Tdah - Déficit De Atenção: Distúrbio Ou Apenas Distração?
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Tdah - Déficit De Atenção - Valdira Abreu Magalhães Nina Lee De Sá
TDAH
Déficit de Atenção, Distúrbio
ou apenas distração?
Valdira Abreu Magalhães Nina Lee de Sá
2024
Aprendi que nossa jornada é enriquecida pela convivência com diversas pessoas, absorvendo diariamente as lições que cada indivíduo nos oferece. É profundamente inspirador quando nos reconhecemos como parte de uma pluralidade de seres, e compreendemos que nunca estamos verdadeiramente sozinhos, independentemente de nossos esforços para isso. Somente aqueles que amam verdadeiramente conseguem captar a essência mais profunda das experiências, como se pudessem ouvir os segredos do universo. Por meio destas palavras, compartilho o conhecimento que me foi transmitido e assimilado em minha jornada pessoal. Peço que não adote minhas crenças como suas, encorajo que busque o aprendizado por si mesmo, forme suas próprias conclusões e siga seu próprio percurso.
Não desistir sempre foi o lema que guia minha existência
Sumário
Notas da autora
Dedicatória
Capítulo 1: Entendendo o TDAH
Capítulo 2: Causas e Impactos do TDAH
Capítulo 3: Diferenças entre o TDAH em diferentes faixas etárias
Capítulo 4: O papel da tecnologia e das redes sociais no TDAH
Capítulo 5: Desafios e controvérsias envolvendo o diagnóstico e medicação do TDAH
Capítulo 6: Estratégias para gerenciamento e tratamento do TDAH
Importante sobre vícios e medicamentos no TDAH
Notas da autora
A dinâmica familiar envolvendo crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) pode ser complexa e desafiadora. Frequentemente, surgem situações onde os pais, especialmente quando há discordâncias no relacionamento, podem interpretar de forma distinta o comportamento da criança, levando a conflitos interpessoais significativos.
Essa desconexão nas percepções pode não apenas afetar a relação entre o casal, mas também se estender ao relacionamento com os irmãos da criança com TDAH. É notável como os sintomas do TDAH - como impulsividade, hiperatividade e dificuldade de concentração - podem influenciar as interações familiares.
A mãe, muitas vezes sendo mais presente no cuidado diário da criança, pode desenvolver uma sensibilidade ampliada para identificar e lidar com os comportamentos desafiadores do filho ou filha.
Por outro lado, o pai, por vezes, pode interpretar de forma distinta esses mesmos comportamentos, atribuindo a causa a fatores externos, como a permissividade materna.
Essa disparidade de entendimento pode levar a conflitos entre os pais, nos quais um dos genitores pode duvidar da legitimidade dos relatos do outro, questionando a necessidade de intervenções profissionais.
É crucial que os pais e os profissionais da saúde compreendam que as crianças com TDAH podem reagir de maneiras diversas em relação aos pais, exigindo uma abordagem individualizada e a consideração das peculiaridades das interações familiares.
Além das tensões entre os pais, é importante destacar a influência do TDAH nos relacionamentos entre os irmãos.
Crianças com esse transtorno muitas vezes apresentam comportamentos disruptivos, argumentativos e propensos a incitar ou serem influenciados por condutas inadequadas. Essa dinâmica pode resultar em um aumento significativo de conflitos entre irmãos, criando um ambiente familiar mais tenso e desafiador do que o convencional.
Para lidar com essa realidade complexa, é fundamental que os pais adotem uma abordagem colaborativa e empática. Permitir que o pai assuma um papel mais ativo no cuidado diário da criança com TDAH pode proporcionar insights valiosos e promover uma compreensão mais ampla da situação.
Ao vivenciar diretamente os desafios e comportamentos da criança, o pai pode perceber a validade das preocupações da mãe e reconhecer a necessidade de apoio profissional, sem atribuir culpas desnecessárias.
A promoção de um ambiente familiar harmonioso e de suporte para a criança com TDAH e seus irmãos requer paciência, comunicação aberta e trabalho em equipe. É essencial que os pais reconheçam e respeitem as diferenças nas percepções e abordagens, buscando estratégias conjuntas para manejar os desafios associados ao transtorno.
A intervenção precoce, o apoio emocional e a educação contínua são pilares essenciais para fortalecer o vínculo familiar e promover o bem-estar de todos os membros da família. A complexidade das relações familiares envolvendo crianças com TDAH demanda uma abordagem empática, informada e colaborativa por parte dos pais e dos profissionais envolvidos.
Somente através da compreensão mútua, do diálogo aberto e do apoio conjunto, é possível construir um ambiente acolhedor e solidário que promova o desenvolvimento saudável e equilibrado de todas as partes envolvidas.
Dedicatória (é quase um tratado, mas necessário)
Cletina Abreu Magalhães e Benedita Correa dos Santos, Gratidão!
Na história, podemos encontrar narrativas extraordinárias de mulheres que, desprovidas de laudo, apoio psicológico, medicamentos ou redes de apoio estruturadas, realizaram a notável proeza de educar seus filhos e oferecer-lhes o melhor que podiam.
Essas mulheres, muitas vezes invisíveis aos olhos da sociedade, personificam a força e a resiliência do poder materno, transcendendo as adversidades e desafios da vida. Imagine-se em uma época em que não existiam guias maternais ou grupos de apoio online, onde a informação não era tão ou nada acessível quanto hoje e os recursos eram escassos. Nesse contexto, as mães dependiam de sua intuição, sabedoria ancestral e instinto maternal para guiar seus filhos nos caminhos da vida.
A educação não era apenas transmitida através de livros e conceitos acadêmicos, mas principalmente por meio de exemplos, histórias, ensinamentos morais e valores éticos. Em um mundo onde os papéis de gênero eram rigidamente definidos, as mães muitas vezes carregavam o peso da responsabilidade familiar sozinhas.
Seja devido à ausência do pai, seja pela necessidade de trabalhar fora de casa para prover o sustento da família, ou até mesmo por circunstâncias imprevistas como guerras, epidemias ou desastres naturais, essas mulheres eram forjadas no fogo da adversidade, emergindo como verdadeiras heroínas (não estou romantizando, estou enaltecendo) do cotidiano.
Seu amor incondicional, sacrifício e dedicação moldaram o caráter e a personalidade de seus filhos, semeando neles a semente da resiliência e da empatia, mesmo que muitos não tenham conseguido florescer.
À luz dessas reflexões, torna-se evidente que o poder materno transcende as barreiras do tempo e do espaço. A capacidade das mães de nutrir, educar e cuidar de suas crianças, mesmo em condições adversas, é uma manifestação sublime da resiliência humana. Seja na era da informação instantânea ou nos tempos antigos de silêncio e solitude, o amor materno continua a ser uma força motriz que impulsiona a humanidade para frente.
É importante reconhecer e celebrar o legado deixado por todas as mulheres que, sem laudos, sem ajuda técnica, sem medicamentos modernos e sem redes de apoio formais, desempenharam um papel fundamental na construção do mundo que conhecemos hoje. Seus sacrifícios, sua dedicação e sua resiliência são a estrutura que sustenta os alicerces da sociedade, inspirando-nos a valorizar e honrar o poder materno em todas as suas manifestações.
Capítulo 1
Entendendo o TDAH
cerebro2 tdah.jpgVolume total do cérebro e de cinco de suas zonas é menor em pessoas diagnosticadas com a síndrome Foto: Free Images
Os pais e professores devem desenvolver habilidades para gerenciar sua impaciência e cultivar atitudes otimistas, pacientes e persistentes, mantendo-se resilientes diante de desafios e conscientes de que, embora seus filhos possam progredir, é improvável que alcancem um padrão típico de desenvolvimento em relação aos outros de sua idade.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição complexa que tem despertado muito interesse e debate na comunidade científica.
Em 1917, Von Economo, médico, descreveu pela primeira vez a