Manual expresso para redação de TCC na área de gestão
De Renata Simões Guimarães e Borges, Roberto Gonzalez Duarte, Maria Cecília Pereira e Irene Kazumi Miura
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Manual expresso para redação de TCC na área de gestão - Renata Simões Guimarães e Borges
Miura
1. ESTRATÉGIAS DE PESQUISA
Antes de explicar as estratégias de pesquisa, consideramos importante pontuar elementos básicos da pesquisa científica, como conhecimento, verdade, crença e justificação. Este manual não pretende aprofundar tais assuntos, mas é importante compreender que a pesquisa científica tem a ver com os fatos e a necessidade de afastar achismos
da discussão acadêmica. Portanto, o objetivo deste capítulo é explicar os princípios básicos do conhecimento científico e a lógica da investigação empírica.
1. O que é conhecimento?
O conhecimento pode ser adquirido de várias formas, por familiaridade, competência ou por meio de proposições. O conhecimento direto ou por familiaridade pode ser caracterizado como objetivo e perceptivo. Por exemplo, quando afirmo que conheço meu amigo João, significa que eu tenho o conhecimento de que a pessoa João existe e faz parte do meu círculo de amizade. Ou quando eu tenho conhecimento (sei) que estou com dor de cabeça, mostro um tipo de conhecimento sobre a percepção do meu estado de físico. Portanto, esse tipo de conhecimento é objetivo e perceptivo.
O tipo de conhecimento por competência é aquele que trata da capacidade de executar uma habilidade, seja de forma consciente ou inconsciente. Por exemplo, quando afirmo que sei andar de bicicleta, eu tenho uma habilidade e sou capaz de executá-la, logo tenho esse conhecimento. Eu também sei falar português, minha língua materna, e por isso, escolho as palavras e formulo frases muitas vezes de forma inconsciente. Analogamente, o inglês não é minha língua materna, mas aprendi por meio de cursos, ouvindo músicas, vendo filmes e falando com estrangeiros.
Outro tipo de conhecimento é o proposicional ou por proposição. Eu sei que Brasília é a capital do Brasil porque me foi dito ou porque li em um livro ou jornal, por exemplo. Trata-se de um conhecimento, de uma proposição, ou seja, o que é afirmado por uma sentença que diz algo. O conhecimento proposicional nem sempre é baseado no conhecimento direto ou por familiaridade. Às vezes podemos adquirir um conhecimento sem necessariamente experienciá-lo. Por exemplo, sei que São Paulo é o estado mais populoso do Brasil, mesmo sem nunca ter ido a São Paulo, porque os dados do IBGE dizem isso. Assim, mesmo sem experimentar ou ter visto presencialmente algo, quando usamos a palavra conhecimento estamos fazendo uma afirmação que assumimos como verdade.
Considere a seguinte afirmativa: eu sei (tenho conhecimento) que o Brasil se tornou independente de Portugal em 1808, mas não foi nesta data. Essa afirmativa causa estranhamento porque carrega uma incoerência, inconsistência, e por isso não pode ser considerada um conhecimento proposicional.
Mas o que são proposições verdadeiras?
As afirmativas verdadeiras possuem uma característica em comum: a correspondência com os fatos. Se os fatos não são o que dizemos, nossa afirmativa é falsa. A frase a neve é branca
, só é verdadeira se realmente a neve for branca. Da mesma forma, a frase o Everest é a montanha mais alta do mundo
só é verdadeira se efetivamente não houver nenhuma outra montanha mais alta que o Everest.
Assumir um conhecimento como verdade implica em acreditar. Como seres racionais, buscamos apoiar nossas afirmações sobre o conhecimento da mesma forma que apoiamos nossas crenças morais sobre nossos valores e princípios. Por exemplo, ‘sou vegetariano porque não concordo que bichos sejam mortos
. Ou, então, sou vegetariano porque os rebanhos bovinos são responsáveis pelo aquecimento global
. Em ambos os casos, há justificativas morais para não se comer carne. Observe-se, entretanto, que, no segundo caso, além da crença moral, a pessoa justifica sua decisão baseada nas evidências coletadas pelos cientistas de que os rebanhos causam aquecimento global.
Para a ciência, no entanto, não basta acreditar, é preciso justificar. Mas como justificar? Utilizando padrões epistêmicos aceitáveis de razão e evidências. Nossas crenças podem corresponder à verdade ou não corresponder à verdade; podem ser verdadeiras ou falsas.
Por exemplo, durante muitos anos as pessoas acreditavam que o Sol girava em torno da Terra, mas, em 1543, Copérnico conseguiu provar que na realidade era a Terra que girava em torno do Sol, alterando todo o sistema de crenças vigente à época. Alguns astrônomos anteriores a Copérnico já defendiam a teoria de que a Terra girava em torno do Sol, mas não conseguiram evidências. Ou seja, às vezes estamos com a verdade, mas não temos evidência, isto é, não possuímos a justificação¹ necessária.
A Figura 1 ilustra as relações entre crenças, verdade e conhecimento. A parte cinza escuro representa o conhecimento não justificado, enquanto a parte branca mostra o conhecimento com justificação.
Proposições
Figura 1. Conhecimento, crenças e verdade
Disponível em: http://bit.ly/3nEouhY. Acesso em: 21 dez. 2020.
Levando em conta o que se discutiu anteriormente, o conhecimento pode ser definido como uma crença verdadeira e justificada.
Em tempos em que o conhecimento científico tem sido objeto de muita controvérsia, essa breve introdução faz-se necessária porque o pesquisador que se debruça sobre uma questão, um fenômeno social, organizacional, institucional, etc. deve ser capaz de diferenciar opinião e conhecimento. O conhecimento científico envolve a busca pela verdade que corresponde aos fatos. Somente essa verdade interessa no caso dos trabalhos científicos. É importante, portanto, que o pesquisador tenha isso em mente durante todo o tempo em que estiver desenvolvendo a sua pesquisa.
2. Estratégias de pesquisa
O pesquisador pode optar por realizar uma pesquisa do tipo qualitativa, quantitativa ou de métodos mistos.
Tabela 1. Tipos de pesquisa
Fonte: Elaborado pelo(s) autor(es).
A pesquisa qualitativa é utilizada para explorar e compreender os significados atribuídos pelos indivíduos aos fenômenos ou situações vivenciadas. Esse tipo de pesquisa prioriza a profundidade do entendimento, por isso, muitas vezes, os dados são coletados no próprio no próprio ambiente do indivíduo. O método indutivo³ é utilizado, ou seja, a partir da análise de diversos casos particulares, chega-se a uma conclusão sobre a verdade. Os métodos mais utilizados para a coleta de dados na pesquisa qualitativa são: estudo de caso; teoria fundamentada (grounded theory); etnografia; pesquisa fenomenológica; pesquisa narrativa; pesquisa participativa; entre outros.
Por exemplo, uma pesquisa sobre como as Instituições de Ensino Superior (IES) têm se reorganizado para oferecer o Ensino a Distância (EaD). O aluno pode desenvolver sua pesquisa empírica em uma única instituição. O objetivo é compreender, de maneira aprofundada, como a instituição definiu e implementou as práticas de EaD. Assim, o pesquisador pode propor também estudos sobre os efeitos do EaD na vida dos estudantes, dos professores, e na qualidade da aprendizagem. Nesse caso, a pesquisa tem como foco a compreensão aprofundada do fenômeno, partindo de casos particulares para entender o todo (método indutivo).
A pesquisa quantitativa, por sua vez, é utilizada para testar teorias e relações entre variáveis. É adequada para comparar características e medir percepções de um grande número de pessoas. Os dados são coletados e analisados utilizando-se procedimentos estatísticos. O método dedutivo é aplicado, ou seja, as conclusões particulares são obtidas a partir de premissas gerais. O survey é o método mais utilizado para a coleta de dados na pesquisa quantitativa. O pesquisador pode realizar um estudo junto a várias instituições para compreender como o EaD vem sendo utilizado. Entretanto, diferentemente da pesquisa qualitativa, na pesquisa survey, o objetivo é propor e testar relações de causa e efeito. Se eu tomar uma decisão X, qual será o resultado Y? Por exemplo, posso pesquisar qual o efeito da aula on-line (também chamada de síncrona), aquela em que estão todos conectados ao mesmo tempo, sobre a aprendizagem. Alguns estudos têm procurado entender o efeito da falta de contato físico na atenção, sugerindo que as aulas on-line demandam um esforço de atenção muito maior do que as presenciais, elevando os níveis de cansaço e estresse, o que pode afetar a aprendizagem dos alunos.
A pesquisa de métodos mistos utiliza ambas as estratégias, qualitativa e quantitativa. Os estilos indutivo e dedutivo são empregados de forma sequencial ou concomitante. Na concomitante, os dados qualitativos e quantitativos são coletados ao mesmo tempo, enquanto que, na estratégia sequencial, um tipo de dado é coletado, a análise desses dados é realizada e, somente depois, o outro tipo de dado é coletado e analisado.
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