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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O terraço - Primeira Parte.


Ela: Eu estaria em uma cafeteria num fim de tarde,  o que sempre resultaria em lotação pelos dias no fim do outono. Estaria em uma mesa sozinha, tomando um cappuccino e tentando escrever mais um texto perdido. Esqueceria das horas mais uma vez.  

Ele: Por mais que visse que não haviam mesas disponíveis, eu relutaria em entrar. Iria até o balcão e pediria meu café, o atendente explicaria a falta de mesas, e então eu olharia pra trás e: "Ok, então eu divido a mesa com alguém". Não haveria lugares pra dividir, exceto a mesa próxima a janela, usada por uma moça escrevendo em um caderno com o cabelo tapando os olhos.  Me aproximaria e pediria licença para dividir a mesa.

Ela: Eu estaria tão afundo na escrita que sem levantar a cabeça disse "Sim, pode". Ele não estranharia, já que em lugares lotados assim, é normal. 

Ele: Eu ficaria aflito por não ter ganho atenção, e ela parecia estar tentando terminar a escrita pra assim poder cumprimentar quem estaria sentado a frente dela. 

Ela: Logo o café chegou e assim levantei a cabeça. O que veria a frente seria uma surpresa: não era uma senhora bem arrumada e simpática como de costume. Era um homem alto, cabelos castanhos, com expressão forte e barba por fazer, estava arrumado, mas apenas com celular e chaves de carro. 

Ele: Por uma estranha coincidência, não só eu estava assustado, mas ela também. Quando levantou os olhos, percebi o quanto era mais nova do que achei quando a vi do balcão. Suas roupas mostravam alguém séria, mas seu rosto era doce e seus olhos, grandes, cílios imensos, uma combinação um tanto bonita. Sua expressão denunciava que não me esperava sentar ali.

Ela: Ele sorriria, então eu lembraria de fazer uma cara mais gentil e dizer "Oi".

"Estou atrapalhando sua escrita?"
"Não, de forma alguma."
"O que escreve?"
"Pensamentos."
"É seu trabalho? Escrever pensamentos?"
"Não,  eu faço arquitetura e estagio, é só... Um passatempo."

Ele: Ela diria aquilo com um sorriso no canto dos lábios, aquilo lhe dava satisfação, e eu gostara do modo em que ela intercalava coisas tão diferentes.

"E você, trabalha com o que?"
"Acabei de me formar em engenharia civil, trabalho em uma construtora"
"Hum sim."

Ela: Ele me avaliara com os olhos, enquanto levava a bebida na boca. Ainda estava pensando no caderno, queria finalizá-lo, mas a curiosidade dele parecia não acabar tão cedo.

Ele: Ela estava acabando de tomar o que pedira e então percebi que o tempo passara rápido demais pra matar qualquer curiosidade que surgira ali. Seus olhos pareciam não prestar atenção a conversa que acabamos de ter e de alguma forma, não queria que as coisas terminassem naquela mesa.

Ela: Ele me desconsertava, e isso não me mantinha em uma zona de conforto. Coloquei minha bolsa em meu colo, num gesto sutil de dizer que estava de saída.

"Foi bom conhecê-la."
"Igualmente."
"Quem sabe não nos esbarramos de novo."

Ele: Ela se levantou e saiu, mas não sem antes sorrir graciosamente ao meu comentário que devo admitir, um pouco perseguidor. Então vi o caderno em cima da mesa, olhei pra trás e ela ainda estava passando entre as pessoas dali, num ato de loucura, peguei o caderno e guardei-o comigo, esperei vê-la passando pela janela da cafeteria em direção ao carro, assim o abri. Primeira página: nome e telefone.


quarta-feira, 6 de março de 2013

Todos nós.


Eu só queria um verão tranquilo. Todos queríamos. Mas a gente entra em destinos e coisas tão diferentes que nem sequer sabemos porque estávamos lá atrás. Por mais que  a agitação pareça tentadora e a cabeça cheia deixa tudo mais fácil, eu queria paz. Todos queremos. No fundo. Todos queremos parecer fortes ou até mesmo invencíveis, mas sempre imaginamos a parte do ponto fraco. Por quê? Porque meu caro, somos todos humanos, o que nos deixa fortes todos os dias são as vezes que levantamos depois de cair. Precisamos do equilíbrio. É o que deixa tudo mais emocionante.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

E se?



Querida Claire, ''E" e "Se" são duas palavras tão inofensivas quanto qualquer palavra, mas coloque-as juntas lado a lado, e elas tem o poder de assombra-la pelo resto da sua vida. "E se".. E se? E se?
Não sei como sua história acabou. Mas sei o que você sentia na época era amor verdadeiro então nunca é tarde demais. Se era verdadeiro então, porque não o seria agora? Você só precisa ter coragem para seguir seu coração. Não sei como é sentir amor como o de Julieta, um amor pelo qual abandonar entes queridos, um amor pelo qual cruzar oceanos. Mas gosto de pensar que, se um dia sentisse, eu teria coragem de agarra-lo. E Claire se você não o fez, espero que um dia faça.

Com todo meu amor.
Julieta

(Cartas para Julieta)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Abrindo olhos, mente, coração, tudo.



A sociedade se diz mais liberal, mais aberta a coisas novas. Mentira. Lorota das boas. Ela é presa aos seus costumes e não suporta quando vê algo diferente, algo novo. Não temos que ser todos iguais, como uma coleção de soldadinhos. Temos nossa própria essência, somos guiados a caminhos diferentes e até incertos, mas Deus sabe o que faz. Criamos nosso futuro, escolhemos a dedo quem vai nos fazer feliz, e não é assim do dia pra noite. Sofremos é claro, somos diferentes, as vezes temos que lidar com coisas estranhas, fora de rotina, mas nada impossível, nada que o coração e a mente não se acostumem. Pensamentos e atitudes foram feitos pra serem discutidos, criticados e aceitos. Abrir a mente é o primeiro passo, enfrentar de frente é o mais importante.

 Não esqueço de uma frase que ouvi, e hoje é a mais importante em minha vida: "Deus não te dá desafios que você não consiga superar"

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Felicidade encontrada.



Entre papéis rasgados e matérias não completas, eis que acho uma conversa esquecida e meio antiga. Mas mesmo assim, não me deixa menos feliz desde a primeira vez que li.

Ela: Você é chato, mas eu o aturo :)
Ele: Chato é quem me chama e eu não suporto kkk.
Ela: Sei, sei...
Ele: Não sabe não kkk
Ela: Então você não me suporta? Tá bom então...
Ele: Então tá pessoa insuportavelmente linda, legal, meiga, inteligente e madura, rsrs..

E foi assim, que seu rosto ficou marcado em meus pensamentos. Até hoje.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Surpresas e gestos.



Ninguém se lembra do começo. Não porque queremos, mas quando conseguimos admitir, já tem caminho andado. Já existe um carinho inesperado, um sorriso solto, uma confidência trocada. E quando realmente os olhos se abrem, já queremos algo. Alguém. Não foi diferente, e pra ser mais exata, foi tudo o que descrevi. Há olhares que destrancam alegrias, mas é claro, o seu foi mais fundo, destrancou em minha pessoa vontades adormecidas. Não apenas vontade de aquietar-me, mas uma vontade a mais. Aquela em que eu possa chamar de desejo.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Esperar, e mais nada.


Nunca fui boa para esperar, e pelo visto nem vou ser. Esperar uma pessoa é fácil, o problema é esperar os sentimentos de alguém. Brincadeira boba essa da vida não?! Sofrer, e as vezes até atoa. Como se espera isso, se as vezes pode nunca chegar? Ninguém sabe. Ninguém tem explicações. Todos temos medo da resposta.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Inseguros.


Por que será que existe a droga da insegurança? Quando estamos na maior tranquilidade, não basta muito pra derrepente surgir um pensamento ruim, uma dúvida, um gesto mal interpretado. E é justamente assim que se começa a ter medo de perder, as vezes perder o que nem é seu. E por que não a tirar? Nunca foi fácil, e não há quem diga que não seja. Só pelo simples fato de pensar, a mágoa vem à tona, bobo não?! Mas passo por isso sempre.

sábado, 2 de junho de 2012

Cara de boba feliz.


Feliz pelo simples fato de tudo estar voltando ao eixos, de pouco em pouco. Sorrindo a toa por estar sendo elogiada e mimada com palavras incríveis e de respeito. Alegre por ter dado certo a regra de viver um dia de cada vez, com calma, e muitos coringas na manga.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Bésame mucho (...)


Na mão, no rosto, no pescoço, na boca... Cada um deles representa uma vontade, um sentimento, um momento. Um gesto tão simples que representa tanto! E foi assim que ganhou um dia de comemoração. Mas beijo beijo, é de todos os dias, com as pessoas que ama. Feliz dia do Beijo!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O que é bom pra mim


Sempre dizem isso. "As vezes é melhor escolher o que é bom pra você, e não o que você quer" Será mesmo? Talvez me acostume com o que é bom pra mim e acabe gostando, mas essa é uma coisa rara. As pessoas estão tão diferentes, tão escondidas no seu próprio mundo que a gente acaba não conhecendo os melhores sentimentos, os melhores sorrisos, mas também não conhece as piores atitudes, os mais feios rancores.
Você me convence de que tudo vale a pena, de que tudo ao seu lado é lindo, e me faz ver o quão importante sou na sua vida. Eu preciso disso sabe. Mas você é o bom pra mim, não o que eu quero. Por que essa pegadinha tão irônica da vida?... Ninguém sabe.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Ficar fora


Ficar fora de toda realidade não é ruim. Mas acho que também não é bom. Enfim, fiquei afastada meio que de tudo e todos, meio que esvaziei a cabeça e tudo coube perfeitamente quando retornei. E ainda acho que esqueci alguma coisa, não sei bem o que, se for ruim ou bom, só vou saber daqui um tempo.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Que tudo mude.



E tudo podia mudar pra melhor. Que os dias fossem mais alegres, que as pessoas fossem mais educadas, que o cavalheirismo nunca desaparecesse, que o sorvete não derretesse, que o 'Eu te Amo' não fosse banalizado, que a sociedade percebesse seu erro e mudasse o mundo pra melhor. São pequenos gestos, pequenas coisas, que deixam tudo mais gostoso, mais feliz.

sexta-feira, 6 de maio de 2011



Sem ao menos pensar direito, vou escrevendo. Tudo que sai da minha mente eu escrevo, eu digito, eu falo. Os livros me ajudam pois soltam a minha mente pro mundo, me fazendo acreditar que absolutamente tudo pode acontecer. Nas minhas escritas, vejo o mundo inteiro aos meus pés, como um lugar maravilhoso, onde todos querem estar, ou até mesmo um lugar perigoso, onde cada passo pode levar a um conflito diferente. Minha mente mistura imagens como se embaralha cartas, dificultando assim, onde realmente quero ir. E a simples solução é colocar fones de ouvido, onde me deixam em um lugar só. E mesmo com tudo isso, minhas mãos não param, continuam escrevendo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

água de coco, picolé e vinho;




A notícia foi um choque para todos. Estava na internet quando recebo a notícia de que minha minha tia falecera, chorei ao perceber que a morte está tão próxima de nós quanto imaginávamos. Acordei cedo como de costume, fui ao trabalho, avisei ao meu chefe e fui de volta para o enterro, quando cheguei haviam várias pessoas, nenhum de seus filhos estavam lá dentro mas não imaginava o por que. Quando entrei percebi. Era tão difícil de ficar ali, aquela não era a pessoa cheia de luz e paz que conhecia, mas um rosto frágil e levemente amarelado, minha garganta parou, meus olhos encheram d'água e tive de sair. Foi tudo triste, meus primos mesmo de maiores estavam com os olhares mais fundos que um poço, e meu tio, ah meu tio, estava ao seu lado, sua aliança reluzia sob a fraca luz. Mais tarde, quando jantei na casa de meus bisavós ele estava lá, olhando o nada como se ela fosse aparecer em qualquer instante. Numa conversa ou outra entre todos, tal fato me cortou o coração. Horas antes de morrer, estava pedindo água de coco, picolé e vinho, sim, ninguém entendera nada mas foram pegar pelo menos a água de coco, como já era noite acharam só de caixinha e ela ficou brava, tomou assim mesmo, mas queria agarrar com as mãos e tomar sozinha, ela não podia suas mãos estavam como as de uma boneca de pano. Acharam que ela estava delirando...

Só então entendi. Ela queria sentir o cheirinho de coco verde fresco, queria saborear o gelado e doce de um picolé, e sentir o ultimo prazer de um vinho. Ela sabia que era a hora, e esses foram seus ultimos pedidos, dignos de uma mulher maravilhosa.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Reecontro com velho amor ;



Virei a esquina e dei de cara com você. Numa conversa despretenciosa pelo msn, percebi que depois de tudo que aconteceu entre nós no passado se fora, agora era eu, você e o futuro. Nossa amizade sempre foi forte demais, nosso carinho um pelo outro era grande, e você me fazia sonhar, e ontem naquela noite me fez de novo. Meu aniversário foi apenas um pretexto para te encontrar. Você começou a tocar no passado, a tocar na ferida curada do meu peito, mas pra mim não é nada de importante "o que passou, passou". Chegou o dia. É dia 13 de julho e claro, em todo meu aniversário chove, não pra estragar 'meu dia', mas para lavar meus pensamentos com a chuva e o friozinho que veio de convidado. Você chegou, meu coração sorriu e eu disse apenas um 'entre', era certeza que não ficaria só naquilo. Teu abraço foi tão forte, tão macio e caloroso que poderia ficar ali com você horas. Conversas foram se passando e sentei ao seu lado. Passou o braço pelo meu ombro e de tão perto pude sentir o calor de sua boca na minha. Enfim, o beijo. Ah que saudades daquele beijo, foi tudo se clareando com seus lábios tocando os meus. As conversas foram desenrolando, os carinhos ficaram frequentes, até que um dos últimos beijos foi o fatal, eu senti, que você era meu, e o pior de tudo. Estava totalmente entregue a você, por quê ? Nunca havia dado aquele beijo em mim, havia amor, carinho, desejo, e saudades, todos esses sentimentos em um único beijo. E aí, você se foi outra vez.