Mostrar mensagens com a etiqueta Recessão. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Recessão. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, setembro 13, 2011

SEM PANINHOS QUENTES

Há situações e problemas que pela sua natureza não devem ser abordadas apenas pela rama, mas sim bem analisadas.

A situação na zona euro é tão grave que não dá para ignorar os riscos que podem advir dum passo errado nesta altura do campeonato. As posições da Alemanha, da Finlândia e da Grécia são absolutamente insustentáveis a muito curto prazo, e o que é grave é que a Europa não consegue ter uma posição coerente e consensual.

Todos sabem que o que se pediu à Grécia era simplesmente impossível, e que com o fraco crescimento da economia europeia, ficou ainda mais impossível. Também era evidente que a mudança de práticas na Grécia ia levar algum tempo, e que dentro dos prazos acordados isso não iria acontecer, mas fingiu-se que ia ser possível.

A Alemanha e a Finlândia querem forçar ao máximo a situação, e o povo grego não está disposto a ceder muito mais, e muito menos em tempo útil.

Em caso de incumprimento da Grécia, que parece ser o mais provável se este braço de ferro prosseguir, o que se seguirá? Se bem conheço os mercados, também eles vão forçar mais a situação, e lá teremos mais uns ataques aos outros países europeus, e lá se vai o euro por água abaixo.

Lembram-se da Europa solidária e do tal princípio da subsidiaridade de que nos falaram quando alguém decidiu “aprofundar a nossa integração” europeia?


FOTOGRAFIA
O Banco by Palaciano

CARTOON
Coelheira Natalícia

terça-feira, maio 10, 2011

DE MAL A PIOR

O memorando da “troika” já trazia diversas exigências que inevitavelmente conduziriam o país a uma recessão nos próximos anos, mas algumas das propostas dos nossos partidos políticos conseguem ainda ser mais gravosas.

Ninguém consegue explicar porque será necessária a privatização da REN ou das Águas de Portugal, porque não conheço país europeu onde isso aconteça, e mesmo a privatização da CP deixa muitas reticências, porque o exemplo da privatização de caminhos-de-ferro na Europa deram maus resultados e são poucos. Os melhores transportes públicos europeus não são privados, e alguns dos senhores da “troika” devem sabê-lo porque estão nos seus países.

Outras medidas que não fazem o menor sentido são a facilitação dos despedimentos, o aumento já admitido dos cuidados de saúde, a diminuição das deduções de saúde, educação e das prestações da casa, ao mesmo tempo que diminui a taxa social única para as empresas. É uma mistificação dizer que algumas destas medidas vão fazer aumentar o mercado de trabalho e combater o desemprego, quando se sabe que o consumo só pode baixar devido à baixa de rendimentos do trabalho.

Políticas destas são absolutamente recessivas como já se viu com a Grécia, e com a Irlanda, e não resolvem os problemas, criando apenas mais um, que é o do aumento da pobreza e da instabilidade social.

É lamentável ver-se como se vangloriam os que dizem que este plano de resgate foi uma conquista, porque ele é mau, por ser demasiado rigoroso para uma sociedade tão desigual como a nossa. E por atingir apenas os que já andam a apertar o cinto há mais de uma década.


FOTOGRAFIA
Verde e Amarelo by Palaciano

CARTOON
Discurso político by Pawel Kuczynski

A protecção europeia by Pawel Kuczynski