Vizinhos
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Vizinhos - Gabriel Zanata
Vizinhos
Gabriel Zanata
Todos os personagens e contos que contem neste livro
são de autorias de Gabriel Zanata.
Quais quer semelhanças são meras coincidencias.
Introdução
Todos têm vizinhos diferentes, más quais são seus
segredos? O que eles realmente escondem dentro de suas
portas?!
Este livro traz contos de vizinhos que moram em
um prédio aparentemente normal, más somente sua
aparência, pois alguns de seus moradores não são nada
convencionais.
Aproveitem essa obra e cuidado com a pessoa que mora
no apartamento ao lado!
Dedico esse livro a todos os vizinhos irritantes,
engraçados e desconfiados!
Moro sozinho em um apartamento,
No sétimo andar, de um prédio pulguento.
( Minha Vizinha – Os Replicantes )
Vizinhos, por Gabriel Zanata
[ 12 ]
Vizinhos, por Gabriel Zanata
101
Renato era um homem simples, de gosto bem
simples, gostava de sair para ir ao Mc Donald’s comprar
um Big Mac, ouvir musicas alternativa e até em alguns
momentos fumar um baseado, más claro, sempre
colocava um pano de baixo da porta para que a fumaça
do seu cigarro não se espalhasse no corredor e chamasse
a atenção de todos os seus vizinhos. Renato tinha
somente um problema, não gostava de pessoas e de seus
modos, odiava gente, a sua maior vontade era sair por
toda a cidade matando quem aparecesse em sua frente
ainda mais se tivesse em sua opinião Um jeito idiota
.
O seu passatempo preferido era sempre ficar na
janela do seu apartamento, vendo as pessoas passar na
avenida com suas vidas agitas, claro que não ficava
apenas olhando, más também imaginava elas sendo
assaltadas ou mesmo atropeladas por algum carro que
acabara de perder o controle.
[ 13 ]
Vizinhos, por Gabriel Zanata
Porém hoje seus pensamentos estão no passado,
quando ainda era criança em sua escola:
- Renato, presta atenção – disse uma mulher alta e
loira, usava um par de óculos de lentes redondas.
- Hã, estou prestando professora – respondeu
aquele menino magro e desajeitado.
- Ele está dormindo de novo professora – disse um
garoto rechonchudo ao seu lado, careca de rosto cheio de
sardas, - Devia estar sonhando que era algum super herói
professora.
Então a classe inteira começou a rir...
- Sim, estava sonhando sim – respondeu Renato,
levantando de sua cadeira, segurando bem firme um lápis
de cor em sua mão, - Sonhava que eu enfiava este lápis
bem no meio de sua garganta gorda e suada, seu gordo
desalmado – e demonstrou um sorriso estranho.
Por um momento a classe inteira entrou em um
estado de choque, até que um choro repentino do garoto
rechonchudo ocupou todo o ambiente.
- Renato – gritou a professora loira, - Pega já as
suas coisas e vai direto para a diretoria, - a professora
[ 14 ]
Vizinhos, por Gabriel Zanata
ainda meio que sem reação foi em direção ao garoto que
estava chorando, tentando acalma-lo...
Então um barulho de batida, e uma buzina trouxe
o Renato de volta ao presente.
- Aprende a dirigir desgraça – gritou ele da janela
de seu apartamento.
Algumas pessoas que passavam na calçada logo em baixo
olharam para cima, e voltaram toda a atenção para a
batida que acabara de ocorrer.
Renato se afasta da janela, vai até a sua estante,
que tem somente CD’s de bandas alternativas, um som e
seus baseados que ele não fazia muito gosto de ficar
escondendo, sendo que ele esta dentro de seu próprio lar.
Liga o som, coloca uma musica e deita em seu sofá cama,
que em sua memória foi a melhor coisa que já fez em sua
vida, não precisa ficar andando pelo apartamento todo
para poder ir dormir, basta apenas chegar em casa, abrir
a porta e La está, sua cama sempre pronta e
desarrumada.
Acende um baseado, deita em seu sofá
e começa
a relembrar de sua adolescência na época da faculdade:
[ 15 ]
Vizinhos, por Gabriel Zanata
- Ei Renato – a voz de uma garota o chamou.
- Diga – respondeu Renato se virando e
percebendo que a pessoa quem o chamava era Rebeca,
uma linda e jovem universitária, estudava filosofia,
Fala muito
pensava ele, - Hã, oi – Disse mudando de
comportamento.
- Hoje a noite está de pé? – perguntou Rebeca
ansiosa.
- Claro, sim, por quê? – perguntou Renato olhando
atenciosamente para ela.
- Você sabe... – Então Rebeca se aproximou do
ouvido de Renato, - Por que ser virgem – então ficou com
o rosto em um tom avermelhado, por dizer tal palavra.
- Claro, por que não? Hoje será a sua noite – Disse
Renato pensando ao mesmo tempo E que noite
, - Ás
oito horas certo? – perguntou ele com um sorriso no
rosto.
- Sim, não vejo a hora de acontecer logo – sorriu
ela timidamente, - Até mais – olhou novamente para
[ 16 ]
Vizinhos, por Gabriel Zanata
Renato e saiu andando com os livros colados ao seu
corpo.
- Até mais – respondeu Renato bem baixo – Até
mais – então se virou para o lado oposto de Rebeca e saiu
assobiando uma musica alegre.
Às oito horas, os dois se encontram em um
restaurante bastante conhecido entre os jovens, todo
mundo sabia que se um casal aparecesse por ali, podia
saber que algo iria acontecer depois daquele jantar.
O garçom apareceu e serviu um vinho tinto a
pedido do Renato, porém nem tudo estava perfeito,
Rebeca não parava de falar e mexer nos talheres da
mesa, aquilo o irritava profundamente, más como ele
queria algo além de comer aquele jantar, ele conseguiu
segurar o máximo a sua raiva e a vontade de mandar um
Cala a boca
bem alto.
- Está gostando do jantar? – perguntou Renato
tentando cortar aquela ladainha.
- Claro! Tudo muito romântico – respondeu Rebeca
muito animada
[ 17 ]
Vizinhos, por Gabriel Zanata
- Você irá gostar mais tarde – disse Renato olhando
Rebeca nos olhos.
- Assim eu fico sem jeito – disse Rebeca desviando
o olhar para a taça de vinho.
- Precisa ficar não, será inesquecível – Renato
pegou a taça de vinho e tomou em um gole.
- Hã, e você pretende me levar pra qual hotel? –
perguntou Rebeca, tentando voltar o olhar para seu
acompanhante, - Só não me leve para um motel, está
bem? Tem muitos germes, não são trocados os lençóis...
– Rebeca começou a explicar.
- Será surpresa! – respondeu Renato tentando
cortar as palavras de Rebeca – Só sei que nunca mais irá
me esquecer – pegou o garfo e a faca, começou a cortar
um pedaço de carne em seu prato.
- Ok, só quero ver – disse Rebeca repetindo o
mesmo gesto de Renato.
Depois do jantar, Renato e Rebeca estão dentro do
carro, e parados em um semáforo. Rebeca falando
novamente sem parar e Renato olhando para o carro
parado ao lado do seu.
[ 18 ]
Vizinhos, por Gabriel Zanata
Já bastante irritado Renato não aguenta mais e diz
em voz alta:
- Cala a porra dessa boca – deu um soco no
volante do carro.
- Como? – perguntou Rebeca assustada.
- Você falou a noite inteira – disse Renato irritado
olhando para Rebeca – Deixa eu te mostrar uma coisa –
apontou para o carro ao lado – Está vendo aquela
mulher?
- Estou! – respondeu Rebeca tentando entender.
- Então, olha que ridículo – continuou Renato
olhando para o carro ao lado – Está com a ponta do
chiclete dentro da boca e a outra ponta sendo puxado
com os dedos.
- E o que tem? – perguntou Rebeca.
- E olha os pés dela, em cima do painel do carro –
Então começou a balançar a cabeça de forma negativa –
Olha a cara de desleixada da mulher – então deu uma
pausa e disse bem alto – Por isso que odeio pessoas –
então fechou os olhos.
- Calma, tente relaxar – Rebeca tentou acalmá-lo.
[ 19 ]
Vizinhos, por Gabriel Zanata
- Tudo bem – então olhou para Rebeca, percebeu
que estava assustada – Calma, não precisa ficar
assustada, acho que foi só o vinho – então colocou a mão
por detrás da cabeça de Rebeca.
- Estou calma, só não quero estragar a nossa noite-
se sentiu desejada, sentindo a mão de Renato em sua
cabeça, e pensou: "Agora vai aproximar o rosto junto ao
meu, e me dar um beijo".
- Não vai estragar – respondeu Renato.
Então em um gesto rápido, Renato leva a cabeça
de Rebeca ao encontro com o painel do carro, causando
um barulho alto.
Puxando a cabeça de Rebeca para trás segurando
seus cabelos segurando os cabelos, Renato percebe que
Rebeca ainda está acordada. De repente em outro gesto
rápido, porém mais forte, bate a cabeça dela novamente
no painel, causando outro barulho alto, más com um
rastro de sangue...
- Esta será a nossa noite – puxou a cabeça de
Rebeca em sua direção e lhe deu um beijo na boca.
[ 20 ]
Vizinhos, por Gabriel Zanata
Depois de um tempo desacordada, Rebeca acorda
e