O poder dos pais que oram
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O poder dos pais que oram - Stormie Omartian
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CAPÍTULO 1
Tornando-se pais de oração
É a melhor das tarefas. É a mais difícil das tarefas. Pode lhes proporcionar a maior alegria. Pode lhes dar a maior tristeza. Não há mais nada mais gratificante e divertido. Não há nada mais exaustivo e estafante. Nenhuma área de sua vida tem tanto poder de fazer com que você se sinta um vencedor quando tudo vai bem. E nenhuma área de sua vida pode fazer com que se sinta um fracassado quando as coisas dão errado.
Pais!
A palavra em si é capaz de trazer à tona emoções contraditórias. Pais e mães tentam fazer o melhor possível para criar seus filhos. Mas, quando pensam que têm seu papel de pais bem esboçado, descobrem que pisam em terreno desconhecido à medida que deparam com novas faixas etárias e novas etapas com seus desafios próprios. Às vezes flutuam pela situação na maior tranquilidade. Às vezes encontram tempestades e ondas gigantescas. Algumas vezes sentem-se tão cansados que têm vontade de desistir — e se deixar levar pelo temporal.
Mas eu tenho boas novas para vocês. Nós não precisamos viver agitados e arremessados pelos ventos de mudança. A vida de nossos filhos não tem de ser deixada ao acaso.
Não precisamos andar de um lado para o outro, roendo as unhas ou mordendo os nós dos dedos, apreensivos com a terrível faixa etária dos dois anos, ou com o torturante período de adolescência. Não precisamos viver com medo do que pode trazer cada nova fase de desenvolvimento, que perigos podem estar à espreita atrás de cada esquina. Nem temos de ser pais perfeitos. Podemos começar agora — neste exato instante — a exercer uma diferença positiva no futuro de nosso filho. Nunca é cedo ou tarde demais.
Não importa se o filho tem três dias de vida e é perfeito, ou tem trinta anos e já caminha para o terceiro divórcio provocado por problemas de alcoolismo. Em cada estágio de suas vidas nossos filhos precisam e serão grandemente beneficiados por nossas orações. O importante é não tentar fazer tudo por nós mesmos e de uma vez só, mas nos voltarmos para a maior autoridade de todos os tempos quanto ao papel de pai — Deus, nosso Pai — em busca de ajuda.
Depois, dando um passo de cada vez, temos de apresentar cada detalhe da vida de nosso filho em oração. Há um grande poder nessa atitude, muito maior do que a maioria das pessoas imagina. Jamais subestime o poder de um pai que ora.
Eu não tive um bom exemplo do papel dos pais porque fui criada por uma mãe mentalmente doente e muito violenta. Escrevi sobre essa violência e minha recuperação miraculosa no livro Stormie (Harvest House Publishers). Contei também como após o nascimento de nosso primeiro filho, Christopher, constatei que possuía o potencial de ser uma mãe violenta. Descobri que sem Deus somos destinados a repetir os erros do nosso passado e imitar o que observamos. Uma cena da infância pode surgir na tela da mente e tornar-se realidade no palco de nossa existência num momento de fraqueza — antes que a gente se dê conta do que está acontecendo. Talvez isso ocorra com tanta rapidez que você se sinta incapaz de controlá-la, obrigando-o a fazer e dizer coisas destrutivas para seus filhos.
O fato, aliado ao sentimento de culpa que se segue, assume proporções que chegam a nos deixar paralisados. Felizmente, recebi aconselhamento e apoio e fui capaz de superar o problema antes que pudesse causar algum dano a meu filho, mas muitas pessoas não são assim afortunadas.
Por eu ter consciência de não possuir uma experiência positiva para imitar quanto ao papel de mãe, fiquei nervosa e ansiosa quando meu primeiro filho nasceu. Temia fazer com ele o que fizeram comigo. Li todos os livros que encontrei sobre a tarefa de ser mãe e assisti a todos os seminários cristãos sobre criação de filhos dos quais tomei conhecimento. Tentei utilizar da melhor maneira possível as informações boas e úteis recebidas, porém nunca era o bastante.
Eu passava por grande agonia preocupando-me com o desenvolvimento social, espiritual, emocional e mental do meu filho, porém, a preocupação mais compulsiva era o temor de que algo ruim lhe acontecesse. Sequestro, afogamento, acidentes mutilantes, ferimentos irreparáveis, doenças, abuso sexual, violência, estupro ou morte, tudo passava pela minha cabeça como se fosse ocorrer com ele no futuro. Quanto mais eu tentava não me comportar como uma mãe superprotetora, os jornais, revistas e noticiários de televisão sobre crimes me deixavam mais preocupada com o bem-estar dele. Além de tudo, morávamos em Los Angeles, cidade onde explodia a violência mais feroz. Era mais do que eu podia suportar.
Um dia, clamei a Deus em oração, dizendo: Senhor, isto é demais para mim. Não consigo vigiar meu filho 24 horas por dia, minuto a minuto. Como posso ter paz?
.
Nas semanas seguintes o Senhor falou ao meu coração sobre entregar Christopher aos cuidados dele. Meu marido e eu havíamos dedicado nosso filho a Deus num culto da igreja, mas Deus queria mais que isso. Queria que nós continuássemos a lhe entregar Christopher diariamente. Essa dedicação não significava que iríamos abdicar de nossa responsabilidade como pais e, sim, que iríamos nos colocar em total parceria com Deus. Ele arcaria com o peso da carga e nos daria sabedoria, poder, proteção e capacidade muito além do que poderíamos imaginar. Nós desempenharíamos nossa tarefa de disciplinar, ensinar, alimentar e mostrar à criança no caminho em que deve andar
, sabendo que quando for velho, não se desviará dele
(Pv 22:6). Iríamos depender de Deus para nos capacitar a criar nosso filho de maneira adequada, e o Senhor providenciaria as bênçãos para a vida dele.
Parte importante de nossa tarefa era apresentar em oração os detalhes da vida de nosso filho. Agindo assim, aprendi a identificar as ansiedades, medos, preocupações e acontecimentos imaginários como um sussurro do Espírito Santo para eu orar por aquele fato especial. À medida que eu orava por Christopher e o entregava nas mãos de Deus, Deus libertava minha mente daquela preocupação. Isso não significa que no momento em que eu orava por algum problema não haveria necessidade de orar novamente por ele, mas ao menos durante algum tempo eu me sentia aliviada da carga. Quando o problema ressurgia, eu tornava a orar sobre ele. Deus não prometeu que nunca aconteceria algo de ruim com meu filho, mas a oração liberava o poder de Deus para operar na vida dele, e, no decorrer do tempo, eu pude desfrutar de mais paz.
Aprendi, também, que não deveria querer impor minha vontade quando orava por meu filho. Essa atitude gera frustação e desapontamento em todos os envolvidos. Você sabe a que tipo de oração eu me refiro, pois todos somos inclinados a orar assim: Deus, peço que Christopher cresça e se case com a filha da minha melhor amiga
. (Os pais dela seriam ótimos sogros.) Ou: Senhor, permita que Amanda seja aceita naquela escola
. (Então eu me sentiria melhor comigo mesma.)
É claro que talvez não tenhamos consciência das palavras entre parênteses, mas elas se encontram no fundo de nossa mente, inspirando-nos de forma sutil a impor nossa vontade ao ouvido de Deus. Eu descobri que é melhor orar assim:
Senhor, mostra-me como orar por este filho. Ajuda-me a criá-lo nos teus caminhos, e que seja feita a tua vontade na vida dele.
Quando nossa filha Amanda nasceu, quatro anos e meio depois de Christopher, Deus havia me ensinado o que significava orar com profundidade e a realmente interceder pela vida do meu filho. Nos doze anos seguintes Deus respondeu as minhas orações de maneira maravilhosa, e hoje eu vejo os resultados.
Meu marido e eu reconhecemos a mão de Deus na vida de nossos filhos, e eles também a reconhecem, pois é o poder de Deus que penetra na vida do filho quando um dos pais ora.
O que é oração e como funciona?
A oração é muito mais do que apresentar uma lista de desejos a Deus, como se ele fosse o grande Papai Noel do céu. Orar é reconhecer e experimentar a presença de Deus, e pedir que ele esteja presente em nossas vidas e circunstâncias. É buscar a presença de Deus e liberar o poder que ele nos dá para superar qualquer problema.
A Bíblia diz: ‘’Tudo o que ligardes na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado no céu" (Mt 18:18), Deus nos outorga autoridade na terra, e, quando nos apossamos dela, ele derrama seu poder sobre nós. Como se trata do poder de Deus e não do nosso, nós nos tornamos o vaso pelo qual o poder dele flui. Quando oramos, fazemos com que esse poder se derrame sobre nossos motivos de oração e permitimos que o poder de Deus opere por meio de nossa impotência. Quando oramos, nos humilhamos diante de Deus e confessamos: Preciso da tua presença e do teu poder, Senhor. Não posso realizar isto sem ti
. Quando não oramos, estamos dizendo que não precisamos de nada além de nós mesmos.
Orar em nome de Jesus é a chave para receber o poder de Deus, Jesus disse: Em verdade, em verdade vos digo, se pedirdes alguma cousa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome
(Jo 16:23). Orar em nome de Jesus nos outorga autoridade sobre o inimigo e prova que temos fé em Deus para agir de acordo com suas promessas. Deus conhece nossos pensamentos e sabe de nossas necessidades, porém responde às orações que fazemos, e isso por que ele sempre nos dá opção em relação a tudo, até se vamos optar por confiar nele e obedecer-lhe orando em nome de Jesus.
Orar não só produz efeito sobre nós, mas também influencia as pessoas pelas quais oramos. Quando oramos por nossos filhos, estamos pedindo a Deus que torne sua presença marcante na vida deles e opere poderosamente em favor deles. Isso não significa que a resposta será sempre imediata. Às vezes pode demorar dias, semanas, meses e até anos, mas nossas orações jamais são perdidas ou sem sentido.
Se estamos orando, algo está ocorrendo, quer vejamos ou não. A Bíblia diz: Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo
(Tg 5:16). Tudo o que é necessário acontecer em nossa vida e na vida de nossos filhos não pode acontecer sem a presença e o poder de Deus. A oração invoca e gera os dois.
Comece com uma lista personalizada
Eu comecei a orar por meus filhos já na época em que foram concebidos. Eu creio no poder da oração. O que eu não sabia na época era como os detalhes de nossa vida são importantes para Deus. Não basta orar apenas pelas preocupações do momento; precisamos orar pelo futuro e contra as influências de acontecimentos do passado. Quando o rei Davi se encontrava deprimido pelo que lhe ocorrera e temeroso quanto às consequências futuras (Sl 143), não disse só Bem, o que acontecer, aconteceu
. Ele clamou a Deus sobre seu passado, seu presente e seu futuro, orou a respeito de tudo. É o que nós também devemos fazer.
Para tomar essa atitude de modo eficaz descobri que eu precisava fazer uma lista abrangente e personalizada para cada filho. Não se tratava de uma obsessão legalista tipo Se você não orar por detalhes específicos, Deus não vai atender
. Era mais uma questão de tranquilidade por saber que Deus havia dado ouvidos a cada uma das minhas preocupações. Assim, uma vez por ano, quando íamos passar as férias na praia, bem cedo pela manhã, antes que todos se levantassem, eu gastava algum tempo diante de Deus preparando uma lista anual de oração.
Sentava de frente para o mar, lápis e papel na mão, e pedia a Deus que me orientasse como orar por cada filho nos próximos doze meses. Afinal, ele era o único que realmente sabia do que meus filhos precisavam e quais os desafios que enfrentariam no futuro. A Bíblia diz: A intimidade do SENHOR é para os que o temem
(Sl 25:14). Ele nos revela as coisas quando perguntamos. Deus sempre se encontrou comigo ali na praia dando-me orientação preciosa, e eu voltava para casa com uma lista de oração para cada filho. Então, no decorrer do ano,