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Cativados por Cristo: Catequese com adultos
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Cativados por Cristo: Catequese com adultos
E-book223 páginas2 horas

Cativados por Cristo: Catequese com adultos

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Sobre este e-book

O livro traça um itinerário de educação da fé para jovens e adultos, quer ajudá-los na procura de algo ou de alguém que dê sentido às suas vidas. Tem, como pano de fundo, uma reflexão teológica consistente, que é fruto do trabalho pastoral missionário e do ensino de Teologia na Amazônia. O autor orienta o catequista a formular questões relativas à fé, partindo da busca humana de Deus, do descobrimento do Evangelho e do caminho de fé que o discípulo é convidado a trilhar. Apresenta os temas da criação, aliança, profecia, e o tema central se detém no projeto de Jesus. As últimas partes mostram o perfil espiritual do cristão.
IdiomaPortuguês
EditoraPaulinas
Data de lançamento30 de ago. de 2012
ISBN9788535632736
Cativados por Cristo: Catequese com adultos

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    Cativados por Cristo - Nic Masi

    Nic Masi

    CATIVADOS POR CRISTO

    Catequese com adultos

    www.paulinas.org.br

    [email protected]

    CRISTÃO,

    aquele que

    procura

    conhece

    ama

    reproduz e

    anuncia

    JESUS.

    Coleção Jesus Mestre

    Oferecer material didático para a formação básica e permanente dos catequistas em suas paróquias e dioceses, segundo os objetivos do Diretório Nacional de Catequese (cf. nn. 254-260; 289-291), torna-se um grande desafio. O Diretório solicita que o pároco e os responsáveis assegurem a formação adequada e permanente dos catequistas, em nível local, sistematizando escolas paroquiais de catequese (n. 325g). A coordenação diocesana da catequese deverá assumir a mesma tarefa (n. 327g).

    A Coleção Jesus Mestre quer sistematizar o conteúdo, a metodologia e o material pedagógico para que impulsionem as escolas catequéticas diocesanas e paroquiais. Com esse objetivo, Paulinas convidou especialistas que assumiram o desafio de abordar os temas fundamentais da fé cristã com uma linguagem adequada, que se afasta de termos muito técnicos e, ao mesmo tempo, conserva a clareza para seu correto entendimento.

    Desejamos que a coleção cumpra sua missão de ajudar muitos catequistas a se prepararem bem para o seu ministério, recordando que nenhum catequista nasce pronto, mas todos temos de seguir nos aperfeiçoando com uma formação continuada. Nossa fé requer respostas convincentes para os tempos de hoje, pois nossos catequizandos são os primeiros a questioná-la.

    Nicola Masi, o autor

    Desejo ressaltar o mérito do autor. No ano de 1976, Pe. Nicola transferiu-se para o Brasil e residiu durante 18 anos numa palafita na Baixada do Marco, na cidade de Belém, PA. Ali construiu quatro centros comunitários e mais um centro destinado a cursos profissionalizantes, além da Igreja de São Francisco Xavier. Fez parte da Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB – e da Associação dos Teólogos Moralistas do Brasil. Ao mesmo tempo, foi professor de Direito Canônico e de Teologia Moral no Instituto de Pastoral Regional, IPAR, do Regional Norte 2 da CNBB, e, sucessivamente, professor de Teologia Moral no Instituto de Formação Presbiteral de Belém. Em 1996 passou a morar em Abaetetuba-PA, onde foi coordenador diocesano da Pastoral. Atualmente é pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

    As reflexões do Pe. Nic, como é conhecido e amado em Abaetetuba, tornam presentes o testemunho missionário de um teólogo que amadureceu o magistério e sua experiência de fé nos embates da vida na Amazônia. Essas reflexões são a síntese de um grande testemunho de vida.

    Pe. Antonio Francisco Lelo

    Editor assistente

    Apresentação

    Procura…

    Caminho…

    Encontro…

    Quantas vezes a Bíblia nos apresenta Deus e o ser humano na dinâmica de busca, caminho, encontros, afastamentos… nova busca, novo caminho, novos encontros…

    O Amor não para de buscar, caminhar (e, se for necessário, percorrer novos caminhos) para encontrar…

    A proposta deste livro do Pe. Nic Masi, sx, há muitos e muitos anos missionário inquieto na Amazônia, é a de convidar o batizado a procurar Jesus, a caminhar ao seu lado e a continuar percorrendo novos caminhos com ele, não só como batizado, mas já como discípulo e missionário.

    O livro nos leva a caminhar pela Bíblia ao encontro de Jesus, a conhecê-lo e amá-lo, a anunciá-lo e a continuar sua missão em nosso mundo, neste Terceiro Milênio, com as oportunidades e os desafios da nossa época.

    Parabéns ao Pe. Nic e boa caminhada para todos!

    Cristo não nos espera no fim do caminho, porque ele é o Caminho!

    Dom Flavio Giovenale, sdb

    Bispo Diocesano de Abaetetuba-PA

    Breve introdução

    Espero que estas páginas ajudem jovens e adultos que estão à procura de algo ou alguém que dê sentido à sua vida.

    Cativados por Cristo foi pensado para ajudar na iniciação e no aprofundamento da vida cristã. A respeito, coloco o seguinte texto que esclarece o sentido e os destinatários deste livro:

    – Eu não sou cristão. Quero ser cristão.

    – Eu fui batizado, mas nem sei o que quer dizer ser cristão.

    – Eu aceitei Cristo na minha vida, mas me decepcionei e o abandonei.

    – Eu sou cristão e quero viver plenamente a minha vocação.

    O que fazer nessas diferentes situações?

    É necessário dar vários passos.

    O primeiro é reconhecer-se e se aceitar como ser humano.

    O segundo é saber se, para realizar-se plenamente, é necessário recusar ou aceitar Deus.

    Mas quem é Deus? Como ele se manifesta? Como o reconheço?

    O Deus que se pretende aceitar é aquele apresentado pela inteligência humana ou é o Deus revelado por Jesus Cristo?

    Quem é Jesus Cristo?

    Qual a sua mensagem?

    Qual a sua ação? Ele está morto ou está vivo? Ele desapareceu ou continua presente?

    O que significa ser Igreja, Corpo vivo de Cristo?

    Qual a missão da Igreja?

    Quais os papéis de cada batizado?

    E eu, como me posiciono?

    O Autor

    O ser humano

    O ser humano é o único ser no mundo que vive entre a necessidade e a liberdade. Nele convivem corpo e espírito, instinto e inteligência. O instinto é uma força que o impulsiona a cuidar da sua conservação, da sua defesa e da sua reprodução. A inteligência tem o papel de ver que tipo de ser humano cada qual quer ser, como deseja realizar-se, o que fazer para que o sonho se torne realidade. A vontade, por sua vez, procura realizar esse sonho, mesmo contra as forças brutas e poderosas do instinto.

    Mas nem sempre isso é fácil.

    Além de tudo, há gente interessada em me moldar. É necessário, pois, que eu me pergunte:

    O que eu quero ser? Como eu me quero?

    Como me querem os outros?

    Como me quer Jesus?

    Como eu quero ser, o que quero me tornar. Devo decidir. Posso ser alguém que realiza um projeto maravilhoso, que se torna sal e luz, ou posso ser uma pessoa insossa, inútil para si mesma e para os outros.

    Como os outros – mídia (meios de comunicação de massa), poder político, poder econômico, escola, cultura, sociedade – me querem. Há muita gente interessada em me moldar e em me colocar a seu serviço, dando-me a falsa ilusão de uma total liberdade e de um prazer ilimitado.

    Como Jesus me quer. O Evangelho nos fala de um jovem rico (cf. Mt 19,16-22) que fez a Jesus uma pergunta decisiva: Que devo fazer para alcançar a vida eterna, a vida plena, a vida verdadeira? A resposta de Jesus foi clara: Vai, vende os teus bens e dá aos pobres […]. Depois vem e segue-me.

    A primeira condição para alcançar a vida é a liberdade: Vai e vende, despoja-te daquilo que te amarra, liberta-te.

    A segunda condição é a solidariedade: Dá aos pobres.

    A terceira condição é a transcendência: Vem e segue-me.

    Primeiro passo: tornar-se transparente a si mesmo

    Um dia um ateu perguntou: Se Deus sabe tudo, como é que ele pergunta a Adão escondido no Éden: ‘Onde é que tu estás?’. Ora, a mesma pergunta Deus faz a mim, a cada um de nós. E não é para saber o que ele não sabe. Ele sabe sim onde nós estamos, mas nos interroga para nos ajudar a descobrir o que está escondido aos nossos olhos. Adão, de fato, se esconde, pensando, assim, não ser visto por Deus, não precisar prestar-lhe contas, escapando então da responsabilidade de seus atos. Ele se esconde para não olhar o Rosto de Deus. O homem esconde-se de Deus, mas, na verdade, busca esconder-se de si mesmo. E então ele se vê nu. Tendo perdido Deus e a própria dignidade, o homem tenta cobrir-se com folhas, com elementos exteriores, com valores efêmeros (poder, ter, prazer).

    Mas Deus vem para turbar o homem, vem destruir o seu mecanismo de camuflagem e lhe mostrar aonde o conduziu o caminho errado, para que se pergunte com extrema sinceridade: De onde vim? Onde estou? Para onde vou?

    Segundo passo: fazer uma escolha profunda e vital

    Não basta reconhecer a própria nudez e a ausência de Deus. É indispensável preencher o vazio, fazer escolhas concretas, firmes, decisivas. O homem deve fazer (ou refazer) a sua opção fundamental, ou seja, deve escolher o seu mundo, o seu sentido de vida, o que para ele é verdadeiramente importante, o que constitui o coração da sua existência. Enquanto Deus pergunta: Adão, onde estás?, o homem interroga: Deus, onde é que tu estás?. Vem, em seguida, a resposta inacreditável de Deus: Eu estou onde tu estás. Então Deus vai ser encontrado e acolhido interiormente pelo homem.

    Terceiro passo: seguir Jesus

    Senhor, onde moras?, perguntaram André e João. Vinde e vede!, foi a resposta de Jesus (Jo 1,18-19). Em outro momento Jesus passou à beira do lago e disse a Pedro e André e depois a Tiago e João: Venham comigo e eu farei de vocês pescadores de homens! (Mt 4,19). Passado algum tempo, Jesus reuniu doze Apóstolos para que ficassem com ele, para enviá-los a pregar, dando-lhes autoridade para expulsar demônios (cf. Mc 3,14-15). Tiveram uma convivência de três anos. Os Apóstolos seguiram Jesus, entusiasmaram-se por aquilo que ele dizia e fazia, assistiram aos seus triunfos e às suas derrotas, com ele passaram sede e fome, no momento da prova fugiram, quando Jesus ressuscitou e lhes apareceu, pensavam que ele fosse um fantasma. Foi uma caminhada longa e difícil. Mas, por fim, os olhos dos Apóstolos se abriram e seus corações se inflamaram; eles se entregaram completamente a Jesus, pelo qual estavam dispostos a tudo, até a dar a vida.

    Hoje não é diferente. Jesus chama. Há pessoas que logo aceitam o convite e o seguem; outras se fazem de surdas, outras, ainda, começam a sentir certa saudade dele. Há quem siga Jesus só por interesse, outros por amor. Às vezes é preciso quase morrer para renascer. É preciso converter-se, e a conversão pode ser um caminho difícil e doloroso. Mas quem se apaixona por Jesus sente-se amado por ele e percebe que a sua vida, mesmo vivida numa espécie de calvário, caminha rumo à ressurreição.

    Escolhas concretas

    A escolha fundamental (viver ou não viver o projeto da total autorrealização) concretiza-se, para cada indivíduo, de uma maneira própria, pessoal, peculiar. Daí a existência de diferentes profissões: operário, professor, comerciário, artista, político, dona de casa, pai de família, religioso, padre, entre outras.

    Mas a questão fundamental para todos nós é a de saber como podemos nos realizar plenamente como ser humano, independentemente da profissão que exercemos.

    Começamos a nos perguntar: O que é o ser humano? Quando há ser humano? Pilatos, apontando Jesus, disse: "Ecce homo!". Eis o homem. Em outras palavras: O homem verdadeiro é este aqui. O filósofo alemão Nietzsche rebelou-se contra essa afirmação e escreveu um livro com o título Ecce homo. O homem apresentado por Pilatos é um derrotado, um condenado à morte, mas que, livremente, dá a sua vida e a dá por amor. É bem diferente o homem descrito por Nietzsche em seu livro; trata-se de um super-homem, que só visa ao culto e à afirmação de si mesmo.

    Inúmeras pessoas avançam no cenário da vida e nos gritam: "Ecce homo, Eis aqui o homem". Esse homem, dependendo do interesse do apresentador, é um ator, uma estrela, uma dançarina, um banqueiro bem-sucedido, um político, um viveur.

    O Concílio Vaticano II, na constituição pastoral da Igreja sobre o mundo contemporâneo (Gaudium et spes [GS], 22), apresenta Jesus Cristo como o homem perfeito no qual o mistério do homem se revela para o homem.

    Quem será, afinal, o homem verdadeiro? Qual é o tipo de homem que a nossa sociedade escolhe? E eu, que tipo de homem quero ser?

    Certamente existem no mundo coisas maravilhosas, gente fantástica, mas há também pessoas e instituições más. Os males mais graves da humanidade – causadores de morte – são a centralização do eu – tudo é visto em função de si próprio – e a adoração do dinheiro e do poder, com perda evidente de valores e consequente eliminação de Deus e dos outros. Vivemos numa sociedade que, muitas vezes, exclui Deus e enaltece o ter, o poder e o prazer. Tem como projeto a globalização econômica, que produz o mundo dos ricos e o mundo dos excluídos, dos deserdados, dos doentes, dos famintos. Para realizá-lo, não exclui nenhum meio: comércio de armas, drogas, prostituição, pornografia, dessacralização de valores. A mídia poderia ajudar a desmascarar esses males e a descobrir os verdadeiros valores, ajudando a realizá-los, mas, muitas vezes, coloca-se a serviço do poder econômico e político, massificando o ser humano, tornando-o escravo, iludindo-o com a oferta de uma falsa felicidade.

    Outra causa de massificação e de desordem é a ineficiência política e sua subserviência ao poder econômico. A política, muitas vezes, não só não erradica a pobreza, a injustiça e os outros males, como também não quer erradicá-los, para manter tudo como está.

    O que mais nos choca é observar que, diante desses dramas e de suas vítimas, diante da ditadura do pensamento único, da globalização, da política corrupta e vendida ao poder, diante de uma cultura de achatamento do ser humano, persiste como que uma abdicação generalizada, uma renúncia ao senso crítico, uma tácita resignação do povo. Rabbi Hanoc escreveu: O exílio verdadeiro de Israel no Egito foi que os hebreus tinham-se acostumado a suportá-lo. O grande mal do ser humano – e da sociedade – é o de viver mergulhado no mal sem se dar conta da sua situação, vítima da passividade e do medo, sem opor resistência, sem reagir, sem manifestar a vontade de realizar o mundo como foi sonhado por Deus.

    A grande tentação de hoje é a de se deixar mergulhar nessa cultura dominante e aceitar passivamente a sua ditadura, considerando como óbvio e normal o que está acontecendo.

    Queremos aceitar tudo isso ou queremos reagir, criticar, resistir, ter a coragem de ser profetas, iniciando uma práxis diferente?

    O século XX, mesmo saturado de ideologias, de massacres étnicos e culturais, foi repleto também de verdadeiros profetas e mártires, iniciadores de pensamento novo, de mundo novo, de homem novo. Podemos lembrar João XXIII,

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