Análise sistêmica de falhas
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Análise sistêmica de falhas - Carlos Alberto Scapin
Ficha Catalográfica
S284a
Scapin, Carlos Alberto
Análise sistêmica de falhas / Carlos Alberto Scapin. — 2. ed. — Nova Lima: Editora FALCONI, 2013.
ISBN: 978-85-98254-62-3
1. Engenharia — Confiabilidade. 2. Engenharia de Sistemas. 3. Engenharia — Localização de falhas. 4. FTA
CDD: 620.00452
Capa: África São Paulo Publicidade Ltda.
Editoração eletrônica: Editora FALCONI
Revisão do texto: Dila Bragança de Mendonça
Produção do e-book: Schäffer Editorial
Copyright © 2013 by CARLOS ALBERTO SCAPIN
Direitos comerciais desta edição: Editora FALCONI
Agradecimentos
Agradeço aos engenheiros que colaboraram comigo na elaboração deste livro e o apoio dado pelo Prof. Don Clausing do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Agradeço ainda às seguintes empresas que me possibilitaram a oportunidade de aplicação da técnica da FTA até a presente data.
— TAM (Planejamento; Lean Manufacturing)
- MRO (S. Carlos)
— FORÇA AÉREA BRASILEIRA (Confiabilidade)
- PAMA (Rio de Janeiro)
— EMBRAER (Desenvolvimento de novos produtos)
- S. José dos Campos
— GERDAU / BRASIL (Confiabilidade; Análise de risco)
- Aços Finos (Porto Alegre)
- Usiba (Salvador)
- Cosigua (Rio de Janeiro)
- Aço Minas (Ouro Branco)
— GERDAU AMERISTEEL (Implantação do sistema integrado de gestão da manutenção)
USA:
- Perth Amboy
- Sayreville
- Saint Paul
Canadá:
- Whitby
- Cambridge
- Winnipeg
— CST (Arcelor Mittal) (Confiabilidade, análise de risco)
- Vitória
— TREFILAIRBED (Arcelor Mittal) (Implantação do sistema integrado de gestão da manutenção; análise de risco)
- USA - Pine Bluff, Arkansas
— CSN (Confiabilidade)
- Volta Redonda
— VALE (Confiabilidade; planejamento de manutenção; análise de risco)
- 10 Usinas de pelotização (Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão)
— VALE LOGÍSTICA (Implantação do sistema integrado de manutenção)
- Malha ferroviária/Oficinas/Engenharia (São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo)
— VALE - DOCENAVE (Implantação do sistema integrado de manutenção)
- Gestão da frota (Rio de Janeiro/Navios)
— U&M (Implantação do sistema integrado de manutenção)
- Juiz de Fora
— MERCEDES-BENZ DO BRASIL (Confiabilidade; Kaizen; TPM)
- São Bernardo do Campo
— VOLKSWAGEN DO BRASIL (Controle de processo; confiabilidade)
- São Bernardo do Campo, Taubaté
— MULTIBRÁS (WHIRPOOL) (Desenvolvimento de produtos; confiabilidade; Concept to Client New Products Test Procedures)
- Joinville, Rio Claro, São Paulo, São Bernardo do Campo, Manaus
— SADIA (Desenvolvimento de novos produtos; confiabilidade; sistema integrado de gestão da manutenção)
- São Paulo
- Chapecó
- CD/Jundiaí
— AMBEV (Confiabilidade)
- Rio de Janeiro
— AMBEV (Sistema integrado de gestão da manutenção)
- São Paulo
O Autor
Sumário
1 Confiabilidade e FTA
1.1 Introdução
1.2 O que é confiabilidade
1.3 Fundamentos de confiabilidade
2 Fundamentos da engenharia de sistemas
2.1 Introdução
2.2 Ambiente atual
2.3 Fundamentos de sistemas
2.4 A lógica da arquitetura de um produto
2.4.1 Ambiente da engenharia de sistemas
2.4.2 Pensamento sistêmico
2.5 Abordagem baseada em engenharia de sistemas
2.5.1 Princípios de modelagem
2.5.2 Arquitetura hierárquica representada por um diagrama de blocos
2.5.3 Diagrama funcional do sistema
2.5.4 Definição do escopo da modelagem
2.5.5 Custos
2.6 Predição da confiabilidade
3 Fundamentos de probabilidade e estatística
3.1 Introdução
3.2 Falhas do ponto de vista estatístico
3.3 Modelos estatísticos para as falhas
3.4 Teoria estatística e confiabilidade
3.5 Taxa condicional de falha
3.5.1 Falhas casuais
3.5.2 Falhas por desgaste
3.5.3 Falhas precoces
3.6 Curvas de vida
3.7 Distribuição de probabilidade em confiabilidade
3.7.1 Introdução
3.7.2 Distribuição exponencial negativa
3.7.3 Distribuição normal
3.8 Distribuição de Weibull
3.9 Fundamentos de probabilidades
3.9.1 Teoria de conjunto
3.9.2 Definições
3.9.3 Operações com eventos
3.9.4 Formação de conjuntos
3.9.5 Leis básicas de conjuntos
3.9.5.1 Lei de identidade
3.9.5.2 Lei da complementaridade
3.9.5.3 Lei cumulativa
3.9.5.4 Lei associativa
3.9.5.5 Lei distributiva
3.9.5.6 Lei de absorção
3.10 Axiomas da probabilidade
3.10.1 Axioma 1
3.10.2 Axioma 2
3.10.3 Axioma 3
3.11 Teoremas da probabilidade
3.11.1 Teorema 1
3.11.2 Teorema 2
3.11.3 Teorema 3
3.11.4 Teorema 4
3.11.5 Teorema 5
3.11.6 Teorema 6
3.11.7 Teorema 7
3.11.8 Teorema 8
4 Tipos de falhas dos componentes abordados por uma FTA
4.1 Introdução
4.2 Descrição dos tipos de falhas
4.3 Dependência estatística
4.4 Falhas versus defeito
4.5 Mecanismo de falha, modo de falha e efeito de falha
5 Construção de uma árvore de falhas
5.1 Introdução
5.2 Benefícios advindos de sua utiliyação
5.3 Aspectos nos quais se baseia a versatilidade da FTA
5.3.1 Opiniões dos especialistas mundiais de confiabilidade
5.4 Elementos utiliyados na construção de uma árvore de falha
5.5 Portas lógicas
5.6 Simbologia dos eventos
5.6.1 Hexágono
5.6.2 Retângulo
5.6.3 Círculo
5.6.4 Diamante
5.6.5 Casa dos eventos
5.6.6 Triângulo de transferência
6 Procedimentos para construção da árvore de falha
6.1 Introdução
6.2 Análise da FTA elaborada por etapas
6.3 Pontos importantes na construção da FTA
6.4 Cuidados na construção da FTA
7 Análise qualitativa
7.1 Introdução
7.2 Quando iniciar e o porquê desta análise
7.3 Elementos da análise qualitativa
7.4 Cortes mínimos e partes críticas
7.5 Procedimento de análise para árvores relativamente complexas
7.6 Procedimento de análise para árvores complexas
7.7 Redução dos cortes mínimos
7.8 Análise crítica da estrutura dos cortes mínimos
7.9 Ordenação dos cortes mínimos reduzidos
7.10 Partes críticas do sistema
8 Análise quantitativa
8.1 Introdução
8.2 Cálculo do evento topo
8.3 Estrutura coerente
8.4 Sistemas não reparáveis
8.5 Sistemas reparáveis
8.6 FTA com configuração típica e modelagem matemática
8.7 Eventos terminais dependentes
8.8 Outros métodos
8.9 Documentação necessária para quantificar uma FTA
8.10 Construção de FTA computadoriyada
8.11 Empresas criadoras de software de FTA
8.11.1 Usando o cálculo na forma top-down
8.11.2 Usando o cálculo na forma bottom-up
9 Conceitos de atuação
9.1 Introdução
9.2 Redução do custo do ciclo de vida de um produto
9.3 Fatores de sucesso na implantação de programa de confiabilidade e de manutenabilidade
10 Enfoque proativo da confiabilidade e utilização da FTA
10.1 Introdução
10.2 A utilização da FTA durante o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços
10.3 O uso da FTA em conjunto com o QFD
10.4 O uso da FTA em conjunto com a FMEA
10.5 O uso da FTA em conjunto com o DOE
10.6 O uso da FTA em conjunto com os testes de vida acelerados
10.7 O uso da FTA em conjunto com a análise de tempo de falha
10.8 O uso da FTA em conjunto com o DFA/DFM
10.9 A utiliyação da FTA e os sistemas de garantia da qualidade
10.10 Sumário/conclusões
11 Manutenção baseada em confiabilidade
11.1 Introdução
11.2 O porquê da utiliyação da FTA
11.3 Manutenção e confiabilidade
11.3.1 Item significativo de manutenção
11.3.2 Falha funcional
11.3.3 Fluxo de análise
11.3.4 Consideração sobre o uso do fluxo
11.3.5 Matriyes de análise
12 Exemplo de aplicação da FTA em um sistema eletromecânico
12.1 Descrição do funcionamento do sistema
12.1.1 Subsistema de controle
12.1.2 Subsistema de tração/suporte
12.2 Determinação do evento topo
12.3 Construção da FTA
12.4 Determinação de cortes mínimos
12.5 Análise quantitativa
Referências
Alfabeto Grego
Prefácio
A consultoria operacional é muito difícil. Se queremos fazer o serviço bem feito, ao longo do tempo teremos que entrar cada vez mais em recursos da ciência para operar melhor nossos sistemas, tanto produtos quanto processos. Recursos da estatística, confiabilidade, probabilidade, além de conhecimentos de recursos ferramentais como o FTA (Fault Tree Analysis), o FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) e do domínio total da cadeia de valor pelo QFD (Quality Function Deployment) são utilizados por aquelas empresas mais avançadas ou que operam com produtos onde existe a necessidade da Garantia da Qualidade (alimentos, por exemplo).
O Scapin é uma pessoa extraordinária que tem trazido uma grande contribuição à gestão de ativos empresariais por sua percepção sistêmica do mundo que nos cerca, o que possibilita a utilização de recursos avançados da ciência no ambiente empresarial. Em uma das oportunidades em que estive com o Scapin num certo projeto de consultoria, causou-me uma impressão muito positiva a maneira como ele trabalha. Ele estava analisando um equipamento numa fábrica de bebidas junto com os operadores e em toda a parada do equipamento ele aproveitava para entrar no equipamento (ele literalmente entrava dentro do equipamento para enxergar o que queria) junto com operários para identificar os subsistemas, componentes e peças ali existentes. Quando terminava esse processo, as pessoas envolvidas, operadores incluídos, tinham um tremendo conhecimento do equipamento o que os fazia operadores excepcionais. Quando as pessoas da operação e da manutenção têm um conhecimento profundo de máquina, a manutenção, tanto preventiva quanto corretiva, fica muito mais fácil.
Este livro aborda, de forma interessante, a questão da utilização de certos recursos da estatística em abordagens sistêmicas de falhas com exemplos de casos em que o Scapin esteve envolvido. Este deveria ser um livro de referência para aqueles que desejam se aprofundar na gestão dos produtos e processos de sua empresa.
Belo Horizonte, 7 de setembro de 2013.
Vicente Falconi FALCONI
Consultores de Resultado
Prefácio do autor
Noções preliminares
A confiabilidade surgiu por meio da indústria aeronáutica, após a Primeira Guerra Mundial.
Em consequência do aumento do transporte aéreo, aumentaram sensivelmente os acidentes. Por conseguinte, se fez necessário o uso da técnica da confiabilidade, mediante os estudos realizados sobre a segurança dos aviões equipados com um motor somente e comparados com os resultados de aviões equipados com dois motores. Do resultado desses estudos efetuados, surgiu o avião de passageiros FORD, equipado com três motores.
Outro marco importante dessa época foi o início da investigação sobre a causa de acidentes aéreos, enumerando-os. Essa nova atitude resultou no estabelecimento de itens de controle de comparação entre o número de acidentes e o número de horas voadas.
Assim, em todos os anos 1960, os acidentes aéreos ocorreram na razão de 1 acidente por 1 milhão de aterrissagens efetuadas.
Nessa época, embora fabricantes de aeronaves, como a Boeing, tenham começado a desenvolver métodos lógicos de confiabilidade para análise dos sistemas no tocante ao seu desempenho, as condições de análise não eram padronizadas.
Todavia, em consequência dos estudos efetuados, surgiu a FTA, desenvolvida pela Boeing, dentro da sua atual configuração, e a primeira aplicação foi focada na eliminação de falhas do sistema de trem de pouso.
Da aplicação
Com o uso dessa técnica se conseguiu obter na época uma taxa de falha no sistema do trem de pouso, menor que 1 aterrissagem por 107 aterrissagens efetuadas, o que valorizou o uso da FTA.
Os resultados obtidos foram publicados e rapidamente absorvidos pelas indústrias petroquímicas e nucleares.
Do sucesso
Assim, outros exemplos bem-sucedidos apareceram, por exemplo, o caso da Electromotive Division da General Motors Corporation, que aplicou a técnica na sua divisão de locomotivas, estendendo a vida útil dos motores de tração de 250.000 milhas para 1.000.000 de milhas. Surpreendente!
Do conhecimento
Cumpre salientar que o sucesso da aplicação da FTA e os resultados benéficos obtidos tiveram um embasamento matemático como background. E que ferramentas, como um simples