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Apologética Cristã
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E-book231 páginas3 horas

Apologética Cristã

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Sobre este e-book

Apologética Cristã é um dos muitos escritos que Van Til desenvolveu para seus cursos ao longo de vários anos. Foi o texto básico para seu curso de introdução à apologética.

A originalidade de Van Til consiste nisto: que ele procurou desenvolver uma apologética centrada em Deus, sem transigir, mas sem cortar a comunicação com os incrédulos ou recuar para um tribalismo cristão.

O objetivo de Van Til era mostrar que a cosmovisão cristã é a única racional e objetivamente válida. Sem ela, nada faz sentido. Além disso, como tudo no mundo fala de Deus como Criador, o apologista cristão pode iniciar uma discussão virtualmente de qualquer ponto da experiência humana e demonstrar como ela expressa a verdade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de set. de 2022
ISBN9786559890859
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    Apologética Cristã - Cornelius Van Til

    Apologética Cristã © 2010 Editora Cultura Cristã. Título original Christian Apologetics – 2ª edição. Org. William Edgar © 1976, 2003 Cornelius Van Til. Introdução © 2003 William Edgar. Traduzido e publicado com permissão da P&R Publishing, 1102 Marble Road, Phillipsburg, New Jersey, 08865, USA. Todos os direitos são reservados.

    1ª edição – 2010

    V282a      Van Til, Cornelius

    Apologética cristã / Cornelius Van Til; tradução de Davi Charles Gomes. _São Paulo: Cultura Cristã, 2010

    Tradução Christian Apologetics

    Recurso eletrônico (ePub)

    ISBN 978-65-5989-085-9

    1. Apologética 2. Teologia I. Título

    CDD 239


    EDITORA CULTURA CRISTÃ

    Rua Miguel Teles Júnior, 394 – Cambuci

    01540-040 – São Paulo – SP – Brasil

    Fone (11) 3207-7099 – Whatsapp (11) 97133-5653

    www.editoraculturacrista.com.br – [email protected]

    0800-0141963

    Superintendente: Clodoaldo Waldemar Furlan

    Editor: Cláudio Antônio Batista Marra

    Sumário

    Introdução

    1. O sistema da verdade cristã

    2. A filosofia cristã de vida

    3. O ponto de contato

    4. O problema do método

    5. Autoridade e razão

    Introdução

    Por William Edgar

    Defender a fé... para alguns essa ideia é repugnante. Ela soa para eles como uma defensiva, na melhor das hipóteses, ou coerção, na pior delas. Não deveríamos deixar que Deus se defendesse sem a nossa ajuda? Não parece uma ideia tão absurda como a de defender um tigre enjaulado? Por que não soltá-lo, simplesmente? Em um nível mais sério, para alguns, há razões teológicas que tornam a apologética supérflua ou mesmo contraproducente. Karl Barth (1886-1968) acreditava que a apologética se interpõe à Palavra de Deus descida do céu. Segundo ele, a revelação cria sua própria capacidade de ser recebida e não depende de investigação antropológica. Além do mais, a apologética tende a reduzir a fé cristã à religião e não leva a descrença muito a sério. ¹ De modo similar, embora partindo de um ponto teologicamente diferente, Abraham Kuyper (1837-1920) afirmava que a apologética sempre falharia em atingir um bom propósito. Seu raciocínio era de que há um tal abismo entre crentes e descrentes que argumentações e polêmicas são inúteis para construir uma ponte entre eles. ²

    Há uma plausibilidade superficial nesses pontos de vista. Muito provavelmente certas apologéticas são contraproducentes. Uma boa parte da apologética popular de hoje é sem dúvida incômoda, atravancando a paisagem com evidências, provas e argumentos técnicos e, em geral, mantendo o tigre em sua jaula. No nível mais acadêmico, a apologética tende a desenvolver-se como uma preliminar para a teologia ou como um prolegômeno para o recebimento da revelação, em lugar de fluir a partir dela. Particularmente no século 19, depois de Immanuel Kant colocar uma barreira pela qual os argumentos racionais para a existência de Deus eram considerados impossíveis, os apologistas se lançaram à tarefa de encontrar maneiras de atingir o conhecimento de Deus, que não dependessem da revelação por meio da razão.

    Dentre eles destacava-se Friedrich Schleiermacher (1768-1834), argumentando que, embora Kant estivesse certo, não temos de nos fiar na razão, podemos conhecer a Deus por um sentimento de dependência. Ao longo daquelas décadas, a teologia se confundiu cada vez mais com a antropologia e a ética. Jesus Cristo era frequentemente reconstruído de acordo com a imagem de uma busca por demais humana da verdade. Ele era o grande professor de ética, o ser humano ideal, o profeta do reino de Deus, etc.

    Quando Karl Barth respondeu com seu Deus absolutamente soberano, que chega até nós por Jesus Cristo em uma experiência de crise, tornou-se natural para ele questionar a propriedade da apologética. Ele estava, sem dúvida, reagindo ao tipo de teologia centrada no homem proposta por Schleiermacher e seus seguidores. Mas o encontro com Cristo a partir de uma crise, como proposto por Barth, acaso fornecia uma base mais sólida para o conhecimento de Deus do que a teologia antropológica dos seus antecessores? Ele estava, de fato, perdendo a parte mais importante da questão. Pois quem pode saber ao certo se Cristo foi ou não encontrado?

    Mas e quanto a Abraham Kuyper, que defende uma tradição muito mais ortodoxa do que a de Barth? Por que a visão de que a crena e a descrença estão em dois campos diferentes torna inútil toda apologética? A simples antítese entre crença e descrença é suficiente para pôr em dúvida toda a empresa de defesa da fé? Naturalmente, Kuyper está atento a algo importante. É verdade que um abismo separa os dois tipos de visão de mundo, tornando impossível estabelecer um terreno neutro comum. Mas não existe outra base para entendimento, que não exija que o apologista recue de sua própria posição para se comunicar com seu amigo incrédulo? É nesse ponto que Cornelius Van Til, cujo volume apresentamos mais uma vez ao público, mostra uma terceira via, que permite o diálogo apologético sem abrir mão de qualquer antítese entre duas visões de mundo opostas.

    Cornelius Van Til (1895-1987) foi sem dúvida um dos apologistas mais originais do século 20. No tocante à disciplina, ele foi um reformador, passando boa parte de seu tempo em desafiar as escolas existentes e articular a abordagem apologética que se tornou conhecida como pressuposicionalismo. Apesar de suas raízes distantes estarem no axioma anselmiano, o entendimento pela busca da fé, no contexto mais contemporâneo, está na teologia holandesa e presbiteriana de seu horizonte imediato. Seus ossos foram preenchidos com a medula da visão reformada do mundo e da vida. Ele cresceu com ela e jamais a abandonou. Mas, como ele argumenta na cartilha Por que creio em Deus, embora seja perfeitamente verdade que ele foi alimentado por esse tipo ­particular de teísmo desde a juventude, na idade adulta ele lhe foi confirmado e reafirmado. Nesse mesmo livreto, um instrumento para evangelização digno de seu autor, Van Til sucintamente estabelece toda a sua filosofia em termos simples, mas profundos: Hoje, de fato, estou convencido de que toda a história e a civilização seriam ininteligíveis para mim, não fosse pela minha crença em Deus. Isso é tão verdade, que me proponho a argumentar que se Deus não estiver na base de tudo, não se pode encontrar sentido em nada.³

    Dito desta forma, parece não haver nada de particularmente original em seu ponto de vista. Um olhar mais atento revela, no entanto, que uma coisa é a pretenção de começar com Deus, outra coisa é colcoar essa pretenção de a serviço de forma completa e consistente. A originalidade de Van Til consiste nisto: que ele procurou desenvolver uma apologética centrada em Deus, sem transigir, mas sem cortar a comunicação com os incrédulos ou recuar para um tribalismo cristão. Na verdade, ele era tão abertamente teísta que foi muitas vezes acusado de fideísmo. Este termo refere-se a uma visão que resulta de um salto de fé, sem necessidade de se justificar com razões ou provas. Seus críticos acreditavam que ele não poderia discutir racionalmente em favor da fé cristã, mas foi forçado a uma competição vociferante com os infiéis.⁴ Essa compreensão de Van Til pode ter uma plausibilidade superficial, mas sob investigação revela-se claramente falsa. Na verdade, o objetivo de Van Til como pressuposicionalista era mostrar que a cosmovisão cristã é a única racional e objetivamente válida. Sem ela, nada faz sentido. Na verdade, ele sustentava que há todo tipo de provas convincentes para a validade da posição cristã. Além disso, como tudo no mundo fala de Deus como Criador, o apologista cristão pode iniciar uma discussão virtualmente de qualquer ponto da experiência humana e demonstrar como ela expressa a verdade.

    O que ele não afirmava é que os argumentos apologéticos, por si só pudessem conduzir alguém do ceticismo à fé. Não só nosso raciocínio é muitas vezes falho, porque é egoísta e pecaminoso (os efeitos noéticos do pecado), mas se Deus é transcendente, nenhum argumento poderia esperar comprovar isso, se, em princípio, não partisse de sua autoridade e poder irresistível. Por essa razão, Van Til tinha fortes reservas quanto às provas clássicas (os argumentos teístas) para a existência de Deus.⁵ Baseado na teologia natural, elas pretendem demonstrar a necessidade da existência de Deus sem o concurso da razão humana ou a partir da mera observação do mundo, sem a necessidade de revelação. Para Van Til, no entanto, não poderia nunca haver argumentos isolados e evidentes por si mesmos ou fatos irracionais, porque tudo faz parte de uma estrutura [maior]. É por essa razão que ele denomina sua abordagem de método indireto. Uma pessoa não pode ir diretamente aos fatos, como se fossem autoevidentes. Primeiro, é preciso reconhecer seu fundamento e seguir a partir dele. A apologética pressuposicional exige que se reconheça que todas as ideias e argumentos partem de um arranjo básico, uma estrutura na quela eles fazem sentido. Essa estrutura, quando não está em conformidade com a verdade bíblica, está sujeita a contestação. Para usar um dos seus desenhos exemplos preferidos, os incrédulos veem seu mundo através de óculos cor-de-rosa. Todos veem através de uma lente. Não pode haver neutralidade, pois tudo em nossa consciência resulta de algum tipo de pressuposição. Os apologistas cristãos deveriam pedir aos seus amigos incrédulos para tirar esses óculos e ver as coisas como elas são no mundo de Deus. Van Til crê firmemente em fatos, provas, evidências, mas não isolados de um universo de discurso em que fazem sentido. Ele vai mais longe ao dizer, no livro que ora apresentamos: É, portanto, uma espécie de contradição falar de apresentar alguns fatos para os homens, a menos os apresentemos como partes deste sistema [cristão]. A própria realidade de qualquer fato individual da história é precisamente o que é porque Deus é o que ele é.⁶ Trata-se de um raciocínio circular? De certa forma, sim. Mas não se trata de um círculo vicioso que diz: É verdade porque é verdade. Pelo contrário, é um conjunto de realidades complementares: O ponto de partida, o método e a conclusão estão sempre implicados um no outro.⁷ Poderia ser diferente, se Deus é Deus?

    Diante dessa antítese, é possível, afinal, construir uma ponte para chegar ao incrédulo? Para usar uma linguagem mais teológica, que ponto de contato poderia haver? Como podemos concordar em algum ponto, ou ainda manter uma conversa inteligível com o descrente, uma vez que nossas estruturas são diametralmente opostas? Nesse ponto, Van Til faz uma de suas contribuições mais importantes, que explica porque ele se opunha tão veementemente a Karl Barth, bem como ao catolicismo romano clássico. Graças à nossa constituição como imagem e semelhança de Deus, bem como à revelação natural que nos rodeia, temos uma consciência de Deus. Não chegamos a ela passando por uma longa viagem ou uma seqüência ­lógica. Conhecemos a Deus por causa de quem somos como seres humanos. Mesmo em um mundo caído, em que processamos o conhecimento de Deus para nossos próprios fins, não podemos deixar de conhecê-lo pelo que ele é. [...] o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou, Paulo nos diz em Romanos 1.19. E ele continua, dizendo que seus atributos divinos claramente se reconhecem [...] Tais homens são, por isso, indesculpáveis (1.20). O problema é que apesar de conhecermos a Deus, nós não o honramos.

    A esse conhecimento de Deus em virtude da estrutura da criação têm sido dados vários nomes ao longo da história da teologia. João Calvino o chamou de semente da religião que Deus semeou em todos os homens.⁸ Ou, igualmente, ele observa que temos dentro de nós uma oficina agraciada com incontáveis obras de Deus e, ao mesmo tempo, um armazém repleto de riquezas inestimáveis.⁹ Para Van Til, isso significa que temos um ponto imediato de contato com os incrédulos. No fundo de sua mente todo homem sabe que é uma criatura de Deus e é responsável perante Deus.¹⁰ E isso significa que podemos apelar para um verdadeiro conhecimento de Deus, no interior de cada um, sem ceder a um terreno neutro comum.

    E quanto a um método efetivo de apologética? Como Van Til sugere que realizemos um diálogo real com o descrente? Embora ele não tenha desenvolvido um grande número de aplicações práticas, ele de fato apresenta um método, ou melhor, uma abordagem. Pois, no fundo, não se trata de uma demonstração da fé cristã em dez passos, tampouco uma série de evidências lançadas sobre o descrente até este ser obrigado a uma conversão. O cerne da abordagem apologética de Van Til possui duas características. Não se trata de etapas seqüenciais, mas de ações complementares. Primeiro, o apologista deve dominar o terreno do incrédulo para argumentar e mostrar-lhe que suas reivindicações não podem ser bem-sucedidas. Isso não significa ceder terreno, mas, sim, uma paciente exploração, como se uma forma particular de incredulidade fosse real, a fim de demonstrar como é, na verdade, impossível. Com confiança, o apologista vai saber que não há base suficiente para dar significado e valor (ou predicação, como Van Til gostava de dizer), ao ponto de vista de seu amigo. Gentilmente, mas com firmeza, ele vai tirar a máscara de ferro, ou retirar o telhado da casa da incredulidade, para demonstrar que, sem o Senhor, estamos no escuro. Por exemplo, alguém poderia alegar ser um irracionalista, sem necessidade de autoridade. Mas, então, o apologista teria de salientar que o irracionalismo não se sustenta sem alguma base racional.

    Em segundo lugar, o apologista deve convidar o incrédulo a penetrar o terreno cristão, para argumentar, e mostrar-lhe como o significado e o valor são estabelecidos pela cosmovisão bíblica. Isso é o equivalente a dizer, com o salmista: Provai, e vede como o Senhor é bom. De muitas maneiras, isso equivale a pregar o evenagelho. Aqui, deve-se ressaltar que Van Til não apenas não se vergonhava de usar as evidências, como seu sistema exigia isso. Mas as evidências não estão isoladas do contexto a que pertencem. Além disso, não existem listas específicas de evidências mais convincentes do que outras, como, por exemplo, o túmulo vazio ou os manuscritos do Novo Testamento. De acordo com a abordagem de Van Til, tudo se torna evidência para a cosmovisão cristã, uma vez que tudo na criação proclama a obra de Deus. Mesmo nosso autoconhecimento está enraizado no conhecimento de Deus.

    Essa dupla abordagem é simples e distante dos diferentes métodos contemporâneos. Assemelha-se mais a sabedoria do que a demonstração. A abordagem é chamada pressuposicional porque procura ir além da superfície e desnudar as pré-condições do ponto de vista do outro. Isso decididamente não é uma negação do uso de evidências. Tudo proclama a verdade de Deus. Só não existem fatos irracionais, ou dados lançados no vazio. Pressuposição e evidências constituem juntas um argumento poderoso de evangelização para a verdade da revelação de Deus.

    Uma questão interessante poderia ser levantada aqui. A artenção dada por Van Til aos compromissos fundamentais faz dele um simpatizante do pós-modernismo, como afirmam alguns? Novamente, pode haver uma plausibilidade superficial nessa comparação. Sua atenção às estruturas interpretativas e os óculos cor-de-rosa parecem justificar a comparação. O pós-modernismo é notoriamente difícil de definir. Para simplificar, poderíamos dizer que o pós-moderno é um requisito, não apenas um conjunto de ideias. Como tal, ele se coloca contra a maneira moderna de fazer as coisas. Grosseiramente falando, a modernidade, que teve seu reconhecimento na época do Iluminismo do século 18, é um modo de pensar e fazer que favorece o novo en detrimento do velho. Coisas novas (o advérbio modo significa agora, portanto, modernidade) incluem um compromisso com a suficiência da razão humana, em oposição à revelação divina, a crença no progresso da história humana ao longo dos séculos, e da importância singular do self e da autoconsciência. Há também uma dimensão social na modernidade, que inclui o direito de auto-governo, o surgimento do estado administrativo, uma economia de mercado, o desenvolvimento da ciência moderna e da tecnologia, e o aumento da velocidade dos transporte e das comunicações.

    Em contrapartida, o pós-moderno rejeita esse mundo racional e é suspeito de metanarrativas. Ou seja, toda a história do mundo que pretende ser abrangente, como a filosofia de Kant, o marxismo, a psicologia freudiana, o teísmo cristão, etc., é por definição inverossímil. Segundo os defensores do pós-moderno, essas visões de mundo levarão inevitavelmente à opressão e à discriminação, porque elas não admitem a diversidade. É mais honesto contentar-se com ser subjetivo, ter fé, pois todo mundo a tem, contanto que não se perturbe a fé de ninguém. Em algumas das formas mais extremas do pós-modernismo, como a desconstrução, a linguagem não tem nenhuma ligação válida com a realidade.

    O que se pode colocar no lugar do moderno? As respostas dos pós-modernos a essa questão variam. Alguns diriam que substituimos o moderno por uma aceitação lúdica de estilos e formas, sem nunca exigir que sejam verdadeiros. Tudo o que se pode esperar é ironia, paródia e terapia. Não há significado fixo e nenhuma correspondência entre a linguagem e o mundo exterior. Outros diriam que cada pessoa tem o direito de ser diferente. Nenhuma filosofia, nenhuma moralidade é a correta. No entanto, devemos aprender a respeitar a visão do outro, sem julgá-los certos ou errados. Na pior das hipóteses, o ponto de vista de alguém pode ser insensível ou mesmo ofensivo, mas não errado. Thomas Kuhn via a história da ciência como uma série de mudanças de paradigma, e não um avanço em direção a uma compreensão verdadeiramente objetiva do mundo. Ele estava interessado na forma como um modelo mais antigo, por exemplo, a astronomia ptolomaica, centrada na terra, finalmente deu lugar a um modelo mais novo, a astronomia copernicana, centrada no sol. Isso não se deu fundamentalmente por meio da observação, mas por uma preferência pela simplicidade e por um paradigma que fizesse jus à elegância de círculos concêntricos.

    Sem questionar se esses dois grandes esquemas, o moderno e o pós-moderno, têm algum mérito como interpretações da história das ideias, devemos notar que a mudança para o pós-moderno possui aspectos salutares. Os fatos ocorrem dentro

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