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Aos Meus Olhos
Aos Meus Olhos
Aos Meus Olhos
E-book200 páginas2 horas

Aos Meus Olhos

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Sobre este e-book

Me chamo Ana e resolvi contar a minha história – História Baseada em Fatos Reais Quando você percebe que tudo em que acredita pode simplesmente não ser a verdade. Segundo livro da Série Aos Meus Olhos Me sigam no instagram: annabeatriz_escritora
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de set. de 2021
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    Aos Meus Olhos - Anna Beatriz

    Aos

    Meus Olhos

    2016 Parte 2

    1ª EDIÇÃO

    2019

    Título

    Aos Meus Olhos

    Copyright Anna Beatriz, Rio de Janeiro, 2019

    Todos os direitos reservados.

    Proibida a reprodução, no todo ou

    em parte, através de quaisquer meios.

    Os direitos morais do autor foram assegurados.

    Registrado no Escritório de Direitos Autorais

    Capa – Assucenna Nunes

    Contato: [email protected]

    1 - Literatura brasileira

    2 – Romance

    3 – LGBTQI+

    4 – Drama

    1ª Edição

    2019

    Autora: Anna Beatriz

    Agradeço a Deus em primeiríssimo lugar, pois sem Ele, eu não teria nem conseguido chegar até aqui.

    Agradeço aos que, com muito carinho e interesse, leram e acompanharam a criação desta obra.

    Agradeço a todos que fizeram parte desta história e que vieram a se tornar alguns de meus personagens

    Muito obrigada a todos, até pra Sophia rs (risos).

    Anna Beatriz

    SUMÁRIO

    01- FESTA JUNNA                              07

    02- DOIS MUNDOS                              13

    03- REJEIÇÃO                                    18

    04- ANDRÉ                                    23

    05- AGOSTO                                    27

    06- A BRIGA                                    33

    07- MISERICÓRIDA                              45

    08- FORA DO AR                              50

    09- SEGREDOS                                    55

    10- AMANDA                                    61

    11- ORGANIZAÇÃO                              66

    12- EU ERA ASSIM                              71

    13- IRRESPONSÁVEL                              78

    14- SOU SUA                                    83

    15- CONTEI                                    90

    16- MILHÕES DE VEZES                        103

    17- JEITO DO MATO                              109

    18- VIRGINDADE                              113

    19- VAMOS?                                    118

    20- 21 ANOS                                    123

    21- ABUSIVO                                    133

    22- JÁ SERIA TUA                              138

    23- JUSTO?                                    144

    24- EU MESMA                                    148

    25- PRECISO MORRER                              152

    26- ICEBERG                                    156

    27- VAMOS CONVERSAR                        161

    28- MATCH POINT                              165

    29- DR DECISIVO – PARTE I                        170

    30- DR DECISIVO – PARTE II                        175

    31- ADEUS CANADÁ?                              181

    32- TALVEZ FOSSE DIFERENTE                  187

    33- VALER A PENA                              195

    34- QUEM LIGA?                                    201

    35- ESCOVA DE DENTES                        211

    36- TERMINOU                                    216

    01

    Festa Junina

    Férias, nossa, que alegria… só que não. Na semana seguinte à peça de segundo período voltei ao teatro, na verdade fui até o prédio onde os donos moravam porque estava acontecendo uma festa junina por lá, daquelas que só acontecem em julho e que nunca consigo entender o porquê ocorre fora do mês certo… enfim... lá me senti um pouco deslocada porque não conhecia praticamente ninguém, mas faz parte.

    Cíntia e Gustavo estavam vendendo coisas pra arrecadar fundos pra formatura que se aproximava, mas, de qualquer forma, eu não tinha muito assunto com eles, minha sorte foi reencontrar Fernanda, uma estrangeira com quem estudei no primeiro período na parte da manhã e que não tive muita proximidade na época, mas naquela noite era o que tinha… parece feio falar assim, mas sejamos sinceros, por melhor que tentemos ser, não conseguimos fazer isso o tempo todo.

    Na época em que entrei pro profissionalizante eu não fiz muitos amigos, ao menos não sabia que os tinha porque a única pessoa com quem havia um pouco mais de proximidade acabou abandonando o curso, os demais eram normais, assim como Nanda (Fernanda) e Diogo eram… sim, mais um Diogo no mesmo círculo social, mas depois falarei melhor a seu respeito.

    Ainda sobre a festa junina, naquela noite rever Nanda não deixou de ser interessante, afinal ela ao menos era a única com quem eu tinha um pouco mais de assunto naquele lugar já que passamos boa parte do segundo período separadas, mas não que a festa estivesse ruim, é que só fui lá por duas razões, precisava me distrair e pensava em ajudar os demais que estavam vendendo coisas por causa de suas formaturas, levando em consideração que um dia seria a minha vez e gostaria que fizessem o mesmo por mim… mesmo que muitos não tenham feito.

    Lá reencontrei um rapaz o qual só sabia de sua existência porque o mesmo vinha paquerando Sophia e ela havia me mostrado uma conversa ou outra deles pelo whatsapp. Ele era um rapaz alto, negro e muito bonito chamado Lucas, que também estava envolvido com as vendas, pois fazia parte da mesma turma de Cíntia. No fim todos acabam sendo um elo e de grão em grão você vai conhecendo outras pessoas de outras turmas e horários.

    A festa acabou cedo, mas não a diversão, resolveram estender a noite em algum bar por aquele bairro e me convidaram a acompanhá-los… não que eu quisesse, mas como disse, precisava me distrair e socializar, então resolvi que não faria mal interagir e conhecer novas pessoas, devido a isso aceitei o convite e com eles fui.

    Lucas se sentou perto de mim, assim como Nanda também, ao longo de uma formação retangular das mesas. Ríamos, bebíamos, tiramos fotos e confesso que postei uma na intenção de aliviar meu ego ferido, pois queria que Alice visse e pensasse que eu estava bem e que estava seguindo minha vida muito bem sem ela.

    É confuso, não sei o porquê fazemos isso, não sei o porquê fazemos coisas bestas na intenção, ou na esperança, de que outras pessoas vejam e se sintam incomodadas… nada muda… nada nunca muda, o final é sempre o mesmo, acho tão mais bonito quando as pessoas chegam e falam o que realmente pensam e sentem, embora que existem coisas que nem a sinceridade muda, já que nem sempre depende só de nós, às vezes depende de outra pessoa.

    Eu não sabia o que Alice fazia ou deixava de fazer, ela namorava, me fazia mal ver suas fotos, mesmo as que estivesse sozinha e lhe disse isso uma vez em minha casa numa das vezes em que lá dormiu, acho que no dia da prova de história, horas antes de saírmos pro curso, quando começou a me mostrar suas fotos referindo-se a cor de cabelo, pois pensava em mudar, ou algo assim, e lhe contei que não via seu perfil, que não tinha esse costume.

    – Você é uma péssima stalker. – Me zoou na ocasião.

    Pois é, guardem essa informação… guardem essa frase… em capítulos que estão por vir lembrar disso fará alguma diferença. Eu não a stalkeava, não me fazia bem vê-la nem sozinha, quanto mais acompanhada já que a amava e já estava me dando conta disso. Havia tentado me afastar, mas o vício era grande e ela sabia disso porque não escondia boa parte do que pensava e sentia… talvez esse fosse meu erro… ela sempre soube, mas não foi em mim que acreditou no final.

    Depois de alguns copos de cerveja logo fiquei bêbada porque sou dessas, graças a Deus não sou resistente e realmente gosto de não ser, porque detesto o gosto do álcool, detesto mesmo, e assim pago sempre pouco, mas detesto tanto que naquela noite bebi sim, só que houve um momento em que meu paladar implorava por algo mais saboroso e com isso pedi uma coca zero… zero pela neurose em me manter magra, pois graças a isso acabei criando gosto por essa bebida, já que perdi vinte quilos bebendo refri zero como se fosse água.

    – Ué, mas já? – Cíntia me zoou por causa da coca.

    – Não é uma questão de ... – Eu ri brincando. – é que eu detesto o gosto da cerveja, não entendo como vocês conseguem beber esse negócio. –  Riu.

    Por fim rimos… zoamos… brincamos… falamos muita merda e sacanagem, mas também foi a noite em que, senão me engano, foi a segunda vez que dormi na casa de Cíntia, mesmo Lucas me oferecendo carona e dizendo que morava próximo a mim.

    Não sou besta, não nasci ontem e entendo muito bem dos olhares de um homem e não, eu não estava afim, por mais que ele fosse realmente interessante e bonito, não me sentia aberta a conhecer ou ficar com alguém, principalmente sendo virgem e ele um homem grande. Lembro que fiz questão de dizer em sua frente que sou bissexual e senti em sua reação que aquela informação não foi bem recebida, não de uma forma preconceituosa, eu acho, posso estar errada, mas foi como se lhe jogasse um balde de água fria… sei lá.

    Aquela noite foi da mesma forma que na da outra vez, deitei no meu canto, no chão, Cíntia deitou em sua cama de solteiro, isso já sendo quase pela manhã e apenas uma coisa foi marcante entre tudo o que aconteceu... Nanda me mandou uma mensagem, não tenho certeza do momento, se à noite ou no dia seguinte, dizendo:

    – Ana, posso te perguntar uma coisa?

    – Claro. – Respondi tranquilamente.

    – Tá acontecendo algo entre você e o Lucas?

    – Não, por quê? –  Ri me lembrando da forma com que o mesmo estava me tratando e da forma que estava me olhando.

    – Porque ele estava nitidamente dando em cima de você e eu só queria saber porque a gente já ficou, mas não conta pra ninguém não, era só curiosidade minha mesmo.

    – Sem problema, pode perguntar o que você quiser e fica tranquila que não conto pra ninguém não. – Respondi sem me prender muito ao contexto.

    Talvez uma outra pessoa em meu lugar teria uma reação diferente, daquelas que reclamam de uma suposta intromissão em suas vidas particulares, mas eu não era assim, na verdade não sou, sempre tento compreender as razões do outro antes de realmente julgá-los porque sempre penso que um dia posso estar do outro lado fazendo uma pergunta que talvez não devesse fazer.

    Sobre Nanda, bem, eu ainda não sabia a grande importância que aquela minha estrangeira favorita, como costumo brincar, teria em minha vida, mas a partir dali nossa relação começou a fluir, isso após meses de distância e quase nenhuma interação… graças a Deus por isso… por falar em Deus, naquela semana fui à Igreja… enfim.

    02

    Dois Mundos

    Quando comecei este livro, pensei que ele apenas falaria sobre meu relacionamento com Alice, mas a cada capítulo, ou a cada estudo, percebo que vai muito além, percebo também o quanto estou me enxergando melhor agora que já se passaram muitos meses do fim dessa história… sim… ela teve um fim… até agora pelo menos.

    Eu era muito ingênua, muito imatura, não que nossa, como estou melhor… mentira, to muito melhor sim, – Riu. – mas nada se compara ao como já fui, ou ao como já estive, mesmo que sendo por causa de um acúmulo de coisas e é isso o que também estou vendo através dessa escrita, estou enxergando tudo que me fez me sentir como me senti… como sempre digo, Alice teve sim seus erros, mas também tive os meus e realmente não sei como ela me suportou por tanto tempo.

    Nessa parte da história irei apresentar conversas mais reais, pois guardei todas as que vieram a partir de um certo momento, mas isso ainda é algo que está por vir, apenas imagino que talvez você mude de opinião, assim como me sinto influenciada a mudar, só que o problema era o como eu estava devido a ter guardado e negado tudo que sentia por tanto tempo, era isso que me impedia de fazer um julgamento mais limpo… eu acho.

    Naquela semana fui à Igreja, havia um buraco imenso dentro do meu peito, não sabia o que fazer, como contei, estaria desempregada em poucos dias, minha vida amorosa estava essa bagunça que estou lhes contando, todas as minhas certezas estavam se esvaindo parecendo areia deslizando por entre os meus dedos, então fui, na segunda quarta-feira sem aula daquelas férias.

    Coração apertado, um certo constrangimento de entrar naquele templo onde vivi mais de dez anos com responsabilidades em que pessoas me chamavam de senhora... sim… eu não era mais uma no meio da multidão, eu fazia a diferença, pessoas me respeitavam, diziam querer ser como eu, embora nunca tenha me considerado tão boa assim… acho que esse espírito um tanto quanto humilde me influenciou muito nessa história toda, pois tinha uma mania chata de sempre me desculpar por tudo, como se todos os problemas do mundo fossem culpa minha, sempre me jogando pra baixo com o objetivo de manter minha humildade… enfim.

    Não me lembro da pregação, me lembro de como me sentia angustiada e triste, me lembro de como foi reconfortante estar ali, mesmo que não pudesse dizer em oração que a partir dali faria tudo diferente, que seria uma nova criatura e que não pecaria mais… como isso doía em mim… não que não doa agora, mas tudo era tão recente e devastador… já faziam mais de quatro anos que estava tentando voltar a ser como deveria ser e nem me refiro a sexualidade, mas não conseguia, parecia que algo havia se quebrado dentro de mim e nada que fizesse conseguia juntar os pedaços… juntar os meus cacos.

    Sei que pensei em Alice, pensei nessa história toda, afinal pensar nisso já era algo comum, estranho era quando isso não acontecia… parecia um vício e dizem que é assim os sintomas de quando nos apaixonamos de verdade, é como um vício, por isso constatei, por mais errada que ainda possa estar, que existe sim um padrão pra quando se está assim, seja pra mais, ou pra menos, mas as pessoas sempre acabam se comportando de uma forma semelhante, por isso esse papo de não preciso falar com ela todos os dias pra mim é questionável, nenhum viciado em maconha trata a maconha como se ela não fosse importante e a ideia é por aí, conforme um médico falou a respeito num vídeo longo que assisti outro dia. – Riu.

    Voltei pra casa me sentindo melhor, mas é lógico que não duraria por muito tempo já que meu vício ainda existia forte dentro de mim, mas voltei, voltei como sempre pensando em ir mais vezes, sem realmente cumprir com esse desejo, porque não importa o que se diga, estar ali, escutar a respeito de Deus, desse Deus cristão que é o único que eu realmente conheço e que é por isso que é Dele que falo, ou posso falar… sei lá… enfim, estar ali era a melhor coisa da minha vida… era.

    Quantas vezes orei, quantas vezes pedi socorro e quantas vezes realmente tive resposta, inclusive creio ter recebido algumas dentro dessa história, não lembro se já mencionei, mas certamente irei mencionar… acho que o quartinho de Sophia foi uma das respostas… não sei… não sei o que se passava na cabeça de Alice, mas havia um sentimento tão grande de que eu não queria que nossa primeira vez tivesse sido a única, queria tanto poder ter feito melhor e, por isso, de alguma forma, aquele dia parecia uma resposta, o único problema é que todas as respostas sempre eram pela ideia de por favor Deus, ao menos uma última vez... sempre uma última vez.

    Viver entre a fé e o que se quer é algo que não desejo a ninguém, as vezes

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