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terça-feira, dezembro 04, 2018

AS LEIS, OS ELEITORES, E OS ELEITOS


O problema das falsas presenças de deputados está a ser um embaraço para todos os partidos políticos, que teimam em fazer notar que a Constituição faz uma distinção clara entre os eleitores e os titulares de órgãos de soberania.


O que é público é que alguns deputados caíram na esparrela de terem presenças marcadas em dias em que estavam fora do hemiciclo, por uma ou outra razão. Não dá para perceber o rebuço dos senhores deputados dos diversos partidos em condenar os faltosos, que não sendo “delinquentes”, são desonestos.


Os eleitores “exigem” que os eleitos sejam, no mínimo, honestos, e uma vez que isso não acontece, e que os faltosos apanhados pela comunicação (ou por denúncias) não se demitiram como seria de esperar, as sanções deveriam ser agravadas relativamente às que atingem os trabalhadores.


O estatuto de servidores dum órgão de soberania, uma vez que são escolhidos por escrutínio directo, não lhes dá o poder de arvorar em privilegiados quando não cumprem os seus deveres. 


terça-feira, setembro 29, 2009

GOVERNABILIDADE

A vitória obtida pelo PS nas legislativas, apesar das palavras de alguns que a classificam como “grande”, “clara”, e “expressiva”, parece estar ameaçada pela “ingovernabilidade”, nas palavras de outros, socialistas incluídos.

Embora eu tivesse preferido que Sócrates tivesse sido afastado do poder nestas eleições, sei que ele terá que ser convidado, por direito, a formar governo e que o deverá tentar.

Fiquei algo espantado com as palavras de João Cravinho, uma figura de relevo do PS, afirmando claramente que “o PS foi «afortunado» ao vencer as legislativas de domingo, beneficiando também do facto de Ferreira Leite, presidente do PSD, ter dado «tiros de canhão no seu próprio pé», o que é exactamente o mesmo que eu penso (mesmo detestando MFL), para concluir que o próximo governo só deverá durar cerca de dois anos.

O que fiquei a saber agora, é que se pretende atirar a responsabilidade do “problema” que parece vir aí, para os votantes, quando o “problema” devia estar do lado dos partidos e dos seus dirigentes, afinal os únicos que “voluntariamente” se apresentaram a sufrágio, sendo os únicos que podiam ser escolhidos.

Começo a ficar farto de tanta irresponsabilidade na política, e de desculpas esfarrapadas para a incompetência demonstrada por quem nos tem governado. Não me esqueci de ter ouvido Sócrates afirmar que tinha “errado” na Cultura, depois não sei se alguém o viu corrigir a mão, porque eu não vi nada.



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FOTOGRAFIA
They'll leave him by Taylie

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CARTOON
Contribuição do Goraz

segunda-feira, setembro 22, 2008

GANÂNCIA

Desde que se cumpram certas cerimónias ou se respeitem certas fórmulas, consegue-se ser ladrão e escrupulosamente honesto - tudo ao mesmo tempo. A honradez deste homem assenta sobre uma primitiva infâmia. O interesse e a religião, a ganância e o escrúpulo, a honra e o interesse, podem viver na mesma casa, separados por tabiques. Agora é a vez da honra - agora é a vez do dinheiro - agora é a vez da religião. Tudo se acomoda, outras coisas heterogéneas se acomodam ainda. Com um bocado de jeito arranja-se-lhes sempre lugar nas almas bem formadas.

Raul Brandão em “Húmus”

A ganância do ter não só engoliu o ser e a convivência pacífica, mas até privou a maior parte dos homens do ter indispensável, para acumular nas mãos de uns poucos o que a todos pertence.

Autor desconhecido



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FOTOGRAFIA
AUTUMN. by YuriBonder

forever after by foureyes

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CARTOON
Chappate

Chappate

Jeff Koterba