo, A. T.; Soares, J. B. G.; Marques, R. V.; Sunquist, M. E. (2010). «Ocelot ecology and its effect on the small-felid guild in the lowland Neotropics.». In: Macdonald, D. W.; Loveridge, A. The Biology and Conservation of Wild Felids. Oxônia, Reino Unido: Imprensa da Universidade de Oxônia. pp. 563–584. ISBN 978-0199234455 
  52. a b c Harmsen, B. J.; et al. (2010). «The ecology of jaguars in the Cocksomb Basin Wildlife Sanctuary». In: Macdonald, D. W.; Loveridge, A. The Biology and Conservation of Wild Felids. Oxônia, Reino Unido: Imprensa da Universidade de Oxônia. pp. 403–416. ISBN 978-0199234455 
  53. Iriarte, J. A.; Franklin, W. L.; Johnson, W. E.; Redford, K. H. (1990). «Biogeographic variation of food habits and body size of the America puma». Oecologia. 85 (2): 185. doi:10.1007/BF00319400 
  54. Brakefield, T. (1993). Big Cats: Kingdom of Might. Stillwater, Minessota: Voyageur. ISBN 0-89658-329-5 
  55. Caso, A., Lopez-Gonzalez, C., Payan, E., Eizirik, E., de Oliveira, T., Leite-Pitman, R., Kelly, M., Valderrama, C. & Lucherini, M. (2008). Puma concolor (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 29 de novembro de 2012..
  56. Otfinoski, Steven (2010). Jaguars. Singapura: Marshall Cavendish. p. 18. ISBN 978-0-7614-4839-6. Consultado em 16 de março de 2011 
  57. a b Cavalcanti, S. M. C.; Gese, E. M. (2010). «Kill rates and predation patterns of jaguars (Panthera onca) in the southern Pantanal, Brazil» (PDF). Journal of Mammology. 91 (3): 722-736 
  58. a b c Rabinowitz, A. R.; Nottingham Jr, B. G. (1986). «Ecology and behaviour of the Jaguar (Panthera onca) in Belize, Central America». Journal of Zoology. 210 (1): 149. doi:10.1111/j.1469-7998.1986.tb03627.x 
  59. a b Novack, A. J.; Main, M. B.; Sunquist, M. E.; Labisky, R. F (2005). «Foraging ecology of jaguar (Panthera onca) and puma (Puma concolor) in hunted and non‐hunted sites within the Maya Biosphere Reserve, Guatemala». Journal of Zoology. 267 (2): 167-178. doi:10.1017/S0952836905007338 
  60. a b Leite, M. R. P. (2000). «Relações entre a onça-pintada, onça-parda e moradores locais em três unidades de conservação da Floresta Atlântica do Estado do Paraná, Brasil» (PDF). Dissertação de Mestrado 
  61. a b c Cavalcanti, S.; et al. (2010). «Jaguars, livestock and people in Brazil: realities and perceptions behind the conflitct». In: Macdonald, D. W.; Loveridge, A. Biology and Conservation of Wild Felids. Oxônia, Reino Unido: Imprensa da Universidade de Oxônia. pp. 383–402. ISBN 978-0199234455 
  62. Gonzalez-Maya, J. F.; Navarro-Arquez, E.; Schipper, J. (2010). «Ocelots as prey items of jaguars: a case from Talamanca, Costa Rica.». CATNews. 53: 11-12 
  63. de la Rosa, C. L.; Nocke, C. C. (2000). A Guide to the Carnivores of Central America: Natural History, Ecology, and Conservation. Austin: Imprensa da Universidade do Texas. 244 páginas. ISBN 9780292789517 
  64. Schaller, G. B.; Vasconselos, J. M. C. (1978). «Jaguar predation on capybara» (PDF). Z. Saugetierk. 43: 296–301. Consultado em 24 de fevereiro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 31 de março de 2012 
  65. a b Emmons, Louise H. (1987). «Comparative feeding ecology of felids in a neotropical rainforest». Behavioral Ecology and Sociobiology. 20 (4): 271. doi:10.1007/BF00292180 
  66. a b c d e Baker, Natural History and Behavior, pp. 8–16.
  67. Beletsky, Les (2004). Travellers' Wildlife Guide to Costa Rica. Northampton: Interlink Publishing Group. ISBN 1566565294 
  68. Craig, Hugh, ed. (1897). The animal kingdom: based upon the writings of the eminent naturalists Audubon, Wallace, Brehm, Wood, and Others. Nova Iorque: Trinity College 
  69. Baker, Hand-rearing, pp. 62–75 (table 5).
  70. Baker, Nutrition, pp. 55–61.
  71. Porter, John Hampden (1894). Wild beasts; a study of the characters and habits of the elephant, lion, leopard, panther, jaguar, tiger, puma, wolf, and grizzly bear. Nova Iorque: C. Scribner's sons. pp. 175–195 
  72. Iserson, Kenneth; Francis, Adama (1 de janeiro de 2015). «Jaguar Attack on a Child: Case Report and Literature Review». Western Journal of Emergency Medicine (em inglês). 16 (2): 303–309. ISSN 1936-900X. doi:10.5811/westjem.2015.1.24043 
  73. a b c d e f g h i Süssekind, F. (2014). O rastro da onça: relações entre humanos e animais no Pantanal 1.ª ed. Rio de Janeiro: 7 Letras. 203 páginas. ISBN 978-8-5757-7895-1 
  74. «Jaguar: The Western Hemisphere's Top Cat». Planeta. Fevereiro de 2008. Consultado em 8 de março de 2009. Arquivado do original em 21 de agosto de 2008 
  75. Schaller, George B.; Crawshaw Jr., Peter Gransden (1980). «Movement Patterns of Jaguar». Biotropica. 12 (3): 161–168. JSTOR 2387967. doi:10.2307/2387967 
  76. Harmsen, B. J.; Foster, R. J.; Gutierrez, S. M.; Marin, S. Y.; Doncaster, C. P. (2010). «Scrape-marking behavior of jaguars (Panthera onca) and pumas (Puma concolor. Journal of Mammalogy. 91 (5): 1225-1234. doi:10.1644/09-MAMM-A-416.1 
  77. Weissengruber, G. E.; Forstenpointner, G.; Peters, G.; Kübber-Heiss, A.; Fitch, W. T. (2002). «Hyoid apparatus and pharynx in the lion (Panthera leo), jaguar (Panthera onca), tiger (Panthera tigris), cheetah (Acinonyx jubatus) and domestic cat (Felis silvestris f. catus. Journal of Anatomy. 201 (3): 195–209. PMC 1570911 . PMID 12363272. doi:10.1046/j.1469-7580.2002.00088.x 
  78. Hast, M. H. (1989). «The larynx of roaring and non-roaring cats». Journal of Anatomy. 163: 117–121. PMC 1256521 . PMID 2606766 
  79. a b Baker, Reproduction, pp. 28–38.
  80. Morato, R. G.; Vaz Guimaraes, M. A. B.; Ferriera, F.; Nascimento Verreschi, I. T.; Barnabe, Renato Campanarut (1999). «Reproductive characteristics of captive male jaguars». Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science. 36 (5) 
  81. «Jaguars: Magnificence in the Southwest» (PDF). Newsletter. Southwest Wildlife Rehabilitation & Educational Foundation. Primavera de 2006. Consultado em 20 de outubro de 2015. Arquivado do original (PDF) em 21 de julho de 2011 
  82. Paviolo, A.; de Angelo, C. D.; Di Blanco, Y. E.; Di Bitetti, M. S. (2008). «Jaguar Panthera onca population decline in the upper Paraná Atlantic forest of Argentina and Brazil». Oryx. 42 (04): 554-561. doi:10.1017/S0030605308000641 
  83. a b c d Sollmann, R.; Torres, N. M.; Silveira, L. (2008). «Jaguar conservation in Brazil: the role of protected areas». Cat News Special Issue (4): 15-20 
  84. «Onças-pintadas são mortas atropeladas». Apoena. Consultado em 1º de maio de 2012. Cópia arquivada em 29 de dezembro de 2018 
  85. Prizibisczki, Cristiane. «Tragédia anunciada no Parna do Iguaçu». Grupo Boticário. Consultado em 1º de maio de 2012. Cópia arquivada em 9 de maio de 2021 
  86. Weber, W.; Rabinowitz, A. (2002). «A Global Perspective on Large Carnivore Conservation» (PDF). Conservation Biology. 10 (4): 1046-1054. doi:10.1046/j.1523-1739.1996.10041046.x. Consultado em 2 de maio de 2012. Arquivado do original (PDF) em 26 de abril de 2012 
  87. a b c Beisiegel, B. D. M.; Sana, D. A. (2012). «Jaguar in Brazil - The jaguar in the Atlantic Forest». CATNews Special Issue (7): 14-18 
  88. Rabinowitz, A.; Zeller, L. A. (2010). «A range-widemodel of landscape connectivity and conservation for the jaguar, Panthera onca». Biological Conservation. 143 (4): 939-945. doi:10.1016/j.biocon.2010.01.002 
  89. White, Mel (2009). «Path of the Jaguar». Consultado em 8 de maio de 2012. Cópia arquivada em 13 de junho de 2022 
  90. a b Moraes Jr, E. A. «The status of Jaguar in the Cerrado». CATNews Special Issue (7): 25-28 
  91. a b de Paula, R. C.; de Campos, C. B.; de Oliveira, T. G. (2012). «Red List assessment for the jaguar in the Caatinga Biome». CATNews Special Issue (7): 19-24 
  92. a b Morato, E. G.; Beisiegel, B. M.; Ramalho, E.; de Campos, C. B.; Boulhosa, R. L. (2013). «Avaliação do risco de extinção da Onça-pintada Panthera onca (Linnaeus, 1758) no Brasil» (PDF). Biodiversidade Brasileira. 3 (1): 122-132 
  93. «PORTARIA N.º 444, de 17 de dezembro de 2014» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 24 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de julho de 2022 
  94. Bressan, Paulo Magalhães; Kierulff, Maria Cecília Martins; Sugleda, Angélica Midori (2009). Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo - Vertebrados (PDF). São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA - SP), Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2022 
  95. «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022 
  96. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  97. «Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia.» (PDF). Secretaria do Meio Ambiente. Agosto de 2017. Consultado em 1 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de abril de 2022 
  98. «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
  99. Costa, L. P.; Leite, Y. L. R.; Mendes, S. L.; Ditchfield, A. B. (2005). «Conservação de mamíferos no Brasil» (PDF). Conservação Internacional. Megadiversidade (1). Consultado em 31 de março de 2012. Arquivado do original (PDF) em 9 de novembro de 2013 
  100. Livro Vermelho da Fauna Ameaçada. Curitiba: Governo do Estado do Paraná, Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná. 2010. Consultado em 2 de abril de 2022 
  101. Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina - Relatório Técnico Final. Florianópolis: Governo do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Fundação do Meio Ambiente (FATMA). 2010 
  102. Chiarello, A. G.; Aguiar, L. M. S.; Cerqueira, R.; de Melo, F. R.; Rodrigues, F. H. G.; da Silva, V. M. (2008). «Mamíferos». In: Machado, A. B. M.; Drummond, G. M.; Paglia, A. P. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção - Volume 2 (PDF). Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente. pp. 680–883. ISBN 978-85-7738-102-9 
  103. «Puma concolor (Linnaeus, 1771)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 26 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022 
  104. a b Galetti; et al. (2013). «Atlantic Rainforest's Jaguar in Decline». Science. 342. 930 páginas. doi:10.1126/science.342.6161.930-a 
  105. Turtelli, Camila (27 de janeiro de 2014). «Onça-pintada corre risco extremo de extinção na mata atlântica». Folha de S.Paulo. Consultado em 11 de abril de 2014. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2017 
  106. a b Tôrres, N. M.; Marco Jr, P.; Diniz-Filho, J. A. F.; Silveira, L. (2008). «Jaguar distribution in Brazil: past, present and future». CAT News Special Issue. 4: 1-5 
  107. «Onça-pintada é vista na Serra da Concórdia, em Valença». G1. Consultado em 17 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 17 de setembro de 2021 
  108. a b Cavalcanti, S. M. C.; de Azevedo, F. C. C.; Tomás, W.; Boulhosa, R. L. P.; Crawshaw Jr, P. G. (2012). «The status of the jaguar in Pantanal - Jaguar in Brazil». CATNews Special Issue (7): 29-34 
  109. «Crime contra fauna choca população do sudeste do Pará». ICMBio. 2016. Consultado em 27 de junho de 2022. Cópia arquivada em 1 de junho de 2019 
  110. «Ibama multa caçador por matar pelo menos 19 onças no Pará». G1 Pará. 2016. Consultado em 27 de junho de 2022. Cópia arquivada em 6 de maio de 2021 
  111. a b Nijhawam, S. (2012). «Conservation units, priority areas and dispersal corridors for jaguars in Brazil - Jaguar in Brazil». CATNews Special Issue (7): 43-47 
  112. Jefferson, Thomas (1903). The writings of Thomas Jefferson. Washington: The Thomas Jefferson Memorial Association 
  113. a b Merriam, C. Hart (1919). «Is the Jaguar Entitled to a Place in the California Fauna?». Journal of Mammalogy. 1: 38–40 
  114. Pavlik, Steve (2003). «Rohonas and Spotted Lions: The Historical and Cultural Occurrence of the Jaguar, Panthera onca, among the Native Tribes of the American Southwest». Wicazo Sa Review. 18 (1): 157–175. JSTOR 1409436. doi:10.1353/wic.2003.0006 
  115. Rizzo, Will (2005). «Return of the Jaguar?». Smithsonian Magazine 
  116. Davis, Tony; Steller, Tim (22 de novembro de 2011). «Jaguar seen in area of Cochise». Arizona Daily Star. Consultado em 23 de novembro de 2011. Cópia arquivada em 5 de junho de 2022 
  117. Christie, Bob (1 de dezembro de 2011). «2 Rare Jaguar Sightings in Southern Arizona Excite Conservationists, State Wildlife Officials». Associated Press. Consultado em 4 de dezembro de 2011 [ligação inativa]
  118. Davis, Tony (25 de novembro de 2012). «Jaguar photo taken near Rosemont». azstarnet.com. Arizona Daily Star. Consultado em 1º de dezembro de 2012 
  119. Davis, Tony (28 de junho de 2013). «Jaguar roves near Rosemount mine site». Arizona Daily Star. Consultado em 29 de junho de 2013 
  120. McCain, E. B.; Childs, J. L. (2008). «Evidence of resident jaguar (Panthera onca) in the southwestern United States and the implications for conservation» (PDF). Journal of Mammalogy. 89 (1): 1-10. doi:10.1644/07-MAMM-F-268.1. Consultado em 17 de fevereiro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 18 de janeiro de 2015 
  121. «Illness forced vets to euthuanize recaptured jaguar». azcentral.com. Consultado em 17 de fevereiro de 2013 
  122. «Jaguar conservation». Arizona Game and Fish Department. Consultado em 17 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 4 de outubro de 2006 
  123. «Arizona Game and Fish collars first wild jaguar in United States». Arizona Game and Fish Department. Consultado em 17 de fevereiro de 2013. Cópia arquivada em 26 de agosto de 2016 
  124. Lamberton-Moreno, Jessica (8 de setembro de 2015). «Student project results in new jaguar sighting». Sky Island Alliance. Consultado em 25 de julho de 2016. Cópia arquivada em 14 de abril de 2022 
  125. Handwerk, Brian (3 de fevereiro de 2016). «Only Known Jaguar in U.S. Filmed in Rare Video». National Geographic News. Consultado em 25 de julho de 2016. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2019 
  126. «Addressing the Impacts of Border security Activities On Wildlife and Habitat in Southern Arizona: STAKEHOLDER RECOMMENDATIONS» (PDF). Consultado em 17 de fevereiro de 2013. Cópia arquivada (PDF) em 3 de março de 2022 
  127. Berrin, Katherine (1997). The Spirit of Ancient Peru. Treasures from the Museo Arqueologico Rafael Larco Herrera. Nova Iorque: Thames and Hudson. ISBN 978-0-500-01802-6 
  128. Bulliet, Richard W.; et al. (2010). «New civilizations in the Eastern and Western hemispheres, 2200-250 B.C.E.». The Earth and Its Peoples: A Global History 5.ª ed. Boston, Massachussetes: Cengage Learning. pp. 52–80. ISBN 978-1-4390-8476-2 
  129. Lockard, Craig A. (2010). «Classical societies and regional networks in Africa, the Americas, and Oceania, 600B.C.E.-600C.E.». Societies, Networks, and Transitions, Volume I: To 1500: A Global History 2.ª ed. Boston, Massachussetes: Cengage Learning. pp. 204–230. ISBN 978-1-4390-8535-6 
  130. Christenson, Allen J. (2007). «The First Four Men». Popol vuh: the sacred book of the Maya. Norman, Oclaoma: Imprensa da Universidade de Oclaoma. pp. 196–197. ISBN 978-0-8061-3839-8 
  131. a b Conforti, V. A.; de Azevedo, F. C. C. (2003). «Local perceptions of jaguars (Panthera onca) and pumas (Puma concolor) in the Iguacu National Park area, south Brazil» (PDF). Biological Conservation. 111 (2): 215-221. doi:10.1016/S0006-3207(02)00277-X 
  132. «"Guyana"». RBC Radio. Consultado em 18 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 6 de outubro de 2014 
  133. «Departamento de Amazonas». Todo Colombia - Es mi pasión. Consultado em 18 de fevereiro de 2013 
  134. «Cédulas do Real». Banco Central do Brasil. Consultado em 18 de fevereiro de 2013 
  135. «No Acre, batalhão de selva do Exército tem onça-pintada como mascote». Consultado em 29 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 19 de agosto de 2016 
  136. «Onças-pintadas são 'mascotes' de tropa de selva no Amazonas». Consultado em 4 de setembro de 2015. Cópia arquivada em 19 de agosto de 2016 
  137. Levi-Strauss, Claude (2004) [1964]. O Cru e o Cozido. São Paulo: Cosac & Naify 
  138. a b Baptista, J. (2005). «Matar um jaguar: a natureza na cultura Guarani através do discurso missionário. História Unisinos». 9 (1): 61-64 
  139. Arcand, B. (1993). The Jaguar and the Anteater: Pornography Degree Zero. Londres e Nova Iorque: Verso. 286 páginas. ISBN 0-86091-446-1 
  140. Roe, P. (1982). The Cosmic Zygote: Cosmology in the Amazon Basin (PDF). Nova Brunsvique, Nova Jérsei: Imprensa da Universidade Rutgers. 416 páginas. ISBN 9780608023281 
  141. Marchini, Silvio; Crawshaw, Peter G. (4 de julho de 2015). «Human–Wildlife Conflicts in Brazil: A Fast-Growing Issue». Human Dimensions of Wildlife. 20 (4): 323-328. ISSN 1087-1209. doi:10.1080/10871209.2015.1004145 
  142. Faria, Marcelo Luis de. «Como surgiu a expressão "Amigo da Onça"?». Galileu. O prazer de conhecer. Consultado em 4 de setembro de 2015. Cópia arquivada em 14 de março de 2021 
  143. S.S. Cars Limited. The Times, Wednesday, Apr 04, 1945; pg. 10; Issue 50108
  144. «Historia». Chiapas Jaguar Sitio Oficial. Consultado em 28 de agosto de 2015. Arquivado do original em 21 de agosto de 2015 
  145. Welch, Paula. «Cute Little Creatures: Mascots Lend a Smile to the Games» (PDF). Consultado em 18 de fevereiro de 2013 

Ligações externas

editar
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
  Categoria no Commons
  Diretório no Wikispecies