Aviadores que sobrevoam a Cordilheira dos Andes certamente comungam de um mesmo sentimento. Ninguém deseja ser surpreendido por uma pane de motor enquanto cruza aquele cenário caótico, onde não há lugar seguro para um pouso forçado. Contudo, um fato inédito aconteceu no ano de 1928, quando o aviador francês Jean Mermoz fazia a segunda passagem sobre a vasta cadeia de montanhas em um voo de exploração para estabelecer uma rota comercial entre a Argentina e o Chile.
Cruzar com regularidade a Cordilheira dos Andes de avião, na década de 1920, era visto por especialistas da aviação comercial como uma ousadia impraticável devido à pouca confiabilidade e à baixa potência dos motores da época. Alguns raides aéreos realizados com sucesso sobre a “muralha intransponível” foram considerados verdadeiras loucuras, e não faltaram tragédias para ousados aviadores chilenos e argentinos.
Diante das condições técnicas das aeronaves com potência limitada para voos em grande altitude, estabelecer rotas para atender a voos regulares sobre as montanhas naqueles anos foi um grande desafio para as empresas aéreas comerciais que pretendiam ligar a capital chilena com as cidades do lado oriental.
LIGAÇÃO COM CHILE
No ano de 1928, a Aéropostale, uma empresa francesa que explorava o transporte