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Vamos Indo
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E-book248 páginas1 hora

Vamos Indo

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Sobre este e-book

O dia a dia do autor em meio a lembranças, pensamentos percorrendo os mais variados campos e visões sobre os protestos que ocorriam no país no verão de 2014/15. Imagens, músicas, filmes, a linguagem além de verbal, multifacetada. Versículos interativos via rede social.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de jun. de 2015
Vamos Indo

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    Pré-visualização do livro

    Vamos Indo - Denis Daniel Reis

    Vamos Indo

    PREFÁCIO

    Gosto muito dos clássicos. Difícil passar por um estudioso da

    Literatura que por eles não tenha algum apreço. Ou porque

    muito os estudou, ou porque bebeu as palavras de Ítalo Calvino

    em seu primoroso ensaio, Por que ler os clássicos?, que abre

    livro homônimo. Ao se revisitar um clássico, em diferentes

    fases da vida, sempre se encontra um livro novo.

    Por conta disso, é preciso olhar com cuidado a literatura

    contemporânea, para perceber, em suas produções, o que vai e

    o que fica.

    Nesse sentido, Denis Daniel Reis foi certeiro desde a escolha

    do título de seu livro. Em VamosIndo, há certa ousadia (e, portanto, coragem) na técnicas que emprega para articular

    recursos que pedem um leitor plugado no contemporâneo. As

    múltiplas linguagens que constituem a obra (o verbal, nos

    textos e nas canções, passando por mais de um idioma; o visual

    – fixo nas fotos, e em movimento nos filmes e clips, o que

    implica uma análise de um tempo paralelo ao tempo narrativo:

    é a narrativa do clip dentro da narrativa da obra; o sonoro, que

    faz tanto de Denis personagem quanto do próprio leitor

    cidadãos do mundo, bem como o som das músicas, cujo ritmo

    modifica ou vai ao encontro do verbal em determinado

    capítulo) são a representação da própria contemporaneidade:

    todos os estímulos ao mesmo tempo, acionando todas as

    competências e habilidades do leitor.

    Assim, não vejo uma contradição ao que o mestre Calvino

    disse sobre a revisitação dos clássicos, mas um pensamento que

    pode andar lado a lado com eles. Uma obra como VamosIndo é

    prova de que o contemporâneo não é obrigatoriamente fugaz

    apenas por ser atual, numa sociedade de relações, viveres e

    olhares líquidos, na visão do sociólogo polonês Zygmunt

    Bauman. A caminhada do protagonista, seus percurso interno e

    externo, ainda que picotados (experimentemos olhar para

    dentro de nós mesmos: a velocidade do hoje faz com que

    sejamos quebra-cabeças também), não obrigatoriamente é

    datada. Continuam sendo experiências. E, como tais, em

    busca de nós mesmos.

    Adriana Tullio

    Jornalista e Bacharel e Licenciada em Letras

    Especialista em Literatura

    Amante dos Livros

    1. Prólogo

    Aqui estou! Contando o meu dia a dia, o que está se

    passando, intermediado por fatos, ideias e diálogos.

    Seria ótimo se as pessoas entendessem e rissem, acredito que

    não encontrarão muita importância e seriedade aqui. Verão

    muitos petardos na própria realidade.

    Eu estou lá embaixo, perdi o furor, estou capengando,

    usando o tempo para falar (escrever) com muitas pessoas.

    Todos têm a sua história e eu tenho as minhas.

    Inovador? Quantos livros você leu com inserções de

    diálogos de rede social?

    Meu amigo disse: Chama muita atenção. Na realidade, ele

    quis dizer: Você vai se queimar à toa

    Hoje queimado, amanhã, aclamado.

    2. O Retorno

    Em um lapso, sobrevoei, sobrevoei muitos lugares e

    acontecimentos.

    Despertado, olho ao meu redor e não é mais onde eu estava,

    naquele ambiente mágico, … O passado iluminado se

    transformou em sonho escuro, as mudanças não

    conseguiram serem escondidas.

    Despertado, vejo um quarto onde tenho passado as últimas

    semanas vivendo sem blá, blá, blá, escutando, lendo, e

    pensando muito dentro do espaço onde não tenho dormido.

    Não estou ali!

    Longos caminhos percorridos com intensidade, guardados,

    voltam em nuances entremeadas de fantasia. Nada pode

    concretizar-se exatamente como desejado, limites são

    impostos a algumas ações, mas está tudo lá, a alegria e a

    esperança. E os desejos das Poesias Perdidas.

    Eduardo, você é um gentleman, lisonjeia um gole. Tomamos

    muitas garrafas juntos. Esta acabei de abrir.

    Tem sonhado? Cria sonhos tão mirabolantes que acorda

    desconcertado como em um final de filme marcante?

    Eduardo Macedo: O que escreveu até agora, animal!.

    Talvez eu o entenda. Deseja escutar o que tenho para dizer.

    Sabe o quanto eu gosto de andar.

    Desço desanimado, tomo um suco, pego o jornal, os

    democratas estão em baixa, o EI está por aí, forte, no

    México chacinam estudantes. Deixo isso de lado e volto ao

    período.

    Vem uma Música. Vem com a carga dos anos mágicos,

    Dylan:

    Eles dizem que todo homem precisa de proteção

    Eles dizem que todo homem tem que cair

    Assim eu juro que eu vejo meu reflexo

    Em algum lugar dentro destas paredes

    Eu vejo minha luz vir brilhando

    Do oeste até o leste

    Mais dia menos dia mais dia menos dia

    Eu serei libertado

    Música

    Love Theme From Spartacus - Lateef

    https://www.youtube.com/watch?v=BhqQFs7huwU

    3. Festas

    Voltemos décadas atrás, musicadas no banho.

    Eu chamaria, A Fartura na Corte dos Yuppies;

    As noites na residência do Fred, eram as noites! As mil e

    uma noites perdidas! (Risos). Passávamos a noite toda,

    sextas e sábados, durantes muitos anos, escutando os

    melhores vinis, águas, tabas, cervas, scotch, bocas tortas,

    gargalhadas dionisíacas, romances, sexo.

    A melhor época foi aquela em que eu levava CDs. Todos

    ficavam na expectativa, porque eu gravava de umas rádios

    de NYC. Bem, pelo menos eu gostava porque ouvia o que

    queria. Mas os clássicos, independente dos novos sons,

    escutamos várias vezes, Abbey Road, Dark Side,

    Sgt.Pepper's, Abraxas, etc.

    Músicas

    Ellie's Love Theme - Isaac Hayesh

    https://www.youtube.com/watch?v=yL5QBpvpPvg"

    Can't Take My Eyes off You - Frankie Valli

    https://www.youtube.com/watch?v=vqLBh_IAIqY

    No momento do refrão, saltos em êxtase!

    Diversas personalidades, como Eduardo Macedo, Leo,

    Lorena, Stephanie, Hugo, Gustavo, Same, a Tia, Dona

    Lurdinha, Summer, Leo, Nori, Tereza, Ligiane, Emilio,

    Sthepania, e, lógico, Ra. Devo ter esquecido um grande

    número de pessoas, algumas muito importantes, todavia, do

    que vale lembrar. Estão tão distantes, é impossível voltar.

    Casamentos, falecimentos, prisão, brigas, e outros motivos

    que não sei. Desde a mudança, há alguns anos, para

    Florianópolis, perdi contanto com todos, de uma forma ou

    de outra. Página virada.

    Música

    Eve Gallagher - Last Night

    https://www.youtube.com/watch?v=3nnaqrWARtI

    4. Amiga

    Esta era Rafaela(Ra).

    Menina empertigada, de bom gosto, elegante e braba,

    muito brava...(risos). Criou um mundo particular, que eu

    conhecia bem e ajudei a moldar. Mantive oito anos de

    convivência. Ela merecia! Tinha uma beleza e traços

    cativantes. Perderia o tempo aqui, dando qualidades, além de

    linda, Era do bem!. E gostosa! Muito!

    Sua família deixou-a totalmente na mão, mas nem teve

    pânico, colocou a cara a bater e lutou em empregos nos mais

    variados lugares por aí. Até que teve que partir.

    Era meu braço direito, esquerdo, nordeste. Limitou meus

    safáris em botecos de facadas. Dizia, cantando a bola na real,

    mas eu batia a cabeça na parede, e batia, batia, batia, crimes,

    vários e sexo, de forma sórdida. O karma está por aí, tenham

    certeza. Mas, no episódio recente que vou descrever depois,

    acho que zerei. (Risos desconsolados). Como corrigir erros

    do passado? Pagando-os?

    Deixo escrito um dia você lê, ok? Papo em dia, ás vezes

    sonho contigo, ou melhor, conosco, e tenho pesadelos(risos),

    com aquela peregrinação ao Gonzaga em Santos, no último

    dia do ano. Na realidade, o pesadelo foi inesquecivelmente

    bom.

    Começo de 2005, hoje parece todo quebrado, sem utilidade,

    enferrujado, algo que foi um ponto importante de nossas

    vidas. Caso tivéssemos grana e o cérebro já tivesse tido

    alguns updates, conseguiríamos organizar aquela vida

    vendidassa (pública), estaríamos acima daquele sufoco de

    R$ 250 reais em 5 dias.

    Vamos parar um pouco, tomar um cafezinho.

    Música

    Suspicious Minds - Elvis Presley

    https://www.youtube.com/watch?v=Wb0Jmy-JYbA

    Bom, Erikaus Mor, vou falar mais um pouco dessa fase.

    A Rá é a mimadinha! Brincadeira à parte, tinha seus "gostos

    diferentes", e queria tê-los, então, antidemocraticamente,

    impunha decisões (Parar! Amém! Caindo pelos cantos...).

    Paparicada por todos, afinal, era cativante e quieta na

    maioria das vezes, não falava bosta, eu nunca estive certo

    em choque de ponto de vistas entre nós, segundo inúmeras

    testemunhas. (Risos). Na realidade, era o inverso. Mas, eu só

    quis o melhor. Talvez ela saiba o que trouxemos um ao

    outro, quero que esteja feliz, de bem com a vida!!

    (Discursinho medíocre!)

    Mas é o que desejo.

    Natal 2014

    Músicas

    Symphony No. 11 in D Major, K. 84 - Mozart

    https://www.youtube.com/watch?v=tOXl4q7nLFc

    Violin Concerto No 5 A major K 219 - Mozart

    https://www.youtube.com/watch?v=xhUJJLj_l9g

    5. Prosa

    Vamos no papo reto, deita a cabeça no meu peito.

    As crianças são do reino do sol.

    Outro amores vão se juntando. Mas esse é único, do jeito e

    na época determinados. É prosa, amor e sexo.

    Segue com a cruz, pagador de promessa.

    Depois vem o sufoco da falta. Segue-se exasperado, perdeu

    uma irmã, o que fica para trás não tem como buscar.

    Ou nasce um novo amor, novo amor!

    Novo amor é zombaria!(Aí vira Casablanca). Talvez exista

    algo forte e verdadeiro. Ou infelizmente acabaram-se nossas

    capacidades de ter paixões. Infelizmente digo eu, e outros, e

    outras.

    "Todo mundo passa por isso! Para que vou perder tempo

    com esse draminha diário, ou seja lá o que for?",

    resmungaria Cel.Totonho.

    Calma! Toma uma branquinha.

    (Pausa)

    A diferença entre essa obra e os draminhas de que o

    senhor fala, é que aqui, como um quebra-cabeça artístico, é

    possível juntar peças de um cérebro humano e imortalizar o

    seu tempo e eu em um conjunto. Coerente com a

    veracidade, vaidoso, raro, que finge se auto destruir em

    clima de piedade. Humor é o que tenho agora. Sorria!

    6. Hipnose

    Não fale do povo, não! A culpa é da Globo, de tão cansado,

    o povão não tem força pra nada a não ser deitar no sofá e ser

    manipulado. E, ás vezes, fazer uma bolsa família...Teve,

    tevê, te vê..

    Mais um caso de telelesão. E é um tal de pegar receita de

    tarja preta, depois não sabem porque estão óvnis. Telelesão!

    (Pausa)

    7. Outsider

    Um pouco de vida junkie.

    Sou bem mais novo do que meus irmãos, décadas. Acho que

    fui um bom aprendiz. Entretanto, sobre a noite aprendi mais

    do que eles e a maioria das pessoas que andam por aí.

    Nenhuma grande vantagem, penso eu, ás vezes fico

    constrangido de dividir isto. Noite! Noite pode ser perigo,

    muito!

    O Leandro diz que não aprendi com a noite, caso contrário,

    não estaria destruído como estou. Acho que está certo.

    Experiências devastadoras, em uma delas, quando mais

    precisei, quando eu estava na porta ao lado do fundo

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