Sinceramente, ontem nem era suposto “aterrar” no trabalho, porque como acontece com muitos mortais, foi-me concedida uma tolerância de ponto, que a besta da chefia que me calhou na rifa recusou dar-me, reservando para ela e comandita o privilégio de só aparecer no dia 5 de Janeiro. Democracia lusa, no expoente máximo da excelência que sossega os defensores da avaliação do desempenho tal e qual está concebida.
Enfim, ontem o meu trabalho saiu mais caro do que a dispensa, mas, para compensar, o trânsito foi uma beleza à entrada e à saída. Pego na maquineta e deparo com uma curiosa notícia distribuída pela Lusa: “Investigação criminal não faz distinção entre políticos e não políticos – garante PGR”.
"As investigações fazem-se independentemente da condição social, poder económico ou cargo ocupado. Não há distinção entre políticos ou não políticos, mas tão só entre ilícitos e não ilícitos. A lei é igual para todos", assegurou.
Eu gosto de gente optimista, acreditei no Pai Natal quando era criança, e também cheguei a acreditar que o Elvis andava por aí, disfarçado. Hoje sou um céptico, mais do tipo S. Tomé, e dou-me ao luxo de acreditar naquilo que me apetece, e não no que me dizem.
Fica-lhe bem senhor Pinto Monteiro dizer o que disse, precisamente no Natal, porque assim também eu finjo que acredito, e ninguém leva a mal, porque a época é festiva, e alguns excessos são desculpáveis, desde que a partir de Janeiro voltemos à dieta imposta e à realidade incontornável.