Café Para Indigentes - Volume 5
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Café Para Indigentes - Volume 5 - P. Cesar De Oliveira
Copyright © 2024
Café para indigentes - Volume 5
Estrada para o abismo
P. Cesar de Oliveira
1ª Edição - setembro/2024
ISBN 978-65-83031-12-9
Capa:
Design: Thaís Oliveira
Edição e diagramação:
Editora Sal & Luz
Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980) sujeitando-se à busca e apreensão e inde-nizações diversas (Lei nº 9.610/98).
Editora Sal & Luz
São José dos Campos - SP
E-mail: [email protected]
(12) 99773-7769
1º Capítulo
Vendetta
A morte de Remo
A caminho de Lugano penso em tudo que vivi até aqui, o que me deixaram viver na verdade, um herege em uma religião que não envolve divinda-des, mas homens, não sei o que buscar depois disso, não tenho um sentimento regular sabe? Amor? Pelo que? Por quem? Definitivamente isso não está em mim, o ódio sobra em mim, mas isso não é bom em lugar nenhum certo?
O que faço com meus irmãos aqui? Carlo? Romulo? Tenho uma responsabilidade com eles agora, não sei se teria chegado até aqui sabe?
Não digo que não morreremos, sim vamos morrer, mas depois do que queremos fazer, mas ser for antes também estaremos preparados, Galazzi está à espera, mas não sei de que modo.
Ele parece ter mudado o modo de operar, ele já teria vindo atrás de nós antes, o que mudou? Ele quer esta organização? Ele quer defender isso aqui?
Uma certeza tenho, que vou morrer por aqui, não voltarei para Itália, acho que só em um caixão talvez.
De certa forma, nem sei se pertenço a algum lugar, mas espero pelo menos por fogo em tudo que quero que queime sabe?
Lugano é cercada de água, uma cidade muito bela, muitos turistas, será difícil ter um lugar bom para confrontos, o que Galazzi está preparando?
Não posso parar para pensar muito, tenho que fazer o que é preciso.
— Por que ele não veio até nos ainda Remo? –
perguntou Carlos.
— Ele não quer deixar Mallaza sem proteção.
— Mas por que? Mallaza é só dos assuntos in-ternos, não oferece risco em si.
— Talvez não, mas ele sabe de coisas maiores talvez, ele pode ser também a chave do cofre não?
— Entendi, mas ele acha que pode remontar essa organização de novo?
— Talvez, pelo que Gallo me contou, quando essa organização começou com Fabio e Carlo, tudo estava indo mal e eles reergueram tudo sabe?
— Entendo, então ele já conta com nós três mortos é isso?
— Não sei Carlo, mas nós já fizemos demais você sabe. Monica morreu neste meio tempo, ele a matou lembra?
— Não precisa me falar, todos os dias lembro.
Você me prometeu a vida dele também, lembra?
— Prometi sim, mas, e se sua vida depender disso? Você está disposto a morrer só para vê-lo morto também?
— Nós três já morremos Remo, você acha que alguém aqui neste carro terá uma nova vida lá fora?
— De forma alguma teremos paz em lugar algum sabe? – Romulo Falou.
— Lembra do senhor naquela casa lá atrás Remo? – Carlos perguntou.
— Sim.
— Ele não queria falar o próprio nome, não vou viver assim, vou viver do meu jeito e morrer assim também.
— Concordo com vocês, só não achei que vocês pensavam assim, já não tenho vida desde que acordei sabe? A programação que me foi colocada me fez pensar e achar várias coisas sabe. Pensei ter um nome, uma família e até um neto, mas era só Fabio brincando comigo, brincando de ser deus enten-dem? Hoje começo a entender aquele homem, tudo que ele teve foi sobras, então, ele queria algo só dele, mas só conseguia o que era dos outros, tudo o que fez foi destruir o próprio irmão para ter satisfação sabe?
— Eu não tenho arrependimento de nada, não tenho despedidas a fazer – disse Carlo.
— Sempre quis ter te conhecido, Remo, e hoje estou aqui te ajudando a destruir tudo isso. Já tive mais diversão agora do que em muito tempo sabe?
– Romulo falou.
— Vocês são ótimos amigos se assim posso dizer, nunca tive isso, amizade, estou contente em dizer isso sabe, de todo este sangue, ainda nasceu algo bom.
— Não temos nada a perder Remo, só temos a destruir, somos mortos errantes, quando cairmos no chão mortos teremos cumprido nossa missão! –
disse Romulo.
— Eu concordo com tudo o que ele disse Remo, mas digo algo a mais: que Galazzi nos tema sim, pois eu vou matar até a alma dele fora do corpo
– disse Carlo.
— Somos mortos a procura de companhia então? – disse Remo.
Os dois