Estesias Poéticas
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Estesias Poéticas - Alberto Dos Anjos Costa
Prefácio
MUITOS SÃO OS AUTORES de nossa época que se sentem diretamente ligados e incomodados com todas as atribulações sócio-políticas brasileiras. Mas, poucos, assim como Alberto dos Anjos Costa, expressam de modo original seus versos em protesto na forma da arte escrita mais aceita no mundo: a poesia. Versos como: Brasilidade, permitem ao leitor a oportunidade única de entender como uma escrita perfeita pode discutir elementos tão tristes de um modo positivo e esperançoso.
Que Brasil é este?
de políticos tão honestos,
de justiça sem recessos,
de cultura abastada,
de escolas modernizadas!
. . .
Que Brasil é este?
de crianças não exploradas,
sem obras públicas superfaturadas,
de violências em extinção,
de brasilidade em exaltação!
[Brasilidade, p. 183]
Esta mais nova obra poética, a quarta de Alberto dos Anjos Costa, foi escrita com esmero tão grande, que, assim por dizer, é a menina-dos-olhos do autor. Nela podemos encontrar: O que somos afinal! Clímax; Conceitos; Insopitável Universo, e outras premiadas em Concursos Literários. Sua arte poética, nos faz apaixonar pela vida do jeito que somos e como poderíamos ser:
Somos estrelas,
nascendo e morrendo,
vontades guerreiras,
que o tempo vai vencendo.
Somos o começo,
meio e fim,
meteoros passageiros,
cintilando o jardim.
[Corpúsculos, p. 284]
Não à toa, Alberto dos Anjos Costa é um dos autores mais lidos e reconhecidos em nossa amada terra. O Brasil de hoje não é o país que queremos, faltam políticos honestos, Justiça justa, cultura culta, escolas que cumpram os princípios básicos de uma Paideia, contudo, o autor através de sua arte nos faz amar este país que é o nosso lar, porque no horizonte daquilo que não podemos ver, existe um poder maior e misterioso que não nos deixa padecer no sofrimento:
Para cada cena que passava, percebi que
eram deixados dois pares de pegadas na
areia: um era o meu e o outro era do Senhor.
. . .
"Senhor, tu me disseste que uma vez que
eu resolvera te seguir, tu andarias sempre
comigo, todo o caminho. Notei que durante
as maiores atribulações do meu viver
havia na areia dos caminhos da vida apenas
um par de pegadas. Não compreendo porque
nas horas em que mais necessitava de ti, tu
me deixaste".
O Senhor respondeu-me:
"Meu precioso filho, Eu te amo e jamais te
deixaria nas horas de tua prova e teu sofrimento.
Quando viste na areia apenas um
par de pegadas, aí foi o momento em que
te carreguei nos braços".
[Pegadas de Fé, p. 120]
Estesias Poéticas não é somente um livro, é uma extensão da vida. Seus sentidos trazem locuções e frases que designam companhia para todos os momentos, pois quem sabe viver sabe ler uma bela obra.
Sidhney Boreas*
* Sidhney Boreas é autor, editor e designer gráfico. Como pesquisador trabalha com foco na educação mimético-poética e nos estudos sobre o Realismos e Investigações sobre o Insólito. Formado em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe, é autor dos livros: À Beira do Além, e de: Ensinando a Filosofar com Bertrand Russell. Como editor já publicou vários autores em todo o país e todos os livros de Alberto dos Anjos Costa.
Nota do Autor
ESTESIAS POÉTICAS É DEVERAS um abnegado trabalho poético; voluntarioso e de fiel espirituosidade, que se propõe a fomentar em suas poéticas mensagens de estrofes em rima, questionamentos reflexivos e introspectivos para o público leitor, em relação à vida em sua plenitude, vertentes e idiossincrasias. Com várias de suas poesias premiadas em Concursos Literários, a mostrar ínclita e prolífica sensibilidade do autor, em que se edifica o autêntico pelas cálidas notas, em versos, estrofes e poesias. Essas premiações trouxeram imensurável júbilo, pela ressonância positiva, através da valorização e reconhecimento público do lídimo sentimento poético do autor! Em seu âmago, Estesias Poéticas tem por escopo, ensejar ao leitor a sapiente percepção de que o viver sempre será uma eterna aventura, sedimentada de alegrias, decepções, vitórias e perdas, e que mesmo com todas as adversidades, obstáculos e revezes em nosso viver, que parecem intransponíveis e insolúveis, na verdade a solução está dentro de nós, em nossa mente, em nosso coração, pois nossa passagem existencial, feita de odisseias de lágrimas e sorrisos, pelas escolhas que fazemos, é tão curta que não devemos desperdiçar o tempo para tentarmos encontrar a felicidade, que em muitas vezes está tão perto de nós, resplandecida pelo controle, equilíbrio e sabedoria, e adornada pela harmonização do corpo, mente e espírito. Devemos semear em nossa alma a estesia que encanta pelos seus eflúvios munificentes, e inspira alento e vontades positivas, através da perseverança e resiliência. E aí encontra-se a ocasião para o aprendizado que trará a evolução para aqueles que terão a paciência em virtude para abraçá-la em sucesso! O autor Alberto dos Anjos Costa, de forma livre, despido de grilhões formais e desatado de rigores métricos, expressa seus pensamentos poéticos, com plena autenticidade e fecunda eloquência; canta em seus versos de forma visceral, a vida, sem a pretensão de utilizar de pedantismo, mas enfocando em seus polêmicos temas, a sinceridade de seus sentimentos e criar em suas poesias a aura da sensibilidade, percepção e empatia. Estesias! Uma palavra que expressa, objetivamente, o ideal deste novo livro. Capacidade de perceber sensações, sentimentos, que procurei compor no livro "Estesias Poéticas", através de suas estrofes alvissareiras. Este trabalho poético, oferta aos prezados leitores uma mensagem de lenitivo diante de tantas aflições que acontecem neste nosso mundo, tão aviltado e hostilizado. Seus versos têm o afã de espargir a aura de lirismo e ensejar profícua observação sobre situações vividas no cotidiano desta efêmera passagem. Descreve com sensibilidade em suas estrofes, as inconstâncias, desacertos, desventuras e contradições humanas. Mas procura criar dentro de nós, motivação, paciência, compreensão, tolerância e fé; pois, estamos tendo a chance neste périplo de aventuras, de suplantar dentro de nós, os nossos inerentes medos, nossas frustrações, nossas neuroses e angústias, que fazem parte de nossa essência e do mistério que envolve o destino de nossa existência. Em sua substância, Estesias Poéticas, tem por escopo ensejar ao leitor, que o viver, sempre será um eterno expor de riscos e ousadias, sedimentada de alegrias, decepções, vitórias e perdas; e que mesmo com todas as adversidades, obstáculos e reveses em nosso viver, que parecem intransponíveis e insolúveis, na verdade a solução está dentro de nós, no nosso eu interior, em nossa mente subconsciente; em nosso ígneo coração. Em nossa seara devemos semear em nossa alma a estesia que encanta e inspira alento e vontades positivas. Eu, Alberto dos Anjos Costa, não poderia deixar de agradecer o meu consagrado editor Sidhney Boreas; exímio e talentoso profissional, o qual com sua peculiar dedicação, esmero e profissionalismo, fez com que o livro "Estesias Poéticas", pudesse ser editado. Como singelo artesão de palavras que sou, procuro fixar em minhas poesias, a sinceridade em sentimento; tenho a humildade, mas também a certeza que o dileto público, com sua magnânima sensibilidade, sentirá a aura de lirismo que estão nas estrofes apresentadas. Um escritor não revela nada em sua obra, se não se revela a si mesmo; e os caros leitores poderão conhecer e avaliar o arroubo, o êxtase, a objetividade do autor em seus versos, em suas estrofes, em suas rimas, e nas fecundas mensagens poéticas revestidas de enlevo e encanto, pois, tudo o que é feito com amor, se sobressai, pela emoção que inspira. Em um presente; em um agora; em um instante, que nossa orbe sofre pela insensibilidade, pela beligerância, pelo antagonismo, pelo descaso, pela desumanidade e ganância das ações deletérias do ser humano; cantar versos, cantar a poesia, não é um simples devaneio, digressão ou fantasia, mas sim, propagar a benignidade e pureza de congraçar corações; de difundir que este nosso mundo é simplesmente fantástico e que o vicejar do amor deve se irradiar, para podermos colher a paz e a harmonia, consubstanciada no esperançar fraterno e na civilidade que devemos comungar; destituindo rancores, ódios e sentimentos estultos e mesquinhos; refreando e domesticando nossos latentes instintos destrutivos, que só fomentam a aniquilação e pulverização de nossa espécie e de nosso abençoado e açoitado planeta. A poesia não é uma simples visão quimérica, mas sim o frutificar de energias arrebatadoras, que devem suscitar sensatez, equanimidade, retidão e racionalidade; para uma vida de mansidão, de consonância, de igualdade entre os indivíduos e grupos sociais, para que haja em uma sociedade, a justiça social, tão relevante, necessária e imperiosa; mesmo que seus contíguos instintos, sejam inseguros, manipuladores e dissimulados; pois, mesmo que todo o projeto de construção do ser humano carregue paradoxalmente a semente da destruição, temos que reverter este processo anacrônico, retrógrado e impiedoso, para não destruirmos ou exterminarmos a busca da felicidade, mesmo que isto seja um sonho, uma utopia, pois, envolve a esperança de um novo amanhã. Se o homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável. Neste sentido, a poesia está conectada e convergida de forma clarividente e positiva para esta conscientização. Nossa passagem é exígua; nossa existência é curta demais; e qual o legado que deixaremos para as futuras gerações? O caos? Não seríamos justos sermos tão egoístas! A poesia é sensibilidade, perspicácia, e seu intuito é coadunar a inserção producente da profunda evolução humana, para uma contemplação de nosso espírito consciente, não olvidando o sentido da humildade em usar de sabedoria para aprendermos sempre, através dos erros que a raça humana já cometeu. Mormente, porque a vida não é como as águas do rio que passam sem descanso, nem como o sol que vai e volta sempre; a vida é uma chuva de verão, súbita e passageira que se evapora ao cair; o que é a vida senão uma vitória temporária sobre o que causa nossa morte inevitável. Estesias Poéticas
, mostra de forma direta, mas com respeito às individualidades de cada um e com fidelidade no sentir do autor, ao escrever seus versos, suas estrofes, suas histórias; que a poesia é a comunhão sem hipocrisias, sem demagogias, sem sofismas, sem fingimentos, sem disfarces; é a materialização daquilo que a humanidade necessita em seu íntimo, em suas ações, em seus pensamentos, que é o reluzir do sentimento, através da ígnea sensibilidade, que se encontra na maviosa semente do magnetizante amor; que é miraculosa, proficiente, extraordinária e nitente; e esta auspiciosa semente deveria ser polinizada como amálgama entre a raça humana, para uma convivência plácida, para uma transigência briosa, para uma união de respeito aos povos, com suas diferenças compreendidas, na renúncia de interesses pequenos e no entendimento que bandeiras, credos religiosos, raças, territórios, etnias e indústrias bélicas, já proporcionaram muitas guerras, muitas mortes, que só serviram para sentirmos o horror, pela capacidade da maldade em instalar-se dentro de nós; e corroborar que incomensuráveis lágrimas foram arrancadas pelas mortes de inocentes; porquanto, se continuarmos fazendo o que sempre fizemos, continuaremos sendo o que sempre fomos; nada mudará, a não ser que façamos mudar! E aí encontra-se a ocasião para o aprendizado que trará a evolução para aqueles que terão a virtude para aceitá-la. Pois, se tudo fosse fácil, seria contraproducente; não daríamos o digno valor à própria vida. O autor ressalta que viver será sempre uma odisseia de grandes incertezas, e que não adianta procurar respostas; o que devemos é nos adaptar e galvanizar sinergias, neste mundo que por si só, já se mostra um maravilhoso paraíso; o qual estamos diariamente desprezando-o, e destruindo-o, com nossas pífias e tacanhas paixões insanas. E que o viver, deve ser trilhado com controle de nossas emoções; respeito às diferenças; ponderação em nossas atitudes, e sabedoria para julgarmos de forma justa e distinguirmos através da razão, o que é bom ou mal para o mundo e para nós mesmos; mas sempre enfatizando que a civilidade é relevante e a renúncia ao nosso ego é fundamental para atingirmos a evolução mental, espiritual e humana; e que devemos ancorar-nos no discernimento coerente, congruente e plausível; usufruindo o nosso livre-arbítrio para um mundo mais humano; mesmo que haja em nosso âmago, as inerentes imperfeições, as perniciosas paixões, arraigadas em nossa essência, onde se encontra os instintos selvagens, primitivos e predatórios; devemos, pois, aprender com nossos erros e nos aperfeiçoar como ser humano, pois do contrário, estaríamos propensos a consolidar no futuro a nossa própria extinção. A poesia aí está, para que possamos ter um amanhã sempre melhor e otimista; haveremos de enaltecer e desabrochar os nossos ígneos sentimentos para nos sentirmos harmoniosos, dignos e honrados, no despertar da perseverança, bondade e gratidão; semeados com o sublime amor propalado pela poesia; o qual não vê segregações, malignidades, distinções, preconceitos e discriminações; isto pode parecer uma visão utópica, porquanto, onde existe vida, existe esperança, e essa é a última que deve ser sepultada; pois, nem todos hoje terão a espetacular oportunidade de contemplar uma nova aurora, ou um novo crepúsculo, e isto já é uma vitória para mais um novo dia! Se na intenção, a semente germinar! Então valeu a pena! Ao distinto público leitor de "Estesias Poéticas", uma excelente leitura!
Alberto dos Anjos Costa
Bacharel em Direito, Jornalista e Escritor.
Milagre da Vida
No Outono, outrora vicejantes, os galhos choram o cair de suas folhas no ciclo inexorável das vicissitudes que alternam compulsoriamente entre a vida e a morte.
Contristados sentirão saudades de suas folhas que partiram, na aliança que se extingue pela necessidade da imperiosa vida, pois não mais acalentarão o acarinhar celestial, em toques divinizados pelo beijo de Deus envoltos por sons prodigiosos, vicejando uma melodia aprazível e abençoada, proporcionada por brisas e ventos que abraçavam-nos em dias e noites, fazendo com que galhos e folhas dançassem lépidos e extasiados a harmoniosa sinfonia da natureza, fazendo-os sorrir em regozijo intermitentes!
Seres em vivacidade que silentes em seu sentimento, sofrem pela dor estertorante imperceptível, o seu etéreo sentir, envolto em esplendorosa estesia, em que suas