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A perenidade do Senai
A perenidade do Senai
A perenidade do Senai
E-book236 páginas3 horas

A perenidade do Senai

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Sobre este e-book

Descubra neste livro a trajetória robusta e duradoura do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) no Brasil, explorando seu papel crucial na Educação Profissional e Tecnológica (EPT) ao longo de mais de oito décadas. Focado na relação entre as políticas públicas e a perenidade do Senai, a obra investiga como iniciativas governamentais têm sustentado essa instituição fundamental para a formação de profissionais da indústria brasileira.

A autora analisa historicamente as transformações na Educação Profissional do país, destacando o Sistema S e o Senai como pilares essenciais. Além disso, examinam as políticas públicas desde 2002 e a infraestrutura do Senai, demonstrando como esses elementos moldam o panorama educacional e profissional no Brasil.

Ao fazer uso da metodologia baseada em revisão bibliográfica e pesquisa documental qualitativa, o livro revela como o Senai se adapta às exigências do mercado de trabalho e contribui para o desenvolvimento econômico nacional.

Essencial para estudantes, pesquisadores e profissionais interessados no futuro da educação técnica e profissional no Brasil, esta obra oferece uma análise detalhada e abrangente do impacto das políticas públicas na formação de trabalhadores qualificados pelo Senai.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de nov. de 2024
ISBN9786527040811
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    A perenidade do Senai - Luana Paula Nascimento

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    O Sistema S no Brasil

    Nesta seção será abordado o início do Sistema S com intuito de conhecer o sistema que abriga o objeto de pesquisa. A final de contas, o que é este sistema? Por que se chama Sistema S? Quando e como foi o seu início? Que impacto tem sobre a vida dos brasileiros? Portanto, esta seção pretende responder a estas perguntas e apontar as conexões com a população brasileira.

    Mas antes disso, vale lembrar, os fatos que antecedem o início do Sistema S a fim de traçar um cenário histórico. Os anos 1930 foram marcados pelas incertezas no mundo e no Brasil, dentre elas, movimento armado para a tomada do poder da presidência da república no Brasil (1930), desemprego resultante da crise da bolsa de Nova York (1929), fim da república velha (1930), o rompimento da oligarquia do café com leite entre Minas e São Paulo (1930), a derrubada do poder de Washington Luiz (1930), o governo provisório de Getúlio Vargas (1930-1934), a tentativa pela tomada de poder de Getúlio Vargas (1932), o governo constitucional de Getúlio Vargas (1934-1937), o início do Estado novo (1937-1945) e a implantação do capitalismo no Brasil (Romanelli, 1986).

    Em outubro de 1930, o Governo Presidente Washington Luiz era derrubado por um movimento armado que se iniciava no Sul do país e tivera repercussões em vários pontos do território brasileiro. Esse movimento era um dos aspectos assumidos pela crise do desenvolvimento, crise que vinha de longe, acentuando-se nos últimos anos da década de 1920. Na verdade, o que se convencionou chamar Revolução de 1930 foi o ponto alto de uma série de revoluções e movimentos armados que, durante o período compreendido entre 1920 e 1964, se empenharam em promover vários rompimentos políticos e econômicos com a velha ordem social oligárquica. Foram esses movimentos que, em seus conjuntos e pelos objetivos afins que possuíam, iriam caracterizar a Revolução brasileira, cuja meta maior tem sido a implantação definitiva do capitalismo no Brasil. Através desses movimentos e, sobretudo, através da Revolução de 1930, o que se procurou foi um reajustamento constante dos setores novos da sociedade com o setor tradicional, do ponto de vista interno, e, destes dois, com o setor internacional, do ponto de vista externo (Romanelli, 1986, p. 47).

    Já os anos 1940 foram marcados pela 2° Guerra Mundial (1939-1945) e pelos seus efeitos. Neste período, o governo Getúlio Vargas (1937-1945) assinou o acordo com os Estados Unidos que se comprometeu a financiar a construção da Companhia Siderúrgica Nacional em troca da permissão de instalação nas bases norte americanas em Natal, Belém e Recife com o intuito de incentivar a industrialização no Brasil. Em termos populacionais, houve um aumento de 26% da população, o país apresentou uma predominância rural de 60% e em termos econômicos um crescimento da industrialização e uma diversificação da produção agrícola, iniciativas nas áreas do transporte e energia, abertura de estradas, ampliação de portos e construção de usinas hidrelétricas (Brasil, 1940).

    Ainda nessa década, o governo de Getúlio Vargas fez algumas regulamentações em apoio à classe trabalhadora, tais como: instituição do salário-mínimo e do imposto sindical e a consolidação das leis trabalhistas (1943). Mas, por outro lado, apresentou um governo ditador, criou a censura, fomentou as propagandas a favor de seu governo e deu continuidade ao Estado Novo até a metade desta década (Brasil, 1940).

    É difícil chegar-se a um consenso sobre o que representou o Estado novo para a vida nacional. Os estudiosos do assunto divergem amplamente quanto a forma pela qual passou a agir o Governo e quanto aos resultados dessa ação. Para uns, ele foi um golpe de morte nos interesses latifundiários e o favorecimento dos interesses da burguesia industrial. Para outros, ele favoreceu as camadas populares, com amplo programa de Previdência Social e Sindicalismo. Para outros, ainda, ele foi o resultado, contra os interesses das classes trabalhadoras (Romanelli, 1986, p. 51).

    A década de 1940 também foi marcada pelo estímulo a Educação Profissional de acordo com as necessidades sociais dos trabalhadores contempladas no Sistema S: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Social do Comércio (Sesc) (Brasil, 1940).

    Conforme o site agência Brasil, o Sistema S abrange 09 instituições que prestam serviços para a comunidade brasileira. Assim, a natureza da prestação dos seus serviços torna-se de interesse público, mas a sua administração não é realizada pelos governantes. E sim, administradas de modo independente por federações e confederações empresariais dos principais setores da economia de modo privado. O nome Sistema S procede de que todas as instituições começam com a letra S. São elas: Senai, Senac; Sesc, Sesi, Senar, Sescoop, Senat, Sest e Sebrae (Brasil, 2020).

    O Sistema S não constitui um todo homogêneo, embora possua uma estrutura organizativa, de gestão e de financiamento comum. Apesar das semelhanças, há também diferenças decorrentes da história particular de cada entidade, do contexto histórico em que foram idealizadas/criadas e de sua articulação interna no próprio setor (Manfredi, 2017, p. 129).

    No processo de criação do Sistema S é notória a presença das iniciativas governamentais, políticas públicas e a criação de leis. E até mesmo antes da criação deste sistema percebe-se a criação de leis que abrem caminhos para o Senai. Por exemplo, em 1937 a Constituição Federal (Brasil, 1937) decretada pelo presidente Getúlio Vargas (1937-1945) no art.129 traçou a rota da aprendizagem industrial no Brasil dando aos sindicatos econômicos e às indústrias a oportunidade de criar escolas para aprendizes com suas respectivas especialidades. Em anos posteriores, pode-se observar novamente a mão do mesmo governo através do Decreto-Lei n° 4.048 de 30 de janeiro de 1942 e desta vez a criação do Sistema S dando início as suas atividades com sua primeira instituição, o Senai (Brasil,

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