240 Horas
De Mara Bainy
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240 Horas - Mara Bainy
240 horas
Mara Bainy
2020
Agradecimentos
Agradeço à todos que um dia cruzaram meus caminhos. Agradeço aqueles que me quiseram bem, vocês são minha fonte de luz e amor, são minha inspiração. Mas agradeço aqueles que me quiseram mal também, vocês são minha fonte de aprendizado… com vocês eu aprendi como não ser e nem agir… tenham certeza disso!
Imagem da capa extraída da internet.
Às mulheres que se despertaram.
Em plena pandemia de 2020, eu fiz uma jornada xamânica. Estavámos em um ano totalmente avesso ao que a humanidade caminhava. Foi um ano difícil quando nos referimos ao comportamento predatório humano. Por outro lado, foi um ano que envolveu muito autoconhecimento para aqueles que, de uma maneira ou de outra, queriam voltar às suas origens. Eu fazia parte desta pequena parcela da humanidade. Então resolvi fazer a tal da jornada xamânica. Caminhei por 190 km ao lado de pessoas incríveis. Eu ri muito, comi muito, caminhei muito, cansei muito… quando se faz uma jornada xamânica por 190 km, tem-se certeza de que o pronome indefinido muito
estará constantemente em nossos relatos.
Eu já havia caminhado por esses mesmos 190 km. A diferença entre as duas edições que participei foi que, na primeira vez, caminhei para me libertar. Libertar de tudo aquilo que me prendia, dos dogmas que não eram meus, do medo, enfim, eu caminhei 190 km para minha libertação. Na segunda edição, a qual chamo de jornada xamânica, continuei me libertando, mas o ponto principal foi a revelação… Sim, minha jornada xamânica foi reveladora!
Tive muitas revelações (viu… muito
presente novamente na frase)… no entanto, além das revelações me senti transportada para um outro acontecimento também. As revelações faziam parte do meu consciente ao longo dos passos que dava durante o dia. O
sonho… o mesmo sonho, fez parte do meu insconsciente à noite enquanto eu dormia. Eu tive o mesmo sonho todas as noites. Um sonho muito nítido e muito intenso. Quando acordava na aurora da manhã não sabia dizer se sonhei a noite inteira ou se foram apenas minutos, na minha mente eu via apenas o mesmo sonho.
E foi exatamente este sonho que resolvi escrever neste conto. Claro que tive que elaborar todo um contexto para ambientar o envolvimento das personagens, inclusive inventei seus nomes. No entanto, inseri meu Eu para descrever Helena (a mulher do sonho também possuía traços nórdicos), já Alex eu descrevi as características físicas e intelectuais integralmente; assim como, os encontros como os seres da luz, a água da piscina, enfim tudo quase que exatamente como me lembro no sonho.
A razão pela qual resolvi colocar esse sonho num conto se dá pelo fato de que:
Quem me garante que eu realmente não presenciei a mudança vibracional no nosso plano de existência através das vivências de Alex e Helena?
Não vou negar que romantizei o conto para torná-lo agradável a uma leitura, mas me pergunto novamente: Será que enquanto eu sonhava com as vivências do casal sagrado, a Deusa não estava me enviando os sinais do que realmente ocorreu no planeta Terra (Grande Mãe Terra) no ano de 2020?
- Será que em algum canto da Terra os seres de luz dos outros planos de existência agiram para conservação de nosso planeta ou para conscientização da humanidade?
E assim, após três dias de escrita, 240 horas surgiu. O aprendizado que tive com ele será eterno e irá continuar transpondo as barreiras entre meus próprios planos de existência.
by Me
Dias atuais
… o que é o hoje senão o aprendizado do passado e as projeções do futuro?...
Alex estava radiante sentado na plateia esperando pelo recital de sua filha. Aquela noite era o encerramento da primeira etapa escolar de sua filhinha, uma menina linda que tinha os olhos azuis de seu pai e o sorriso meigo de sua mãe. A menina que ele amava mais que tudo neste mundo tinha seis anos, era esperta e curiosa, aprendera a identificar as letras e a ler pequenas palavras ainda em casa antes mesmo de ir para o jardim infantil. Alex estava tão orgulhoso que o mundo lá fora poderia parar para ele ficar admirando sua filha enquanto ela se apresentava. Ele queria protegê-la, colocá-la numa redoma. Aquela menininha era sua razão de viver, e ele não queria que nada de mal lhe acontecesse. A mulher de Alex teve um parto difícil e as complicações decorrentes dele a deixara estéril, por isso, a criança era tão amada. Alex e sua esposa sabiam que aquela garotinha esperta seria o legado deles na Terra, ou, na nossa Grande Mãe, como a esposa de Alex também chamava o planeta.
A luzes se apagaram e a plateia silenciou na espera do pequeno recital que as professoras preparam com tanto carinho e que as crianças iriam apresentar para seus papais e mamães. O teatro era da escola que a filha de Alex estudara nos últimos dois anos. Era um teatro simples, as cadeiras não eram confortáveis e o palco ficava uma elevação com a altura de dois degraus e feito em madeira. Neste mesmo palco, Alex se apresentara a seus pais anos antes. Ele fazia questão de criar a filha em sua cidade natal, mesmo que sua esposa fosse de outra nacionalidade. Alex e sua esposa estavam ali, sentados e ansiosos para a verem galgar mais uma fase de vida. Quando as cortinas se abriram, a luz iluminou sua garotinha, os olhos de Alex brilharam da mesma maneira que brilharam seis anos antes quando sua menininha nasceu, brilharam com tanta intensidade que o azul de seus olhos se transformou na cor mais pura de toda paleta de cores do universo. Lá estava a filha amada de Alex sentadinha numa miniatura de piano. Ela se levantou, fez reverência para a plateia, sentou-se novamente e iniciou seu toque no piano, com seus dedinhos rápidos e ágeis ela tocou uma música comum a todas as crianças daquela idade. Alex sentia orgulho até dos pequenos errinhos de notas musicais que a filha cometia: Quisera que todas as crianças do planeta fossem amadas da mesma maneira como amo minha filha
Pensou ele. Eu sempre estarei ao seu lado te apoiando, minha pequena Prata da Lua
jeito carinhoso com que Alex chamava a filha.
Dez anos antes, Alex sofreu uma profunda transformação em seu ser, ele se tornou um homem em harmonia com seu sagrado masculino. No confinamento em Addis Ababa, ele fora cuidadosamente preparado para ser o pai daquela menininha que encantava a plateia. Somente a união do feminino com o masculino poderia gerar a tríade sagrada, e foi exatamente o que aconteceu no confinamento em Addis Ababa. Nem naqueles dias passados e nem até os breves momentos antes da apresentação de sua filha, Alex não se dera conta de qual era sua verdadeira missão. Até então ele acreditava ser algum tipo de participação em alguma mudança de consciência global.
Algo mudou em Alex no meio da apresentação da filha, ele viu os mesmos raios dourados que vira dez antes inundar todo o teatro. Ao olhar para sua garotinha, ele viu os raios prateados incidirem sobre ela a ponto de seus pequeninos olhos azuis brilharem como duas bolinhas anis. Alex olhou para todos os lados rapidamente, e nitidamente nenhuma
daquelas pessoas sentadas na plateia, nem mesmo sua esposa, vira a mesma incidência luminosa. Foi neste momento que Alex teve plena percepção daquilo que lhe ocorrera nos seis dias de confinamento em Addis Ababa, somente agora ele teve consciência de que sua verdadeira missão era sua amada filha, ela era a expressão da tríade sagrada.
Num futuro próximo, aquela menininha iria crescer como uma mulher bela e decidida. Ela se tornaria uma líder forte, respeitada e amada ao